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Projeto infantil sobre Consciência Negra

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda
por sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser
ensinadas a amar.”
(Nelson Mandela)
Justificativa:
Apesar de a população negra constituir grande parte da sociedade
brasileira, somente a partir da Lei nº 10.639 de 2003 que tornou
obrigatório o ensino da História da África e dos afro-brasileiros no Ensino
Fundamental e Médio, as escolas ampliaram a reflexão e discussão sobre o
papel e a posição do negro em nossa sociedade. Em 2009 com a Lei 11.645 a
ampliação foi maior ainda sendo obrigatório estudar também sobre os
indígenas.
Há necessidade de conscientizar acerca das práticas e representações que
configuram o racismo, apresentando aos alunos a verdadeira história e
tradição do povo negro no Brasil, de maneira íntegra, sem estereótipos que
distorcem e não retratam fielmente a trajetória dos descendentes de
africanos, sem mensagens subliminares que consolidam uma sociedade
racista e excludente.
Assim sendo, ao elaborar um projeto sobre Cultura Negra deve-se pensar
em atividades que possibilitem aproximar nossos alunos da riqueza cultural
afro-brasileira, aprofundando o estudo das fortes raízes culturais
africanas, visando elevar a autoestima da criança negra e sua percepção e
atuação sobre si mesma e seu lugar no mundo.
Desde a mais tenra idade deve-se trabalhar o assunto, privilegiando a
questão da identidade, do respeito à diversidade e da autoaceitação. Toda a
comunidade escolar deve estar inserida no projeto e não apenas os afro-
descendentes, de forma em que fique claro que conhecer as variadas
culturas é essencial, despertando na criança o respeito pelas outras pessoas
independentemente da raça. Para tal, é fundamental divulgar o lado positivo
da história negra, não apenas as questões de escravidão, miséria e
sofrimento, proporcionando situações didáticas centradas em dinâmicas,
vivências, ações e reflexões, no estímulo a criticidade e na resolução de
problemas que possibilitem aos alunos a pensarem na questão de forma
ética.
Sugestões de Atividades:
Para iniciar o tema proponha aos alunos que listem oralmente duas
características físicas e duas características de seu caráter/personalidade.
Recolha todas as listagens e, de forma lúdica, leia uma a uma para a classe
instigando os alunos a descobrirem quem é o dono de cada característica.
Após a brincadeira abra uma roda de conversa levando-os a refletirem
sobre a dinâmica, sondando: O que percebemos com essa vivência? Existem
pessoas exatamente iguais? Permita que os alunos expressem suas opiniões
e, em um segundo momento, proponha que todos se observem atentamente e
analisem as diferenças entre eles, levando em consideração os tipos de
cabelo, as cores dos olhos e da pele, os formatos dos narizes e dos lábios,
as alturas, etc. Para criar um clima mais afetivo introduza uma música
ambiente tranqüila e permita o toque caso desejem.

Como dever de casa peça que levem figuras de pessoas diferentes e de


pessoas que admiram/idolatram.
É importante o professor também pesquisar e contribuir levando imagens de
crianças do mundo inteiro, das diversas religiões, como se vestem e como
são diferentes.
Peça aos alunos que separem as figuras dos ídolos e primeiro explore
bastante as diversas imagens. Peça que justifiquem a escolha das mesmas,
que dêem um adjetivo para cada uma delas: essa pessoa parece ser...?
Proponha que agrupem as figuras usando o critério que preferirem e que o
justifiquem. Converse, então, sobre o preconceito e a discriminação,
baseados na aparência.
Aproveite para falar sobre os tons de pele, sobre a importância de diversas
culturas, riqueza cultural dos diversos continentes.
Com as figuras dos ídolos analise quantos são negros e liste nomes de
personalidades negras conhecidas da classe. Promova uma conversa informal
com a classe para perceber que critérios eles utilizam para eleger seus
"modelos": beleza, riqueza, talento, carisma, etc.
Em artes plásticas podem ser confeccionados bonecos negros. É
interessante “dar vida” aos bonecos propondo que os alunos os transformem
em personagens que podem interagir através de dramatizações e
entrevistas. (ou fantoches)
Brincando, a criança aprende a lidar com o mundo e forma sua
personalidade, recria situações do cotidiano e experimenta sentimentos
básicos. Logo, vale pesquisar, juntamente com os alunos, jogos e
brincadeiras tradicionais africanos e possibilitar momentos de integração e
descontração onde as crianças brinquem e joguem.
- Pesquisa em jornais e revistas das palavras: Trabalho, escravo, Brasil,
Portugal e África ou outras do mesmo contexto.
- Construção de acrósticos
- Leitura do texto “Zumbi pensava diferente”
- Observação do mapa mundi para localização do Brasil, África, Portugal.
- Decomposição da palavra PALMARES para formação de novas palavras ou
outras
- Roda de conserva enfocando a diferença entre o dia 13 de maio e o dia 20
de novembro
- Tentativa de escrita de palavras
- Registro de numerais comparando quantidades
- Rodas de conversa enfocando a irmandade dos homens, que todos somos
iguais.
- Contagem de número de letras das palavras
- Pesquisa de gravuras ou fotos que demonstrem atos fraternos entre
brancos e negros.
- Exploração de sons afros: tambor, atabaque, berimbau.
- Ilustração de Histórias (através de pintura com guache)
- Confecção de fantoches com perfil afro;
- Construção de retrato étnico da turma: produção de mural com fotos ou
desenhos e frases que traduzem as características étnicas e culturais das
crianças;
- Formação de painel coletivo com personalidades negras que alcançaram a
fama;
- Confecção de chocalhos, atabaque e berimbau.

Literatura infantil

Na Literatura existem grandes títulos que rendem excelentes trabalhos


acerca do tema. Tendo em vista que estimular e desenvolver o hábito e o
prazer pela leitura deve ser objetivo sine qua non seja qual for o tema do
projeto. (segue lista abaixo)
Nós vamos trabalhar com os títulos em letras maiores ( Menina bonita de
laço de fita e o Menino marrom e também com o texto, O menino
multicolorido)

 LIMA, Heloísa Pires. Histórias da Preta. São Paulo: Cia. das Letrinhas,
1998/2000.
 LIMA, Heloísa. A Semente que veio da África, editora Salamandra.
 MACHADO, Ana Maria. Menina Bonita do Laço de Fita.
São Paulo: Melhoramentos.
 OLIVEIRA, Alaíde Lisboa de. A bonequinha preta. Belo Horizonte: LÊ, 1982.
 OTERO, Regina; RENNÓ, Regina. Ninguém é igual a ninguém: o lúdico no
conhecimento do ser. São Paulo: Editora do Brasil, 1994.
 PEREIRA, Edimilson de Almeida. Os reizinhos do Congo. São Paulo: Paulinas,
2004.
 RAMOS, Rossana. Na minha escola, todo mundo é igual. São Paulo: Cortez,
2004.
 ROSA, Sônia. O menino Nito. Rio de Janeiro: Pallas, 2002.
 SANTOS, Joel Rufino. Dudu Calunga. São Paulo: Ática, 1996.
 SANTOS, Joel Rufino. Gosto de África. Histórias de lá e daqui. São Paulo:
Global, 2001.
 UNICEF. Crianças como você: uma emocionante celebração da infância. São
Paulo: Ática, 2004.
 ZIRALDO. O Menino Marrom. São Paulo: Melhoramentos,
1986.

 COSTA, Madu. Meninas negras. Editora Mazza.

 COSTA, Madu. Koumba e o tambor diambê. Editora Mazza.


 RODRIGUES, Martha. Que cor é a minha cor? Editora Mazza.
 BARBOSA, Rogério Andrade. Contos africanos - para crianças brasileiras. Ed.
Paulinas.
 ROCHA, Ruth. O Amigo do Rei, Editora Ática.
 BRAZ, Julio Emílio. Felicidade não tem cor.
 DIOUF, Sylviane. As tranças de Bintou.

Envolver parentes dos alunos e pessoas negras da comunidade pedindo que


contem histórias de suas vidas, em seguida, propor que os alunos
transformem os relatos reais em textos coletivos diversos, que podem ser
ilustrados com fotos e desenhos. Valorizar o trabalho dos alunos com uma
tarde de autógrafos.
Música
Sabemos que músicas estimulam e rendem boas atividades de interpretação,
debate e reflexão. De acordo com RCNEI “A linguagem musical é excelente
meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da auto-estima e
autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social.” Dentre as
músicas aquelas que mais costumam agradar os alunos são: Mundo Negro (O
Rappa); Pérola Negra (Daniela Mercury); Mamma África (Chico César); Meu
ébano (Alcione); A Loirinha, O Playboy E O Negão (Kelly Key); Olhos
Coloridos (Sandra de Sá).
Com as músicas é possível realizar:

 Pesquisas de músicas tipicamente africanas;


 Pesquisas de outras canções que abordam o tema;
 Criação de raps, paródias, jingles;
 Integração com a Língua Inglesa através de pesquisa e audição de
canções famosas de cantores negros;
 Exercícios de aquecimento e articulações do corpo voltados para a
dança negra;
 Exercícios de respiração e ritmo;
 Movimentos básicos da dança afro (orixás, cotidiano, etc.);
 Criação, elaboração e montagem de coreografias;
 Criação e confecção de figurinos, adereços e instrumentos de
percussão;
 Apresentar danças africanas, jogos como capoeira, e músicas, como
samba e maracatu.
 É interessante, também, enaltecer e valorizar os cantores negros que
se destacam no cenário artístico-cultural do país. Propor um estudo
sobre a vida de cada um deles, selecionar informações relevantes
produzindo biografias em grupos ou duplas, reconhecendo as
características desse tipo de texto. As biografias podem ser
ilustradas com caricaturas produzidas nas aulas de Artes Plásticas.
Em um segundo momento, os alunos podem escrever suas
autobiografias.
 Ouvir e fazer tentativas de tirar som e ritmo de instrumentos
típicos: caixa de fósforo, pandeiro, agogô, chocalho, atabaque,
berimbau, etc. Além de tocar os instrumentos, saber de que são
feitos, como são feitos e, aprender a construir algum deles.

É papel do professor:
 Escutar o que os alunos sabem e necessitam expressar;
 Não se colocar como o único e principal informante;
 Conectar o tema a outros conteúdos e à realidade;
 Organizar os espaços e tempos de acordo com as exigências do
trabalho a ser executado;
 Adaptar as diversas sugestões de atividades aos interesses,
necessidades e faixa-etária de seus alunos.

O menino marrom
Pelo tipo de coisa que aconteceu aquele dia na escola, eles já estavam no
primeiro grau. Sem dúvida: estavam. Foi uma tarde, os dois brincavam com
suas cores, quando o menino marrom misturou todas as tintas que tinha na
caixinha de aquarela, todas as cores do arco-íris.
E aí, sabe o resultado que deu? A mistura das cores todas deu um marrom. Um
marrom forte como o do chocolate puro. O menino marrom olhou para aquela
cor que ele tinha inventado e falou: “Olha aí, é a minha cor!”
Os olhinhos do menino cor-de-rosa brilharam como eles brilhavam diante de
suas descobertas. E ele disse: “Sua cor é a soma de todas as cores!”
O menino marrom ficou todo feliz. Criou sua cor e achou que era bom.
Justo no dia seguinte, na escola, a tia levou toda a turma para o laboratório
do colégio para dar algumas explicações sobre cores. Quando os dois
souberam que assunto era cor, ficaram, muito excitados. É que eles iam
revelar aos coleguinhas sua grande descoberta.

“Eu chego e conto?” perguntou o menino cor-de-rosa.


“Não” disse o menino marrom.
“Deixa a professora falar primeiro, depois nós damos o nosso show.”
Eles estavam convencidos de que iriam brilhar na visita ao laboratório da
escola. E, enquanto todo mundo ria, falava, mexia nas cores, acendia luzes,
desligava projetores, eles estavam caladinhos num canto num canto para
fazer a grande revelação na hora exata.

Aí, chegou a hora. A professora resolveu mostrar para eles o Disco de Newton.
Todo mundo conhece o Disco de Newton, não é verdade? Todo mundo já foi ao
laboratório da escola, certo? Ou sua escola não tem laboratório.
Bem, essa é uma outra história e é o Ministério da Educação que tem que
resolver. Deixa a gente contar a nossa, que felizmente tem um laboratório
instalado na escola. E ali tinha o Disco de Newton.
O Disco de Newton é o seguinte: um pequeno círculo de metal, plano como
um disco comum, dividido em raios (como uma roda de bicicleta). São sete
espaços entre os raios, cada espaço com uma das cores do arco-íris. O disco
gira em pé, como uma pequena roda-gigante, tocado por uma manivela. Você
toca a manivela bem depressa, o disco vai girando, girando e aí, o que
acontece com as sete cores? O que ?

Isto é o que os meninos iam descobrir naquela manhã, na escola. A professora


mostrou o disco para eles – tinha uns meninos pequenininhos, tão agitadinhos
que nem estavam ligando para aquela história – e perguntou: “Se eu misturar
todas essas cores, o qeu é que elas viram?”
O menino marrom gritou, rápido: “Viram marrom!” E olhou orgulhoso para os
outros. Só que ele esperava aplausos e levou o maior susto. A professora
disse: “Não.” E continuou: “Vejam: eu vou rodar este disco bem depressa e
vou misturar todas as cores nesta rodada. Prestem atenção, fiquem de olho no
disco.
E todos prestaram atenção. O disco foi girando, girando, e de repente, ficou
todo branco. E a professora explicou: “Viram? O branco não é uma cor. O
branco é a soma de todas as cores em movimento.”
“Com esta eu não contava” falou o menino marrom.
“Nem eu” falou o menino cor-de-rosa.
Os dois voltaram para casa calados, com a cabecinha fervendo.
A coisa tinha ficado desse jeito: se misturar todas as cores e elas não girarem,
elas ficam marrom. Se misturar todas cores – em parte iguais _ e botá-las para
rodas, elas viram o branco.
Estava tudo assim, quando, de repente, o menino marrom falou para o menino
cor-de-rosa: “Quer dizer que eu sou todas as cores paradas e você é todas as
cores em movimento?”
O menino cor-de-rosa pensou um pouco e respondeu: “Só um detalhe: eu não
sou branco!”
Pronto. Agora, é que as coisas complicaram de vez
MENINO MULTICOLORIDO

Eu sou um menino multicolorido.


É, eu sou de todas as cores por dentro.
Sou misturado. Meu sangue é feito do sangue de muitas raças.
Minha mãe disse que quem tem avós de raças diferentes é mis . . . mis . . .
Esqueci! É um nome complicado. Prefiro pensar que sou multicolorido. Tenho
sangue de francês, de negro, de espanhol e de índio.
Por fora eu sou branquinho, de cabelo claro. Por dentro, sou europeu, preto,
mulato, mestiço.
Acho que é por esse motivo que eu gosto tanto dos índios do Brasil.
Gosto deles porque eu sou um pedaço índio e porque eles estão deixando de ser
índio por inteiro. É que as pessoas brancas aqui do Brasil, já faz tempo, que
estão enganando e destruindo eles, os donos da terra.
Eu vi na televisão os índios xavantes em Brasília. Eles estavam querendo que o
presidente ajudasse todos eles a não desaparecerem.
Fiquei muito aborrecido. Vai chegar o dia em que não vai ter mais índio no
Brasil.
Nesse dia, o Brasil vai ficar bem pequenino e não vai mais ser tão bonito, porque
quem faz a nação são as pessoas da terra.
Nesse dia, eu vou ficar triste para sempre. Sei que vou ficar branquinho de raiva.

Zumbi pensava diferente


Aqualtune teve filhos que se tornaram chefes de mocambos, Ganga
Zumba e Gana Zona, e teve também filhas, e uma delas deu-lhe um neto
nascido quando Palmares esperava um ataque holandês. Os negros
cantaram e dançaram muito, pedindo aos deuses que o menino crescesse
bravo e forte. E, para sensibilizar o deus da guerra, deram ao menino o
nome de Zumbi. Ainda bebê, Zumbi sobreviveu a um massacre, e um
comandante o leva para Porto Calvo, deixando-o sob os cuidados do
padre Melo. O padre acabou se tornando pai e mãe do bebê. Comprou
uma escrava de seios fartos para amamentá-lo, batizou-lhe Francisco,
porque "era manso e inteligente como o santo que conversava com os
animais". Ensinou matemática, histórias da bíblia e latim a Francisco, que
chegou a coroinha. Enquanto Palmares cresce e se fortalece, também
assim acontece com Zumbi, em Porto Calvo. Porém, aos quinze anos
resolve se emancipar e parte em busca de seu destino, e este estaria mata
adentro, muitas léguas dali. Em algumas versões da história de Zumbi, ao
chegar em Palmares, ele escolhe seu próprio nome.Aos dezenove anos,
era chefe de um mocambo (ou aldeia). Ativo e muito instruído para a
época, ganha a confiança de todos e é nomeado o comandante das armas
pelo seu tio Ganga Zumba, na ocasião o líder supremo de Palmares. Nas
lutas travadas em 1674, entre os negros, Zumbi surge como grande
guerreiro, chefe valente, disposto a tudo. Nesse combate, o jovem chefe
leva dois tiros, ficando coxo, mas continua a combater. Seu nome e sua
coragem começavam a virar lenda. Porém, alguns mocambos foram
sendo derrotados e muitos negros acabavam por se entregar. Após
Ganga Zumba ter aceito o acordo proposto pelo governador de
Pernambuco Pedro de Almeida que dizia que os negros e índios nascidos
em Palmares se tornariam livres e os que fossem fugidos deveriam voltar
a seus donos, ele volta feliz à Palmares, mas Zumbi não concorda. Para
ele, não se trata somente de viver livre, mas de libertar os ainda escravos.
É a prudência e a sabedoria de Ganga Zumba contra a ousadia e o
entusiasmo de Zumbi. Ganga Zumba é morto por envenenamento e a
suspeita caiu sobre o próprio Zumbi, que ocupa o lugar do rei. Até mesmo
os portugueses reconheciam : "Negro de singular valor, grande ânimo e
constância rara". Sua valentia era lendária dentro da cruel realidade de
guerra, uma guerra onde os negros não conseguem mais armas ou
pólvora, a não ser a que tomam do inimigo. O rei de Portugal ainda
mandou oferecer as pazes a Zumbi duas vezes. Editais são espalhados
por todas as vilas e vizinhanças. Poderia morar aonde quisesse, era só
parar de lutar contra a escravidão: tem que ter escravo; sem escravo não
tem açúcar, sem açúcar não tem Brasil, sem Brasil não tem Portugal. Mas
Zumbi pensava diferente: não precisa ter escravo; pode ter açúcar sem
escravo, pode ter Brasil sem açúcar. E Portugal que se vire. Não havendo
acordo, as lutas se acirraram. Zumbi resiste nas matas mês após mês,
ano após ano. Em 1686, outro governador, nova tentativa. São vários
grupos com mais de mil homens e com munição suficiente para uma
guerra. São comandados pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, que
tomaria para si as terras de Palmares, caso conseguisse derrotar Zumbi.
Foi uma guerra dura e sangrenta. Palmarinos haviam construído uma
muralha enorme para proteger o quilombo, e do lado de fora, Zumbi
mandou abrir um fosso, disfarçado com galhos e fôlhas. Quem tentava
ser aproximar, caía lá dentro. Os palmarinos e suas mulheres, de cima
das cêrcas, lançavam água fervente sobre os atacantes. De um lado para
o outro, Zumbi gritava aos seus homens, convidando-os a morrer em
liberdade. Ele é baleado e mesmo assim continua lutando. Sua abnegada
resistência levou a luta a se transformar em um massacre de incríveis
proporções. A côrte não escolhe: homens, mulheres e crianças vão
ficando pelo chão.
Projeto didático "Consciência Negra"

PROJETO DIDÁTICO

INSTITUIÇÃO:
MUNICÍPIO :
ESTADO:
TEMA DO PROJETO: Trabalhando o Respeito e a Valorização das Relações Étnico-
Racial na Educação Infantil de Forma Lúdica
TEMPO DE EXECUÇÃO:
TURMAS ENVOLVIDAS: Berçário I, Berçário II, Maternal I (A e B) e Maternal II
TURNO: vespertino
PROFESSORAS: Claudia, …….
DIREÇÃO:
COORDENAÇÃO:
EIXOS DE CONHECIMENTO:Linguagem Oral/Escrita, Matemática,
Natureza/Sociedade, Arte, Musicalidade e Identidade/Autonomia..

JUSTIFICATIVA

O presente projeto, intitulado “ Trabalhando o Respeito e a Valorização das


Relações Étnico-Racial na Educação Infantil de Forma Lúdica”, visa conscientizar e
destacar as principais contribuições dos povos negros na formação da identidade
cultural do povo brasileiro. A escola infantil deve preparar as crianças desde cedo para
adquirirem uma consciência crítica com atitudes positivas de respeito e valorização
étnico-racial.
Busca-se com este projeto levar em consideração a Lei nº 10.639/03, que altera
a LDB ( Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e estabelece a obrigatoriedade
do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no cuurículo escolar na
Educação Básica e o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente ( Lei 8.096, de
13 de junho de 1990), bem como no Plano Nacional de Educação ( Lei 10.172, de 9 de
janeiro de 2001).
A escola é formada por diversos grupos étnico-racial. Assim sendo, as
instituições de ensino devem desempenhar o papel de educar, se constituindo em espaço
democrático de produção e divulgação de conhecimento e de posturas que visam uma
sociedade mais justa.
A escola tem o papel preponderante na eliminação das discriminações e na
emancipação dos grupos discriminados ao proporcionar acesso aos conhecimentos
científicos, aos registros culturais diferenciados, à conquista da racionalidade que rege
as relações sociais e raciais e aos conhecimentos avançados, indispensáveis para a
consolidação e o concerto das nações como espaços democráticos e igualitários.
É preciso educar as crianças para a quebra de preconceitos, promovendo a
inclusão social das etnias para uma convivência saudável no espaço em que estão
inseridas.
Portanto, a educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagens entre
brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de desconfianças, projeto conjunto
para construção de uma sociedade mais justa, igual e equânime.

CONTEÚDOS:
Linguagem Oral : diálogo, histórias infantis e cantigas infantis .
Linguagem escrita: desenhos e garatujas.
Linguagem Sonora Musical: expressão corporal, relações sócio-afetivas e faz de conta.
Linguagem Plástica: garatujas simples, modelagem, picotagem e pintura.
Espaço: conceito de posição ( longe/perto lado/atrás, frente/costas)
Classificação: gênero, formas e cores.
Ser Humano: características físicas do ser humano e suas relações na vida atual.

OBJETIVO GERAL
Desenvolver a consciência nos alunos (as) do respeito e da valorização dos
povos negros, da cultura africana e afro-brasileira na sociedade, destacando a
importância dos mesmos na construção da identidade do povo brasileiro.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Criar estratégias de ensino que leve o aluno à:


- despertar e adquirir a conciência do respeito da identidade dos povos africanos;
- conhecer e repeitar a cultura afro-brasileira;
- reconhecer som afro;
- conhecer contos e lendas africanas;
- conviver com as diferenças étnico-raciais de forma respeitosa através do diálogo;
- desenvolver a linguagem oral através de cantigas de origem africana;
- levantar suas hipóteses em relação aos principais personagens dos contos infantis
relacionados com este tema;
- desenvolver a coordenação motora grossa e fina;
- conhecer e revisar as cores;
- conhecer os conceitos longe/perto, lado/atrás, frente/costas através de desenhos
relacionados com este tema;
- identificar o gênero masculino e feminino respeitando as diferenças físicas de cada
um;

DESENVOLVIMENTO:

O desenvolvimento do projeto será em consonância com os conteúdos propostos


e será feito através de atividades coletivas e individuais com os alunos, e com a
interação professor e aluno. Algumas atividades serão sistematizadas e realizadas em
sala de aula e outras extra-classe. Este projeto será acompanhado pela direção e
coordenação pedagógica da instituição.
Será elaborado o planejamento semanal de ensino para a execução das
atividades propostas neste projeto.

ATIVIDADES PROPOSTAS:
Berçário I e Berçário II

-Teatro com fantoche;


- cantigas de origem africana;
- sons africanos;
- DVD infantil relacionado com o tema;
- Brincadeiras com brinquedos de origem africana.
- Pinturas;
- contos infantis- diversidade.

Maternal I e Maternal II
- Contos infantis ( Menina Bonita do Laço de Fita, Autora: Ana Maria Machado), (O
Cabelo de Lelê Autora: Valéria Belém), (A linda garota de Angola Autora: Ana Gizélia
Vieira), (O ratinho branco e o grilo sem asas Autora: Maria Amanda Capelão) entre
outros.
- Cantigas infantil ( escravos de jó, roda pião, boi da cara preta etc.);
- painel diversidade ( com fotos dos alunos) e do conto “ Menina Bonita do Laço de
Fita;
- DVD infantil relacionado com o tema;
- Culinária afro-brasileira;
- Desenhos para colorir- diversidade
- Pinturas;
- Teatro com fantoche ( Menina Bonita do Laço de Fita);
- Poesias ilustradas- diversidade;
- Brincadeiras afro-brasileira ( pião,
- Leitura de imagens de animais africanos, figurino africano etc.
- Trava línguas.
- Apresentação de dança ( Nêga Maluca).

RECURSOS DIDÁTICOS:
Sulfite, cartolina, papel manilha, fita larga, cola quente, macarrão, EVA, tinta
guache, lápis de cor, giz de cera, pincel atômico, CDs, aparelho de som, máquina
fotográfica digital, televisão, DVD, livros de contos infantis, jogos pedagógicos, crepom
etc.

CULMINÂNCIA

Será feita uma amostra das atividades realizadas pelas turmas envolvidas neste
projeto no pátio da instituição para as demais turmas de alunos e pais visualizarem.
Ainda, poderão ser realizadas apresentações artísticas ( danças, músicas e
teatro) pelas turmas envolvidas no projeto.
AVALIAÇÃO:
A avaliação será feita através de registro por parte dos professores das turmas
acima, através da observação e do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos frente
as atividades propostas durante a realização deste projeto.
O relatório final da avaliação da aprendizagem será entregue para a Coordenação
Geral da Educação Infantil deste município, e outra cópia para a Coordenação
Pedagógica desta instituição.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

Diretrizes Curriculares pa a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de


História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Brasília, MEC, outubro, 2005.
Veja mais atividades com o tema Consciência Negra no link abaixo:
http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/diversidade-sempre-
427144.shtml
Projeto: Consciência Negra

Projeto: Somos todos um só


Público alvo: Educação Infantil

Período: duas semanas

Justificativa:
O que é o Dia da Consciência Negra? Celebrado no dia 20 de novembro, o Dia
da Consciência Negra homenageia e resgata as negras raízes do povo brasileiro.
Escolhido por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, ele é
dedicado à reflexão sobre presença do negro na sociedade brasileira.
O dia da Consciência Negra também põe em pauta a importância de discutir
a temática negra na escola. A inclusão de assuntos ligados à África e ao povo
negro na educação formal é uma das estratégias para reconhecer a presença
importante desse grupo na história do Brasil.

Objetivo Geral:
Conhecer e valorizar a cultura negra.

Objetivos específicos:

 Conhecer contos e lendas africanas;


 Conhecer cantigas populares e danças negras;
 Conhecer personalidades negras dentro da nossa cidade, do país e de
outros países;
 Estimular o hábito e o prazer da leitura;
 Estimular a conscientização e o respeito pelas nossas origens;
 Divulgar a cultura negra;
 Trabalhar a igualdade social das etnias;
 Conhecer o artesanato africano;
 Compreender o conceito de miscigenação racial;

Conteúdos englobados:

 Linguagem oral e escrita: Histórias, músicas e poesias relacionadas


ao tema;
 Linguagem artística: Confecção de artesanato africano, músicas
africanas;
 Ciências: Experiências com a culinária africana;

Dicas e desenvolvimento:

 Músicas: Tem que rebolar (Elza Soares), Nega Maluca (As Meninas), Vixe
mainha (Café com pão), Negro Rei (Cidade Negra);
 Histórias: A bonequinha Preta (Alaíde Lisboa de Oliveira), O Menino
Marrom (Ziraldo), Menina bonita do laço de fita (Ana Maria Machado),
O amigo do rei (Ruth Rocha), O cabelo de Lelê (Valéria Belém), Líndara
(Sonia Rosa), Seis pequenos contos africanos sobre a criação do mundo
e do homem (Raul Lody); As tranças de Bintou (Sylviane Diouf);
 Culinária: Feijoada, acarajé, quibebe, Mungunzá (canjica), vatapá;
 Artesanato afro-brasileiro: Normalmente feitos com argila e colares com
contas ou sementes coloridas:
 Confecção de cartazes com personalidades negras da cidade, do país e do
mundo: Pelé (Jogador de futebol), Zezé motta (atriz), Cartola (sambista),
Daiane dos Santos (ginasta), Nelson Mandela (líder politico), Obama
(presidente dos EUA), Muhammad Ali (boxeador);Muhammad Ali
Muhammad Ali

Culminância:
Mostra da Cultura Afro-brasileira com apresentações, artesanatos e artes dos
alunos e comidas típicas;

Avaliação:
A avaliação será continuada levando-se em conta a evolução, participação,
atenção e envolvimento dos alunos com as atividades do tema;

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