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RECICLAGEM

DE CONDUTORES
INFRATORES
DIREÇÃO DEFENSIVA

Revisão
Florianópolis, 2022
OBS: A Associação Brasileira de Normas Técnicas –
© 2016. IBREP.
ABNT, por meio da NBR 10697/20, redefiniu a
terminologia de “acidente de trânsito”, passando a
chamar “sinistro de trânsito”.
Informamos que é de ISBN Coleção: 978-85-65330-04-6
inteira responsabilidade
ISBN Livro: 978-85-65330-08-4
do(s) autor(es) a emissão
dos conceitos.

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publicação poderá ser
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meio ou forma sem prévia Vieira, Maria Fernanda Dias Brinhosa. Reciclagem
autorização do IBREP. de Condutores Infratores: Direção Defensiva
1. Ed. - Curitiba: IBREP - Instituto Brasileiro de Educação
A violação dos direitos Profissional Ltda. 2016.
autorais é crime
estabelecido na Palavras
Lei nº 9.610/98 e punido
pelo Art. 184 do 1. Reciclagem de Condutores Infratores
Código Penal. 2. Direção Defensiva 3. Trânsito.
Sumário
INTRODUÇÃO 6

UE1
1.1
CONCEITO DE DIREÇÃO DEFENSIVA
ELEMENTOS
8

10

UE2
2.1
CONDIÇÕES ADVERSAS
E SITUAÇÕES DE RISCO
CONDIÇÕES ADVERSAS DE ILUMINAÇÃO
12

13
2.2 CONDIÇÕES ADVERSAS DE TEMPO 15
2.3 CONDIÇÕES ADVERSAS DA VIA 18
2.4 CONDIÇÕES ADVERSAS DO TRÂNSITO 25
2.5 CONDIÇÕES ADVERSAS DO VEÍCULO 26
2.5.1 Manutenção preventiva e Manutenção Corretiva 26
2.5.2 Inspeção | Verificação Periódica 27
2.6 CONDIÇÕES ADVERSAS DE CARGAS 31
2.7 CONDIÇÕES ADVERSAS DE PASSAGEIROS 33
2.8 CONDIÇÕES ADVERSAS DO CONDUTOR
E ESTADO FÍSICO E MENTAL DO CONDUTOR 35
2.9 OUTRAS SITUAÇÕES DE RISCO 41
UE3 COMO EVITAR ACIDENTES 46

3.1 ACIDENTES EVITÁVEIS E ACIDENTES NÃO EVITÁVEIS 46


3.2 CAUSAS DOS ACIDENTES 47
3.3 PREVENÇÃO DE ACIDENTES 49
3.3.1 Revisão Mental 49
3.3.2 Posição do Condutor no Veículo - Como evitar
desgaste físico relacionado à maneira
de sentar e dirigir 50
3.3.3 Segurança Veicular 51
3.3.4 Equipamentos de Segurança do Motociclista 55
3.4 TIPOS DE ACIDENTES 57
3.4.1 Colisões com o veículo da frente 58
3.4.2 Colisões com o veículo de trás 59
3.4.3 Colisões com veículos em sentido contrário 60
3.4.4 Colisões misteriosas 61
3.4.5 Acidentes envolvendo motocicletas 61

UE4 CUIDADOS COM OS DEMAIS


USUÁRIOS DA VIA 62

4.1 RESPONSABILIDADE DO CONDUTOR DE VEÍCULO


DE MAIOR PORTE EM RELAÇÃO AOS DE MENOR PORTE
E DE AMBOS PELOS PEDESTRES 62

4.2 PEDESTRES 63
4.3 VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS 66
4.4 ANIMAIS 67
6 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES
Comportamentos expressam princípios e valores de uma
sociedade. Adequar comportamentos para alcançar uma vida
coletiva com qualidade e respeito demanda conscientização
sobre as questões envolvidas no convívio social e,
consequentemente, na convivência no trânsito.

A capacitação dos condutores para o comportamento


seguro no trânsito é essencial para que se possa atender a
diretiva da “preservação da vida, da saúde e do meio
ambiente” prevista na Política Nacional de Trânsito.

Direção Defensiva é a técnica


indispensável ao condutor que
deseja utilizar corretamente
o seu veículo ao dirigir/pilotar,
respeitando as normas e
regras de trânsito e buscando !
reduzir a possibilidade de
se envolver em acidentes
de trânsito. É uma atitude
de segurança e prevenção
de acidentes.

É essa escolha de princípios e valores que irá levar a um trânsito


harmonioso, mais humano, seguro e justo, preservando a vida,
a saúde e o meio ambiente.

DIREÇÃO DEFENSIVA 7
1 UNIDADE DE ESTUDO 1
CONCEITO DE
DIREÇÃO DEFENSIVA

O Código de Trânsito Brasileiro


estabelece, logo em seu artigo
primeiro, a maior de suas
diretrizes, a de que o “trânsito
seguro é um direito de todos e
um dever dos órgãos e
entidades do Sistema Nacional
de Trânsito”.

O que é
Direção Defensiva?
Direção defensiva é a postura que o
condutor assume ao dirigir de maneira
segura, cuidando do seu próprio
comportamento e das atitudes dos outros
condutores.

Conduzir defensivamente é dirigir ou pilotar


de maneira a evitar acidentes ou diminuir as
consequências de acidentes inevitáveis,
apesar das condições adversas, dos erros e
da irresponsabilidade de outros condutores
e pedestres.

8 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Pilotagem Defensiva consiste no ato de pilotar
uma motocicleta de forma a evitar acidentes,
respeitando as regras de circulação e conduta, a
legislação de trânsito e os cuidados especiais que
são necessários para a pilotagem (a vestimenta, o
capacete, a moto, a postura, a perícia e,
principalmente, a responsabilidade).

O comportamento correto no trânsito permite


reconhecer situações de perigo com o veículo e
de risco com outros usuários da via.

A direção defensiva pode ser:

Direção Defensiva Preventiva Direção Defensiva Corretiva

Deve ser a atitude permanente do É a atitude que o condutor deverá


condutor para evitar acidentes. É adotar ao se defrontar com a
quando ele avalia suas condições possibilidade de um acidente,
físicas e mentais, bem como as corrigindo situações não previstas.
condições climáticas e de seu Tentar corrigir uma situação de risco
veículo, antes mesmo de assumir a não prevista anteriormente, ou
condução do veículo, propondo-se gerada por condições adversas.
a transitar com segurança,
prevenindo acidentes.

DIREÇÃO DEFENSIVA 9
1.1
ELEMENTOS
Atenção
Os elementos da Direção
e Pilotagem Defensiva são:

O condutor deve sempre estar atento na


Conhecimento condução de seu veículo e consciente da
possibilidade de um acidente. A atenção
deve ser direcionada a todos os
elementos da via e também às
O condutor defensivo deve conhecer as
condições físicas e mentais do condutor,
leis e normas de trânsito, as
ao comportamento dos demais
particularidades do veículo, seus
condutores, pedestres, ciclistas e
equipamentos e acessórios, as
veículos não motorizados e às prováveis
condições adversas e a maneira correta
condições adversas.
de enfrentá-las.

Previsão Decisão

É a habilidade necessária para que o É a capacidade de decidir e determinar


condutor preveja e se prepare para as qualquer ação durante a condução do
eventualidades, podendo ser sobre um veículo, uma vez que, ao reconhecer um
raio de ação próximo ou distante. É a perigo imediato à sua frente, o condutor
antecipação de uma situação de risco e, deverá tomar uma decisão e esta vai
quanto melhor for a capacidade de depender da sua habilidade para fazer
previsão do condutor, mais segura será a uma escolha inteligente a tempo de
sua condução. evitar um acidente. Dependerá da
situação que se apresenta e do seu
conhecimento das leis e normas de
trânsito, das possibilidades do veículo e
do tempo e do espaço que dispõe para
tomar uma atitude correta.

10 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Habilidade

É um requisito essencial para o condutor


e está ligada diretamente à capacidade
de o condutor dirigir, tendo habilidade
para realizar as manobras necessárias e
corretas no trânsito.

O Condutor

Todos os outros cinco elementos só


funcionarão se utilizados em conjunto e
de maneira eficaz pelo condutor. Com os
conhecimentos necessários e atenção
total ao ato de conduzir, o condutor
poderá prever situações de risco e
decidir e agir defensivamente, evitando
acidentes e preservando a sua segurança
e dos demais usuários das vias.

DIREÇÃO DEFENSIVA 11
2 UNIDADE DE ESTUDO 2
CONDIÇÕES ADVERSAS
E SITUAÇÕES DE RISCO

Condições adversas são fatores ou


combinações de fatores que podem
prejudicar a forma de conduzir,
influenciando o desempenho do condutor e
contribuindo para aumentar as situações de
risco no trânsito, podendo comprometer a
segurança.

Ao dirigir, o condutor deve estar preparado


para lidar com situações que não dependem
somente dele, identificando os riscos e
agindo corretamente diante dessas
situações, adotando os procedimentos
corretos adequados a cada uma delas.

Tipos de Condições Adversas

Ÿ Condições Adversas de Iluminação;

Ÿ Condições Adversas de Tempo;

Ÿ Condições Adversas da Via;

Ÿ Condições Adversas do Trânsito;

Ÿ Condições Adversas do Veículo;

Ÿ Condições Adversas de Cargas;

Ÿ Condições Adversas de Passageiros;

Ÿ Condições Adversas do Condutor.

12 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


2.1 O ofuscamento também pode ocorrer
CONDIÇÕES ADVERSAS devido:
DE ILUMINAÇÃO Ÿ Ao farol alto de um veículo vindo em

As condições de iluminação são muito sentido contrário;


importantes na Direção Defensiva. A Ÿ Ao reflexo da luz solar em vidros,
intensidade da luz natural ou artificial, janelas ou espelhos de outros
em determinado momento, pode afetar veículos;
a capacidade de o motorista ver e ser
visto. Ÿ Luz alta no retrovisor;

O ofuscamento ocorre quando há Ÿ À reflexão da luz solar em objetos


excesso de luz e a penumbra, quando há polidos como por exemplo lagos,
falta de luz, podendo provocar rios, pistas e para-brisas;
condições favoráveis a um acidente. Ÿ À passagem de um trecho muito
O motorista necessita se adaptar a essas iluminado para um trecho escuro, ou
circunstâncias, para que não ocorra um vice-versa, como acontece nas
acidente. entradas ou saídas de túneis.
A visão é mais prejudicada em dois
momentos: ao amanhecer ou ao pôr do
sol, quando os raios solares estão muito Em dias de chuva, o ofuscamento
inclinados e a luz do sol incide causado por faróis altos é ainda maior, já
diretamente nos olhos, causando que os pingos de água no para-brisa
ofuscamento. ampliam a luminosidade.

DIREÇÃO DEFENSIVA 13
Quando há ofuscamento da visão pelos faróis do veículo que vem em sentido contrário,
as pupilas levam de 4 a 7 segundos para restabelecerem a visão normal. Isso significa
que um veículo a 80 km/h poderá percorrer 155 metros antes que seu condutor recupere
plenamente a visão.

Para dirigir ou pilotar na penumbra,


tão importante quanto ver, é
a também ser visto. Ao menor sinal de
A penumbra é uma um
br
pe n iluminação precária, deve-se manter
ocorrência frequente na
a luz baixa ligada, reduzir a
passagem do final da
velocidade, aumentar a distância de
tarde para o início da
segurança dos demais veículos e
noite ou do final da
redobrar a atenção.
madrugada para o nascer do dia ou ainda,
quando o céu está nublado ou se chove Além do ofuscamento e da
com intensidade. penumbra, a noite, que é a ausência
total de luz solar, também pode ser
É também considerada uma situação
considerada condição adversa de
perigosa, pois contornos e cores ficam
iluminação. Nesse período, a
pouco definidos, dificultando ver e ser
visibilidade depende completamente
visto, a avaliação de distâncias e o
da iluminação artificial das vias e da
reconhecimento de objetos. Ocorre ao
anoitecer, ao amanhecer, no interior de luz emitida pelos faróis dos veículos.
túneis, viadutos e em tempestades. Assim, deve-se manter as luzes do
veículo em perfeito
funcionamento, com os faróis
regulados e limpos.

Quando se tratar de pilotagem de


motocicleta, se houver veículo à frente,
recomenda-se que este não seja
ultrapassado, mas seguido a uma distância
segura.

Aproveitando-se, assim, a iluminação


adicional proporcionada por ele e a
indicação de obstáculos, buracos ou
irregularidades na pista, através da
observação de desvios e oscilações do
veículo à frente.

14 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


2.2
CONDIÇÕES ADVERSAS
DE TEMPO
Algumas condições climáticas e naturais
afetam a segurança do trânsito. Sob estas
condições, deverão ser adotadas atitudes que
garantam a segurança do condutor e dos
demais usuários da via.

As condições adversas de tempo estão


relacionadas às condições atmosféricas: chuva,
granizo, neblina, vento, fumaça, frio e calor.
Esses fenômenos reduzem a capacidade visual
do motorista, dificultando a visualização de
outros veículos. Tais condições podem se
tornar tão extremas a ponto de impossibilitar
que o condutor enxergue a margem de
estradas ou suas faixas divisórias.

Além de dificultar a capacidade de ver e de ser


visto, podem causar problemas nas estradas
como barro, areia e desmoronamento,
deixando-as escorregadias e perigosas,
ocasionando derrapagens e acidentes.

A grande maioria dos acidentes ocorridos em


condições climáticas adversas deve-se à falta
de adaptação de alguns motoristas que
continuam a dirigir o veículo em velocidade
incompatível.

Assim, algumas medidas de segurança devem


As condições adversas de
ser tomadas, tais como:
tempo estão relacionadas às
Ÿ reduzir a marcha; condições atmosféricas:
chuva, granizo, neblina,
Ÿ acender as luzes baixas;
vento, fumaça, frio e calor.
Ÿ se o tempo estiver ruim, parar em um lugar
seguro e esperar que as condições
melhorem.

DIREÇÃO DEFENSIVA 15
Chuva

A chuva reduz a visibilidade de todos, conforto e segurança. Evitar, ainda, pisar


deixa a pista molhada e escorregadia e no freio de maneira brusca, para não
pode criar poças de água se o piso da travar as rodas e não deixar o veículo
pista for irregular, não possuir inclinação derrapar, pela perda de aderência. Se o
favorável ao escoamento de água ou se veículo dispuser de freios ABS, aplicar a
estiver com buracos. força no pedal mantendo-o pressionado
até o seu controle total.
Deve-se ficar alerta desde o início
da chuva (quando a pista, Para evitar o “embaçamento” dos
geralmente, fica mais escorregadia, vidros, deve-se abri-los um pouco ou
devido à presença de óleo, areia ou ligar o desembaçador.
impurezas) e tomar muito cuidado
no caso de chuvas intensas (quando Ter os limpadores de para-brisa sempre
a visibilidade é ainda mais reduzida em bom estado, assim como o
e a pista é recoberta por uma desembaçador e o sistema de
lâmina de água podendo aparecer sinalização do veículo funcionando
muito mais poças). perfeitamente, aumentam as condições
de segurança e o conforto nestas
ocasiões.
Nesta situação, deve-se redobrar a
atenção, ligar o esguicho e o limpador O estado de conservação dos pneus e a
de para-brisa, acionar a luz baixa do profundidade dos seus sulcos também
farol, aumentar a distância do veículo à são muito importantes, pois evitam a
frente e reduzir a velocidade até sentir perda de aderência na chuva.

Aquaplanagem ou hidroplanagem
Com água na pista, pode ocorrer a aquaplanagem, que é a perda da
aderência do pneu com o solo (o pneu não consegue remover a lâmina
de água). O veículo “flutua” na água e o controle sobre ele é perdido,
podendo ocorrer com qualquer tipo de veículo e em qualquer piso. Para
evitar esta situação de perigo, deve-se observar com atenção a presença
de poças de água sobre a pista, mesmo não havendo chuva, e reduzir a
velocidade antes de entrar na região empoçada, utilizando os freios.

Quando o veículo estiver sobre poças de água, não é recomendável a


utilização dos freios, devendo-se retirar o pé do acelerador, reduzir a
marcha, manter o volante firme e movimentá-lo levemente (para evitar o
desgoverno do veículo).

16 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Granizo

No caso de chuvas de granizo (chuva acompanhada de pequenas pedras de gelo), além


dos inconvenientes causados pela chuva, a visibilidade é ainda menor. O melhor a fazer é
parar o veículo em local seguro e aguardar o seu fim. Normalmente ela não dura muito
nestas circunstâncias. Recomenda-se aos motociclistas que busquem um lugar coberto.

Neblina ou Cerração Vento

Ventos muito fortes podem deslocar o


veículo que se encontra em movimento,
causando a perda de sua estabilidade e
o descontrole, caso o atinjam, podendo
ocasionar colisões com outros veículos
ou mesmo capotamentos.

Sob neblina ou cerração, o pavimento fica Há trechos de rodovias onde são


úmido e escorregadio, reduzindo a frequentes os ventos fortes.
aderência dos pneus. Deve-se observar o movimento
da vegetação às margens da via,
Nestas condições, deve-se imediatamente
para identificar a força do vento.
acender a luz baixa do farol (e o farol de
neblina, se possuir), aumentar a distância
do veículo à frente e reduzir a velocidade Em alguns casos, estes trechos
até sentir mais segurança e conforto. Não encontram-se sinalizados. Ao notar
usar o farol alto, uma vez que ele reflete a movimentos fortes da vegetação ou ver
luz nas partículas de água, reduzindo a sinalização correspondente, reduzir a
ainda mais a visibilidade. velocidade para não ser surpreendido e
manter a estabilidade.
Caso haja a necessidade de parar, o
motorista deve procurar um local seguro, Os ventos também podem ser gerados
como um posto de abastecimento. Em pelo deslocamento de ar de outros
virtude da pouca visibilidade, em caso de veículos em velocidades maiores, no
neblina, geralmente não é seguro parar mesmo sentido ou no sentido contrário
no acostamento, o qual deve ser utilizado de tráfego ou até mesmo na saída de
somente em caso extremo e de túneis. A velocidade deverá ser reduzida,
emergência, afastando-se ao máximo da adequando-se à marcha do motor, para
pista de rolamento e utilizando, neste diminuir a probabilidade de
caso, o pisca-alerta. desestabilização do veículo.

DIREÇÃO DEFENSIVA 17
Fumaça

Apesar de a presença de fumaça na pista não se tratar de condição climática, ela pode
provocar falta de visibilidade semelhante à causada pela neblina , (mas, normalmente,
ocorrendo de maneira localizada) e sua fuligem pode reduzir a aderência do piso.

Nos casos de queimadas, o condutor deve redobrar a atenção, reduzir a velocidade, ligar
a luz baixa do farol e, depois de adentrar na área com fumaça, não parar o veículo na pista
(em virtude da falta de visibilidade, os demais motoristas podem não enxergar o veículo
parado).

2.3
CONDIÇÕES ADVERSAS DA VIA
para chegar ao destino desejado.

São muitas as condições adversas das


vias de trânsito, tais como: má
conservação, curvas mal projetadas ou
mal construídas, pavimentação
inexistente ou defeituosa,
sinalização deficiente ou
inadequada, aclives e
Via pública é a superfície por onde declives acentuados,
transitam veículos, pessoas e animais, falta de acostamento,
compreendendo a pista, a calçada, o trechos escorregadios
acostamento, a ilha e o canteiro central. (areia, óleo na pista, poças de
Podem ser urbanas ou rurais. água), buracos, obras na pista,
excesso de vegetação, lombadas,
Cada via possui suas características, as ondulações e desníveis.
quais devem ser observadas para reduzir
os riscos de acidentes. O condutor deve, como medida
preventiva, controlar a velocidade
Antes de iniciar um percurso curto ou e redobrar a atenção de acordo
longo, o motorista defensivo deve com cada situação, evitando
planejar o itinerário com antecedência, ser surpreendido e sofrer
procurando informações sobre as qualquer acidente.
condições das vias as quais irá percorrer,
assim como o tempo que irá necessitar

18 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Fixação da Velocidade Curvas

Ao dirigir ou pilotar em uma curva, sente-


se o efeito da força centrífuga (a força
que “joga” o veículo para fora da curva e
exige um certo esforço para não deixar o
veículo sair da trajetória) e quanto maior
a velocidade, mais essa força é sentida.
Ela pode chegar ao ponto de tirar o
O condutor deve dirigir numa velocidade controle do veículo, provocando um
compatível às condições da via, capotamento ou a travessia na pista, com
respeitando os limites de velocidade colisão com outros veículos ou
estabelecidos. atropelamento de pedestres e ciclistas.

Embora esses limites sejam os que estão A velocidade máxima permitida numa
nas placas de sinalização, há curva leva em consideração aspectos
determinadas circunstâncias geométricos de construção da via. Para
momentâneas nas condições da via – segurança e conforto do condutor, este
tráfego, condições do tempo, obstáculos, deve respeitar a sinalização e adotar
aglomeração de pessoas – que exigem alguns procedimentos:
a redução da velocidade e
Ÿ Reduzir a velocidade com
aumento de atenção, para
antecedência, utilizando o freio e, se
dirigir com segurança.
necessário, reduzir a marcha antes de
Quanto maior a
entrar na curva e de iniciar o
velocidade, maior é o
movimento do volante;
risco e mais graves são
os acidentes, sendo Ÿ Começar a fazer a curva com
maior a possibilidade de morte no movimentos suaves e contínuos no
trânsito. volante, acelerar gradativamente e
respeitar a velocidade máxima
O tempo que se ganha utilizando
permitida. À medida que a curva for
uma velocidade mais elevada não
terminando, retornar o volante à
compensa os riscos. Por exemplo:
posição inicial, também com
a 80 quilômetros por hora são
movimentos suaves;
percorridos 50 quilômetros em
37 minutos; e a 100 Ÿ Procurar fazer a curva movimentando
quilômetros por hora leva- o volante o mínimo possível, evitando
se 30 minutos para movimentos bruscos e oscilações na
percorrer a mesma direção.
distância.

DIREÇÃO DEFENSIVA 19
Declives

Quando for percebido que à frente encontra-se um declive acentuado, deve-se, antes
de iniciada a descida, testar os freios e manter o câmbio engatado numa marcha
reduzida durante a descida.

Não se deve descer com o veículo desengrenado, pois em caso de necessidade, não
haverá a força do motor para auxiliar a parar ou reduzir a velocidade e os freios
podem não ser suficientes; assim como não se deve desligar o motor nas descidas,
pois com ele desligado os freios não funcionam adequadamente e o veículo pode
atingir velocidades descontroladas, além do risco de o volante travar.

Ultrapassagem

Ultrapassar ou ser ultrapassado são representação da lei e foi implantada por


situações de perigo, porque um dos pessoal técnico que calculou que
veículos necessita ocupar a pista da naquele trecho não é possível a
contramão, mesmo que por um breve ultrapassagem, porque há perigo de
instante. A ultrapassagem realizada com acidente.
imprudência pode resultar em colisões
frontais, laterais, derrapagens e saída da Nos trechos onde houver sinalização
pista. permitindo a ultrapassagem, ou onde
não houver qualquer tipo de sinalização,
A dificuldade de estabelecer o tempo e a só se deve ultrapassar se a faixa do
distância necessária para efetuá-la com sentido contrário de fluxo estiver livre e,
segurança, também faz com que ocorra mesmo assim, só tomar a decisão
este tipo de colisão. considerando a potência do veículo e a
velocidade do veículo à frente.
A sinalização proibindo a ultrapassagem
deve ser respeitada; ela é a Nas subidas deve-se somente ultrapassar

20 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


quando já estiver disponível a terceira faixa, destinada a veículos lentos. Não existindo esta
faixa, o condutor deve seguir as mesmas orientações anteriores, sem esquecer de
considerar que a potência exigida do veículo será superior à exigida na pista plana.

Nos declives, as velocidades de todos os


veículos são muito maiores. Para ultrapassar,
o condutor deve tomar cuidado adicional
com a velocidade necessária para a
ultrapassagem e sempre lembrar que não
pode ser excedida a velocidade máxima
permitida naquele trecho da via.

Outros veículos podem querer também


ultrapassar. Não se deve dificultar a Para ultrapassar, deve-se acionar a
ultrapassagem, mas sim, facilitá-la, mantendo seta para esquerda, mudar de
a velocidade do veículo ou até mesmo a faixa a uma distância segura do
reduzindo ligeiramente. Deve-se avisar ao veículo a sua frente e somente
outro condutor se são verificadas condições retornar à faixa normal de tráfego
para a realização da manobra e buscar a quando puder enxergar o veículo
segurança durante a situação, observando o ultrapassado pelo retrovisor.
veículo que se encontra atrás e se algum
outro veículo está vindo na contramão.

Estreitamento da Pista

Qualquer estreitamento de pista aumenta


riscos. Pontes estreitas ou sem acostamento,
obras, desmoronamento de barreiras,
presença de objetos na pista, por exemplo,
provocam estreitamentos. Ao enxergar a
sinalização ou perceber o estreitamento, o
condutor deve redobrar sua atenção, reduzir
a velocidade e a marcha e, quando for
possível a passagem de apenas um veículo
por vez, aguardar o momento oportuno e
alternar a passagem com os outros veículos
que vêm em sentido oposto.

DIREÇÃO DEFENSIVA 21
Acostamento

Pode ocorrer, em trechos da via, um


desnivelamento do acostamento em
relação à pista de rolamento, um
“degrau” entre eles. Nestes casos,
deve-se redobrar a atenção,
concentrar-se no alinhamento da via e
permanecer a uma distância segura do
seu limite, evitando que as rodas caiam
no acostamento e seja causado um
descontrole do veículo.
É uma parte da via, mas diferenciada da
pista de rolamento, destinada à parada Em caso de necessidade de parada no
ou estacionamento de veículos, em acostamento, deve-se procurar um local
situação de emergência, e à circulação onde não haja desnível ou ele esteja
de pedestres e bicicletas, quando não reduzido. Caso seja extremamente
houver local apropriado para esse fim. necessário parar, primeiro deve ser
reduzida a velocidade (o mais
É proibido trafegar com veículos suavemente possível para não causar
automotores no acostamento, pois isso acidente com os veículos que venham
pode causar acidentes com outros atrás) e sinalizado com a seta. Após
veículos parados ou atropelamentos de parar o veículo, sinalizar com o triângulo
pedestres ou de ciclistas. de segurança e o pisca-alerta.

Condições do Piso da Pista de Rolamento

Ondulações, buracos, elevações, inclinações ou alterações do tipo de piso


podem desestabilizar o veículo e provocar a perda do controle. Passar por
buracos, depressões ou lombadas pode causar desequilíbrio no veículo,
danificar componentes ou ainda acarretar a perda da dirigibilidade.

O problema pode ser agravado, ainda, se os freios forem utilizados


incorretamente ou se for realizado movimento brusco com a direção.

Ao perceber antecipadamente estas ocorrências na pista, o


condutor deve reduzir a velocidade, utilizando os freios, evitando
acioná-los durante a passagem pelos buracos, depressões e
lombadas, para não aumentar o desequilíbrio de todo o conjunto.

22 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Trechos Escorregadios

A presença de água, óleo, barro, areia ou outros líquidos ou materiais na pista reduz
o atrito do pneu com o solo e essa perda de aderência pode causar derrapagens e
descontrole do veículo.

O condutor deve estar sempre atento ao estado do pavimento da via, procurando


adequar sua velocidade a essa situação e evitando mudanças abruptas de velocidade
e frenagens bruscas, que tornam mais difícil o controle do veículo nessas condições.

Sinalização Árvores e Vegetação

A sinalização é um sistema de Árvores e vegetação nos canteiros


comunicação para ajudar o condutor a centrais de avenidas ou nas calçadas
dirigir com segurança. Como estudamos podem esconder placas de sinalização.
anteriormente, em Legislação de Por não enxergar essas placas, os
Trânsito, as várias formas de sinalização motoristas podem ser
mostram o que é permitido e o que é induzidos a fazer manobras
proibido fazer, advertem sobre perigos que tragam perigo de
na via e também indicam direções a colisões entre veículos
seguir e pontos de interesse. ou atropelamento de
pedestres e de
É projetada com base na engenharia e ciclistas.
no comportamento humano,
independentemente das habilidades
individuais do condutor e do estado
particular de conservação do veículo. Ao notar árvores
ou vegetação
Por essa razão, deve-se respeitar que possam
sempre a sinalização e
estar encobrindo
adequar o
a sinalização, deve-
comportamento aos
limites do veículo.
se redobrar a atenção,
até mesmo reduzir a
velocidade, para poder
identificar restrições de
circulação e com isso evitar
acidentes.

DIREÇÃO DEFENSIVA 23
Cruzamento entre vias

Em um cruzamento, a circulação de O condutor que for ingressar numa via,


veículos e de pessoas é alterada a todo procedente de um lote lindeiro a essa
instante. Quanto mais movimentado o via, deverá dar preferência aos veículos e
cruzamento, haverá mais conflito entre pedestres que por ela estejam
veículos, pedestres e ciclistas, transitando.
aumentando os riscos de colisões e
atropelamentos.

Ao aproximar-se de qualquer tipo de Quando veículos, transitando por


cruzamento, o condutor do veículo deve fluxos que se cruzem,
demonstrar prudência especial, aproximarem-se de local não
transitando em velocidade moderada, sinalizado, terá preferência de
de forma que possa deter seu veículo passagem:
com segurança para dar passagem a
pedestre e a veículos que tenham o a) no caso de apenas um fluxo ser
direito de preferência. proveniente de rodovia, aquele que
estiver circulando por ela;
Em cruzamentos sinalizados, a
sinalização é que determina de quem é a b) no caso de rotatória, aquele que
preferência de passagem.
estiver circulando por ela;

c) nos demais casos, o que vier


pela direita do condutor.

24 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


2.4
CONDIÇÕES ADVERSAS DE TRÂNSITO
As condições de trânsito envolvem a Nas cidades (vias
presença de outros usuários da via, urbanas): Há um número
interferindo no comportamento do maior de veículos,
motorista. tornando o trânsito mais
intenso e mais lento,
O trânsito pode sofrer variações existindo uma sinalização específica
de acordo com a via, o número para o controle do tráfego com
de veículos e a fluidez do tráfego. segurança. Em determinados locais e
Existem períodos do dia que horários, o número de veículos é maior.
afetam o tráfego na via, tais como O condutor defensivo deve procurar
obedecer à sinalização existente com
os horários de pico, durante os
redobrada atenção, ser cuidadoso ao
quais a movimentação de
dirigir e, sempre que possível, evitar
pessoas e veículos é mais esses horários e locais.
intensa.
Nas estradas (vias
rurais): Nas rodovias
Os fatores adversos mais comuns são: estaduais e federais, os
trânsito lento ou congestionado, horários níveis de velocidades são
e locais de maior movimento, áreas de maiores, entretanto o
aglomeração ou grande circulação de número de veículos geralmente é
pedestres, presença de ciclistas e outros menor, o que predispõe o motorista a
veículos não motorizados, tráfego intenso exceder a velocidade permitida e
de veículos pesados e comportamento cometer infrações de trânsito,
imprudente ou agressivo de outros aumentando também o risco de
condutores. acidentes.

As situações adversas do trânsito podem Em determinadas épocas do ano (férias,


ser diferenciadas nas vias urbanas e rurais: feriados, festas), o número de veículos
aumenta muito, ocasionando
congestionamentos e outros tipos de
problemas.

DIREÇÃO DEFENSIVA 25
2.5
CONDIÇÕES ADVERSAS DO VEÍCULO
Para dirigir com segurança, o condutor deve manter o veículo em bom estado e em
perfeitas condições de funcionamento.

Os veículos dispõem de equipamentos e sistemas importantes para, tanto evitar situações


de perigo que possam causar acidentes (freios, suspensão, sistema de direção, iluminação,
pneus, dentre outros), quanto para diminuir os impactos causados caso estes ocorram
(cintos de segurança, airbags, encostos de cabeça, barras de proteção laterais). Assim,
manter esses equipamentos em boas condições é importante para que eles cumpram suas
funções.

2.5.1
Manutenção Preventiva definidas pelos fabricantes, dentro de
e Manutenção Corretiva determinadas condições de uso.

O conceito de manutenção está ligado ao Manutenção Preventiva é a manutenção


controle, ao cuidado com o veículo e ao que evita que os problemas se agravem.
acompanhamento frequente do mesmo. É um investimento na segurança, por isso
Essa manutenção contribui ao seu bom não deve ser considerada como uma
desempenho e à vida útil de seus despesa e deve ser efetuada segundo as
componentes, evitando também a recomendações do fabricante do veículo.
ocorrência de acidentes.

Os sistemas e componentes do veículo


Manutenção Corretiva é a
sofrem desgaste com o uso. O desgaste
de um componente pode prejudicar o
manutenção efetuada quando
funcionamento de outros, os problemas existentes no
comprometendo a segurança veículo necessitam de reparo
do condutor e dos imediato, para que as peças
demais usuários da defeituosas não danifiquem
via. Para evitar outros componentes e não
que isto comprometam a segurança do
ocorra, deve- condutor e dos demais usuários
se observar a da via, conforme mencionado
vida útil e a
anteriormente.
durabilidade dos
componentes

26 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


2.5.2
Inspeção | Verificação Periódica
A verificação periódica das condições do
veículo é responsabilidade do condutor,
visando a sua segurança e dos usuários
do veículo e das vias.

Deve ser efetuada diariamente em


relação aos equipamentos obrigatórios
de informações e comunicação; e
semanalmente, nos demais acessórios.

O próprio condutor pode observar o


funcionamento de seu veículo, seja
pelas indicações do painel, ou por uma
inspeção visual simples:

Ÿ Combustível: verificar se o indicado no Ÿ Palhetas do limpador de para-brisa:


painel é suficiente para chegar ao trocar quando estiverem ressecadas;
destino;
Ÿ Desembaçador dianteiro e traseiro (se
Ÿ Nível de óleo de freio, do motor e de existirem): verificar se estão
direção hidráulica: observar os funcionando corretamente;
respectivos reservatórios, conforme
manual do proprietário; Ÿ Funcionamento dos faróis: verificar
visualmente se todos estão
Ÿ Nível de óleo do sistema de acendendo;
transmissão (câmbio): para veículos de
transmissão automática, observar o Ÿ Regulagem dos faróis: verificar com
nível do reservatório e nos demais um mecânico se os faróis estão
veículos, procurar vazamentos sob o regulados corretamente;
veículo; Ÿ Lanternas dianteiras e traseiras, luzes
Ÿ Água do radiador: nos veículos indicativas de direção, luz de freio e luz
refrigerados a água, observar o nível de ré: inspeção visual;
do reservatório de água; Ÿ Equipamentos obrigatórios: conferir se
Ÿ Água do sistema limpador de para- todos os equipamentos obrigatórios
brisa: verificar o reservatório de água e exigidos pela legislação estão em
a necessidade de produtos específicos perfeito estado, tais como estepe,
que auxiliam a desengordurar os macaco, chave de fenda, chave de
vidros; roda e triângulo de segurança.

DIREÇÃO DEFENSIVA 27
Vejamos alguns cuidados a serem
tomados com determinados
equipamentos do veículo:

Pneus

Os pneus possuem três funções como: defeito na suspensão (desgaste


importantes: impulsionar, frear e manter a apenas de um dos lados do pneu),
dirigibilidade do veículo. Devem estar em desalinhamento dos pneus dianteiros,
perfeitas condições, pois representam um “folga” nos embuchamentos, na caixa de
fator importante de segurança. Seu direção ou nos rolamentos das rodas
desgaste deve se dar por igual tanto no dianteiras, terminais de direção gastos,
sentido radial, quanto no transversal. impactos causados por buracos, guias de
calçadas, assim como aceleração e
Apesar de o pneu estar calibrado freadas bruscas.
corretamente, várias causas podem
provocar seu desgaste irregular, tais

O condutor deve conferir sempre:

Calibragem: seguir as Deformações na carcaça:


recomendações do fabricante observar se os pneus não
do veículo, observando a apresentam bolhas ou cortes
situação de carga (vazio e carga (podem causar um estouro ou
máxima). Pneus murchos têm uma rápida perda de pressão);
sua vida útil diminuída,
prejudicam a estabilidade,
aumentam o consumo de Dimensões irregulares: não
combustível e reduzem a utilizar pneus de modelo ou
aderência em piso com água; dimensões diferentes das
recomendadas pelo fabricante
(para não reduzir a estabilidade
Desgaste: o pneu deverá ter e desgastar outros
sulcos de, no mínimo, 1,6 componentes da suspensão).
milímetros de profundidade,
para permitir o escoamento de
água e garantir a segurança e a
perfeita aderência ao piso (em
caso de piso molhado);

28 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


O condutor pode identificar outros problemas referentes aos pneus com facilidade:
vibrações do volante indicam possíveis problemas com o balanceamento das rodas; o
veículo “puxando” para um dos lados indica um possível problema com a calibragem dos
pneus ou com o alinhamento da direção.

Para obter a máxima segurança e


estabilidade, o condutor deve:

Ÿ Utilizar pneus em perfeito estado e deixando um rastro no asfalto. Caso


com as pressões corretas, de acordo haja rastros, é sinal de que os pneus
com as especificações do fabricante. estão em contato direto com o piso.
A calibragem deve ser efetuada Em caso negativo, está ocorrendo a
semanalmente e sempre com os aquaplanagem e, nesta situação, os
pneus frios; freios não devem ser utilizados.
Conforme estudado nas Condições
Ÿ Evitar o uso de pneus recauchutados, adversas de tempo, deve-se retirar o
carecas ou lisos; pé do acelerador, reduzir a marcha,
Ÿ Tomar cuidado com pneus novos,
manter o volante firme e
pois podem ser perigosos em piso movimentando-o levemente (para
molhado, uma vez que somente após evitar o desgoverno do veículo);
alguns quilômetros de uso é que eles Ÿ Verificar se as ferramentas
adquirem a aspereza necessária;
para a sinalização de
Ÿ Fazer rodízio dos pneus (de acordo segurança e para a troca
com as recomendações do de pneus encontram-se
fabricante) para que o desgaste no veículo e se funcionam
ocorra por igual; adequadamente (chave
Ÿ Observar pelos espelhos retrovisores,
de roda, macaco e
em pista molhada, se as rodas estão triângulo).
Ÿ

Não esquecer que todas estas recomendações acima também se aplicam


ao pneu sobressalente (estepe), nos veículos em que ele é exigido.

DIREÇÃO DEFENSIVA 29
Freios

São os dispositivos mais importantes para


a segurança e têm por finalidade reduzir
a velocidade ou fazer o veículo parar.

Em relação aos freios, o condutor


deverá:

Ÿ Verificar o funcionamento do freio de


serviço imediatamente após iniciar o
seu trajeto; de frenagem do motor atinja seu
Ÿ Acionar moderadamente o freio de
máximo, proporcionando um menor
serviço até obter uma parada total, esforço ao freio de serviço;
sempre que entrar em contato com a Ÿ Regular periodicamente o sistema
água (para secar as guarnições e de freios;
restabelecer a eficiência);
Ÿ Verificar sempre o nível do fluído do
Ÿ Utilizar a mesma marcha na subida e freio, inspecionando visualmente as
na descida das serras sempre que guarnições das sapatas através das
possível, possibilitando que a força janelas de verificação.

Ao serem utilizados, os freios se aquecem e, em caso de serem utilizados repetidamente


por um longo período (como nas descidas de serras), podem perder a sua eficiência. Caso
ocorra uma situação de emergência, é necessário parar o veículo imediatamente.

Nessas circunstâncias, o motorista deverá, como medida defensiva:

Ÿ Desviar dos outros veículos rapidamente, buscando espaços vazios;

Ÿ Sinalizar com o pisca-alerta;

Ÿ Utilizar o freio motor e o freio de estacionamento como freios de


emergência, acionando-os gradualmente para não provocar o
travamento brusco das rodas;

Ÿ Reduzir as marchas cuidando para não colocar o veículo em ponto


neutro (não adequado em uma situação de emergência).

30 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Os freios molhados também podem causar acidentes, não funcionando corretamente em
paradas súbitas e fazendo o veículo “puxar” para o lado, ocasionando a perda de controle
sobre ele.

Após dirigir em meio a uma grande poça d'água ou após o veículo ter sido lavado em um
posto de serviço, o condutor deve pressionar levemente o pedal de freio, até sentir que os
freios estão funcionando normalmente.

Sistema de Suspensão Sistema Elétrico

A finalidade do sistema de O sistema elétrico do veículo é


suspensão e dos responsável pelo acionamento do motor
amortecedores é manter a de partida, pelo funcionamento do motor
estabilidade do veículo. Ele e pela reposição de carga da bateria,
diminui as trepidações e os além do funcionamento tanto das luzes,
choques resultantes do pisca, limpador de para-brisa e outros
contato dos pneus do veículo aparelhos elétricos. Ele deve estar
com o solo, proporcionando funcionando perfeitamente e qualquer
conforto e segurança. sinal de mau funcionamento no painel de
instrumento necessita ser investigado.
O condutor deve estar
atento aos 2.6
amortecedores, molas e CONDIÇÕES
estabilizadores, pois eles ADVERSAS DE CARGAS
são muito importantes na
manutenção da Ao transportar cargas em geral ou em
dirigibilidade, da qualquer situação que o obrigue a dirigir
estabilidade e da transportando objetos (viagens ou
segurança do veículo. mudanças, por exemplo), o condutor
pode ter a sua segurança comprometida,
transformando-se a carga em uma
Deve-se verificar os itens da condição adversa. Os motivos mais
suspensão durante as comuns são:
revisões, dirigir de maneira
Ÿ Carga mal distribuída, mal embalada
compatível com a qualidade
ou acondicionada inadequadamente;
da pista e não exceder os
limites de lotação e carga do Ÿ Falha na imobilização e amarração dos
veículo. volumes dentro do compartimento de
cargas;

DIREÇÃO DEFENSIVA 31
Ÿ Desconhecimento do tipo de carga e
das suas características;

Ÿ Mau estado da carroceria ou do


compartimento de carga.

Para que a carga não se torne uma


condição adversa quando transportada,
o condutor deve observar os seguintes
aspectos:

Ÿ O volume e o peso da carga devem


ser compatíveis com a capacidade do
veículo e quando transportada
externamente, não poderá obstruir as
luzes de sinalização e a visão do
condutor, nem exceder as dimensões
laterais do veículo;

Ÿ Não transportar passageiros nos


compartimentos de carga ou vice-
versa;

Ÿ Certificar-se de que a carga está


imobilizada e bem acondicionada.

Motocicletas

O motociclista deve se certificar de que


o compartimento de carga (se houver)
encontra-se bem instalado; verificar se a
carga não é muito volumosa ou muito
pesada para a motocicleta; se a carga
está bem colocada e distribuída (para
não causar vibrações e oscilações na
moto) e distribuir igualmente o peso da
Os cuidados deverão ser redobrados em carga, caso a motocicleta seja equipada
relação às motocicletas, pois o peso, com compartimentos laterais. Deve
o volume e a posição da carga alteram também ter em mente que quanto mais
significativamente o seu comportamento alta se encontrar a carga, maior é o
nas curvas, acelerações e frenagens. desequilíbrio causado à moto.

32 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


2.7
CONDIÇÕES
ADVERSAS DE PASSAGEIROS
O comportamento dos passageiros pode se tornar uma condição adversa para o condutor,
comprometendo sua segurança e dos demais usuários da via.

O cuidado com crianças pequenas é Crianças menores de 10 anos


imprescindível. Indica-se que estejam devem ocupar o assento traseiro
com um acompanhante para cuidar ou do automóvel, utilizando o cinto
dar devida atenção a elas, orientando-as
de segurança, em assentos
a não colocarem partes do corpo para
apropriados para cada faixa
fora do veiculo, a usarem o cinto de
etária.
segurança e a não abandonarem objetos
na via.
O limite de passageiros deverá sempre
Antes de iniciar o trajeto, é importante ser observado e passageiros com
verificar se elas estão sendo conduzidas estado emocional alterado (irritados,
de acordo com o estabelecido na nervosos, inseguros, alcoolizados,
legislação, observadas as faixas etárias e drogados, etc.), machucados, que
o dispositivo de retenção utilizado (bebê passem mal durante o percurso, assim
conforto, cadeirinha, assento de elevação como barulhos, brigas e desordem,
ou cinto de segurança). podem favorecer o acontecimento de
um acidente.

DIREÇÃO DEFENSIVA 33
Motocicletas

O comportamento do passageiro Para manter a estabilidade do veículo


também é uma condição adversa para o durante a pilotagem, o passageiro deve
motociclista. permanecer com seu ângulo de visão ao
lado da cabeça do piloto, de forma que
A utilização de equipamentos e vestuário possa se antecipar às manobras e
adequados, bem como a adoção de uma acompanhar os principais movimentos,
postura correta na pilotagem, não se inclusive as inclinações necessárias
aplicam somente ao piloto. O passageiro durante as curvas
(ou “garupa”) também deve permanecer
atento a uma série de detalhes para a sua Na frenagem da motocicleta, quando o
segurança e bom desempenho do corpo do passageiro é projetado para
veículo. As primeiras medidas devem ser frente, é necessário que ele pressione as
tomadas antes mesmo de a motocicleta pernas no quadril do piloto, para que
entrar em movimento. este não sofra a transferência de peso e
perca o equilíbrio.

No caso de um passageiro Quando a motocicleta parar, o


inexperiente, é importante que o passageiro deve manter os pés nas
piloto reserve alguns minutos para pedaleiras traseiras avisando ao piloto de
destacar as peculiaridades da que já se encontra pronto para descer do
condução de uma motocicleta, veículo. O passageiro deve descer
buscando evitar possíveis reações primeiro, sempre pelo lado esquerdo da
bruscas durante a pilotagem. motocicleta.
É proibido o transporte de menores de
10 (dez) anos em motocicleta.(Lei
O piloto deve ser o primeiro a subir na 14.071/20).
moto e ligá-la. Em seguida, deve subir o
passageiro, colocando os pés nas
pedaleiras somente após estar sentado.

Ao trafegar, é importante que o


passageiro se mantenha o mais próximo
possível do condutor, segurando em sua
cintura ou quadril, não retire os pés das
pedaleiras quando da parada do veículo
e mantenha as pernas e roupas longe do
escapamento, da corrente e de outras
partes móveis.

34 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


2.8
CONDIÇÕES ADVERSAS DO CONDUTOR
E ESTADO FÍSICO E MENTAL DO CONDUTOR
Alterações no estado físico e mental do condutor afetam diretamente a sua capacidade de
dirigir com segurança, por isso ele deve estar física e mentalmente em condições de
dirigir/pilotar um veículo. Compete ao condutor avaliar as suas condições ao se propor a
conduzir um veículo, valendo-se de bom senso para evitar envolver-se em situação de risco.

As principais condições
adversas do condutor são:

ESTRESSE

USO DE MEDICAMENTOS
SONO E FADIGA

ESTADO DE TENSÃO EMOCIONAL


DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

PRESSA E IMPACIÊNCIA
USO DE ÁLCOOL E DROGAS

DISTRAÇÃO

Estresse

O estresse é uma reação do organismo surgimento de sintomas como fadiga,


perante qualquer coisa que possa sono irregular, nervosismo, impaciência,
representar perigo, revelando-se, por agressividade e até mesmo o
exemplo, pela aceleração do coração, aparecimento de doenças orgânicas.
aumento da tensão muscular, aumento do
alerta do cérebro e alterações do O condutor deve procurar compensar as
organismo. tensões do trânsito através de momentos
de lazer e prática de exercícios físicos
O condutor, ao ser submetido a uma e/ou de relaxamento.
situação de perigo ao dirigir ou ser
pressionado por outros fatores (pessoais Um exame médico regular pode ajudar a
ou profissionais), pode se manter em detectar doenças orgânicas e males
estado de estresse, ocasionando o causados pelo estresse.

DIREÇÃO DEFENSIVA 35
Sono e Fadiga

A fadiga é uma sensação de


cansaço permanente, resultante
de determinadas doenças como
estresse e esgotamento,
ocasionando dificuldade de
concentração, lapsos de atenção
e diminuição do tempo de
reação do condutor.

Para evitar a fadiga, o condutor deve


iniciar seu trajeto descansado, dirigir em
O sono diminui a capacidade de dirigir e posição confortável, utilizar o cinto de
pilotar. Um motorista com sono segurança e parar e descansar a cada
representa uma ameaça igual ou superior duas horas ou 160 quilômetros.
à segurança das pessoas em comparação
a um condutor que dirige embriagado. A Ao notar sintomas de cansaço, indica-se
sonolência prejudica os reflexos e a uma ligeira interrupção da viagem,
atividade psicomotora, causando o alto realizada em local seguro, onde o
índice de acidentes envolvendo motorista possa relaxar a musculatura,
motoristas sonolentos. esticar as pernas, movimentar os braços e
andar um pouco.
O condutor deve ficar atento aos
Caso os sintomas persistam e o corpo
sinais de sonolência, verificados
emitia sinais de cansaço e dificuldade de
quando ele passa a necessitar de
concentração, o ideal é que o condutor
certo esforço para se concentrar e descanse pelo tempo que for necessário,
manter os olhos abertos, quando até se sentir em condições de dirigir.
a cabeça “pesa”, a visão perde o Quando o condutor não se encontrar em
foco, boceja constantemente, condições físicas e/ou mentais para
assim como seus pensamentos dirigir, deve solicitar a outro condutor que
ficam vagos e ocorrem pequenos o faça por ele.
“desligamentos”.

36 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Deficiências Físicas

Algumas deficiências físicas não impedem


o indivíduo de dirigir, mas tornam
obrigatória a utilização de acessórios ou
adaptações no veículo, os quais
neutralizam estas deficiências e permitem
ao condutor dirigir normalmente.

Exemplos: lentes e próteses corretivas.

Uso de Álcool e Drogas

Ao dirigir um veículo, o condutor Suas consequências são:


necessita estar com todos os seus
Diminuição da Capacidade de Reação:
sentidos e reflexos preparados para uma
causa depressão e pode levar o condutor
decisão ou reação imediata. A ingestão
a um estado de relaxamento com
de bebida alcoólica ou a utilização de
retardamento dos seus reflexos;
drogas, além de reduzir a concentração,
afeta a coordenação motora, altera o Redução de Inibição: os efeitos do álcool
comportamento e diminui o tendem a eliminar a inibição;
desempenho, limitando a percepção de
situações de perigo e reduzindo a Debilitação do Controle Neuromuscular:
capacidade de ação e reação. o condutor não consegue dividir sua
atenção de maneira satisfatória após uma
O álcool etílico é considerado uma pequena dose de bebida; a habilidade de
substância psicoativa. Quando chega ao mudar sua atenção de um
estômago, é rapidamente absorvido e acontecimento para outro ou
transportado à corrente sanguínea. de realizar duas coisas ao
mesmo tempo (exigida
A dosagem alcoólica é distribuída por para uma direção segura)
todos os órgãos e líquidos orgânicos, torna-se, em grande
concentrando-se de maneira elevada no parte, reduzida;
cérebro e afetando completamente a
capacidade de condução de veículos.

DIREÇÃO DEFENSIVA 37
Dificuldade de Visão: o motorista não Uso de Medicamentos
consegue ponderar corretamente a
velocidade de seu veículo ou dos Conforme vimos anteriormente, o
demais, nem a que distância se consumo de algumas substâncias afeta
encontra em relação a aos demais negativamente o estado físico e mental
usuários da via. do indivíduo e seu modo de dirigir.
Alguns remédios utilizados, mesmo por
As drogas psicoativas são substâncias que recomendação médica, podem alterar o
alteram temporariamente o estado do condutor (alterações sensoriais,
funcionamento do sistema nervoso tontura, sonolência, alterações no
daquele que as ingere, alterando o comportamento, dentre outros efeitos),
padrão de percepção e consciência da prejudicando seu desempenho ao
realidade e de si mesmo, podendo volante.
produzir alterações no funcionamento
cerebral. Algumas drogas possuem efeito O condutor deve
relaxante e proporcionam uma falsa evitar dirigir após o
sensação de bem-estar; outras criam uso de medicamentos
alucinações ou sensação de “flutuação”; que afetem o seu
e outras são excitantes e geram a estado físico e mental.
sensação de euforia.

!
O condutor que dirigir sob a influência Estado de Tensão Emocional
de álcool (qualquer concentração de
álcool por litro de sangue ou por litro de Preocupações, aborrecimentos e
ar alveolar) ou de qualquer outra temperamento agressivo são causas
substância psicoativa que determine frequentes de acidentes de trânsito. O
dependência, incorrerá em infração condutor deve ficar atento a possíveis
prevista no Código de Trânsito Brasileiro. mudanças em seu comportamento, pois
Tal infração é gravíssima, sendo aplicada se encontra transitando em um espaço
a penalidade de multa (dez vezes) e público e, em caso de tensão emocional,
suspensão do direito de dirigir, além da o veículo pode acabar se transformado
medida administrativa de recolhimento em “arma pessoal”, ampliando o perigo
do documento de habilitação e retenção para o condutor e para os demais
do veículo. Em caso de reincidência no usuários da via.
período de até 12 (doze) meses, a multa
será aplicada em dobro.

38 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Pressa e Impaciência

Condutor com pressa representa alto


risco de acidentes, colocando todos os
usuários da via em perigo.

Deve-se planejar o trajeto com


antecedência, evitando a necessidade de
dirigir com pressa.

Pressa e impaciência, somadas,


enfraquecem a margem de raciocínio
claro que o condutor necessita dispor
durante todo o tempo no trânsito. Além
disso, ante a pressa e impaciência dos
outros, o motorista necessita auxiliar a
evitar acidentes, mantendo ainda mais a
calma.

Distração

Segundo os princípios da direção uso do celular que gera distração e


defensiva, a atenção é elemento coloca o motorista em situação de risco.
indispensável ao ato de dirigir e qualquer Vejamos alguns fatores que geram a
distração ao conduzir um veículo pode distração:
ocasionar um acidente.

Por problemas pessoais ou profissionais, SOM


cansaço, trechos longos, acontecimentos O condutor deve evitar trocar a estação
dentro do veículo ou fora da estrada, de rádio ou CD enquanto dirige,
sinalização deficiente ou inexistente, o selecionando, antes de colocar o veículo
desvio da atenção do ambiente de em movimento, o que deseja ouvir
trânsito são frequentes causas de durante o trajeto. Além disso, não é
acidentes. aconselhado dirigir com música muito
alta, pois pode encobrir o barulho de
Fala-se que a distração ocasionada pelo
buzinas de outros veículos ou do apito
celular é responsável por grande número
do agente de trânsito, além de outros
de acidentes ocorridos no Brasil e no sons que podem ser essenciais à
mundo. No entanto, não é somente o segurança.

DIREÇÃO DEFENSIVA 39
CIGARRO MAPA OU GPS
O ato de fumar enquanto dirige é Deve-se consultar mapas ou GPS
proibido por lei, caracterizando infração (Sistema de Posicionamento Global)
de trânsito o fato de dirigir com apenas antes do início do trajeto. Caso seja
uma das mãos. O cigarro desvia a necessária nova consulta e o condutor
atenção do trânsito e limita a mobilidade não tenha a quem solicitá-la, deve parar
do condutor em caso de necessidade em local seguro para fazê-lo.
de tomada de decisão rápida. Além
disso, o cigarro ainda pode cair no carro
ou na roupa, fazendo com que o
condutor tenha mais alguns segundos
CELULAR
de distração.
A distração ocasionada pelo uso de
aparelho celular é responsável por
grande número de acidentes ocorridos
PASSAGEIROS no Brasil e no mundo.

O comportamento dos passageiros Desviar a atenção do trânsito por


pode se tornar uma distração para o 2 ou 3 segundos é o suficiente
condutor, comprometendo sua para se envolver em um
segurança e dos demais usuários da via, acidente. Em 2 segundos, um
conforme estudamos anteriormente em
veículo trafegando a 80 km/h
Condições Adversas de Passageiros.
chega a percorrer 44 metros.
Digitar um número de telefone ou uma
mensagem desconcentra o condutor
por alguns segundos, os quais são
COMIDA E BEBIDA suficientes para desviar a atenção do
Não se deve ingerir alimentos e bebidas trânsito.
enquanto estiver dirigindo, pois além de Os riscos não ocorrem somente ao
afastar uma das mãos do volante (e utilizar o aparelho celular ao ouvido, pois
assim infringir a legislação de trânsito), sua utilização modo viva voz não é
alimentos podem cair e bebidas podem completamente segura, uma vez que
derramar, desviando a atenção do pesquisas demonstram que conversar
trânsito. ao telefone retira a atenção necessária
para conduzir com segurança.

40 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Temperatura Ideal
no Interior do veículo
A temperatura no interior do veículo
influencia o ato de dirigir. Caso o
condutor esteja sentindo calor, poderá
desencadear sintomas de fadiga,
contribuindo para momentos de distração
e podendo causar acidentes. Por outro
lado, conduzir com frio também não é o
indicado, pois também pode causar
desconforto ao condutor. Para a
manutenção da temperatura ideal no
veículo, indica-se o uso do ar
condicionado.

2.9
OUTRAS SITUAÇÕES
DE RISCO
Marcha à ré

A marcha à ré é uma das manobras consideradas de


risco, pois sua execução implica em restrições de
visibilidade e mobilidade do condutor.

Constitui infração de trânsito transitar em marcha à ré,


salvo na distância necessária a pequenas manobras e
de forma a não causar riscos à segurança.

Antes de se valer desta manobra, faz-se necessário verificar com


cuidado se o trajeto está livre e se não há nenhum obstáculo de
pequeno, médio ou grande porte (veículos, pedestres, crianças,
animais, árvores, postes, etc.). O condutor deve evitar sair de garagens
e estacionamentos em marcha à ré, assim como deve evitar entrar em
ré em esquinas ou lugares de pouca visibilidade.

Para manobrar em marcha à ré, recomenda-se que o condutor vire


totalmente a cabeça para a direita para olhar para trás.

DIREÇÃO DEFENSIVA 41
Reação, Frenagem, Distância de Segurança e Parada

Frenagem é a utilização do sistema de freios para reduzir a velocidade ou parar.

Distância de Reação
É a distância percorrida pelo veículo
desde o instante em que o perigo é visto Ao se considerar uma velocidade de 40 km/h,
até o momento em que o motorista toma tem-se:
a atitude de parar (pisar no freio).
1 quilômetro = 1.000 metros
Em condições normais, o tempo médio 1 hora = 60 minutos = 3.600 segundos
de reação do motorista é de ¾ de ¾ de segundo = 0,75 segundos
segundos a 1 segundo, considerando-se
Portanto, um veículo que se desloca a
que o tempo de reação é variável de 40 Km/h = 40.000 metros/3.600 segundos,
pessoa para pessoa. ou seja, estará se deslocando a uma
velocidade de 11,11 metros/segundo.
Para que se possa entender de maneira
mais clara a distância de reação e o que Se o tempo de reação de uma pessoa
isso representa em espaço percorrido normal é de 0,75 de segundo, tem-se:
num determinado tempo real, eis um
11,11 m/s x 0,75 segundos = 8,33 metros
exemplo ao lado:
Desta forma conclui-se que, em uma
velocidade de 40 km/h, o veículo percorrerá
Distância de Frenagem uma distância de 8,33 metros antes de
começar a parar.

São inúmeras as variáveis que influenciam


a distância de frenagem, uma vez que ela
está relacionada diretamente ao tipo de
via, de pneu do veículo e de freio, às
condições do pavimento, à existência de
É a distância percorrida pelo veículo detrito ou água na pista, à velocidade em
desde o acionamento do mecanismo do que o condutor está trafegando, dentre
freio, até a parada total do veículo. outros fatores.

42 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Distância de Segurança (ou de Segmento) Apesar de auxiliar os condutores a
É a distância entre um veículo e o que manterem uma distância de segurança
segue a sua frente. Esta distância permite em relação ao veículo à frente, o método
que o condutor defensivo pare ou desvie não é completamente eficiente, pois é
o seu veículo antes de se chocar com o impossível levar em consideração todas
veículo à frente. as variáveis envolvidas (tempo de reação,
visibilidade, estado de conservação dos
Para manter uma distância de pneus, eficiência dos freios e o peso do
segmento segura entre o veículo e o veículo, da carga, dentre outros fatores).
que está a sua frente, o condutor
pode utilizar a Regra dos 2 segundos:
Distância de Parada
Observar um ponto fixo de
referência à margem da estrada É a distância percorrida pelo veículo
(uma árvore, placa de desde que o perigo é visto até a
sinalização, poste, casa); imobilização completa do veículo.

Quando o veículo à frente A Distância de Reação (DR), somada à


Distância de Frenagem (DF), resulta na
passar com a traseira pelo
Distância de Parada (DP), a qual deverá
ponto de referência, começar a
ser menor que a Distância de Segurança
contar pausadamente
(DS), para que não haja choque com o
“cinquenta e um, cinquenta e
veículo à frente.
dois”, que equivale a
aproximadamente dois Ex.: DR + DF = DP< DS
segundos;

Se ao passar com o seu veículo


pelo ponto de referência o Travamento das Rodas
condutor já tiver concluído a
contagem, significa que ele está O ato de frear é utilizado para
mantendo uma distância segura. desacelerar ou parar o veículo,
Caso o condutor ao passar pelo compreendendo o atrito do sistema de
ponto de referência não tenha frenagem com as rodas, assim como dos
terminado a contagem, significa pneus com o solo.
que a distância de segurança do
A frenagem correta é quando a força do
veículo para com o da frente
sistema de freios é ligeiramente inferior à
não é segura, devendo força de atrito do pneu com o solo. O
aumentar a distância. travamento das rodas ocorre quando a
força do sistema de freio é superior à

DIREÇÃO DEFENSIVA 43
força de atrito do pneu com o solo; a O sistema de
roda para de girar e não freia, apenas se freios chamado
arrasta no asfalto, valendo-se de um ABS (sigla para
espaço maior até a parada total do
Anti-lock
veículo.
Braking System)
Um bom conjunto de freios deve monitora a
imobilizar o veículo no menor espaço velocidade das
possível e reduzir a possibilidade de rodas e interfere no
acarretar o travamento das rodas. circuito de modo que, por mais força
O condutor deve manter o veículo em que seja aplicada no pedal, as rodas
linha reta, não virar a direção e aliviar um recebem um limite de pressão,
pouco o pé sobre o pedal do freio, não evitando que as rodas sejam
retirando totalmente, nem “bombeando” bloqueadas durante a frenagem e o
e em seguida frear novamente. descontrole do veículo.

Pontos Cegos

As seis colunas de sustentação do teto do


veículo encobrem a visão do motorista
quando ele vai realizar determinadas
manobras, diminuindo seu campo de
visão, como por exemplo, quando da
mudança de faixa na via.

44 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


DIREÇÃO DEFENSIVA 45
3 UNIDADE DE ESTUDO 3
COMO EVITAR ACIDENTES

3.1
ACIDENTES EVITÁVEIS
E ACIDENTES
NÃO EVITÁVEIS
Acidentes são acontecimentos imprevistos,
com consequências indesejáveis. Acidente
de trânsito é todo evento danoso que
envolva o veículo, a via, o homem e/ou
animais e ocorre em virtude de um fator ou
uma combinação de fatores que lhe dão
causa. A Direção Defensiva ajuda a prever
esses fatores e ensina técnicas para controlá-
los, com o intuito de evitar acidentes.

Existem dois tipos de acidentes: os


evitáveis e os não evitáveis.

Os evitáveis são aqueles em que se deixou


de fazer tudo o que, razoavelmente, poderia
ter sido feito para evitá-los; enquanto os não
evitáveis são aqueles em que, esgotando-
se todas as medidas possíveis para impedi-
los, vieram a ocorrer, provocados por
condições adversas que não dependam do
homem, tais como as condições
atmosféricas (vento, chuva, granizo e neve),
problemas na pista (óleo, buracos, etc.) e no
veículo.

46 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


As condições das vias podem ser
3.2 determinantes para ocorrência de
CAUSAS DOS ACIDENTES acidentes. A má conservação, curvas mal
projetadas ou mal construídas,
Conforme vimos na unidade anterior, pavimentação inexistente ou defeituosa,
condições adversas podem prejudicar a sinalização deficiente ou inadequada,
forma de conduzir, influenciando o aclives e declives acentuados, falta de
desempenho do condutor e contribuindo acostamento, trechos escorregadios
para o aumento das situações de risco (areia, óleo na pista, poças de água),
no trânsito, comprometendo a buracos, obras na pista, excesso de
segurança. vegetação, lombadas, ondulações e
desníveis contribuem para os acidentes
A intensidade da luz natural ou artificial
de trânsito.
em determinado momento pode afetar a
capacidade de ver ou ser visto. Pode As condições de trânsito envolvem a
haver luz em excesso, provocando presença de outros usuários da via,
ofuscamento; insuficiente, provocando a interferindo no comportamento do
penumbra; ou ainda a noite, que é a condutor. As condições do trânsito são
ausência total de luz solar, fazendo com afetadas em horários de maior
que a visibilidade dependa movimentação de pessoas e veículos.
completamente de iluminação artificial.
As condições adversas do veículo podem
O tempo é outro fator determinante de causam acidentes, principalmente no
acidentes, pois as condições que se refere ao estado de conservação
atmosféricas como a chuva, o granizo, a do veículo, pois quando o acidente tem
neblina, a fumaça, o frio e o calor, por causa o veículo, os defeitos mais
reduzem a capacidade visual do comuns são pneus gastos, freios
condutor, tornando difícil a visualização desregulados, lâmpadas queimadas,
de outros veículos, assim como manter o limpador de para-brisa com defeito,
veiculo na pista. dentre outros.

DIREÇÃO DEFENSIVA 47
Quando tratamos das Condições diretamente afetada por alterações em
Adversas do Veículo, vimos a seu estado físico e mental.
importância das manutenções
preventivas e corretivas, assim como Conforme já estudado, as
da verificação periódica. principais condições adversas
do condutor são: estresse,
Carga e passageiros também podem se
sono, fadiga, deficiências físicas,
transformar em condições adversas,
uso de álcool, drogas ou
comprometendo a segurança do
condutor e dos demais usuários da via. medicamentos que alteram a
percepção, estado de tensão
O condutor, no entanto, é o elemento emocional, pressa, impaciência
que mais causa acidentes, ao ter sua e distração.
capacidade de dirigir com segurança

Em qualquer acidente ocorre, pelo menos,


uma destas três falhas humanas:

IMPRUDÊNCIA

É a atitude precipitada do condutor, que age sem cautela, expondo-se de


maneira desnecessária ao perigo, sem medir as consequências. As
principais imprudências determinantes de acidentes são: excesso de
velocidade, dirigir sob efeito de álcool e/ou drogas, distância insuficiente
em relação ao veiculo à frente e desrespeito à sinalização.

IMPERÍCIA

Pode ser definida como a inexperiência ou falta de habilidade. Ocorre


quando o condutor não se encontra capacitado ou familiarizado de maneira
suficiente com determinado tipo de veículo e quando não sabe conduzir e
reagir de maneira correta ante situações adversas ou de emergência.

NEGLIGÊNCIA

É o descaso de quem conhece as regras, mas não lhes atribui a devida


importância.

48 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


3.3
PREVENÇÃO DE ACIDENTES

3.3.1
Revisão Mental
Para evitar acidentes, é importante que o
condutor utilize o “método básico de
prevenção de acidentes”, o qual consiste
em três ações ligadas entre si:

Prever o perigo: Com antecedência,


antes de se sentar ao volante, o condutor
deve realizar um levantamento mental
das condições que poderão ser
encontradas em seu trajeto, imaginando
o que irá ou poderá ocorrer, pensando
nas atitudes inadequadas que outros
condutores poderão cometer e refletir
sobre como lidará com isso; O condutor defensivo deve ter:
Encontrar a solução: Para cada tipo de
Ÿ Concentração: estar sempre
situação, há uma maneira adequada de
atento ao que pode acontecer
se resolver o problema. Assim, o
condutor deverá aprender essas
durante o trajeto e consciente dos
maneiras a fim de aplicá-las sempre que riscos de acidentes;
necessário, refletindo mentalmente sobre
Ÿ Atenção Difusa: dirigir atento ao
as situações que poderão ocorrer antes
seu redor, observando os sinais
de iniciar o trajeto, uma vez que essa
reflexão permitirá ao condutor agir de de comunicação luminosa, sonora
maneira correta em casos imprevistos; e gestos de outros condutores e
usuários das vias;
Agir a tempo: A maioria dos acidentes
de trânsito ocorre devido a motoristas Ÿ Ação Adequada: dar preferência
que, mesmo percebendo o perigo, ao pedestre, conduzir em baixa
esperam que o outro indivíduo/condutor velocidade onde houver
perceba o risco e tome a iniciativa de aglomeração de pessoas, assim
evitá-lo. Para que possa evitar o acidente, como não buzinar (para não
o condutor deve agir a tempo, com assustar o pedestre).
consciência e tomar decisões assertivas.

DIREÇÃO DEFENSIVA 49
Antes de iniciar seu trajeto, o condutor 3.3.2
deve realizar uma breve inspeção e se Posição do Condutor
certificar de que está tudo bem com ele, no Veículo - Como
com o veículo e com os passageiros
(abordamos a Inspeção Periódica
evitar desgaste físico
quando tratamos de Condições relacionado à maneira
Adversas do Veículo no capítulo de sentar e dirigir
anterior); ajustar corretamente o banco e
A posição correta e confortável ao dirigir
os espelhos e colocar o cinto de
evita desgaste físico e contribui para
segurança (certificar-se de que todos os
evitar situações de perigo.
ocupantes façam o mesmo).
O condutor deve:

Ÿ Dirigir com os braços e pernas


ligeiramente dobrados, evitando
tensões;

Ÿ Apoiar bem o corpo no assento e no


encosto do banco, o mais próximo
possível de um ângulo de 90 graus;

Ÿ Ajustar o encosto de cabeça de


acordo com a altura dos ocupantes do
veículo, de preferência na altura dos
Ao conduzir, deve posicionar as
olhos;
duas mãos no volante (caso haja a
necessidade de executar manobras Ÿ Segurar o volante com as duas mãos,
rápidas para evitar um acidente, este é como os ponteiros do relógio na
um cuidado decisivo), não segurando na posição de 9 horas e 15 minutos
parte inferior ou na travessa central do (assim enxerga melhor o painel,
mesmo e não efetuando movimentos acessa melhor os comandos do
bruscos e precipitados, os quais elevam veículo e, nos veículos com airbag,
os riscos de ocorrência de acidentes. não impede o seu funcionamento);

Os motociclistas devem, antes de iniciar Ÿ Procurar manter os calcanhares


o seu trajeto, ajustar corretamente os apoiados no assoalho do veículo e
espelhos da motocicleta de modo que evitar apoiar os pés nos pedais,
consigam enxergar a pista atrás de si e, quando não os estiver usando;
se possível, a pista lateral. Os espelhos
Ÿ Utilizar calçados que fiquem bem fixos
devem ainda, mostrar a extremidade do
braço ou ombro do próprio piloto. aos seus pés, para que possa acionar

50 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


os pedais rapidamente e com segurança;

Ÿ Colocar o cinto de segurança, de


maneira que ele se ajuste
firmemente ao seu corpo (a faixa
inferior deve passar pela região
do abdome e a faixa transversal
passar sobre o peito e não sobre
o pescoço);
Ÿ Ficar em posição que permita enxergar
bem as informações do painel e verificar
sempre o funcionamento de sistemas
importantes.

3.3.3
Segurança Veicular
Uso Correto dos Retrovisores

Quanto mais o condutor enxerga o que O ajuste dos espelhos retrovisores laterais
acontece à sua volta enquanto dirige, deve ser realizado com maior cautela,
maior a possibilidade de evitar situações sendo aconselhável utilizar a maior parte
de perigo. do espelho para refletir a imagem lateral
traseira do veículo ou o mínimo possível
Normalmente os veículos possuem três da lataria, reduzindo a possibilidade de
espelhos retrovisores: o espelho central, “pontos cegos” ou sem alcance visual.
que garante visibilidade traseira durante
a condução e os laterais, que têm como Caso não consiga eliminar esses “pontos
função auxiliar o condutor a enxergar fora cegos”, deve movimentar a cabeça ou o
de sua visão periférica. corpo para encontrar outros ângulos de
visão pelos espelhos externos, ou através
O ajuste do espelho central deve ser feito da visão lateral, antes de iniciar uma
somente após a regulagem do banco do manobra, além de dedicar também uma
motorista e sua imagem deve garantir a atenção especial aos ruídos dos motores
visibilidade da maior parte do vidro dos outros veículos, somente realizando a
traseiro, não devendo o motorista colocar manobra caso esteja seguro de que não
bagagens ou objetos que impeçam sua irá causar acidente.
visão através do retrovisor interno.

DIREÇÃO DEFENSIVA 51
Cinto de Segurança
Como utilizar corretamente
O cinto de segurança é um dispositivo o cinto de segurança:
que garante a segurança em caso de
acidentes, além de fazer parte dos Ÿ Ajustar firmemente ao corpo,
equipamentos obrigatórios. O cinto de sem deixar folgas;
segurança existe para limitar a
movimentação dos ocupantes de um Ÿ A faixa inferior deverá ficar abaixo
veículo, em casos de acidentes ou em do abdome e a faixa transversal
uma freada brusca. Nestes casos, ele deve vir sobre o ombro,
impede que as pessoas se choquem com atravessando o peito, sem tocar
as partes internas do veículo ou sejam o pescoço;
lançadas para fora dele, reduzindo a
gravidade das possíveis lesões. Ÿ Não utilizar presilhas, pois elas
anulam os efeitos do cinto de
Para que isso ocorra, os cintos de
segurança.
segurança devem estar em boas
condições de conservação e todos os
ocupantes devem utilizá-los, inclusive os
passageiros dos bancos traseiros, (até
mesmo gestantes e crianças). O transporte de crianças com até dez
anos de idade somente pode ser
Deve-se sempre realizar uma inspeção realizado no banco traseiro do veículo,
nos cintos de segurança, verificando se acomodadas em dispositivo de retenção
não possuem cortes (para não se afixado ao cinto de segurança do veículo,
romperem em uma emergência), se não adequado à sua estatura, peso e idade.
existem dobras que impeçam sua perfeita
elasticidade, se o travamento está Em caso de veículo que não possua
funcionando perfeitamente e se os cintos banco traseiro, o transporte de crianças
dos bancos traseiros estão disponíveis menores de 10 anos poderá ser
para utilização dos ocupantes. realizado, excepcionalmente, no banco

52 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


dianteiro, utilizando o cinto de segurança. deve passar por sobre a pélvis e abaixo
Dependendo da idade, deverão ser da barriga e a parte diagonal deve passar
colocadas em cadeiras apropriadas, com pela região central do ombro, entre os
a utilização do cinto de segurança. Caso seios, não pressionando o bebê.
o veículo disponha de air bag para o
passageiro, recomenda-se que seja O cinto de segurança é de utilização
desligado enquanto estiver transportando individual. Seu uso nas vias urbanas e
a criança. rurais é exigido a todos os ocupantes do
veículo, salvo em situações
Em caso de gravidez, ao contrário do que regulamentadas pelo CONTRAN.
muitos pensam, o cinto também deve ser O transporte de criança, no colo, ambos
utilizado, mas com determinados com o mesmo cinto, poderá acarretar
cuidados: a parte abdominal do cinto lesões graves e até a morte da criança.

Encosto de cabeça

O encosto de cabeça é proteção pescoço, pode ser rapidamente


obrigatória para os assentos do motorista projetada para frente e, logo em seguida,
e dos passageiros (à exceção do para trás, imitando um elástico ou
passageiro do assento central traseiro). chicote, daí o nome.
Ele eleva a altura do encosto do banco e
seu uso correto é tão importante quanto Para prevenir lesões na coluna cervical, o
o do cinto de segurança. encosto de cabeça do banco deve ser
ajustado corretamente, para, em caso de
Sua utilidade é ainda maior em casos de uma colisão traseira, evitar uma
colisão traseira, pois nestes casos é movimentação exagerada do pescoço e
comum o relato do “efeito chicote” nos da cabeça. Para fazer o ajuste, o manual
passageiros do veículo atingido, o qual do veículo deve ser consultado,
pode provocar sérias lesões no pescoço e mas normalmente a
na coluna cervical e comprometer os recomendação é que a
movimentos dos braços e das pernas. altura do encosto deva
estar regulada no
Curiosidade sobre o “efeito chicote”: Ele centro posterior da
possui esse nome em virtude de o cabeça ou até
impacto de um veículo na traseira de 3 cm acima.
outro projetar à frente os ocupantes do
carro que está à frente. Com a colisão, o
cinto de segurança segura o corpo das
pessoas (mas não o pescoço e a cabeça).
Com isso, a coluna cervical, na região do

DIREÇÃO DEFENSIVA 53
Airbags

Portanto, para que o airbag possa


cumprir a sua função de amortecer o
choque dos ocupantes com as partes do
veículo, não se deve dirigir muito
próximo do volante, nem posicionar o
banco muito próximo do painel de
instrumentos, devendo-se manter os
braços posicionados na posição correta
no volante e nunca ficar com os pés em
cima do painel.

O ocupante não deve deixar objetos em


seu colo e/ou em sua boca e crianças e
animais entre ele e o airbag, pois em
caso de acidente as lesões serão
agravadas.

Nunca transportar crianças no banco, na


O airbag é um dispositivo de segurança
cadeirinha ou no colo, em regiões
complementar ao cinto de segurança.
próximas ao airbag, pois em caso de
O cinto garante a retenção necessária
acionamento do dispositivo, elas poderão
para que o airbag venha a atuar com
sofrer ferimentos gravíssimos.
eficácia, garantindo a correta trajetória do
ocupante na direção da bolsa de ar. O airbag não necessita de revisões
periódicas. Entretanto, caso a lâmpada
Este dispositivo não é projetado indicadora de anomalias no painel de
para acionar em qualquer tipo instrumentos permaneça acesa após a
de colisão; seu parâmetro de partida do veículo, acenda durante a
controle de acionamento está condução normal do veículo ou não
associado à desaceleração do acenda durante a partida, o sistema deve
veículo, ao ângulo de colisão e ser inspecionado por uma oficina
ao risco de lesão grave ou fatal. autorizada.

Devido à alta velocidade de seu Após o seu acionamento, não há como


acionamento, pode causar lesões graves recuperá-lo. Deste modo, o sistema deve
ou fatais, caso o ocupante não esteja em ser revisto e as peças necessárias
uma posição correta. trocadas.

54 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


3.3.4
Equipamentos de Segurança do Motociclista
Equipamentos de segurança são dispositivos utilizados pelo
motociclista para proteger a sua vida contra possíveis acidentes
durante a pilotagem.

Capacete, Viseira e Óculos de Proteção


(Resolução nº 453, do Contran)

Equipamentos de segurança são dispositivos


utilizados pelo motociclista para proteger a sua
O CAPACETE MOTOCICLÍSTICO
vida contra possíveis acidentes durante a
possui a finalidade de proteger a
pilotagem. calota craniana, o qual deve ser
calçado e fixado na cabeça do
usuário, de forma que fique firme,
com o tamanho adequado.

A VISEIRA é destinada à proteção


ÓCULOS DE PROTEÇÃO é aquele dos olhos e das mucosas, é
que permite ao usuário a construída em plásticos de
utilização simultânea de óculos engenharia, com transparência,
corretivos ou de sol. fabricadas nos padrões: cristal,
fumê light, fume e metalizadas.
A viseira e os óculos devem estar
limpos e sem riscos, para não
provocarem distorções na imagem.

É obrigatório, para circular nas vias


públicas, o uso de capacete
motociclístico pelo condutor e
passageiro de motocicleta, motoneta,
ciclomotor, triciclo motorizado e
quadriciclo motorizado, devidamente
afixado à cabeça pelo conjunto
formado pela cinta jugular e engate,
por debaixo do maxilar inferior.

DIREÇÃO DEFENSIVA 55
O capacete deverá contar com viseira, ou No período noturno, é obrigatório o uso
na ausência desta, deverá ser utilizado de viseira no padrão cristal. É proibida a
óculos de proteção, em boas condições aposição de película na viseira do
de uso. É proibido o uso de óculos de capacete e nos óculos de proteção.
sol, óculos corretivos ou de segurança do
trabalho (EPI) de forma singular, em Quando da fiscalização, as autoridades
substituição ao óculos de proteção. de trânsito ou seus agentes observam:

Ÿ Se o condutor e o passageiro estão


Quando o veículo estiver em utilizando capacete certificado pelo
circulação, a viseira ou óculos de INMETRO;
proteção deverão estar posicionados de Ÿ Se o capacete está devidamente
forma a dar proteção total aos olhos, afixado à cabeça;
observados os seguintes critérios:
Ÿ A aposição de dispositivo
Quando o veículo estiver retrorrefletivo de segurança nas
imobilizado na via, partes laterais e traseira do capacete,
independentemente do conforme especificado em legislação
motivo, a viseira poderá ser específica;
totalmente levantada,
Ÿ A existência do selo de identificação
devendo ser imediatamente
da conformidade do INMETRO, ou
restabelecida a posição frontal
etiqueta interna com a logomarca do
aos olhos quando o veículo for
INMETRO, podendo esta ser afixada
colocado em movimento;
no sistema de retenção;
A viseira deverá estar abaixada
Ÿ O estado geral do capacete,
de forma que possibilite a buscando avarias ou danos que
proteção total frontal aos identifiquem a sua inadequação para
olhos, considerando-se um o uso.
plano horizontal, permitindo-
se, no caso dos capacetes
com queixeira, pequena
abertura de forma a garantir a
circulação de ar;

No caso dos capacetes


modulares, além da viseira, a
queixeira deverá estar
totalmente abaixada e travada.

56 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Vestimenta

A vestimenta adequada é a que As luvas são essenciais para uma


oferece boa proteção em caso de pilotagem segura, pois
queda, além de proteger das proporcionam uma melhor pegada
intempéries e das partes quentes e nas manoplas, protegem do frio e
móveis da motocicleta. A ideal é a de impactos, além de proteger as
que protege completamente os mãos em caso de quedas.
braços e pernas, sem “folgas” que Os punhos longos evitam a entrada
se agitem com o vento, mas que de vento nas mangas da jaqueta.
permita liberdade de movimentos.
Capa ou o agasalho são indicados
Deve-se vestir roupas para uso em dias de chuva,
confeccionadas em tecidos devendo resistir ao vento, não inflar,
resistentes e em cores claras e nem rasgar. Devem conter detalhes
chamativas, para ser notado à ou adesivos refletivos.
distância.

Botas Colete

São os calçados mais indicados para O uso desse item é obrigatório


os motociclistas, pois garantem para o transporte remunerado,
maior firmeza no acionamento dos pois ele possui uma combinação
comandos, além de proteger de elementos retrorrefletivos e
os pés, tornozelos e pernas fluorescentes que contribuem
em caso de acidente com para a sinalização do motociclista. É
queda. importante sempre lembrar de que não
basta somente ver no trânsito; é preciso
ser visto.

3.4
TIPOS DE ACIDENTES
São vários os tipos de acidentes envolvendo
veículos. Os principais são capotamento,
atropelamento e colisão.

DIREÇÃO DEFENSIVA 57
Capotamento é quando um veículo em movimento gira em
qualquer sentido, ficando com as rodas para cima, mesmo que
momentaneamente. Em caso de capotamento, deve-se
sinalizar o local do acidente e, se houver vítima, prestar
socorro.

Atropelamento é quando o veículo em movimento colide com


algum obstáculo vivo (pessoa ou animal), derrubando-o ou
passando por cima.

Colisão é o impacto entre veículos em movimento, existindo


vários tipos:

3.4.1
Colisões com o Veículo
da Frente
Ocorrem quando o condutor colide com
o veículo que está imediatamente à sua
frente, no mesmo sentido de direção.

São as colisões que ocorrem devido ao


desrespeito à distância de segurança (já
estudada no capítulo anterior em Outras
situações de Risco), ou seja, o condutor
do veículo não mantém uma distância
segura do veículo à sua frente, ficando
impossibilitado de evitar a colisão.

Para evitar colisões com o veículo da


frente, o condutor deve estar alerta,
dominar a situação, manter distância de
segurança do veículo à sua frente e
reduzir imediatamente a velocidade ao
avistar algum tipo de perigo.

58 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


3.4.2
Colisões com o Veículo de Trás
São as colisões que ocorrem observar os veículos de trás e do lado,
principalmente quando o motorista do sinalizar suas intenções e, no caso de
veículo traseiro tem o mau hábito de parada, efetuá-la de maneira suave e
dirigir “colado” ao veículo da frente, gradativa, sempre sinalizando.
tornando impossível para o motorista que
vai à frente avisá-lo de suas intenções, Para evitar colisões com o veículo de
seja mudança de pista, parada, trás, o condutor deve:
ultrapassagem ou até mesmo uma Planejar o que fazer: não ficar indeciso
manobra de emergência. Outras causas quanto ao percurso, entradas ou saídas
são as freadas bruscas, falta de que irá utilizar. Planejar o seu trajeto
sinalização e manobras inesperadas do com antecedência, para não confundir,
veículo da frente. com manobras bruscas, o condutor que
vem atrás;
Para evitar colisões com o veículo de trás,
o condutor deve facilitar ao outro Sinalizar suas atitudes: informar através
condutor que lhe ultrapasse, levando o de sinalização correta e dentro do
próprio veículo para o acostamento ou tempo necessário o que pretende fazer,
para a faixa mais à direita possível; para que os outros condutores também
possam planejar suas atitudes.
Certificar- se de que todos entenderam
e viram sua sinalização (deve ficar
atento aos retrovisores, para ter noção
do comportamento do motorista de
trás);

Parar aos poucos: alguns condutores só


lembram de frear após o cruzamento no
qual deveriam entrar, obrigando os
outros condutores a frearem
bruscamente e nem sempre sendo
possível evitar a colisão.

“Livrar-se” dos colados à sua traseira:


utilizar o princípio da cortesia e
favorecer a ultrapassagem dos
"apressadinhos", mantendo sempre as
distâncias de segurança.

DIREÇÃO DEFENSIVA 59
3.4.3
Colisões com o Veículos em Sentido Contrário
A colisão entre dois veículos frente a controlá-lo e podendo causar um
frente é um dos piores tipos de acidente, acidente.
pois o impacto sofrido é proporcional à
soma das velocidades dos veículos Revise os procedimentos a serem
envolvidos.
adotados em ultrapassagens e
Este tipo de colisão pode ocorrer em curvas que estudamos em
retas, curvas ou cruzamentos. Condições Adversas da Via, caso
não se recorde.
A ultrapassagem em locais de pouca
visibilidade, sem as devidas precauções
de segurança, faz com que o condutor Boa parte dos acidentes de trânsito
não disponha de tempo suficiente para ocorre em cruzamentos sinalizados,
desviar ou evitar a colisão quando se causados principalmente por desrespeito
depara com outro veículo em sentido à sinalização, falta de visibilidade,
contrário. Para evitar este tipo de desconhecimento das vias preferenciais,
colisão, o condutor deve efetuar manobras inesperadas de veículos e
ultrapassagens somente nos locais trânsito de pedestres e ciclistas.
permitidos, tendo visibilidade total e
tempo suficiente para efetuar a manobra Dentro do perímetro urbano, o maior
em segurança. número de acidentes e os mais graves
ocorrem em cruzamentos sinalizados,
Em curvas, este tipo de colisão ocorre principalmente com semáforos.
devido a vários fatores (velocidade, tipo
de pavimento, ângulo de convergência Nos cruzamentos, as colisões podem
da curva, condições do veículo, ocorrer em situações de manobras de
condições climáticas e a falha do conversão à direita ou à esquerda,
condutor). Qualquer um destes fatores quando o condutor não observa a
pode provocar a saída de um veículo da travessia de pedestres, a indicação
sua mão de direção, empurrando-o para semafórica ou a preferência de
a contramão ou para o acostamento. passagem no local. Deve-se sempre
obedecer à legislação, respeitar a
Nas curvas, deve-se sempre reduzir a preferência daqueles que estiverem
velocidade e manter-se atento. O transitando por via preferencial, tomar
condutor deve sempre frear antes da cuidado com os procedimentos de
curva e nunca durante ela, pois estará convergência e dar a preferência para
desestabilizando o peso de seu veículo pedestres e veículos não motorizados.
ao frear na curva, tornando-se difícil

60 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Para evitar que ocorra colisão em cruzamentos, deve-se respeitar a sinalização, estar
atento, reduzir a velocidade, sempre sinalizar suas intenções e ter definido o seu trajeto
com antecedência.

3.4.4
Colisões Misteriosas
São chamadas de colisões misteriosas os acidentes que envolvem apenas um veículo e o
motorista não sabe exatamente a razão que deu origem ao acidente.

Os principais elementos da colisão misteriosa são os descritos nas Condições Adversas


da Via, Condições Adversas de Tempo e Condições Adversas do Condutor.

3.4.5
Acidentes Envolvendo
Motocicletas
O motociclista está sujeito a direitos e
deveres como qualquer outro condutor.
Infelizmente, muitos desses condutores
colocam a sua segurança em grande risco,
pois acidentes envolvendo motociclistas
normalmente acarretam consequências
trágicas, devido a sua fragilidade e falta de
proteção.

Para evitar este tipo de colisão, faz-se


necessário ler com atenção o manual do
veículo, utilizar os equipamentos de
segurança, manter a distância de segurança
dos demais veículos, conferir constantemente
os retrovisores, sempre atento aos pontos
cegos do veículo, manter os faróis acesos dia
e noite, antecipar as situações de risco,
redobrar a atenção ao se aproximar de
cruzamentos, diminuir a velocidade na chuva,
na areia ou com neblina, ter cuidado ao abrir
as portas do veículo e sempre respeitar a
sinalização.

DIREÇÃO DEFENSIVA 61
4 UNIDADE DE ESTUDO 4
CUIDADOS COM OS
DEMAIS USUÁRIOS DA VIA

4.1
RESPONSABILIDADE DO
CONDUTOR DE VEÍCULO
DE MAIOR PORTE EM
RELAÇÃO AOS DE MENOR
PORTE E DE AMBOS
PELOS PEDESTRES
De acordo com o Código de Trânsito
Brasileiro, os usuários das vias devem evitar
qualquer ato que constitua perigo para o
trânsito.

O Capítulo III do Código de Trânsito


Brasileiro dispõe sobre as Normas Gerais de
Circulação e Conduta (anteriormente
estudadas na disciplina de Legislação de
Trânsito), as quais devem ser seguidas por
todos os usuários das vias terrestres,
incluindo os pedestres.

Sabe-se que os veículos de maior porte


também podem prevenir acidentes de
trânsito, pois de acordo com o Código de
Trânsito Brasileiro, cabe a eles cuidar e
proteger os veículos de menor porte.

O parágrafo 2º do art. 29 do Código de


Trânsito Brasileiro dispõe que:

62 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


“os veículos de maior porte serão O condutor que for ingressar numa via,
sempre responsáveis pela segurança procedente de um lote lindeiro a essa via,
dos menores, os motorizados pelos
não motorizados e, juntos, pela
deverá dar preferência aos veículos e
segurança dos pedestres”. pedestres que por ela estejam
transitando.

4.2 Durante a manobra de mudança de


PEDESTRES direção, o condutor deverá ceder
passagem aos pedestres e ciclistas, aos
Os pedestres são os usuários mais veículos que transitem em sentido
indefesos da via pública, principalmente contrário pela pista da via da qual vai sair,
as crianças, os idosos e os portadores de respeitadas as normas de preferência de
deficiências físicas e necessidades passagem.
especiais.
Ao efetuar conversão à esquerda, em
O condutor deve priorizar o direito de pista de mão dupla, em vias sem
passagem do pedestre e zelar por ele. acostamento, deve o condutor sinalizar,
Vejamos algumas atitudes que devem ser diminuir a velocidade e aproximar-se o
tomadas pelo condutor em relação aos máximo possível de seu eixo ou da linha
pedestres, já estudadas em Legislação de divisória da pista, ceder passagem aos
Trânsito: pedestres, ciclistas e veículos que
transitem em sentido contrário, antes de
Ao aproximar-se de qualquer tipo de efetuar a conversão.
cruzamento, o condutor do veículo deve
demonstrar prudência especial, Nas vias urbanas, a operação de retorno
transitando em velocidade moderada, de deverá ser feita nos locais para isto
forma que possa deter seu veículo com determinados, quer por meio de
segurança para dar passagem a pedestre sinalização, quer pela existência de locais
e a veículos que tenham o direito de apropriados, ou, ainda, em outros
preferência. locais que ofereçam condições de

DIREÇÃO DEFENSIVA 63
segurança e fluidez, observadas as Art. 68. É assegurada ao pedestre a
características da via, do veículo, das utilização dos passeios ou passagens
apropriadas das vias urbanas e dos
condições meteorológicas e da acostamentos das vias rurais, para
movimentação de pedestres e ciclistas. circulação, podendo a autoridade
competente permitir a utilização de
O condutor não poderá parte da calçada para outros fins,
desde que não seja prejudicial ao
ultrapassar veículos em vias com
fluxo de pedestre.
duplo sentido de direção e pista
§ 1º O ciclista desmontado,
única, nos trechos em curvas e empurrado a bicicleta, equipara-se ao
em aclives sem visibilidade pedestre em direitos e deveres.
suficiente, nas passagens de § 2º Nas áreas urbanas, quando não
nível, nas pontes e viadutos e houver passeios ou quando não for
nas travessias de pedestres, possível a utilização destes, a
circulação de pedestres na pista de
exceto quando houver rolamento será feita com prioridade
sinalização permitindo a sobre os veículos, pelos bordos da
ultrapassagem. pista, em fila única, exceto em locais
proibidos pela sinalização e nas
Alguns direitos dos pedestres, situações em que a segurança ficar
comprometida.
previstos no Código de Trânsito
Brasileiro: § 3º Nas vias rurais, quando não
houver acostamento ou quando não
for possível a utilização dele, a
circulação de pedestre, na pista de
rolamento, será feita com prioridade
sobre os veículos, pelos bordos da
pista, em fila única, em sentido
contrário ao deslocamento de
veículos, exceto em locais proibidos
pela sinalização e nas situações em
que a segurança ficar comprometida.

64 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


Apesar de o Código de Trânsito Brasileiro
buscar proteger os pedestres, garantindo-
lhes direitos, também lhes imputou
algumas proibições, vamos relembrá-las?
Algumas ações preventivas para o
Art. 254. É proibido ao pedestre: condutor evitar atropelamentos:
I - permanecer ou andar nas pistas de
rolamento, exceto para cruzá-las onde Ÿ respeitar os limites de velocidade;
for permitido;
Ÿ obedecer aos sinais luminosos;
II - cruzar pistas de rolamento nos
viadutos, pontes, ou túneis, salvo Ÿ parar ou reduzir a velocidade antes
onde exista permissão; das faixas de pedestres;
III - atravessar a via dentro das áreas
de cruzamento, salvo quando houver Ÿ reduzir a velocidade em locais com
sinalização para esse fim; muito movimento de pedestres,
IV - utilizar-se da via em mesmo que a pista esteja livre;
agrupamentos capazes de perturbar o
trânsito, ou para a prática de qualquer Ÿ prestar atenção ao conduzir por
folguedo, esporte, desfiles e similares, locais próximos a escolas, hospitais,
salvo em casos especiais e com a praças, etc. (dedicar atenção
devida licença da autoridade
especial às paradas de ônibus);
competente;

V - andar fora da faixa própria, Ÿ ficar alerta ao pedestre, (porque ele


passarela, passagem aérea ou pode aparecer subitamente);
subterrânea;
Ÿ lembrar que crianças podem correr
VI - desobedecer à sinalização de
trânsito específica; (...) atrás de bolas, pipas ou animais de
estimação;

Ÿ redobrar o cuidado e manobrar


devagar caso precise dar marcha à
ré em garagens ou em locais com
crianças, (por terem baixa estatura,
podem ficar fora do campo visual e
dos espelhos retrovisores);

Ÿ não estacionar em calçadas nem


obstrua a passagem dos pedestres.

DIREÇÃO DEFENSIVA 65
4.3
VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS
Bicicletas e outros veículos não O ciclista desmontado empurrando a
motorizados são vulneráveis e dispõem bicicleta equipara-se ao pedestre em
de preferência sobre os veículos direitos e deveres.
automotores.

Após a releitura de algumas atitudes que


devem ser tomadas pelo condutor em
relação aos pedestres (elencadas no
tópico anterior), vê-se que o Código de
Trânsito Brasileiro também busca
proteger os ciclistas, garantindo-lhes
determinados direitos.

Nas vias urbanas e nas rurais


de pista dupla, a circulação de
bicicletas deverá ocorrer,
quando não houver ciclovia,
ciclofaixa, ou acostamento, ou
quando não for possível a
utilização destes, nos bordos
da pista de rolamento, no
mesmo sentido de circulação
regulamentado à via, com
preferência sobre os veículos
automotores.
A autoridade de trânsito com
circunscrição sobre a via poderá autorizar
a circulação de bicicletas no sentido
contrário ao fluxo dos veículos
automotores, desde que dotado o trecho
com ciclofaixa.

Desde que autorizado e devidamente


sinalizado pelo órgão ou entidade com
circunscrição sobre a via, será permitida a
circulação de bicicletas nos passeios.

66 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


4.4
ANIMAIS
Colisões com animais ocorrem com maior Os animais isolados ou em grupos só
frequência em zonas rurais, onde muitas podem circular nas vias quando
vezes invadem estradas. O condutor conduzidos por um guia: para facilitar os
deve, ao perceber a presença de deslocamentos, os rebanhos deverão ser
qualquer animal na pista, reduzir a divididos em grupos de tamanho
marcha até que o tenha ultrapassado, não moderado e separados uns dos outros
fazendo uso da buzina (para não assustá- por espaços suficientes para não obstruir
lo e não fazer com que vá até o veículo, o trânsito; os animais que circularem pela
ocasionando um acidente). pista de rolamento deverão ser mantidos
junto ao bordo da pista.

Os veículos de tração animal serão


conduzidos pela direita da pista, junto à guia da
calçada (meio-fio) ou acostamento, sempre
que não houver faixa especial a eles destinada,
devendo seus condutores obedecer, no que
couber, às normas de circulação previstas no
Código de Trânsito Brasileiro e às que vierem a
ser fixadas pelo órgão ou entidade com
circunscrição sobre a via.

DIREÇÃO DEFENSIVA 67
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

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Safety Partnership, 2007.

Brasil, Código de Trânsito Brasileiro. Código de Trânsito Brasileiro: instituído pela Lei nº 9.503, de 23 de
setembro de 1997 - 1ª edição - Brasília: DENATRAN, 2016 204 p.

Brasil. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988.

Brasil. Departamento Nacional de Trânsito. Denatran responde: motociclitsa v.1 / Organização e Texto de
Juciara Rodrigues; Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito, Conselho Nacional de
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Brasil. Departamento Nacional de Trânsito. Direção defensiva: trânsito seguro é um direito de todos;
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Cartilha Direção Defensiva. Disponível em:


http://www.detran.pe.gov.br/download/cartilha/Cartilha_DETRAN_Direcao_Defensiva.pdf

Curso de Atualização de Instrutores de Trânsito, DENATRAN. 2015.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 8 ed. Ver. Atual.
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Gestão da velocidade: um manual de segurança viária para gestores e profissionais da área.

GOMES, Ordeli Savedra. Código de trânsito brasileiro comentado e legislação complementar. 4ª edição.
Curitiba: Juruá, 2009. 906 p.

MACEDO, Leandro Machado. Legislação de Trânsito Descomplicada. 2ª ed. Florianópolis: Conceito Editorial,
2009. 630 p.

MACEDO, Leandro Machado. Resumo de legislação de trânsito. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2013. 304 p.

RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao código de trânsito brasileiro. 7. Ed. Ver., atual. E ampl. São Paulo:
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68 RECICLAGEM DE CONDUTORES INFRATORES


SALVARO, João Carlos. Direção defensiva para motociclistas: como aumentar sua segurança. 2. ed.
Florianópolis, 2012. 98 p. Disponível em: <http://vias-seguras.
com/documentacao/arquivos/salvaro_joao_carlos_ direcao_defensiva_para_motociclistas>.

Seguranca de pedestres: Manual de segurança viária para gestores e profissionais da área. Brasilia, DF :
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http://www.and.org.br

http://michelin.com.br

www.abraciclo.com.br

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