Você está na página 1de 30

Combustíveis Nucleares, Reatores

de Pesquisa e Usinas PWR e BWR

Disciplina: Introdução a Energia Nuclear


Discentes:
Heitor Plazas;
Leonardo Alves;
João Leme;
Combustiveis nucleares

O que é?
É o combustível que gera energia nas usinas nucleares. É uma estrutura metálica, chamada de
elemento combustível, com até 5 metros de altura, formada por um conjunto de tubos, chamadas varetas,
dentro das quais são colocadas pastilhas de urânio enriquecido entre 2 e 5%

Diferentemente de outros materiais utilizados como combustíveis, o combustível nuclear possui


como base a fissão (quebra) ou fusão (união) dos núcleos dos átomos de seu material
constitutivo, e não a queima.
Fissão nuclear: acontece quando núcleos de átomos instáveis se desintegram, dando
origem a novos núcleos

Fusão nuclear: diferentemente do processo de fissão, a fusão nuclear é caracterizada pela


junção de um ou mais núcleos atômicos pequenos e estáveis.
fissão fusão
Quais são os combustíveis nucleares?
Os elementos mais comuns utilizados como combustível nuclear são o Urânio 235 e o Plutônio
238

urânio 235 plutônio 238


Vantagens
Utilização de fonte presente em abundância na natureza;
Baixos custos de operação das usinas nucleares;
Não emissão de gases poluentes na atmosfera;
Pequena demanda por áreas para a sua instalação, além de poder ser feita
afastada das cidades;
Produção de pequena quantidade de rejeitos;
Alta produtividade e capacidade de operar de forma contínua, isto é, sem
interrupções"
Desvantagens
Embora abundantes, os elementos usados como combustível são finitos. Assim, a energia nuclear é uma
fonte não renovável de geração de eletricidade;

Elevados custos de instalação, muitas vezes repassados ao consumidor final;

Aquecimento das águas dos reservatórios naturais, como mar e rios, em função do despejo da água
utilizada no processo de geração de energia nas usinas;

Riscos ambientais e para a saúde humana em decorrência do descarte irregular do lixo atômico;

Riscos de acidentes nucleares


Exercício 1
Resposta
Letra d). Apenas as alternativas 2, 4 e 5 estão corretas, pois:
1. Falsa: U-238 e U-235 são dois isótopos do Urânio, ou seja, apresentam o mesmo número atômico
(mesmo número de prótons) e diferentes números de massa.
2. Verdadeira: O fenômeno da fissão nuclear depende da presença de nêutrons livres no meio reacional.
3. Falsa: O número atômico e o número de massa do criptônio formado são 36 e 93, respectivamente.
Eles são calculados de forma isolada da seguinte forma:
· Para o número atômico:
Soma dos números atômicos dos reagentes é igual à soma dos números atômicos dos produtos:
92 + 0 = 56 + x + 3.O
92 = 56 + x
x = 92 – 56
x = 36
· Para o número de massa:

Soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos.

OBS.: Caso tenhamos coeficiente na frente do participante, devemos multiplicar o coeficiente pela massa,
como no caso do nêutron (n) no produto, que apresenta coeficiente 3 e massa 1.

235 + 1 = 140 + y + 3.(1)

236 = 140 + y + 3

236 – 140 – 3 = y

y = 93

4. Verdadeiro: É uma equação de fissão por ter um átomo sendo bombardeado por nêutron, resultando em
novos núcleos e mais nêutrons.

5. Verdadeiro: O elemento Urânio apresenta uma meia-vida de 4,5 bilhões de anos


exercicio 2
Resposta
Letra e). A equação que representa um processo de fissão deve apresentar, no reagente, o nêutron
bombardeando um átomo e, no produto, pelo menos dois átomos diferentes ao lado dos nêutrons.

As outras alternativas estão incorretas porque:


a- Representa uma reação de transmutação artificial, em que o núcleo de um átomo é bombardeado por
uma partícula qualquer, formando um novo elemento ao lado de outro elemento ou partícula.
b- Representa uma reação de fusão nuclear por apresentar dois átomos de Hidrogênio no reagente.
c- Reação de transmutação (transformação em um novo elemento químico) natural de um elemento ao
emitir radiação beta.
d- Reação de transmutação natural de um elemento ao emitir radiação alfa
Usina Nuclear PWR

● PWR - Reator de água pressurizada (pressurized water reactor).


● Esse tipo de reator está presente em 299 das 442 usinas em operação no mundo
(Agência Internacional de Energia Atómica, 2020).

● Existem diversos modelos de PWRs, variando desde pequenos reatores,


utilizados na propulsão de submarinos, até reatores de grande porte, utilizados
majoritariamente para geração de energia elétrica.
● Os reatores de água pressurizada usam óxido de urânio enriquecido como
combustível nuclear.
● A potência elétrica para esse tipo de reator pode mudar de acordo com demanda e seu
tamanho, variando de 50 a 1720 MW
Usina Nuclear PWR

O reator de água pressurizada (PWR) funciona em 3 etapas:

Circuito Primário: O núcleo do reator dentro do vaso do reator gera calor por meio
de reações de fissão.

Com a fissão controlada no interior do vaso, a água é aquecida a mais 300o


Celsius, sem se transformar em vapor, já que ela se encontra em um pressurizador,
onde a pressão pode ser 157 vezes maior que a atmosférica. Após o aquecimento da
água ela é bombeada para os geradores de vapor.
Usina Nuclear PWR
Circuito Secundário: A água do circuito secundário entra em contato com as
tubulações do circuito primário, aquecendo-se ao ponto de virar vapor. A expansão do
vapor aciona as pás de uma turbina acoplada a um gerador para produzir energia
elétrica.
Circuito Terciário (refrigeração): Esse vapor é levado ao condensador, onde volta
ao estado líquido, sendo reutilizado no gerador de vapor novamente. A água utilizada
no condensador para refrigeração no circuito, volta ao mar após diminuir sua
temperatura.
Usina Nuclear PWR
A imagem abaixo mostra os circuitos citados:
Usina Nuclear BWR
● BWR - Reator de água fervente;

● É o segundo tipo de reator mais utilizado em usinas nucleares no mundo,


aproximadamente 22% dos reatores nucleares instalados nas diferentes usinas
nucleares utilizam o reator BWR.

● O BWR é um reator de potência, ou seja, é projetado para a geração de energia


elétrica. A característica mais importante do Reator (BWR) é que ele usa água leve
como moderador de nêutrons e como refrigerante central. Ao contrário do reator de
água pressurizada (PWR), não possui gerador de vapor.

● O reator BWR opera com um único circuito de água no núcleo. Como não tem que
resistir a tais altas pressões, este tipo de reator não precisa de um invólucro tão
robusto.
Usina Nuclear BWR

No reator BWR, a água utilizada é água leve (água da torneira). Este tipo de
reator nuclear usa um único circuito de resfriamento. A água leve circula pelo núcleo
onde capta o calor das reações nucleares, ferve, produzindo vapor.

O vapor gerado no núcleo do reator sai pela parte superior. Nesse ponto, os
secadores a vapor e os separadores de água tratam o vapor que sai do reator. Em
seguida, vai direto para as turbinas.

As turbinas ficarão encarregadas de movimentar o gerador elétrico e gerar


eletricidade.
Usina Nuclear BWR

Por fim, o vapor passa por um condensador para se transformar novamente em


água líquida e reiniciar o ciclo.

As turbinas ficarão encarregadas de movimentar o gerador elétrico e gerar


eletricidade. Por fim, o vapor passa por um condensador para se transformar
novamente em água líquida e reiniciar o ciclo.

A potência do reator é regulada pela inserção ou remoção das hastes de controle


do núcleo, onde ocorrem as reações em cadeia nuclear.
Usina Nuclear BWR
A imagem seguir demonstra o funcionamento de uma usina com reator BWR:
Usina Nuclear BWR
Algumas vantagens desse reator são:

● O combustível nuclear usado pelo reator nuclear são óxidos de urânio


enriquecidos entre 2% e 4%.
● O reator de água fervente não usa geradores de vapor ou compensadores de
pressão.
● O primeiro circuito do reator opera a uma pressão de 70 atmosferas contra 160
atmosferas utilizadas pelos reatores PWR (reator de água pressurizada).
● Requer temperaturas operacionais mais baixas, mesmo em barras de
combustível.
:
Usina Nuclear BWR
Algumas desvantagens desse reator são:

● Impossibilidade de recarregar o combustível nuclear sem parar o reator nuclear.


● Gerenciamento mais complicado.
● As hastes de controle devem ser inseridas por baixo. Em caso de perda de
energia, eles não poderiam cair no reator por gravidade e o reator não parava.
● Necessidade de um maior número de sensores de feedback.
● Você precisa de um vaso de reator de cerca de 2 vezes mais em volume do que
um PWR de potência comparável.
● Embora seja projetado para pressões mais baixas, é mais difícil de fabricar e
transportar.
Reatores Nucleares de Pesquisa e para Produção de
Energia Elétrica
Os reatores nucleares podem ser classificados de acordo com os seguintes critérios:
A. Energia cinética dos nêutrons em que ocorre a maior parte das fissões;
B. Material físsil presente em meio ao combustível nuclear;
C. Configuração do conjunto combustível nuclear + moderador;
D. Tipo de moderador;
E. Tipo de refrigerante;
F. Finalidade a que se destinam.
Dentre todos esses critérios, o principal é aquele referente à finalidade a que se
destinam os reatores nucleares. Adotando-se este critério de classificação, os reatores
nucleares podem ser agrupados em dois tipos principais: os reatores nucleares de
pesquisa e os reatores nucleares de potência.
A principal diferença entre os reatores

● Os reatores nucleares de potência são projetados com a


finalidade de gerar energia elétrica;

● Os reatores nucleares de pesquisa servem como fontes de


nêutrons e raios-gama para propósitos diversos
Reatores Nucleares de Pesquisa

Os reatores nucleares de pesquisa servem como fontes de


nêutrons e raios-gama para propósitos experimentais diversos. A
potência térmica desse tipo de reator nuclear geralmente perfaz entre
10 kW e alguns poucos MW. Quando utilizados para a produção de
radioisótopos, a potência térmica desses reatores nucleares pode
atingir até 30 MW.
Reatores Nucleares de Pesquisa

A denominação dada aos reatores nucleares de pesquisa varia de


acordo com o propósito a que se destina o fluxo de nêutrons deles
proveniente. Os reatores nucleares para teste de materiais fornecem
um fluxo alto de nêutrons rápidos, permitindo estudar o
comportamento sob irradiação apresentado por materiais utilizados
em reatores nucleares.
Reatores Nucleares de Pesquisa

Os reatores nucleares para produção de radioisótopos destinam-se à


produção de isótopos radioativos utilizados em atividades industriais,
medicinais e agrícolas.
Os reatores nucleares denominados conjuntos críticos ou unidades
críticas são utilizados principalmente para estudar as propriedades
neutrônicas de um arranjo físsil a baixa potência (P < 1 kW). Os reatores
nucleares protótipo são reatores nucleares de potência baixa que servem
como protótipo para reatores nucleares de potência elevada.
Classificação dos reatores nucleares de pesquisa
Os principais reatores nucleares de pesquisa desenvolvidos no mundo podem ser classificados
segundo as características de projeto que apresentam, permitindo distinguir os seguintes tipos:

● homogêneo líquido;
● tanque,
● piscina,
● conjunto crítico seco,
● conjunto crítico tipo tanque,
● conjunto crítico homogêneo,
● Argonauta,
● Triga,
● grafite,
● água pesada,
● alto fluxo neutrônico.
Curiosidade

O primeiro reator nuclear de pesquisa brasileiro, denominado IEA-R1, foi


instalado no antigo Instituto de Energia Atômica (IEA), hoje Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP), situado no Município de São Paulo. Esse
reator foi projetado e construído pela empresa estadunidense Babcock & Wilcox Co.,
de acordo com as especificações fornecidas pela Comissão de Energia Atômica dos
EUA. A criticalidade inicial, a primeira do hemisfério sul, foi atingida no dia 16 de
Setembro de 1957. Esse reator nuclear é do tipo piscina e, na época da inauguração,
era previsto que o mesmo viesse a operar na potência de 5 MW. Entretanto, até
Setembro de 1997, o reator nuclear IEA-R1 operou quase sempre apenas a 2 MW,
quando foram concluídas diversas reformas que o capacitaram para efetivamente
operar a 5 MW.
Fontes

● http://www.fem.unicamp.br/
● Livro Halliday & Resnick – Fundamentos de Física – Óptica e Física Moderna
● http://portal.if.usp.br/ifusp/pt-br
● https://www.radiation-dosimetry.org/pt-br/dosimetria-de-radiacao-menu-prin
cipal/
● https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5324058/mod_resource/content/2/
rpesquisa.pdf
Link da Apresentação

https://drive.google.com/file/d/1c6FDzAYkEHKy9whoo4NX-Hb4_5EBE-ng/view?u
sp=sharing

Você também pode gostar