Você está na página 1de 10

Impresso por Jonas Kellermann, E-mail kellercon@gmail.com para uso pessoal e privado.

Este material pode ser protegido por direitos


autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/02/2023 11:42:29

MCI-75

2012
OSM Antô nio Cordeiro
Má quinas e Sistemas de Propulsã o
Impresso por Jonas Kellermann, E-mail kellercon@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/02/2023 11:42:29

MÁQUINAS E SISTEMAS DE PROPULSÃO

1. INTRODUÇÃO
O sistema de propulsão propriamente dito consiste em um conjunto de acessórios, elementos da propulsão
e máquina propulsora ou outros meios, cuja finalidade é de transformar energia produzida pela queima do
combustível em energia de movimento, a qual faz o navio deslocar-se no meio aquático.
O mar representa há séculos uma importante fonte econômica, seja para a pesca, o transporte ou o
comércio. No início da conquista do mares, os barcos eram movidos pela força humana por meio de remos.
Embarcações dotadas de mastro com vela começaram a aparecer no Egito, Grécia e Roma. Depois
surgiram a máquina alternativa a vapor, os motores a gasolina, motores diesel, as turbinas a gás e outras.

Navio com propulsão mecânica

A figura acima ilustra um sistema de propulsão constituído por um motor diesel irreversível, uma caixa de
redução e reversão de marcha, um eixo de transmissão e uma hélice de passo fixo.

1. - Diferentes tipos de sistemas de propulsão empregados nos navios da Marinha Mercante

Há uma grande variedade de tipos de propulsão para embarcações, desde as mais simples
(rudimentares) até as mais sofisticadas e inovadoras instalações. Dessa forma podemos citar os principais
tipos de propulsão da seguinte maneira:
 a remo
 a vela
 a máquinas térmicas:
a vapor
motores a gasolina
motores diesel
motores semi-diesel
turbina a gás
 mista:
diesel-elétrica
 propulsão nuclear
outr
MCI-75: OSM Antônio Cordeiro

as Propulsão a remo
A propulsão
a remo é
realizada em
barcos que
não possuem
motores. Os
remos são
hastes de
madeira leve, servindo para movimentar a embarcação, quando impulsionados pelos remadores. Constam
de três partes: punho - parte cilíndrica mais fina, onde os remadores apóiam as mãos; pá – é a outra
extremidade, larga e achatada, que trabalha na água durante a remada; haste – é a parte compreendida
entre estes dois extremos.

1
Impresso por Jonas Kellermann, E-mail kellercon@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/02/2023 11:42:29

Propulsão a remo
Propulsão a vela
O homem aprendeu a usar a força dos ventos que atuava num pano aberto, amarrado pelas extremidades à
embarcação. A sua energia agora podia ser utilizada para outros trabalhos enquanto seu barco se
deslocava.
O surgimento da vela permitiu que o ser humano se afastasse da costa e construísse embarcações maiores
com propulsão mista, vela e remos, pois a vela quadrada só permite vento a favor. Esta limitação só
desapareceu com o surgimento da vela latina que permitiu travessias maiores, iniciando propriamente a
navegação marítima, longe da costa.

Propulsão a vela
Propulsão a vapor
No sistema de propulsão a vapor temos o propulsor sendo acionado por uma máquina alternativa a vapor
ou por uma turbina. Estas são acionadas por vapor gerado por uma caldeira. Uma embarcação a vapor com
rodas de pás era o tipo de embarcação vista geralmente em águas fluviais e nos litorais. As rodas de pás
foram o primeiro mecanismo de propulsão de navios, atualmente substituídas quase totalmente por hélices
helicoidais e outros tipos mais modernos usados na navegação marítima. São duas as formas de montar
uma roda de pás num navio: pode-se colocar uma única roda na popa do navio (conhecido em inglês como
stern-wheeler) ou se coloca duas, uma em cada lado (conhecida como side-wheeler ou rodas laterais). As
rodas únicas geralmente são usadas em barcos fluviais, principalmente nos Estados Unidos da América,
MCI-75: OSM Antônio Cordeiro

onde essas embarcações ainda operam como atrações para os turistas que visitam o Rio Mississippi e, no
Brasil, podemos ainda encontrar embarcação propulsada com roda, no rio São Francisco.
As rodas laterais são usadas tanto em barcos fluviais como em embarcações costeiras. Possuem maior
capacidade de manobra, pois a força pode ser direcionada para uma roda de cada vez.
O barco a vapor é uma embarcação propulsada por uma máquina a vapor que aciona rodas de água (um
conjunto de pás) montadas inicialmente à meia-nau, na lateral (bombordo e boreste) e depois na popa. São
tipicamente caracterizados por possuirem grandes chaminés. A invenção da máquina a vapor por James
Watt propiciou o sonho de mover grandes embarcações sem depender dos ventos, sonho esse realizado
por Robert Fulton com o Clermont, em 1807. Embora a roda de pás tivesse evoluido para o hélice e a
máquina a vapor para as turbinas a vapor dando origem aos modernos navios, alguns modelos fluviais
continuaram utilizando esse tipo de propulsão por muito tempo, como os típicos steamboats do Rio
Mississipi ou, como são conhecidos no Brasil, os gaiolas dos rios São Francisco e Amazonas.

2
Impresso por Jonas Kellermann, E-mail kellercon@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/02/2023 11:42:29

Embarcação com roda no rio São Francisco


As primeiras máquinas a vapor foram do tipo alternativa, como a mostrada na figura abaixo. O famoso
navio transatlântico Titanic, por exemplo, era propulsionado por esse tipo de máquina.
Máquina alternativa a vapor: É a que converte a energia térmica contida no vapor d’água em energia
mecânica no seu eixo (figura abaixo). A ação do vapor d’água é diretamente nas faces de um pistão,
provocando um movimento alternativo de baixa rotação. A energia calorífica é obtida pela queima de um
determinado combustível numa parte da instalação denominada de caldeira.

Navio Mayflower, navio a vapor, no rio Mississippi


MCI-75: OSM Antônio Cordeiro

3
Impresso por Jonas Kellermann, E-mail kellercon@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/02/2023 11:42:29

Máquina alternativa a vapor usada para propulsão


Entretanto, com o advento da turbina a vapor no início do século XXI, que apresentou melhor rendimento, a
máquina alternativa perdeu seu espaço.
Turbinas a vapor são máquinas térmicas que utilizam a energia do vapor sob forma de energia cinética.
Deve-se transformar em energia mecânica a energia contida no vapor sob a forma de energia térmica e de
pressão.
A história registra a construção de dispositivos rudimentares, que se baseavam nos princípios de ação ou
de reação das turbinas atuais em épocas longínquas.
O desenvolvimento da turbina a vapor, como um tipo realmente útil de acionador primário até a sua
forma atual, ocorreu somente nos últimos setenta anos.
As turbinas de uma forma geral, são máquinas rotativas que convertem em energia mecânica a energia de
uma corrente de água (turbinas hidráulicas), vapor d'água (turbinas a vapor) ou ar (turbinas a gás). O
elemento básico da turbina é a roda ou rotor, que conta com palhetas, hélices, lâminas ou cubos colocados
ao redor de sua circunferência, de forma que o fluido em movimento produza uma força tangencial
que impulsiona a roda, fazendo-a girar.
Turbina a Vapor - (figura abaixo). Definimos como sendo uma máquina térmica dotada de canais
convenientemente traçados que permitem o escoamento de vapor d'água de grau superaquecido, o qual
atua por ação ou por reação em uma roda formada por palhetas que está presa a um eixo, provocando um
movimento rotativo de grande velocidade o qual é transformado em trabalho.

Propulsão a turbina a vapor


Princípios Básicos de Funcionamento
MCI-75: OSM Antônio Cordeiro

Em uma turbina a vapor a transformação de energia do vapor em trabalho é feita em duas etapas:
inicialmente, a energia do vapor é transformada em energia cinética. Para isso, o vapor é obrigado a
escoar através de pequenos orifícios, de formato especial, denominados expansores, onde, devido à
pequena área de passagem, adquire alta velocidade, aumentando sua energia cinética, mas
diminuindo, em consequência, sua entalpia (energia). Em um expansor, além do aumento de velocidade
e da diminuição da entalpia, ocorrem também queda na pressão, queda na temperatura e aumento no
volume específico do vapor.
Na segunda etapa da transformação, a energia cinética obtida no expansor é transformada em trabalho
mecânico. Esta transformação de energia pode ser obtida de duas maneiras diferentes: segundo os
princípios da Ação ou Reação.

4
Impresso por Jonas Kellermann, E-mail kellercon@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/02/2023 11:42:29

Turbinas de reação e ação


Assim sendo, os princípios da Ação e Reação são as duas formas básicas com as quais podemos obter
trabalho mecânico através da energia cinética inicialmente obtida.
Se o expansor for fixo e o jato de vapor dirigido contra um anteparo móvel, a força de ação do jato de vapor
irá deslocar o anteparo, na direção do jato, levantando o peso W. Se, entretanto o expansor puder mover-
se, a força de reação, que atua sobre ele, fará com que se desloque em direção oposta do jato de vapor,
levantando o peso W.

Princípios de reação e ação

Em ambos os casos, a energia do vapor foi transformada em energia cinética no expansor e esta energia
cinética, então, convertida em trabalho.
Newton afirmou que é necessário exercer uma força para mudar a velocidade (tanto em módulo como em
direção) de um corpo em movimento. Este princípio está ilustrado na caixa D da figura acima. O jato de
vapor (um corpo em movimento) tem sua velocidade modificada pelo anteparo circular, colocado em seu
caminho. A força resultante move o anteparo, na direção do jato, e levanta o peso W. Este é o princípio da
Ação.
Newton estabeleceu ainda que a cada ação corresponde uma reação igual (de mesma intensidade) e
contrária. Esta lei é a base teórica que explica o funcionamento tanto de um foguete espacial ou de um
avião a jato puro. Imagine que a caixa D da figura acima não tenha abertura alguma e esteja cheia de vapor
sob pressão. A pressão agindo em qualquer parede equilibra exatamente a pressão agindo na parede
MCI-75: OSM Antônio Cordeiro

oposta e, havendo balanceamento de forças, a caixa permanecerá em repouso. Entretanto, se fizermos


um furo em um dos lados da caixa e colocarmos neste furo um expansor, haverá, através do expansor, um
jato de vapor e a pressão no expansor será menor do que a pressão no ponto correspondente da parede
oposta. O desbalanceamento de forças, então produzido, fará a caixa mover-se na direção oposta à do jato
de vapor. Este é o princípio da Reação.

5
Impresso por Jonas Kellermann, E-mail kellercon@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/02/2023 11:42:29

Turbina a vapor

Elementos constituintes de turbinas a vapor


Uma turbina a vapor é composta basicamente dos seguintes componentes:
 estator (roda fixa);
 rotor (roda móvel);
 expansor;
 palhetas;
 diafragmas;
 disco do rotor;
 tambor rotativo;
 coroa de palhetas;
 aro de consolidação;
 labirintos;
 deflectores de Óleo;
 carcaça;
 mancais de deslizamento e escora; e
 elementos de controle (periféricos).

Propulsão a motores a gasolina


É o sistema usado em lanchas de pequeno porte, para recreio e/ou pescaria. Os motores a gasolina são
motores de concepção simples, efetuando o ciclo de funcionamento numa volta completa do eixo de
manivela - 360 graus (2 cursos do êmbolo – motores de 2 tempos).
MCI-75: OSM Antônio Cordeiro

6
Impresso por Jonas Kellermann, E-mail kellercon@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/02/2023 11:42:29

Propulsão com motor a gasolina

Propulsão a motores semidiesel


Esse tipo de propulsão presentemente está em desuso devido ao avanço tecnológico dos motores diesel.
Os motores semidiesel (também chamados de motores de cabeça quente) eram geralmente de dois tempos
e funcionavam de uma maneira intermediária entre os motores a explosão e os motores diesel. É um motor
lento, de média pressão de compressão e precisa de um pré-aquecimento antes de entrar em
funcionamento. Isso faz com que o início do funcionamento seja demorado.

MCI-75: OSM Antônio Cordeiro

Motor semidiesel

7
Impresso por Jonas Kellermann, E-mail kellercon@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/02/2023 11:42:29

Propulsão a motores diesel


Com o desenvolvimento do motor a diesel, este substitui as máquinas a vapor, pois os motores de
combustão interna possuem maior rendimento. Uma menor quantidade de diesel era necessária em peso e
volume do que o carvão, aumentando a capacidade de carga das embarcações.
Máquinas de Combustão Interna Alternativa - são as que convertem a energia química de seus
combustíveis, através o aproveitamento da energia térmica de expansão dos gases resultantes da
combustão, que ocorre nos seus cilindros e que atuam diretamente sobre as partes da máquina que se
movimenta (êmbolos), em energia mecânica no seu eixo. São mais conhecidas como motor a gasolina e
motor diesel, aliás como também os denominaremos daqui em diante. Sobre motor diesel propriamente dito
daremos mais ênfase no capítulo 9 deste trabalho quando abordaremos “Máquinas de combustão interna”.

Sistema de propulsão com motor diesel


Propulsão a turbina a gás
Máquina de Combustão Interna Rotativa é a que converte a energia química de seu combustível em energia
mecânica, por meio do aproveitamento da energia térmica de expansão dos gases resultantes da
combustão, que atuam nas palhetas presas a um rotor o qual se movimenta com grande rotação. É mais
conhecida como turbina a gás (figuras abaixo).

MCI-75: OSM Antônio Cordeiro

Turbina a gás

8
Impresso por Jonas Kellermann, E-mail kellercon@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 07/02/2023 11:42:29

Turbina a gás

Instalação propulsora com turbinas a gás

Propulsão diesel-elétrica
Este princípio de propulsão tem como objetivo a redução do consumo de combustível dos navios que
trabalham com diferentes regimes de funcionamento. A idéia é de otimizar o rendimento geral da propulsão
visando consumir menos energia para um mesmo resultado e, portanto, diminuir a poluição. A energia
elétrica é produzida, de modo geral, por quatro grupos de geradores a diesel dimensionados de acordo com
as necessidades do navio. De forma geral, quanto maiores são as necessidades complementares ou
alternativas ao sistema de propulsão, mais essa solução se torna interessante.
Principais vantagens:
 o consumo de combustível é função das necessidades do navio;
 a segurança é aprimorada, pois os navios são equipados com 4 motores diesel ao invés de um só;
 se dois motores elétricos são utilizados na saída da propulsão, a segurança é também multiplicada
por dois em comparação à utilização de um motor apenas;
 os grupos geradores giram a uma velocidade constante e, no seu regime nominal, o que assegura
um melhor rendimento;
 a manutenção do conjunto é facilitada.
MCI-75: OSM Antônio Cordeiro

Você também pode gostar