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3° GIRA - Maio – 29 de maio de 2021 de 08h00 às 11h00

Tema: Roda de conversa sobre o livro Os nove pentes d´África, Cidinha da Silva
Poesia do dia: Grito negro, de José Craveirinha

APRESENTAÇÃO EM TÓPICOS

Prof. Dr. José Humberto Rodrigues dos Anjos

1. Continuação da gira anterior sobre os valores civilizatórios. Caderno do mês de abril;


2. Observações sobre “Os nove pentes d´África”, de Cidinha da Silva.
a) Cidinha da Silva: de quem estamos falando?

[...] Cidinha da Silva - nasceu em Belo Horizonte, em 1967. Publicou 17 livros


distribuídos pelos gêneros crônica, conto, ensaio, dramaturgia e infantil/juvenil.
sua pesquisa estética bebe da fonte das africanidades, orixalidades,
ancestralidades e da tensão e diálogo entre tradições (africanas, afro-
brasileiras, afro-diaspóricas e afro-indígenas) e contemporaneidade. Esse é seu
principal tema. Outras temáticas fortes de sua obra são racismo, discriminação
racial, desigualdades raciais e de gênero, entre outras questões de Direitos
Humanos, mas estas não constituem seu tema central, a centralidade está nas
africanidades de um modo geral. Outros temas que lhe despertam especial
interesse são: morte, amor, futebol, política, a autora gosta muito de política e
escreve bastante sobre esse tema. No aspecto acadêmico, graduou-se em
História pela UFMG, iniciou três mestrados e não concluiu nenhum deles, é
doutoranda em Difusão do Conhecimento na Universidade Federal da Bahia,
onde pesquisa políticas públicas para o livro, leitura, literatura e bibliotecas na
cidade de São Paulo, na perspectiva de africanidades (2003-2016).

Disponível em> http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/186-cidinha-da-silva> acesso em 02/05/2021.


• Primeira obra infanto-juvenil da autora;
• Dedica e o livro é motivado para a sobrinha;
• Para crianças após o 5° ano do Ensino Fundamental;
• Linguagem harmônica sem ser simplória;
• Dividido em 12 curtos capítulos
1. Do amor e da alegria 5-10;
2. Da perseverança – 11-16;
3. De passagem – 17-19;
4. Da despedida – 20-26;
5. Pulsão da vida – 27-30;
6. Do giro da roda – 31-33;
7. Um caminho novo para a obra de Francisco – 34-37
8. Da liberdade – 38-40
9. Da admiração - 41-44
10. Da sabedoria – 45-49
11. Da renovação da vida – 50-54
12. O tempo - 55
• Ilustrações de Iléa Ferraz e publicado pela Mazza Edições;

• Sobre o Manual digital do professor de Mirian Chaves Carneiro;

b) O livro e suas categorias de análise;


• Narrado em 1° pessoa pela personagem Bárbara/Barbinha. A história do avô
Francisco será o fio condutor para o livro. Tematiza a história ancestral da
família;
• Francisco teve 5 filhos e 9 netos. Explicação do nome da obra;
1. Dinda
2. Neusa
3. Ainan
4. Aganju
5. Filho Viajante (Pai da Bárbara)
Os netos/netas
1. Luciana
2. Ana Lúcia
3. Zazinho
4. Bárbara
5. Lira
6. Abayomi
7. Ayana
8. Melissa
9. João Candido
• História de uma família e as aventuras que se intercruzam:
a) Primos;
b) Tios;
c) Avós - Francisco (Marceneiro) e Berna (Lavadeira);
• Trabalha a questão da partida/passagem do avô contador de histórias;
• O ritual: cremação, a entrega do patriarca e griô;
• Ele deixa um pente para cada neto. Os pentes são valores civilizatórios;
• É um trabalho manual feito pelo avô que vai a partir das características do
neto;
• O livro ilustra cada um dos pentes. Os pentes marcam uma despedida
processual. À medida que sentava para contar as histórias ele entregava o pente
para um dos netos;
1. Pente 1 – Perseverança - Ayana
2. Pente 2 – Alegria – Lira
3. Pente 3 – Passarinho - Melissa
4. Pente 4 – Admiração - Bárbara
5. Pente 5 – Tartaruga/Sabedoria - Zazinho
6. Pente 6 – Amor - Abayomi
7. Pente 7 – Generosidade e Solidariedade – João Cândido
8. Pente 8 – Peixe - Luciana
9. Pente 9 – Baobá - Lúcia

• Leitura do capítulo 9 “Da admiração” que tematiza o racismo

c) Caso dê tempo, ler os contos Acidente na raiz e Boneca, de Cuti com os


integrantes
d) Análise do poema de José Craveirinha

Grito Negro

Eu sou carvão!
E tu arrancas-me brutalmente do chão
e fazes-me tua mina, patrão.
Eu sou carvão!
E tu acendes-me, patrão,
para te servir eternamente como força motriz
mas eternamente não, patrão.
Eu sou carvão
e tenho que arder sim;
queimar tudo com a força da minha combustão.
Eu sou carvão;
tenho que arder na exploração
arder até às cinzas da maldição
arder vivo como alcatrão, meu irmão,
até não ser mais a tua mina, patrão.
Eu sou carvão.
Tenho que arder
Queimar tudo com o fogo da minha combustão.
Sim!
Eu sou o teu carvão, patrão.

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