Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fonte: http://www.defenseindustrydaily.com/Scorpenes-Sting-Liberation-Publishes-Expose-re-Malaysias-Bribery-Murder-Scandal-05347/
1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Submarino_nuclear
sença de motores dotados de PWR2, no convencional em cadeia, que produz calor em grande quantidade,
os motores usados são a diesel. sem fazer uso do oxigênio. Uma vez que não carece de
Na figura esquemática acima, está representada uma oxigênio, não necessita emergir em busca do ar atmos-
planta de propulsão que seria implantada no primeiro férico para que possa passar mais tempo imerso. Além
submarino nuclear brasileiro. Ela é composta de dois cir- disso, esse calor gerado em abundância permite que o
cuitos: primário e secundário. O processo de obtenção de submarino possa cumprir suas tarefas em velocidades
energia para os fins da embarcação começam no circuito mais altas, possibilitando o rastreamento e cobertura
primário, com a fissão do combustível formado por isó- de uma larga extensão de área. Portanto, percebe-se
topos do Urânio-235 nos reatores, provocando o aqueci- a importância para a Marinha do Brasil, responsável
mento da água que entra na rede. Após isso, essa água é pela Amazônia Azul 3, da existência de um meio mili-
mantida pressurizada para não vaporizar até passar pelo tar desta natureza.
trocador de calor, que nada mais é do que o gerador do Desta forma, é fácil notar que o uso da energia nu-
vapor que é encaminhado para o circuito secundário. A clear para a propulsão do submarino faz uma grande
parte secundária é uma instalação de propulsão de turbi- diferença porque permite um maior tempo de submer-
na a vapor, na qual o vapor faz as turbinas girarem pro- são, maiores velocidades, melhor qualidade de vida a
duzindo a energia elétrica para que os motores elétricos bordo, além de outros benefícios que, agregados, per-
funcionem assim como toda a aparelhagem eletrônica mitem uma melhor contribuição da MB para a segu-
que está instalada a bordo. rança e defesa nacionais.
É importante fazer um esclarecimento pertinente
neste momento que diz respeito à verdadeira capaci- PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA (PNM)
dade de submersão do submarino nuclear, sob o ponto
de vista do tempo. A mídia divulgou em várias opor- O PNM teve início em 1979 com o programa Cha-
tunidades que esse tipo de meio de guerra só precisaria lana, com o objetivo de construir um submarino de
emergir após períodos maiores que um ano, o que não ataque de propulsão nuclear. Este projeto foi dividido
é verdade. De fato, o submarino nuclear tem um adi- em dois: Projeto Ciclone e Projeto Remo. O primeiro
cional de tempo submerso em relação aos submarinos tinha como objetivo desenvolver ultracentrífugas para
convencionais; porém, em virtude da saúde psicológica o ciclo do combustível nuclear enquanto o segundo vi-
dos tripulantes, eles ficam no máximo cinco ou seis sava desenvolver o reator nuclear e os seus sistemas
meses em comissão. complementares.
De qualquer forma, impressiona pelo tempo que Em 1982, a primeira vitória foi alcançada com o su-
fica operativo. Isso se deve a um fator preponderante cesso no enriquecimento de urânio através da ultracen-
justamente no reator nuclear, o qual cria uma reação trifugação, que demonstrou ser mais eficiente do que o
3
Os espaços marítimos brasileiros atingem aproximadamente 3,5
2
Pressurized Water Reactor milhões de km², sendo denominado de Amazônia Azul.
CONCLUSÃO
O submarino é um instrumento bélico que possui
uma grande vantagem estratégica em relação a outros
meios de combate devido a sua principal característi-
ca de submersão, que lhe confere o elemento surpresa,
imprescindível quando o assunto tratado é a guerra no
mar.
Atualmente a MB é dotada apenas de submarinos
convencionais que, embora desempenhem suas ati-
vidades de maneira eficaz, apresentam uma grande
Fonte:http://www.naval.com.br/blog/tag/submarino-nuclear/#axzz24yc5LRli
desvantagem no que diz respeito à dependência do ar
atmosférico, o que restringe a sua operabilidade, re-
duzindo a área por ele coberta e, em consequência, a
Com relação ao petróleo, sabemos que os navios defesa do país.
mercantes utilizam como combustível derivados do Em contrapartida, o submarino nuclear dispõe de
petróleo, e este produto é considerado um royalty do
um sistema de propulsão que não necessita de ar at-
qual muitos países usufruem. Portanto, considerando
mosférico para se movimentar, além de produzir um
as extensas áreas de extração de petróleo no Brasil e
adicional de energia, permitindo o desenvolvimento de
ainda unindo-se isso à descoberta do pré-sal, este pro-
maiores velocidades. Dessa forma, esse tipo de meio
duto coloca o país na condição de um grande produtor
pode permanecer um prolongado tempo submerso as-
de petróleo, além de gerar riquezas através das expor-
sim como percorrer grandes distâncias com rapidez.
tações. Para que o uso e a exploração ilegais de nosso
petróleo não ocorram, é imprescindível a sensação da Em busca deste sonho, a MB já conseguiu dominar
presença da Marinha do Brasil, algo que seria conse- o ciclo de combustível e não está longe de concluir a
guido com maior facilidade com uma força dotada de segunda etapa, a de construir a planta de um reator
um submarino nuclear. Sob um ponto de vista futuro, nuclear. Concluída esta etapa, faltarão apenas alguns
pode-se comentar que o petróleo eventualmente irá se detalhes para o lançamento do primeiro submarino
esgotar e se tornará muito caro mesmo antes deste fato nuclear do Brasil e sua inserção no rol dos países do-
chegar a se consumar; logo, novas alternativas de ob- tados de capacitação tecnológica invejável e respeitada
tenção de energia deverão ser estudadas. O projeto do em todo mundo.
submarino nuclear poderia proporcionar o domínio da Vale realçar, mais uma vez, as consequências be-
tecnologia nuclear, permitindo, caso fosse necessário, a néficas advindas da construção de um submarino de
adaptação da mesma para navios mercantes e também propulsão nuclear no país.
para o fornecimento básico civil no futuro.
Sob o aspecto político, citamos o maior poder de
Por fim, pode-se comentar a matéria “Superbélicas dissuasão. Nota-se que muitas disputas no âmbito inter-
verde-amarelas”, recentemente divulgada pelo jornal nacional acabaram em vitória para os países detentores
O Globo, a qual discorre sobre uma parceria, dentre de tecnologias vistas como reflexo de um país de primei-
muitas previstas por um projeto do governo, da MB ro mundo. O domínio da energia do tipo nuclear é uma
com grandes empresas da área de construção civil daquelas que eleva o status de nações perante a socieda-
(Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht) na de mundial. Portanto, para que o Brasil consiga galgar
participação da construção da base de submarinos em voos mais altos, é importante que mostre ao mundo que
Itaguaí. Isso resulta em geração de empregos e é uma é capaz de construir um submarino nuclear.
demonstração do impulso resultante dos esforços para
Já sob a perspectiva tecnológica, podemos ressaltar
a construção do submarino nuclear.
o estímulo ao desenvolvimento de novas tecnologias
BIBLIOGRAFIA
ARTHOU, Alan Paes Leme. Cenário Energético Brasileiro. Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, v. 126, n.
10/12, p. 93-107, out./dez. 2006.
BEZERRIL, Carlos Passos. Apresentação CPEM 2007. Palestra proferida pelo Diretor do Centro Tecnológico da
Marinha em São Paulo (CTMSP) no Centro Experimental Aramar em 27 de junho de 2007.1 CD-ROM.
______. Inauguração do Grêmio de Engenharia da Escola Naval. Palestra proferida pelo Diretor do Centro Tecno-
lógico da Marinha em São Paulo (CTMSP) no Auditório Amazônia Azul, na Escola Naval em 3 de agosto de 2010.
CARVALHO, Roberto de Guimarães. Submarinos: A Visão da Marinha. Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro,
v. 127, n. 1/3, p. 31-34, jan./mar. 2007.
HECHT, Luís Antônio Rodrigues. A importância estratégica da construção de um submarion nuclear para o Bra-
sil. 2007. Monografia apresentada à Escola de Guerra Naval, como requisito parcial para a conclusão do Curso de
Política e Estratégia Marítimas.
MARINHO, Antônio. A vez do submarino: Marinha planeja impulsionar projeto nuclear, hoje quase parado em Ara-
mar. O Globo, Rio de Janeiro, 24 jun. 2007. Seção Ciência, p. 44.
Ministério da Defesa. Política de Defesa Nacional. Brasília: Ministério da Defesa, 2005. 21 p.
Prospectivas e Estratégias para o Desenvolvimento da Energia Nuclear no Brasil – Parte II. Revista Marítima Brasilei-
ra, Rio de Janeiro, v. 120, n. 1/3, p. 173-195, jan./mar. 2000.
SILVA, Othon Luiz Pinheiro da. Os Interesses e a Participação da Marinha no Desenvolvimento Nuclear Brasileiro.
In: CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO, 1., 1989, Rio de Janeiro.
Revista Marítima Brasileira. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação Geral da Marinha, v. 109, n. 7/9, jul./set. 1989.
p. 13-26.
Submarinos Nucleares: Sonho ou Solução. Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, v. 123, n. 4/6, p. 115-120,
abr./jun. 2003.