ESPECIALIZADO EM PERÍCIA BANCÁRIA

(JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL)
Edilson Aguiais
CRC-GO 2779/O | CRE-GO 2.337/D | OAB-GO 59.889

AO DOUTO JUÍZO DA XXXª VARA CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA / GO

LAUDO TÉCNICO PERICIAL

Protocolo nº: XXXXX

Natureza: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Requerente: CLIENTE QUE AJUIZOU A AÇÃO
Requerido: BANCO QUE NÃO APLICOU EXPURGO S.A

EDILSON GONÇALVES DE AGUIAIS, brasileiro, casado, economista, Perito

Judicial, MBA em Perícia e Auditoria Econômico-Financeira pelo Instituto de Pós-
Graduação – IPOG, Mestre em Agronegócios pela Universidade Federal de Goiás - UFG,
Pós-graduado (lato sensu) em Gestão em Finanças Empresariais, Presidente da
Associação dos Economistas do Estado de Goiás - ASECON/GO e Professor
universitário em disciplinas como Matemática Financeira, Matemática Financeira
Avançada, Mercado Financeiro, Microeconomia e Macroeconomia para cursos de
Administração, Ciências Econômicas, Ciências Contábeis e Direito na Pontifícia
Universidade Católica de Goiás - PUC/GO, regularmente inscrito no Conselho Regional
de Economia de Goiás - CORECON/GO sob o nº 2337/D da 18º Região, inscrito no
CPF/MF sob o número XXXXXX-31, com o endereço profissional indicado no rodapé
desta, nomeado às fls. XXX, no processo em que litigam as partes acima já identificadas,
vem, mui respeitosamente, apresentar LAUDO TÉCNICO PERICIAL de CUMPRIMENTO
DE SENTENÇA.

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1 DOS AUTOS

Trata-se de ação ordinária de cobrança na fase de cumprimento de sentença em

que a parte autora XXXXXX, por meio de seu advogado Dr. XXXXX (OAB/GO XXXX),
apresentação PETIÇÃO INICIAL alegando que os autores eram titulares de contas
poupanças junto ao agente financeiro BANCO ITAÚ S/A, e que os valores depositados
nas referidas contas (fls. 03, Evento 3, 0001) tiveram seus saldos credores atualizados
monetariamente em montante inferior ao devido, em decorrência dos planos econômicos
chamados Plano Collor I e II. Apresentam fundamentação do seu pedido e requerem que,
além de outras questões processuais, o réu seja condenado a pagar aos autores a
correção monetária referentes ao IPC referente ao período.

Na defesa do requerido BANCO ITAÚ S/A, apresenta-se o atual advogado Dr.

XXXXXRODRIGUES (OAB/GO XXXX) em sede de CONTESTAÇÃO (evento 3, 000029)
alegando ilegitimidade passiva da parte, litispendência, incompetência absoluta do juízo,
além de prescrição e outras questões materiais e processuais, além de pugnar pela total
improcedência dos pedidos da parte autora. Em RÉPLICA À CONTESTAÇÃO (evento 3,
000038) a parte autora reafirma os pontos invocados na inicial bem como requer a
rejeição total da contestação e procedência completa dos pedidos apresentados na Inicial
(fls. 272).

Em SENTENÇA (Evento 3, 000049), o douto juízo julga procedente os pedidos

apresentados pelos autores vindo a condenar o réu, Banco Itaú S/A, a pagar aos autores
as quantias correspondentes a diferença entre o que foi lançado nas contas poupança à
guisa de correção monetária nos períodos considerados, a serem apurados em
liquidação de sentença por arbitramento.

A sentença proferida na fl. 201 (evento 3, doc 4XX) julgou procedente a pretensão
da inicial para:

1) Condenar o banco requerido a pagar as diferenças da aplicação integral do

IPC nos valores depositados na conta poupança n. 140,xxx-0, deduzindo os
percentuais já aplicados.
2) Diante da inércia do réu em apresentar tais extratos de conta poupança,
determino que a aplicação será no limite de NCZ$ 50.000,00 (cinquenta mil
cruzados novos) para o mês de abr/1990, conforme pedido do autor.
3) Sobre o valor a ser apurado em fase de cumprimento de sentença, com fulcro
no art. 475-B do CPC, deverá incidir correção monetária pelo INPC desde os

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respectivos depósitos, juros remuneratórios sobre a diferença da correção dos

valores depositados, capitalizados, em 0,50% (zero virgula cinquenta por
cento) ao mês, desde a data em que surgiu a diferença remuneratória do
depósito até o efetivo pagamento e a partir de então, no percentual de 1% (um
por cento) ao mês, segundo os arts. 406 e 407 do CO/02, combinado com o
parágrafo 1° do art. 161, da Lei n° 5.172/66 – Código Tributário Nacional, bem
como juros de mora a razão de 1% (um por cento) ao mês a partir da citação
válida.

Compulsados os autos ao Excelentíssimo Senhor Juiz para a fase de

cumprimento de sentença (Evento 3, 000087), e após terem sido apresentadas posições
e contraposições, convenceu-se o Magistrado da pertinência da prova pericial (Evento 3,
000125), sendo nomeado este perito e apresentados quesitos pelo Magistrado (Evento 3,
000142) e pelos envolvidos (Evento 3, 000135), ao qual passamos a analisar a partir de
agora.

2 DO OBJETO DA PERÍCIA

A lide, conforme trazida aos autos, tem sua origem na aplicação de índices de
correção monetária aos saldos credores das cadernetas de poupança mantidas pelos
autores junto ao agente financeiro BANCO ITAÚ S/A referente aos períodos dos Planos
Collor I e II. Na sentença (Evento 3, 000049) o douto juízo ordena a aplicação dos
referidos índices, atualizados pelo INPC desde a incorreção no depósito, com juros
remuneratórios de 0,5% a.m. e juros moratórios de 1% a.m. (desde a data de citação):

3 METODOLOGIA DA PERÍCIA

Lidos os autos e suscitados os questionamentos que norteiam a lide, levantou-se

os documentos necessários ao início dos trabalhos e, com isso, ter condições de
municiar corretamente o Exmo. Magistrado em sua decisão.

Tendo sido enviado o Comunicado de Início dos Trabalhos Periciais, conforme

definido pelo D. Juízo, por Correios e com AR (ANEXO XLIV – Comprovantes de envio
via AR), a data de início dos trabalhos técnicos periciais foi determinada para dia
07/05/2021, a partir das 13h00 no endereço profissional deste perito (xxxxx). Este prazo
foi necessário para se cumprir o disposto no art. 466, §2º do CPC. Os assistentes
técnicos das partes não compareceram no local e data determinados para

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acompanharem o início da elaboração do trabalho técnico (conforme Apêndice 01 – ATA

DA REUNIÃO DE INÍCIO DOS TRABALHOS TÉCNICOS PERICIAIS).

Mesmo em face da determinação do D. Juízo para que o requerido procedesse a

juntada de todos extratos analíticos das contas poupanças do autor (Evento 003, 0xxx90
flsxxxx) sob pena dos efeitos do art. 400, CPC, o requerido deixou de acostar tais
documentos ao processo, dificultando sobremaneira o trabalho desse Expert na produção
da prova técnica. Entretanto, tendo em conta a definição do D. Juízo quanto ao valor
arbitrado de NCZ$ 50.000,00 para o mês de abril/1990, este perito pode elaborar os
cálculos que são resumidos neste laudo técnico.

Considerando a aplicação do indicador de correção monetária IPC para o expurgo

inflacionário do período (44,8% referente ao IPC) em face do percentual aplicado pelo
agente financeiro sobre o saldo das cadernetas de poupança (0,0%, em face da Portaria
191-A - Ministério da Economia), a diferença não-paga pelo agente financeiro é de
44.8%. Este valor, aplicado sobre o saldo de NCZ$ 50.000,00 gera uma diferença (valor
pago a menor) para a requerente de NCZ$ 22.512,00.

Ressalta-se a aplicação dos divisores monetários definidos em lei, a saber em

ago/1993 (divisor 1000, conf. Res. CMN n. 2.010/1993) e jul/1994 (divisor 2750, conf. MP
n. 542/1994).

Levantou-se os indicadores mensais de atualização monetária junto ao Sistema

Gerenciador de Séries Temporais do Banco Central do Brasil – BCB, disponível no site
(https://www4.bcb.gov.br/?SERIESTEMP) utilizando-se da série temporal n. 188 (188 -
Índice nacional de preços ao consumidor (INPC) - Var. % mensal).

Conforme comando da sentença, a cada mês se procedeu à atualização

monetária utilizando-se do índice mensal do INPC e, após, foi aplicado juros de 0,5%
a.m., capitalizados, até a data do pagamento comprovado nos autos, a saber 18/02/2020.

Na mesma linha, considerando a data de citação válida do réu (juntada do AR ao

processo de conhecimento) em 07/10/2011, aplicou-se os juros de mora de 1% a.m., nos
termos da sentença. Adicionou-se ainda 10% referente aos honorários de sucumbência
definidos na sentença e 10% referentes aos honorários da fase de cumprimento de
sentença, conforme previsto na sentença de conhecimento.

A partir dos dados compilados e organizados, passou-se então a preparar as

planilhas necessárias, quais sejam o levantamento do saldo de cada uma das contas

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objeto da lide, de forma a proporcionar o maior grau possível de esclarecimentos ao

Exmo Juiz, e auxiliá-lo na sua decisão que possa trazer a realização da justiça na lide em
questão.

4 RESULTADOS OBTIDOS

Com base na metodologia acima descrita e seguindo o definido na sentença

proferida pelo Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito XXXXXX em 01 de maio de 2021, constata-se
que o valor calculado por essa perícia como diferença entre o valor que deveria ter sido
pago em mai/1990 e o valor presumidamente pago é NCZ$ 22.512,00.

Assim, até 01/04/2013, data em que ficou configurado o inadimplemento (posto

que se trata de cláusulas não declaradas abusivas pelo Magistrado), o saldo devedor é
R$ 173.630,54 (cento e setenta e três mil e seiscentos e trinta reais e cinquenta e quatro
centavos).

Para o período da inadimplência, fixada pela embargada a partir de 01/04/2013,

esta perícia apurou o saldo nos estritos limites definidos na sentença, a saber: juros de
mora de 1% a.a. e multa de mora de 2%. Considerando o valor de R$ 173.630,54 (cento
e setenta e três mil e seiscentos e trinta reais e cinquenta e quatro centavos) em
01/04/2013 para aplicação de juros de 1% a.a. e multa de 2%, até a data do cálculo
apresentado pela embargada (19/08/2016) o saldo devedor conforme a sentença é R$
183.064,47 (cento e oitenta e três mil e cinquenta reais), sendo R$ 5.961,32 referentes
a juros de mora (1% a.a. em 1.236 dias) e R$ 3.472,61 referentes à multa moratória (2%),
conforme tabela abaixo, que resume a operação efetuada:

Assim, conforme tabela acima, o valor correto da dívida em 16/08/2016 (data dos
cálculos apresentados pela embargada) é R$ 183.064,47 (cento e oitenta e três mil e
sessenta e quatro reais e quarenta e sete centavos). Considerando que a dívida ainda
não foi regularmente paga, esta perícia procedeu com a atualização do saldo devedor até
a data de 01/04/2021, data da perícia. Entre 19/08/2016 (data dos cálculos apresentados
pela embargada) e 01/04/2021 (data da elaboração da presente perícia) houve 1.686 dias
e, considerando a taxa de juros determinada pelo D. Juízo na sentença (1% a.a.) os juros
de mora para esse período equivalem a R$ 8.573,52 (oito mil e quinhentos e setenta e
três reais e cinquenta e dois centavos), conforme tabela acima, totalizando uma dívida

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equivalente a R$ 191.637,99 (cento e noventa e um mil e seiscentos e trinta e sete

reais e noventa e nove centavos) em 01/04/2021.

No tocante aos honorários advocatícios, a R. Sentença fixou-os em 10% (dez por

cento) sobre o valor atualizado da causa. A causa foi ajuizada em 12/08/2016 no valor de
R$ 231.839,91. Este valor devidamente atualizado pelo INPC/IBGE perfaz o total de R$
277.070,00 (duzentos e setenta sete mil e setenta reais) em 01/04/2021. Sendo os
honorários advocatícios fixados em 10% do valor atualizado da causa, desse valor, 60%
deve ser pago pelo embargante, o que perfaz um valor de R$ 16.624,20 (dezesseis mil e
seiscentos e vinte e quatro reais e vinte centavos) e o restante, equivalente a 40%, deve
ser pago pelo embargado, o que perfaz um valor de R$ 11.082,80 (onze mil e oitenta e
dois reais e oitenta centavos).

5 CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES FINAIS

Com base nos valores demonstrados e considerando todo o exposto acima,

conclui-se que o embargante possui saldo devedor de R$ 191.637,99 (cento e noventa e
um mil e seiscentos e trinta e sete reais e noventa e nove centavos) em 01/04/2021.
Este é o valor obtido por essa perícia cumprindo os rígidos limites impostos pela
Sentença (Ev. 107). Ainda no cumprimento da sentença emitida, foram calculados os
honorários advocatícios equivalentes a 10% do valor atualizado da causa, que
representa R$ 27.707,00 (vinte e sete mil e setecentos e sete reais) em 01/04/2021.

6 ENCERRAMENTO

Tendo encerrado os trabalhos periciais, lavro o presente Laudo Técnico Pericial

que contém x (cinco) páginas, numeradas sequencialmente, impressas somente no
anverso, com 01 (hum) apêndice abaixo relacionado, também devidamente rubricados
em todas as páginas.

São apensados a este Laudo Técnico Pericial:

 Apêndice 01 – EVOLUÇÃO DO SALDO DEVEDOR NO PERÍODO NA

NORMALIDADE, com 03 (três) páginas;

Firmo o presente,

Goiânia, 12 de April de 2023.

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