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A Cura de um Cego de Nascença

| Tanque de Siloé |
João 9 
1
 1 E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença.

A cura de um Cego de Nascença é uma das mais belas histórias da


Bíblia. A cura do cego se dá nas águas do tanque de Siloé.
Um recipiente quadrangular, medindo 25 metros de comprimento por 5
metros de largura e 5 metros de profundidade.
A água vinha de um canal subterrâneo, com 530 metros de
comprimento, da fonte chamada Virgem, localizada mais ao norte do
vale de Cedrom. Esse túnel, descoberto em 1886, foi construído por
ordem do rei Ezequias.
O texto do livro de João Capítulo. 9 inicia afirmando que Jesus,
passando, viu um cego de nascença. Ali estava aquele
homem. Nasceu cego. Cresceu cego. Não sabia ler nem escrever.
Não tinha utilidade para a sociedade judaica.
Atualmente os cegos podem aprender, ler e escrever, pois há o
sistema Braille. Mas no tempo de Jesus os cegos não tinham valor
algum. E nascendo cego, eram logo apontados como
sendo castigados por pecados.

O tanque de Siloé próximo à cidade de Davi.


Este homem, cego, que havia passado toda sua vida na escuridão,
era visto assim. Seu sofrimento era relacionado com castigo. E se
estava sendo castigado, porque então ajudar?
Assim permanecia abandonado, sozinho, dependendo da caridade e
da compaixão de quem por ele passasse.
É interessante que Jesus andando, o viu. Isso porque Jerusalém era
uma grande cidade. E em meios urbanos, com muitas aglomerações,
muita gente nas ruas, é difícil ser notado. Veja, por exemplo, as
grandes capitais do Brasil.
Multidões passam de um lado para o outro sem se importar com a
vida de quem quer que seja. No meio de tanta gente, porém
sempre sentimos como que sozinhos.
Porque as pessoas se importam no máximo com seus familiares ou
amigos, o restante é apenas a multidão.
Mas Jesus não vê multidões. Jesus vê cada indivíduo. E Jesus
prendeu sua atenção naquele pobre homem cego de nascença.
Aí os seus discípulos, que estavam imersos na crença da “causa e
efeito”, já começaram a indagá-lo, com um julgamento errado:
“E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou,
este ou seus pais, para que nascesse cego?” João 9:2
E nós, seres humanos, somos assim mesmo, implacáveis! Julgamos o
que não sabemos, condenamos com preconceitos. Tratamos com
indiferença, vemos multidões, não enxergamos o cuidado que cada
ser individualmente necessita.

Jesus e o cego de nascença


Mas Jesus parou, para falar com o cego de nascença. Isso é
realmente maravilhoso! Jesus se importa com cada ser humano. Sem
distinção.
O mestre mostra aos seus discípulos que não havia nenhum castigo e
nenhuma maldição hereditária sobre a vida daquele homem.
Ao contrário, havia, na realidade humana daquela geração,
uma cegueira muito mais profunda e pavorosa do que aquela em
que se deixa de ter a visão física desta realidade.
“Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para
que se manifestem nele as obras de Deus.” João 9:3
A pior cegueira é aquela em que se deixa de enxergar o sentido real
da vida. Pela reação dos fariseus à cura daquele pobre homem
cego de nascença (pois se deu num sábado), podemos ver em
quão densas trevas eles estavam.
Levando uma vida sem nenhum sentido nobre e real, eles se
prenderam a legalismos e rituais pesados. Deixaram esfriar o amor
nos corações e se esqueceram do principal da lei, que era o perdão e
a misericórdia.
Então alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois
não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador
fazer tais sinais? “E havia dissensão entre eles.” João 9:16

Jesus Cura o Cego de Nascença.


Para estes Jesus se declara como o sentido real, pelo qual eles
deveriam viver e caminhar, para que não andassem mais em trevas.
Assim como declarou numa ocasião imediatamente anterior:
“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo;
quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” João
8:12
De forma que, quem tem a Jesus como norte, como rumo, passa a
enxergar e nunca andará confuso ou em escuridão.

Lava-te no tanque de Siloé


Ao preparar-se para realizar mais um milagre em seu ministério, Jesus
aproveita a oportunidade para trazer lições morais valiosíssimas. Ele
poderia ter simplesmente declarado a cura imediata do cego de
nascença, como fez em outras situações.
Mas a cegueira estava relacionada a verdades mais profundas. Jesus
queria não só curar a cegueira material, palpável, como também abrir
os olhos espirituais do cego e de todos demais.
Assim o lodo feito com sua saliva, passa a representar a cegueira
espiritual, que precisava ser lavada.
“Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com
o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé
(que significa o Enviado).” João 9:6
Deste modo o homem cego de nascença, parte para lavar o lodo de
seus olhos, no tanque de Siloé, para que uma vez curado, possa
também ter um rumo a seguir, um norte para se guiar, ao passo que
Jesus se apresenta como tal direção e como sentido supremo da vida.
Sua visão se abriu de tal forma que, diferente dos seus pais, ele não
temeu ao ser interrogado pelos fariseus. Ele fez uma declaração que
mostrou que a sua cura total, era incontestável.
“Respondeu ele, pois, e disse: Se é pecador, não sei; uma coisa sei, é
que, havendo eu sido cego, agora vejo.” João 9:25
E Jesus estava aparte, vendo aquilo tudo, sereno, calmo. Quando
soube que o expulsaram do templo, se apresenta a ele.

E aquele que não era mais cego conseguiu enxergar também, aquilo


que toda a casta religiosa de Israel não teve capacidade de ver.

“E Jesus lhe disse: Tu já o tens visto, e é aquele que fala contigo. Ele


disse: Creio, Senhor. E o adorou.” João 9:37-38
É preciso ver e enxergar o sentido espiritual dos fatos. Algo que os
olhos humanos pouco conseguem ver. Devemos sempre pedir a
Deus que remova o lodo que nos impede de ver o seu propósito.
Jesus veio para possamos ver, mas, muitos infelizmente permanecem
perdidos, em trevas, cegos, muito embora seus olhos funcionem muito
bem.

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