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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

ENGENHARIA ELÉTRICA

ENERGIA NUCLEAR:
UMA BREVE SÍNTESE

Filipe dos Santos Barreto da Silva - 20121101712


Vinicius Gonçalves de Oliveira - 20121101677
Saulo Coelho Melo - 20121102235
José Fernando da S. G. Junior - 20121104083
João Paulo Medeiros da Silva- 20121101571

Rio de Janeiro
2015
ENERGIA NUCLEAR:
UMA BREVE SÍNTESE

Trabalho apresentado como


parte dos requisitos para
obtenção da nota de A2

PROFESSORA: Rita de Cássia Azevedo de Figueiredo

Rio de janeiro
2015

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³ACREDITE QUE VOCÊ PODE,
ASSIM VOCÊ JÁ ESTÁ NO MEIO
DO CAMINH2´

Theodore Roosevelt

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 5
2 CONCEITO ........................................................................................................................... 6
3 FISSÃO NUCLEAR .............................................................................................................. 6
4 PROCESSO DE PRODUÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA .................................................... 7
5 ENERGIA NUCLEAR............................................................................................................ 8
5.1 NO BRASIL ......................................................................................................................... 8
5.2 NO MUNDO ...................................................................................................................... 12

6 CUSTO DA GERAÇÃO NUCLEOELETRICA .................................................................... 13


7 COMBUSTÍVEL NUCLEAR ................................................................................................ 15
7.1 CUSTOS DO CICLO DO COMBUSTÍVEL................................................................................... 16
7.2 RESERVAS DE COMBUSTÍVEL NO EXTERIOR E NO BRASIL ...................................................... 17
8 PROBLEMAS AMBIENTAIS E DE LICENCIAMENTO ...................................................... 18
8.1 PROBLEMAS AMBIENTAIS ................................................................................................... 18
8.2 LICENCIAMENTO ............................................................................................................... 19
9 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 20
10 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 21

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1 - INTRODUÇÃO

Na Idade Contemporânea, o uso do combustível fóssil, primeiramente o carvão e


posteriormente o petróleo, permitiu à Humanidade utilizar maciçamente a energia. Tal
uso, no entanto, gerou compromissos com a Natureza, seja no sentido da escassez das
fontes, seja no sentido da agressão ao meio ambiente, a preocupação mundial em buscar
novas fontes de energia além daquela gerada a partir das térmicas convencionais que
utilizam petróleo e o carvão, incrementam pesquisas e projetos em diversos segmentos.
Uma delas foi a energia nuclear

Considerada por muitos como alternativa as geradoras tradicionais, a energia


nuclear, chamada também de energia atômica ou termonuclear, é a energia que fica
dentro do núcleo do átomo, que pode acontecer pela ruptura ou pela fissão do átomo.

Usinas Nucleares não ocupam grandes áreas e independente de condições


ambientais/climáticas (não depende do sol, como usinas solares, ou da vazão de um rio,
no caso das hidroelétricas) é uma energia limpa durante sua produção e é considerada
pela IAEA (International Atomic Energy Agency) uma das fontes que menos produzem
efeitos estufas

Figura 1 ± Emissão de gases causadores do efeito estufa devido à geração de eletricidade

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2 ± CONCEITO
Um núcleo de um átomo qualquer é constituído basicamente por prótons e nêutrons
ligados, sendo que, por apresentarem a mesma carga (positiva) os prótons tendem a se
repelir, uma vez que os nêutrons não possuem carga, para mantê-los ligados então é
necessária a existência de alguma força que contrabalance esta repulsão, a esta força
que mantém prótons e nêutrons juntos no núcleo é a que chamamos de energia nuclear.

Alguns isótopos de certos elementos apresentam a capacidade de através de


reações nucleares, emitirem energia durante o processo. Baseia-se no princípio que nas
reações nucleares ocorre uma transformação de massa em energia. A reação nuclear é a
modificação da composição do núcleo atômico de um elemento podendo transformar-se
em outros elementos. Esse processo ocorre espontaneamente em alguns elementos; em
outros se deve provocar a reação mediante técnicas de bombardeamento de nêutrons ou
outras.
Existem duas formas de aproveitar a energia nuclear para convertê-la em calor:
A fissão nuclear, e a fusão nuclear, na qual ao menos dois núcleos atômicos se unem
para produzir um novo núcleo. Para esse trabalho nos concentraremos na fissão nuclear
que é a mais usada nas usinas nucleares.

3 ± FISSÃO NUCLEAR

Somente se produz fissão nuclear em certos núcleos de numero atômico e mássico


elevado, sendo um fator que contribui de modo importante o alto valor de Z (numero
atômico), exemplo disso são isótopos do urânio e do plutônio (U-233, U-235 e Pu-239),
No processo de fissão, o núcleo composto excitado, que se forma após a absorção de
um nêutron, se divide em dois núcleos mais rápidos, denominados fragmentos de fissão.

Figura 1 ± Uma típica fissão nuclear

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Do ponto de vista da utilização da energia nuclear, a importância do processo
de fissão se direciona em dois caminhos. O primeiro é que nesse processo se libera
uma,grande quantidade de energia por unidade de massa de combustível nuclear, e
segundo é que a reação de fissão, iniciada por nêutrons, origina a liberação de mais
nêutrons. Esta combinação é, justamente, o que faz possível o projeto de um reator
nuclear, onde se estabelece a reação em cadeia, auto-sustentado, com produção
contínua de energia.

4 ± PROCESSO DE PRODUÇÃO ELÉTRICA EM UMA TERMONUCLEAR

Nas usinas termonucleares a energia liberada pelo processo de fissão, lentamente


aquece a água existente no interior dos reatores a fim de produzir o vapor que movimenta
as turbinas, as usinas termonucleares são dotadas de uma estrutura chamada de vaso
de pressão, que contém a água de refrigeração do núcleo do reator (onde fica o
combustível nuclear). Essa água, altamente radioativa, circula quente por um gerador de
vapor, em circuito fechado, chamado de circuito primário. Esse circuito primário aquece
uma outra corrente de água que passa pelo gerador (circuito secundário) e se transforma
em vapor, acionando a turbina para a geração de energia elétrica. Os dois circuitos não
têm comunicação entre si.

Figura 4 - Perfil esquemático de uma usina


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5 - ENERGIA NUCLEAR

5.1 ± NO MUNDO

Em 2006, a energia nuclear ocupou o penúltimo lugar entre as principais formas


para produção de energia elétrica do mundo, segundo a International Energy Agency
(IEA). Como mostra o figura 5.1.1 abaixo, foi superada por hidroeletricidade, gás natural e
carvão e superou apenas o petróleo.

Figura 5.1.1- Geração de energia elétrica por tipo de combustível (2006).

Ainda assim, as usinas nucleares têm participação importante na matriz da energia


elétrica. De acordo com as últimas estatísticas da IEA, em 2006 responderam por 14,8%
da produção total, conforme destacado na Tabela 5.1.2 a seguir.

Figura 5.1.2 ± Matriz de energia elétrica mundial (2006)


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O ano de 2014 marcou o 60° aniversário do uso da geração nucleoelétrica,
quando a eletricidade produzida foi, pela primeira vez, entregue a uma rede elétrica, em
Obninsk/Rússia. Conforme indicado na Tabela 5.1.6, atualmente 442 reatores estão em
operação, representando uma potência instalada de 370 GWe, que gera 2,6 TWeh de
energia, enquanto várias usinas estão em construção que significarão 28 novos reatores,
com potência total de 22,51 GWe.

Essas plantas, existentes e previstas, podem ser agrupadas pelos mercados de


economias maduras, em transição e emergentes.

Será adotada a seguinte nomenclatura para caracterizar a situação da cada usina:

x Em operação: quando conectada à rede de energia elétrica.


x Em construção: quando concretada a base do reator.
x Planejada: quando houver aprovação e recursos para início da construção ou
quando estiver na situação de construção adiantada, porém suspensa.
x Proposta: quando houver clara intenção de implantação da usina, porém ainda sem
recursos ou aprovação.

Figura 5.1.3 ± Geração nucleoelétrica ± Mercado de economias maduras

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Figura 5.1.4 ± Geração nucleoelétrica, Mercado de economias em transição

Figura 5.1.5 - Geração nucleoelétrica ± Mercado de economias emergentes

Figura 5.1.6 ± Geração nucleoelétrica ± Mercados consolidados

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As tabelas 5.1.3, 5.1.4, 5.1.5 e 5.1.6 listam a geração nucleoelétrica dos mercados
de economias maduras, em transição, emergentes e consolidados, respectivamente
(World Nuclear Association).

Conceitua-VH³JHUDomROtTXLGD´RUHVXOWDGRGDVXEWUDomRHQWUHDJHUDomRGHHQHUJLD
e a energia consumida nessa mesma geração. Na Tabela 5.1.7, verifica-se que a
geração líquida nucleoelétrica projetada entre 2003 e 2030 cresce apenas 1,0%.

Figura 5.1.7 ± Geração líquida de energia termonuclear

Do mesmo estudo, conforme Tabela 5.1.8, constata-se que a geração líquida de


energia elétrica, proveniente de todas as fontes, no mundo está projetada para crescer
2,8% entre 2003 e 2030.

Figura 5.1.8 ± Geração líquida mundial de eletricidade

Estabelecendo a proporção entre cada mercado / ano da geração nucleoelétrica e


da geração de eletricidade no mundo, constata-se que o IEO2006 tem uma visão
pessimista sobre o uso da energia nuclear para a geração de eletricidade. Com exceção
dos países pertencentes ao Mercado de Economias Emergentes que apresenta pequeno
crescimento, indicado na Figura 5.1.9, aumentando a sua participação na geração de
energia elétrica no mundo de 2,8% em 2003 para 3,7% em 2030, todos os demais
mercados decresce as suas participações. No mundo a participação da geração
nucleoelétrica na geração de energia decai de 16,9% em 2003, para 10,5% em 2030.

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Figura 5.1.9 ± Participação da geração núcleo-elétrica na geração de energia elétrica

5.2 ± NO BRASIL

Em 1970, o governo brasileiro decidiu por uma planta nuclear inicial. O contrato
para esta primeira usina, para entrega da instalação pronta para operar, foi realizado com
a Westinghouse. A construção foi iniciada em 1971 no Rio de janeiro, município de Angra
dos Reis.

Em 1975, o governo brasileiro adotou a política de tornar-se auto-suficiente na


tecnologia nuclear, tendo assinado acordo com a então Alemanha Ocidental para o
fornecimento de oito unidades de 1.300 MWe, num período de quinze anos. As duas
primeiras unidades deveriam ser construídas imediatamente com equipamentos Siemens
± kwu. O objetivo era obter índice de nacionalização de 90%. Para efetuar as operações
foi criada a Empresas Nucleares Brasileiras ± NUCLEBRÁS, com subsidiárias focadas
em aspectos de engenharia e do ciclo do combustível nuclear. Em função de problemas
econômicos a construção sofreu atrasos, o que obrigou a reorganização do programa
nuclear em fins de 1980. Em 1988, a NUCLEBRÁS foi substituída pela então recém
criada Indústrias Nucleares Brasileira ± INB, subsidiária da Comissão Nacional de
Energia Nuclear ± CNEN, com responsabilidade sobre todo o ciclo do combustível
nuclear, compreendendo a exploração do urânio, desde a mineração e o beneficiamento
primário até a produção e montagem dos elementos combustíveis que acionam os
reatores de usinas nucleares.

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A responsabilidade da construção de Angra 2 e 3 foi transferida para FURNAS,
subsidiária da ELETROBRÁS. A construção de Angra 2 recomeçou em 1995. Em 1997,
uma nova empresa foi criada ± a ELETRONUCLEAR ± como subsidiária da
ELETROBRÁS, com a responsabilidade de toda a construção e operação das usinas
nucleares.

A NUCLEP, subsidiária do período da NUCLEBRÁS, continuou com a


responsabilidade da fabricação de equipamento pesado, tornando-se subsidiária da
CNEN.O Brasil possui atualmente dois reatores nucleares, que geraram no ano de 2005
o montante de 2,2% da eletricidade total produzida, equivalente a 9,9 TWh.

As usinas térmicas a gás natural consumiram 11,5 milhões de m³ por dia para gerar
13.050 GWh, em 2005 Angra 1 e 2, geraram 9.850 GWh em 2005, equivalentes a 8,65
milhões de m3 por dia de gás natural

6 - CUSTOS DA GERAÇÃO NUCLEOELÉTRICA

Em plantas nucleares qualquer custo inclui normalmente o manejo do combustível,


o descomissionamento e a disposição final dos resíduos. Estes custos, geralmente
externos para outras tecnologias, são internos na geração nucleoelétrica.

No entanto, ao ser analisado o custo da geração nucleoelétrica verifica-se que ele é


competitivo quando consideradas as externalidades. As externalidades, ou custos
externos, são definidos como os que realmente incorrem com relação à saúde e ao meio
ambiente, mas que não são quantificados nos custos da eletricidade.

A Comissão Europeia lançou um projeto em 1991, em colaboração com


Departamento de Energia dos Estados Unidos, sendo o primeiro projeto de pesquisa com
a finalidade de avaliar os danos resultantes das diferentes formas de produção de
eletricidade na União Européia (The Economicsof Nuclear Power, Nov. 2006, World
Nuclear Association). A metodologia considerou as emissões, a dispersão e o impacto
final. Para a energia nuclear o risco de acidentes foi avaliado com estimativas elevadas
de impacto radiológico proveniente da produção das minas. A energia nuclear teve o
custo avaliado em 0,4 centavos de euros por quilowatt-hora, o mesmo que a hidrelétrica.
O carvão foi superior a 4,0 centavos (4,1 a 7,3), o gás natural ficou na faixa de 1,3 a 2,3
centavos, e apenas a eólica mostrou-se abaixo da nuclear com média de 0,1 a 0,2
centavos de euros por quilowatt-hora.

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Outro estudo foi desenvolvido pela Agência Internacional de Energia com a
finalidade de avaliar quais fatores afetam as características econômicas da geração de
eletricidade usando tecnologias diversas. O trabalho foi desenvolvido dentro das
seguintes condições:

a) Universo de estudo
x 27 usinas termelétricas a carvão.
x 23 usinas termelétricas a gás natural.
x 13 usinas nucleoelétricas.
x 19 usinas eólicas.
x 06 usinas solar-voltáicas.
x 24 usinas em ciclo combinado (calor/eletricidade), utilizando vários energéticos.
x 10 usinas utilizando outros combustíveis ou tecnologias.

b) Condições
x Usinas em construção ou planejadas com comissionamento entre 2010 e 2015.
x Vida útil econômica: 40 anos.
x Taxas de investimento: 5% e 10%
x Não inclui custos associados com emissões, inclusive gases de efeito estufa.

Figura 6.1± Avaliação de custos na geração de energia elétrica


Com base nas observações dos valores apontados na Tabela 6.8, pode-se concluir
que a geração nucleoelétrica tem no investimento seu mais alto custo, e mesmo incluindo

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o descomissionamento, apresenta baixos custos de operação e manutenção, além de
sofrer pequena influência do preço do combustível nuclear.

7- O COMBUSTÍVEL NUCLEAR

A produção de combustível nuclear, sua utilização no reator e a recuperação de


materiais físseis e férteis, constituem o ciclo do combustível. A tabela 7 mostra muito bem
esse processo

O urânio extraído não chega à usina em estado puro. Pelo contrário: passa por um
processo bastante complexo de processamento que, em resumo, pode ser dividido em
três etapas principais. A primeira delas é a mineração e beneficiamento, na qual o
minério é extraído da natureza e enviado a uma unidade de beneficiamento, onde é
purificado e concentrado, dando origem a uma espécie de sal de cor amarela, conhecido
como yellowcakee cuja fórmula química é U3O8.

A segunda etapa é a conversão. Nela, o yellowcakeé dissolvido, purificado e


convertido para o estado gasoso (gás UF6). A terceira fase, de enriquecimento,
caracteriza-se pelo aumento da concentração de átomos de urânio 235, dos naturais
0,7% para algo como 4%. O urânio 235 é o combustível das usinas nucleares. Para obter
um quilo de produto são necessários cerca de oito quilos de yellowcake.

O processo completo de utilização do urânio abrange, ainda, a destinação do


material utilizado. Há dois ciclos básicos: um aberto e um fechado. O primeiro envolve a
deposição final do combustível utilizado. No segundo, o urânio residual e o plutônio
produzido voltam a ser utilizados na geração de energia, como óxido misto (MOx).

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Figura 7 ± O ciclo do combustível nuclear

7.1 ± CUSTOS DO CICLO DE COMBUSTIVEL

No caso da geração nucleoelétrica o custo do combustível incide sobre o custo final


de geração em cerca de 20-25%. Considerando-se as condições atuais de mercado para
os diferentes serviços e materiais do ciclo do combustível, um fator de capacidade de
70% da usina nuclear, o custo do combustível, incluindo a primeira carga, varia de US$ 4
a 12/MWh para um ciclo fechado e de US$ 3,5 a 11/MWh para um ciclo aberto com
previsão para estocagem definitiva do combustível irradiado. No caso brasileiro a INB
está fornecendo combustível a ELETRONUCLEAR que leva a um custo do ciclo de cerca
de US$ 8,5/MWh, ciclo aberto, indicando que seus custos estão dentro da gama dos
custos internacionais.

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7.2 ± RESERVAS DE COMBUSTIVEL NO EXTERIOR E NO BRASIL

Encontram-se vestígios de urânio em quase todas as rochas sedimentares da


crosta terrestre, embora este não seja muito abundante em depósitos concentrados. O
minério de urânio mais comum e importante é a uraninita, composta por uma mistura de
UO2 com U3O8. O maior depósito do mundo de uraninita situa-se nas minas de
Leopoldville no Congo, na África. Outros minerais que contêm urânio são a euxenita, a
carnotita, a branerita, a torbernite e a coffinita. Os principais depósitos destes minérios
situam-se nos EUA, Canadá, Rússia e França.

Figuras 7.2 - Principais reservas de urânio no mundo

Embora exista urânio sobre toda a crosta terrestre, as reservas economicamente


exploráveis são aquelas com custo de exploração inferior a US$ 130,00/kg. Segundo
esse critério, temos a seguinte distribuição

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Figura 7.2.1 ± Reservas mundiais de urânio

O Brasil, segundo dados oficiais (INB - Indústrias Nucleares do Brasil S.A.), ocupa a
sexta posição no ranking mundial de reservas de urânio (por volta de 309.000t de U2O8).
Segundo esta empresa, apenas 25% do território nacional foi objeto de prospecção, e as
duas principais delas são a de Caetité (mina Lagoa Real), e Santa Quitéria (Ceará).

8 ± PROBLEMAS AMBIENTAIS E DE LICENCIAMENTO

8.1 ± PROBLEMAS AMBIENTAIS

Das formas de produção de eletricidade, a usina nuclear é uma das menos


agressivas ao meio ambiente. Ainda assim, a possibilidade de a unidade provocar grande
impacto socioambiental é um dos aspectos mais controversos de sua construção e
operação. Isto se dá porque o lixo atômico é produzido em todos os estágios do ciclo do
combustível nuclear, os resíduos de mineração, os resíduos da preparação dessas
substâncias químicas radioativas o encanamento por onde elas passaram as vestimentas
moderadamente impregnadas de radioatividade usadas pelos trabalhadores, as sobras
de materiais radioativos que não mais serão utilizados. Tudo isso é motivo de intenso
debate, a destinação do lixo atômico ainda é um grande problema.

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Rejeitos usualmente resultantes de reações nucleares de fissão podem emitir
radiações nocivas por centenas de anos. Estes dejetos são classificados de baixa, média
e alta atividade. Para os dois primeiros, há o processamento e armazenagem. Segundo o
Plano Nacional de Energia 2030, no Brasil os dejetos de alta atividade ficam,
temporariamente, estocados em piscinas de resfriamento cheias de água. Depois, parte
deles é misturada a outros materiais e solidificada, resultando em barras de vidro,
também classificadas como de alta radioatividade

Outro grande problema ambiental também pode ocorrer em casos de acidentes


como nos casos das tragédias de Three Mile Island, nos EUA, Chernobyl, na Ucrânia
(então parte da antiga União Soviética) e mais recentemente o ocorrido na usina
de Fukushima, cidade japonesa, em casos de acidentes assim há a contaminação da
água do solo e do ar também, a radioatividade e altamente prejudicial a fauna e a flora. A
área contaminada por radioatividade pode ficar isolada por milhares de anos

8.2 ± LICENCIAMENTO

O objetivo do Licenciamento é garantir que a localização, construção e operação da


usina nuclear não acarretarão riscos para os trabalhadores, a população e o meio
ambiente

A viabilidade econômica em relação às outras fontes de energia, a questão do


armazenamento dos rejeitos (ou lixos) nucleares, a emissão de gases estufa e a
onerosidade são alguns exemplos de temas que possibilitam uma variedade de
interpretações e, por via de conseqüência, dificultam a elaboração de um conjunto de
regras concernentes à energia nuclear. Desse modo, o que se tem é uma
regulamentação escassa e deficiente.

No Brasil há varias instituições envolvidas no processo de licenciamento como


pode-se ver na figura 8.2.1

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Figura 8.2.1 - instituições envolvidas no processo de licenciamento

Em resumo, a dificuldade dos legisladores em aglutinar os campos de incidência da


legislação ambiental, da legislação de proteção à saúde pública e da legislação nuclear
constituem fator responsável pela imprecisão da produção normativa brasileira e um
atraso no processo de licenciamento de uma usina nuclear. Isso se deve pela prevalência
do interesse econômico-comercial da energia nuclear em detrimento dos demais setores
(meio ambiente e saúde pública).

9 ± CONCLUSÃO

A energia nuclear representa uma opção, capaz de atender à demanda energética


do mundo moderno, ela soluciona os principais problemas de usinas consideradas
convencionais, a emissão de gases e o conseqüente agravamento do efeito estufa mas
ainda assim é uma forma tecnicamente complexa de se obter energia elétrica, e traz com
ela outros problemas que podem ser ainda pior, se não fiscalizadas corretamente, que as
usinas de energia convencionais.

A energia nuclear é um grande recurso e deve ser investida e melhor aproveitada, é


obvio que o risco existe, assim como existe em qualquer outra forma de produção de
energia, cabe aos indivíduos gerenciadores desta atividade adotar políticas serias de
controle e fiscalização e normas rígidas possibilitando o ser humano usufruir dessa
energia com total segurança.

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10- BIBLIOGRAFIA

http://www.eletronuclear.gov.br/

CARDOSO, Eliezer de Moura Cardoso, et al. Energia Nuclear. Apostila


educativa do CNEN. http://www.cnem.gov.br/ensino/apostilas/energia.pdf

MURRAY, Raymond. Energia Nuclear. São Paulo: Hemus, 2004.

Uranium Information Centre Ltd. World Nuclear Power Reactors 2006-


.Disponível em< http://www.uic.com.au/reactors.htm>.

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ± disponível em www.


aneel.gov.br

BP Global ± disponível em www.bp.com

Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ± disponível em www.epe.


gov.br

Indústrias Nucleares do Brasil (INB) ± disponível em www.inb.com.br

International Energy Agency (IEA) ± disponível em www.iea.org

World Energy Council (WEC)± disponível em www.worldenergy.org

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