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1. Introdução
Essa apostila tem como objetivo apresentar a terminologia que é aplicada nas
instalações marítimas de exploração, produção, armazenamento e escoamento
(provisórias ou definitivas), focando principalmente naqueles termos que fazem parte da
rotina de trabalho de um inspetor subaquático. Esse glossário de termos técnicos é uma
adaptação da Norma 1812 – Estruturas Oceânicas, da Petrobras.
Plataforma fixa de aço (Fixed steel platform ou piled steel platform): é uma
plataforma montada sobre uma estrutura metálica, chamada de jaqueta, que se estende
desde o leito marinho até uns 15 metros acima do nível do mar, e sobre a qual são
instalados os conveses e/ou módulos, que vão compor a parte emersa da unidade
marítima. A jaqueta é apoiada no leito marinho e fixada por intermédio de estacas. Pode
operar em lâminas d’água de até 300 metros.
Plataforma semissubmersível
Navio sísmico
Plataforma autoelevável
Dutos submarinos
TERMINOLOGIA
Amarra
Amarra com malhete (Studlink mooring chain): amarra dotada de malhete para
evitar que os seus elos se superponham quando do manuseio e estocagem.
Atracadouro (Boat landing): pequeno cais fixado à jaqueta das plataformas para a
atracação de embarcações.
Âncora (Anchor): equipamento que se prende no leito marinho para fixar uma unidade
flutuante através da linha de ancoragem.
Anel enrijecedor (Ring stiffener): anéis estruturais que envolvem membros tubulares,
para enrijecimento ou reforço.
Anel enrijecedor
Balsa de lançamento (Lauching barge): balsa de fundo chato e convés plano, com
vigas de deslizamento para transporte da jaqueta. É equipada com gangorras, na
extremidade de lançamento.
Berço de âncoras
Boca de sino (Bell mouth): peça em forma de tronco de cone colocada na parte inferior
de tubos I, para facilitar a entrada das linhas flexíveis e travar o conjunto
capacete/enrijecedor (quando aplicável). Recebe os esforços gerados pelo enrijecedor
transmitindo-os à estrutura da plataforma.
Caixão (Caisson): tipo de fundação onde seu apoio é feito numa base alargada ou ao
tubo coletor de óleo (sump) ou ainda ao tubo protetor da coluna de sucção de bombas.
Cabeço (Bitt): coluna montada a bordo, geralmente junto à borda da embarcação, que
serve para segurar os cabos de amarração. Em terra, no píer, os cabeços normalmente
são instalados isoladamente e servem para receber as mãos dos cabos de amarração da
embarcação.
Célula (Cell): cada um dos compartimentos que formam a base das plataformas de
concreto. As células podem ser usadas para armazenar petróleo temporariamente ou
para conter lastro.
Manifold
Coferdam (Cofferdam): Espaço vazio limitado por duas anteparas transversais e que
tem por finalidade servir de isolamento entre tanques.
Plem
Cabeça de tração (Pull-in head): flange cego com bujão e olhal, usado no içamento da
extremidade de uma linha flexível.
Fixação da cabeça de tração no conector de uma linha flexível (operação de “Pull out”)
Cabo mensageiro (Messenger line): cabo leve e de fácil manuseio, usado para levar a
extremidade de um cabo mais pesado para outro ponto.
Anodo galvânico
Válvula da tubulação
Anodo antiincrustante
Calado (Draft): distância vertical, medida sobre um plano transversal, entre a parte
externa inferior da embarcação nesse plano e o plano da superfície da água.
Calado de sobrevivência (Survival draft): calado intermediário em que uma
plataforma semissubmersível é posicionada durante estados de mar acima dos quais não
se possa garantir o espaço livre (air gap) de projeto.
Calado de trânsito (Transit draft): calado no qual a embarcação se desloca.
Camisa ou tubo de revestimento (Casing): tubo de aço aplicado a várias funções. Em
plataformas fixas ele protege a coluna de sucção de bombas que puxam água salgada
para o resfriamento de motores e alimentação do sistema de combate a incêndio.
Colar batente
Conector de extremidade
Cone (Cone): trecho de ligação entre um tronco (can) e o restante da corda ou entre
uma ramificação (stub) e o restante do contraventamento (bracing) quando há variação
de diâmetro.
Contraventamento (Bracing): elemento destinado a enrijecer a estrutura principal. Os
contraventamento mais usuais são em diagonal (diagonal bracing), em X (x bracing) e
em K (k bracing).
Contraventamento em K, X e diagonal
Convés (Deck): é um termo de caráter geral utilizado para definir qualquer área de
trabalho em estruturas marítimas. Em plataformas fixas é usado para denominar a
estrutura instalada sobre a jaqueta, onde vão se assentar os módulos de produção, de
alojamento, de perfuração e equipamentos de maneira geral. Pode-se aplicar também à
parte superior do casco nas plataformas semissubmersíveis ou autoeleváveis.
Conexão (Pull-in): transferência do duto, do navio de lançamento para uma unidade de
produção, um manifold ou uma árvore de natal molhada.
Duto de interligação (Riser): duto que liga uma unidade de produção a um duto
submarino ou uma linha de fluxo. No nordeste os dutos rígidos são instalados na parte
externa das jaquetas e na Bacia de Campos na parte interna fixados por suportes e
guiados por braçadeiras.
Defensa (Fender): acessório usado para proteger as estruturas oceânicas dos choques
de embarcações de apoio marítimo.
Elevação ou mesa (Elevation): planos horizontais das jaquetas que contêm elementos
estruturais de travamento e/ou guias de condutores.
Contraventamento diagonal
Perna da jaqueta
Membro, contraventamento,
brace, bracing
Elo kenter (Kenter line): união desmontável composta por duas partes iguais, em
forma de J e um malhete, utilizada para reparo e instalação de amarras.
Espaço livre (Air gap): folga existente entre a parte mais baixa do convés inferior das
plataformas e o nível mais alto de superfície da água que ocorre durante condições
ambientais extremas.
Erosão (Scour): efeito de escavação, localizado no leito marinho junto as pernas de
plataformas, dutos submarinos, células de plataformas de concreto, provocado por
correntes marítimas.
Estado do mar (Sea state): agitação da superfície do mar. Os diferentes estados do mar
podem ser classificados de acordo com a tabela:
Estaca (Pile): peças normalmente de aço, de forma tubular, instaladas no fundo do mar
para funcionar como elemento de fundação, fixando as estruturas ao solo marítimo.
Face (Face): em jaqueta, são os planos formados por duas ou mais pernas e os
contraventamentos que as unem.
Face ou plano 1 Face ou plano A
Face ou plano 2
Face ou plano B
EL + 4,0 m
Atracadouro
Guia de estaca
EL – 4,0 m
Estaca Perna
EL – 12,0 m
EL – 19,5 m
Gaiola de pasarinho (Bird cage): tipo de deformação em duto flexível ou cabo de aço,
resultante de um esforço anormal de compressão, caracterizada pelo afloramento das
armaduras metálicas na capa plástica externa, cuja geometria lembra uma gaiola de
passarinho.
Jaqueta (Jacket): parte de uma plataforma fixa de aço que vai desde a fundação até
poucos metros acima do nível do mar, sobre a qual são instalados o conveses e os
módulos.
Atracadouro
Luva de estaca
Centralizado
r
Perna da plataforma
Contraventamento em "K"
Lança do queimador (Flare boom): é uma estrutura em balanço ou estaiada por cabos
fixada à plataforma, com idêntica finalidade que a torre do queimador, ou seja, realizar
a queima do gás a distância, suficientemente afastada da área de trabalho da plataforma.
Lança do queimador
1- Camada da carcaça
interna;
2- Camada de barreira de
pressão;
3- Espiral fio zeta;
4- Camada de armadura de
tração interna e externa;
5- Camada externa.
Luva de estaca (Pile sleeve): trecho tubular destinado a guiar e fixar as estacas à
estrutura da jaqueta.
Mangote (Hose): tubo flexível geralmente usado nas ligações entre monoboias e
FPSO/FSO e navios aliviadores.
Manilha hidroacústica
Manilha
Mangote
Duto flexível
PLEM
Navio sonda (Drill ship): navio equipado com sonda de perfuração, usado
principalmente em águas profundas.
Navio sonda
Navio de uso geral (Multipurpose support vessel –MSV): navio versátil, equipado
para realizar atividades de mergulho, operação com ROV e lançamento de linhas
flexíveis.
Navio de operação com ROV (ROV support vessel –RSV): navio dotado de
posicionamento dinâmico e equipado com sistema de ROV.
Nó (Node): parte de uma jaqueta de plataforma fixa de aço onde se interceptam vários
membros. Os nós são formados por: tronco (“can”) e ramificações (“stub”).
Solda Circunferencial ou
Transversal
Cone de Redução
Tronco ou Can
Ramificação ou Stub
Nó
Oleoduto ou gasoduto (Pipeline): tubulação para transporte de gás natural ou óleo dos
campos produtores para terminais ou refinarias. Também transportam produtos das
refinarias para terminais ou centros de consumo.
Oleodutos e gasodutos
Olhal de reboque
Raspador (Pig): dispositivo que impulsionado pelo fluido transportado no interior dos
dutos, efetua a limpeza, separação de produtos e inspeções.
Rótula (Swivel): dispositivo mecânico composto, basicamente, por duas partes que
podem girar livremente uma em relação à outra em torno de um eixo, permitindo a
passagem de fluido, eletricidade ou sinal ótico, de forma axial (rótula axial) ou radial
(rótula toroidal).
Sapata (Footing): nome dado a fundação superficial com base reforçada e alargada.
Nas plataformas autoeleváveis é o apoio usado na extremidade das pernas para assentar
no leito marinho.
Tronco
Ramificação
Ramificação
Torreta de um FPSO
Tubo de revestimento (Casing): tubo de aço aplicado a várias funções, tais como:
revestimento de poços, proteção de colunas de sucção de bombas, etc. Tubo de
revestimento da bomba de captação de água salgada para o sistema de refrigeração de
motores e para o sistema de combate a incêndio.
Tubo I (I tube): é um tubo reto com a extremidade inferior alargada que tem a mesma
finalidade do tubo J.
Tubo J (J tube): nome do tubo em forma de J que serve como condutor para cabos
elétricos, comandos hidráulicos e de comunicação. São normalmente fixados à parte
interna da plataforma.
Tubo I Tubo J
10,00 a 20,00
m 1,00 m
Vida à fadiga –calculada (Fatigue life-predicted): vida expressa em anos, obtida pelo
inverso do dano acumulado em um ano.
Vida à fadiga –requerida (Fatigue life –required): vida útil multiplicada por um fator
de segurança.
Zona atmosférica (Atmospheric zone): é a parte da plataforma que fica acima da zona
de transição.
Zona de transição ou zona de variação de maré (Splash zone): parte da estrutura
que, embora não esteja sempre submersa, está sujeita a ficar molhada temporariamente
devido a ação da onda, variação de maré e respingo.
Zona submersa (Submerged zone): é a região da plataforma abaixo da zona de
transição.
ABREVIATURAS
ANM – árvore de natal molhada. equipamento submarino que tem como principal
função permitir que o escoamento dos fluídos de um poço de petróleo seja enviado sob
controle (abertura total ou fechamento total) para uma unidade estacionária de produção
(UEP).
ANM-DL-GLL - árvore de natal molhada-diverless-guidelineless. Equipamento
instalado na cabeça do poço, para operação submarina, projetado para operação remota,
sem intervenção de mergulhadores, e sem cabos guias para orientar sua descida e
instalação.
As laid survey ou as laid - filmagem das linhas lançadas no fundo mar, mostrando as
rotas traçadas.
BAP - Abreviatura de base de abandono permanente. Equipamento fixado sobre um
poço submarino na superfície do solo marinho. Sobre ela são acoplados a árvore de
natal molhada e o flowline hub das linhas flexíveis.
BOP - Blow Out Preventor – equipamento de segurança instalado no fundo do mar nas
operações de perfuração, “completação” e intervenção.
Bundle - conjunto de dutos, utilizado para interligar equipamentos submarinos e estes
às UEPs (unidades estacionárias de produção), composto por linhas de escoamento e
umbilicais de controle.
Check valve - válvula de retenção utilizada para conter o fluxo de hidrocarbonetos
numa determinada direção, em situações de emergência. Neste contexto será do tipo
portinhola simples. Pode ser travada aberta por meio de ROV.
CFF - conexão flow/flow. Qualquer conexão entre dois tramos estáticos do duto para
escoamento do fluido.
CLP - cluster de produção. Conjunto de cabeças de poços perfurados próximos entre si,
visando evitar a movimentação do sistema de ancoragem da sonda, quando da mudança
de locação.
CRF - conexão riser/flow. Ligação flangeada unindo os tramos dinâmico (riser) e
estático (flowline) do duto.
CVD - conexão vertical direta. Método que permite ao próprio navio de lançamento
(LaySV) conectar o FLH (flowline hub) e as linhas do bundle de produção à base de
produção sem o auxílio da sonda de completação. Pode ser de 1 a ou 2a extremidade na
ANM (árvore de natal molhada).
CVR ou CVC ou CVI - conexão vertical remota ou convencional ou indireta. Método
que permite ao navio de lançamento (LaySV) fazer o abandono temporário do FLH
(flowline hub) e das linhas do bundle no fundo do mar, próximo à cabeça do poço, para
posterior recuperação e conexão vertical com a sonda de completação. Requer o uso de
um trenó de abandono. Pode ser de 1a ou 2a extremidade na ANM (árvore de natal
molhada).
DE – diâmetro externo.
DHSV - down hole safety valve. Válvula de segurança instalada abaixo da cabeça do
poço.
DI – Diâmetro interno.
Diverless - denominação de um equipamento submarino instalado sem o auxílio de
mergulhadores.
EHDM - módulo de distribuição eletro-hidráulico do manifold submarino.
End fitting - conector de extremidade de qualquer tramo de um duto flexível.
Exploração – conjunto de atividades, baseada em disciplinas e tecnologias específicas,
cujo objetivo maior é o de descobrir a acumulação de petróleo. Atentar que a