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Advento 2021 - Manual do Pastor

Introdução

Caros Pastores de Grupo de Oração,


Com o Tempo do Advento damos início ao novo ano litúrgico,
preparando-nos para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta espera
deve ser repleta de alegria, como nos exorta o profeta "Exulta de alegria,
filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o
teu rei, justo e vitorioso;" (cf Zac 9,9). De fato, está perto a nossa salvação,
por isso o tempo do Advento nos convida a voltar o olhar para o céu,
unindo nossa voz num único clamor: “maranatha, vem Senhor Jesus!”(cf
Ap 22,17).

A nossa Campanha tem como tema: “Vinde adoremos!”, caminharemos


com eles ao longo das próximas semanas à espera do Menino Deus, o
Sagrado que se faz carne para visitar a nossa humanidade e a resgatar
para Si. Viveremos este tempo juntos: Comunidade e Obra Shalom, sendo
motivados a mergulhar no mistério de Deus através do espetáculo “Para
além do amanhã”, no amor aos pobres, no retorno à primazia da oração e
à adoração ao Senhor.

“Durante o período do Advento, através de celebrações e ensinos, toda a


Comunidade seja motivada a preparar o seu coração e o encha de
expectativa para celebrar o Natal do Senhor enquanto, pela oração,
partilha de vida e de bens, em tudo se ordene para apressar a Sua volta (cf
II Pe 3,11-15). Neste tempo reze-se muito especialmente, pela propagação
do Evangelho, pela unidade dos cristãos e pela iluminação dos judeus.”
(ECCSh 45)

Que a Sagrada Família nos conduza a contemplar a grande graça do


mistério da encarnação do Verbo em nosso meio, e assim uma nova
esperança e vida possa se manifestar em nós.

Shalom,
Assistência Apostólica

Setor de Pastoreio e Formação

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Advento 2021 - Manual do Pastor

Orientações

Movidos pelo espírito próprio deste tempo, dispomos abaixo algumas


orientações para a sua vivência em nossos grupos de oração:

- O ícone Cristocêntrico que deverá ser usado é o Pantokrator, e o da


Mãe de Deus: a Virgem do Sinal, também conhecido como Virgem
Orante (Nesse tempo não se usem nos momentos litúrgicos, ícones da
Virgem com o Menino no colo, já nascido).

- A cor litúrgica predominante durante o Advento é o roxo, (na medida


do possível, mais suave que o roxo quaresmal) e no terceiro domingo
do Advento pode ser usado, também, o rosa. As simbólicas dos grupos
devem estar de acordo com essas cores, bem como pode-se utilizar a
Coroa do Advento (Anexo V) ou a escada de Jacó durante o grupo
(Anexo VI).

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1º Semana (28/11-04/12)

Adoremos o Sagrado

Espiritualidade:
Nesta primeira semana somos convidados a aprofundar o sentido do
Sagrado nas nossas vidas, o Sagrado que é o próprio Deus. “O Advento, é o
tempo para nos lembrarmos da proximidade de Deus, que desceu até nós.”,
disse o Papa Francisco. É o tempo favorável para retornarmos à intimidade
com o Senhor que desceu para nos trazer a esperança e nos fazer
separados para Ele, e essa experiência só se faz pela oração que é “como
um grito que sai do coração de quem crê e se confia a Deus.” (Papa
Francisco).

Formação do Grupo de Oração:


Pregação ao vivo com o Anexo I, focalizando a presença do Sagrado que é
Deus, que nos visita e nos faz consagrados, separados.

Estudo Bíblico: Orientar o Estudo Bíblico com a Liturgia Diária;


Lembrando de motivar que as ovelhas podem utilizar como recurso os
vídeos de EB da Live SH que estão disponíveis diariamente, para ajudar a
aprofundar o sentido de cada semana do Advento e retornar à oração com
a Liturgia Diária.

-Motivar que as ovelhas já adquiram a Novena de Natal 2021, disponível nas


livrarias Shalom, ou pelo site https://livrariashalom.org/advento-2021.

Para orientar:
#Promover a adesão das ovelhas e divulgação no musical “Para além do
amanhã”, que acontecerá no dia 03 de Dezembro, às 19h. Na plataforma
paraalemdoamanha.com estão todas as informações de como participar.

Link do teaser: https://bit.ly/3C8uNBB

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Advento 2021 - Manual do Pastor

#Nesta semana iniciaremos como Comunidade nossa Campanha de


Oração pelas famílias, e durante o Advento motivamos que a Obra Shalom
interceda por meio do Santo Terço (se possível, de preferência em família)
pela santificação das famílias. Para motivar, assistam juntos no Grupo de
Oração o vídeo preparado para essa semana: (Enviaremos Link via Boletim
Apostólico).

#Dica: Pastor, nessa semana anime suas ovelhas a rezar diante do


Santíssimo presencialmente, ou online pela nossa Capela Virtual,
assim como, rezar com o rhema que ela colheu do musical “Para além
do amanhã”.

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2º Semana(05-11/12)

Adoremos com os Pobres

Espiritualidade:
Nesta semana aprofundaremos a nossa vivência de adoração à Jesus, por
meio dos pobres, pois o próprio Senhor, sendo rico, fez-se pobre para nos
enriquecer (Fl 2, 6-7). “Jesus nasceu em meio aos pobres, anunciou que no
Reino de Deus os pobres são Bem-aventurados, Ele estava em meio aos
enfermos, aos pobres, aos excluídos, mostrando-lhes o amor misericordioso
de Deus” (Catequese do Papa Francisco: Curar o mundo).

Formação do Grupo de Oração: Formação ao vivo com Anexo II,


focalizando o nosso chamado à evangelização e, em particular, a
evangelização dos pobres.

Estudo Bíblico: Orientar o Estudo Bíblico com a Liturgia Diária;

Para orientar:
-Nesta semana as ovelhas terão à disposição no manual delas a Catequese
do Papa Francisco: A opção preferencial pelos pobres e virtude da
caridade.

-Promover que as ovelhas participem e divulguem a próxima ação do


Projeto Amigo dos Pobres da missão e se envolva nas atividades de
Promoção Humana que estarão acontecendo nesse período.

#Dica: Pastor, liste as ações da PH que acontecerão neste mês de


Dezembro e envie para que as suas ovelhas se organizem para estar. Motive
que o grupo esteja junto em, pelo menos, uma ação do projeto Amigos dos
Pobres, se possível, e que depois partilhem no grupo de oração os frutos
dessa experiência de encontrar-se com Jesus no pobre.

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Advento 2021 - Manual do Pastor

3º Semana(12-18/12)

Adoremos com as Famílias

Espiritualidade:
Jesus, sendo Deus, nasceu em uma família, como Filho. Ele mesmo pode e
quer resgatar os valores que podem ter sido perdidos dentro de nós e que
alimentam o amor dentro da nossa própria família: o perdão, a
generosidade, a paciência, a compaixão, a escuta, o zelo, a ternura, etc. Uma
verdadeira conversão. Vamos juntos suplicar que Ele mesmo realize essa
ação em nós nesse Natal.

Formação do Grupo de Oração: Formação ao vivo com o Anexo III,


focalizando no arrependimento e conversão pessoal que gera frutos
concretos de santificação dentro do seio familiar.

Estudo Bíblico: Orientar o Estudo Bíblico com a Liturgia Diária;

Para orientar:
-Nesta semana vamos relembrar a oração da Novena de Natal, que
começa dia 15/12, sugerindo que as ovelhas rezem em suas casas, com suas
famílias.

- Motivamos que no dia 16/12 as ovelhas montem em suas casas, com


seus familiares, o presépio, em vista de se preparar para vinda do
Senhor.

#Dica: Pastor, motive que suas ovelhas façam um bom exame de


consciência em vista de se preparar para acolher o Senhor neste Natal.

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4º Semana (19-24/12)

Adoremos o Salvador

Espiritualidade:
“Ao entrar na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o
homenagearam." (Mt 2, 11)
Somos convidados a nos prostrar diante do Senhor e homenageá-lo com a
nossa vida. Ele mesmo nos acolhe em sua casa e deseja transformar a
nossa vida pela adoração; O que são o ouro, incenso e mirra que precisamos
oferecer ao Senhor? O que em nós precisa ser transformado pelo Senhor?

Formação do Grupo de Oração: Partilha em grupos (de 3 no máximo)


com a Catequese “Jesus, mestre de oração” (Anexo IV) do Papa Francisco.
Nesta formação deve-se focalizar a importância do retorno à primazia da
oração.
Após a leitura, as ovelhas devem anotar as seguintes perguntas para refletir
e responder em forma de partilha no grupo:

1. Como tem sido a minha oração neste tempo? Constante? Autêntica?


2. A oração tem sido a direção que guia a minha vida ou tenho vivido
segundo a minha própria vontade?

-Estudo Bíblico: Orientar o Estudo Bíblico com a Liturgia Diária.

Para orientar:
-Nesta semana vamos promover que as nossas ovelhas rezem diante
do presépio, e partilhem no grupo de oração a sua experiência pessoal com
Jesus Menino.

-Motivar que as suas ovelhas façam, no acompanhamento pessoal,


uma revisão do que hoje ela precisa crescer em vista de amar mais a Deus.

Qual o seu presente para o Senhor? Ajude a construir a Igreja do


Ressuscitado que passou pela Cruz através desse link.

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Advento 2021 - Manual do Pastor

Anexo I

Para esta pregação dispomos dos seguintes recursos:

1. O Senhor nos dizia na Escuta de 2019:

“‘Sinto que Senhor inaugura um novo tempo do Sagrado na


Comunidade, como nunca foi visto antes, Um novo entendimento do
Sagrado ligado à Santidade.' O Sagrado foi sempre um elemento, claro,
importantíssimo dentro da nossa vocação, porque inclusive, nós somos
consagrados. O Sagrado é o lugar onde Deus habita, onde está; é aquilo
que é separado para Deus, tomado por Deus, possuído por Deus.” (Escuta
nº 5, pág. 41).

Caso você deseje aprofundar essa promessa de Deus para nós, você
pode ler mais no Capítulo 1 da Escuta 2019 (Conversão à Santidade), o
Sagrado, a partir da pág.: 41.

2. Também na Palavra de Deus encontramos o seu Chamado para


adorá-lo:

Mateus 2, 11ss: Visita dos magos, a epifania:

Destacar o movimento de darmos a Deus o presente que lhe é devido,


a adoração, as ofertas, apresentação do que somos e temos diante do
Senhor;
Como estão nossas posturas de adoração à Deus, de zelo pelo Sagrado
que é Ele mesmo e que somos nós?

Mt 12, 21: “Em seu nome as nações pagãs porão sua esperança”.

Deus deseja nos dar e ensinar a experiência de abandonar as falsas


esperanças, e encontrar nEle um verdadeiro Caminho;

Anexo II

Para esta pregação dispomos dos seguintes recursos:


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1. Trecho da Escuta de 2021, palestra proferida por Moysés Azevedo no


Retiro de Autoridades, em Agosto de 2021:

Reconhecer o pecado que há em mim

O primeiro remédio, todos nós conhecemos. Diante das feridas purulentas – e são
tantas –, na nossa vida e no corpo da Comunidade, devemos saber que Deus as faz
emergir não para condenar, pois esse não é o Seu objetivo. Deus é amor, é misericórdia,
é compaixão, é salvação! Ele é lento para a cólera e cheio de misericórdia (cf. Sl 103,8). O
Senhor não o faz para acusar, porque o acusador é o demônio, mas para jogar a Sua luz
para curar. E, para isso, Ele precisa que nós acolhamos o dom do arrependimento, o
arrependimento! O arrependimento!
Quantas vezes pregamos e quantas vezes ainda pregaremos sobre o
arrependimento sincero, verdadeiro! Devemos pedir até o dom do arrependimento
perfeito, aquele que nos muda de dentro para fora.
Interessante, no Apocalipse 1,5, na visão de João, quando ele vê Jesus, o
Ressuscitado, como se define esse Jesus. Diz: “Àquele que nos ama, e que nos lavou de
nossos pecados com Seu sangue!”1 Esse é o Cordeiro Redivivo! É aquele que nos ama! É
Ele! É Ele quem pode nos libertar da Babilônia, de viver para nós mesmos, de preferir a
nós mesmos do que a Deus, de estarmos na ladeira do declive para o mal, dos pecados
capitais, dos pecados graves, dos pecados com que ferimos a nossa consagração. É Ele
que pode lavar os nossos pecados e nos colocar para subir para Jerusalém, fazer essa
obra de dentro para fora. É Ele quem lava os nossos pecados com o Seu sangue!
No Livro do Apocalipse, também são sete Igrejas de que o Espírito fala (Ap 1,4).
Para cinco delas, aparece: Arrepende-te! Esse é o grande grito da misericórdia de Deus e
é o que nós podemos fazer da nossa parte, apoiados pela graça de Deus. Nós não temos
a força de por nós mesmos mudar, mas, apoiados na graça de Deus, nós podemos nos
arrepender. Arrepende-te das tuas obras más! Arrepende-te dos teus pecados!
Arrependamo-nos dos nossos pecados! Arrepende-te!
Lava as tuas vestes, como diz Jesus no Apocalipse, no sangue do Cordeiro! O
Sangue do Cordeiro está disponível para nós lavarmos as nossas vestes, o nosso coração,
a nossa mente suja. Está presente para lavarmos as nossas mãos sujas, lavarmos as
nossas decisões sujas, o nosso coração sujo, lavarmos os nossos atos sujos. A nossa veste,
no sangue do Cordeiro, ficará branca, reluzente! Nós temos a oportunidade!
Arrependamo-nos!
Para nós nos arrependermos, precisamos mudar a visão inadequada que temos
do pecado, porque normalmente o mecanismo que existe dentro de nós faz com que
identifiquemos o pecado como uma atitude dos outros. Parece sempre que o pior
pecado não está em mim, mas fora, está em Fulano, Beltrano, Sicrano. Porém o pior
pecado está em nós, porque todos nós somos pecadores. Os nossos olhos, no entanto,
estão sempre atentos, julgando a tudo e a todos, tendo, assim, uma visão inadequada
do pecado. Se fôssemos confessar o pecado dos outros, eles fariam uma boa confissão,

1
Tradução Bíblia de Jerusalém.
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Advento 2021 - Manual do Pastor
porque conseguimos ver muito bem o pecado de todo mundo, sendo cegos para nós
mesmos.
Parece que o pecado está sempre fora de mim, inclusive, na moda do tempo de
hoje, no plano ideológico. Que vergonha! Nós, cristãos, digladiando uns com os outros,
que vergonha! Que vergonha! Sim, porque nós somos incapazes de ver os nossos
próprios pecados.
O padre Raniero Cantalamessa diz: “Também vale do reino do pecado o que Cristo
declara do Reino de Deus (cf. Lc 17,21)”2. Lucas diz: “Quando vos disserem: ‘O Reino Está
aqui! O Cristo está ali!’, desconfieis”3. Continua Raniero: “Da mesma forma, quando vos
disserem: ‘O pecado está aqui’, ou ‘o pecado está ali’, não acrediteis, porque o pecado
está dentro de vós!” Nós precisamos bater no peito e reconhecer o pecado dentro de
nós! Em vez de apontar o dedo para os outros, bater no peito e reconhecer: “O pecado
está em mim!” Esse é um ponto essencial para o arrependimento: reconhecer o pecado.
O primeiro passo, portanto, em nosso êxito no combate ao pecado, é reconhecer o
pecado em nós; reconhecê-lo na sua tremenda seriedade, e, pela graça de Deus, nos
despertar do sono e da anestesia que nos impede de ver o pecado em nós mesmos.
Padre Raniero Cantalamessa também nos diz: “Arrepender-se é entrar no juízo de
Deus a nosso respeito”4. Deus tem um juízo pessoal a nosso respeito. Só esse juízo é total
e absolutamente verdadeiro. Arrepender-se é aderir e render-se a esse juízo de Deus,
porque nós, o nosso juízo, sempre tendemos a nos justificar, então, devemos dizer:
“Ilumina-me, Senhor, e Tu tens razão. Eu pequei, pequei contra o céu e contra Ti”. Assim,
entramos no juízo de Deus a nosso respeito.

A compunção e a dor

O arrependimento nos leva à compunção e à dor. Por meio do arrependimento, o


homem não só reconhece que agiu mal, mas sofre por ter agido mal. Além disso, não o
sofre só por causa de si, mas ainda mais pela ofensa que causou a Deus, por ter traído o
Seu amor infinito na sua vida. A verdadeira dor só nasce na presença do amor, porque
feri aquele que amo. As dores mais profundas contorcerão o nosso coração e gerarão,
como um parto, vida.

A confissão

O arrependimento nos leva à confissão. Sei que alguns de nós não estamos tendo
acesso ao sacramento da confissão, mas assim que possível, busquemos esse
sacramento! Mas não devemos fazer aquela confissão da que diz o Papa Francisco:
“Confessar-se não é apenas dizer ao sacerdote esta lista (com pecados): ‘Fiz isto e aquilo’,
e depois ir embora. Estou perdoado. Não, não é justo. É preciso dar um passo, um passo
a mais, que é a confissão das nossas misérias, mas com o coração, ou seja, de modo que
aquela lista de coisas ruins que fiz desça ao coração. Assim, quando vou confessar-me
digo não somente a lista de pecados, mas os sentimentos de confusão, a minha
2
CANTALAMESSA, Raniero. Ungidos pelo Espírito. São Paulo: Editora Loyola, 1993, p. 46.
3
Lc 17,20-21: “Interrogado pelos fariseus sobre quando chegaria o Reino de Deus, respondeu-lhes: ‘A vinda do Reino de Deus não
é observável. Não se poderá dizer: ‘Ei-lo aqui! Ei-lo ali!’, pois eis que o Reino de Deus está no meio de vós’”.
4
CANTALAMESSA, Raniero. Op. cit., p. 47.
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Advento 2021 - Manual do Pastor
vergonha por ter feito isto a um Deus tão bom, tão misericordioso e tão justo”5.
Precisamos nos apresentar na confissão dessa forma, como o filho na presença do Pai
das Misericórdias.

O abrir das comportas da Misericórdia Divina

O arrependimento abre as comportas da Misericórdia Divina. O prodígio do


arrependimento é exatamente esse. Mal o homem se arrepende sinceramente, mal
contorce a sua alma e o seu coração contra si mesmo, de imediato Deus também se
adianta em seu favor, abraça-o e cura-o com a Sua misericórdia. O arrependimento atrai
o amor misericordioso de Deus para o pecador. O prodígio do arrependimento. É o que
nós vemos na Parábola do Pai das Misericórdias (cf. Lc 15,11-32). “Pai, pequei”. O Pai não o
deixou nem dizer a lista. O coração arrependido do filho já era o espaço alargado para
Ele derramar a Sua misericórdia.
É aquilo que está na Escuta de 2019, quando a imagem do homem assassino que
está arrependido e tem como juiz o próprio pai daquele a quem assassinou, é
surpreendido pelo abraço e beijo do juiz6. Nada, e prestem atenção, meus irmãos! Nada
regenera tanto, em certas ocasiões, o nosso coração como dizer uma palavra: “Pequei.
Errei. Não, os outros não têm culpa. Eu pequei. Eu errei”. Nada desperta mais a comoção
e a misericórdia de Deus, do Seu coração, e até do coração dos homens, do que fazer
isso diante de Deus e diante dos homens também, reconhecer os nossos limites.
O arrependimento é dom do Espírito. O Espírito Santo, que é chama do fogo de
Deus, toca o nosso coração, isto é, a nossa consciência, em um ponto só Dele conhecido,
fazendo-nos nos abrir à verdade de Deus a nosso respeito. Precisamos, então, pedir esse
dom do Espírito, para que venha e toque a nossa consciência naquele ponto que só Ele
conhece e sem escrúpulos. Às vezes, nós mesmos nem conhecemos, mas Ele conhece e
não faz o escrúpulo.
O arrependimento não é escrúpulo, não é mórbido, não é remorso mórbido. O
arrependimento é sempre libertador e, suscitado pelo Espírito Santo sempre gerará
rendição e vida! Devemos, pois, pedir essa graça a Deus, como expressa alguém – não
sei se é o Padre Raniero Cantalamessa –, sobre uma frase que todos nós deveríamos
dizer: “Não me negues, Senhor, esta graça, antes que eu morra” (Pr 30,7-9). Esse
arrependimento como dom do Espírito.
Esse arrependimento vai provocando dentro de nós um grito, vai provocando
dentro da alma um desejo, que nós devemos pedir a Deus que desabroche em nós,
como um grito da nossa alma. Aquele que sinceramente se arrepende e é alcançado
pela misericórdia de Deus deve alimentar esse grito dentro da alma: “Em nada ofender a
Deus! Em nada ofender a Deus! Em nada ofender a Deus!” Devemos pedir essa
sensibilidade interior da alma, que é de amor e não de escrúpulo, de buscar em nada

5
PAPA FRANCISCO. Homilia “A graça da vergonha”. 9 de março de 2020. Destaque nosso. Disponível em:
http://www.vatican.va/content/francesco/pt/cotidie/2020/documents/papa-francesco-cotidie_20200309_messa-per-imalati.html.
Acesso em 22 de out. de 2020.
6
Revista Escuta n° 5, p. 35: “Também na Escuta alguém teve essa inspiração: ‘Eu tinha um sentimento de como se eu fosse réu em
um tribunal, e eu estava diante do juiz. Eu, reconhecendo o meu pecado e o meu erro. Eu matei alguém. Mas, ao olhar, eu vi que o
juiz era o pai daquele a quem eu vitimei. Silenciosamente, ele me olhava, abraçava-me e soprava sobre mim a misericórdia, e me
fazia experimentar e tocar a infinitude da misericórdia do Pai”. A aflição, a compunção, o reconhecimento dos próprios pecados,
diante do Pai das misericórdias, transformam-se em consolo, em misericórdia, em conversão, em transformação”.
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Advento 2021 - Manual do Pastor
ofender a Deus! Essa é uma graça que devemos pedir todos os dias, todas as horas,
todos os minutos da nossa vida.
Vamos pedir a nosso Senhor, neste dia de hoje, o dom do arrependimento.
Que o Senhor nos conceda, na luz da Sua graça, essa graça. Neste dia em que nos
expomos à luz divina, que Ele nos conceda a graça de, iluminados por Ele, perceber o
que está opaco na nossa vida e suplicar o dom do arrependimento, que faz com que o
velho se torne novo, para que caminhemos do declínio para o mal e para a Babilônia,
para a elevação pela graça de Deus, porque nós não somos elevados por nós mesmos,
mas pela vida sobrenatural que Ele mesmo nos dá e que, pela nossa liberdade, somos
chamados a aderir. Assim, pelo arrependimento, suplicar a graça de em nada ofender ao
Bom Deus, ao misericordioso Deus, ao amoroso Deus, ao Amado da nossa vida!
Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado

Anexo III

DIA MUNDIAL DOS POBRES

SANTA MISSA

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Basílica de São Pedro

XXXIII Domingo do Tempo Comum, 14 de novembro de 2021

___________

As imagens utilizadas por Jesus, na primeira parte do Evangelho de hoje,


deixam-nos apreensivos: o sol escurece, a lua deixa de dar claridade, as
estrelas caem e as forças celestes são abaladas (cf. Mc 13, 24-25). Mas, pouco
depois, o Senhor abre à esperança: será num momento assim, de total
obscuridade, que há de vir o Filho do Homem (cf. Mc 13, 26); e agora já se
podem contemplar os sinais da sua vinda, como quando deduzimos que o
verão está próximo por ver que a figueira começa a cobrir-se de folhas (cf.
Mc 13, 28).

Deste modo o Evangelho ajuda-nos a ler a história, captando dois aspetos


dela: as dores de hoje e a esperança de amanhã. Por um lado, evocam-se
todas as dolorosas contradições em que a realidade humana vive imersa
em cada tempo; por outro, há o futuro de salvação que a espera, isto é, o
encontro com o Senhor que vem para nos libertar de todo o mal. Vejamos
estes dois aspetos, com o olhar de Jesus.

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Advento 2021 - Manual do Pastor
O primeiro aspeto: a dor de hoje. Vivemos numa história marcada por
tribulações, violências, sofrimentos e injustiças, à espera duma libertação
que parece nunca mais chegar. E os feridos, oprimidos e às vezes
esmagados por tudo isso são sobretudo os pobres, os elos mais frágeis da
cadeia. O Dia Mundial dos Pobres, que estamos a celebrar, pede-nos que
não viremos a cara para o outro lado, não tenhamos medo de olhar de
perto o sofrimento dos mais frágeis, para os quais aparece muito atual o
Evangelho de hoje: o sol da sua vida é frequentemente obscurecido pela
solidão, a lua das suas expetativas apaga-se; as estrelas dos seus sonhos
caíram na resignação e acaba abalada a sua própria existência. Tudo isto
por causa da pobreza a que muitas vezes se veem constrangidos, vítimas
da injustiça e da desigualdade duma sociedade do descarte, que corre
apressada sem os ver e, sem escrúpulos, os abandona ao seu destino.

Em contrapartida, existe o segundo aspeto: a esperança de amanhã. Jesus


quer abrir-nos à esperança, arrancar-nos da angústia e do medo à vista da
dor do mundo. Para isso assegura-nos: ao mesmo tempo que o sol se
obscurece e tudo parece cair é precisamente quando Ele Se faz vizinho a
nós. Nos gemidos da nossa dolorosa história, há um futuro de salvação que
começa a germinar por entre os dramas da história. A esperança de
amanhã floresce na dor de hoje. Sim, a salvação de Deus não é só uma
promessa reservada para o Além, mas cresce já agora dentro da nossa
história ferida – todos temos o coração enfermo –, abre caminho por entre
as opressões e injustiças do mundo. Precisamente no meio do lamento dos
pobres, o Reino de Deus desabrocha como as folhas tenras duma árvore e
conduz a história para a meta, para o encontro final com o Senhor, o Rei do
Universo que nos libertará definitivamente.

Chegados aqui, perguntemo-nos: Que se nos pede, a nós cristãos, face a


esta realidade? Pede-se-nos para nutrir a esperança de amanhã, curando
a dor de hoje. Estão interligados: se tu não caminhas curando as dores de
hoje, dificilmente terás a esperança de amanhã. De facto, a esperança que
nasce do Evangelho não consiste em esperar passivamente por um
amanhã em que as coisas hão de correr melhor – isto não é possível –, mas
em tornar concreta hoje a promessa de salvação de Deus: hoje, cada dia...
De facto, a esperança cristã não é o ditoso otimismo, antes, diria o otimismo
adolescente, de quem espera que as coisas mudem e, entretanto, continua
a ocupar-se da vida própria, mas é construir dia a dia, com gestos concretos,
o Reino do amor, da justiça e da fraternidade que Jesus inaugurou. Por

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Advento 2021 - Manual do Pastor
exemplo, a esperança cristã não foi semeada pelo levita e o sacerdote que
passaram ao lado daquele homem ferido pelos ladrões. Foi semeada por
um estranho, por um samaritano que parou e realizou a ação (cf. Lc 10,
30-35). E hoje é como se a Igreja nos dissesse: «Pára e semeia esperança na
pobreza. Aproxima-te dos pobres e semeia esperança». A esperança
daquela pessoa, a tua esperança e a esperança da Igreja. A nós, é-nos
pedido isto: ser, entre as ruínas quotidianas do mundo, construtores
incansáveis de esperança; ser luz enquanto o sol se obscurece; ser
testemunhas de compaixão enquanto ao redor reina a distração; ser
amorosos e atentos, na indiferença generalizada. Testemunhas de
compaixão. Nunca poderemos fazer o bem, sem passar pela compaixão.
Quando muito, faremos coisas boas, mas que não atingem a via cristã,
porque não tocam o coração. Aquilo que nos faz tocar o coração, é a
compaixão: aproximamo-nos, sentimos compaixão e realizamos atos de
ternura. Tal é o estilo de Deus: proximidade, compaixão e ternura. É isto que
nos é pedido hoje.

Recentemente voltou-me à mente aquilo que costumava repetir D. Tonino


Bello, um bispo próximo dos pobres e ele mesmo pobre em espírito: «Não
podemos limitar-nos a esperar, devemos organizar a esperança». Se a nossa
esperança não se traduzir em opções e gestos concretos de atenção,
justiça, solidariedade, cuidado da casa comum, não poderão ser aliviados os
sofrimentos dos pobres, não poderá ser modificada a economia do
descarte que os obriga a viver à margem, não poderão florescer de novo os
seus anseios. Compete-nos, especialmente a nós cristãos, organizar a
esperança – é uma linda expressão, esta de Tonino Bello: organizar a
esperança –, traduzi-la diariamente em vida concreta nas relações
humanas, no compromisso sociopolítico. Isto faz-me pensar no trabalho
que fazem tantos cristãos com as obras de caridade, no trabalho da
Esmolaria Apostólica... Que é que se faz lá? Organiza-se a esperança. Não se
dá uma moeda; organiza-se a esperança. Esta é uma dinâmica que hoje
nos pede a Igreja.

Hoje Jesus oferece-nos uma imagem simples e ao mesmo tempo sugestiva


da esperança: é a imagem das folhas da figueira, que desabrocham sem
fazer ruído, assinalando que o verão está próximo. E estas folhas aparecem –
sublinha Jesus –, quando o ramo se torna tenro (cf. Mc 13, 28). Irmãos, irmãs,
aqui está a palavra que faz germinar a esperança no mundo e alivia a dor
dos pobres: a ternura. Compaixão que te leva à ternura. Depende de nós

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Advento 2021 - Manual do Pastor
superar o fechamento, a rigidez interior, que é a tentação de hoje, dos
«restauracionistas» que querem uma Igreja ordenada e rígida: isto não é do
Espírito Santo. E devemos superar isto, e fazer germinar nesta rigidez a
esperança. E depende de nós também vencer a tentação de nos
ocuparmos apenas com os nossos problemas, para nos enternecermos à
vista dos dramas do mundo, compadecendo-nos da dor. À semelhança das
folhas tenras da árvore, somos chamados a absorver a poluição que nos
rodeia e transformá-la em bem: não adianta falar dos problemas, polemizar,
escandalizar-nos… (isto, todos o sabemos fazer!); o que adianta é imitar as
folhas, que sem chamar a atenção todos os dias transformam o ar poluído
em ar puro. Jesus quer-nos «conversores de bem»: pessoas que, imersas no
ar pesado que todos respiram, respondem ao mal com o bem (cf. Rm 12, 21).
Pessoas que agem: partilham o pão com os famintos, trabalham pela
justiça, elevam os pobres e devolvem-lhes a sua dignidade, como fez aquele
samaritano.

É bela, é evangélica, é jovem uma Igreja que sai de si mesma e, como Jesus,
anuncia a boa nova aos pobres (cf. Lc 4, 18). Repiso o último adjetivo: é
jovem uma Igreja assim; a juventude de semear esperança. Esta é uma
Igreja profética, que diz, com a sua presença, aos corações desanimados e
aos descartados do mundo: «Coragem, o Senhor está próximo! Também
para ti há um verão que desabrocha no coração do inverno. Mesmo da tua
dor, pode ressurgir esperança». Irmãos e irmãs, levemos ao mundo este
olhar de esperança. Levemo-lo com ternura aos pobres, aproximando-nos
deles, com compaixão, sem os julgar – julgados, seremos nós –. Porque lá,
junto deles, junto dos pobres, está Jesus; porque lá, neles, está Jesus, que
nos espera.

Anexo IV

Catequese - 13. Jesus, mestre da oração

[...] Durante a sua vida pública, Jesus recorre constantemente ao poder da


oração. Os Evangelhos mostram-no quando se retira em lugares isolados
para rezar. Trata-se de observações sóbrias e discretas, que deixam apenas
imaginar aqueles diálogos orantes. Contudo, elas testemunham claramente
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Advento 2021 - Manual do Pastor
que mesmo em momentos de maior dedicação aos pobres e aos doentes,
Jesus nunca negligenciava o seu diálogo íntimo com o Pai. Quanto mais
estava imerso nas necessidades do povo, tanto mais sentia a necessidade
de descansar na Comunhão trinitária, de voltar para o Pai e para o Espírito.

Portanto, na vida de Jesus existe um segredo, escondido aos olhos


humanos, que representa o ponto fulcral de tudo. A oração de Jesus é uma
realidade misteriosa, da qual só intuímos algo, mas que permite ler toda a
sua missão na justa perspetiva. Naquelas horas solitárias – na madrugada
ou durante a noite - Jesus mergulha na sua intimidade com o Pai, ou seja,
no Amor do qual toda a alma tem sede. É isto que sobressai dos primeiros
dias do seu ministério público.

Num sábado, por exemplo, a cidade de Cafarnaum transformou-se num


“hospital de campanha”: ao pôr do sol, levam todos os doentes a Jesus e Ele
cura-os. Mas antes do amanhecer, Jesus desaparece: retira-se para um
lugar solitário e reza. Simão e os outros procuram-no e quando o
encontram dizem-lhe: «Todos te procuram!». O que responde Jesus?:
«Vamos às aldeias vizinhas, para que Eu pregue também lá, pois foi para
isso que vim» (cf. Mc 1, 35-38). Com frequência Jesus vai além, além na
oração com o Pai e além noutras aldeias, noutros horizontes para ir
anunciar a outros povos.

A oração é o leme (direção) que guia a rota de Jesus. Não é o sucesso, não é
o consentimento, não é aquela frase sedutora “todos te procuram”, que
ditam as etapas da sua missão. É o modo menos confortável que traça o
caminho de Jesus, mas que obedece à inspiração do Pai, que Jesus ouve e
acolhe na sua prece solitária.

O Catecismo afirma: «Quando ora, Jesus já nos ensina a orar» (n. 2607).
Portanto, a partir do exemplo de Jesus, podemos obter algumas
caraterísticas da oração cristã.

Antes de mais, possui um primado: é o primeiro desejo do dia, algo que se


pratica ao amanhecer, antes que o mundo desperte. Ela restitui uma alma
àquilo que de outra forma ficaria sem respiro. Um dia vivido sem oração
corre o risco de se transformar numa experiência aborrecida ou tediosa:
tudo o que nos acontece poderia transformar-se para nós num destino mal
suportado e cego. Jesus, ao contrário, educa na obediência à realidade e,

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Advento 2021 - Manual do Pastor
portanto, à escuta. A oração é, antes de mais nada, escuta e encontro com
Deus. Por conseguinte, os problemas da vida quotidiana não se tornam
obstáculos, mas apelos do próprio Deus a ouvir e encontrar quantos estão à
nossa frente. Assim, as provações da vida transformam-se em ocasiões para
crescer na fé e na caridade. O caminho diário, incluindo as dificuldades,
adquire a perspetiva de uma “vocação”. A oração tem o poder de
transformar em bem o que de outra forma seria uma condenação na vida; a
oração tem o poder de abrir um grande horizonte para a mente e de
alargar o coração.

Em segundo lugar, a oração é uma arte a praticar com insistência. O


próprio Jesus diz-nos: batei, batei, batei à porta. Todos somos capazes de
orações episódicas, que nascem da emoção de um momento; mas Jesus
educa-nos para outro tipo de oração: aquela que conhece uma disciplina,
um exercício e é assumida no âmbito de uma regra de vida. A oração
perseverante produz uma transformação progressiva, fortalece em tempos
de tribulação, concede a graça de ser amparados por Aquele que nos ama e
nos protege sempre.

Outra caraterística da oração de Jesus é a solidão. Quem reza não foge do


mundo, mas prefere lugares desertos. Ali, no silêncio, podem surgir muitas
vozes que escondemos no íntimo: os desejos mais afastados, as verdades
que nos obstinamos a sufocar e assim por diante. E, acima de tudo, Deus
fala no silêncio. Cada pessoa precisa de um espaço para si, onde cultivar a
sua vida interior, onde as ações têm sentido. Sem vida interior tornamo-nos
superficiais, agitados, ansiosos - a ansiedade faz-nos muito mal! Por isso
devemos rezar; sem vida interior fugimos da realidade e também fugimos
de nós mesmos, somos homens e mulheres sempre em fuga.

Por fim, a oração de Jesus é o lugar onde percebemos que tudo vem de
Deus e para Ele volta. Por vezes, nós seres humanos acreditamos que
somos senhores de tudo ou, caso contrário, perdemos toda a autoestima,
vamos de um lado para o outro. A oração ajuda-nos a encontrar a correta
dimensão na relação com Deus, nosso Pai, e com toda a criação. Por fim, a
oração de Jesus consiste em entregar-se nas mãos do Pai, como Jesus no
jardim das oliveiras, naquela angústia: “Pai se for possível... mas seja feita a
tua vontade”. O abandono nas mãos do Pai. É bom quando estamos
agitados, um pouco preocupados e o Espírito Santo nos transforma a partir

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Advento 2021 - Manual do Pastor
de dentro e nos leva a este abandono nas mãos do Pai: “Pai, seja feita a tua
vontade”.

Amados irmãos e irmãs, redescubramos no Evangelho Jesus Cristo como


mestre de oração, e coloquemo-nos na sua escola. Garanto-vos que
encontraremos a alegria e a paz!

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Anexo V

Coroa do Advento

Um símbolo bastante rico de significado é a Coroa do Advento, sua origem


vem do norte da Europa. O círculo sem começo e sem fim simboliza a
eternidade, a unidade. Indica também o ciclo anual do sol. Para os cristãos,
o sol é Cristo. A coroa de louros era usada na Antiguidade como sinal de
vitória, representando, na coroa do Advento, o Cristo vitorioso que vem.

Os ramos sempre verdes remetem à esperança e à vida nova que Cristo


trará e que não passa. Em muitos países se utiliza o pinus para decorar a
coroa. Visto que no inverno ele não perde as folhas, relembra na coroa a
perseverança, a esperança e a vitória sobre a morte. Podem-se utilizar
outros elementos verdes, remetendo, porém, ao sentido da
esperança.

Os laços de fitas vermelhas ou rosas lembram a vitória do amor de Jesus


que se encarnou para salvar o homem. A cor roxa das velas nos convida à
conversão em
preparação para acolher o Cristo que vem. A vela de cor roxa mais clara nos
chama à alegria, pois o Senhor está próximo. Os detalhes dourados
prefiguram a glória do Reino que virá.

Segue uma sugestão de material:


● Galhos (sempre) verdes entrelaçados formando um círculo;
● Na parte interior devem ser colocadas velas (cada uma representa uma
semana
do Advento). Preferencialmente 3 a cor roxa, e uma rosa, para o terceiro
domingo de advento (Gaudete – Domingo da Alegria).
● Uma fita vermelha;
● Algum detalhe dourado (discreto);

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Anexo VI

Escada de Jacó

É costume em nossa comunidade utilizarmos também a “Escada de Jacó”


ou “Escada do Advento”. Ela difere da Coroa do Advento quanto aos
elementos contidos. Essa simbologia faz menção ao sonho de Jacó, onde
ele via uma escada que tocava o céu e a terra (cf. Gn 28,10-19). A escada
também é sinal da Virgem Maria,“Escada celeste pela qual o eterno desce“.

Esta simbólica que utilizamos é composta por uma pequena escada de 4


degraus. Cada degrau contém uma vela simbolizando as quatro semanas
do Tempo do Advento. No topo dessa escada está o ícone do Pantocrátor.
Na base da escada está o ícone da Virgem do Sinal.

As velas são acesas a cada domingo do Advento, começando pela vela do


topo. Simboliza o Verbo de Deus que se encarna. Na medida em que é
acesa cada vela, contempla-se o mistério da encarnação e cresce a alegre
expectativa do Senhor que vem. Assim como a Coroa, a escada deve ser
preparada num local de destaque.

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