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Unidade II
Estudaremos a construção das tabelas‑verdade, ferramentas fundamentais ao estudo da lógica.
Em seguida, conheceremos as relações de implicação e de equivalência, que estabelecem comparações
entre duas expressões lógicas. Vamos lá!
3 TABELAS‑VERDADE
Na unidade I, resolvemos expressões lógicas para valores específicos das variáveis de entrada.
No entanto, cada expressão lógica tem a sua própria tabela‑verdade.
Uma tabela‑verdade, portanto, é um artifício utilizado para conhecer a saída de uma expressão
lógica para todas as possíveis combinações de valores lógicos das entradas. Ao montarmos uma tabela
como essa, teremos a descrição completa do comportamento da expressão lógica, mesmo que não
saibamos os valores lógicos de suas entradas.
Toda tabela‑verdade, no estudo da lógica, deve incluir a lista de todas as possíveis combinações
de entradas, que corresponde aos possíveis valores lógicos das proposições simples, assim como
a saída correspondente a cada uma dessas combinações, que corresponde ao valor lógico da
proposição composta.
Como, afinal, montamos uma tabela‑verdade a partir de uma expressão lógica? Vamos acompanhar
as etapas de montagem, a seguir.
Passo 1. O primeiro passo é determinar quantas são as proposições simples, ou seja, quantas são
as entradas da expressão. A partir disso, conseguimos calcular o número de linhas de estados que
precisaremos para montar sua tabela‑verdade. O cálculo é feito por meio de uma função exponencial, em
que o número de linhas de estados l (n) da tabela é dado em função do número n de proposições simples.
l (n) = 2n
Desse modo, se tivermos 2 proposições simples, precisaremos de 4 linhas de estado na tabela para
que consigamos todas as possíveis combinações de estados das entradas.
l (2) = 22 = 4
50
LÓGICA
Se tivermos 3 proposições simples, precisaremos de 8 linhas de estado na tabela para que consigamos
todas as possíveis combinações de estados das entradas.
l (3) = 23 = 8
Passo 2. Definido o número de linhas, devemos montar a lista de todas as possíveis combinações das
entradas. Para a simbologia V e F, o mais usual é começar com todas as entradas em V e terminarmos com
todas em F. Para isso, podemos adotar um artifício: se tivermos duas entradas, 𝑎 e 𝑏, teremos 4 linhas e
começamos pelos estados de 𝑏, que é posicionada mais à direta, intercalando entre V e F. Acompanhe a seguir.
𝑎 𝑏 𝑎 𝑏 𝑎 𝑏
V V V
F V F
V F V
F F F
𝑎 𝑏 𝑐 𝑎 𝑏 𝑐 𝑎 𝑏 𝑐 𝑎 𝑏 𝑐
V V V V V V
F V F V V F
V F V V F V
F F F V F F
V V V F V V
F V F F V F
V F V F F V
F F F F F F
Começando a lista de estados Passamos para a proposição Finalmente, em 𝑎,
pela coluna de 𝑐, adotamos V 𝑏, mas, dessa vez, dobramos dobramos novamente a
Começamos na primeira linha. Em seguida, a quantidade de vezes que quantidade de vezes que
adotando as 8 vamos intercalando entre F e V, consideramos cada valor lógico. consideramos cada valor
linhas de estados considerando cada valor lógico Intercalamos de 2 em 2, dessa lógico. Intercalamos de 4
uma vez vez, começando também em V em 4, começando em V
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Unidade II
Com isso, conseguimos todas as possíveis combinações de entradas, o que permite a montagem
da tabela‑verdade. Note que cobrimos todas as possíveis combinações, em nenhuma linha, há estados
que se repetem em outra. Se houver mais proposições, o mesmo procedimento é adotado, sempre
começando na coluna mais à direita e terminando na coluna mais à esquerda da tabela.
Passo 4. Resolvemos as operações lógicas, sendo que a última coluna da tabela representa, de fato,
o resultado da saída.
Exemplo de aplicação
Resolução
Passo 1. Temos duas entradas, 𝑎 e 𝑏. Com isso, sabemos que precisamos de 4 linhas na tabela‑verdade.
𝑎 𝑏
V V
V F
F V
F F
Passo 3. Definimos a ordem na qual vamos resolver as operações lógicas da expressão. Pela ordem de
precedência, resolveremos a negação e, em seguida, a conjunção. Vamos adotar uma coluna para cada
uma dessas operações. Assim que resolvermos a conjunção, já teremos o resultado da saída da expressão.
𝑎 𝑏 ~𝑎 ~𝑎 ∧ 𝑏
V V
V F
F V
F F
52
LÓGICA
↓
𝑎 𝑏 ~𝑎 ~𝑎 ∧ 𝑏
V V F
V F F
F V V
F F V
Agora, vamos resolver a conjunção entre ~𝑎 e 𝑏. Para isso, olhamos para a coluna de ~𝑎 e para a
coluna de 𝑏, considerando o resultado verdadeiro apenas nas linhas em que ambos são verdadeiros.
↓ ↓
𝑎 𝑏 ~𝑎 ~𝑎 ∧ 𝑏
V V F F
V F F F
F V V V
F F V F
Com isso, sabemos o comportamento da expressão S, pois a tabela já está finalizada. S só será
verdadeira se tivermos 𝑎 = F e 𝑏 = V (o que ocorre na 3ª linha de estados). Para todas as outras
combinações, S resultará em F.
Perceba que as colunas realmente necessárias em uma tabela‑verdade são aquelas onde
dispomos a lista de combinações de valores lógicos das entradas e a coluna onde dispomos a saída
da proposição composta. Listamos os estados das entradas nas duas primeiras colunas, e a saída,
na 4ª coluna. A 3ª coluna, que corresponde à operação ~𝑎, se trata de uma coluna auxiliar, ou seja,
uma coluna que servirá para que realizemos operações intermediárias, que nos ajudarão a chegar
até o resultado.
Exemplo 2. Monte a tabela‑verdade da expressão lógica S=(~a (∨) b)⟶c. S=(~a (∨) b)⟶c.
Resolução
𝑎 𝑏 𝑐
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F
A ordem na qual vamos resolver as operações segue a própria ordem de precedência dos
operadores lógicos: negação, disjunção exclusiva e, por último, condicional. Com isso, esperamos
as colunas seguintes na tabela, onde a última coluna representará o resultado de S.
(~𝑎 v 𝑏)
𝑎 𝑏 𝑐 ~𝑎 ~𝑎 v 𝑏 →𝑐
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F
Vamos, então, resolver as operações lógicas. Começando pela negação, para resolver ~𝑎, olhamos
para a coluna de 𝑎 e negá‑la, linha por linha. O resultado será preenchido na 4ª coluna.
↓
𝑎 𝑏 𝑐 ~𝑎 ~𝑎 v 𝑏 (~𝑎 v 𝑏) → 𝑐
V V V F
V V F F
V F V F
V F F F
F V V V
F V F V
F F V V
F F F V
54
LÓGICA
Na sequência, vamos à disjunção exclusiva entre ~𝑎 e 𝑏. Olhamos para essas duas colunas e aplicamos
a definição da operação, com o resultado posicionado na 5ª coluna. Nas linhas em que ~𝑎 e 𝑏 forem
diferentes, o resultado será V, e, nas linhas em que forem iguais, o resultado será F.
↓ ↓
𝑎 𝑏 𝑐 ~𝑎 ~𝑎 v 𝑏 (~𝑎 v 𝑏) → 𝑐
V V V F V
V V F F V
V F V F F
V F F F F
F V V V F
F V F V F
F F V V V
F F F V V
Finalmente, resolvemos a última operação, que será a condicional. Com isso, teremos o resultado
completo da expressão (~𝑎 v 𝑏) ⟶c, que representa S. O antecedente, (~𝑎 v 𝑏) encontra‑se na
5ª coluna; e o consequente, c, encontra‑se na 3ª coluna. Lembrando que essa operação só resulta em
F quando temos antecedente verdadeiro com consequente falso, apenas posicionaremos F na 6ª e
última coluna nas linhas em que ~𝑎 v 𝑏 for verdadeiro e c for falso. Note que isso só ocorre na 2ª
e na última linha de estados.
↓ ↓
𝑎 𝑏 𝑐 ~𝑎 ~𝑎 v 𝑏 (~𝑎 v 𝑏) → 𝑐
V V V F V V
V V F F V F
V F V F F V
V F F F F V
F V V V F V
F V F V F V
F F V V V V
F F F V V F
Temos, agora, a tabela completa. A saída S é representada na última coluna. Ela resulta em
F quando temos as entradas 𝑎 = V, 𝑏 = V e c = F. Ela também resulta em F quando as entradas
são 𝑎 = F, 𝑏 = F e c = F. Para qualquer outra combinação de estados das entradas, a saída
é verdadeira.
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Unidade II
p: Joana é estudante.
Resolução
R=p⟶~q
Em linguagem corrente, os tempos verbais podem ser ajustados para que a sentença se adeque
melhor ao contexto.
Com duas proposições simples, precisamos de 4 linhas na tabela. As duas primeiras colunas da tabela
serão dedicadas às entradas, p e q. Na sequência, resolveremos a negação ~q, seguida da condicional
p⟶~q. O resultado de R é expresso na última coluna, já que R=p⟶~q.
� q ~q p→~q
V V F F
V F V V
F V F V
F F V V
Com isso, percebemos que a sentença p⟶~q só será falsa se tivermos p verdadeiro e q verdadeiro.
Ou seja, se for verdade que Joana é estudante, e for verdade que ela mora em Santos. Isso faz com que
tenhamos um antecedente verdadeiro com um consequente falso, já que o consequente diz que ela não
mora em Santos. Para qualquer outra combinação de estados, continuamos com uma sentença verdadeira.
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LÓGICA
Saiba mais
Existem diversos geradores on‑line de tabelas‑verdade. Um deles é o
disponível no endereço a seguir:
Você, provavelmente, já ouviu falar que computadores entendem apenas “zeros e uns”. O que na
prática isso significa? Os circuitos dos processadores dos computadores modernos trabalham com
transistores, dispositivos que funcionam como chaves ou interruptores eletrônicos. Essas chaves
podem ser conectadas umas às outras, de forma a desempenharem funções lógicas semelhantes às que
estudamos ao longo deste tópico. Esses circuitos transistorizados, que desempenham função lógica, são
denominados portas lógicas.
As portas lógicas são responsáveis pelo processamento dos dados nos computadores que utilizamos
rotineiramente. Uma porta lógica recebe sinais com determinados níveis de tensão elétrica em seus
terminais de entrada, processa esses sinais de acordo com sua operação lógica correspondente e, em
seguida, responde com determinado nível de tensão elétrica em seu terminal de saída. Esses níveis de
tensão, tanto de entrada quanto de saída, são restritos a duas medidas distintas, ou seja, trata‑se de um
sistema dicotômico. Nos projetos desses circuitos, em vez de se referirem a medidas de tensão, em volts,
os projetistas adotam uma abstração: referem‑se ao nível de tensão mais baixo (por exemplo, 0 V) como
nível 0 e, ao nível de tensão mais alto (por exemplo, 5 V), como nível 1. Daí, dizemos que computadores
só entendem “zeros e uns”, ou seja, eles falam uma linguagem binária.
Do ponto de vista lógico, não há diferença entre considerar os dois possíveis estados de um
sistema dicotômico como “V ou F” ou como “0 ou 1”. Contanto que estejamos dentro de um sistema
dicotômico, as mesmas regras se aplicam, independentemente da simbologia utilizada. Por isso,
tabelas‑verdade são artifícios utilizados na área computacional, tanto para a montagem de circuitos
digitais quanto na programação de alto nível.
Saiba mais
Se você quiser saber mais sobre as portas lógicas e os circuitos digitais
que integram o hardware dos nossos sistemas computacionais, consulte o
livro Eletrônica digital, de autoria de Alexandre Haupt e Édison Dachi.
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Unidade II
3.4.1 Tautologia
Nesse caso, não importa a nacionalidade de Maria: a sentença composta sempre será verdadeira,
afinal, uma das componentes da disjunção sempre será verdadeira. Vamos montar a tabela‑verdade
dessa expressão e analisar seu resultado.
𝑎 ~𝑎 𝑎 ∨ ~𝑎
V F V
F V V
Note que temos apenas uma proposição simples, 𝑎, como entrada. Logo, bastam duas linhas para
montarmos a tabela‑verdade. Essa proposição 𝑎 aparece na expressão composta em sua forma original
e em sua forma negada.
Se analisarmos a última coluna, que representa a saída da tabela, vemos que ambas as linhas
obtiveram resultado verdadeiro. Temos, nesse caso, uma tautologia. Essa é uma das formas mais
fáceis de definirmos uma tautologia: trata‑se de uma sentença lógica que sempre apresentará
resultado verdadeiro.
Observação
3.4.2 Contradição
Algumas proposições compostas são logicamente falsas, independentemente do valor lógico das
proposições simples que as compõem. Vamos, agora, considerar a proposição composta 𝑎 ∧ ~𝑎.
Nesse caso, não importa se a proposição simples componente, 𝑎, é verdadeira ou falsa. A proposição
composta sempre será falsa. Considere o exemplo a seguir.
58
LÓGICA
Note que não importa o local de nascimento de João: uma sentença simples contradiz a outra, o
que nos leva, necessariamente, a uma sentença composta falsa. Temos, portanto, uma contradição.
𝑎 ~𝑎 𝑎 ∧ ~𝑎
V F F
F V F
Observação
3.4.3 Contingência
Em outras palavras: se a expressão lógica não representa uma tautologia e nem uma contradição,
ela necessariamente será uma contingência. Como exemplo, podemos trazer a tabela‑verdade da
expressão 𝑎 ↔ 𝑏.
𝑎 𝑏 𝑎 ↔ 𝑏
V V V
V F F
F V F
F F V
Note que, na coluna de resultado, encontramos uma “mistura” de resultados falsos e verdadeiros. Isso
indica que o valor lógico da proposição composta depende do valor lógico de suas componentes simples.
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Unidade II
Lembrete
Exemplo de aplicação
Resolução
Vamos começar analisando a própria estrutura da expressão. A indicação P (x, y, z) diz que
temos uma proposição composta chamada P, que é formada por três proposições simples: x, y e z.
O relacionamento entre essas proposições simples é apresentado do lado direito da igualdade.
x y z (x → (y → z) (x → z) (x → y) ∧ (y → (x → y) ∧ (y → z) → (x
y) z) → z)
V V V V V V V V
V V F V F F F V
V F V F V V F V
V F F F V F F V
F V V V V V V V
F V F V F V F V
F F V V V V V V
F F F V V V V V
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LÓGICA
Repare que, na última coluna, que representa a saída da nossa tabela‑verdade, todas as linhas
apresentaram valor lógico V. Trata‑se, portanto, de uma tautologia. Isso significa que, independentemente
do valor lógico de x, y e z, a expressão P sempre será verdadeira devido ao seu formato.
Se você sentiu alguma dificuldade em encontrar os valores lógicos da última coluna desta
tabela, talvez, você tenha trocado o antecedente pelo consequente na última operação condicional.
Não se preocupe, isso é muito comum de acontecer. Note que o antecedente (quem vem antes da
“setinha”) é a expressão (x → y) ∧ (y → z), e o consequente (quem vem depois da “setinha”) é a
expressão (x → z). Logo, o antecedente se encontra na penúltima coluna da tabela, enquanto o
consequente está na antepenúltima coluna.
Exemplo 2. Considere a proposição a seguir: “na prova da disciplina de Lógica, Nelson será
aprovado e não será aprovado”. Diga se a proposição composta representa uma tautologia, uma
contradição ou uma contingência.
Resolução
Analisando o formato da sentença, verificamos que se trata de uma estrutura do tipo 𝑎∧~𝑎 , que já
estudamos no tópico 3.4.2 deste livro‑texto. Temos, portanto, uma contradição.
Lembrete
x=2+3
O símbolo “+” indica uma operação aritmética entre os operandos 2 e 3. A partir desses dois números,
executar a operação de adição resultará em um novo número, que é o 5. Executando essa operação,
portanto, temos o seguinte.
x=5
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Unidade II
O símbolo “=”, por sua vez, indica uma relação entre o termo da esquerda e o termo da direita.
Note que não há nenhuma operação subsequente para fazermos, apenas estamos comparando os dois
termos entre si e dizendo que eles são iguais.
Pois bem, uma operação (2+3) gera uma tarefa que, quando executada, produz um resultado (5).
Uma relação não produz qualquer resultado, ela apenas compara duas coisas entre si (x = 5).
Voltemos à lógica. Uma operação lógica entre duas proposições produz um resultado (V ou F).
Já uma relação entre duas proposições estabelece uma comparação entre elas.
Entendido o conceito de relação, vamos estudar duas importantes relações da lógica: a relação de
implicação e a de equivalência.
Dizemos que uma proposição 𝑋 implica outra proposição 𝑌 quando, em suas tabelas‑verdade, não
ocorre a alternativa VF, nessa ordem, em nenhuma das linhas das tabelas. Ou seja, se compararmos a
tabela‑verdade de 𝑋 com a tabela‑verdade de 𝑌, linha a linha, não encontraremos nenhuma em que 𝑋
apresenta valor lógico verdadeiro e 𝑌 apresenta valor lógico falso.
Simbolicamente, representamos uma relação de implicação por uma seta dupla unidirecional, ⇒.
Observe a notação a seguir.
X⇒Y
Lemos essa relação como “X” implica “Y”. Essa relação significa que sempre que X for verdadeiro, Y
será verdadeiro também.
Observação
62
LÓGICA
Exemplo de aplicação
Resolução
O enunciado nos pede para verificar se a proposição 𝑎 implica a proposição 𝑎 ∨ 𝑏. Para isso,
vamos comparar as tabelas‑verdade de ambas as proposições. Como 𝑎 é uma proposição simples,
sua tabela vem da própria lista de estados utilizada para montar a tabela de 𝑎 ∨ 𝑏. Portanto, vamos,
inicialmente, apenas montar a tabela‑verdade da expressão 𝑎 ∨ 𝑏, exposta a seguir.
𝑎 𝑏 𝑎 ∨ 𝑏
V V V
V F V
F V V
F F F
𝑎 𝑏 𝑎 ∨ 𝑏
1 V V V
2 V F V
3 F V V
4 F F F
Em cada uma das 4 linhas, não devemos encontrar o estado VF da coluna verde para a coluna
roxa, caso a relação de implicação seja verdadeira. Nas linhas 1 e 2, temos o estado VV (verde com
V, roxo com V). Na linha 3, observamos o estado FV (verde com F, roxo com V). Já na linha 4, temos
o estado FF (verde com F, roxo com F).
Observe que a alternativa VF não ocorreu em nenhuma linha, quando comparamos uma coluna
com a outra. Isso significa que é verdade que 𝑎 implica 𝑎 ∨ 𝑏. Ou seja, é válida a relação 𝑎 ⇒ 𝑎 ∨ 𝑏.
Na prática, temos que, sempre que 𝑎 é verdadeiro, 𝑎 ∨ 𝑏 será verdadeiro também.
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Unidade II
Resolução
O enunciado nos pede para verificarmos se a proposição 𝑎 implica a proposição 𝑎 ⊻ 𝑏. Para isso,
vamos comparar as tabelas‑verdade de ambas as proposições. Como 𝑎 é uma proposição simples,
sua tabela vem da própria lista de estados utilizada para montar a tabela de 𝑎 ⊻ 𝑏. Portanto,
vamos, inicialmente, apenas montar a tabela‑verdade da expressão 𝑎 ⊻ 𝑏, exposta a seguir.
𝑎 𝑏 𝑎 ⊻ 𝑏
V V F
V F V
F V V
F F F
Com a tabela montada, podemos verificar se é válida a relação de implicação entre 𝑎 e 𝑎 ⊻ 𝑏. Na tabela
a seguir, destacamos, em fundo verde, a coluna que representa a tabela de 𝑎, assim como destacamos,
em fundo roxo, a coluna que representa tabela de 𝑎 ⊻ 𝑏, novamente com a numeração das linhas.
𝑎 𝑏 𝑎 ⊻ 𝑏
1 V V F
2 V F V
3 F V V
4 F F F
Em cada uma das 4 linhas, não podemos encontrar o estado VF da coluna verde para a coluna
roxa, caso a relação de implicação seja válida. Porém, logo na linha 1 (destacada com borda vermelha),
verificamos que o estado VF ocorreu, pois temos elemento verde com V e o roxo com F. Não seria
necessário, nesse caso, nem mesmo avaliar as outras linhas, pois já sabemos que relação de implicação
proposta no enunciado não é válida. Porém, vamos avaliá‑las para completar nosso estudo.
Na linha 2, temos o estado VV. Na linha 3, observamos o estado FV. Já na linha 4, temos o
estado FF. Individualmente, nenhuma dessas três linhas invalida a relação de implicação, porém,
devemos avaliar sempre a tabela como um todo. Basta que em uma delas ocorra o estado VF para
que a relação de implicação entre 𝑎 e 𝑎 ⊻ 𝑏 seja considerada falsa. Logo, não é verdade que 𝑎
implica 𝑎 ⊻ 𝑏.
64
LÓGICA
Resolução
Dessa vez, temos que verificar se é verdadeira a relação de implicação entre duas proposições
compostas. Com isso, temos que montar ambas as tabelas‑verdade e comparar suas saídas entre si.
As tabelas de 𝑎 → 𝑏 e de 𝑎 ⊻ 𝑏 são mostradas a seguir, individualmente.
Tabela 29 – Tabela‑verdade da expressão 𝑎 → 𝑏
𝑎 𝑏 𝑎 → 𝑏
V V V
V F F
F V V
F F V
𝑎 𝑏 𝑎 ⊻ 𝑏
V V F
V F V
F V V
F F F
Vamos dispor ambas as tabelas sob a mesma lista de estados, para ficar mais fácil compará‑las. Nossa
intenção, agora, será comparar a coluna de saída de 𝑎 → 𝑏 com a coluna de saída de 𝑎 ⊻ 𝑏. Na tabela
seguinte, elas aparecem lado a lado.
𝑎 𝑏 𝑎 → 𝑏 𝑎 ⊻ 𝑏
V V V F
V F F V
F V V V
F F V F
Para facilitar a comparação, vamos, novamente, fazer o destaque em cores. A seguir, 𝑎 → 𝑏 aparece
em verde e 𝑎 ⊻ 𝑏 aparece em roxo.
Tabela 32 – Tabelas‑verdade de ambas as expressões,
com destaques visuais que permitem a verificação
da relação de implicação 𝑎 → 𝑏 ⇒ 𝑎 ⊻ 𝑏
𝑎 𝑏 𝑎 → 𝑏 𝑎 ⊻ 𝑏
1 V V V F
2 V F F V
3 F V V V
4 F F V F
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Unidade II
Novamente, nossa intenção é procurar por estados VF, que tornam falsa a relação de implicação
entre as proposições consideradas. Note que esses estados ocorreram duas vezes, nas linhas 1 e 4,
destacadas com borda vermelha. Logo, não é verdade que 𝑎 → 𝑏 implica 𝑎 ⊻ 𝑏.
Por mais que tenhamos significados diferentes para os símbolos → e ⇒, eles apresentam
certa dependência entre si. A implicação entre duas proposições, digamos, X ⇒ Y, indica que a
condicional X → Y resulta em uma tautologia. Se não ocorre o estado VF entre as proposições
consideradas, nunca teremos antecedente, X, verdadeiro, com consequente, Y, falso. Logo, o padrão
da tabela‑verdade da condicional será tautológico. Vamos verificar essa afirmação acompanhando
mais um exemplo.
Exemplo de aplicação
Resolução
𝑎 𝑏 𝑎 ∨ 𝑏 𝑎 → 𝑎 ∨ 𝑏
V V V V
V F V V
F V V V
F F F V
Como a coluna de saída da tabela‑verdade apresentou apenas linhas com valor lógico verdadeiro,
comprovamos que a condicional 𝑎 → 𝑎 ∨ 𝑏 é tautológica.
Isso é esperado sempre que soubermos que uma relação de implicação é verdadeira e trocarmos
⇒ por →.
Observação
66
LÓGICA
Dizemos que uma proposição X é equivalente a outra proposição Y quando, em suas tabelas‑verdade,
não ocorre a alternativa VF ou a alternativa FV em nenhuma das linhas das tabelas. Ou seja, se
compararmos a tabela‑verdade de X com a tabela‑verdade de Y, linha a linha, não encontraremos
nenhuma em que X apresenta valor lógico verdadeiro e Y apresenta valor lógico falso; também não
encontraremos nenhuma em que 𝑋 apresenta valor lógico falso e Y apresenta valor lógico verdadeiro. Na
prática, as tabelas‑verdade de X e de Y serão iguais, pois só apresentarão alternativas do tipo VV ou FF.
Simbolicamente, representamos uma relação de equivalência por uma seta dupla bidirecional ⇔.
Observe a notação a seguir.
X⇔Y
Lemos essa relação como “X é equivalente a Y”. Essa relação significa que X e Y apresentarão
exatamente a mesma coluna de saída em suas tabelas‑verdade.
Observação
Exemplo de aplicação
Resolução
O enunciado nos pede para verificar se a proposição 𝑎 ∧ 𝑏 é equivalente à proposição ~(~𝑎 ∨ ~𝑏).
Para isso, vamos comparar as tabelas‑verdade de ambas as proposições. Você pode montar duas
tabelas‑verdade separadas, ou aproveitar a mesma lista de estados das entradas para montar, em uma
única estrutura, as duas tabelas. Montaremos, diretamente, as duas tabelas, na mesma estrutura.
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Unidade II
𝑎 𝑏 𝑎 ∧ 𝑏 ~𝑎 ~𝑏 ~𝑎 ∨ ~𝑏 ~(~𝑎 ∨ ~𝑏)
V V V F F F V
V F F F V V F
F V F V F V F
F F F V V V F
Isso significa que se, por exemplo, um circuito lógico de processamento computacional for montado
de acordo com a expressão 𝑎 ∧ 𝑏 e outro for montado de acordo com a expressão ~(~𝑎 ∨ ~𝑏), eles
produzirão exatamente os mesmos resultados.
Resolução
𝑎 𝑏 𝑐 𝑏 ∨ 𝑐 𝑎 ∨ (𝑏 ∨ 𝑐) (𝑎 ∨ 𝑏) (𝑎 ∨ 𝑏) ∨ 𝑐
V V V V V V V
V V F V V V V
V F V V V V V
V F F F V V V
F V V V V V V
F V F V V V V
F F V V V F V
F F F F F F F
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LÓGICA
Resolução
𝑎 𝑏 𝑎 ∧ 𝑏 ~(𝑎 ∧ 𝑏) ~𝑎 ~𝑏 ~𝑎 ∧ ~𝑏
V V V F F F F
V F F V F V F
F V F V V F F
F F F V V V V
Nesse caso, podemos verificar que, nas linhas de estados 2 e 3, destacadas com bordas vermelhas,
as proposições apresentaram resultados distintos. Logo, a proposição ~(𝑎 ∧ 𝑏) não é equivalente à
proposição ~𝑎 ∧ ~𝑏.
Isso significa que, se por exemplo, um circuito lógico de processamento computacional for montado
de acordo com a expressão ~(𝑎 ∧ 𝑏) e outro for montado de acordo com a expressão ~𝑎 ∧ ~𝑏, eles
produzirão resultados diferentes.
Observação
Por mais que tenhamos significados diferentes para os símbolos ↔ e ⇔, eles apresentam certa
dependência entre si. A equivalência entre duas proposições, digamos, X ⇔ Y, indica que a bicondicional
X ↔ Y resulta em uma tautologia. Se não ocorrem os estados VF ou FV entre as proposições consideradas,
o padrão da tabela‑verdade da bicondicional será tautológico. Vamos verificar essa afirmação
acompanhando o exemplo a seguir.
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Unidade II
Exemplo de aplicação
Sabe‑se que 𝑎 ∧ 𝑏 ⇔ ~(~𝑎 ∨ ~𝑏). Por meio de tabelas‑verdade, demonstre que a bicondicional
𝑎 ∧ 𝑏 ↔ ~(~𝑎 ∨ ~𝑏) é tautológica.
Resolução
Já verificamos, em um exemplo de aplicação anterior, que é verdade que 𝑎 ∧ 𝑏 ⇔ ~(~𝑎 ∨ ~𝑏). Logo,
esperamos que a bicondicional 𝑎 ∧ 𝑏 ↔ ~(~𝑎 ∨ ~𝑏) seja tautológica. Vamos montar a tabela‑verdade
de 𝑎 ∧ 𝑏 ↔ ~(~𝑎 ∨ ~𝑏) e comprovar essa afirmação.
Como a coluna de saída da tabela‑verdade apresentou apenas linhas com valor lógico verdadeiro,
comprovamos que a bicondicional 𝑎 ∧ 𝑏 ↔ ~(~𝑎 ∨ ~𝑏) é tautológica.
Isso é esperado sempre que soubermos que uma relação de equivalência é verdadeira e trocarmos
⇔ por ↔.
Observação
𝑎 ⇔ 𝑎
𝑎 ⇔ 𝑎 ∧ 𝑎
𝑎 ⇔ 𝑎 ∧ 𝑎 ∧ 𝑎
𝑎 ⇔ 𝑎 ∧ 𝑎 ∧ 𝑎 ∧ 𝑎
É interessante notarmos que se uma relação de equivalência entre duas proposições é válida, a relação
de implicação entre elas também será, em ambos os sentidos. Dessa forma, se é verdade que 𝑋 ⇔ 𝑌,
também será verdade que X ⇒ Y e que Y ⇒ X.
Saiba mais
É possível utilizar a teoria de conjuntos para verificar se uma expressão
lógica é equivalente à outra. Se duas expressões são caracterizadas pelo
mesmo padrão de diagramas de Venn‑Euler, significa que apresentam a mesma
tabela‑verdade, ou seja, são equivalentes.
As equivalências são de grande interesse para o estudo da lógica. O projetista de um circuito digital,
por exemplo, quer montar o circuito mais barato e conveniente possível, que gere o resultado esperado.
Para isso, existem técnicas de redução de circuitos lógicos, que utilizam algumas equivalências já
conhecidas como base para o procedimento.
Essas equivalências são denominadas equivalências notáveis, e aparecem com frequência nas
diversas aplicações da lógica, inclusive na nossa linguagem. Por meio delas, podemos reconhecer
sentenças que se comportam de forma equivalente a outras, ou seja, que apresentam a mesma
informação, mesmo que de maneiras diferentes.
Apresentaremos, a seguir, algumas das principais equivalências notáveis tratadas no campo da lógica
proposicional, divididas em oito categorias. Apresentaremos o formato simbólico das equivalências e,
em sequência, uma breve explicação a respeito de seu formato.
Dupla negação
𝑎 ⇔ ~(~𝑎)
A equivalência notável intitulada dupla negação indica que, ao negarmos determinada proposição
duas vezes seguidas, voltamos à mesma informação que tínhamos antes de qualquer negação. Observe
o exemplo seguinte.
𝑎: O cavalo é branco.
Se 𝑎 for uma proposição verdadeira, ~(~𝑎) será, necessariamente, uma proposição verdadeira,
também. Do mesmo modo, se 𝑎 for uma proposição falsa, ~(~𝑎) será, necessariamente, uma proposição
falsa. Afinal, negar uma proposição uma vez, troca o seu valor lógico. Negá‑la duas vezes seguidas faz
com que o valor lógico original retorne à sentença.
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Unidade II
Leis idempotentes
𝑎 ∧ 𝑎 ⇔ 𝑎
𝑎 ∨ 𝑎 ⇔ 𝑎
A idempotência é a propriedade que algumas operações têm de poderem ser aplicadas diversas
vezes, sem que o resultado se altere após a aplicação inicial. As leis idempotentes são as equivalências
lógicas que nos dizem que, ao aplicar uma operação de conjunção ou de disjunção inclusiva entre uma
proposição e ela mesma, simplesmente mantemos o valor lógico da proposição em questão. Vamos
acompanhar um exemplo.
𝑎: o cavalo é branco.
Nas três sentenças anteriores, estamos, basicamente, entregando sempre a mesma informação, em
formatos distintos.
Leis comutativas
𝑎 ∧ 𝑏 ⇔ 𝑏 ∧ 𝑎
𝑎 ∨ 𝑏 ⇔ 𝑏 ∨ 𝑎
As leis comutativas dizem que ao relacionar duas proposições por uma operação de conjunção,
podemos, livremente, inverter a ordem na qual elas aparecem na sentença composta, pois não mudará o
seu valor lógico. Isso vale também para a operação de disjunção. Acompanhe o exemplo seguinte, onde
aplicamos uma conjunção.
Notou que, nos dois formatos, dizemos basicamente a mesma coisa? Isso acontece porque 𝑎 ∧ 𝑏 e
𝑏 ∧ 𝑎 são sentenças equivalentes entre si. O mesmo acontece se aplicarmos uma disjunção inclusiva,
conforme o exemplo a seguir.
72
LÓGICA
Observação
Leis associativas
(𝑎 ∧ 𝑏) ∧ 𝑐 ⇔ 𝑎 ∧ (𝑏 ∧ 𝑐)
(𝑎 ∨ 𝑏) ∨ 𝑐 ⇔ 𝑎 ∨ (𝑏 ∨ 𝑐)
As leis associativas permitem que troquemos a posição dos parênteses, quando temos o mesmo
operador lógico relacionando três proposições distintas. O primeiro formato diz respeito à operação de
conjunção. Nas sentenças a seguir, por exemplo, temos sentenças equivalentes entre si.
Observação
Leis de De Morgan
~(𝑎 ∧ 𝑏) ⇔ ~𝑎 ∨ ~𝑏
~(𝑎 ∨ 𝑏) ⇔ ~𝑎 ∧ ~𝑏
73
Unidade II
Vamos analisar o primeiro teorema exposto, ~(𝑎 ∧ 𝑏) ⇔ ~𝑎 ∨ ~𝑏. Ele diz que negar uma conjunção
entre duas proposições é equivalente a negar cada uma dessas proposições individualmente e, em
seguida, uni‑las com uma disjunção inclusiva. Desse modo, as seguintes sentenças em linguagem
corrente são equivalentes.
Vamos, agora, analisar o segundo teorema exposto, ~(𝑎 ∨ 𝑏) ⇔ ~𝑎 ∧ ~𝑏. Ele diz que negar
uma disjunção inclusiva entre duas proposições é equivalente a negar cada uma dessas proposições
individualmente e, em seguida, uni‑las com uma conjunção. Desse modo, as seguintes sentenças em
linguagem corrente são equivalentes.
Leis distributivas
𝑎 ∧ (𝑏 ∨ 𝑐) ⇔ (𝑎 ∧ 𝑏) ∨ (𝑎 ∧ 𝑐)
𝑎 ∨ (𝑏 ∧ 𝑐) ⇔ (𝑎 ∨ 𝑏) ∧ (𝑎 ∨ 𝑐)
Condicionais
𝑎 → 𝑏 ⇔ ~𝑏 → ~𝑎
𝑎 → 𝑏 ⇔ ~𝑎 ∨ 𝑏
Os formatos de equivalências partem de uma condicional entre duas proposições. No primeiro formato,
𝑎 → 𝑏 ⇔ ~𝑏 → ~𝑎, transformamos uma condicional em outra equivalente, trocando de posição o
antecedente com o consequente e negando ambas as proposições. No segundo formato, 𝑎 → 𝑏 ⇔ ~𝑎 ∨ 𝑏,
transformamos uma condicional em uma disjunção, negando a proposição que fazia o papel de antecedente.
74
LÓGICA
Desse modo, todas as sentenças em linguagem corrente expostas a seguir são equivalentes.
Lembrete
Bicondicionais
𝑎 ↔ 𝑏 ⇔ (𝑎 → 𝑏) ∧ (𝑏 → 𝑎)
𝑎 ↔ 𝑏 ⇔ ~(𝑎 ⊻ 𝑏)
As sentenças em linguagem corrente expostas a seguir são, portanto, equivalentes entre si.
(𝑎 → 𝑏) ∧ (𝑏 → 𝑎): se o número 10 é par, então ele é divisível por 2, assim como se o número 10 é
divisível por 2, então ele é par.
~(𝑎 ⊻ 𝑏): não é verdade que, ou o número 10 é par, ou ele é divisível por 2.
75
Unidade II
Exemplo de aplicação
Observando as leis de De Morgan, escreva a frase logicamente equivalente à sentença “Não é verdade
que Ana é pernambucana ou João é mineiro”.
Resolução
𝑎: Ana é pernambucana.
𝑏: João é mineiro.
Em linguagem simbólica, a sentença composta é descrita como ~(𝑎 ∨ 𝑏). Logo, a lei de De Morgan
que devemos considerar é a de formato ~(𝑎 ∨ 𝑏) ⇔ ~𝑎 ∧ ~𝑏. Nossa tarefa, portanto, será transformar
a sentença do enunciado no formato ~𝑎 ∧ ~𝑏. Para isso, basta negarmos ambas as proposições simples
e uni‑las com o conectivo “e”. Como resultado, temos: “Ana não é pernambucana e João não é mineiro”.
No Apêndice A, ao final deste livro‑texto, você encontrará um resumo das equivalências notáveis
estudadas, apenas com a nomenclatura e o formato simbólico associado a cada uma delas. Utiliza esse
resumo para consultas rápidas aos formatos estudados.
76
LÓGICA
Resumo
77
Unidade II
Exercícios
Questão 1. (IBGP 2020, adaptada) Alice estava estudando para um concurso público e deparou com
uma questão que solicitava a montagem da tabela‑verdade da seguinte expressão lógica: ~(P V ~Q).
Para solucionar o problema, ela montou a tabela‑verdade a seguir, em que V é “verdadeiro” e F é “falso”.
Tabela 38
A) 1.
B) 6.
C) 9.
D) 4.
E) 8.
Análise da questão
Tabela 39
78
LÓGICA
• A: O número 10 é ímpar.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a proposição A tem valor lógico falso (F), visto que 10 não é um número ímpar. A proposição B
tem valor lógico verdade (V), visto que a raiz quadrada de 16 é um número inteiro, igual a 4.
A conjunção entre as duas proposições tem valor lógico falso (F), conforme mostrado na
tabela‑verdade a seguir.
Tabela 40
A B A∧B
F V F
79
Unidade II
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a proposição A tem valor lógico falso (F), visto que 10 não é um número ímpar.
A proposição B tem valor lógico verdade (V), visto que a raiz quadrada de 16 é um número
inteiro, igual a 4.
A disjunção entre as duas proposições tem valor lógico verdade (V), conforme mostrado na
tabela‑verdade a seguir.
Tabela 41
A B AVB
F V V
C) Alternativa correta.
Justificativa: a proposição A tem valor lógico falso (F), visto que 10 não é um número ímpar.
A proposição B tem valor lógico verdade (V), visto que a raiz quadrada de 16 é um número
inteiro, igual a 4.
A condicional entre as duas proposições tem valor lógico verdade (V), conforme mostrado na
tabela‑verdade a seguir.
Tabela 42
A B A→B
F V V
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a proposição A tem valor lógico falso (F), visto que 10 não é um número ímpar.
A proposição B tem valor lógico verdade (V), visto que a raiz quadrada de 16 é um número
inteiro, igual a 4.
A bicondicional entre as duas proposições tem valor lógico falso (F), conforme mostrado na
tabela‑verdade a seguir.
Tabela 43
A B A↔B
F V F
80
LÓGICA
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a proposição A tem valor lógico falso (F), visto que 10 não é um número ímpar. A proposição B
tem valor lógico verdade (V), visto que a raiz quadrada de 16 é um número inteiro, igual a 4.
A negação da proposição A tem valor lógico verdade (V), a não falso (F), conforme mostrado na
tabela‑verdade a seguir.
Tabela 44
A B ~A ~B
F V V F
81