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Experiências de Gestão da Educação Básica em Tempos Pandêmicos:

Mitos acerca da Gestão Escolar após início da Pandemia do Covid-19

Erika Renata de Freitas Najjar


Leonardo de Melo Soares
Rosemary Roggero

Introdução

Este artigo tem como foco refletir sobre as práticas preconizadas pela gestão
educacional das Secretarias Municipais que interfeririam sobre a ação dos gestores
das escolas das redes públicas em regiões periféricas das cidades Embu das Artes
– SP, de São Bernardo do Campo e São Paulo, todas no estado de São Paulo,
Brasil.

Reportamo-nos ao período no qual, decretos estaduais e municipais


instituíam estratégias de contenção diante do cenário pandêmico do coronavírus,
(COVID-19), doença infectocontagiosa que acarretou elevada letalidade, em nosso
país e no mundo. Deste modo, um decreto instituiu a suspensão das atividades
pedagógicas presenciais, iniciando um período de isolamento social que se
prolongou, em decorrência do avanço do vírus e a falta de tratamento para a doença
naquele momento, sobrecarregando os serviços de saúde e funerários, acarretando
a necessidade de mudanças no cotidiano para os mais diversos segmentos. Assim,
se fizeram necessárias medidas de contenção demandadas pelo poder público em
nosso estado e estabelecidas conjuntamente entre autoridades das áreas de saúde
e vigilância sanitária. Nesse contexto, pretendemos refletir criticamente sobre as
estratégias adotadas para a continuidade do processo ensino-aprendizagem,
mesmo que em condições inéditas, em nossas cidades de atuação.

O objetivo é identificar a distância entre a teoria, os discursos proferidos na mídia


e a prática vivida no cotidiano das escolas, nesses territórios, considerando a falta
de diálogo e de possibilidade de participação dos diretores escolares sobre os
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planos de ações, decisões e medidas emergenciais implantadas pelo poder público


para promover a manutenção da garantia do direito à educação de crianças e
adolescentes, especialmente quando nos referimos aos bairros mais vulneráveis das
cidades. Evidenciaremos a seguir, que as diversidades existentes nas redes
municipais as quais mencionamos aqui, demandam uma escuta atenta de
representantes das escolas e um trabalho articulado nos territórios, a fim de oferecer
maior assertividade e êxito nesse processo, minimizando gastos desnecessários,
retrabalhos e desgastes emocionais a todos os envolvidos na comunidade
educativa, considerando momentos em que, a inação do poder público potencializa
o sofrimento e os processos de exclusão dos sujeitos que mais necessitam dessas
políticas de atendimento.

A partir de narrativas acerca das experiências que temos como gestores


dessas unidades, objetivamos pensar sobre a importância de garantir participação e
deliberação coletiva nos processos decisórios da educação pública, respeitando as
necessidades e especificidades de cada território, tirando da invisibilidade,
características sociais que demandam ainda mais cuidado e atenção de políticas
públicas urgentes e ações muitas vezes emergenciais, como as que ocorreram
nesse período.

O Contexto, a pandemia e a ação sanitária emergencial refletida na Educação


Remota/Online

Escola 1 – EM de Escola s - EMEB de Escola 3 – EMEF de Ensino


Educação Infantil e Fund. I Educação Infantil em São Fundamental I e II na Zona
em Embu das Artes – SP Bernardo do Campo - SP Sul da Cidade de São Paulo
(Descaracterizada) (Descaracterizada) - SP
(Descaracterizada)

Há pouco mais de dois anos vivemos um contexto diferenciado em nossas


unidades educacionais já que no mês de março do ano letivo de 2020, o Brasil e o
mundo se depararam com a pandemia de COVID 19, que suspendeu as atividades
presenciais em diversos segmentos, entre eles a educação, perdurando o desafio do
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isolamento social por um longo período do ano de 2021 inclusive, fazendo emergir
diversos questionamentos e inquietudes de diversos especialistas sobre as
consequências e encaminhamentos após este período de atendimento remoto às
crianças, adolescentes e suas famílias, e até considerando o não atendimento,
diante da realidade de nossos territórios.
A partir daqui, propomos qualquer análise a partir de um lugar bastante
desafiador: a direção escolar, composta por servidores públicos que, como
educadores, têm como atribuição assegurar a organização e execução das práticas
pedagógicas, tendo em vista o currículo preconizado pelas secretarias de educação,
com as quais buscamos a oportunidade de diálogo a fim de construir medidas
efetivas que supram inúmeros questionamentos advindos de num constante
processo de interlocução com toda a comunidade educativa: coordenação
pedagógica, professores, profissionais de apoio e administrativos, famílias e
estudantes, em consonância com as políticas públicas educacionais em vigor, que
nos eram repassadas apenas por e-mails e conhecidas, muitas vezes, através da
mídia.
Referimo-nos, especialmente à experiência vivida como gestores de escolas
públicas municipais de três grandes cidades: Embu das Artes, São Bernardo do
Campo (ABC paulista) e São Paulo (a maior e mais populosa cidade do país), onde, ,
de início, o primeiro desafio que enfrentamos enquanto diretores, em todas escolas,
foi o de comunicadores, liderança comunitária e crítica que foi incumbido, e não
tinha ninguém melhor que pudesse fazer isso presencialmente, de informar às
famílias a suspensão repentina das aulas ainda no meio do mês de março em 2021
devido ao Pandemia de Covid-19. Até ali a pandemia ainda não se caracterizava no
Brasil de forma agressiva e mortal em larga escala e talvez, ainda com a lembrança
do êxito de como foi o enfrentamento e condução governamental diante da crise de
H1N1 em 2009, com práticas efetivas, valorização da ciência e agilização de
vacinas, os pais descréditos já questionavam de forma generalizada quanto ao
retorno das aulas: “Diretor (a), o (a) senhor (a) acha que em umas 2 semanas
voltamos?”; “Isso deve ser uma situação rápida, correto?”; “Ah, mas será que
precisa de tudo isso mesmo? Quem ficará com minhas crianças? ”. Contudo, tais
questionamentos foram gradativamente desaparecendo, pois o noticiário trazia
respostas, nós, gestores, já entendíamos que não haveria possibilidade de
estimativa de retorno. A fim de não gerarmos pânico ou descrédito, falávamos que
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não tínhamos previsão, que avisaríamos os próximos passos. Confessamos que


essa era uma fala política, apaziguadora, até viciada pela experiência, pois,
sabíamos que a suspensão de aulas era decisão emergencial dos governos a
respeito do assunto. Também, apenas como atentos e curiosos em saúde pública,
pouco sabíamos ou poderíamos prever quanto aos desdobramentos desta
pandemia.
Internamente, percebíamos que não havia plano sanitário e assim, tão pouco,
um plano educacional que visualizasse contingenciamento de tamanha crise e tão
pouco as estratégias que pudessem garantir e estimular a aprendizagem de nossas
crianças independente de como, quando e onde estivessem. O passar dos tempos
foi nos mostrando esta certeza. Logo após essa suspensão repentina das aulas, em
aproximadamente duas semanas, as Secretarias de Educação anteciparam o
período de férias, tentando ganhar tempo para estabelecer estratégias e planos de
ação enquanto o poder público lhe dava com o agravamento da pandemia. O Lock
Down (Confinamento / isolamento total) se fez presente.
Por ser um momento inédito na história da maioria dos cidadãos
contemporâneos, alguns questionamentos trazidos pelos pais integrantes de nossas
comunidades e até professores eram corriqueiras e demonstravam a falta de
consciência acerca da gravidade, da dimensão e do descontrole da pandemia em
nosso território. Podemos aqui, relembrar alguns: “Diretor (a), daqui umas 3
semanas voltam as aulas né?”; “Diretor(a), Não tenho onde e nem com quem deixar
os meus filhos, será que precisa mesmo suspender as aulas?”. Contudo, tais
questionamentos foram gradativamente desaparecendo, pois o noticiário trazia
respostas, nós, gestores, já entendíamos que não haveria possibilidade de
estimativa de retorno. A fim de não gerarmos pânico ou descrédito, falávamos que
não tínhamos previsão, que avisaríamos os próximos passos. Confessamos que
essa era uma fala política, apaziguadora, até viciada pela experiência, pois,
sabíamos que a suspensão de aulas era decisão emergencial dos governos a
respeito do assunto. Também, apenas como atentos e curiosos em saúde pública,
pouco sabíamos ou poderíamos prever quanto aos desdobramentos desta
pandemia. (RETIRAR ESTA PARTE, POIS PARTE DELA JÁ FOI AJUSTADA PARA
UMA PARTE ANTERIOR DO TEXTO)
Ao decorrer da pandemia com o aumento de casos de contaminação e o
exorbitante número de óbitos, principalmente nas regiões onde a maioria dos
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trabalhadores não cumpria a quarentena adequadamente, seja por necessidade de


sobrevivência, organização familiar, falta de esclarecimento ou por não acreditarem
no que estavam vivendo – governos e autoridades em saúde pública tiveram que
pensar em respostas à sociedade pelo período incomum e inédito em que
estávamos sem atendimento presencial nas escolas e assim, as crianças e
adolescentes desassistidos de forma significativa e em diversos aspectos.
Após este incomum período de paralização e isolamento social, notamos que
por iniciativa pessoal dos profissionais, os professores já antecipados no uso das
TIC´s (Tecnologia da Informação) que, por conta e custos próprios já tinham grupos
de WhatsApp ou e-mails para comunicação com as famílias, iniciaram o diálogo
junto a elas, nos auxiliando e muito no caráter pacificador e acalentador, explicando
e pedindo calma às famílias diante do momento e começando a utilizar e enviar
estratégias de ensino que protagonizassem a interação e aprendizagem das
crianças naquele momento. Outros mais autodidatas ou formados em outras redes e
oportunidades, pois não tínhamos precedentes de em nossas secretarias, iniciaram
a formação de turmas e sequências de atividades no ClassRoom do Google, mas
que em pouco tempo se mostrou pouco acessada devido às condições sociais,
financeiras e de organização familiar que detalharemos à frente.
Infelizmente, embora estudemos as TICs desde meados do final da década
de 90 a início dos anos 2000 e sabendo de sua necessidade, capilaridade,
capacidade de aderência e inovação entre esta geração de estudantes, conforme
Valente (1999, p. 41):
[...] A implantação de novas ideias depende, fundamentalmente, das ações
do professor e dos alunos. Porém essas ações, para serem efetivas, devem
ser acompanhadas de uma maior autonomia para tomar decisões, alterar o
currículo, desenvolver propostas de trabalho em equipe e usar novas
tecnologias de informação [...].

Sabemos que sua adesão e uso na escola pública está muito atrasada, seja
por falta de formação, incentivos em pesquisas, investimentos consistentes no
assunto e na educação pública em geral, assim, como na capacidade social das
famílias em aderir em sua maioria, em pouquíssimo tempo, engajamento,
organização, sustentabilidade e saber notório da prática e utilização de variadas
ferramentas tecnológicas, sejam elas quais fossem.
Ao mesmo tempo, as mesmas estratégias de ClassRoom, plataformas
digitais, comunicações por aplicativos de mensagens e e-mail, foram adotadas pelas
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Seducs para efetivação do ensino remoto e retorno presencial e que, também,


considerando o contexto socioeconômico de nossas comunidades, a concepção de
infância, adolescência, escola e educação que nos baliza, certamente, este período
de distanciamento revelou lacunas em ações gerencialistas (Paula, 2005) e de
dispersão de poder (Gandin e Lima, 2017), sem pensar em estrutura, capacidade,
fornecimento de insumos e condições prévias de qualidade e investimento básico
que plataformas digitais de aprendizagem virtual também exigiram, nesse momento.
O tempo foi passando e a perspectiva não era positiva. Governos verificaram
que o ano letivo de 2020 não caberia no calendário regular e, seguindo o caminho
do resto do mundo, tentou-se implantar o Ensino Remoto/Online, em nossas
escolas. Um grande desafio para nós gestores que tentávamos criar alternativas,
pensar em soluções caracterizadas à cada criança e família, pensar e fazer
acontecer a formação digital não somente das famílias que tinham a capacidade,
estrutura e interesse em criar e fazer acontecer este novo ambiente de
aprendizagem, mas também na formação digital da grande maioria dos professores
e gestores (pares na mesma escola ou parceiros de rede) que, por sua vez, ainda
estavam engatinhando em recursos e conhecimentos a respeito desta nova prática
na escola pública.
Dada a divulgação do ensino híbrido/remoto como alternativa à continuidade
do atendimento escolar às famílias, as Secretarias de Educação o determinaram
para suas redes de ensino; porém, também não levaram em consideração que em
maioria das turmas ainda tinham, em alto índice, as seguintes dificuldades e
desafios: 1) Instituições com recursos e aparelhos incompatíveis, tais como internet
sem velocidade, computadores, notebooks e celulares sem capacidades de
memória; 2) Professores e gestores sem formação e conhecimento técnico para
estruturar e conduzir o processo; 3) Famílias e estudantes nas mesmas condições
descritas no itens 1 e 2; 4) Famílias e profissionais que com condições técnicas,
estruturais e de conhecimento, ou não, ainda se apegavam à ideia de que
esperariam a “normalização” das aulas, sem ter a necessidade de ter que se
atualizar no processo em andamento. Imaginamos que essa convicção também
estivesse presente para alguns de nossos políticos e governantes, devido a diversos
discursos negacionistas e que minimizavam a gravidade e riscos da doença.
Assim, nos deparávamos com a evidente mutação do processo educacional e
de aprendizagem, em suas políticas e práticas. Não que ele não demandasse
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mudanças anteriormente, mas agora, a comunidade escolar estava vivenciando uma


transformação nas maneiras e formas de aprender, tão dinâmica, tão real e aparente
quanto a dinamicidade da “liquidez” analisada por Bauman (2012) no mundo
capitalista e imediato. Esta “liquidez” exige e aprofunda em todos a ideia de uma
nova concepção de ser humano, resiliente a qualquer custo, mesmo quando não lhe
é vantajoso ou viável, tal qual é apontado por Dardot e Laval (2016).
Temos certo, também, que a “Dispersão de Poder” (Gandin e Lima, 2017)
praticada por gestões neoliberais há anos, com certa intencionalidade de políticas
públicas e baixo investimento em educação tecnológica nas redes públicas,
culminou na situação na qual, devido às circunstâncias, nos tornávamos reféns da
emergência, em processos de implantação, implementação e investimentos sobre os
quais não tínhamos domínio por falta de acesso.
Neste sentido, pensamos no significado de “urgência” e “emergência”:
“Urgência: 1 Qualidade ou condição de algo que é urgente; que não pode
ser adiado [...] 2 Necessidade de agir prontamente; pressa [...] 3 Situação
crítica ou bastante grave [...]; Emergência: 1 Ato de emergir (surgir); 2
Ocorrência de grande perigo; [...] 8 Situação crítica e imprevista que
demanda ação imediata; (Dicionário Michaelis on line. Consultado em
19/06/2022 as 12:15 h em https://michaelis.uol.com.br/)

Ou seja, na urgência há a pressa, necessidade grave de se implantar algo,


porém, ainda permitindo um planejamento mais cuidadoso e crítico do que em
situações emergenciais, em que a situação crítica imprevista já apareceu, emergiu, e
agora demanda soluções que nem sempre permitem planejamento, cuidados e
principalmente, avaliações de custos e benefícios. Vivemos a emergência dentro da
urgência, no âmbito educacional.
Quanto à dispersão de poder citada acima, segundo Gandin e Lima (2017, p.
733), podemos entender da seguinte forma:

“A dispersão de poder conecta-se com o pressuposto gerencialista de que


as instituições não-estatais proveriam os serviços de bem-estar com maior
eficiência e qualidade do que o âmbito estatal. Tal pressuposto foi
fortemente articulado pela Nova Direita – aqui entendida como a aliança
entre neoliberais e neoconservadores – na Inglaterra que, quando da crise
dos anos de 1970, realizou duras críticas ao Estado de Bem-estar social,
principalmente ao afirmar que o Estado gastava muito com as políticas
sociais e provia serviços de má qualidade. Para a Nova Direita, era
necessário que a agenda de negócios passasse a ser articulada em nome
do mercado, do cliente, da nação e do espírito empresarial. A gestão
burocrática foi definida, especialmente pelos grupos neoliberais e
neoconservadores, como uma forma de organização inapropriada e
ineficiente de administrar o Estado, que não se adaptava às demandas
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complexas do mundo moderno. As qualidades do gerencialismo foram,


assim, construídas a partir dos problemas do antigo modelo administrativo,
criando-se um binarismo entre gerencialismo e burocracia - uma das
marcantes características do Estado de Bem-estar social (OFFE, 1990) -
havendo um rebaixamento do velho e a idealização do novo...”

Em seguida, dada a pouca aderência e falta de dinamismo da utilização das


TICs por todos os participantes, por motivos alheios já indicados aqui, houve a
determinação dos governos em se enviar material impresso, apoiado e análogo a
aulas gravadas, disponíveis em canais abertos ou internet que aprofundavam os
assuntos. A princípio, a Secretaria de Educação do Munícipio de São Paulo
organizou e determinou o envio de material físico às crianças, por correio, em seus
endereços. Embora fosse uma decisão emergencial, não foi checado junto às
equipes gestoras das escolas a viabilidade desta ação, uma vez que, embora
tivéssemos esforços em um trabalho de organização e atualização de arquivos e
bancos de dados físico e virtual, muitas famílias não estavam com endereços e
telefones atualizados, em nossos registros e trocam seus chips de celulares com
certa constância por necessidades financeiras.
Mesmo que estivessem atualizados, mais de sessenta por cento (60%) dos
estudantes atendidos pelas escolas de Heliópolis e de Alvarenga moram em
comunidades e não têm seus endereços atendidos por entregas convencionais (no
caso, os Correios), seja por logística de tráfego ou por serem consideradas áreas de
risco para entrega. Em suma, esse percentual dos estudantes e suas famílias
ficaram excluídos desta ação. Se consultada, por exemplo, a diretora da escola de
Heliópolis, mesmo em um momento de alto índice de transmissão e proliferação do
vírus, proporia uma base fixa para retirada deste material, de fácil acesso e trânsito,
com horários organizados e espaçados, assegurando protocolos de higiene e
garantia de entrega a um número mais expressivo de educandos, se comparado ao
que foi entregue, como pudemos constatar na ação seguinte sugerida pela SME,
após falta de êxito na primeira, apesar do significativo investimento.
Infelizmente, houve a determinação e implantação de tal processo, depois o
planejamento e adequações no processo. Isto nos leva a crer, conforme DE PAULA
(2005), que a Administração Pública querendo dar “status” de organização,
efetividade e controle/burocratização, não priorizou a gestão social e,
consequentemente, falhou. Para refletir sobre isso, DE PAULA (2005) explicita estes
perfis da administração pública. No caso da Administração Pública Gerencial, um
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movimento internacional pela reforma do Estado, que iniciou nos anos 1980, enfatiza
a eficiência administrativa e se baseia no ajuste estrutural e no modelo gerencialista
que enfatiza a dimensão econômico-financeira e institucional-administrativa e separa
as atividades exclusivas e não exclusivas nos três níveis governamentais.
Em relação a abertura das instituições públicas e participação social, estas só
ocorrem no nível do discurso, pois o processo decisório é centralizado e apresenta
uma abordagem de gestão gerencialista para o setor público. Já quando se trata da
Administração Pública Societal, originada de movimentos sociais do Brasil na
década de 1960 e que se desdobrou nas três décadas seguintes, a autora enfatiza a
participação social e sua uma dimensão sociopolítica, que organiza o aparelho
estatal em iniciativas locais de gestão pública, busca a elaboração de canais que
viabilizem a participação popular ou seja, apresenta uma abordagem de cunho
social. Em síntese, De Paula (2005, p.40), afirma que os dois modelos apresentam
três dimensões, das quais destacamos, para nossa análise, a dimensão
sociopolítica, “que compreende problemas situados no âmago das relações entre o
Estado e a sociedade, envolvendo os direitos dos cidadãos e sua participação na
gestão. ”
Há uma outra realidade incorporada ou enfatizada em nossa rotina de gestor
escolar que não pode ser desconsiderada: Simultaneamente ao período de
implantação das TIC´s, do envio de material físico e atendimento e busca de
alternativas para cada família, ampliando e cumprindo o papel social da escola,
fomos responsáveis em organizar a entrega de cestas básicas/cartões merendas às
famílias dos estudantes que já tem em sua trajetória, na maioria, o passamento por
dificuldades econômicas, mas que mais que nunca, haviam sido agravadas pela
pandemia e políticas de enfrentamento (ou falta delas), determinadas em âmbito
nacional. Em pouco tempo, em um novo aspecto gerencialista, nós gestores
mantivemos a iniciação na nova realidade digital e tivemos que incorporar a
iniciação em técnicas e práticas logísticas avançadas e em grande volume para
convocação, distribuição, monitoramento, logística reversa e acompanhamento dos
resultados através das aprendizagens adquiridas pelas crianças pelos materiais
entregues. Tudo isso em prazos e práticas definidas e cobradas, estilo linha de
produção relatadas em planilhas, demandadas de cima para baixo, ou seja,
estipuladas pelas Seduc´s, que em raras vezes, ou quase nenhuma vivenciada por
nós, escutou a criticidade e ideias de quem iria executá-las, sob a justificativa de
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caráter emergencial e priorização de garantia de acesso à aprendizagem das


crianças e participação das famílias. Nem preciso dizer, que assim como o uso e
utilização das TIC´s, foi uma outra ação que tão pouca foi investida, treinada ou
priorizada nas formações dos gestores e professores.
Mesmo com esta mudança de rotina na educação com novas abordagens
para fazer acontecer a aprendizagem de todas as crianças, não conseguimos
alcançar todos os estudantes. Então, tivemos que fazer a “busca ativa”, também
criada e monitoradas pelas chefias educacionais, convocando e/ou telefonando para
as famílias que não tinham ainda conseguido utilizar qualquer forma de acesso à
aprendizagem utilizada até aqui. E ao levantarmos os motivos, dando empatia e
buscando soluções juntos com as famílias, assim como fazemos na rotina escolar
em qualquer tempo, constatamos que em sua maioria as famílias não estavam
conseguindo se organizar nesta nova realidade, seja por dificuldades financeiras ou
técnicas para acesso às tecnologias da informação, assim, como a disponibilização
de recursos e tempo para todos os estudantes das famílias.
Também vimos, por diversas vezes, justificativas de pais com condições
financeiras e técnicas, mas sem condições ou disposição emocional de fazer tal
acompanhamento escolar à distância com os filhos. Quantas vezes não ouvimos
deles próprios ou em redes sociais as seguintes ou similares reclamações ou
constatações: “Eu não sou professor”, “vou esperar a pandemia acabar para voltar
os filhos à rotina educativa tradicional”, “cheguei à conclusão de que o educador
ganha pouco, uma vez que não consigo estabelecer aprendizagem com um, dois ou
mais filhos enquanto os professores tratam com mais de 30 de uma vez”. Em todas
elas, nós gestores, tínhamos que conscientizar às famílias, “abrindo-lhes os olhos”
de que a pandemia é um fato, mas que o ensino à distância já se fazia realidade em
faculdades, escolas particulares, corporações e empresas, que na verdade, que por
motivos diversos já explicados detalhados anteriormente, a escola pública estava
atrasada e que desta vez, mais pela dor do que pelo amor e planejamento, o EAD se
fazia realidade e estava chegando para ficar nas escolas públicas, mesmo em um
cenário de término do isolamento social, como ferramenta de estudo, suporte e
inovação.
Por fim, todos os recursos emergenciais utilizados, sem planejamento,
formação ou preparação para ser executado, sendo atividades impressas,
aplicativos de comunicação à distância ou plataformas de aprendizagens, não
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supriram a função social da escola e as interações cotidianas que constituem o


ambiente educativo e são fundamentais para o desenvolvimento pedagógico de
cada educando e educador envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Assim, certamente um trabalho acerca do desenvolvimento integral das crianças e
adolescentes aos quais atendemos se faz necessário, haja vista, os desafios
observados neste retorno após um período tão longo de isolamento.
Em suma, a ação emergencial do Estado, aliada ao gerencialismo neoliberal e
dispersão do poder que ela já vinha promovendo, deram aos governantes o
argumento para a centralização de decisões, contrariando os princípios tão
propalados da gestão democrática, que ao nosso ver, pautado pelas nossas
experiências, poderia aumentar a assertividade do processo, contribuindo para
melhores condições no processo de ensino-aprendizagem entre todos os
envolvidos.
Hoje, verificamos que o processo de escolarização se encontra com índices
significativos de evasão, dificuldades na aprendizagem e questões emocionais
oriundas deste período pandêmico. O processo de gestão democrática requer
fortalecimento para que, considerando contextos locais, possam ser potencializados
e eficazes às necessidades de cada comunidade diante dos cenários vividos num
momento que tanto fragilizou as possibilidades de gestão participativa nas
comunidades em situação de extrema vulnerabilidade.

O retorno ao presencial, suas fases e desdobramentos

Com o retorno das aulas presenciais no segundo semestre de 2021, existiu e


ainda existe uma ansiedade muito grande por parte da sociedade em geral e dos
órgãos centrais das secretarias que elaboram as políticas públicas, no sentido de
discorrer sobre a “recuperação das aprendizagens”, buscando estratégias de
compensação ou suplementação de conteúdos programáticos de diferentes
componentes curriculares.
Do mesmo modo, as famílias muitas vezes nos procuraram, buscando
respostas para o que elas chamam de “tempo perdido”, no período de pandemia, e
solicitando a aceleração dos conteúdos para que as crianças e adolescentes
possam ter acesso a conhecimentos dos quais deveriam ter se apropriado segundo
expectativas familiares ou até planejamento educacional elaborado em outros
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tempos, mas que não puderam trabalhados nesse período, dada a realidade social
observada nos contextos aos quais nos referimos.
A difusão da ideia de que se perdeu aprendizagem durante o período da
pandemia favorece os pontos de vistas do gerencialismo neoliberal, uma vez que
responsabiliza unicamente os fatores externos pela ruptura de situações de
aprendizagem que ocorriam dentro da escola, não propondo alternativas e nem
dialogando sobre as necessidades e potencialidades que emergem desse momento.
Em meio a protocolos sanitários que foram caindo e retornando no decorrer
do tempo, as escolas estão em “pleno funcionamento”, entretanto, constantemente
suspendendo as aulas em decorrência de casos confirmados entre profissionais ou
educandos infectados pelo vírus ou contactantes de pessoas nessa situação. E a
vacinação é uma expectativa a médio prazo para imunizar mais efetivamente.
Apesar desse cenário, sabemos que a aprendizagem é uma construção
constante e social, não linear e que apresenta ritmos e necessidades diferenciadas
frente às múltiplas formas de aprender que a diversidade humana requer. Nesse
sentido, questionamos sobre o apressamento que muitos responsáveis e
especialistas têm buscado para, supostamente, “recuperar as aprendizagens” de
nossas crianças e adolescentes: alguém pode recuperar algo a que não teve
acesso? As crianças e adolescentes nos revelam a necessidade deste aumento de
conteúdos e atividades referentes ao saber escolarizado, neste momento? Quais as
demandas reais observadas pelos educadores e gestores, considerando a realidade
observada, hoje, nas escolas? Quais os riscos da sobrecarga que o apressamento
gera em relação às crianças e adolescentes que tiveram seus percursos escolares
interrompidos em meio à pandemia e que retornam sob tal pressão? O que as
escolas podem e devem promover às infâncias e as adolescências, considerando a
formação para a vida? Como mudar a lógica do capital que não aceita a diminuição
da produtividade? A serviço de quem estamos? Há negligência e dispersão de
poder quando o Estado neoliberal não considera esses questionamentos e reforça a
dúvida sobre sua eficiência na comunidade? Educar para quê, quem e como? – são
perguntas essenciais para prosseguirmos neste incrível desafio de formar cidadãos
e uma vida melhor para a humanidade.
Sobretudo, sabemos que o período de pandemia vivido pelas crianças e
adolescentes e suas famílias, mesmo que em situações de extrema vulnerabilidade,
foram repletos de significativas vivências que contribuíram de muitas maneiras para
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o entendimento das circunstâncias mundiais que se apresentavam em meio ao luto,


ao medo, ao distanciamento social, à saudade, à mudança na rotina e na dinâmica
familiar, às reconfigurações e reorganizações decorrentes da Pandemia de COVID
19. Ocorreram aprendizagens diversas e necessárias para a compreensão do
mundo e sobrevivência naquele momento, porque os seres humanos aprendem uns
com os outros. Cabe à escola, desde então, organizar, contextualizar, oportunizar e
avançar com as aprendizagens, socializando com o estudante os significados e a
utilização delas na sociedade.
Também percebemos estar num momento propício para avaliarmos e priorizarmos a
necessidade de aprimoramento e utilização das TIC´s (Tecnologias da Informação e
Comunicação) em Educação. Até que ponto e como elas são necessárias? O
conhecimento e materiais que temos e adquirimos pós primeira experiência na
pandemia são suficientes? O uso destes recursos e materiais vieram agora para
ficar? É interessante para a Administração Pública esse olhar, assumindo a
escassez de investimentos em processos, pessoas e materiais, passando pela
formação continuada de profissionais, incentivos à pesquisa e melhoria de estrutura
digital?
Nossa visão é a de que, além de enfraquecer a autonomia da escola pública e
desvalorizar os princípios da gestão democrática, omitindo as necessidades e
características diferenciadas com políticas de equidade e inclusão em respeito à
diversidade existente, tais práticas vivenciadas durante o período citado, põem em
risco o caráter público da escola que garante o direito de todos à educação,
potencializando desigualdades já existentes, dificultando a permanência e
aprofundando ainda mais os processos de exclusão no atendimento educacional das
camadas mais vulneráveis.
Além disso, vale ressaltar que a inclusão de diretores e outras
representatividades da comunidade escolar nos comitês de ações e monitoramento
poderiam oportunizar ajustes que qualificassem os oferecimentos da educação e de
outras áreas de rede de proteção social que tiveram como ponto focal a escola neste
processo.
Vimos o fazer do gestor escolar, mergulhado em processos burocráticos
como tarefeiros em seus territórios, atuando na emergência das demandas advindas
da comunidade e como transmissores de respostas recebidas por meio da mídia, em
divulgações jornalísticas.
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Segundo Ana Paula Paes de Paula, a abertura das instituições políticas à


participação social, no modelo gerencialista, é participativo no âmbito do discurso,
mas centralizador no que se refere ao processo decisório, à organização das
instituições políticas e à construção de canais de participação popular. Por isso,
parece que este é um contexto que não se conclui diante da situação vivida e, que
conforme nos mostrou a recente história, em muitas vezes, de forma urgente ou
emergencial, serão necessárias tomadas decisões em que participem os gestores e
a comunidade escolar, possibilitando aumento de assertividade nos processos que
por fim envolvem as aprendizagens das crianças e, consequentemente, o bem estar
social delas e de suas famílias. Esta dinâmica está em constante transformação,
como sempre esteve, mas agora de maneira que nos exige mais em busca do novo.

Considerações

Concluímos mediante os desafios apresentados, que a fase emergencial que


atravessamos durante o período pandêmico reverberou em inclinações e vícios do
gerencialismo neoliberalista, marcada pelos conflitos deliberados entre líderes de
governo no âmbito nacional de um lado e de outro: estadual e municipal, emergindo
condutas polarizadas, generalizando o medo, a insegurança e o sofrimento da
população em meio à expectativa de medidas as quais pudessem fazer renascer a
esperança de um retorno às atividades cotidianas, após o controle eficaz sobre a
terrível doença que aterrorizava o país e o mundo. Finalizamos com grandes
evidências de insucesso sobre a função social da escola, que culminaram na
dispersão de poder orquestrada por estes mesmos governos que mais uma vez
privilegiaram moldes discriminatórios e elitizados de políticas públicas educacionais,
não superando lacunas históricas da educação brasileira.

Como reflete Bauman (2009,p.38), sobre períodos de crise:

Os medos são muitos e diferentes, mas eles alimentam uns aos outros. A
combinação desses medos cria um estado na mente e nos sentimentos que
só pode ser descrito como ambiente de insegurança. Nós nos sentimos
inseguros, ameaçados, e não sabemos exatamente de onde vem esta
ansiedade nem como proceder... para os governos e o mercado, é
interessante manter acesos esses medos e, se possível, até estimular o
aumento da insegurança. Como a fonte das ansiedades parece distante e
15

indefinida, é como se dependêssemos dos especialistas, das pessoas que


entendem do assunto, para mostrar onde estão as causas do sofrimento e
como lutar contra ele. Não temos como testar a verdade que nos contam. Só
nos resta então acreditar no que dizem. (BAUMAN, 2009, p.38)

Finalmente, entendemos que, através da dispersão de poder, há tempos a


administração pública vêm propositalmente tolhendo os serviços que disponibilizam
essa possibilidade de compreensão do sofrimento, de forma especial na educação,
e que aquela vem de modo gradativo condenando esta à permanente falta de
qualidade, disponibilizando-a a poucos controladores, por meio de uma grande
pressão à privatização.
O fato de nós, gestores escolares, não sermos consultados em processos
emergenciais, e outros temas urgentes da rotina educacional, tal como equipes em
que gerenciamos, apenas consolida esta mesma dispersão, em que não parece ser
interessante protagonizar sucessos, diminuir custos financeiros e emocionais e
apenas perpetuam-se as propagandas superficiais e eleitoreiras mantendo
desigualdades e culturas excludentes ou ineficazes.
Tal movimento deixou a educação pública e consequentemente a escola,
impossibilitada inclusive de responder emergencialmente e de maneira eficiente ao
cenário da Pandemia do Covid-19.
Afinal, o “novo normal” ainda não nos mostrou condições que já não fossem
demandadas quando pensávamos educação e a ruptura com conceitos e práticas do
tradicionalismo pedagógico, mesmo que em muitos casos, devido à urgência,
resiliência do novo homem e liquidez dos tempos, tenhamos atropelado ainda mais o
nosso fazer pedagógico, sem tempo ou oportunidades de refletirmos sobre nossas
práticas cotidianas.
Por outro lado, sentimento a urgência de participarmos da proposição de
ações que considerem as diferenças e desigualdades, ofertando experiências
permeadas pela pelo diálogo tão necessário e, sobretudo, que se considerem os
sentimentos e emoções que perpassam as relações humanas.
Sabemos que a nós educadores, e essencialmente aos gestores
educacionais, este momento tem sido repleto de desafios e, assegurar uma
educação integral que considera os educandos sob um olhar multidimensional, não
é uma tarefa fácil. Entretanto, seguir com este propósito é um objetivo do qual não
pretendemos desistir. Neste sentido, independentemente das ações que advêm dos
16

governos e secretarias de educação, vemos como fundamental um trabalho


formativo permanente junto aos educadores num processo constante de ação-
reflexão-ação, possibilitando vivências significativas acerca das interações e
vivências, que respeite as infâncias e as adolescências de cada criança e jovem que
passam por nossas escolas.
Este conhecimento acerca do fazer pedagógico da escola, para que possa
ser compreendido, respeitado e valorizado pelas famílias, precisa ser divulgado e
experimentado por meio do diálogo e da socialização do trabalho desenvolvido em
seu cotidiano. Para tanto, o gestor educacional tem um papel importante nesta
interlocução e no fomento de uma gestão democrática e participativa onde a
comunidade educativa conheça a função social da escola.

Referências

BAUMAN, Zigmunt. CAPITALISMO PARASITÁRIO. Jorge Zahar Editor Ltda – Rio


de Janeiro, 2012.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A NOVA RAZÃO DO MUNDO – ENSAIO


SOBRE A SOCIEDADE NEOLIBERAL. Coleção Estado de Sítio – São Paulo:
BOITEMPO EDITORIAL, 2016.

DUNKER, Christian Ingo Lenz. UMA BIOGRAFIA DA DEPRESSÃO. São Paulo,


Planeta – 2021.

GANDIN, Luís Armando; LIMA, Iana Gomes de. GERENCIALISMO E DISPERSÃO


DE PODER NA RELAÇÃO ESTADO-EDUCAÇÃO: AS TRADUÇÕES E OS
HIBRIDISMOS DO CASO BRASILEIRO. RBPAE – Santa Catarina: v. 33, n.3, p. 729
– 749, set./dez. 2017.

LIBÂNEO, José Carlos. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA ESCOLA – TEORIA E


PRÁTICA. 6º edição – revista ampliada. São Paulo: Editora Heccus, 2013.

PAULA, Ana Paula Paes de; ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA ENTRE O


GERENCIALISMO E A GESTÃO SOCIAL. Minas Gerais: CEPEAD-UFMG, 2015.
17

ANEXO I
ROTEIRO DA EMEB FRANCISCO BELTRAN BATISTINI “PAQUITO”, SEGUNDO
LIBÂNEO, 2013:

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO


PROGEPE – PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO
GESTÃO E PRÁTICAS EDUCACIONAIS

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE GESTÃO


DOCENTE: Prof. DRA ROSE ROGGERO

Autor da coleta: Leonardo de Melo Soares


Identificação do tipo de escola pesquisada:
Escola pública de educação infantil (pré-escola) do Município de São Bernardo do
Campo - EMEB Francisco Beltran Batistini “PAQUITO”

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR

1- BREVE HISTÓRICO DA ESCOLA

Caracterização socioeconômica e cultural


Características gerais da comunidade e sua influência na composição da clientela escolar:
caracterização do bairro ou setor quanto à urbanização (tipo de casas, ruas, igrejas,
indústrias, tipo de comércio, transporte urbano etc.), nível socioeconômico das famílias,
aspectos culturais e de lazer, assistência social e saúde, outras escolas existentes.
A construção desta Unidade Escolar veio em decorrência da reivindicação da comunidade
por uma escola no bairro que atendesse à Educação Infantil, uma vez que a demanda de
crianças na faixa etária de 04 a 06 anos nesta região é grande e a escola próxima atendia
apenas o Ensino Fundamental.
As atividades foram iniciadas em fevereiro de 2004, atendendo não somente a Educação
Infantil, como também o 1º ano do ciclo I, que ao contrário do infantil, inicialmente funcionou
em containers instalados na escola vizinha, a EMEB. “AMT”, até que as salas destinadas ao
fundamental fossem terminadas. Nos primeiros meses a escola não possuía Diretora,
Professora de Apoio à Direção, Oficial de Escola, Pessoal de Apoio, Material Pedagógico,
APM, ou seja, faltava ainda recursos humanos, materiais e financeiros, enquanto buscava-
se a estruturação da unidade.
18

Os anos foram passando e a escola se organizou em sem organograma, politicamente e


administrativamente, tendo sua autonomia enquanto unidade escola municipal e
organização de seus colegiados.
Em 2012 o atendimento passou a ser exclusivamente à Educação Infantil, pois os alunos
que atendíamos do Ensino Fundamental (1º. Ano) foram remanejados para a EMEB “AMT”,
com isso conseguiu contemplar todas as inscrições que foram realizadas para a Educação
Infantil, sem nenhuma criança na lista de espera. Uma importante conquista tanto para a
escola, como para a comunidade, pois garantiu um maior número de vagas para as crianças
da faixa etária de 3 a 5 anos, o que não ocorreu nos anos anteriores.
A escola está localizada no Jardim Laura, região do Bairro Alvarenga, Parque das Garças,
Jardim Vida Nova e também atende às crianças do Bairro dos Químicos, Jardim Ideal, área
de manancial cercada pela Mata Atlântica e às margens da represa Billings. Historicamente
essa área era formada por grandes sítios onde eram plantados tomate, pimentão, repolho e
todo tipo de verduras e legumes, até a chegada do projeto de compra dessas terras para
serem inundadas para a formação da Represa Billings com o objetivo de gerar energia
elétrica e abastecer São Paulo, que é a grande herança nos arredores. Já a Represa
também era utilizada por pequenos barcos que percorriam a região até a cidade de Santo
Amaro, principalmente nas épocas de festas religiosas.
Ainda existe com uma parte de Mata Atlântica preservada, tendo uma flora bastante
particular da região, com plantas nativas desta mata. Outro aspecto é a fauna, que embora
tenha perdido uma parte de seu espaço para as grandes construções, ainda é bastante
diversificada, com pássaros que sempre rodeiam o bairro e inclusive estão presentes na
escola, os sabiás são os mais “assíduos”. Uma das aves que são bem características dessa
região são as Garças, que formam uma bela paisagem às beiras da represa, por sua grande
quantidade e beleza, inclusive, em homenagem a elas que um dos bairros vizinhos à escola
foi nomeado Parque das Garças, embora hoje elas já tenham diminuído significativamente
por conta da represa que tem perdido dia-a-dia sua capacidade de água. Também, por aqui
ainda existirem muitos sítios, há criações de gados, porcos, galinhas, o que torna a região
bem rica em animais que pouco vemos na cidade, assim como corujas, tucanos, papagaios,
furão, teiú, sapos, ouriço, aranhas, morcegos, gambá, cobras, que também sempre visitam a
escola, exigindo vigilância total da gestão, mas por outro lado deixando as crianças
encantadas e muito curiosas. Também é comum o trânsito parar na Estrada dos Alvarengas
para a travessia de vacas, bois e bezerros.
A mata vem perdendo seu espaço devido às construções, pois no período da formação da
represa ainda existiam árvores frondosas propícias à fabricação de móveis. Esta formação
urbana, de acordo com o livro “São Bernardo: 200 anos depois”, surgiu a partir dos anos
1950, com loteamentos consolidados, anteriores à era da proteção dos mananciais, todos
ainda carentes de obras de infraestrutura. Em meados da década de 1970, novos
moradores passaram a construir suas habitações junto à beira da represa, os trabalhadores
da construção da Rodovia Imigrantes. A segunda metade da década de 1980 é marcada por
uma explosão de loteamentos populares na Grande Alvarenga, alguns legalizados e outros
em processo de regularização, nos últimos 2 anos têm crescido muito o número de novas
residências em áreas de invasão em terrenos particulares e na beira da represa. Porém é
importante destacar que por falta de tratamento de esgoto das casas, sendo despejado
diretamente na Represa, este enorme bem natural está cada vez mais poluído e perdendo
sua capacidade de armazenamento de água, o que se constitui num enorme problema.
A paisagem local é marcada por uma grande diversidade, ao redor da escola as casas são
mais estruturadas, de alvenaria, com ruas pavimentadas, energia elétrica e tratamento de
19

água e esgoto, existe uma variedade de comércios que vêm crescendo a cada dia e maior
facilidade de acesso às linhas de ônibus. Porém, é possível observar outros bairros, também
muito próximos à escola, onde a realidade é bem diferente, pois as ruas não são asfaltadas,
falta saneamento básico e energia elétrica adequada, embora hoje já haja grandes avanços
no que diz respeito à construção das casas que antes em sua maioria eram de madeira e
com a intervenção da Defesa Civil, por conta das áreas de risco, as casas passaram a ser
em sua totalidade de alvenaria. Já as vilas mais afastadas enfrentam problemas sérios de
saneamento básico e algumas não possuem fornecimento de água tratada, a escola
também atende outros bairros que além de todas essas questões apresentadas acima, são
bem distantes da escola, o que faz ter uma peculiaridade de grande parte dos alunos
utilizarem o transporte escolar. A topografia (ruas estreitas e morros) também dificulta a
própria estrutura das construções. Muitas famílias também não possuem linha telefônica,
algumas têm celular, o que torna muito complicado a comunicação com os pais dos alunos,
visto que por falta de torres o sinal é difícil.
Contudo, a pesca que antes era um dos grandes marcos do turismo na região, ainda ocorre,
embora com menor intensidade, os bares à beira da Represa continuam tendo muita
procura por pessoas até mesmo de outros bairros e de outras cidades, em busca de um
bom peixe. Antigamente a Represa também era muito visitada por jovens que nadavam nas
suas águas puras, segundo José Candido (relato no livro São Bernardo: 200 anos depois)
havia trilhas, percorridas pelos meninos em busca de lugares para nadar, hoje embora ela
esteja mais poluída, no parque Ideal existe um braço da represa, chamado pelos moradores
de “Prainha”, que foi por muito tempo utilizado pela comunidade para nadar aos finais de
semana, porém hoje, por conta da quantidade de lixo que é descartado no local, essa
prática não ocorre com tanta frequência como antes.
Esta região também foi marcada pelo campo de futebol Esporte Clube Bandeirante que
jogou muitos anos no Alvarenga, desaparecendo no final da década de 1950 com a
construção da Rodovia Imigrantes que dividiu o Alvarenga em dois. A alternativa para esta
região foram campos de futebol improvisados pela comunidade para garantir um espaço de
lazer tanto para as crianças, como para os adultos. Poucas são as opções de lazer na
região, até 2018 o espaço mais estruturado era o parque e a quadra da EMEB Arlindo
Miguel Teixeira que são utilizados aos sábados pelos moradores da região, em 2019
tivemos a inauguração de uma praça parque, próximo a UBS da Vila União, uma importante
conquista de lazer para a região.
A região do Alvarenga, por ter uma abundante mata atlântica preservada, onde nas décadas
de 1950 havia a retirada de lenha e barro da represa, destinadas à construção das casas,
fez surgir a primeira olaria. Daí por diante, com a chegada de novos moradores e a
construção da Rodovia Imigrantes, também surgiram os primeiros bares o que se tornou um
comércio bem forte nesta região. Atualmente, existem muitos comércios locais, que são em
sua maioria administrados pela própria família, centro de reciclagem, mas o deslocamento
dos trabalhadores para o centro e outras cidades para trabalhar é predominante.
Quanto aos programas culturais, a maioria dos bairros contam com Associações de Bairro
que antes ofereciam cursos pagos, porém hoje estas atividades pouco ocorrem, sendo as
igrejas locais que abrem seus espaços para ofertar cursos à comunidade. Sendo assim, os
moradores sentem falta de mais espaços culturais, entendendo que estes sejam muito
importantes para as crianças e adultos.
Em relação aos espaços educacionais o bairro possui uma Escola de Educação Infantil (3 a
5 anos), uma Escola de Ensino Fundamental (6 a 10 anos e EJA) e uma Escola Estadual
que atende do 6º ano ao 3º ano do Ensino Médio e EJA (A ordem em que estão descritas
20

aqui está relacionada a quanto mais periféricas estão em relação ao centro de São Bernardo
do Campo). Outro fator que merece relevância é a falta de atendimento para crianças de 0 a
3 anos, o que vem movendo as famílias numa constante solicitação de construção de uma
creche no bairro.
Quanto à saúde, até o ano de 2010, o bairro contava apenas com o atendimento da UBS da
Vila União e Pronto Socorro do Alvarenga, que além de serem distantes da comunidade não
atendiam à demanda da região. Em 2010, houve a construção da UPA União, sendo mais
próxima da comunidade o que facilitou o atendimento das famílias desta região, portanto é
importante salientar que se faz necessário a construção de mais uma UBS, pois a distância
dos bairros dificulta o acesso e a quantidade de cidadãos que utilizam o equipamento faz
gerar listas de espera em alguns atendimentos.
Com relação ao transporte, há duas linhas municipais e duas linhas intermunicipais, com
poucos ônibus, o que não atende as necessidades dos moradores, gerando tempo de
espera muito grande, porém há de se ressaltar que os itinerários destas linhas vêm ao longo
do tempo se estendendo aos bairros que antes não contavam com este serviço, o que é o
caso do Parque dos Químicos. Há ainda, um ônibus circular gratuito, apelidado de
“Poeirinha”, que circula entre a divisa com Eldorado (Diadema) e UPA Vila União. Este
ônibus está em péssimo estado de conservação, contudo é o único meio de transporte para
muitas pessoas, principalmente as que moram no Acampamento dos Engenheiros. Seu
objetivo é atender este bairro, que não possui outra linha de ônibus e tem por objetivo,
transportar os moradores para as escolas, UBS da Vila União e a UPA, embora haja
problemas com este atendimento. Por ser uma área rural, ainda existem muitas famílias
utilizando carroças para transporte de legumes e verduras ou para se locomover aos bairros
vizinhos, bem como um grande número de habitantes que utilizam motos como meio de
transporte. Há de se destacar que a comunidade aponta a importância da melhoria da
sinalização de trânsito na Estrada dos Alvarengas, já que esta é a principal via de acesso de
todos os bairros, embora já tenham ocorrido algumas ações que já trouxeram melhorias
significativas: lombada eletrônica que foi uma conquista do Conselho de Escola, faixas de
pedestre e alguns semáforos. Em 2019 o Conselho de escola e APM das duas escolas
(FBBP e AMT) se mobilizaram e conseguiram a instalação de um semáforo que atende as
duas escolas, facilitando a travessia das crianças e famílias.

2- ESTRUTURA FÍSICA E MATERIAL

2.1 Edifício escolar

 Tipo de construção, aspecto físico geral.

A unidade escolar está distribuída em dois prédios separados. No primeiro funciona uma
cozinha com refeitório, área de serviço, secretaria, sala dos professores, sala de
reuniões e sala da equipe gestora (diretor, vice-diretora e coordenadora pedagógica) que
dividem o mesmo espaço. Dois banheiros de uso administrativo e dois banheiros para
uso dos alunos (um masculino e outro feminino). O segundo prédio é composto de doze
salas de aulas separadas por dois corredores, no primeiro corredor funcionam oito salas
de aulas, um espaço adaptado para Biblioteca Interativa, dois banheiros de uso dos
alunos, no segundo corredor há quatro salas de aulas, um almoxarifado, dois banheiros
para uso dos alunos.
21

Os dois prédios estão em ótimo estado de conservação e com pintura recente, porém,
acredito que por causa da grande variação climática, precisam de manutenção
constante.

 Salas de aula: quantidade, dimensões (ideal: 1m² por aluno), condições


ambientais (iluminação, ventilação etc.).

A escola possui doze salas referência divididas em dois corredores separados por uma
rampa.
As salas possuem medição de 39 metros quadrados com capacidade para 32 alunos.
Estão em boas conservação e pintura recente. Boa iluminação, porém, a ventilação não
é boa pois as janelas são antigas, modelo de basculante e algumas necessitam de
manutenção, mesmo abertas não possibilitam uma boa circulação de ar. Todas as salas
possuem um ventilador.

 Salas da administração: quantidade, dimensões, destinação de uso, se o


número de salas é suficiente (diretoria, vice-diretoria, secretaria, coordenação
pedagógica, coordenação de turno, orientação educacional sala de
professores, atendimento de alunos).

Secretaria possui 23 metros quadrados, um guichê de atendimento a comunidade e


duas funcionárias, o espaço é suficiente para a organização dos documentos e o
trabalho realizado.
Sala da gestão possui 12 metros quadrados e é compartilhado pela equipe gestora,
diretor, vice-diretora e coordenadora pedagógica, a sala é pequena para tal
compartilhamento.
Sala dos professores possui 12 metros quadrados o espaço é muito pequeno e não
atende à necessidade e o número de professores da escola.
Sala de reunião possui 12 metros quadrados e este espaço fica reservado para
reuniões, com famílias, com equipe de orientação técnica, crianças ou entre a própria
equipe.

 Salas e ambientes especiais: verificar os mesmos aspectos nas salas para:


laboratórios, biblioteca, salas de projeção (filmes, vídeos, slides), cozinha,
refeitório, despesa, almoxarifado, auditório, etc.

Há uma biblioteca, que também serve como sala de vídeos, sala para reuniões mais
amplas e etc. A escola não possui auditório e laboratório. A sala 7, que está vazia, está
sendo organizada para ser um espaço maker, de aprendizagem, vivências e interações
da educação infantil, com grande número de materiais visuais e sinestésicos para as
abordagens de aprendizagem.
Biblioteca possui 39 metros quadrados, um bom acervo de livros, uma smart TV, um
Datashow, dois computadores, equipamento de som com microfone e sonorização
ambiente; possui isolamento acústico e persianas blecaute; possui dois ventiladores.
22

Cozinha possui 52 metros quadrados e tem um depósito acoplado, quatro funcionárias


trabalham e o espaço é suficiente tanto para armazenar os itens quando para a
produção dos alimentos.
Refeitório possui 140 metros quadrados, mesas e cadeiras e capacidade para 116
pessoas.
Lavanderia possui 10 metros quadrados.
Almoxarifado possui 9 metros quadrados. Este por sua vez é pequeno, sendo necessário
o armazenamento temporário de itens na sala de reunião, lavanderia e até mesmo
direção.

 Instalações sanitárias: quantidade conforme o número de usuários, condições


higiênicas, forma de escoamento dos detritos.

Há dois banheiros administrativos (um feminino e um masculino), sendo reclamado


principalmente pelo público feminino que é a maioria. Há um banheiro próximo a
lavanderia, mas quase escondido, que é utilizado geralmente pelas funcionárias do
apoio.
Para os alunos possui 2 conjuntos de banheiros no refeitório sendo 1 deles adaptado
com trocador para atender as crianças com deficiência e vaso adaptado.
2 Conjuntos de banheiro no corredor superior e 2 conjuntos de banheiros no corredor
inferior, neste também com banheiro adaptado.

Todos em condições de uso e higiene, com espelhos, torneiras, suporte para sabonete
líquido e descarga.

 Bebedouros e lavatórios: quantidade, água tratada ou não.

A escola possui bebedouro adequado para as crianças nos três espaços (refeitório,
corredor superior e inferior) com opção de água natural ou gelada e com sistema de
filtragem em dia.
Todas as torneiras da escola são equipadas com filtro, inclusive as dos banheiros,
possui um espaço de escovação com 10 pias e espelhos.

 Áreas livres: cobertas, descobertas, a que se destinam.

A escola possui um parque coberto. Um Pátio grande descoberto na parte da frente, um


jardim e espaço de terra com árvores frutíferas.
Um espaço de gramado. Um pátio no fundo também descoberto e com uma casa na
árvore, parede de azulejo para pintura e parede de lousa; uma casinha ateliê, uma
cozinha de lama, um espaço de terra nomeado pelas crianças como passagem secreta,
neste espaço existem algumas árvores inclusive uma frondosa amoreira. Seguindo neste
espaço, mais ao fundo tem um tanque de areia, coberto.
Um espaço de horta com canteiro construído e sistema de irrigação que reaproveita a
água da chuva.
23

2.2. Mobiliário

 Carteiras: tipo, quantidade, estado de conservação.

As salas são equipadas por mesas e cadeiras, cada mesa comporta 4 cadeiras. 8 salas
possuem mesas e cadeiras suficientes para todas as crianças, 4 salas possuem apenas
2 mesas, por trabalharem com uma proposta de cantos diversificados e as salas tem
uma organização diferente. A escola possui mobiliário novo, então tudo em ótima
conservação. Cada sala possui três armários e quatro colmeias.

 Mesas, escrivaninhas, armários e outros: tipo, quantidade, estado de


conservação, adequações ao uso, suficientes ou não.

Todas as salas de aula possuem mesa e cadeira para os professores, armários e


colmeias. Na sala da gestão uma mesa para cada gestor, uma colmeia e 1 armário.
Na secretária 2 mesas e um armário grande planejado.
Na sala dos professores 1 mesa grande e 8 cadeiras, 1 armário grande e 1 mesa para
computadores. Na sala de reuniões 1 mesa grande e 8 cadeiras.
Todos os mobiliários estão em bom estado de uso.

 Equipamentos

Geladeira 2
Freezer 2
Máquina de lavar 1
Micro-ondas 1
Fogão e forno industrial
Réchaud 1

 Materiais didáticos (computador, retroprojetor, copiadora, televisores, vídeos,


cartazes, mapas etc.): tipo, quantidade, condições de uso, como são adquiridos.
Computadores- A escola não possui laboratório de informática, os computadores estão
distribuídos da seguinte forma: 2 na secretária, 2 na sala dos professores, 3 na sala da
gestão e dois na biblioteca. Possui também dois notebooks que são de uso coletivo.
2 impressoras e 1 copiadora. 1 impressora fica na secretaria, duas na sala da gestão.
1 Smart TV que fica na Biblioteca interativa.
2 Datashow 1 fixo na biblioteca interativa e 1 móvel p uso coletivo.
1 tela de projeção móvel;
1 retroprojetor;
2 caixas de som com microfones;
1 máquina e filmadora;
1 plastificadora, 1 encadernadora, 2 cortadoras de papel.
Os equipamentos são adquiridos com as verbas do PDDE ou do Convênio Municipal.
24

2.3 Espaços de lazer e recreação


 Área disponível para lazer, recreação e esportes: dimensão, condições de uso.
A escola possui um parque coberto. Um Pátio grande descoberto na parte da frente, um
jardim e espaço de terra com árvores frutíferas.
Um espaço de gramado. Um pátio no fundo também descoberto e com uma casa na
árvore, 2 cestas de basquete e uma casinha ateliê. Em seguida, um espaço de terra
nomeado pelas crianças como passagem secreta, neste espaço existem algumas
árvores inclusive uma frondosa amoreira. Seguindo neste espaço, mais ao fundo tem
um tanque de areia, coberto. Uma horta com canteiro construído e sistema de irrigação
com coleta da água da chuva.
Todos os espaços estão em ótimo estado de conservação.

2.4 Recursos financeiros

 Verbas de que dispõe a escola.


 Sistemática de efetuação das despesas, formas de controle.

A escola recebe recursos federais e municipais descritos a seguir:


 Termo de Colaboração: verba recebida direta do Município, é dividida entre
custeio e capital.
 PDDE Básico: Verba Federal também dividida em custeio e capital.
 PDDE Estrutura (Acessibilidade): Verba federal destinada a recursos e obras
para acessibilidade.
 PDDE Qualidade (Educação Conectada): Verba federal destinada a recursos
para uso da internet na escola.
 PDDE emergencial: Verba federal para recursos emergenciais durante a
pandemia.
Todos os recursos são administrados pela Associação de pais e mestres APM da escola,
órgão que é composto com representação de toda comunidade escolar (gestão,
professores, funcionários e famílias) sendo que os cargos de administração direta do
dinheiro são ocupados por membros das famílias. Na parte consultiva são ouvidos o
Conselho de escola e o conselho Mirim.

3 – PESSOAL
3.1 Alunos: número por série, adequações idade /série, número por sala.

Período Agrupamento Turma Total de Total de


alunos por alunos por
turma período
25

Infantil III A 25*

Infantil III B 25*

Infantil III C 28

Infantil III D 25*

Infantil IV A 27*

Manhã Infantil IV B 25 296


Infantil IV C 27*

Infantil IV D 25

Infantil V A 29

Infantil V B 30

Infantil V C 30

Tarde Infantil III E 25*

Infantil III F 28

Infantil IV E 27*

Infantil IV F 27*

Infantil IV G 29*

Infantil IV H 27 299
Infantil V E 27

Infantil V F 27
Infantil V G 27

Infantil V H 28

Infantil V I 27*

TOTAL: 595 ALUNOS


*Salas reduzidas por motivo de crianças com deficiência.

3.2 Professores: número, qualificação.


Situação Escolaridade Tempo na Tempo Observação
Funcional PMSBC na
escola (Outra
(início) unidade
Graduação Pós-Graduação (início) que o
professor
Atua)

Estatutária Pedagogia Psicopedagogia 06/11 02/13 2 matrículas


na U.E.
26

Alfabetização e
30 horas
Letramento

Efetiva
Pedagogia Arte e Educação 01/12 02/13
40 horas

Estatutária Psicopedagogia
Pedagogia 03/12 02/13
40 horas Arte e Educação

Vice-
Efetiva Pedagogia diretora
07/10 02/13
30 horas Letras Escola
Estadual

Estatutária Educação Inclusiva 2 matrículas


Letras 02/07 02/07
30 horas Psicopedagogia na U.E.

Estatutária Psicopedagogia Professora


Pedagogia 07/16 02/17 da Rede
30 horas Estadual

História para Educ.


Infantil
Pedagogia
Estatutária Coord.
Artes 01/12 02/13
40 horas Pedagógica,
(cursando)
Línguas e
Matemática.

Estatutária Educação Infantil 2 matrículas


Pedagogia 09/99 02/19
30 horas Psicopedagogia na U.E.

Estatutária Educação Infantil


Pedagogia 01/12 02/13
40 horas Psicopedagogia

Estatutária Neuropsico-
Pedagogia 05/12 02/15
40 horas pedagogia

Estatutária
Pedagogia Educação Infantil 01/12 02/13
40 horas

Estatutária
Pedagogia 01/12 02/14
40 horas

Estatutária Neuropsico
Pedagogia 07/18 02/19
30 horas pedagógica
27

Arte e Educação
Estatutária
Pedagogia Educação 02/08 02/13
40 horas
Ambiental

Alfabetização e
Estatutária Letramento
Pedagogia 01/12 02/13
40 horas
Motricidade

Alfabetização e
Estatutária Letramento EMEB Paulo
Pedagogia 12/13 02/17
30 horas Morando
Ludo pedagogia

Estatutária
Pedagogia 04/12 02/19
30 horas

REDE
Estatutária Psicopedagogia PARTICULAR
Pedagogia 05/15 02/19
30 horas E Gestão Escolar E.E.I. Jardim
do Mar

Metodologia do
Estatutária Pedagogia Ensino de Artes,
01/12 02/13
40 horas Alfabetização, e
Letramento

CLT
Psicopedagogia
Substituta Letras 11/07 02/13
Institucional
30 horas

Estatutária Turma profa.


Pedagogia Psicopedagogia 05/17 05/17 Regislaine
30 horas

Assumiu a
função de
Estatutária Educação Inclusiva PRVD na
Pedagogia 02/15
30 horas Psicopedagogia EMEB
Antônio P.
Coutinho

Readaptada
Estatutária Letras na função de
Gestão Escolar 04/03 02/08
30 horas Direito apoio aos
professores

Estatutária
Pedagogia Psicopedagogia 09/10 02/12
40 horas

Estatutária Psicologia 03/10 02/15


28

30 horas

Estatutária
Pedagogia Psicopedagogia 03/12 03/12
40 horas

Estatutária
Pedagogia 02/17 02/17
30 horas

Assumiu a
sala da
Estatutária
Pedagogia 06/17 06/17 professora
30 horas
Débora até
Dez.

Pedagogia EMEB Pedro


Estatuária Augusto
Habilitação 07/10 02/11
30 horas Educação Gomes
Especial Cardim

Destaco que mesmo a escola sendo bem distante do centro da cidade, 52% dos professores
estão na unidade há mais de 7 anos, o que indica que o grupo tem passado por poucas
mudanças nestes últimos anos, mesmo tendo muitas deles morando bem distante do
trabalho. Também é importante ressaltar, que apenas 17% dos professores trabalham em
outra escola no período contrário, o que demonstra que a maioria deles tem período
exclusivo na Unidade Escolar.

3.3 Especialistas: número, coordenadores pedagógicos, orientadores


educacionais, diretor, vice-diretor, qualificação desses profissionais.
1 diretor- Efetivo com 7 meses de rede municipal, mas com 6 anos em gestão escolar
(Coordenação, vice direção e direção) na Prefeitura Municipal De Embu das Artes – SP,
formação técnica em Administração de Empresas, Graduação em Letras (Português e
Espanhol) e Pedagogia, MBA em Gestão Empresarial e Mestrando em Educação.
1 vice-diretora com 23 anos no município, 7 como vice-diretora, formação: Magistério,
Graduação em Matemática e Pedagogia; Pós-Graduação - Psicopedagogia e Docência
do Ensino Superior.
1 coordenadora pedagógica concorda em cargo efetivo, possui 22 anos no município
sendo 9 como coordenadora pedagógica, formação: magistério, graduação em
pedagogia, pós-graduação em supervisão escolar e psicomotricidade, cursando o
mestrado profissional em educação.
1 orientadora pedagógica (equivale a supervisora, que atende um grupo de escolas);
Graduada em pedagógica.
Obs. Na rede existe concurso público para diretor escolar e coordenador pedagógica,
mas algumas vagas em regime de substituição são temporariamente ocupadas por
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professores chamados de PRD ou PRCP. Não é o case desta unidade, onde Diretor e
Coordenadora Pedagógica são efetivas.

3.4- Funcionários: número por cargo (inspetores de alunos, serventes,


merendeiras, porteiros, vigias).
3 oficiais de escola, 2 atuando na secretaria e 1 na biblioteca;
5 funcionárias da limpeza da administração direta da prefeitura (1 está de licença
médica) e 4 da empresa Guima (terceirizada).
4 funcionárias da cozinha da empresa Soluções (terceirizada).

4- ESTRUTURA, ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO.

4.1 Aspectos Organizacionais

 Organograma da escola.

A escola não possui.

 Principais atribuições de cada setor (direção, coordenação pedagógica,


orientação educacional, secretaria, serviços gerais, etc.).

Quadro com as atribuições da equipe gestora.

Diretor Vice-diretora Coordenadora Pedagógica


- Acompanhamento das - Acompanhamento das - Acompanhamento das
propostas pedagógicas propostas pedagógicas propostas pedagógicas nos
nos grupos de WhatsApp e nos grupos de grupos de WhatsApp e
presencial;  WhatsApp e presencial; presencial;
- Acompanhamento dos - Acompanhamento do - Acompanhamento do
HTPC’s Online e trabalho da auxiliar em trabalho das professoras
presenciais; educação, estagiárias e efetivas, volantes e
-Acompanhamento dos oficial da BEI; professoras do AEE;
professores de jornada - Acompanhamento dos - Leitura e devolutiva dos
ampliada; HTPC’s Online e diários de bordo das
- Acompanhamento e presencial; professoras;
elaboração da - Atendimento da -Leitura e devolutiva dos
documentação da APM; comunidade diários de bordo da auxiliar
- Acompanhamento do (presencial); em educação, estagiárias e
trabalho das funcionárias -Auxiliar o diretor nas oficial da BEI;
do apoio e oficial de suas demandas. -Planejamento e
escola; Coordenação dos HTPC’s
- Acompanhamento das Online;
manutenções prediais e de - Atendimento individual dos
equipamentos, contratadas professores;
pela APM; - Atendimento da
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- Acompanhamento do comunidade via grupos de


trabalho presencial dos WhatsApp e facebook;
funcionários na U.E.; - Acompanhamento das
- Acompanhamento das formações online das
empresas terceirizadas professoras.
(Guima e Soluções)  - Acompanhamento dos
- Atendimento da instrumentos de avaliação:
comunidade (presencial e relatórios e portfólios;
on line); - Acompanhamento dos
- Busca ativa das crianças; atendimentos com as
- Cesta Solidária / Cartão crianças;
Merenda; - Acompanhamento de
- Demandas reuniões com as famílias. 
Administrativas: - Acompanhamento
planejamento e especifico das crianças com
acompanhamento da deficiência (reunião com
movimentação e famílias, professoras AEE e
documentação dos regular e equipe da EOT.
alunos.  
- Acompanhamento de
pedidos e entrega de Kit
de uniforme escolar e
material escolar. 
- Censo Escolar
- Controle de Bens
Patrimoniais.
- Manutenção predial da
escola;
- Direção e planejamento
das ações dos colegiados
(APM, Conselho Escolar e
Conselho Mirim)

A orientadora pedagógica acompanha o trabalho da escola, com visitas quinzenais e


atendimento online sempre que solicitada.
Os oficiais da secretária cuidam de da documentação do fluxo de matricula, prontuários,
atendimento ao público e por telefone.
Equipe de apoio da administração direta cuida da lavanderia e auxiliam no fluxo e
movimentação das crianças e controle e entrega de materiais.
Equipe de apoio terceirizada cuida da limpeza geral da escola.
A equipe da cozinha cuida da armazenamento e preparo dos alimentos.
A oficial da BEI cuida da organização do espaço, dos livros, da logística de empréstimo
e auxilia os professores no planejamento.

 Formas de gestão e formas de relacionamento entre o pessoal técnico, pessoal


administrativo, pessoal docente, serviços gerais, etc.
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Gestão pública municipal, com alguns serviços terceirizados. O relacionamento da


equipe é pautado no respeito e cooperação.

 Existe Regimento Escolar? É do conhecimento de todos os membros da


escola? É utilizado? Em que circunstâncias?

Existe um regimento único do Município que é compartilhado com todos os funcionários


e famílias. É utilizado sempre em situações cotidianas, de tomada de decisão e em
consultas nas reuniões de colegiados.

 Há informações explícitas em mural sobre nome do diretor, vice-diretor,


coordenador pedagógico, professores, funcionários e seus horários de trabalho?
Há clareza sobre quem está substituindo o diretor ou diretora quando estes estão
ausentes?

Existem estas informações nos murais e é de conhecimento de toda equipe, na


ausência do diretor a vice-diretora ou a coordenadora pedagógica assume este papel, a
organização dos horários da gestão é organizada de forma que sempre tenha um dos
três na unidade escolar.

4.2 Coordenação pedagógica e orientação educacional

 Existe o trabalho de assistência pedagógico-didática ao professor? Há um


programa de formação continuada dos professores e pessoal administrativo?

A coordenação pedagógica realiza o acompanhamento pedagógico dos professores,


auxiliares e estagiários. Existe um plano de formação que é construído de forma
colaborativa, este plano atende os professores em horários de HTPC semanal e os
demais funcionários nas reuniões pedagógicas que acontecem ao longo do ano letivo.

 Há uma unidade de ação da equipe técnica ou o trabalho é fragmentado? Há


conflitos de funções entre direção e equipe técnica? Ou entre equipe técnica e
professores?

A equipe gestora realiza um trabalho de parceria, de fato diretor e vice-diretora


colaboram com o trabalho pedagógico e a coordenadora com as demandas
administrativas, cada um tem suas atribuições especificas, mas todo trabalho é
compartilhado entre os três. Semanalmente a equipe gestora se reúne para este
alinhamento de ações.
Existe um bom relacionamento com toda equipe de respeito e cooperação.

 O trabalho do pessoal técnico funciona em termos de garantir a qualidade do


trabalho dos professores em sala de aula? Há acompanhamento do trabalho do
professor na sala de aula, do rendimento dos alunos (análise dos resultados das
avaliações) por classe?
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O trabalho dos professores é acompanhado especialmente pela coordenadora


pedagógica, o planejamento e registro é realizado no documento “diário de bordo” que é
acompanhado com leituras e devolutivas pela CP. No contexto presencial a
coordenadora realiza observações as práticas das professoras e devolutivas. A
avaliação das crianças que acontece de forma continua e processual é registrada nos
portfólios e relatórios que são acompanhados pela CP e compartilhados com as
famílias.

4.3 Secretaria Escolar

 A Secretaria está bem organizada? Há pessoal suficiente?

Está bem organizada. Em minha opinião, haveria a necessidade de mais um oficial na


secretaria.

 Há prontuários de cada aluno? Há ficha com dados de identificação, residência,


profissão dos pais, etc.?

Existe prontuário físico de cada aluno e prontuário virtual no banco de dados,


organizado por turma e de fácil acesso.

 Os registros e controles do rendimento escolar estão corretamente


organizados?

Não se aplica.

 Os arquivos estão organizados corretamente?

Sim

 Há normas da Secretaria da Educação sobre a organização e funcionamento da


secretaria escolar?

Sim, existe orientações administrativas e normas da secretária de educação.

4.4 Relacionamento com a Secretaria da Educação e Diretoria Regional de Ensino.

 A Diretoria de Ensino traz a escola instruções e procedimentos a serem


cumpridos pela escola? Quem é o portador dessas instruções?

Quem dá estas instruções é a Secretaria Municipal de Educação. Existem normas e


documentos orientadores, todos compartilhados com a unidade e de acesso no Portal
da educação.
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 Que tipo de atuação tem a Diretoria de Ensino na parte administrativa e


pedagógica da escola? O acompanhamento é frequente ou esporádico?

O acompanhamento é realizado na figura do orientador pedagógico de forma frequente


e em situações mais graves pelas chefias de divisão.

 Qual é o grau de autonomia da escola para tomar decisões?

Autonomia parcial. A maioria das regras são ditadas pela secretaria de educação, a
escola tem EMEB Francisco Beltran Batistini “PAQUITO” nas decisões de formação
permanente, nas decisões de uso dos recursos (seguindo as regras legais), e nas
propostas pedagógicas.

4.5 Relacionamento com pais e comunidade

 A escola tem APM (Associação de Pais e mestres)? Conselho de Escola?

Sim constituídos e atuantes.

 A escola possui informações confiáveis sobre os pais dos alunos (dados


pessoais, profissão, endereço, telefone da residência e do trabalho dos pais para
emergências, dados sobre a saúde dos alunos, etc.)?

Sim informações estas no prontuário físico e no banco de dados.

 Existe um trabalho sistemático com os pais? São feitas reuniões (com todos os
pais, por classe...)? Os pais comparecem?

Reuniões trimestrais com as famílias, com um bom comparecimento, as famílias são


muito ativas na escola, a escola faz parte de um projeto denominado “comunidade de
aprendizagem” neste projeto as famílias são convidadas a participar do dia a adia da
escola, auxiliando nas propostas pedagógicas em parceria com os professores.

 A escola mantem relacionamento com outras instâncias da comunidade


(políticos, associações de bairro, empresários e outros)?

Histórico do projeto União em rede, a rede de proteção que foi criada a partir do
trabalho da escola.

Desde 2010 escola realiza uma parceria com a UBS da Vila União, após a escola e a
EOT (Equipe de Orientação Técnica) referência, diagnosticar uma situação de
vulnerabilidade social no Bairro próximo à escola (Sítio Joaninha). Esta ação Inter
secretarial proporcionou para população uma melhoria de sua qualidade de vida, onde a
saúde conseguiu mapear a região e implementar as ações dos Agentes Comunitários
que até aquele momento não tinham conhecimento do bairro e a Educação viabilizou
para os alunos que residiam nesta região tivessem direito ao Transporte Escolar,
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oportunizando o acesso e garantindo a permanência das crianças, visto que estes


alunos faltavam muito devido à distância e as dificuldades no acesso em dias de chuva.
O projeto teve a entrada também das escolas AMT e APC, que fazem parte do território.

Durante os anos de 2012 e 2013, as reuniões não ocorreram, pois com a saída da
Assistente Social, não houve um ator que articulasse a Rede, porém a escola continuou
a parceria com a saúde e o Conselho Tutelar.

No ano de 2014, os equipamentos sentiram a necessidade de retomar os encontros e


as ações do projeto, já que houve avanços muito significativos no desenvolvimento das
crianças e famílias envolvidas, com parcerias bem interessantes com a Saúde,
Habitação e Conselho Tutelar. Visto a importância de desenvolvermos ações que
garantam o desenvolvimento integral das crianças e que para isto a parceria de outros
setores para alcançar este objetivo é fundamental, através de uma parceria com a UBS
Vila União e do PSE (Programa Saúde na Escola), o projeto foi reativado.

A retomada do projeto trouxe muitas contribuições para o trabalho desenvolvido em


2014, foi possível articular com a Saúde e o CRAS, que passou a fazer parte da Rede
com a instalação de um equipamento no território, diferentes serviços e ações para que
estas famílias superassem as situações de vulnerabilidade. Com a parceria do PSE e
também do CRAS Alvarenga, muitas ações foram desenvolvidas para garantir a
frequência das crianças e também o acompanhamento de sua saúde e de outras
questões que envolviam a violência e a vulnerabilidade social. Ao final do ano, na
avaliação do projeto verificamos apenas que seria necessário afinar a abordagem do
Agente de Saúde com as famílias, já que tivemos alguns acontecimentos pontuais que
afastaram as famílias da escola. A partir de 2015 as agentes de saúde passaram a
participar das reuniões mensais, o que contribuiu para o estabelecimento de vínculo
com a comunidade. No ano de 2016 e 2017 o projeto transcorreu como era previsto, as
reuniões mensais ocorreram no CRAS com a participação efetiva das escolas e UBS,
quanto ao Conselho Tutelar foram poucas as participações, o que dificultou o
encaminhamento de alguns casos discutidos, sendo assim, será necessário investir no
fortalecimento deste vínculo.

No ano de 2018, tivemos a entrada na nossa Rede do CREAS, que agora tem um
trabalho mais territorial e por isso fará parte das nossas discussões mensais. Será mais
um parceiro para o planejamento das nossas ações com as famílias do nosso território.

Em 2019 os encontros continuaram, agora ganha mais um parceiro, a Escola Estadual


Domingos Peixoto, era um desejo desde o início do projeto investindo para a
participação nas reuniões, vistos que a maioria dos alunos atendidos pelas escolas
municipais que estão na rede vão estudar lá ao término do Fundamental 1 e também
pensando num trabalho que envolve toda a família, poderemos realizar ações mais
pontuais com os adolescentes e realizar trocas importantes com a Rede Estadual.

Em 2020 a parceria com a rede de proteção “União em rede” foi fundamental no


atendimento a nossa comunidade, nos auxiliando na busca ativa e no atendimento as
situações de vulnerabilidade social. As reuniões seguiram acontecendo mensamente,
mas de forma online.
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No final de 2021 as reuniões retornaram de forma presencia, e estão funcionando,


dando pleno suporte e amplitude de diagnósticos, mapeamento e tomadas de decisões.
As reuniões são realizadas mensalmente, nas 2ªs quartas-feiras de todo mês.

 A escola cede suas instalações para a comunidade (reuniões, prática de


esporte, lazer, etc.)?

Por não possuímos quadra, as atividades de lazer acontecem na escola do fundamental


que fica ao lado da nossa e possui uma estrutura melhor. Cedemos a nossa escola na
parceria do trabalho com a saúde, para atendimentos de grupos e outras ações.

5- ESTRUTURA, ORGANIZAÇÃI E FUNCIONAMENTO.

 Há uma sistemática de levantamento de dados e informações para o


diagnóstico?

O levantamento de dados é realizado em entrevistas com as famílias e através das


observações e registros dos professores.

 Há o Plano da escola ou o Projeto pedagógico-curricular? Quando e como é


feito? Existe um documento escrito? Há definição explicita de objetivos e metas
para o não letivo e explicação de atividades administrativas, financeiras e
pedagógicas-didáticas?

Existe o Projeto político pedagógico da escola, o município ainda não possui um


currículo atualizado, então o trabalho e os PPPs das unidades têm sido norteados pelas
Diretrizes curriculares nacionais e pela BNCC.

 O Plano ou Projeto é utilizado para a elaboração de Plano de ensino? Que


outros usos se fazem do Plano ou Projeto ao longo do ano letivo?

O planejamento anual dos professores é sistematizado através de cartas de intenções,


que tem como documento base o PPP da unidade. Todas as ações da escola são
descritas no documento e ele é sempre revisitado e está em constante construção.

6- ORGANIZAÇÃO GERAL DA ESCOLA.

6.1- Aspectos administrativos gerais

 Tipo de gestão existente na escola (colegiada, democrática, autoritária,


centralizada, participativa).
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Nas decisões sobre o uso das verbas a gestão é colegiada com os órgãos colegiados,
nas demais decisões a gestão é democrática.

 Facilidade de execução das atividades ou excesso de burocracia.

A escola procura romper com as burocracias, mas as demandas externas por vezes
tornam o trabalho burocrático.

 Relacionamento do diretor com o pessoal da escola (técnico, docente,


administrativo) a respeito das decisões a serem tomadas.

O relacionamento é de respeito mútuo e colaboração, as decisões são tomadas com a


colaboração de todos.

 Em que e como o diretor ocupa seu tempo (administração, supervisão


pedagógica, contatos com professores / funcionários / alunos, contatos com a
comunidade / diretoria de ensino / políticos, reuniões, acompanhamento e
avaliação do trabalho de cada setor, etc.)

O trabalho do diretor se divide entre as esferas administrativa e pedagógica, cuida da


organização de horários e funcionamento geral da escola, organização das demandas
dos funcionários e deferimento de licenças, férias e faltas agendadas.
Administração junto aos órgãos colegiados dos recursos recebidos, compras gerais
para a escola, atendimento a famílias.

Acompanhamento junto com a coordenação das reuniões de HTPC e reuniões


pedagógicas.

Reuniões com a SE, reuniões de equipe gestora, reuniões com funcionários.

 Há democratização das informações? Há uma prática de ampla difusão de


informações para a equipe da escola?

Todas as redes são disponibilizadas por e-mail de toda equipe, as informações também
são compartilhadas no grupo de WhatsApp institucional.

 6.2- Funcionamento da rotina da escola

 Como é fixado o número de vagas? Existem critérios explícitos de seleção de


alunos? Quais são os critérios de distribuição de alunos pelos turnos em que
funciona a escola? São levadas em conta necessidades da comunidade? Há
restrições a matriculas? São feitas exigências descabidas?

Os procedimentos de número de vagas e matriculas são determinados pela SE, existem


a cada ano reuniões de orientações com a gestão e as oficias, todo processo é
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acompanhado pela gestão da escola e pela SE. Para estudar nas escolas municipais de
educação infantil o único critério é a idade e ser munícipe.
Na distribuição dos horários a escola procura atender as demandas das famílias, tendo
como critérios, necessidades de saúde, trabalho e preferência. Nas montagens das
turmas que já são da escola os professores participam, seguindo critérios pedagógicos.

 Como é organizado o horário? Quem organiza? Como é a distribuição das


atividades (disciplinas)? Há uma fixação de horas semanais para cada atividade
ou disciplina?

Os horários de espaços coletivos são organizados pela gestão e escolhidos pelos


professores em reunião no início do ano, os primeiros professores a escolherem os
horários são os que possuem crianças com deficiência, para assim atender as
necessidades especificas que possam ser demandas.

 Como é feita a distribuição de alunos por classe? Há critérios de distribuição


por idade, rendimento escolar ou outros? Como é a organização e localização das
salas, considerando-se o fluxo de alunos pelos corredores e o tipo de cada
turma?

O critério de montagem de salas é por idade das crianças, as salas das crianças
menores (3 anos) são colocadas próximo ao banheiro, já que a professora não possui
auxiliar e fica mais perto para acompanhar os pequenos que ainda necessitam de
auxílio para uso dos banheiros.

 Como é feita a distribuição de classes entre os professores? Quais são os


critérios?

A atribuição de salas é realizada pela equipe gestora, os professores são consultados


sobre suas preferências e a equipe considera: preferência, experiência, atendimento a
criança com deficiência, formação do professor. A decisão é compartilhada
individualmente a cada professor em uma reunião.

 Há remanejamento de alunos durante o ano letivo? Quais são os critérios?

Existe remanejamento de período, quando da necessidade das famílias e desde que


haja vaga disponível.

 Há conselho de classe? Quando e como são feitos? Funciona em termos de


uma avaliação diagnóstica?

Não se aplica.

 Como é feita a recuperação? Quais os objetivos das aulas de recuperação?


Funciona? Dentro do horário ou fora do horário regular?
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Não se aplica.

 Como é controlada a frequência dos alunos? Há muitas faltas? A escola


verifica causas de ausência dos alunos faltosos? Há controle da evasão escolar e
uma análise de suas causas?

A frequência é registrada diariamente no diário de classe e acompanhada pela gestão,


crianças com três faltas consecutivas sem justificativa da família é realizado contato
telefônico, faltas recorrentes e esgotando-se os recursos de busca da escola é
encaminhado ao conselho tutelar. Também realizamos a busca ativa através da rede de
proteção, em especial com o apoio das agentes de saúde. Existe também a parceria
com associações de bairro nesta busca.

 Há merenda escolar? Quem fornece? A escola complementa? Os alunos


gostam da merenda? Em que horário é servida? A distribuição dos alimentos
interfere nas atividades de sala de aula?

A escola serve duas refeições, almoço e complemento, ter dois horários de refeição em
um período de 4h de aula torna a rotina descontínua, mas a escola procura de todas as
formas minimizar isso já que a demanda desta organização vem da SE não cabendo
decisão da escola.
A refeição é bem aceita pela maioria das crianças. O almoço antes da pandemia era por
sistema de self servisse, agora é servido pelas merendeiras, seguindo os protocolos.

 Como funciona a entrada e saída dos alunos no início e término das aulas, nas
trocas de aulas e no recreio?

Na entrada as crianças entram sozinhas e se direcionam as suas salas referências, na


saída as famílias retiram as suas crianças diretamente nas salas. Não existe recreio,
todos os momentos são acompanhados pelas professoras (alimentação e brincadeiras).

 A escola exige uniforme? Controla o uso do uniforme? Há reclamações dos


pais nesse sentido?

O uso do uniforme é incentivado e amplamente aceito pela comunidade escolar, mas


não há impedimento da criança acessar a escola por falta dele.

6.3- Aspectos da organização pedagógico-didática.

 O Plano da escola ou Projeto pedagógico-curricular é utilizado para a


elaboração dos planos de ensino?

Não existe plano anual, os professores escrevem um planejamento em formato de carta


de intenções que norteia o planejamento diário, que é construído principalmente a partir
das observações e registros dos interesses e demandas da turma.
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 Como é organizada a Semana de Planejamento? Como são os planos de ensino


(os professores isoladamente o em conjunto?).

O planejamento semanal é realizado por cada professor, existem reuniões de


planejamento, para compartilhamento de ideias, mas cada turma faz seu planejamento
considerando o seu agrupamento.

 Qual é o procedimento utilizado na escolha dos livros didáticos?

Não utilizamos livro didático.

 Existe uma articulação entre as séries em termos de programação de objetivos


e conteúdos.

Não.

 Os professores têm assistência pedagógica efetiva da equipe técnica?

A equipe de orientação técnica (psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta


ocupacional, fisioterapeuta) auxiliam no atendimento das crianças com
deficiência sempre que solicitado pela escola. A Coordenadora pedagógica, está
presente e articula a formação e aciona a equipe técnica quando necessário.

 Há assistência pedagógico-didática direta aos professores, através da


observação de aulas, entrevistas, reuniões de trabalho e outros meios.

Sim realizado pela coordenadora pedagógica.

 São previstos na semana momentos de discussão das atividades orientadas do


ensino entre os professores, incluindo realização de projetos conjuntos?

Existem reuniões semanais de HTPC (horário de trabalho pedagógico coletivo) dentro


da jornada dos professores, são 3h de formações semanais, além disso os horários
diários de HTP (horário de trabalho pedagógico) 1h diária, também é acompanhada
pela coordenação e pode ser utilizado para planejamento individual e coletivo.

 A escola dispõe de meios de informar os professores sobre o material


pedagógico-didático existente, recursos audiovisuais, lista de jogos e brinquedos,
livros e revistas disponíveis na biblioteca etc.?

Sim. Existe um armário na sala dos professores com materiais pedagógicos coletivos e
um armário no pátio também com recursos e brinquedos coletivos, todos de livre acesso
aos professores. Os livros e revistas ficam na biblioteca com acesso a todos.
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 Há reuniões pedagógicas frequentes? Que assuntos são tratados nessas


reuniões? Há algum tipo de encontro para estudo, reflexão ou discussão sobre
prática docente?

HTPCs semanais e reuniões pedagógicas 6 por ano. Os assuntos são os elencados no


plano de formação, construído em coletivo com os professores. Os professores também
participam do grupo de estudo e pesquisa, um grupo destinado a pesquisa e estudo de
temas que surgem da necessidade dos professores e são acompanhados pela
coordenadora. No final de cada ciclo os estudos são compartilhados com todo grupo.

 Há atividades extraclasse (visitas a locais da comunidade para estudo do meio,


exposições, competições esportivas, etc.)

Sim. Todas as turmas participam e os locais são decididos pelos professores, a partir do
trabalho realizado no grupo.

 Como é a organização interna da sala de aula (decoração, cartazes, armários,


cantinho de leitura, cantinho de música, disposição de carteiras, material didático
de uso coletivo)? Há salas-ambiente e como funcionam?

Não existe decoração nas salas, alguns professores utilizam cartazes de chamadinha
com os nomes das crianças, calendário, alfabeto, cartaz com numerais, listas de
escritas de projetos das turmas, cartazes construídos com as crianças sobre seus
estudos e projetos. Algumas salas contam com mesas e cadeiras para todas as
crianças e algumas trabalham com cantos diversificados (mesas com jogos, canto de
leitura, casinha, escritório, oficina, canto com jogos de construção, etc.). Esta escolha
de organização é de cada professor.

 Quais os problemas de disciplina e infrações disciplinares mais constantes?


Quais são os procedimentos utilizados para resolver esses problemas?

Os conflitos que surgem nos agrupamentos geralmente são sanados e resolvidos no


próprio grupo, através de rodas de conversa e assembleias, em raros casos é pedido o
apoio da coordenação e direção escolar.

 Há uma sistemática de desenvolvimento profissional dos professores e


funcionários e de capacitação nas situações de trabalho? É feita pelo pessoal
técnico da escola ou pela Secretaria de Educação? Em que periodicidade?

A formação permanente dos professores é realizada com a articulação da coordenação


pedagógica da escola, esporadicamente existe ofertas de curso pela SE, durante a
pandemia esta oferta foi mais frequente. A formação dos funcionários acontece de
forma mais especifica nas reuniões pedagógicas onde todos participam. As vezes a SE
oferece formações para cargos específicos, por exemplo para a oficial da BEI, ou para
as funcionárias da limpeza, com questões especificas de cada setor.
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6.4- Assistência aos alunos.

 Há um sistema de normas definido colaborativamente pela direção e corpo


docente? Os alunos participam desse processo de elaboração dessas normas?

Não se aplica.

 Os professores recebem apoios da direção ou coordenação pedagógica para


adoção de estratégias de diferenciação pedagógica, de soluções a dificuldades de
aprendizagem dos alunos, de reforço na didática específica das disciplinas, e de
outras medidas destinadas a melhorar as aprendizagens dos alunos, de modo a
prevenir a exclusão e a promover a inclusão?

Sim, sempre que surgem dificuldades o professor aciona a coordenação e/ou a direção
escolar e juntos traçam estratégias, desde o contato com as famílias para estabelecer
parceria e também a solicitações de apoio da EOT (Equipe de orientação técnica) com
os profissionais que auxiliam a escola.

 Há formas de assistência e apoio direto a alunos com dificuldades transitórias


nas aprendizagens instrumentais de leitura, escrita e cálculo, visando integrá-los
ao nível da turma?

Não se aplica.

 São previstas formas de atendimento a alunos com necessidades educacionais


especiais, identificando articuladamente com os professores, as áreas de
desenvolvimento e de aprendizagens que, em cada aluno, manifestem maior
fragilidade, bem como a natureza e as modalidades de apoio suscetíveis de alterar
ou diminuir as dificuldades inicialmente detectadas?

Sim. O atendimento às crianças com deficiência é realizado articulando as ações da


escola, saúde e EOT.

 Há instâncias ou medidas de integração de todos os alunos na escola e nas


salas de aula, considerando a diversidade social e cultural, mediante atividades
de socialização, integração, formas de organização dos alunos, etc.)?

Sim, a escola promove atividades de integração entre turmas, que estão descritas no
PPP como dia da integração e intersalas, são momentos que as crianças interagem
entre diferentes turmas e com crianças de diferentes idades, além de conviverem com
os demais adultos da instituição, além dessas ações coletivas, as professoras planejas
outros momentos de interações entre turmas, compartilhando trabalhos e projetos.

7- DIREÇÃO E GESTÃO DA ESCOLA.

 Qual é o tipo de gestão adotado na escola?


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Democrática

 Qual é a sistemática de tomada de decisões? Há ordens prontas ou há uma


prática de gestão participativa?

Gestão participativa

 Há liderança efetiva da direção? Como é o relacionamento pessoal da direção


com o pessoal técnico, administrativo e auxiliar?

Sim há liderança e uma relação de respeito e colaboração.

 As responsabilidades estão claramente definidas?

Sim

 Há uma sistemática de acompanhamento, controle e avaliação das decisões


tomadas?

Sim avaliações semestrais das ações.

 Há um clima de trabalho positivo, que estimula e incentiva a equipe escolar?

Sim

8- AVALIAÇÃO

 É feita a avaliação da execução do plano ou projeto da escola? Como se faz


essa avaliação? Que procedimentos são utilizados?

A avaliação é feita durante o processo de aprendizagem e rotinas da escola, sendo


revistas, planejadas e alteradas sempre que necessário. As tomadas de decisões são
feitas respeitando os princípios da Gestão Democrática, através de toda comunidade
escolar e seus colegiados. A Secretaria de Educação, por intermédio de sua Supervisão
e Orientadoras Pedagógicas também fazem esta avaliação e orientação.

 Há um efetivo acompanhamento das atividades pedagógicas e administração,


em termos de sua eficácia e realização de objetivos?

Sim, a Coordenação Pedagógica, a Direção e os Professores avaliam constantemente


os objetivos alcançados, usmando os momentos formativos para estabelecer
estratégias e fazerem estudos dos resultados alcançados.

 Quem realiza a avalição? Há uma reflexão sobre a prática desenvolvida para


detectar desvios, dificuldades, e reorientar os trabalhos?
43

O professor, sempre apoiado e consultando a Coordenação Pedagógica, Direção, pares


e famílias. A reflexão é prática diária e efetiva, também, com a participação de todos os
agentes.

 Os professores são orientados para a elaboração de instrumentos de


avaliação?
Há o registro, manual ou fotográfico, a realização de portfólios, assim como os relatórios
de acompanhamento e desenvolvimento das crianças.

 Há momentos previstos na rotina organizativa de discussão entre os


professores dos resultados da avalição da aprendizagem dos alunos?

Sim. Nos momentos formativos e HTPs.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola – Teoria e Prática. 6º


edição – revista ampliada. São Paulo: Editora Heccus, 2013.

ANEXO II
44

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

PROGEPE – PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO

GESTÃO E PRÁTICAS EDUCACIONAIS

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE GESTÃO

DOCENTE: PROFa. DRA ROSE ROGGERO

Autor da coleta: Erika Renata de Freitas Najjar

Identificação do tipo de escola pesquisada:

Escola de Ensino Fundamental da Rede Municipal de São Paulo – EMEF Dr Abrão Huck,
jurisdicionada à DRE Ipiranga.

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR

1- BREVE HISTÓRICO DA ESCOLA

Caracterização socioeconômica e cultural

● Características gerais da comunidade e sua influência na composição da clientela


escolar: caracterização do bairro ou setor quanto à urbanização (tipo de casas, ruas,
igrejas, indústrias, tipo de comércio, transporte urbano etc.), nível socioeconômico
das famílias, aspectos culturais e de lazer, assistência social e saúde, outras escolas
existentes.
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Nossa escola situa--se no bairro Sacomã, o qual abriga a histórica Figueira das
Lágrimas, localizada na Estrada das Lágrimas, 515, a 450 metros da escola, a 5000
metros da Estrada das Lágrimas, 1400 – onde nasce Heliópolis.
Heliópolis possui aproximadamente um milhão de metros quadrados. Em sua
área, hoje vivem cerca de 200 mil habitantes, o que faz de Heliópolis a maior favela
de São Paulo. Os barracos deram origem as construções de alvenaria. A realidade do
território mudou muito ao longo dos anos, mas o crescimento populacional também
trouxe diversos novos problemas locais. A vulnerabilidade social ainda atinge muitas
famílias, que em sua maioria são monoparentais, sendo a mãe a única provedora.
A área de Heliópolis foi adquirida em 1942 pelo Instituto de Aposentadoria e
Pensões dos Industriários – IAPI, do Conde Sílvio Álvares Penteado e outros. Em 1966,
com a unificação dos diversos Institutos do INPS – Instituto Nacional de Previdência
Social, a terra passou para o IAPAS – Instituto de Administração Financeira da
Previdência e Assistência Social. Em 1969 o IAPAS construiu o Hospital Heliópolis e o
Posto de Assistência Médica – PAM. Outra parte do terreno original foi desapropriada
pelo estado para uso da SABESP e outra parte foi negociada com a Petrobras. É nessa
paisagem que, entre 1971 e1972, a Prefeitura de São Paulo retira 153 famílias de
áreas ocupadas na favela da Vila Prudente e Vergueiro, com a intenção de fazer vias
públicas e as acomoda em alojamentos “provisórios” no terreno do IAPAS,
alojamentos estes que se tornaram permanentes. Outras famílias migrantes do
nordeste do país, bem como os trabalhadores da obra do Hospital Heliópolis e do
PAM foram construindo seus barracos. A partir daí a história é marcada por diversas
ocorrências envolvendo a disputa de grileiros, que pretendiam impedir as ocupações e
assim comercializar a terra que não lhes pertencia e de lutas contra a polícia, mas
também pela mobilização dos moradores e pelo surgimento de lideranças em defesa
da posse da terra e de infraestrutura.
Para concluir evocamos dois autores que norteiam nossas ações político-
filosóficas: “As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da
técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases
técnicas que o grande capital se apoia para construir a globalização... Mas, essas
mesmas bases técnicas poderão servir a outros objetivos, se forem postas ao serviço
de outros fundamentos sociais e políticos.” SANTOS (2008)
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“A educação nem é salvação, nem revelação, muito menos uma panaceia. É, porém,
um importante instrumento, que nunca poderá dispensar as reflexões sobre o lugar,
o cotidiano e principalmente sobre a vida das pessoas.”
FREIRE (1996)

Nossa escola está em um lugar que acumula historicamente uma construção


de vários movimentos de luta por moradia e condições básicas de saúde,
saneamento e educação.

A relação e o sentido que se tem do lugar e da ação articulada entre todas os


componentes curriculares, educandas e educandos, profissionais e comunidade
escolar são as bases de nosso projeto.

A EMEF DR.º ABRÃO HUCK

A EMEF Dr.º Abrão Huck criada em 21/09/2012 é inaugurada com alunos no final
do mês de fevereiro de 2013. A unidade educacional ocupa um terreno de 5.303m 2
de área construída com três pavimentos a fim de atender a demanda por vagas na
região.
O espaço educacional recebe o nome de Doutor Abrão Huck pelo importante
papel que este, atuando como advogado, teve junto aos imigrantes judeus no Brasil,
durante a II Guerra Mundial. Se vivo fosse completaria 100 anos em 2012.
O início do funcionamento da U.E. foi atribulado, pois os estudantes que para cá
vieram foram transferidos de outras Escolas, sem a possibilidade de escolha, tendo
sido considerado como único critério seu endereço residencial.
Assim, houve rejeição a este remanejamento, o que provocou muitos transtornos,
inclusive estruturais à EMEF recém-inaugurada.
A partir de um trabalho sério e árduo por parte da equipe docente e dos gestores
que aqui passaram, a comunidade foi sendo conscientizada, sobretudo nos anos de
2013 e 2014, diminuindo o índice de insatisfação que existia entre pais educandos e
educandas.
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Nos anos que se seguiram, os educadores e gestores que aqui estavam deram
continuidade a esse trabalho. Pela EMEF DR. ABRÃO HUCK, passaram nos últimos
anos vários gestores, porém, infelizmente, não se mantiveram por mais de um ano,
inviabilizando alguns projetos e ideias incipientes, o que trouxe grandes fragilidades
às relações entre Comunidade e Escola, a qual temos tentado reverter, sobretudo
num período em que vivenciamos a pandemia e suas decorrências, tendo em vista
sobretudo, a função social da escola

NOSSA COMUNIDADE EDUCATIVA

Nossa escola pertence à Rede Municipal de Ensino de São Paulo e atende a Região do
Bairro Sacomã e Heliópolis, região Sul da Cidade de São Paulo. O território conta com
diferentes ofertas de atendimento social e instituições como a UNAS e o Instituto Bacarelli
que procuram oportunizar as famílias uma vasta rede protetiva, tanto no que concerne ao
atendimento da rede pública de saúde, como educacional e de atividades diversificadas.
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A demanda populacional do território é extrema, chegando hoje a mais de 125 mil


habitantes. A situação socioeconômica e cultural dos educandos e de suas famílias parece
retratar a complexidade que envolve outras tantas famílias vindas de outras regiões do país
e moradoras dos grandes centros urbanos, atualmente.

A área de Heliópolis foi adquirida em 1942 pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões


dos Industriários – IAPI, do Conde Sílvio Álvares Penteado e outros. Em 1966, com a
unificação dos diversos Institutos do INPS – Instituto Nacional de Previdência Social, a terra
passou para o IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência
Social. Em 1969 o IAPAS construiu o Hospital Heliópolis e o Posto de Assistência Médica –
PAM. Outra parte do terreno original foi desapropriada pelo estado para uso da SABESP e
outra parte foi negociada com a Petrobras.

É nessa paisagem que, entre 1971 e1972, a Prefeitura de São Paulo retira 153 famílias
de áreas ocupadas na favela da Vila Prudente e Vergueiro, com a intenção de fazer vias
públicas e as acomoda em alojamentos “provisórios” no terreno do IAPAS, alojamentos estes
que se tornaram permanentes. Outras famílias migrantes do nordeste do país, bem como os
trabalhadores da obra do Hospital Heliópolis e do PAM foram construindo seus barracos.

A partir daí a história é marcada por diversas ocorrências envolvendo a disputa de


grileiros, que pretendiam impedir as ocupações e assim comercializar a terra que não lhes
pertencia e de lutas contra a polícia, mas também pela mobilização dos moradores e pelo
surgimento de lideranças em defesa da posse da terra e de infraestrutura.

Heliópolis possui aproximadamente 1 milhão de metros quadrados e se localiza na


região sudeste da cidade de São Paulo, a 8 km do centro. Em sua área, hoje vivem cerca de
200 mil habitantes, o que faz de Heliópolis a maior favela de São Paulo. Os barracos deram
origem às construções de alvenaria. A realidade do território mudou muito ao longo dos
anos, mas o crescimento populacional também trouxe diversos novos problemas locais. A
vulnerabilidade social ainda atinge muitas famílias, que em sua maioria é composta por
mães solo, sendo a mãe a única provedora.
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Segundo dados do IBGE, 92% dos habitantes de Heliópolis são de origem nordestina,
com 53% na faixa etária de 0 a 25 anos. Segundo dados da Prefeitura de São Paulo,
Heliópolis possui hoje 18.080 imóveis (a maior parte dos barracos transformaram-se em
construções de alvenaria), 75% do bairro já tem infraestrutura urbana e recebe o nome de
Cidade Nova Heliópolis.

Segundo levantamento realizado pela Fundação Cásper Líbero e UNAS, existem hoje
mais de 100 entidades (religiosas, associações de moradores e ONGs) que realizam
programas e projetos na Comunidade, voltados à prática religiosa, educação não formal,
atividades culturais, artísticas e esportivas. Existem mais de 3 mil pontos comerciais,
segundo o levantamento da Associação dos Comerciantes de Heliópolis (ACHE), sendo:
padarias, pequenas lojas, açougues, cabeleireiros, farmácias, pequenos mercados, oficinas
de carro e moto, lan-houses,e mais de 1000 bares. O transporte público não entra em
Heliópolis, pois há vielas, becos e ruas muito estreitas, fazendo com que as pessoas se
desloquem até as vias principais, onde estão localizados os pontos de ônibus.
Aproximadamente 40% das famílias são compostas por mães e filhos, sendo a mãe a única
provedora. Há escolas públicas, mas não em número suficiente para atender a demanda.
Não há museus, cinemas, teatros, parques, espaços esportivos, se não pela presença dos
CEUS Heliópolis e Meninos que têm cumprido esse papel.

Ainda presencia-se a ação corrente do tráfico de drogas, sendo a rua de nossa Escola,
local de referência quanto a acontecimentos envolvendo policiais e traficantes, pois a
mesma dá acesso à Via Anchieta.

Ainda, segundo dados da Prefeitura de SP, a renda média familiar local é de um


salário mínimo e muitos recebem auxílios de programas governamentais.

A equipe de profissionais da EMEF Abrão Huck tem formação superior, e a maioria


encontra-se há, pelo menos, um ano na unidade escolar, o que garante um grupo bastante
coeso e receptivo às ações propostas.

Dentre nossos educadores, temos doutores, mestres ou mestrandos, pós-graduados


ou com mais de uma graduação.
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A maioria da equipe mora nas redondezas da U.E., o que colabora muito com o
engajamento de todos pelo sucesso de nosso trabalho, pois além de refletir em nossa vida
profissional, o avanço de nossos alunos se refletirá na comunidade em que vivemos e no
progresso da região.

2- ESTRUTURA FÍSICA E MATERIAL

2.1 Edifício escolar

● Tipo de construção, aspecto físico geral.

A escola a qual nos referimos, é a mais jovem EMEF dessa Diretoria de Educação,
inaugurada em 2013, foi construída sob a ótica de uma arquitetura inclusiva,
entretanto, apesar de não se tratar de uma construção antiga, já apresenta muitos
problemas estruturais que oportunamente foram avaliados por especialistas e,
constatado que se trata de falhas do período de planejamento e construção,
acarretando demandas no dia-a-dia da escola, desde a sua inauguração.
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Salas de aula: quantidade, dimensões (ideal: 1m² por aluno), condições ambientais
(iluminação, ventilação etc.).
Temos 15 salas de aula mais o LED (Laboratório de Educação Digital) e a Sala de
Leitura que compõem o Currículo e a Sala de Recursos Multifuncionais para o
Atendimento Educacional Especializado destinado aos estudantes público-alvo da
Educação Especial.
São salas de 49 m², com boa iluminação e ventilação natural, contudo, temos
instalado em todas elas, dois ventiladores, inclusive e o laboratório de informática
consta de um equipamento de condicionadores de ar, próprios ao ambiente.

● Salas da administração: quantidade, dimensões, destinação de uso, se o número de


salas é suficiente (diretoria, vice-diretoria, secretaria, coordenação pedagógica,
coordenação de turno, orientação educacional sala de professores, atendimento de
alunos).

A administração da escola é acomodada de forma insuficiente às demandas


inerentes a Gestão Escolar. Temos uma pequena sala destinada para a
Coordenação Pedagógica e outra para as Assistentes de Direção. A Diretora acabou
se acomodando na Secretaria da escola, após a reconfiguração da sala com
algumas repartições. Percebe-se que estes espaços são insuficientes para o
atendimento à comunidade educativa, principalmente atendimento aos
estudantes, familiares, professores e parceiros da Rede de Proteção Social em
situações que requeiram sigilo. A ideia é de que agora, com o recebimento de uma
reforma ofertada pela SP OBRAS consigamos reestruturar de modo mais adequado
essas áreas.
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● Salas e ambientes especiais: verificar os mesmos aspectos nas salas para:


laboratórios, biblioteca, salas de projeção (filmes, vídeos, slides), cozinha, refeitório,
despesa, almoxarifado, auditório, etc.

A pedido dos educadores, neste ano de 2022 estamos retomando as salas


ambientes para o Ensino Fundamental II, buscando utilizar a estruturação de cada
sala também de modo favorável ao processo de aprendizagem dos estudantes,
assim os adolescentes é que se deslocam no decorrer do período e professores
aguardam nas salas, considerando seu componente curricular. Existe a Sala de
Leitura que mais que uma biblioteca busca ser um espaço acolhedor e promotor de
leituras e repartição da cultura literária, repertoriando os estudantes com os
clássicos da literatura brasileira, fortalecendo o conhecimento da cultura indígena e
negra outrora tão dificilmente reconhecida como arte, mas que graças a Lei 10.639
tem hoje grande expressão sobretudo nesse espeço. Pautados no currículo, com
uma aula semanal para todas as turmas com o objetivo de desenvolver atividades
literárias. Não há laboratório de Ciências ou Cozinha Experimental, mas a Sala de
Artes é uma espécie de Ateliê. Temos o LED (Laboratório de Educação Digital) com
20 computadores, kits de robótica e impressora 3D) Foram compradas neste ano
3 TVs de 50 polegadas em armação móvel para uso e deslocamento, onde se fizer
necessário. Estamos aguardando a instalação de projetores para a implementação
das Salas de Aula Digitais. Temos duas quadras cobertas, um play-ground bastante
deteriorado que agora passa por reforma e um refeitório que ocupa o pequeno
pátio da escola no térreo, cozinha com dispensa espaçosa, no entanto sentimos
muita falta de um auditório e uma brinquedoteca também, bem como um espaço
maior para a realização das refeições.
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● Instalações sanitárias: quantidade conforme o número de usuários, condições


higiênicas, forma de escoamento dos detritos.

Nossa escola conta com sanitários coletivos para os estudantes, no andar térreo e
no 2° Andar, bem como fraldários e banheiros com acessibilidade para pessoas com
deficiências ou baixa mobilidade.

● Bebedouros e lavatórios: quantidade, água tratada ou não


● A Unidade Educacional conta com bebedouros no andar térreo, e nos dois andares
de salas de aula. A sala de Artes possui pias também... todos os bebedouros
possuem filtros que são regularmente trocados para garantir a qualidade da água,
de modo que esta seja potável.

● Áreas livres: cobertas, descobertas, a que se destinam.

Temos poucos espaços de áreas livres, somente uma área externa com bancos de
concreto num pequeno espaço gramado e um teatro de arena, São espaços de
recreação dos estudantes e de atividades pedagógicas junto aos educadores. Um
horta na parte da frente da escola que vem sendo desenvolvida junto com parcerias
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da comunidade e de uma Empresa Social de nome Compô resgatando inclusive a


vegetação local e propostas de sustentabilidade e trazendo os conceitos da
Ecopedagogia, muito bem apresentados pelo Professor Maacir Gadotti, de modo
que assim como as ODS trazidas pela ONU e pelo Currículo da Cidade, esses
conceitos possam perpassar, de modo transversal e realmente valorizado, todas as
disciplinas em busca de uma formação humana, holística e integral de nossos
estudantes.

2.2. Mobiliário

● Carteiras: tipo, quantidade, estado de conservação.


As salas de aula contam com cerca de 32 a 35 carteiras de fórmica bege e armação de
ferro com cadeiras de assento de plástico e armação de ferro, foram selecionadas no
início do ano e encontram-se em bom estado de conservação. E há a promessa de
recebermos cadeiras novas para recomposição dos espaços, em breve.

● Mesas, escrivaninhas, armários e outros: tipo, quantidade, estado de conservação,


adequações ao uso, suficientes ou não.
Desde 2020 chegaram diversos armários, escaninhos e mesas de professores para os
espaços que faltavam esse tipo de mobiliário, no momento, não se observa a
necessidade, pois a quantidade existente na escola hoje parece ser suficiente. Todos
encontram-se em bom estado de conservação no momento.

● Equipamentos
Temos amplificadores e caixas de som, microfones e agora 2 TVs de 45 polegadas
fixadas em pedestal móvel. Estamos no processo de espera de instalações das salas
digitais desde 2021. Todos os professores receberam notebooks no ano de 2021 em
regime de comodato.

● Materiais didáticos (computador, retroprojetor, copiadora, televisores, vídeos,


cartazes, mapas etc.): tipo, quantidade, condições de uso, como são adquiridos.
Contamos com jogos, livros didáticos, mapas, diversos materiais visuais, 3 impressoras
sendo também copiadoras de alto rendimento que estão novas
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2.3 Espaços de lazer e recreação

● Área disponível para lazer, recreação e esportes: dimensão, condições de uso.

Temos um pequeno parque em reforma que será também um tanque de areia para as
crianças do ensino fundamental I, especialmente para o ciclo de alfabetização. Área
externa com pequeno espaço gramado e alguns bancos e mesinhas de concreto. Há
também 2 painéis com revestimento cerâmico branco na área externa para expressão
dos estudantes com tinta guache lavável, um teatro de arena e uma quadra externa
que fica disponível para os estudantes quando não está em uso pela professora de
Educação Física para recreação das crianças e adolescentes.

2.4 Recursos financeiros

Verbas de que dispõe a escola.

Hoje recebemos e fazemos uso do PTRF, vindo do governo municipal e dividido


segundo as prerrogativas das últimas Instruções Normativas, como a IN 31 de 2021, que
direciona parte dessa verba para aplicação na compra de recursos de higiene e
autocuidados para as meninas acima de 10 anos de nossa EMEF. Por decisão do Colegiado
da APM, todos os estudantes receberam um kit com tais recursos, sendo: escova de dentes,
pasta, lenço umedecido, fio dental, antitranspirante, absorvente – no caso das meninas – e
outros.
Além disso, geralmente utilizamos o PTRF para uso com compra de produtos
pedagógicos e de expediente e para uso em reformas, pinturas e pequenos reparos,
compra de recursos para impressora, dedetização e desratização, dentre outros serviços
necessários.
Recebemos também o PDDE do governo federal e costumamos utilizar com a compra
de alguns equipamentos necessários para a escola, como TV, som e com pequenos reparos
de hidráulica, pintura, alvenaria e outros. Com o aumento dos valores do repasse
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municipal não temos precisado fazer uso da verba de Adiantamento da qual poderíamos
dispor para pequenos reparos, atingindo um total de R$ 1200,00 mês.

● Sistemática de efetuação das despesas, formas de controle.

Com a presença do Colegiado da APM da EMEF DR. Abrão Huck temos a


participação de professores, pais, funcionários no controle e determinação das obras –
exceto as de emergência – geridas pela Presidente dessa Associação – Diretora da
EMEF. Mensalmente realizamos reuniões e todas as notas e documentos referentes às
compras são disponibilizadas e podem ser conferidas e fiscalizadas por toda a
comunidade escolar, sobretudo pelos participantes da associação que têm, inclusive
esse dever de acompanhar e estes processo.

3 – PESSOAL

3.1 Alunos: número por série, adequações idade /série, número por sala.

Turmas Total
Modalidade/Etapa/Ciclo/Série Organiz. Turmas Total Matric.
ENSINO REGULAR/ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS/CICLO I/1º
ANO  4 4 125
ENSINO REGULAR/ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS/CICLO I/2º
ANO  3 3 91
ENSINO REGULAR/ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS/CICLO I/3º
ANO  3 3 90
ENSINO REGULAR/ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS/CICLO II/4º
ANO  2 2 64
ENSINO REGULAR/ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS/CICLO II/5º
ANO  3 3 96
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ENSINO REGULAR/ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS/CICLO II/6°
ANO  3 3 96
ENSINO REGULAR/ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS/CICLO III/7º
ANO  4 4 125
ENSINO REGULAR/ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS/CICLO III/8º
ANO  4 5 124
ENSINO REGULAR/ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS/CICLO III/9º
ANO  4 4 129

3.2 Professores: número, qualificação.

RF NOME FUNÇÃO
1 PROF. E.F II e
841.765.2/2 ADRIANA FELICIANO ALVES DURAN Médio – CIÊNCIAS
(POED)
2 806.337.1/1 ADRIANA RUFINO TAVARES PROF. EF. I e EI
3 PROF. E.F II e
802.054.0/1 ADRIANO MESQUITA CURTO
Médio – INGLÊS
4 799.321.8/1 ALINE VENANCIO ARTEN PROF EF. I e EI
5 PROF. E.F II e
802.055.8/1 ANDRE DE OLIVEIRA CARVALHO
Médio – INGLÊS
6 PROF. E.F II e
842.228.1/1 ANGELO ANTONIO GRECO
Médio – HISTÓRIA
7 PROF. E.F II e
843.399.2/1 AYNI ESTEVAO DE ARAUJO Médio –
PORTUGUÊS
8 PROF. E.F II e
797.789.1/1 BERENICE INEZ FERREIRA SANTOS Médio –
EDUCAÇÃO FÍSICA
9 PROF. E.F II e
802.219.4/1 CAIO HENRIQUE ARRUDA DA SILVA
Médio – HISTÓRIA
10 PROF E.F II e
846.248.8/1 CAMILA FERREIRA DE CASTRO HALLITE Médio –
GEOGRAFIA
11 801.307.1/1 CARLA DANIELLE DE OLIVEIRA PROF EF. I e EI
12 PROF E.F II e
CHRISTIANE APARECIDA DANIEK
722.701.9/1 Médio –
GUASTELLA
EDUCAÇÃO FÍSICA
13 820.768.2/1 CINTIA PAZZINI FERREIRA REBELLO PROF EF. I e EI
14 854.7416/1 CLAUDIA CRISTINA LOPES PROF. EF. I e EI
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15 PROF E.F II e
809.2354/1 CLEOMENES PEREIRA CASARIN
Médio – HISTÓRIA
16 PROF E.F II e
797.821.9/1 DANIELA GARRIDO DOS SANTOS AFONSO Médio –
EDUCAÇÃO FÍSICA
17 PROF E.F II e
793.187.5/1 EDIRLENE GLORIA ANDRADE PINHAL Médio –
PORTUGUÊS
18 771.635.4/1 ERICA LOURENCO DA SILVA PROF EF. I e EI
19 PROF E.F II e
752.834.5/1 FERNANDA NUNES DE AL. COLAGRANDE Médio –
MATEMÁTICA
20 PROF E.F II e
842.173.1/1 IGOR JEFFERSON ALVES FEITOZA Médio –
GEOGRAFIA
21 819.842.0/1 JENNIFER BLAU PEREIRA DE OLIVEIRA PROF EF. I e EI
22 PROF E.F II e
558.310.1/2 JONIAS SALES DE SOUZA
Médio – CIÊNCIAS
23 PROF E.F II e
802.275.5/1 JULIANA AMORIM MELONIO
Médio – ARTE
24 821.293.7/1 LAURA SOARES GONCALVES BEZERRA PROF EF. I e EI
25 PROF E.F II e
792.243.4/1 LEILA SEIMI IKUNO
Médio – INGLÊS
26 PROF E.F II e
802.612.2/1 LETICIA MODOLO BAHMAD
Médio – ARTE
27 800.368.8/1 LUCIANA LOPES BENVINDO PROF EF. I e EI
28 PROF E.F II e
781.599.9/2 MARCELA TRIGUEIRO GOMES
Médio – HISTÓRIA
29 781.599.9/3 MARCELA TRIGUEIRO GOMES PROF EF. I e EI
30 PROF E.F II e
711.206.8/3 MARCIA ALVES PEREIRA Médio –
MATEMÁTICA
31 735.708.7/1 MARIA SOLANGE DOS SANTOS NANI PROF EF. I e EI
32 PROF E.F II e
841.517.0/1 MONICA LIE MARUYAMA
Médio – ARTE
33 PROF E.F II e
735.202.6/1 NILTON CESAR DE SOUZA Médio –
MATEMÁTICA
34 PROF E.F II e
784.068.3/1 ROGERIO TAMURA KETELHUT Médio –
PORTUGUÊS
35 780.489.0/1 ROSANA DE FARIA CORREIA PROF EF. I e EI
36 806.253.6/1 SILVANA CARDOSO FRADE PROF EF. I e EI
37 PROF E.F II e
781.014.8/1 SIMONE APARECIDA ALVES
Médio – CIÊNCIAS
38 780.589.6/1 SIMONE PEREIRA BALIEIRO PROF EF. I e EI
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39 794.601.5/1 TÂNIA MACHADO DE CARVALHO PROF. EF. I e EI


40 815.385.0/2 TATIANA PONCIANO DE SOUSA PROF. EF. I e EI
41 PROF E.F II e
733.353.6/1 VANESSA POLICIANO VIEIRA NAKHLE
Médio – CIÊNCIAS
42 PROF E.F II e
806.823.2/1 VIVIAM RITA NASTARI CALEGARE Médio –
PORTUGUÊS
43 780.565.9/1 VIVIANE MUNOZ PEREZ PROF, EF. I e EI
44 PROF E.F II e
808.774.1/1 WASHINGTON FELIX TALIATI
Médio – INGLÊS
45 PROF E.F II e
843.227.9/2 YURI GUEDES LUESKA
Médio – HISTÓRIA
46 PROF. E.F II e
883.930.1/1 ZULMIRO DE SOUZA Médio –
GEOGRAFIA

3.3 Especialistas: número, coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais,


diretor, vice-diretor, qualificação desses profissionais.

COORDENADORAS PEDAGÓGICAS

DAIENE CRUZ MERCADO


CRISTIANE PACCANARI

DIRETORA
CLAZIANE PEREIRA DE LIMA

ASSISTENTES DE DIRETOR DE ESCOLA ( Vice-diretoras)

ERIKA RENATA DE FREITAS NAJJAR


EVELLYM LUDVIG DA SILVA

A unidade integra uma equipe gestora composta por uma diretora, duas assistentes de
diretor e duas coordenadoras, ou seja, 5 educadoras que atuam na educação entre 10 e 20
anos.

3.4- Funcionários: número por cargo (inspetores de alunos, serventes, merendeiras,


porteiros, vigias).

NA EQUIPE DA LIMPEZA CONTAMOS APENAS COM TRÊS PESSOAS, AS MESMAS SÃO DE


UMA EMPRESA TERCEIRIZADA, ASSIM COMO AS DA COZINHA (5 PESSOAS). NÃO
CONTAMOS MAIS COM O SERVIÇO DE VIGILÂNCIA OU PORTEIROS E A SEGURANÇA DA
UNIDADE TEM SIDO MUITO PREJUDICADA COM CONSTANTES INVASÕES.
60

4- ESTRUTURA, ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO.

4.1 Aspectos Organizacionais

● Organograma da escola.
● Principais atribuições de cada setor (direção, coordenação pedagógica, orientação
educacional, secretaria, serviços gerais, etc.).

Plano de Ação do Diretor Escolar

Apresentamos a seguir um resumo do trabalho a ser desenvolvido:

 Organizar os horários de entrada e saída de alunos, no início e término dos turnos,


bem como nos diversos projetos dos quais eles participam;
 Acompanhar os encontros coletivos de formação (presencial e/ou através dos relatos
dos Coordenadores Pedagógicos) – JEIF, PEA, Paradas Pedagógicas previstas em Portaria e
Reuniões Pedagógicas previstas no Calendário Escolar;
 Dar ciência expressa a todos os servidores sobre assuntos referentes à vida funcional,
cotidiano da escola, publicações da SME, bem como direitos e deveres de todos na U.E.;
 Acompanhar e gerenciar o inventário dos Bens da U.E;
 Realizar reuniões / conversas orientativas com todos os segmentos da escola a fim de
melhorar o trabalho, estabelecer as rotinas, corrigir falhas que venham a surgir no dia a dia;
 Atender alunos e familiares nos assuntos de ordem pedagógica, juntamente com os
Coordenadores Pedagógicos, fazendo encaminhamentos, quando necessário ao Posto de
Saúde, Conselho Tutelar de Cidade, Vara da Infância e Juventude;
 Realizar encaminhamentos de alunos com deficiências e de outras situações em que
se façam necessários esses procedimentos para atendimento;
61

 Construir juntamente com a equipe pedagógica ações referentes à formação da


Comunidade externa (Nas reuniões de Pais e nas Mostras Culturais) e interna escolar;
 Acompanhar o processo de ensino e aprendizagem;
 Acompanhar o fluxo de frequência dos educandos, encaminhando-os aos órgãos
competentes, quando for o caso;
 Validar os históricos e documentações dos educandos e educadores que se fizerem
necessários;
 Construir junto com o coletivo da escola as ações do PPP e do PEA da Unidade;
 Acompanhar os serviços prestados pelas empresas terceirizadas de alimentação e
limpeza;
 Convocar e receber pais / responsáveis pelos alunos, auxiliando-os sempre que
possível e encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário;
 Realizar reunião com a equipe gestora semanalmente;
 Participar dos momentos de atribuição de aulas, garantindo a correta adequação da
lei e os direitos dos educandos e dos servidores;
 Acompanhar e gerenciar a utilização das verbas destinadas à U.E.: PTRF, PDDE,
ADIANTAMENTO, APM RECURSOS PRÓPRIOS;
 Acompanhar a equipe de alimentação: controle, cardápio, entrega do alimento aos
alunos, limpeza da cozinha e qualidade, quantidade e armazenamento dos alimentos.
 Acompanhar a equipe de segurança terceirizada: controle dos serviços,
equipamentos e rondas realizadas;
 Acompanhar a equipe de limpeza terceirizada: cronograma de realização dos
serviços, qualidade dos serviços prestados, bem como dos materiais de limpeza utilizados;
 Acompanhar as ações da CIPA na U.E.;
 Acompanhar os Processos envolvendo a U.E.;
 Acompanhar as ações do Conselho de Escola na U.E;
 Preparar os comunicados para os encaminhamentos às famílias;
 Realizar junto à Equipe as avaliações da U.E. , sempre que se fizerem necessárias e
imprescindivelmente nos finais dos anos letivos.
62

Plano de Ação das Coordenadoras Pedagógicas

-Acompanhar as ações realizadas por DRE e SME no tocante ao processo de Ensino e


Aprendizagem;

-Socializar junto ao grupo escolar as ações de SME e DRE;

-Organizar, com a equipe, ações de formação com momentos de estudos teóricos e


análises de práticas para fins de melhoria das atividades educativas;

-Analisar, organizar e encaminhar propostas de trabalho para professores nas diversas


áreas do conhecimento;

-Atender alunos e familiares nos assuntos de ordem pedagógica;

-Auxiliar em processos de encaminhamentos de alunos com deficiências e de outras


situações que se façam necessários esses procedimentos;

-Estabelecer parcerias com outros serviços de atendimento (saúde e Assistência Social)


para facilitar o acesso dos alunos a atendimentos que se fizerem necessários;

-Construir com a equipe gestora ações referentes a formação da Comunidade externa e


interna escolar;

-Participar ativamente do Conselho de Escola, Conselho de Classe e Reuniões


Pedagógicas;

-Construir junto com o coletivo da escola as ações do PPP e do PEA da Unidade;

-Orientação em atendimentos individuais de acordo com a necessidade do professor;

-Acompanhamento das ações pedagógicas dos professores em sala de aula;

- Orientação aos alunos nas questões de estudo e aprendizagem;

- Acompanhamento das adequações em atividades e avaliações para os alunos com


deficiência, junto à professora regente de SRM;

- Preparar os comunicados para os encaminhamentos às famílias;


- Gerenciar o preparo dos modelos de certificação para os educadores;
63

- Realizar junto à Equipe as avaliações da U.E. , sempre que se fizerem necessárias e


imprescindivelmente nos finais dos anos letivos;

Plano de Ação dos Assistentes de Direção

Apresentamos a seguir um resumo do trabalho a ser desenvolvido:

Organizar e acompanhar os horários de entrada e saída de alunos, no início e término


dos turnos, bem como nos diversos projetos dos quais eles participam;

 Acompanhar os encontros coletivos de formação (presencial e/ou através dos relatos


dos Coordenadores Pedagógicos ) – JEIF, PEA, Paradas Pedagógicas previstas em Portaria e
Reuniões Pedagógicas previstas no Calendário Escolar;
 Dar ciência expressa a todos os servidores sobre assuntos referentes à vida funcional,
cotidiano da escola, publicações da SME, bem como direitos e deveres de todos na U.E.;
 Acompanhar e gerenciar a utilização das verbas destinadas à U.E.: PTRF, PDDE,
ADIANTAMENTO, APM RECURSOS PRÓPRIOS;
 Realizar reuniões / conversas orientativas com todos os segmentos da escola a fim de
melhorar o trabalho, estabelecer as rotinas, corrigir falhas que venham a surgir no dia a dia;
 Atender alunos e familiares nos assuntos de ordem pedagógica, juntamente com os
Coordenadores Pedagógicos, fazendo encaminhamentos, quando necessário ao Posto de
Saúde, Conselho Tutelar de Cidade, Vara da Infância e Juventude;
 Realizar encaminhamentos de alunos com deficiências e de outras situações em que
se façam necessários esses procedimentos para atendimento;
 Construir juntamente com a equipe pedagógica ações referentes à formação da
Comunidade externa (Nas reuniões de Pais e nas Mostras Culturais) e interna escolar;
 Acompanhar o processo de ensino e aprendizagem;
 Acompanhar os educandos com deficiência, bem como a elaboração dos PEI´s dos
respectivos estudantes;
 Acompanhar o SGP, bem como a elaboração dos planos e planejamentos dos
educadores;
 Preparar as atas das reuniões pedagógicas e reuniões de pais;
 Garantir os registros adequados dos momentos de PEA e outras formações;
64

 Acompanhar o fluxo de frequência dos educandos, encaminhando-os aos órgãos


competentes, quando for o caso;
 Construir junto com o coletivo da escola as ações do PPP e do PEA da Unidade;
 Acompanhar os serviços prestados pelas empresas terceirizadas de alimentação e
limpeza;
 Acompanhar a entrega de Uniformes e Materiais aos educandos;
 Acompanhar as ações do Conselho de Escola na U.E;
 Convocar e receber pais / responsáveis pelos alunos, auxiliando-os sempre que
possível e encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário;
 Realizar reunião com a equipe gestora semanalmente;
 Acompanhar a equipe de alimentação: controle, cardápio, entrega do alimento aos
alunos, limpeza da cozinha e qualidade, quantidade e armazenamento dos alimentos.
 Acompanhar a equipe de segurança terceirizada: controle dos serviços,
equipamentos e rondas realizadas.
 Acompanhar a equipe de limpeza terceirizada: cronograma de realização dos
serviços, qualidade dos serviços prestados, bem como dos materiais de limpeza utilizados.
 Acompanhar as reuniões dos colegiados da U.E;
 Participar dos momentos de atribuição de aulas, garantindo a correta adequação da
lei e os direitos dos educandos e dos servidores;
 Realizar a prestação de contas junto À DRE, conforme legislação vigente;
 Realizar junto à Equipe as avaliações da U.E. , sempre que se fizerem necessárias e
imprescindivelmente nos finais dos anos letivos;
 Acompanhar as ações da CIPA na U.E.;
 Acompanhar a manutenção da U.E.;
 Realizar a leitura dos e-mail´s e D.O.;
 Fazer os devidos apontamentos no Livro-Ponto;
 Preparar os comunicados para os encaminhamentos às famílias;
 Acompanhar e gerenciar o inventário dos Bens da U.E;
 Substituir o Diretor de Escola, sempre que necessário.

Plano de Ação da Secretária de Escola


65

Os profissionais que atuam na Secretaria da Escola são responsáveis pela


escrituração, documentação e arquivos escolares e devem garantir o fluxo de documentos e
informações facilitadores e necessários ao processo pedagógico e administrativo:

- realizando os serviços gerais de digitação;

- recebendo, classificando, expedindo, protocolando, distribuindo e arquivando documentos


em geral;

- preenchendo fichas e formulários que integram o prontuário dos alunos e dos profissionais
da escola;

- atendendo ao público em geral, prestando informações e transmitindo avisos e recados;

- cuidando das documentações referentes aos acúmulos dos servidores;

- cuidando dos agendamentos das licenças médicas da equipe;

- mantendo atualizado o registro da demanda escolar não atendida, cadastrando os alunos


no sistema PRODESP.

Atividades do dia a dia:

- Pesquisa em arquivo morto para emissão de documentos;

- Atestado de escolaridade;

- Eol; Lauda de concluintes ;

- SED;

- Auxiliar na confecção dos memorandos e ofícios da U.E.;

- Atendimento de telefone e ao público em geral;

- Confecção e entrega de Histórico Escolar;

- Preparar os processos de Evolução Funcional dos servidores;

- Demanda (atendimento, cadastros);

- Realização de matrícula e transferências;

- Entrega de materiais quando solicitado;


66

- Listagem de alunos do Bolsa - Família;

- Recadastramento de servidores;

- Organização de prontuários;

- Emissão de guia médica e agendamento de perícia;

- Controle de refeições, transporte e materiais entregues por SME/ C.E. ,

- Cadastro na SPTRANS;

- Controlar as frequências dos educandos;

- Adicionais dos funcionários;

- Planilhas de férias;

- Leitura de Diário Oficial;

- Acompanhamento da Dieta Especial;

- Digitação da pontuação;

- Digitação da Cipa no SIGPEC;

- Acúmulo de cargos dos professores;

- Pagamento;

- Evolução funcional;

- Registros no livro de certificados;

- Organização de livros oficiais.

Atribuições da Equipe Docente

O professor deve atuar como um mediador na relação dos alunos com o


conhecimento. Nas sucessivas interações que são estabelecidas, o professor precisa estar
atento às necessidades e individualidades de cada educando, de modo a significá-las, bem
67

como, levantar observáveis que possam contribuir para a criação e planejamento de novos
contextos de aprendizagens.

Desse modo, o professor atua como intermediador das hipóteses que os alunos
levantam até a construção do conhecimento convencional, oferecendo os subsídios
necessários para o processo de ensino e aprendizagem.

São atribuições da Equipe Docente:

I – participar da elaboração, implementação e avaliação do projeto político-pedagógico da


unidade educacional, visando a melhoria da qualidade da educação, em consonância com as
diretrizes educacionais da Secretaria Municipal de Educação;

II - elaborar o plano de ensino da turma e do componente curricular, observadas as metas e


objetivos propostos no projeto político-pedagógico e as diretrizes curriculares da Secretaria
Municipal de Educação;

III – zelar pela aprendizagem e frequência dos alunos;

IV – considerar as informações obtidas na apuração do Índice de Desenvolvimento da


Educação Básica - IDEB e de outros instrumentos avaliativos de aproveitamento escolar,
bem como as metas de aprendizagem indicadas para a unidade educacional

na elaboração do plano de ensino;

V – planejar e ministrar aulas, registrando os objetivos, atividades e resultados do processo


educativo, tendo em vista a efetiva aprendizagem de todos os alunos;

VI – planejar e desenvolver, articuladamente com os demais profissionais, atividades


pedagógicas compatíveis com os vários espaços de ensino e de aprendizagem existentes na
unidade educacional;

VII – articular as experiências dos alunos com o conhecimento sistematizado, valendo-se de


princípios metodológicos, procedimentos didáticos e instrumentos que possibilitem o pleno
aproveitamento das atividades desenvolvidas;
68

VIII – discutir com os alunos e com os pais ou responsáveis as propostas de trabalho da


unidade educacional, formas de acompanhamento da vida escolar e procedimentos
adotados no processo de avaliação das crianças, jovens e adultos;

IX - identificar, em conjunto com o Coordenador Pedagógico, alunos que apresentem


necessidades de atendimento diferenciado, comprometendo-se com as atividades de
recuperação contínua e paralela;

X – adotar, em conjunto com o Coordenador Pedagógico, as medidas e encaminhamentos


pertinentes ao atendimento dos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;

XI - planejar e executar atividades de recuperação contínua, paralela e compensação de


ausências, de forma a assegurar oportunidades de aprendizagem aos alunos;

XII - adequar os procedimentos didáticos e pedagógicos que viabilizem a implementação da


educação inclusiva e da educação de jovens e adultos;

XIII – manter atualizado o registro das ações pedagógicas, tendo em vista a avaliação
contínua do processo educativo;

XIV – participar das atividades de formação continuada oferecidas para o seu


aperfeiçoamento, bem como de cursos que possam contribuir para o seu crescimento e
atualização profissional;

XV – atuar na implementação dos programas e projetos da Secretaria Municipal de


Educação, comprometendo-se com suas diretrizes, bem como com o alcance das metas de
aprendizagem;

XVI - participar das diferentes instâncias de tomada de decisão quanto à destinação de


recursos materiais e financeiros da unidade educacional;

XVII – participar da definição, implantação e implementação das normas de convívio da


unidade educacional.
69

Plano de Ação do Docente CJ (módulo)

Os professores em CJ, CCH ou módulo, diariamente, quando não estão em


substituição de ausência de professores realizam atividades de apoio como atuar como
segundo docente nas classes onde são atendidos alunos com deficiências ou na preparação
de materiais, correção e articulação de materiais para as suas aulas.

Os planos dos professores em módulo serão anexados a esse documento, assim que
estiverem prontos.

Professor Readaptado

Os Professores Readaptados de acordo com o Laudo Médico devem:

I – Colaborar na elaboração do plano escolar;

II – Colaborar no desenvolvimento dos programas de currículo referentes à sua habilitação;

III–Colaborar com os professores no desenvolvimento das atividades complementares da


classe, correspondentes à sua área de atuação ou habilitação, orientando pesquisas,
trabalhos de laboratório e sala de leitura;

IV – Organizando excursões, visitas, sessões de teatro e cinema;

V – Colaborar com a organização e preparação de materiais didáticos;

VI – Colaborar nos eventos relacionados à vida social e cultural da escola e da comunidade,


atividades artísticas e esportivas, solenidades civis;

VII– Participar das decisões referentes ao agrupamento de alunos;

VII – Colaborar na elaboração de tabelas e quadros referentes aos resultados de alunos e


classes;

IX – Levantar e organizar dados relativos à frequência de alunos;

X– Levantar ou colaborar no levantamento dos dados relativos às instalações e


equipamentos da escola;
70

XI– Colaborar no levantamento de dados visando o diagnóstico da escola;

XII– Colaborar na organização de prontuários e arquivos;

XIII – Colaborar nas atividades da APM, jornal escolar e merenda;

XIV – Colaborar no planejamento e execução das atividades de recuperação de alunos;

XV – Colaborar no levantamento e organização de dados relativos ao ajustamento pessoal e


social dos alunos, às suas aptidões, interesses e condição de saúde;

XVI – Colaborar na promoção de encontros com pais ou responsáveis;

XVII – Colaborar na assistência aos alunos com rendimento insuficiente;

XVIII – Participar junto com C.P. e o professor titular, da identificação das necessidades e
carências de ordem social, psicológica, material ou de saúde que interferem na
aprendizagem do aluno, promovendo seu encaminhamento aos setores especializados de
assistência.

Aos ATES e Professores Readaptados, alocados na Secretaria de Escola cabe

I - executar atividades de natureza técnico-administrativa da secretaria da escola, com uso


das tecnologias de comunicação e informação (TICs) e apoio de softwares da Prefeitura, em
especial:

a) receber, classificar, arquivar, instruir e encaminhar documentos ou expedientes de


funcionários e de alunos da escola, garantindo sua atualização;

b) controlar e registrar dados relativos à vida funcional dos servidores da escola e à vida
escolar dos alunos;

c) digitar documentos, expedientes e processos, inclusive os de natureza didático-


pedagógica;

II - executar atividades auxiliares de administração relativas ao recenseamento e da


frequência dos alunos;
71

III - fornecer dados e informações da organização escolar de acordo com cronograma


estabelecido no projeto político pedagógico da escola ou determinado pelos órgãos
superiores;

IV - responsabilizar-se pelas tarefas que lhe forem atribuídas pela direção da escola ou
secretário de escola, respeitada a legislação;

V - atender ao público em geral, prestando informações e transmitindo avisos e recados;

VI – prestar atendimento ao público interno e externo, com habilidade no relacionamento


pessoal e transmissão de informações;

VII – executar atividades correlatas atribuídas pela direção da unidade educacional;

VIII – realizar a alimentação, atualização e correção dos dados registrados e incluídos nos
sistemas gerenciais informatizados da Prefeitura, observados os prazos estabelecidos;

IX – colaborar para a manutenção da disciplina e participar, em conjunto com a equipe


escolar, da implementação das normas de convívio.

Inspetoria/ATEs

São atribuições do Auxiliar Técnico de Educação quando no exercício de atividades de


Inspeção Escolar:

I - dar atendimento e acompanhamento aos alunos nos horários de entrada, saída, recreio e
em outros períodos em que não houver a assistência do professor;

II - comunicar à direção da escola eventuais enfermidades ou acidentes ocorridos com os


alunos, bem como outras ocorrências graves;

III - participar de programas e projetos definidos no projeto político-pedagógico da unidade


educacional que visem à prevenção de acidentes e de uso indevido de substâncias nocivas à
saúde dos alunos;

IV - auxiliar os professores quanto a providências de assistência diária aos alunos;


72

V - colaborar no controle dos alunos quando da participação em atividades extra ou intra


escolar de qualquer natureza;

VI - colaborar nos programas de recenseamento e controle de frequência diária dos alunos,


inclusive para fins de fornecimento de alimentação escolar;

VII - acompanhar os alunos à sua residência, quando necessário;

VIII – prestar atendimento ao público interno e externo, com habilidade no relacionamento


pessoal e transmissão de informações;

IX – executar atividades correlatas atribuídas pela direção da unidade educacional;

X – auxiliar no atendimento aos alunos com deficiências, transtornos globais do


desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação;

XI – colaborar para a manutenção da disciplina e participar, em conjunto com a Equipe


Escolar, da implementação das normas de convívio;

● Formas de gestão e formas de relacionamento entre o pessoal técnico, pessoal


administrativo, pessoal docente, serviços gerais, etc.

CONCEPÇÕES QUE FUNDAMENTAM NOSSA PRÁTICA

Desenvolvimento Humano

De acordo com Lima (2007), o desenvolvimento humano “é resultante [...] da dialética entre
biologia e cultura.” (p. 18).
73

Sobre esse desenvolvimento, a teórica diz, ainda, que: “A relação da criança com o adulto na
escola é uma relação específica, porque o professor não é, simplesmente, mais um adulto
com quem a criança interage – ele é um adulto com a tarefa específica de utilizar o tempo de
interação com o aluno para promover seu processo de humanização”. (LIMA, 2007, p. 18)

Esse é o processo pelo qual os humanos aprendem sua cultura - linguagens, símbolos,
utilização dos recursos desenvolvidos pelo homem.

A humanização se refere, assim, ao desenvolvimento cultural da espécie. O desenvolvimento


cultural é função do momento histórico pelo qual passa a humanidade e do quanto cada país
participa do acervo de cultura, tecnologia, ciências e bens disponíveis a um momento dado.
Dentro de um mesmo país, a participação é definida também em termos de classes sociais,
etnias, gênero e diversidade biológica. (LIMA, 2007, p. 18)

Assim, é para contribuir na promoção do desenvolvimento humano - por meio das vivências,
aprendizagens e interações - que escola se organiza pedagogicamente. Por isso, o
planejamento de todas as ações tem como foco principal seus atores, que dão vida ao
currículo.

Infância e Adolescência

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como do Currículo da Cidade,


as crianças e os adolescentes são sujeitos de direitos, dentre os quais estão o direito ao
cuidado, à proteção, à vida, à educação, ao respeito, à liberdade, ao lazer, ao esporte, à
cultura, à alimentação, à dignidade e à convivência.

Leon (2009) aponta que cada uma dessas etapas corresponde a uma fase da vida que não se
restringe a aspectos biológicos ligados à questão etária, mas, também, é uma construção
“social, histórica, cultural e relacional” (p. 12). Ou seja, a forma de ser criança ou
adolescente está ligada ao espaço geográfico, ao tempo histórico, à origem, ao território etc.
Isso significa que o fato de que o grupo que compõe cada uma dessas fases não é
homogêneo, mas contém infâncias e adolescências.
74

“Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Parágrafo único. Nos
casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e
vinte e um anos de idade.” (ECA)

Entender crianças (0-12 anos), adolescentes e adultos como um todo justifica a construção e
a consolidação de um currículo integrador que supere modelos curriculares fragmentados e
descontínuos e considere a todos como pessoas de direito em sua integralidade (e não como
pessoas a quem falta algo).

Lidamos todos os dias com várias infâncias e adolescências. As realidades têm seus
encontros e desencontros e nas bases de um currículo integrador e humanizado buscamos
encontrar caminhos para consolidar o processo formativo de cada um em nossa Escola.

Por isso, educadoras e educadores precisam olhar criticamente essas concepções para
desconstruir, descolonizar e desnaturalizar essas imagens de crianças e adolescentes como
seres que não têm presente, não têm opinião, não têm poder e apenas serão alguém no
futuro. Esse desafio, necessário a educadoras e educadores do Ensino Fundamental I e II,
pressupõe explicitar as relações de poder e dominação entre adultos e crianças que se
justificam pela desigualdade etária e compreender suas consequências na vida de ambas as
gerações.

Assim, decolonizar a Pedagogia pressupõe o desafio de problematizar as relações entre


adultos/as e crianças, o adultocentrismo, compreendendo a condição social e o de crianças e
adolescentes na produção de suas culturas, por meio do exercício cotidiano de refinar os
olhares diante do imprevisto, das criações, das engenhosidades e das formas como crianças
e adolescentes transgridem as regras impostas pelos/as adultos/as nos espaços públicos e
na Escola.

Pensar o Currículo Integrador nessa perspectiva significa ainda romper com as marcas do
“currículo colonizador” que historicamente privilegiou a perspectiva europeia, masculina,
adulta, elitista da construção do conhecimento. Uma perspectiva que privilegia um único
modo de olhar e produzir conhecimento e, portanto, se constrói de forma unilateral e
parcial, desconsiderando outras culturas, outras formas de ver e produzir conhecimento.
75

Descolonizar o currículo significa, portanto, dar visibilidade aos atores, culturas e é isso o
que propomos através do Currículo Integrador, revelando conhecimentos, pouco ou nada
visíveis, como as culturas africanas, as culturas populares, das pessoas com deficiências,
indígenas, migrantes de igual maneira, as crianças e as mulheres, desnaturalizando assim as
hierarquizações e estratificações por idade, gênero, raça, formas corpóreas e sexualidade, a
fim de construir possibilidades de superação das dramáticas desigualdades que marcam a
vida de toda a sociedade, incluindo crianças e adolescentes.

A Educação Básica é direito universal e alicerce indispensável para o exercício pleno da


cidadania. É o tempo, o espaço e o contexto em que crianças e jovens aprendem a constituir
e reconstituir sua identidade, em meio a transformações corporais, afetivo emocionais,
socioemocionais, cognitivas e socioculturais. Liberdade e pluralidade tornam-se, por isso,
exigências do projeto educacional e, portanto, do Projeto Político-Pedagógico de cada
Unidade Educacional (UE).

Educação

Para construirmos nossa prática pedagógica, buscamos embasamento nas teorias críticas
que entendem a escola como uma instituição que pode contribuir com mudanças sociais e
combate à desigualdade e exclusão. Segundo Gomes (2015), tal perspectiva se realiza
quando conseguimos, por exemplo, criar situações em que os alunos possam compreender,
de forma crítica, as “ideologias” que embasam a formação social, além do “despertar da
consciência” em relação aos enganos a que somos submetidos permanentemente, no
interior da própria cultura. Trata-se de uma crítica imanente ao próprio condicionamento
social e suas contradições. (p.150-151)

É sabido que aprender-ensinar-aprender, processo em que mulheres e homens ao longo de


suas vidas fazem e refazem seus jeitos de ser, viver, pensar, os envolve em trocas de
significados com outras pessoas de diferentes faixas etárias, sexo, grupos sociais e étnico-
raciais, experiências de viver. Tratar, pois, de ensinos e de aprendizagens, é tratar de
identidades, de conhecimentos que se situam em contextos de culturas, de choques e trocas
entre jeitos de ser e viver, de relações de poder. (Silva, 2007a, p. 491).
76

Consideramos, também, as teorias pós críticas, que incluem reflexões sobre as relações
entre os sujeitos e a sociedade permeadas por aspectos raciais, de gêneros, de sexualidades
e outros fatores de marginalização dos sujeitos, pensando na cultura como um aspecto
essencial a ser considerado no currículo, para que esse colabore na construção de
conhecimentos para o processo de superação dessas desigualdades.

Segundo Silva e Brandim (2008) “Esse campo de saber focaliza as estratégias e políticas de
formação de identidades sociais, as dinâmicas de funcionamento do cinema, televisão e
revistas populares, os estudos sobre a mulher e a teoria de raça e gênero, as noções de
subjetividades, política, gênero e desejo, além de estudos afro-americanos, latinos, e de
culturais indígenas. A abordagem culturalista estuda a linguagem e o poder,
particularmente, em termos de como a linguagem é usada para moldar identidades sociais e
assegura formas específicas de autoridade”. (p. 61)

Sendo assim, educadores(as) e estudantes precisam refletirem sobre isso e compreenderem


o quanto a escola influencia, inclusive, na formação de sua identidade.

É precisamente porque as identidades são construídas dentro e não fora do discurso que nós
precisamos compreendê-las como produzidas em locais históricos e institucionais
específicos, no interior de formações e práticas discursivas específicas, por estratégias e
iniciativas específicas. (Hall, 2004, p. 109).

Nós, educadores(as), não podemos ser indiferentes a esse processo. Adorno (1995) aponta
que “É necessário contrapor-se a uma tal ausência de consciência, é preciso evitar que as
pessoas golpeiem para os lados sem refletir a respeito de si próprias. A educação tem
sentido unicamente como educação dirigida a uma autorreflexão crítica.” (p. 121).

Apoiamo-nos, então, na pedagogia libertadora e dialógica que busca desenvolver uma


leitura crítica do mundo, de Paulo Freire, e histórico crítica, tomando como referência
Dermeval Saviani.

Por outro lado, compreendemos que a aprendizagem se dá na interação com as pessoas e


com o mundo que nos cerca, portanto consideramos também as visões construtivistas e
sócio interacionistas, de Jean Piaget e Lev Vygotsky.
77

Currículo

CONCEPÇÃO DE CURRICULO

Segundo Silva (2007b)

“O currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder. O currículo é


trajetória, viagem, percurso. O currículo é autobiografia, nossa vida, curriculum vitae: no
currículo se forja nossa identidade. O currículo é texto, discurso, documento. O currículo é
documento de identidade”. (p. 150)

Nosso currículo é construído a partir das nossas concepções de educação, portanto


do construtivismo, do sócio interacionismo e das teorias críticas e pós-críticas. Refletimos
sobre os conteúdos trabalhados, sobre silenciamentos e apagamentos de histórias e sujeito,
portanto sobre o dito e o não dito.

Para a perspectiva crítica, o que se aprende no currículo oculto são


fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e orientações que permitem que
crianças e jovens se ajustem da forma mais conveniente às estruturas e às pautas de
funcionamento, consideradas injustas e antidemocráticas e, portanto, indesejáveis, da
sociedade capitalista. (...) Numa perspectiva mais ampla, aprendem-se, através do currículo
oculto, atitudes e valores próprios de outras esferas sociais, aqueles ligados à nacionalidade.
Mais recentemente, nas análises que consideram também as dimensões do gênero, da
sexualidade ou da raça, aprende-se, no currículo oculto, como ser homem ou mulher, como
ser heterossexual ou homossexual, bem como a identificação com uma determinada raça ou
etnia. (Silva, 2007b, p. 78-79).
78

A prática desse currículo se dá a partir das orientações contidas no Currículo da


Cidade (2017), a garantia, para os(as) estudantes, do acesso aos saberes historicamente
acumulados em uma perspectiva decolonial e da interculturalidade crítica.

O currículo decolonial se efetiva por meio de uma práxis baseada numa insurgência
educativa propositiva – portanto não somente denunciativa – por isso o termo “DE” e não
“DES” – onde o termo insurgir representa a criação e a construção de novas condições
sociais, políticas e culturais e de pensamento. Em outros termos, a construção de uma noção
e visão pedagógica que se projeta muito além dos processos de ensino e de transmissão de
saber, uma pedagogia concebida como política cultural, envolvendo não apenas os espaços
educativos formais, mas também as organizações dos movimentos sociais. DEcolonizar na
educação é construir outras pedagogias além da hegemônica. DEScolonizar é apenas
denunciar as amarras coloniais e não constituir outras formas de pensar e produzir
conhecimento. Neste sentido, podemos compreender que pensar um outro currículo a partir
da Lei 10.639/03 é entender que se faz necessário uma crítica profunda aos referenciais de
uma história eurocentrada que, de um lado, conta a História do pensamento europeu e da
modernidade europeia e, de outro, a História silenciada da colonialidade europeia; isso
porque, enquanto a primeira é uma História de auto-afirmação e de celebração dos sucessos
intelectuais e epistêmicos, a segunda é uma História de negações e de rejeição de outras
formas de racionalidade e história. (Cruz & Oliveira, 2016, p. 125).

Já, a interculturalidade crítica é (...)ferramenta pedagógica que questiona


continuamente a racionalização, subalternização, inferiorização e seus padrões de poder,
visibiliza maneiras diferentes de ser, viver e saber e busca o desenvolvimento e criação de
compreensões e condições que não só articulam e fazem dialogar as diferenças num marco
de legitimidade, dignidade, igualdade, equidade e respeito, mas que - ao mesmo tempo –
alentam a criação de modos “outros” – de pensar, ser estar, aprender, ensinar, sonhar e
viver que cruzam fronteiras. (WALSH, 2009, 25).

Como nos aponta o documento da RME, Diálogos Interdisciplinares a caminho da


autoria (2016),

A (re) construção do currículo da escola, na perspectiva aqui entendida, só é possível por


meio do exercício do diálogo e de estudo contínuo, que desloca uma consciência espontânea
79

para uma consciência crítica. Tal exercício se legitima quando garante a participação
significativa do coletivo escolar. É fundamental, portanto, que esse diálogo conte com a
articulação de todos os funcionários da escola, comunidade e profissionais de diversas áreas.
(p. 39-40).

Dessa forma, esse currículo só se legitima quando garante espaço de fala e de escuta
ativa de todos(as) os(as) que compõem a comunidade escolar.

4.7. CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO

Segundo o Currículo da Cidade (2017):

“A ideia de educação inclusiva sustenta-se em um movimento mundial de


reconhecimento da diversidade humana e da necessidade contemporânea de se constituir
uma escola para todos, sem barreiras, na qual a matrícula, a permanência, a aprendizagem e
a garantia do processo de escolarização sejam, realmente e sem distinções, para todos”. (p.
25),

o que significa que,

Ao pensar em uma educação inclusiva e em seu significado, é preciso que os


conteúdos sejam portas abertas para a aprendizagem de todos. [...]

A prática educacional não pode limitar-se a tarefas escolares homogêneas ou


padronizadas, as quais não condizem com a perspectiva inclusiva, uma vez que se preconiza
o respeito à forma e à característica de aprendizagem de todos. Portanto, para ensinar a
todos, é preciso que se pense em atividades diversificadas, propostas diferenciadas e
caminhos múltiplos que podem levar ao mesmo objetivo educacional. (p. 25).

Portanto, a educação inclusiva se dá quando é possível garantir o acesso aos


conteúdos e a aprendizagem de todos(as) os(as) estudantes de maneira equânime,
compreendendo quais as barreiras físicas, sociais, psicológicas, econômicas, de saúde etc.
80

que impedem esse acesso, buscando formas de eliminá-las ou, quando isso não é possível de
ser realizado pela escola, encaminhando para as instâncias apropriadas responsáveis.

Assim, em uma escola inclusiva, como a nossa, o(a) estudante é o ponto de partida
para organização do trabalho pedagógico, onde a garantia da qualidade da educação, para o
exercício pleno da cidadania e para o acesso ao mundo do trabalho, se dá reconhecendo e
respeitando as múltiplas identidades e as singularidades, apoiando a cada um(a) em suas
possibilidades, atendendo às suas necessidades específicas, independente de etnia, sexo,
idade, deficiência, condição social ou qualquer outra situação.

“O que é maléfico não é o seu corpo e sim,

a existência de uma maléfica invenção:

a construção da normalidade”

(Carlos Skliar)

Na história da educação, vemos que a segregação não é um “privilégio” apenas das


pessoas com deficiência, as minorias e os mais pobres sempre foram discriminados e
marginalizados. Assim, podemos concluir que uma escola para Todos ainda está em
construção. Sempre houve a exclusão, seja pela classe social, seja pela cor da pele, por
questões ligadas à sexualidade ou por alguma deficiência. As pessoas com deficiência foram
discriminadas, segregadas, excluídas da sociedade, consideradas incapacitadas para um
mundo permeado por valores pautados na produtividade.

A escolarização de alunos com deficiência e transtornos globais de desenvolvimento


em ambientes comuns do ensino regular é uma experiência inovadora. Vivemos então um
novo tempo.

Esse novo tempo traz consigo novos elementos teóricos e constitutivos da prática
pedagógica. O princípio é o de possibilitar novas relações no interior das escolas, com o
objetivo de criar comunidades mais acolhedoras e que percebam o valor da diversidade.
81

A escola possui um papel único e insubstituível frente ao desenvolvimento daqueles


com deficiência, assim somos desafiados a criar situações colaborativas de aprendizagem,
valorizando os processos de mediação e buscando intervir diretamente nas condições
pedagógicas, propiciadoras do desenvolvimento.

Este ano, o Atendimento Educacional Especializado será oferecido para alunos


matriculados no fundamental I e II, no contra turno da aula regular, duas vezes na semana,
com duração de duas horas/aula, na Sala de Recursos Multifuncionais.

O atendimento será realizado na própria U.E.com sala apropriada ao aluno e para os


alunos que apresentam as várias deficiências. O CEFAI atuará de modo colaborativo com a
U.E, trabalhando na construção de materiais adaptados e atividades que possam ser melhor
absorvidas pelos educandos, formando os educadores nos momentos coletivos, onde
esclarecerá possíveis dúvidas dos educadores e analisará os avanços dos mesmos e atuando
na formação continuada de nossas professoras das Salas de Recursos.

AÇÕES DOS SEGMENTOS DA U.E. NO CONTEXTO COTIDIANO

Nossa U.E. atende a todos os alunos numa perspectiva inclusiva, conforme:

 RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009- MEC/ CNE/ CEB- Institui Diretrizes


Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica,
modalidade Educação Especial;

 PORTARIA 4720/08 – SME: Fixa as atribuições gerais dos titulares de cargos de


Auxiliar Técnico de Educação no módulo da unidade educacional;

 DECRETO Nº 51.778, DE 14 DE SETEMBRO DE 2010- SME- Institui a Política de


Atendimento de Educação Especial, por meio do Programa Inclui, no âmbito da
Secretaria Municipal de Educação;

 PORTARIA Nº 5.594, DE 29 DE NOVEMBRO DE 2011; Especifica as competências dos


profissionais envolvidos no Projeto Rede, integrante do Programa Inclui, instituído
pelo Decreto nº 51.778, de 14/09/10 e dá outras providências;

 PORTARIA 5718/04- SME- Dispõe sobre a regulamentação do Decreto 45.415, de


18/10/04, que estabelece diretrizes para a Política de Atendimento a Crianças,
82

Adolescentes, Jovens e Adultos com Necessidades Educacionais Especiais no Sistema


Municipal de Ensino, e dá outras providências;

 PORTARIA Nº 2.496, DE 02 DE ABRIL DE 2012- Regulamenta as salas de apoio e


acompanhamento à inclusão - saais integrantes do inciso ii do artigo 2º - projeto
apoiar que compõe o decreto nº 51.778, de 14/09/10, que instituiu a política de
atendimento de educação especial do programa inclui, no âmbito da secretaria
municipal de educação de São Paulo.

Para esse atendimento ser realizado com qualidade, a Unidade une esforços de todos os
setores da comunidade escolar: ATE´s, funcionários terceirizados, estagiárias, AVE,
professores, diretora e assistentes de direção. Cada funcionário cumpre suas funções em
consonância com as portarias municipais e legislações vigentes.

 A AVE e as ATE´s atuam no acolhimento no horário de entrada e acompanhamento


na saída, auxílio para atividades habituais no horário do recreio (como devolver os utensílios
no local adequado e assegurar que esperem o professor junto aos colegas), em emergências
nas classes se algum aluno vier a sentir-se mal e na rotina de um modo geral na Unidade
com suas atribuições e de acordo à divisão de postos e funções de cada um da equipe;

 Os funcionários terceirizados conhecem a maioria dos alunos, inclusive observando


as especificidades alimentares quando necessário e contribuindo na limpeza adequada dos
ambientes;

 Os estagiários atuam nas salas de aula, apoiando as professoras que atendem alunos
com maior carência desse atendimento;

 A AVE atua na higienização, alimentação e locomoção dos educandos que


apresentam tais necessidades. Sempre pronta a colaborar acompanha também a realização
do destro, de alunos com diabetes e passando sonda urinária em alunos que apresentem
essa necessidade. O processo de alimentação acontece no intervalo todos juntos com os
outros educandos e estabelecendo vinculo e segurança para que consigam comer com
autonomia.

 Os professores regentes de sala regular realizam várias etapas do processo inclusivo.


Desde a observação inicial e o encaminhamento para avaliação própria a intervenções
adequadas, como adaptação de atividades e avaliações para que o aluno possa acompanhar
83

o processo de aprendizagem da turma e possa evoluir dentro de sua condição.

 As professoras especializadas da Unidade que realizam o AEE (Atendimento


Educacional Especializado) na SRM (Sala de Recursos Multifuncional) e fora dela, sempre em
consonância com a portaria Nº 2.496, que regulamenta sua função, atendem os alunos no
turno regular e no contraturno, realizando atividades especializadas de acordo às
características de cada educando, articulando-se com os professores e coordenação
pedagógica para ofertarem orientações para adequação de atividades e avaliações. Também
atuam como parceiras na capacitação dos professores durante os horários coletivos;

 Os professores em módulo ou CJ (complementação de jornada), quando não estão


em substituição na sua Área/ disciplina, auxiliam os professores de sala regular que não
foram contemplados com estagiárias para subsidiar o trabalho com a turma e garantir um
bom atendimento às necessidades pedagógicas específicas dos alunos com deficiência;

 A coordenação pedagógica atuará em relação ao atendimento e acolhimento das


famílias, acompanhamento e encaminhamento dos casos em investigação diagnóstica e
acompanhamento e reprodução das adequações produzidas pelos professores. Bem como
na capacitação dos professores em assuntos específicos, trazendo os temas para formação
nos horários coletivos;

 As Assistentes de Direção da Unidade atuam junto às ATE´s em seus postos e funções


e junto à Direção na organização e rotina diária da Unidade.

 A Direção da Unidade atua de forma incisiva no acompanhamento dos recursos-


humanos financeiros e materiais - necessários para que cada segmento realize suas funções
em relação aos alunos com deficiência ou não.

Enfim, existe um esforço coletivo para que a inclusão se efetive no âmbito escolar,
mesmo existindo, dentre esses segmentos, alguns entraves que dificultam o processo.

5. PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E METAS

Em setembro de 2015 foi aprovado o Plano Municipal de Educação - PME - para o


período de 2015 a 2025 - Lei nº 16.271, que estabeleceu diretrizes, metas e estratégias que
devem orientar a política pública de educação no município.
84

São diretrizes do PME:

I - superação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da


cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;

IV - melhoria da qualidade de ensino;

V - promover a educação integral em tempo integral;

VI - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e
éticos em que se fundamenta a sociedade;

VII - promoção da educação em direitos humanos;

VIII - promoção humanística, cultural, científica e tecnológica do Município;

IX - valorização dos profissionais de educação;

X - difusão dos princípios da equidade, da dignidade da pessoa humana e do combate


a qualquer forma de violência;

XI - autonomia da escola;

XII - fortalecimento da gestão democrática da educação e dos princípios que a


fundamentam;

XIII - promoção da educação em sustentabilidade socioambiental;

XIV - desenvolvimento de políticas educacionais voltadas à superação da exclusão, da


evasão e da repetência escolares, articulando os ciclos e as etapas de aprendizagem, visando
à continuidade do processo educativo e considerando o respeito às diferenças e
desigualdades entre os educandos. (SÃO PAULO, 2016, p. 12-13).

Essas diretrizes sustentam as seguintes metas:


85

1. Ampliar o investimento público em educação, aplicando no mínimo 33%


(trinta e três por cento) da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, em manutenção e desenvolvimento do ensino e em educação inclusiva;

2. Assegurar uma relação educando por docente no sistema municipal de ensino


que fortaleça a qualidade social da educação e as condições de trabalho dos profissionais da
educação (...);

3. Fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas e modalidades,


com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem;

4. Valorizar o profissional do magistério público da educação básica, em especial


da rede municipal de ensino, aproximando gradativamente seu rendimento médio até a
equiparação ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente até o sexto ano de
vigência deste PME e garantir uma política de formação continuada;

5. Universalizar, até 2016, a Educação Infantil para as crianças de 4 (quatro) e 5


(cinco) anos de idade e assegurar, durante a vigência do Plano, atendimento para 75% das
crianças de zero a 3 anos e 11 meses ou 100% da demanda registrada, o que for maior;

6. Universalizar o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos público e gratuito com


qualidade socialmente referenciada para a demanda de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e
garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos educandos conclua essa etapa
na idade recomendada, até o último ano de vigência deste Plano;

7. Estimular a universalização, até 2016, do atendimento escolar para toda a


população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência
deste Plano, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por
cento);

8. Universalizar, para a população com deficiência, transtornos globais do


desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à Educação Básica e ao
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a
garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes,
escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados, até o final de vigência deste
Plano;
86

9. Oferecer educação integral em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento)
dos educandos da Educação Básica até o final da vigência deste Plano;

10. Superar, na vigência deste PME, o analfabetismo absoluto na população com 15


(quinze) anos ou mais e ampliar a escolaridade média da população;

11. Estimular, em regime de colaboração com o Estado de São Paulo e a União, a


expansão das instituições de educação superior públicas em todas as regiões do Município
de São Paulo e em consonância com as necessidades econômicas, sociais e culturais;

12. Assegurar condições, no prazo de um ano, para a efetivação da gestão


democrática da educação, prevendo recursos financeiros e apoio técnico e aprimorar
mecanismos efetivos de controle social e acompanhamento das políticas educacionais no
Município de São Paulo; e,

13. Elaborar Planos Regionais de Educação, no prazo de dois anos, que deverão
observar as metas e estratégias do Plano Municipal de Educação e diretrizes de SME, além
de adequar as suas metas e estratégias específicas às particularidades de cada região,
visando reduzir as desigualdades e promover a melhoria na qualidade de atendimento à
população em especial nas áreas mais desfavorecidas.

Tomando por referência o PME, a Secretaria Municipal de Educação tem como


objetivos:

Melhorar o desempenho dos alunos no Ensino Fundamental, atingindo 6,5 no IDEB


dos anos iniciais do Ensino Fundamental e 5,8 dos anos finais; tendo como inciativas:
Garantir a alfabetização de 95% dos estudantes da Rede Municipal de Ensino até o 2º ano do
ensino fundamental; Garantir que 95% dos estudantes do ensino fundamental alcancem, no
mínimo, o nível de proficiência básico na Prova Brasil; Promover o uso dos resultados das
avaliações externas - Prova e Provinha São Paulo, Avaliação Semestral (Ensino Fundamental
Regular), Avaliação Semestral (Educação de Jovens e Adultos) e Simulado ENEM - como
subsídio ao planejamento pedagógico das unidades educacionais e das DREs; Implementar o
Currículo da Cidade de São Paulo - Ensino Fundamental; Desenvolver e implementar
87

programas e ações para garantia de acesso e permanência na educação básica; Ampliar o


número de estudantes em educação integral em tempo integral nas EMEFs; e, Implantar
remuneração variável vinculada ao desempenho dos alunos.

As metas da Diretoria Regional de Educação do Ipiranga que estão relacionadas ao


ensino fundamental:

 Estimular e Incentivar a qualidade da educação Básica em todas as etapas e


modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, garantindo formação e
participação dos profissionais de educação e comunidade:
Ações:

Garantia da participação da comunidade escolar nas diferentes instâncias de decisão,


visando à garantia de uma educação emancipadora na região.

Instituir espaços de dialogo com diferentes segmentos da sociedade como:


profissionais da educação, comunidade escolar, sindicatos, CRECE, comissão de mediação
de conflito, Conselhos de Escola, Conselho de Alimentação Escolar, entidades parceiras,
universidades e sociedade civil organizada.

Fortalecer os Creces, Conselhos de Escola, APM e todos os mecanismos de gestão


democrática;

Elaboração de projetos e ações que contemplem a qualidade do ensino e promovam


a cultura de paz em articulação com os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS);

Fortalecer os fóruns de educação e rede de proteção;

Acolher e incluir os imigrantes/refugiados e suas culturas; e,

Promover a permanência dos estudantes e a qualidade da aprendizagem.

 Avançar na permanência e qualidade do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos


público e gratuito socialmente referenciada para a demanda de 6 (seis) a 14
(quatorze) anos e reduzir a evasão escolar em articulação com a rede de proteção da
região.
Ações:
88

Construir projetos políticos pedagógicos permeados por projetos culturais,


diversificados, que façam parte do currículo do estudante, como experiência educativa
permanente e significativa, envolvendo toda a comunidade escolar;

Fortalecer as redes de proteção e efetivar os serviços competentes;

Combater a evasão escolar;

Criar grupos de mediação de conflitos nas escolas a fim de melhorar a harmonia no


ambiente escolar;

Acompanhar, desde os anos iniciais, a trajetória dos educandos, cruzando


informações relevantes para o direcionamento das politicas de inclusão social, respeito à
diversidade, cultura de humanização e coletividade;

Fortalecer a participação da comunidade na escola, através da promoção de


atividades, eventos integrativos e dinâmicos, que revelem o protagonismo das crianças,
estudantes e profissionais da educação e que valorizem a cultura das famílias;

Transformar a Escola num polo cultural; e,

Promover nas Reuniões de Pais ou Dia da Família na Escola, oficinas culturais,


palestras, respeitando o calendário escolar.

 Qualificar a oferta do AEE.


Ações

Parceria escola/comunidade para atender integralmente os alunos em suas


necessidades;

Estudo de caso e trocas contínuas em horários coletivos de experiências para


acompanhar de perto o desenvolvimento do aluno e o seu percurso escolar no decorrer
de sua escolaridade, se necessário com profissionais de outras áreas que atendem o
educando.
89

 Superar na vigência desse plano, o analfabetismo absoluto na população com 14


(quatorze) anos ou mais ampliando a discussão sobre o processo de alfabetização,
em todas as etapas da educação, sob a perspectiva do “Currículo Integrador da
Infância e dos Indicadores de Qualidade na Educação Infantil”.
Ações:

Ampliações das relações com a comunidade e fortalecimento das parcerias com as


instituições; e,

Criar meios de aproximar educandos e unidades educacionais da comunidade em


geral.

 Assegurar condições, no prazo de um ano, para a efetivação da gestão democrática


da educação, prevendo recursos financeiros e apoio técnico e aprimorar mecanismos
efetivos de controle social e acompanhamento das políticas educacionais no
Município de São Paulo.
Ações

Implementação de conselhos em todas as unidades educacionais desde grêmios a


outras formas de participação dos estudantes com possibilidade de publicação em
quadros ou painéis da escola e/ou páginas da internet;

Fortalecimento dos Conselhos de Escola e Grêmio Estudantil;

Promover e garantir ações que combatam a homofobia, transfobia, racismo,


xenofobia, feminicídio, e todo forma de violência e exclusão; e,

Instituição da Escola de Pais, como mais uma instância da gestão democrática.

Quanto ao Currículo da Cidade, além dos princípios já expostos, destacamos três


referências importantes que entendemos que devem permear não só o próprio
currículo, mas estar presente nos objetivos e metas da Unidade: a Matriz de Saberes, os
Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável - ODS - da Agenda 2030 e a Educação
para o Desenvolvimento Sustentável - EDS.
90

Figura 11

Fonte: Currículo
da Cidade, 2017
91

Figura 12

Fonte: Currículo da Cidade, 2017


92

Fonte: Currículo da Cidade, 2017


93

6. OBJETIVOS E METAS DA UNIDADE

A EMEF ABRÃO HUCK compreende a Educação como um processo de partilha de


saberes entre sujeitos de diretos inspirada nos princípios de equidade; inclusão; liberdade;
garantia de direitos; educação integral; solidariedade; gestão democrática e participativa;
cooperatividade; valorização das múltiplas identidades de etnia, raça, religião, gênero,
sexualidade e econômica; e mediação de conflitos; tendo como finalidade contribuir junto
com a família e a sociedade, para o desenvolvimento integral dos educandos, seu preparo
para a cidadania e sua qualificação para o trabalho, de acordo com a LBD 9394/96.

6.1. PRINCÍPIOS DE ENSINO

O processo de ensino de nossa escola está pautado na valorização das múltiplas


identidades, das singularidades e da ludicidade como recursos potencializadores das
aprendizagens e das relações sociais; na escuta ativa; na promoção da garantia dos
direitos humanos; no combate a qualquer forma de discriminação e preconceito; no
reconhecimento e consideração do pluralismo de ideias e concepções pedagógicas; na
valorização da corporeidade, das diversas culturas e das experiências extraescolares; na
liberdade de expressão; no acesso e inserção dos(as) estudantes na tecnologia digital; na
contextualização da educação escolar nas práticas sociais e no trabalho; na pesquisa; no
cuidado; na afetividade e na criação de vínculos; garantia da permanência do(as)
estudantes e da qualidade de ensino; e, no reconhecimento dos(as) estudantes como
protagonistas e atores do seu processo de aprendizagem.

Para tanto, valorizamos o trabalho de todos os profissionais e buscamos o


desenvolvimento de um trabalho coletivo para a garantia dos direitos dos(as) estudantes e
da comunidade escolar.
94

● Existe Regimento Escolar? É do conhecimento de todos os membros da escola? É


utilizado? Em que circunstâncias?

Sim. Nosso regimento data de 2013. É do conhecimento dos membros a sua


existência, mas ainda não se faz um documento de uso frequente em nossa Escola. Este
ano foi solicitada uma revisão desse documento, porém de modo muito apressado o que
invalidará uma discussão coerente com a importância do mesmo.

● Há informações explícitas em mural sobre nome do diretor, vice-diretor,


coordenador pedagógico, professores, funcionários e seus horários de trabalho? Há
clareza sobre quem está substituindo o diretor ou diretora quando estes estão
ausentes?

Não. Essas informações são do conhecimento da maioria das famílias, mas não está
divulgada em nenhum material de modo explícito e o processo de substituição
também não tem sido explicitado, como deveria.

4.2 Coordenação pedagógica e orientação educacional

● Existe o trabalho de assistência pedagógico-didática ao professor? Há um programa


de formação continuada dos professores e pessoal administrativo?
Temos um horário na carga dos professores que têm todas as aulas atribuídas
(Jornada JEIF- Jornada Especial Integral de Formação) ao qual chamamos de Coletivo,
acontece de segunda a quinta, com duas horas- aula por dia. Esse momento deve ser
dedicado ao estudo coletivo, correção e preparação de materiais. No entanto, como já
dissemos, não são todos os que têm direito a essa jornada e isso impacta
profundamente no processo de comunicação intraescolar, pois muitas das informações
discutidas nesse momento, não chegam com a celeridade que gostaríamos a todos.
95

● há uma unidade de ação da equipe técnica ou o trabalho é fragmentado? Há


conflitos de funções entre direção e equipe técnica? Ou entre equipe técnica e
professores?
Conflitos existem sempre, pois a equipe é comporta de seres humanos diversos e
entendemos que os conflitos acontecem para o avanço, reflexão e aprimoramento do
trabalho, surgem dúvidas e questionamentos e retomadas num processo permanente
de diálogo. Estamos em meio a um processo de construção de identidade de nossa
escola e isso causa muitas angústias e desencontros até que cheguemos a alguns
consensos, mas tudo sempre é discutido e definido de modo democrático.

● O trabalho do pessoal técnico funciona em termos de garantir a qualidade do


trabalho dos professores em sala de aula? Há acompanhamento do trabalho do
professor na sala de aula, do rendimento dos alunos (análise dos resultados das
avaliações) por classe?

O trabalho do pessoal técnico funciona em termos de garantir a qualidade do


trabalho dos professores em sala de aula. Mas o acompanhamento do trabalho do
professor na sala de aula nem sempre é realizado como gostaríamos. Acreditamos que
a dimensão da escola colabora nesse sentido, pois são quase 1000 estudantes, com
uma equipe bastante reduzida, o que invalida a qualidade total desse trabalho.
Quanto ao rendimento, realizamos reunião bimestrais com as famílias para
compartilharmos o rendimento dos estudantes. Porém, fica claro que essa
participação não se dá de modo robusto, provocando danos nesse processo, pois
96

mesmo frente a recorrentes chamadas, muitas famílias não se fazem presentes e


quando solicitamos amparo do Conselho Tutelar, como indica a legislação, este
também demonstram extrema fragilidade no processo de busca ativa e tratativas
junto às famílias.

4.3 Secretaria Escolar

● A Secretaria está bem organizada? Há pessoal suficiente?


Desde nossa chegada em 2020, buscamos reorganizar toda a documentação e
constituir todos os livros oficiais que ainda não existiam. Hoje podemos dizer que há
uma organização, ainda não a ideal, mas está bem organizada sim. Quanto à
quantidade de pessoal ainda não é suficiente, embora seja já o que a prerrogativa da
lei solicita.

● Há prontuários de cada aluno? Há ficha com dados de identificação, residência,


profissão dos pais, etc.?
Cada estudante tem seu prontuário, separados em pastas por turma. Todos
identificados e com a ficha de cadastro solicitada na PMSP. Infelizmente enfrentamos
as frequentes alterações de telefone e tantas vezes não conseguimos contato com as
famílias. Há uma constante mudança de “chip” e, portanto, de número, pois não
conseguem manter um plano de dados com as operadoras e acabam comprando 1
97

chip novo a cada 2 ou 3 meses o que dificulta muito a manutenção dos dados
cadastrais de nossos estudantes.

● Os registros e controles do rendimento escolar estão corretamente organizados?


Infelizmente o SGP – Sistema de Gestão Pedagógica – utilizado pela prefeitura
apresenta muitas defasagens e instabilidades, o que acaba complicando o lançamento
e acompanhamento dos estudantes ao invés de ajudar. Todas essas questões são
frequentemente reportadas À PMSP, mas sem sucesso. Apesar disso, os professores e
a Coordenação pedagógica costumam ter um backup das notas e registros de reuniões
de Conselho de Classe, viabilizando a continuidade dos trabalhos.

● Os arquivos estão organizados corretamente?


acima
● Há normas da Secretaria da Educação sobre a organização e funcionamento da
secretaria escolar?

● acima

4.4 Relacionamento com a Secretaria da Educação e Diretoria Regional de Ensino.


98

● A Diretoria de Ensino traz a escola instruções e procedimentos a serem


cumpridos pela escola? Quem é o portador dessas instruções?

Geralmente, a própria Diretora Regional através de e-mails e/ ou a


Supervisora Escolar que faz visitas técnicas mensais ou com maior frequência
dependendo da demanda gerada no período.

● Que tipo de atuação tem a Diretoria de Ensino na parte administrativa e


pedagógica da escola? O acompanhamento é frequente ou esporádico?

Existem algumas reuniões esporádicas, mas temos sentido falta de formações


com maior concretude e mais próximas das necessidades enfrentadas no chão
da escola.

● Qual é o grau de autonomia da escola para tomar decisões?


99

A Escola não tem autonomia para tomar decisões, apesar da autoridade do


Conselho Escolar, pois comumente somos questionados quanto às decisões e
em alguns casos a revelia da legislação, sendo informado apenas quanto à
necessidade de submissão à Diretora Regional de Educação do Ipiranga pois
poderemos ser prejudicados por processos administrativos e outros
dificultadores no andamento do trabalho.

4.5 Relacionamento com pais e comunidade

● A escola tem APM (Associação de Pais e mestres)? Conselho de Escola?

Sim, possui e são colegiados atuantes com cronograma de reuniões ordinárias


pré definidas em calendário escolar e com autonomia para ampliação em
encontros extraordinários conforme a necessidade observada.

● A escola possui informações confiáveis sobre os pais dos alunos (dados pessoais,
profissão, endereço, telefone da residência e do trabalho dos pais para
emergências, dados sobre a saúde dos alunos, etc.)?

Sim, mas não são de extrema confiança, pois muitos alteram dados e não
transmitem essas informações a escola.
100

● Existe um trabalho sistemático com os pais? São feitas reuniões (com todos os
pais, por classe...)? Os pais comparecem?

Sim. As reuniões acontecem bimestralmente e/ou frente à necessidade de cada


família ou da própria unidade, frente as situações vivenciadas no cotidiano da
escola.

● A escola mantem relacionamento com outras instâncias da comunidade


(políticos, associações de bairro, empresários e outros)?

Sim. Fazemos parte do Movimento Sol da Paz, temos parceria com a UNAS –
organização de extrema importância neste território. Também temos contato
frequente com o Conselho Tutelar, Casa do Adolescente, UBS, CUFA e outros
parceiros da rede protetiva desse território.

● A escola cede suas instalações para a comunidade (reuniões, prática de esporte,


lazer, etc.)?

Atualmente, cedemos o prédio para a ONG Futebol de Rua e para a


implantação da Horta e da obra Cerrado Infinito cuidados pela Empresa Social
101

Compô, em parceria com o Artista plástico Daniel Cabalero.

5- ESTRUTURA, ORGANIZAÇÃI E FUNCIONAMENTO.

● Há uma sistemática de levantamento de dados e informações para o


diagnóstico?

Sim. Seja por meio do Censo realizado anualmente, seja pelas avaliações
internas e externas realizadas, no mínimo bimestralmente.

● Há o Plano da escola ou o Projeto pedagógico-curricular? Quando e como é


feito? Existe um documento escrito? Há definição explicita de objetivos e metas
102

para o não letivo e explicação de atividades administrativas, financeiras e


pedagógicas-didáticas?

Sim, recortes deste documento foram utilizados em itens acima. Ele é feito com
a priorização curricular elaborada pelos próprios educadores, na semana que
iniciamos o ano, durante o planejamento.

● O Plano ou Projeto é utilizado para a elaboração de Plano de ensino? Que outros


usos se faz do Plano ou Projeto ao longo do ano letivo?

Sim e ao longo do ano é reavaliado nas reuniões pedagógicas bimestrais e nos


horários coletivos

6- ORGANIZAÇÃO GERAL DA ESCOLA.

6.1- Aspectos administrativos gerais


103

● Tipo de gestão existente na escola (colegiada, democrática, autoritária, centralizada,


participativa).
A gestão da escola é democrática e participativa com atuação dos colegiados
existentes.

● Facilidade de execução das atividades ou excesso de burocracia.


Excesso de burocracia que se centraliza na escola e especialmente na gestão.

● Relacionamento do diretor com o pessoal da escola (técnico, docente,


administrativo)
a respeito das decisões a serem tomadas.
São tomadas através do diálogo entre a equipe e a partir de demandas que surgem no
cotidiano por qualquer segmento da comunidade educativa, se dá com a reflexão
acerca das temáticas apresentadas e através de um processo democrático respeitando
sempre a legislação.

● Em que e como o diretor ocupa seu tempo (administração, supervisão pedagógica,


contatos com professores / funcionários / alunos, contatos com a comunidade /
diretoria de ensino / políticos, reuniões , acompanhamento e avaliação do trabalho de
cada setor, etc.)
Muitas vezes age na urgência em decorrência das prioridades apresentadas. Mas
procura se dividir para todas essas tarefas, 40 horas de trabalho semanais são sempre
insuficientes para tantas necessidades.

● Há democratização das informações? Há uma prática de ampla difusão de


informações para a equipe da escola?

Existem muitas tentativas neste sentido. São retransmitidos e-mails com informes da
DRE / SME, temos Livros Oficiais de Comunicado, avisos e informes pelo grupo de
WhatsApp constantemente no dia-a-dia e dependendo do assunto são divulgados
cartazes nos murais da escola, inclusive e os recados são difundidos durante o horário
de trabalho pela própria gestão e equipe administrativa em apoio à Direção.

6.2- Funcionamento da rotina da escola


104

● Como é fixado o número de vagas? Existem critérios explícitos de seleção de alunos?


São fixados pela legislação e a demanda pode abrir exceções para garantia de
atendimento. Não há seleção, mas são priorizados os estudantes fora da escola e a
proximidade de sua residência com a escola. A alocação dos estudantes é feita pelo
sistema de cadastros EOL da PMSP que trabalha com os dados da SED (Secretaria
Escolar Digital do Estado de SP) para a distribuição de estudantes na rede pública
(prefeitura e estado)

● Quais são os critérios de distribuição de alunos pelos turnos em que funciona a


escola? São levadas em conta necessidades da comunidade? Há restrições a matriculas?
São feitas exigências descabidas? Na EMEF temos o Ensino Fundamental II pela
manhã e Ensino Fundamental I à tarde, conforme deliberado em Conselho de Escola,
não ha qualquer restrição ou exigência.

● Como é organizado o horário? Quem organiza? Como é a distribuição das atividades


(disciplinas)? Há uma fixação de horas semanais para cada atividade ou disciplina?
Há uma grade curricular na RMESP que é respeitada tendo em vista cada componente
curricular, isso é determinante para a atribuição de aulas dos professores. Na rotina
escolar, contudo na ausência do professor, mesmo que haja substituto pode não ser do
mesmo componente, pois há um déficit muito grande de recursos humanos neste
sentido.

● Como é feita a distribuição de alunos por classe? Há critérios de distribuição por


idade, rendimento escolar ou outros? Como é a organização e localização das salas,
considerando-se o fluxo de alunos pelos corredores e o tipo de cada turma?
A distribuição é feita conforme disponibilidade de vaga e na tentativa de distribuir de
forma equitativa por gênero e em decorrência de especificidades do estudante, com o
intuito de não sobrecarregar o grupo ou profissionais.
105

● Como é feita a distribuição de classes entre os professores? Quais são os critérios?


A distribuição é feita por escolha através de critérios que estabelecem classificação
conforme prevê a legislação, tempo de PMSP, tempo no cargo, tempo de lotação, no
mês de dezembro para o ano seguinte. O educador escolhe turmas, período e jornada
de trabalho.

● Há remanejamento de alunos durante o ano letivo? Quais são os critérios?


Sim se mediante necessidade extrema.

● Há conselho de classe? Quando e como são feitos? Funciona em termos de uma


avaliação diagnóstica?
Sim, ocorre bimestralmente com professores e coordenação pedagógica visando
reconhecer o processo de aprendizagem e reavaliar o planejamento e pensar em
encaminhamentos.

● Como é feita a recuperação? Quais os objetivos das aulas de recuperação? Funciona?


Dentro do horário ou fora do horário regular?
A recuperação deve ocorrer de duas maneiras: recuperação paralela e contínua. A
primeira deve ocorrer no contraturno e a contínua acontece diariamente em sala de
aula. Tem o objetivo de fazer um trabalho mais individualizado sobre as dificuldades
apresentadas pelo estudante. Devido ao significativo numero de licenças médicas dos
educadores, as recuperações não tem acontecido pois os professores se afastam ou
faltam muito por problemas de saúde o que afeta este trabalho.
106

● Como é controlada a frequência dos alunos? Há muitas faltas? A escola verifica


causas de ausência dos alunos faltosos? Há controle da evasão escolar e uma análise de
suas causas?
Temos as listas com registros diários para controle da escola e o SGP que já fora
descrito anteriormente, cada professor deve registrar a frequência dos estudantes nas
aulas dadas. Existe um controle junto aos Professores, Coordenação e Secretária e em
ultima instância, quando esgotadas as possibilidades de contato são feitos os
encaminhamentos aos Conselhos Tutelares e atualmente existe uma planilha de
acompanhamento da DRE/NAAPA com o objetivo de evitar índices de evasão.

● Há merenda escolar? Quem fornece? A escola complementa? Os alunos gostam da


merenda? Em que horário é servida? A distribuição dos alimentos interfere nas
atividades de sala de aula?
Há merenda fornecida pelas empresas terceirizadas contratadas pela PMSP, os
horários de refeição são pensados no intuito de facilitar o trabalho pedagógico e as
necessidades das crianças e dos adolescentes que gostam e aceitam bem os alimentos
preparados na unidade. ( 2 refeições por período / lanche e almoço ou janta conforme
período)

● Como funciona a entrada e saída dos alunos no início e término das aulas, nas trocas
de aulas e no recreio?
Estes momentos são acompanhados pela equipe de apoio, ATEs que executam a
função de inspetoria de alunos e sempre procuramos ter alguém da Direção presente
no inicio e termino dos períodos junto aos responsáveis e estudantes, para
acompanhamento.

● A escola exige uniforme? Controla o uso do uniforme? Há reclamações dos pais nesse
sentido?

O uso do uniforme seria extremamente importante por diversos fatores, entretanto,


com o uso dos aplicativos para acesso a este benefício, muitas famílias não
conseguiram fazer uso do mesmo, o que gera também muito descontentamento por
parte das mesmas e frustração de todos nós, educadores.

6.3- Aspectos da organização pedagógico-didática.


107

● O Plano da escola ou Projeto pedagógico-curricular é utilizado para a elaboração dos


planos de ensino?
Sim

● Como é organizada a Semana de Planejamento? Como são os planos de ensino (os


professores isoladamente o em conjunto?)
A semana é organizada a partir de instrução normativa da SME, posterior orientação
das DREs e por último, a equipe gestora da escola organiza momentos coletivos e por
áreas para planejamento dos professores.

● Qual é o procedimento utilizado na escolha dos livros didáticos?


Os professores e coordenação pedagógica fazem análise e escolha de obras
pertencentes ao PNLD

● Existe uma articulação entre as séries em termos de programação de objetivos e


conteúdos.
Sim, o diálogo se dá para que haja um trabalho por ciclos.

● Os professores têm assistência pedagógica efetiva da equipe técnica?


Tem assistência, mas acreditamos que seja insuficiente para o bom acompanhamento
do trabalho.

● Há assistência pedadógico-didática direta aos professores, através da observação de


aulas, entrevistas, reuniões de trabalho e outros meios.
Há, mas muitas vezes não acontece com todos os professores ou até as devolutivas
necessárias devido à ausência do mesmo, ou pelo excesso de demanda da
Coordenação.

● São previstos na semana momentos de discussão das atividades orientadas do ensino


entre os professores, incluindo realização de projetos conjuntos?
Os professores têm duas horas/aula para planejamento na escola durante o período
de aula e se encontram com outros colegas, além de duas horas livres remuneradas
para este planejamento individual.
108

● A escola dispõe de meios de informar os professores sobre o material pedagógico-


didático existente, recursos audiovisuais, lista de jogos e brinquedos, livros e revistas
disponíveis na biblioteca etc.?
Sim , pelos canais de comunicação já descritos.

● Há reuniões pedagógicas frequentes? Que assuntos são tratados nessas reuniões? Há


algum tipo de encontro para estudo, reflexão ou discussão sobre prática docente?
Não, apenas duas previstas em calendário com suspensão de aulas. Os assuntos são
elencados conforme a necessidade observada pela Coordenação e Direção da escola.

● Há atividades extraclasse (visitas a locais da comunidade para estudo do meio,


exposições, competições esportivas, etc.)
Sim, este ano já foram visitar uma exposição sobre o Egito no Instituto Baccareli e
haverá a aula na rua, com a 24° Caminhada da Paz de Heliópolis no próximo dia 24 de
junho.

● Como é a organização interna da sala de aula (decoração, cartazes, armários,


cantinho de leitura, cantinho de música, disposição de carteiras, material didático de
uso coletivo)? Há salas-ambiente e como funcionam? Sim, existem materiais de apoio
nas salas dispostos para facilitar a aprendizagem dos estudantes. As salas-ambientes
vêm sendo pensadas junto aos educadores. As carteiras são dispostas conforme aula de
cada professor, mas geralmente em fileiras e existem materiais de uso individuais e
coletivos nas salas.

● Quais os problemas de disciplina e infrações disciplinares mais constantes? Quais são


os procedimentos utilizados para resolver esses problemas?

Rebeldia dos adolescentes que emergem brigas entre eles mesmos, demora ao ir ao
banheiro e embate com professores, desmotivação dos estudantes na realização das
propostas oferecidas.
109

● Há uma sistemática de desenvolvimento profissional dos professores e funcionários e


de capacitação nas situações de trabalho? É feita pelo pessoal técnico da escola ou pela
Secretaria de Educação? Em que periodicidade?

Não vem acontecendo formações oferecidas pela Secretaria de Educação. A


coordenação pedagógica tem tentado promover momentos formativos.

6.4- Assistência aos alunos.

● Há um sistema de normas definido colaborativamente pela direção e corpo docente?


Os alunos participam desse processo de elaboração dessas normas?
Há o regimento, todos tem conhecimento, mas não foi amplamente discutido com o
coletivo da escola devido a falta de tempo hábil. Pretendemos desenvolver esse
trabalho tão importante conjuntamente neste ano.

● Os professores recebem apoios da direção ou coordenação pedagógica para adoção


de estratégias de diferenciação pedagógica, de soluções a dificuldades de aprendizagem
dos alunos, de reforço na didática específica das disciplinas, e de outras medidas
destinadas a melhorar as aprendizagens dos alunos, de modo a prevenir a exclusão e a
promover a inclusão?
Sim, faz parte da atribuição do Coordenador Pedagógico e periodicamente ocorrem
reuniões com este objetivo, contudo não temos o professor da Sala de Recursos
Multifuncionais e entendemos que este trabalho está deficitário no âmbito do
atendimento aos estudantes publico alvo da Educação Especial.

● Há formas de assistência e apoio direto a alunos com dificuldades transitórias nas


aprendizagens instrumentais de leitura, escrita e cálculo, visando integrá-los ao nível da
turma?
110

Sim, nos projetos de recuperação paralela que acontece após o período regular de
aulas.

● São previstas formas de atendimento a alunos com necessidades educacionais


especiais, identificando articuladamente com os professores, as áreas de
desenvolvimento e de aprendizagens que, em cada aluno, manifestem maior
fragilidade, bem como a natureza e as modalidades de apoio suscetíveis de alterar ou
diminuir as dificuldades inicialmente detectadas?
São previstas, mas não tem se efetivado o atendimento necessário por falta de recurso
humano, o PAEE ( Professor de Atendimento Educacional Especializado.

● Há instâncias ou medidas de integração de todos os alunos na escola e nas salas de


aula, considerando a diversidade social e cultural, mediante atividades de socialização,
integração, formas de organização dos alunos, etc.)?

Sim, nas assembleias de representantes e debates com essa pauta. Reconhecemos


que estas práticas precisam ser fortalecidas e ampliadas na escola.

7- DIREÇÃO E GESTÃO DA ESCOLA.


111

● Qual é o tipo de gestão adotado na escola?

Existe uma diretora concursada e efetiva da unidade. A gestão ocorre de forma


democrática e participativa com os colegiados.

● Qual é a sistemática de tomada de decisões? Há ordens prontas ou há uma prática de


gestão participativa?
As reuniões são mensais com o Conselho de Escola, mas existem reuniões entre a
equipe e estudantes para tomadas de decisão e existem aquelas decisões
verticalizadas advindas da DRE e SME que não são suscetíveis ao coletivo.

● Há liderança efetiva da direção? Como é o relacionamento pessoal da direção com o


pessoal técnico, administrativo e auxiliar?
Há liderança e o vinculo vem se estabelecendo de forma positiva e se fortalecendo dia-
a-dia. Se baseia numa relação ética e profissional, pautada na humanização da
escola.

● As responsabilidades estão claramente definidas?


Sim e relembradas sempre que necessário.

● Há uma sistemática de acompanhamento, controle e avaliação das decisões


tomadas?
Há, nas salas de aula, em reuniões entre equipes e junto a Supervisão Escolar.

● Há um clima de trabalho positivo, que estimula e incentiva a equipe escolar?


Acreditamos que sim, mesmo que seja perceptível que as políticas públicas de
desvalorização dos profissionais da educação e os problemas sociais, têm
desmotivado muito os educadores como um todo.
112

8- AVALIAÇÃO

● É feita a avaliação da execução do plano ou projeto da escola? Como se faz essa


avaliação? Que procedimentos são utilizados?

A avaliação se dá através de um instrumental digital, respondido por todos os


educadores.

● Há um efetivo acompanhamento das atividades pedagógicas e administração, em


termos de sua eficácia e realização de objetivos?

Há um acompanhamento que julgamos insuficiente devido a alta demanda de


trabalho e os aspectos burocráticos que acompanham estas ações.

● Quem realiza a avalição? Há uma reflexão sobre a prática desenvolvida para detectar
desvios, dificuldades, e reorientar os trabalhos?
113

A própria equipe e supervisão escolar

● Os professores são orientados para a elaboração de instrumentos de avaliação?

São orientados pela Coordenação Pedagógica que na maioria das vezes recebem
diretrizes da DRE/SME

● Há momentos previstos na rotina organizativa de discussão entre os professores dos


resultados da avaliação da aprendizagem dos alunos?

Sim, nos momentos de diálogo com a Coordenação Pedagógica e Conselhos de


Classe

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola – Teoria e Prática. 6º edição –


revista ampliada. São Paulo: Editora Heccus, 2013.

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