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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

CENTRO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS E VIATURAS


SEÇÃO DE CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO DE CONDUTORES - SECAP

1) Legislação de Trânsito e Direção Defensiva

2) Emprego de Viatura de socorro

3) Teoria e Prática de Manutenção de 1º Escalão

4) Prática de Condução de Viatura Operacional

5) Prática de Condução de Viatura Operacional Off


Road

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MATÉRIA PÁGINA
Introdução 5
Objetivos 5
Direção defensiva 6
Classificação e causas de acidentes 6
Elementos básicos da direção defensiva 7
Condições adversas 9
Aquaplanagem ou hidroplanagem 12
Condutor e operador 12
Efeito psicológico da velocidade excessiva 13
Legislação de trânsito aplicada ao CBMDF 15
Direito fundamental de segunda dimensão 15
Veículos sujeitos as regras do CTB 16
Das obrigações 17
Dos veículos de emergência 17
Conclusão 21

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CFP 2017/2018
INTRODUÇÃO

 Para evitar acidentes e promover a segurança no trânsito, é necessário dirigir


em observância à legislação de Trânsito e de forma defensiva.
 A legislação de Trânsito e a Direção Defensiva compreende um conjunto de
técnicas de prevenção adotadas por condutores de veículos como um meio de
diminuir o número de acidentes de trânsito.
 Dirigir sem se envolver em acidente de trânsito só depende do comportamento
do condutor, que deverá ter uma postura de contínua atenção.

OBJETIVOS

 Conhecer e obedecer às normas do “art 29” do CTB, regras gerais de circulação


e conduta, bem como cumprir e fazer cumprir a Direção Defensiva.
 Modificar o comportamento no trânsito de acordo com as Leis e regras
vigentes.
 Reconhecer a importância das Leis e regras para veículos de Emergência.
 Apresentar técnicas que levará ao uso plenamente de toda a capacidade e
habilidade para ser um condutor mais precavido e responsável.

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DIREÇÃO DEFENSIVA

Direção Defensiva é dirigir de modo a evitar acidentes, apesar das ações


incorretas dos outros e das condições adversas, que encontramos nas vias de
trânsito.
As três ações interligadas que constituem o método básico de prevenção de
acidentes são: ver, pensar e agir.

CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES

Evitável - É aquele em que o condutor deixou de fazer tudo o que razoavelmente


poderia ter feito para evitar o acidente.

Inevitável - É aquele em que, apesar do condutor fazer tudo para evitar o acidente,
ele ocorre.

CAUSAS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO

Como causa de acidentes podemos considerar três que são fundamentais:

Veículo – A causa do acidente está diretamente relacionada ao veículo, devido ao


seu estado de conservação ou acondicionamento de carga. É responsável por 4%
dos acidentes.
Vias – Pista escorregadia, esburacada, curvas, falta ou insuficiência de iluminação e
de sinalização. Responsável por 6% dos acidentes.
Homem – Pelo seu comportamento (negligência, imprudência ou imperícia).
Responsável por 90% dos acidentes.

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ELEMENTOS BÁSICOS DA DIREÇÃO DEFENSIVA

Para que um condutor possa praticar a Direção Defensiva, ele precisa de certos
elementos e conhecimentos, não só de legislação de trânsito, mas também de
comportamentos que devem ser praticados no dia-a-dia, no uso do veículo.
Destacamos os principais elementos, explicando-os para sua melhor
compreensão, lembrando que o uso desses elementos transformará você num
condutor defensivo, ajudando-o a evitar acidentes no trânsito. São eles:

CONHECIMENTO
O Código de Trânsito Brasileiro é o seu maior aliado na busca desse
conhecimento, mas também é necessário desenvolver um rápido conhecimento dos
riscos no trânsito e da maneira de prevenir-se contra eles.
Você precisa conhecer seus direitos e deveres em qualquer situação de
trânsito, como condutor ou como pedestre, para evitar tomar atitudes que possam
causar acidentes ou danos aos usuários da via.
Código de Trânsito Brasileiro - fornece muitas informações que devemos
conhecer, além disso, existem livros e revistas especializadas para o trânsito e
publicações jornalísticas sérias que nos mantêm em dia com as novas leis e
resoluções.
Existem alguns procedimentos do condutor ou problemas com o veículo que
são considerados infrações, tendo como consequência penalidades previstas nas leis
de trânsito, por isso você tem que conhecer todos eles.
Outros procedimentos dependem do bom senso de todos os condutores e
pedestres, são as atitudes educadas, compreensivas, de paciência, que ajudam a
fazer um trânsito mais

ATENÇÃO
O veículo motorizado que circula em vias terrestres é o que mais exige a
atenção do condutor. Um trem ou avião conta com aparelhos e auxiliares que podem
ajudar nessa tarefa.
Mantenha sua atenção no trânsito e não se distraia com conversas, com som
alto ou no uso de rádio ou aparelho celular.

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A atenção deve ser direcionada a todos os elementos da via (condições,


sinalização, tempo, etc.), e também as condições físicas e mentais do condutor, os
cuidados e a manutenção do veículo, tempo de deslocamento, conhecimento prévio
do percurso, entre outros.
O condutor deve manter-se em estado de alerta durante todo o tempo em que
estiver conduzindo o veículo, consciente das situações de risco em que pode
envolver-se e pronto a tomar a atitude necessária em tal situação para evitar o
acidente.

PREVISÃO
Você não precisa de uma bola de cristal para prever os perigos do trânsito,
apenas precisa prever e preparar-se para algumas eventualidades comuns no dia-a-
dia, como furar um pneu, um buraco ou óleo na pista, um pedestre fazendo a travessia
fora do local adequado, um acidente, etc.
Essas previsões podem ser desenvolvidas e treinadas no uso do seu veículo e
são exercidas numa ação próxima (imediata) ou distante (mediata), dependendo
sempre do seu bom senso e conhecimento.
A direção defensiva exige tanto a previsão mediata como a imediata, sendo que
algumas, inclusive, fazem parte das leis de trânsito (cuidados com o veículo,
equipamentos obrigatórios).

Exemplos:
- Fazer a revisão do veículo, abastecer de combustível, verificar os equipamentos
obrigatórios são previsões mediatas que podem ser feitas com antecedência, de forma
planejada.
- Ver um pedestre ou um cruzamento perigoso logo a sua frente e prever complicações
(o pedestre atravessar de repente, o veículo "furar" o sinal), é uma previsão imediata.

DECISÃO
Sempre que for necessário tomar uma decisão, numa situação de perigo, ela
dependerá do conhecimento das alternativas que se apresentem e do seu
conhecimento das possibilidades do veículo, das leis e normas que regem o trânsito,
do tempo e do espaço que você dispõe para tomar uma atitude correta.
Essa decisão ou tomada de atitude vai depender da sua habilidade, tempo e
prática de direção, previsão das situações de risco, conhecimento das condições do
veículo e da via.
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Ao renovar o exame de habilitação, o condutor que não tenha curso de Direção


Defensiva e Primeiros Socorros, deverá a eles ser submetido conforme art. 150 do
CTB e Resolução nº 50 - CONTRAN.
Portanto, esteja sempre preparado para fazer a escolha correta nas situações
imprevistas, de modo que possa contribuir para evitar acidentes de trânsito,
mantendo-se atento a tudo que circunda a via, mesmo à sua traseira, para que esta
decisão possa ser rápida e precisa, salvando sua vida e a de outros envolvidos numa
situação de risco.

HABILIDADE
A habilidade se desenvolve por meio de aprendizado e da prática. Devemos
aprender o m odo correto de manuseio do veículo e executar várias vezes essas
manobras, de forma a fixar esses procedimentos e adquirir a habilidade necessária à
prática de direção no trânsito das vias urbanas e rurais.
Esse requisito diz respeito ao manuseio dos controles do veículo e à execução,
com bastante perícia e sucesso, de qualquer uma das manobras básicas de trânsito,
tais como fazer curvas, ultrapassagens, mudanças de velocidade e estacionamento.
Atualmente a Permissão para Dirigir tem a validade de 12 meses, sendo
conferida a Carteira Nacional de Habilitação ao término desse prazo, desde que o
condutor não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima nem
seja reincidente em infração média.
Ser um condutor hábil ou com habilidade significa que você é capaz de
manusear os controles de um veículo e executar com perícia e sucesso qualquer
manobra necessária no trânsito, tais como: fazer curvas, ultrapassar, mudar de
velocidade ou de faixa, estacionar, etc.

CONDIÇÕES ADVERSAS

LUZ (ILUMINAÇÃO)
São aquelas que podem prejudicar o seu real desempenho no ato de conduzir,
tornando maior a possibilidade de um acidente de trânsito.
As condições adversas como mencionado anteriormente são condições que
podem levar a um acidente de trânsito, é importante lembrar que nem sempre elas

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aparecem de forma isolada, isso pode tornar o perigo ainda maior. Vejamos cada uma
delas:

Refere-se ás condições de iluminação em determinado local: tanto pode ser


natural (pelo sol) como artificial (elétrica). O excesso de claridade pode provocar
ofuscamentos e a sua falta pode ocasionar uma visão inadequada ao ato de conduzir,
podendo provocar nos dois casos, condições favoráveis a um acidente.
O excesso de luz solar incidindo em nossos olhos causa ofuscamento e isso
acontece com mais facilidade pela manhã e no fim da tarde, podendo ocorrer também
pelo reflexo da luz solar em objetos polidos, como latas, vidros, pára-brisas, etc. Para
evitar o ofuscamento devemos proteger-nos usando a pala de proteção (equipamento
obrigatório) ou óculos de sol. Conduza com mais atenção, mantenha os faróis acesos.
A falta de iluminação nas estradas, assim como os faróis com defeito, mal regulados
ou que não funcionam, causam situações de pouca visibilidade (penumbra) que
impedem o condutor de perceber situações de risco a tempo de evitar danos maiores
ao veículo e aos usuários da via, tais como: buracos na pista, desvio, acostamento
em desnível, ponte interditada, etc…

TEMPO
Algumas condições atmosféricas dificultam muito nossa visão na estrada,
prejudicando o uso correto do veículo no trânsito. A chuva, granizo, a neblina e até
mesmo o calor excessivo, diminuem muito a nossa capacidade de ver e avaliar as
condições de vermos e sermos vistos. As condições adversas de TEMPO causam
problemas nas estradas como: barro, areia, desmoronamentos, alagamentos,
tornando-as mais lisas e escorregadias, podendo causar a perda de controle do
veículo.

TRÂNSITO
Presença de outros elementos (pedestres, veículos, animais, etc) na via, e
também a determinadas ocasiões (natal, carnaval, férias) que interferem no
comportamento do condutor e na quantidade de veículos em circulação nas vias.
Pode-se diferenciar duas situações de trânsito: – Nas cidades (vias urbanas): O
trânsito é mais intenso e mais lento, havendo maior número de veículos, mas existe
uma sinalização específica para controle do tráfego com segurança. Em determinados
locais (área central, área escolar, órgãos públicos) em que o número de veículos é
maior, e também em determinados horários (entrada ou saída de trabalhadores e
escolares) que chamamos de “rush“, em que aumentam as dificuldades de trânsito.

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Em determinadas épocas (férias, feriadão, festas) o número de veículos


aumenta muito, causando congestionamentos e outros tipos de problemas com o
trânsito. Em certos locais, as condições de trânsito mudam devido à presença de
tratores, carroças, animais, ônibus de excursão, caminhões de transporte, tornando o
trânsito mais lento e mais difícil. Há também a possibilidade de recuperação de vias,
ou construções, situações que causam sérios problemas ao deslocamento e dificultam
o trânsito no local. O bom condutor é cauteloso. Observa bem à sua frente, prevê
situações de risco no trânsito, evita situações difíceis, obedece às instruções
recebidas no percurso e sempre mantém a calma e a educação.

VEÍCULOS
As condições dos veículos estão entre as principais causas de acidentes, por
isso, deve-se sempre manter o veículo em condições para utilização de comandos
necessários, dirigir com um veículo defeituoso nunca é seguro, além disso pode
resultar em uma penalidade prevista pelo Código. São algumas condições adversas
causadas por um veículo defeituoso: espelhos retrovisores deficientes, defeitos nos
equipamentos obrigatórios, lâmpadas queimadas, freios desregulados, pneus gastos,
cinto de segurança defeituoso etc…

VIAS
Antes de iniciarmos um percurso devemos procurar informações sobre as
condições das ruas, das estradas que vamos usar, para planejarmos melhor nosso
itinerário, assim como o tempo de que vamos precisar para chegarmos ao destino
desejado.
Procure informar-se das condições das ruas e das estradas com frequência, e
tome as providências necessárias para a sua segurança no percurso
Conhecendo suas reais condições como: estado de conservação, largura,
acostamento, quantidade de veículos, etc... podemos nos preparar melhor para aquilo
que vamos enfrentar e tomar os cuidados indispensáveis à segurança.
São muitas as condições adversas das vias de trânsito e listamos algumas para
que você tenha ideia dos problemas que irá enfrentar:
- Curvas - Desníveis
- Desvios - Acostamento
- Subidas e descidas - Trechos escorregadios
- Tipo de pavimentação - Buracos
- Largura da pista - Obras na pista

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AQUAPLANAGEM OU HIDROPLANAGEM
Com água na pista, pode ocorrer a aquaplanagem, que é a perda da aderência
do pneu ao solo. Assim, o motorista perde totalmente o controle do veículo, que flutua
na água. A aquaplanagem pode acontecer com qualquer tipo de veículo e em qualquer
piso. Para evitar esta situação de perigo, observe com atenção a presença de poças
na pista, mesmo não havendo chuva, e reduza a velocidade antes de entrar no trecho
empoçado.

CONDUTOR E OPERADOR (MOTORISTA)


Talvez seja essa a condição adversa mais perigosa, mas é também a mais fácil
de ser evitada, pois trata-se do estado em que o condutor se encontra física e
mentalmente no momento em que irá fazer uso do veículo em trânsito. São várias as
situações envolvendo o estado físico e mental do condutor (doenças físicas,
problemas emocionais).
Cabe ao condutor avaliar suas reais condições ao propor-se a dirigir um
veículo, e ter o bom senso necessário para evitar envolver-se em situação de risco.

Lembre-se: Dirigir quando sentir-se sem condições físicas ou emocionais, você coloca
em risco não só a sua vida, mas a de todos os usuários do trânsito.

Existem muitas condições adversas do motorista, sendo as mais comuns:


Físicas:
- fadiga;
- dirigir alcoolizado ou após ter utilizado um "rebite";
- sono;
- visão ou audição deficiente;
- perturbações físicas (dores ou doenças).

Mentais:
- estados emocionais (tristezas ou alegrias);
- preocupações;
- medo, insegurança, inabilidade.

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Ao sentir-se indisposto, cansado, com dores, procure auxílio médico e evite


dirigir. Se a perturbação for emocional, como morte na família, notícias ruins e/ou
problemas, consiga alguém para dirigir no seu lugar, faça uso do transporte coletivo
ou táxi. É mais seguro para você e para os outros.

O EFEITO PSICOLÓGICO DA VELOCIDADE EXCESSIVA


A velocidade exerce um efeito psicológico adverso sobre a guarnição,
comumente levando a uma ausência de lógica no julgamento e as ações
desordenadas no esforço de rapidamente iniciar as atividades de socorro.
Quando o condutor da viatura inspira confiança e conduz sua guarnição sob
controle, a excitação causada pela velocidade perigosa tornar-se-á ausente e o
comandante e seus homens estarão em estado mental mais favorável para
desenvolver uma operação coordenada ao chegar no local de sinistro.

REGRAS BÁSICAS
Nunca exceda uma velocidade julgada razoavelmente apropriada, mesmo
onde a lei permita-a mais alta que aquela na qual se está dirigindo.

A velocidade máxima imposta a qualquer tipo de viatura deverá permitir superar


sem acidentes as ações incorretas ou inesperadas dos outros motoristas e de
pedestre e, ainda, as condições adversas de luz, tempo, estrada, trânsito, viatura e do
próprio motorista.

CRUZAMENTO NÃO SINALIZADO


Nos cruzamentos não sinalizados a preferência é do veículo da direita. A viatura
de socorro deve respeitar a preferência de passagem, portanto, deve parar e somente
prosseguir em condições favoráveis de trânsito ou quando os demais condutores
cederem a passagem.

MARCHA À RÉ
Quando obrigado a retroceder, desça do veículo e certifique-se das condições
à retaguarda, utilize sempre um bombeiro como auxiliar de manobras.
Lembre-se, porém, de que o condutor, mesmo utilizando o bombeiro auxiliar,
não está isento de responsabilidade. A velocidade será sempre muito reduzida.
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CURVAS
As curvas representam um desafio à habilidade do condutor em manter o equilíbrio
de sua viatura e escolher a velocidade adequada. As seguintes regras básicas
auxiliam o condutor:
• Ao entrar numa curva, estar na velocidade e marcha que permitam completá-
la acelerando;
• Numa curva é mais seguro acelerar do que frear;
• No limite de velocidade as viaturas tendem a derrapar ou, conforme a carga, a
tombar;
• A trajetória descrita deve ser a que venha a gerar o maior raio de curva, sem
provocar o ingresso na contramão da via;
• O condutor deve estar ciente de que manobras arriscadas causam apenas
tensão emocional e cansaço, influindo pouco no ganho de tempo.

LEMBRE-SE
É primordial que os condutores entendam que de sua capacidade profissional
e conhecimento depende o êxito da Corporação em praticamente todos os serviços.
O condutor é o grande responsável por todos os deslocamentos nas diversas
atividades de rotina do Corpo de Bombeiros, devendo estar ciente de todos os seus
direitos e deveres.
A qualificação do profissional é de inteira responsabilidade do Corpo de
Bombeiros, todavia, ao término dessa qualificação, o militar passa a ser o único no
sistema capaz de realizar, na prática, os anseios de um serviço seguro e qualificado.
A partir de agora você será o responsável pela segurança da viatura de socorro,
da guarnição, da carga e, eventualmente, pelos danos e prejuízos causados a
terceiros e ou ao erário.
A prática conduz à perfeição, tornando você um condutor defensivo. É
necessário conhecimento e atenção para que você possa fazer uma previsão dos
problemas que vai encontrar no trânsito e tomar, no momento necessário, a decisão
mais correta, com habilidade adquirida pelo trino no uso da direção, tornando o trânsito
mais humano e segura para você e para todos.
A Direção Defensiva só funcionará se cada condutor conhecer e praticar os
elementos básicos que dela fazem parte, no dia-a-dia, cada vez que fizer uso do seu
veículo nas vias públicas (urbanas e rurais).
Com o Código de Trânsito Brasileiro surgiram vários manuais ou livretos que
ajudam a atualizar seus conhecimentos. Mantenha-se atento a todas as mudanças e
dirija dentro da Lei. Atualize-se sempre.
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Legislação de Trânsito aplicada ao CBMDF

Artigo 29, inciso VII da Lei Federal n. 9.503/97: prioridade absoluta ou relativa?

Imagem Ilustrativa

Antes de adentrarmos mais profundamente no que concerne a discussão principal faz-


se relevante um breve introito para melhor compreensão do tema em tela.

Então, vejamos:

1. DO DIREITO FUNDAMENTAL DE SEGUNDA DIMENSÃO

Com o advento da Emenda Constitucional nº 82, de 16 de julho, promulgada pelo


Congresso Nacional por meio do Poder Constituinte Derivado Reformador incluiu a
segurança viária e a categoria dos agentes da autoridade de trânsito ao rol de
natureza taxativa elencado no artigo 144 da Constituição da República Federativa do
Brasil, in verbis:

“Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos,


é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:
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[…]

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da


incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:

I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras


atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e

II – compete,no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos


respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados
em Carreira, na forma da lei. ”

O legislador constituinte previu a teoria basilar do Direito de Trânsito, denominado


como “trinômio do trânsito: educação (outrossim, esculpido no inciso XII, artigo 23 da
CRFB/88), engenharia e fiscalização. ”

A inobservância de um de seus elementos implica na ineficiência do trânsito em


condições seguras, o que constitui dever-direito (princípio da universalidade do direito
ao trânsito seguro) de todos e dever dos órgãos conforme prescreve o legislador pátrio
no artigo 1º, § 2º da lei federal nº 9503/97, o Código de Trânsito Brasileiro.

Cabe salientar, que ainda há muita resistência no tratamento da matéria trânsito como
ciência jurídica, ramo do direito público (tutela do interesse coletivo), autônomo (artigo
22, inciso XI da nossa Carta Política – competência legislativa privativa da União), o
Direito de Trânsito embora marginalizado, percebe-se que é a área do direito mais
vivenciada, conjunto de deveres individuais (direito coletivo composto por deveres
individuais) que se observados resultam no trânsito em condições seguras. Direito
social prenunciado no artigo 6º da CRFB/88, o direito a segurança, caracteriza-se
como conteúdo da ordem social, nos termos do artigo 144, caput da nossa Carta
Maior.

2. DOS VEÍCULOS SUJEITOS AS REGRAS DO CÓDIGO DE TRÂNSITO


BRASILEIRO (ARTIGO 3º DO CTB)

Todos os veículos/condutores e/ou proprietários (artigo 96, Código de Trânsito


Brasileiro), sejam eles brasileiros ou estrangeiros, que circulem pelo território nacional
estão sujeitas as normas, de natureza cogente (normas de ordem pública, editadas
com o escopo de tutelar os interesses da sociedade).

Nesse contexto, a redação do artigo 3º do Código de Trânsito traz o tratamento


isonômico/igualitário a todos usuários da via dentro do território nacional, submetendo
todos às regras previstas na legislação de trânsito sem exceções. E, advirta-se,
todavia, que o mero desconhecimento da norma legal não exime o responsável do
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seu dever de cumprimento – Artigo 3º do Decreto-lei 4.657/42, Lei de Introdução às


Normas do Direito Brasileiro.

3. DAS OBRIGAÇÕES

“Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:

I – abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de
veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas
ou privadas; […]”

O dispositivo aludido (regra geral de conduta) confere aos usuários (todas as pessoas,
tais como motoristas, pedestres etc.) das vias (superfície por onde transitam, veículos,
pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro
central – anexo I, CTB) uma obrigação (imposição de caráter cogente) de se abster
(de não fazer) de qualquer ato que constitua perigo – e ponham em prática o ordenado
pela lei.

4. DOS VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA

Os veículos de emergência estão elencados no caput do artigo 29, VII da Lei de


Trânsito e na Resolução 268/2008 em seu artigo 1º, §3º do Conselho Nacional de
Trânsito, são eles: os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento (corpo
de bombeiros), os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito, as
ambulâncias (pertencentes a administração pública ou à iniciativa privada) e os
veículos destinados a socorro de salvamento difuso em serviço de urgência relativo a
acidentes ambientais (defesa civil).

Sob a égide da Lei de Trânsito foram conferidas prerrogativas aos veículos de


emergência quando em prestação de serviço de urgência. O Conselho Nacional de
Trânsito por meio da Resolução 268, de 15 de fevereiro de 2008, em seu artigo 1º,
§2º conceitua prestação de serviço de urgência como: “deslocamentos realizados
pelos veículos de emergência, em circunstâncias que necessitem de brevidade para
o atendimento, sem a qual haverá grande prejuízo à incolumidade pública”.

Convém reiterar, existem restrições, sujeições a serem observadas pelo agente da


autoridade de trânsito para condução dos veículos de emergência e para o gozo da
livre circulação, parada e/ou estacionamento.

4.1 Da habilitação

• Ter o curso especializado para condução dos veículos de emergência;


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Resolução 484, de 7 de maio de 2014 alterou o caput do artigo 33 da Res. 168, de 14


de dezembro de 2004 do Conselho Nacional de Trânsito, com a seguinte redação:

“Art. 33. Os cursos especializados serão destinados a condutores habilitados que


pretendam conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de
produtos perigosos ou de emergência, de transporte de carga indivisível e
motocicletas e motonetas destinadas ao transporte remunerado de mercadorias
(motofrete) e de passageiros (motofrete) ”

“Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para conduzir veículo de transporte
coletivo de passageiros, de escolares, de emergência ou de produto perigoso, o
candidato deverá preencher os seguintes requisitos:

I – ser maior de vinte e um anos;

[…]

III – não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em
infrações médias durante os últimos doze meses;

IV – ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de prática


veicular em situação de risco, nos termos da normatização do CONTRAN.

Parágrafo único. A participação em curso especializado previsto no inciso IV


independe da observância do disposto no inciso III”.

Ou seja, a redação dada pelo legislador no parágrafo único, incluído pela Lei nº
12.619/2012, passou a permitir a participação dos condutores que tenham cometidos
ilícitos administrativos de trânsito de natureza grave ou gravíssima ou reincidentes em
infrações de natureza média durantes os últimos doze (12) meses.

4.2 Das Condições para o Gozo da Prerrogativa

• Prestação de Serviço de Urgência;

Res. 268, CONTRAN:

“Art. 1º. […]

§1º A condução dos veículos referidos no caput, somente se dará sob circunstâncias
que permitam o uso das prerrogativas de prioridade de trânsito e de livre circulação,
estacionamento e parada, quando em efetiva prestação de serviço de urgência que
os caracterizem como veículos de emergência, estando neles acionados o sistema de
iluminação vermelha intermitente e alarme sonoro.

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§2º Entende-se por prestação de serviço de urgência os deslocamentos realizados


pelos veículos de emergência, em circunstâncias que necessitem de brevidade para
o atendimento, sem a qual haverá grande prejuízo à incolumidade pública. ”

• Uso dos dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente;

“Res. 268, CONTRAN:

Art. 1º Somente os veículos mencionados no inciso VII do art. 29 do Código de


Trânsito Brasileiro poderão utilizar luz vermelha intermitente e dispositivo de alarme
sonoro. ”

Lei Federal nº 9503, de 23 de setembro de 1997, Código de Trânsito Brasileiro:

Art. 29. […]

c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só


poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência”

De acordo com o magistério de Arnaldo Rizzardo (p. 130):

[…] Ressalta-se que somente nos casos de efetiva urgência os dispositivos referidos
serão utilizados (alínea c), não se admitindo em outras ocasiões, como as em que a
utilização se dá apenas para que o veículo possa trafegar com prevalência sobre os
demais, sem a devida necessidade.

• Prioridade deverá se dar com a velocidade reduzida com os devidos cuidados de


segurança.

“Art.29 [..]

d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade


reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas
deste Código”

Nesse contexto, observa-se que a finalidade do dispositivo legal ao erigir certas


prerrogativas foi assegurar a eficiência (celeridade) na prestação dos serviços de
urgência. Não cabendo aos agentes públicos se abster das demais normas emanadas
pelo legislador de trânsito (cabe anotar, que, todos os atos praticados pelos agentes
públicos estão adstritos as hipóteses legais por força do princípio da legalidade). Esta
regra, ora contida na alínea “d” do artigo 29 da Lei de Trânsito é clara ao aduzir que
serão obedecidas todas as demais regras do Código de Trânsito Brasileiro. Portanto,
mister consignar, neste diapasão, que estamos diante de uma prerrogativa de
natureza relativa e não absoluta.
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Nesta senda, pode-se afirmar que o agente da autoridade de trânsito e/ou a autoridade
de trânsito que descumprir as normas, agir de forma desidiosa e vier a causar um
“evento culposo de trânsito” (acidente de trânsito na direção do veículo de
emergência), o Estado responderá objetivamente – artigo 37, §6º da CRFB/88.

Nesse sentido, a jurisprudência:

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS – ACIDENTE


AUTOMOBILÍSTICO – COLISÃO DE VIATURA POLICIAL EM SERVIÇO COM
VEÍCULO PARTICULAR – ART. 29, VII, CTB – PRIORIDADE DE PASSAGEM –
PRERROGATIVA NÃO ABSOLUTA – DEVER DE CUIDADO INOBSERVADO –
PREJUÍZOS COMPROVADOS – DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO – ART.
37, § 6º, CR/88 – RECURSO DESPROVIDO.

1) A prioridade de passagem consagrada no art. 29, VII, do CTB não é absoluta,


devendo o agente público adotar medidas para se precaver de que o uso de tal
prerrogativa não ponha em risco a segurança de pedestres e daqueles que trafegam
na via, tais como a utilização de alarme sonoro, giroflex, redução da velocidade etc.

2) Demonstrado que o acidente automobilístico envolvendo viatura policial em serviço


de urgência e motocicleta particular foi causado pelo desrespeito do agente público
ao dever de cuidado consagrado no art. 29, VII, do CTB, deve o Estado de Minas
Gerais responder pelos danos materiais daí advindos, nos termos do art. 37, § 6º, da
CR/88.

3) Recurso desprovido. (Apelação Cível 1.0024.11.184445-2/001, Relator (a): Des. (a)


Teresa Cristina da Cunha Peixoto, 8ª CÂMARACÍVEL, julgamento em 03/10/2013,
publicação da sumula em 14/10/2013)

RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS – COLISÃO


DA AMBULÂNCIA CONDUZIDA PELO RÉU COM UM VEÍCULO PARTICULAR –
ACERVO PROBATÓRIO DEMONSTRANDO A CULPA DO REQUERIDO PELO
ACIDENTE DE TRÂNSITO – INOBSERVÂNCIA DAS CAUTELAS MÍNIMAS
EXIGIDAS – ADEMAIS, EVENTUAL SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA NÃO ELIDIRIA A
RESPONSABILIDADE DO REQUERIDO PELOS PREJUÍZOS CAUSADOS À
AUTORA – INCABÍVEL A ALEGAÇÃO DE PRIORIDADE ABSOLUTA DE
PASSAGEM DOS VEÍCULOS OFICIAIS – AÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE –
SENTENÇA REFORMADA – RECURSO PROVIDO.
“[…]. Outro não é o entendimento da doutrina a respeito do assunto, a saber:
“Nesse sentido a orientação de Wladimir Valler ao dizer que ‘o direito de passagem
franqueado aos veículos oficiais, por força do uso de sirenas e de luz vermelha
intermitente, não é absoluto ainda que se dê especial relevo às necessidades de
ordem pública, é indiscutível que o uso das faculdades concedidas aos motoristas de
carros oficiais, muitas vezes ligadas ao cumprimento de um dever, não pode alcançar
as linhas do abuso, criando situações de perigo. O privilégio de trânsito assegurado
aos referidos veículos, especialmente às ambulâncias, que prestam serviço de
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socorro ou assistência, não implica na possibilidade da inobservância por parte de


seus condutores, das regras e sinais de tráfego, de tal forma que o uso da sirene não
exonera o motorista da ambulância de qualquer responsabilidade a que der causa,
não se lhe permitindo, ainda quando conduzindo doentes, desenvolver velocidade
inadequada, ou invadir cruzamentos, com sinal vermelho ou amarelo, quando em
sentido contrário outros veículos já iniciaram a travessia, mesmo porque a livre
circulação que lhes é concedida não significa liberdade de transformar as ruas em
pista de corrida, em total desrespeito à vida dos transeuntes’ (op cit, p. 739)” (Rui
Stoco – Tratado de Responsabilidade Civil – 6 edição – São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2004 – p. 1.558/1.559).
Sendo assim, como o réu não adotou as cautelas mínimas exigidas de todo motorista,
inclusive de veículo oficial, resta evidente a sua responsabilidade pelo acidente em
questão, não havendo se falar em prioridade absoluta de passagem da ambulância”.

(TJ-SP – SR: 6465515300 SP, Relator: Leme de Campos, Data de Julgamento:


15/09/2008, 6ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 25/09/2008)

5. CONCLUSÃO

Com o exposto acima, pode-se constatar, que a Constituição da República Federativa


do Brasil de 1988 erigiu o Trânsito em Condições Seguras como Direito Fundamental
de Segunda Dimensão, portanto, dever do Estado (obrigação positiva) e
responsabilidade (dever-direito) de todos. Cabe anotar, que, trata-se de proteção a
dignidade da pessoa humana, assegurando uma vida em condições dignas.

Numa segunda análise, contudo, no que tange a Lei de Trânsito, evidencia-se que
todos que circulem pelo território nacional estão sujeitos ao disposto no Código de
Trânsito Brasileiro. É dever de todos os usuários da via abster-se de atos que possam
constituir perigo, e por último, as demais regras para condução dos veículos de
emergência e os elementos constitutivos a serem observados para o gozo da
prerrogativa da livre circulação, estacionamento e/ou parada.

Por fim, nesse panorama, percebe-se, assim, a necessidade da observância das


normas de ordem pública emanadas pelo legislador na Lei Federal n. 9503, de 23 de
setembro de 1997, o Código de Trânsito Brasileiro. Todavia, é mister ressaltar, que,
todos os atos praticados pelos agentes da autoridade e/ou autoridade de trânsito
(artigo 280, §4º da Lei de Trânsito – CTB) estão adstritas as hipóteses legais.

Certamente, todos os motoristas já devem ter dado passagem para que veículos de
emergência (ambulâncias, carros de polícia e bombeiros) os ultrapassassem.

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Parece um consenso das pessoas que se deve dar prioridade para esses motoristas
profissionais que estão rumando a alguma situação de risco.

Será que esses veículos têm realmente prioridade em relação aos outros no tráfego,
ou ainda, será que não existe uma legislação própria de trânsito que se aplique a esse
tipo de automóvel?

A resposta é positiva para ambas as respostas.

Os veículos de emergências têm prioridade no transito, portanto, podem fazer as


ultrapassagens em meio ao tráfego, e os outros motoristas devem ceder essa
passagem.

Porém, existem regras e normas também para esse motorista, que devem ser
seguidas nas vias para que não causem nenhum mal as pessoas em espaços
públicos.

A legislação brasileira para os veículos de emergência

O Código de Transito Brasileiro (CTB), no artigo 29, diz que quando veículos usados
para salvamento, policiamento, apagar incêndios, ambulâncias e fiscalização de
trânsito devem ter preferência diante de outros usuários terrestres.

Essa condição, no entanto, não os beneficia em qualquer situação. Os motoristas


desses carros não devem aproveitar-se da natureza de seus serviços para conseguir
a ultrapassagem sobre quaisquer condutores e em qualquer lugar.

Os condutores em condição de serviço emergencial só devem usar desses ‘privilégios’


no transito quando a situação e acontecimentos, realmente, configuram uma
ocorrência de emergência. E depois, a ultrapassagem deve ser feita com alarmes
sonoros e sinais de iluminação ligados.

Essa sinalização faz com que o veículo seja reconhecido à distância pelos outros
motoristas, de modo que estes tenham tempo de reação (abrir passagem) no transito
e acidentes não aconteçam.

Os automóveis que prestam serviços emergenciais também recebem multas

O artigo 222 do CTB diz que veículos em atendimento de emergência devem estar
devidamente dentro das normas previstas para veículos dessa natureza do artigo 29.
E que o não cumprimento dessas regras acarretará em penalidades a esses
motoristas.

Além da sinalização, fundamentalmente, usada em acontecimentos configurados


como situação de emergência, sendo, então, proibido uso destes equipamentos para
se beneficiar em meio ao tráfego.
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Os veículos também não devem deixar de manter ligada a sinalização enquanto


estiverem em situação de emergência. Essa infração é considerada média e
descumprimento da norma acarretará em multa.

Pré-requisitos para ser condutor de veículos de emergência

Quem deseja ser motorista de um desses automóveis de prestação de serviços, deve


estar criteriosamente de acordo com os pré-requisitos exigidos por lei e que são
responsáveis por definir se está apto ou não conduzir tais veículos.

A pessoa precisa ser maior de 21 anos, ter a CNH que corresponde aos veículos que
quer dirigir, não deve estar cumprindo pena em razão de crime de transito, cassação
de CNH e não deve estar suspenso do direito de dirigir. E, por fim, não deve ter
cometido infrações graves ou gravíssimas e reincidência em infrações médias no
último ano.

O candidato ainda deve passar por um curso de capacitação do Conselho Nacional


de Transito (CONTRAN).

Art. 222

Capítulo XV - DAS INFRAÇÕES

Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de emergência, o sistema de


iluminação vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e
salvamento, de fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados:

Infração - média;
Penalidade - multa.

Comentário

A infração de trânsito prevista no artigo 222 é uma das únicas que tem um
direcionamento muito específico, pois somente pode ser cometida por determinados
veículos: os chamados veículos de emergência, que são destinados a quatro tipos de
atividades essenciais: polícia (órgãos de Segurança pública constantes do artigo 144
da Constituição Federal), bombeiro, trânsito e socorro médico (ambulâncias); isto
significa que, diferentemente do que pensa a maioria dos condutores, as viaturas

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também podem ser multadas pela transgressão às regras de trânsito, tanto pela
infração sob comento, quanto qualquer outra conduta irregular.
Cabe ressaltar que, embora sejam somente estes os mencionados no artigo 29,
inciso VII, do Código de Trânsito Brasileiro, o Conselho Nacional de Trânsito ampliou
a abrangência desta norma legal para os veículos de salvamento difuso “destinados
a serviços de emergência decorrentes de acidentes ambientais” (artigo 1º, § 3º, da
Resolução do Contran nº 268/08).
A utilização do sistema de iluminação vermelha intermitente encontra-se prevista
no artigo 29, inciso VII, alínea ‘c)’, e somente pode ocorrer quando da efetiva
prestação de serviço de urgência, o qual é definido pelo artigo 1º, § 2º, da Resolução
n. 268/08, nos seguintes termos: “Entende-se por prestação de serviço de urgência
os deslocamentos realizados pelos veículos de emergência, em circunstâncias que
necessitem de brevidade para o atendimento, sem a qual haverá grande prejuízo à
incolumidade pública”.
Interessante notar que, apesar de o artigo 222 trazer a expressão “atendimento de
emergência”, há uma distinção na legislação de trânsito, entre veículo de
emergência e serviço de urgência: enquanto a palavra “emergência” adjetiva o
veículo destinado a uma das quatro atividades mencionadas anteriormente, o “serviço
de urgência” somente ocorre em determinados casos, quando há um perigo à vida de
alguém, a merecer pronto atendimento.
Outra incongruência que podemos apontar entre o texto da infração de trânsito e a
norma geral correlata ocorre pela omissão, no artigo 222, quanto ao alarme sonoro,
que também faz parte do equipamento destinado a demonstrar a prestação do serviço
de urgência, conforme artigo 29, inciso VII, e artigo 1º, § 1º, da Resolução nº 268/08;
isto significa que, apesar de obrigatório o acionamento do alarme sonoro (sirene) na
prestação de serviço de urgência, não existe enquadramento para o não atendimento
da exigência legal.

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MATÉRIA PÁGINA
Teoria geral do corpo de bombas 28
Bomba centrífuga 29
Operação paralelo e em série 33
Sistema de escorvamento 34
Trabalho das bombas 37
Cavitação 39
Golpe de Ariate 40
Vórtice 41
Sistema de refrigeração do motor 42
Drenos 43
Emprego das bombas 44
Circuito hidráulico 46
Tipos de engates das bombas 46
Acionamento das bombas 48
Utilizando água do tanque para combater incêndios 49
Procedimento de sucção 49
Manômetros 50
Operação de sucção 51
Testes de sucção 52
Terminologia das bombas 53
Tabela de defeitos 56

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OBJETIVO DA DISCIPLINA

Esta apostila destina-se a dar noções de teoria geral, características, operação,


manobras, emprego, manutenção e testes de bombas de combate a incêndio aos
condutores e operadores de viaturas com estes dispositivos no Corpo de Bombeiros
do Distrito Federal.
Conceito de Bombas: São dispositivos usados para impulsionar líquidos,
desde um estado de baixa pressão estática a outro de maior pressão estática, e isto
pode ser conseguido das seguintes maneiras:
a) Fazendo atuar uma força sobre o líquido, através de um pistão de movimento
alternado ou rotativo;
b) Pela transmissão de trabalho mecânico ao líquido, através de aletas
giratórias.

TEORIA GERAL DE BOMBAS


A altura que a bomba pode fazer a sucção de um manancial situado em nível
inferior ao dela é determinada pela pressão atmosférica.
A - A pressão atmosférica é o peso da camada de ar que envolve a terra sobre
um centímetro quadrado ou uma polegada de superfície igual, respectivamente, a 1
Kgf/cm2 ou 14,7 PSI (POUNDS FOR SQUARE INCICH-LIBRAS POR POLEGADAS
QUADRADA) ao nível do mar.

Obs: 1kgf/cm2 = 1 atm = 1 bar = 14,7 psi ou libras = 10 m.c.a = 760 mm/Hg.

B - Para cada 300 metros de elevação tendo como referência o nível do mar, o
peso da atmosfera diminui aproximadamente 0,04 kgf/cm2 (0,5 PSI); portanto, ao nível
do mar, a água pode ser succionada a uma altura superior às regiões montanhosas.
A cada 300 metros de altitude a pressão atmosférica diminui em 0,04 atm = 0,5
PSI.
OBS: Brasília está a 1.200 metros de altitude em relação ao nível do mar,
motivo pelo qual, as bombas de escorva só arrastam água a um desnível de 6 metros,
em relação à viatura.
C - A pressão atmosférica é a força que eleva a água para a bomba, a qual
produz vácuo em seu interior e, posteriormente, adiciona a pressão necessária.
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D - A bomba não eleva a água e sim cria uma diferença entre a pressão interna
da canalização e a pressão atmosférica, pressão esta que determina a altura que a
água será elevada no mangote de sucção.
E - O peso de um metro de coluna d’água é igual a 0,1 kgf/cm2 e de 10 metros
é igual 1 kgf/cm2.
F - A pressão atmosférica ao nível do mar é igual a 1 kgf/cm2; portanto, caso a
bomba tenha uma escorva perfeita ela elevará a água a 10 metros de um nível inferior
a ela.

BOMBA CENTRÍFUGA

Conceito: São bombas hidráulicas que têm como princípio de funcionamento


a força centrífuga através de palhetas e rotores que giram no interior de uma carcaça
estanque, jogando líquido do centro para a periferia do conjunto girante.
Como o nome indica, a bomba centrífuga opera pelo princípio da força que
tende a impelir um objeto para fora do centro de rotação, ou seja, a força centrífuga.
O elemento girante no interior da carcaça de uma bomba centrífuga transfere o
movimento de rotação para a massa de água contida na carcaça; desta forma a água
é forçada para fora da carcaça através da abertura de saída, devido à força centrífuga.
A diferença de pressão criada, em consequência, possibilita a pressão atmosférica a
forçar mais água, para dentro da carcaça através da abertura de entrada. Este
processo e contínuo enquanto perdurar o movimento do rotor, e enquanto for possível
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a alimentação de água. Na bomba centrífuga, as palhetas ou rotores girando no


interior de uma carcaça estanque puxam o líquido para dentro, através da abertura
central de entrada, e por meio da força centrífuga o líquido é atirado para fora através
da abertura de saída localizada na periferia da carcaça.

A maioria das bombas usadas nas modernas viaturas Auto Bomba é do tipo
centrífuga. Isto se deve a sua simplicidade de construção e flexibilidade no uso.
A bomba centrífuga tem a capacidade de cumular sua pressão com a pressão
da água que lhe é fornecida.
Exemplo:
Supondo que uma pressão de 10,5 kgf/cm2 (150 PSI) seja necessária para
uma linha de mangueira na frente de combate a incêndio e, o hidrante a ser usado
tenha um fluxo de água com 3,5 kfg/cm2 (50 PSI); a bomba aproveitará estes 3,5
kgf/cm2 de pressão no hidrante e somente precisará desenvolver a diferença em
pressão, ou seja, 7,0 kfg/cm2.

A BOMBA CENTRÍFUGA COMPÕE-SE DE;


1- Carcaça fixa em formato de voluta (espiral) tendo abertura central para
admissão e saída tangencial.
2- Rotor móvel, dotado de palhetas, que em geral ficam protegidas por dois
discos (rotor fechado). O rotor é a parte móvel da bomba.
3- Eixo de transmissão que recebe potência de um motor auxiliar.
4- Selo mecânico que faz a vedação da água do interior do corpo de bombas
para a caixa de transferência onde se localiza o óleo lubrificante.

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As palhetas das bombas centrífugas possuem curvaturas dirigidas em sentido


contrário ao da rotação.
As bombas centrífugas podem ser de estágio simples ou de múltiplos estágios:
a - A bomba centrífuga de um estágio (simples) consiste de rotor, eixo do rotor
e carcaça da bomba.

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I - A água penetra na bomba pelo centro do rotor e, é arremessada contra a


face interna da carcaça da bomba pela rápida rotação do impulsor; daí, a água é
conduzida ao tubo de descarga.
II - Desde que a bomba centrífuga tenha capacidade de cumular a pressão de
água fornecida, é possível operar várias bombas centrífugas em série, bombeando
água da expedição de uma para a admissão da outra, aumentando-se, rapidamente,
a pressão da última bomba da série, sem exigir maior rotação dos rotores.

b - As bombas de incêndio são construídas de tal forma que duas ou três


unidades de um estágio são conectadas no mesmo corpo de bomba, formando uma
bomba de múltiplos estágios.
I - A bomba de incêndio mais comum é a de dois estágios.
II - Nas bombas de múltiplos estágios há possibilidade de operação tanto em
série como em paralelo.
Quando a bomba de dois estágios é operada em paralelo (volume), cada rotor
recebe água ao mesmo tempo da sua sucção e descarrega-a no mesmo tubo de
expedição. O resultado é a combinação da capacidade de dois rotores.

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Nas operações em série (pressão), a descarga do primeiro rotor é desviada


para a introdução do segundo rotor.

c - A mudança de operação de paralelo para série é feita pelo movimento da


válvula de transferência.

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TIPOS DE ROTORES
Podem ser abertos, semi-abertos e fechados.
1- Os abertos são apropriados para bombear líquidos com impurezas;
2- Os semi-abertos são próprios para bombear líquidos contendo materiais
fibrosos e alguns sólidos;
3- Os fechados são mais comuns, próprios para bombear líquidos com poucas
ou nenhumas impurezas.

SISTEMA DE ESCORVAMENTO
O escorvamento é a operação de retirada do ar no interior da bomba principal
e seu mangote, produzindo assim um vácuo. Para que isto seja realizado, faz-se
necessário uma bomba de escorvamento (bomba auxiliar), pois as bombas
centrífugas dependem da rotação dos rotores para pressurizar a água e, não têm a
capacidade de extrair o ar por si só; portanto, não são de deslocamento positivo e
deve ser dotadas de uma bomba de escorva para retirar o ar do interior da bomba
centrífuga e mangates e posteriormente succionar água.

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O sistema de escorva de uma bomba centrífuga pode ser:


1- Sistema de escorva por meio de bomba de deslocamento positivo.

Realizado por bomba rotativa de engrenagem e bomba de palhetas.


2- Sistema de escorva por meio de vácuo.

Utiliza o vácuo no tubo de admissão do motor, para reduzir a pressão interna


da bomba, é nada mais que um tubo ligado entre o corpo da bomba e o tubo de
admissão do motor, com uma válvula de paragem entre ambas, para prevenir que a
entrada de água no motor, um pequeno tanque de segurança é instalado junto à
válvula de paragem.

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3- Sistema de escorva por desvio de gases.

É um dispositivo que canaliza os gases da combustão do motor através de um


“Venturi” (tubo com um estrangulamento cilíndrico ao centro, do qual deriva outro tubo
de pequeno diâmetro), construído numa câmara de ejeção. O tubo Venturi é ligado a
bomba por um cano curto e de pequeno diâmetro, como os gases da combustão são
forçados através do Venturi, há produção de vácuo parcial na câmara de ejeção, o
que provoca o arrastamento do ar do interior da bomba e, consequentemente a
redução da pressão interna do corpo da bomba.

VÁLVULA DE ESCORVA

A - A válvula de escorva é montada entre a bomba de escorvamento e a bomba


principal e permanece sempre fechada, exceto quando a bomba pricipal está sendo
escorvada.
B - A finalidade da válvula de escorva é prevenir que a água alcance a bomba
de escorvamento, enquanto a bomba principal está sendo operada.
C - A válvula de escorva é necessária em todas as bombas centrífugas,
independente do tipo de escorva usada.
D- Na maioria das bombas, a válvula de escorva é operada manualmente,
entretanto alguns tipos de bombas com sistema de escorva elas são combinadas.
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E - As bombas de escorva do tipo rotativa são lubrificadas com óleo de


viscosidade média (SAE 30).
I- Isto é possível pela instalação de um tubo entre o reservatório e a introdução
da bomba de escorva.
II- O fluxo de óleo é controlado por uma válvula no tubo, a qual permite que
uma adequada quantidade de óleo alcance a bomba de escorva.
III- Um pequeno orifício é feito na região superior do tubo para eliminar o sifão
originado no sistema, enquanto está sendo operada. A figura abaixo ilustra o sistema
automático de lubrificação para bomba de escorva.

TRABALHO DAS BOMBAS

1- As mangueiras são geralmente fabricadas em lances de 15 metros, porém,


para os cálculos de pressão, torna-se por bases de lances de 30 metros.
2- As bombas de incêndio são projetadas para quando se necessitar de
pressões maiores de que a bomba é capaz de fornecer esse aumento de pressão
possa ser obtido pela redução no volume de água bombeada.
3- Em síntese, o funcionamento de uma bomba de incêndio exige que se
aumentando a pressão, se diminua o volume e vice-versa.
4- Isto pode ser facilmente entendido pelo fato de que uma determinada
pressão equivale ao trabalho necessário para elevar certo volume de água a uma
desejada altura.

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Ex.: A elevação de um litro de água a dois metros representa o dobro do


trabalho necessário para elevar um litro de água a um metro, por outro lado, elevar
dois litros de água a um metro equivale a elevar um litro a dois metros.
5- Muitas bombas de incêndio são construídas com dois estágios:
Um descarrega o máximo de água à pressão normal (paralelo);
O outro bombeia menor volume de água à pressão mais elevada (série).
a - O operador deve saber qual o estágio a ser usado, para obter o resultado,
conforme a situação.
b - É responsabilidade do operador da bomba suprir adequadamente as linhas
de mangueiras em operação; logicamente, ele deve ser orientado pelo CMT do
socorro, porém, na prática tal missão é atribuição isolada do operador da bomba, ou
seja, o motorista do Auto Bomba.
6- Em muitas situações as operações de bombeamento, exigem a utilização
simultânea de diversas fontes de abastecimento dentro de sua área de trabalho.
a - Deve-se saber, aproximadamente, a quantidade de água disponível em
cada fonte, os mangotes e acessórios necessários, bem como todos os tipos de
hidrantes (subterrâneos ou de coluna), inclusive a quantidade de expedições.
b - Outra fase do operador se relaciona com o controle da pressão da bomba.

I - O movimento da água no interior da mangueira envolve uma energia muito


grande.
II - Quando a velocidade da água é subitamente reduzida, como no caso do
fechamento rápido do esguicho, ocorrem elevações perigosas de pressão, as quais
se não controladas adequadamente, podem causar o rompimento da mangueira,
sérias avarias nas bombas ou incidentes à guarnição de incêndio, principalmente
quando o homem estiver trabalhando em escadas ou outros lugares em que o manejo
da mangueira se torne mais difícil.
III - Por essa razão as bombas normais possuem um dispositivo automático de
segurança (válvula de retorno ou alívio) que limita a elevação de pressão a 2 Kgf/cm2
(30 PSI) acima daquela do trabalho estabelecido, quando as linhas são fechadas.
IV - Os construtores de bombas empregam dois métodos para o controle
automático de elevação de pressão:
a- Através de uma válvula de retorno, instalada de maneira a controlar a
pressão pela abertura de um desvio, quando ela exceder à pressão estabelecida pelo
operador;
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b- Através de um limitador de rotação do motor, que atua quando acorre uma


elevação brusca de pressão.
V - A primeira obrigação do operador da bomba é certificar-se do
funcionamento do controle automático de elevação de pressão, de maneira que ele
esteja em condições e operar a qualquer tempo e regulado á pressão adequada tão
logo a bomba seja colocada em funcionamento.

CAVITAÇÃO

É a formação de bolhas de vapor d’água em uma canalização de baixa pressão.


Recomendam-se cuidados especiais na operação, principalmente quando se bombeia
água contra grandes pressões (grandes alturas geométricas e/ ou elevadas perdas de
carga). Pode ocorrer que a bomba fique operando com rotação muito elevada para
uma vazão, que didaticamente interpretamos:
- A bomba está solicitando uma vazão na sucção superior à que é possível para
aquela canalização.
Então a pressão começa a cair na entrada da bomba, podendo acarretar a
cavitação. Tal fato pode ocorrer mesmo que a bomba esteja estabelecida em hidrante,
no caso em que o mesmo não tenha pressão satisfatória.
O operador deve então acompanhar e controlar o funcionamento da bomba,
atentando para o ponto a partir do qual o aumento de rotação não é seguido de um
aumento da vazão, como também da pressão no manômetro. Este ponto indica risco
de cavitação.

CONSEQUÊNCIAS DA CAVITAÇÃO

A cavitação pode causar:

1- Vibrações e ruídos internos, devidos ao colapso das bolhas de vapor, logo


que elas alcançam a zona de pressão alta no interior da bomba;
2- Erosão cavital, devido à desagregação das partículas metálicas, provocados
pelo impacto e implosão das bolhas;
3- Violenta queda das características da bomba. Sob cavitação uma bomba tem
reduzida sua vazão e altura manométrica e, portanto, seu rendimento.
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Como medida preventiva para evitar a cavitação deve-se adotar uma ou mais
de uma das medidas abaixo:
a- Diminuir se possível, a altura de aspiração;
b- Reduzir as perdas de carga na canalização de aspiração (utilizando tubos
de maior diâmetro, e diminuindo o numero de conexões);
c- Reduzir a pressão para diminuir a vazão ou usar boca móvel ou esguicho
com requinte menor para conseguir uma vazão menor à mesma pressão;
d- Acelerar gradativamente observando o tacômetro do motor e o manômetro
de pressão;
e- Estar sempre atento para possíveis entradas de ar nas conexões.

GOLPE DE ARÍETE

São variações de pressão decorrentes de variações da vazão, causadas por


alguma perturbação, voluntária ou involuntária, que se imponha ao fluxo de líquidos
em condutos, tais como operações de abertura ou fechamento de válvulas, falhas
mecânicas de dispositivos de proteção e controle. Durante o fenômeno do Golpe de
Aríete, a pressão poderá atingir níveis indesejáveis, que poderão causar sérios danos.

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VÓRTICE
É o movimento em espiral gerado a partir da superfície livre de um líquido
quando este escoa por um orifício, quando este orifício encontra-se a uma
profundidade inferior a um determinado limite. Como a entrada de água na sucção de
um bombeamento assemelha-se a situação descrita caso não sejam tomadas
precauções, poderá haver condições favoráveis ao aparecimento do problema. O
crescimento contínuo do vórtice pode dar origem à entrada de ar no interior da bomba
provocando cavitação no interior da mesma.

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SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO DO MOTOR


(INTERCAMBIADOR DE CALOR)
Outra função importante do operador é manter o motor a uma temperatura de
trabalho adequada. Isto significa que o operador deve saber qual é essa temperatura
e, como usar o sistema de resfriamento para mantê-la. Alguns fabricantes oferecem
Auto Bombas com sistema de resfriamento, a fim de obter maior eficiência nos dias
quentes e reduzir o perigo do superaquecimento do motor.
O operador de bomba mediante a leitura do termômetro do motor deve usar a
válvula de resfriamento auxiliar, de modo a manter a temperatura do motor dentro de
um limite apropriado. E muito importante que o motor que aciona a bomba seja
mantido na temperatura correta de operação. Para a maioria dos motores está entre
70° e 82° C. Um motor desgastará aproximadamente cinco vezes mais, se operar na
faixa de temperatura a 37° C do que se operar na faixa de 70° e 82° C. Por esta razão
a válvula termostática permanece fechada, impedindo a circulação da água no motor,
até que a temperatura de operação seja alcançada.
Alguns modelos de Auto Bombas são equipados somente com um sistema de
refrigeração por extravasamento. Isto é meramente uma pequena linha ligada entre a
expedição da bomba e o radiador do motor. A água fria é misturada com a água quente
e o excesso escoa pelo ladrão do radiador. Com este sistema de refrigeração o
operador deve tomar muito cuidado para não resfriar muito rapidamente um motor
excessivamente quente o que resultará ou poderia resultar num trincamento do bloco.
Outro perigo é abrir a linha de refrigeração completamente, especialmente quando
operar em altas pressões.
Isto resulta em forçar mais a água no radiador do que a capacidade de vazão
do ladrão, ocasionando a ruptura do radiador ou das mangueiras.
A maioria dos Auto Bombas são equipados com um intercambiador de calor.
Com o intercambiador de calor, a bomba resfria adequadamente a água do sistema
de arrefecimento do motor sem misturar-se com a mesma.
O intercambiador de calor consiste de uma serpentina de tubo de cobre envolta
em uma carcaça de metal. A água fria é forçada da expedição para a serpentina,
transferindo parte do calor para a água que circula na serpentina, e em seguida após
a troca de calor a água é eliminada pelo ladrão da serpentina, e em seguida após a
troca de calor a água é eliminada pelo ladrão da serpentina, não havendo desta forma
contato direto entre a água oriunda do sistema de refrigeração forçado e a água do
radiador.
Este sistema de refrigeração elimina os perigos encontrados quando o sistema
de refrigeração por extravazamento é utilizado. Outra vantagem é evitar que a água

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com impurezas penetre no radiador. Ocasionando o seu entupimento ou das câmaras


de refrigeração do motor.

DRENOS
As bombas possuem registros denominados “drenos” para o esvaziamento da
água acumulada nas conexões, no corpo de bombas e nas tubulações.
Algumas bombas têm um dreno mestre que se destina ao corpo de bomba e
suas conexões, enquanto outras têm drenos individuais para cada ligação.
O operador de bomba deve saber a localização de todos os drenos, qual a
posição de fechamento e abertura e, qual a parte da bomba é esvaziada quando
acionados.
Importante: Após a utilização da bomba em qualquer situação, devem-se abrir
os drenos, a fim de que toda a água que se encontre no interior da bomba seja
eliminada, evitando assim futuros vazamentos na carcaça da bomba e tubulações,
vazamentos estes causados pela corrosão do metal devido ao esquecimento de água
no interior da bomba.

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EMPREGO DAS BOMBAS


Três fatores influenciam na seleção da bomba em determinado incêndio, tais
como:
O volume de água existente a ser movimentado;
O tempo disponível para se obter água no esguicho;
A criteriosa utilização da água, da capacidade da bomba e da quantidade de
linhas disponíveis.
O condutor e operador deve considerar os fatores acima citados quando arma
o material para o combate a incêndio.
A reserva de um tanque, através do emprego do mangotinho, pode extinguir
rapidamente o mesmo incêndio que, cinco minutos mais tarde, não será dominado
com o dobro ou mais de água, quando se perde tempo armando mangueiras e
fazendo-se sucção de um manancial.
Entretanto, fase à reduzida quantidade de água do tanque do Auto Bomba, é
necessário completá-lo com abastecimentos através de uma linha:
a- Armada em hidrante;
b- Armada em auto-tanque;
c- Armada em bomba, portátil ou não, operando em sucção;
d- Proveniente de reservatório elevado, com aproveitamento da força da
gravidade.
A escolha adequada do sistema de combate a incêndio depende da
possibilidade de se localizar uma simples peça do equipamento no momento preciso,

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quando da capacidade de ação dos componentes da guarnição e das condições de


eficiência da viatura.
Quanto ao condutor e operador pode ele adotar os seguintes esquemas:
1- Alimentar linhas de mangotinhos ou mangueiras, usando água do tanque do
Auto Bomba;
2- Recalcar água provinda de hidrante;
3- Operar em sucção.
Quando se usa a água do tanque do Auto Bomba para alimentar linhas de
mangotinhos ou mangueiras, é aconselhável posicionar o Auto Bomba tão próxima ao
sinistro quanto seja possível e, em posição tal que permita a rápida retirada, quando
necessária.
Esta é uma forma de ataque rápido que, usualmente, produz bons resultados.
Sabendo-se que a reserva do tanque é limitada, previsão deve ser feita para
suplementar essa reserva, antes que ela se esgote. Obviamente, a quantidade de
água que uma bomba pode descarregar depende, basicamente, das linhas adutoras
que a abastecem.
No local do evento, sempre que possível posicionar a viatura com o painel da
bomba para frente do sinistro;
Quando a bomba estiver engatada e não houver saída de água, as válvulas
tanque-bomba e circulação devem estar abertas. Sempre reduzir a rotação da bomba;
No abastecimento do tanque da viatura deve-se observar a pressão nominal do
hidrante ou da viatura que estiver abastecendo para que a pressão não ultrapasse 7
bar.

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TIPOS DE ENGATE DAS BOMBAS


- Acionamento via cardã.
Eixo de transmissão dividido;
- Acionamento pelo PTO( POWER TAKE-OFF).
Limitação de potência devido o seu diâmetro;
- Acionamento frontal ao motor.
Não exceder a capacidade de força do virabrequim (rotação do motor).

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UTILIZANDO A ÁGUA DO TANQUE PARA COMBATE DE INCÊNDIO


Antes de engatada a bomba, abrir as válvulas TANQUE-BOMBA e BOMBA-
TANQUE (circulação);
Obs: pronto a ligação;
a- Na liberação da água, primeiro deve-se abrir a expedição;
b-Fechar a válvula BOMBA-TANQUE (circulação);
c-Liberar pressão desejada, conforme necessidade da extinção do incêndio.

TÉRMINO DO COMBATE A INCÊNDIO


Com a bomba engatada;
Obs: alto a ligação;
a-Desativar a rotação da bomba;
b- Abrir a válvula BOMBA-TANQUE (circulação);
c- Fechar a expedição;
d- Desengatar a bomba.

PROCEDIMENTO DE SUCÇÃO
Com a bomba desengatada, montar os mangotes e ralo de retenção na admissão
da bomba;
a- Fechar as válvulas TANQUE-BOMBA e BOMBA-TANQUE (circulação);
b- Fechar todas as expedições e drenos da bomba;
c- Abrir a admissão;
d- Acionar a escorva por no máximo 1 minuto;
e- Feita o escorvamento abrir qualquer expedição.
f- Para encher o tanque, abrir a válvula BOMBA-TANQUE. Com o enchimento do
tanque fechar novamente a válvula BOMBA-TANQUE.
Obs: Nas viaturas ABTF JACINTO e ASE ITURRI as escorva são automáticas,
nestes modelos de sistema as bombas devem esta engatadas.

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MANÔMETROS
Uma bomba padrão tem dois manômetros principais. O de pressão e o de
sucção. O manômetro de pressão é montado no tubo de descarga da bomba e marca
a pressão desenvolvida pela bomba em BAR, PSI ou Kgf/cm2.
O manômetro composto (manovacuômetro) é montado no tubo de admissão.
Ele marca tanto vácuo como pressão. Quando operado com suprimento sob pressão,
ele marca residual em BAR, PSI ou Kgf/cm2. No caso de sucção, ele acusa pressão
negativa, ou o vácuo desenvolvido na sucção da bomba.
De zero para baixo, no manovacuômetro, a leitura é feita em pol/Hg, mm/Hg ou
cm/Hg, comumente chamamos de polegadas, milímetros ou centímetros de mercúrio
de vácuo. Como sabemos uma polegada equivale a 2,5 cm, então uma pol/Hg de
vácuo e equivalente a 25 mm/Hg ou 2,5 cm/Hg de vácuo e são equivalentes a 0,34m
de coluna de água. Na prática, comumente consideramos uma polegada, 2,5 cm ou
25 mm de vácuo igual a 0,30 m.c.a. Uma leitura de 10 pol/Hg, 250 mm/Hg ou 25 cm/Hg
no manômetro composto indicará uma altura negativa ou elevação de 3 metros, razão
pela qual a graduação de vácuo no manovacuômetro é calibrada somente até 30
pol/Hg, 760 mm/Hg ou 76 cm/Hg. Desta forma, como dissemos anteriormente, se 1
polegada equivale a 0,34 m.c.a., então, 30 pol/Hg que é a graduação máxima do
manovacuômetro, equivale a 10,20 metros de elevação. Se conseguíssemos um
vácuo perfeito (30 x 0,34 = 10,20).

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OPERAÇÃO EM SUCÇÃO
A operação em sucção consiste em expelir o ar do interior do corpo de bomba
principal, dos mangotes, tubos de conexões e demais acessórios, estabelecendo um
vácuo parcial.
Na operação em sucção, a bomba se abastece de água provida de reservatório
situado abaixo do nível em que ela se encontra.
É unicamente a pressão do ar exterior que faz chegar água à bomba e, nunca
a potência desta última.
1- Quando se faz vácuo no interior do mangote e do corpo de bomba, resulta
uma diferença de pressão entre o interior e o exterior.
2- Sendo a pressão atmosférica maior, faz com que a água se eleve do interior
do mangote e alcance o corpo de bomba.
3- A pressão que a água pode ser elevada é limitada pela capacidade da bomba
em retirar o ar de seu interior.

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4- A pressão atmosférica normal ao nível do mar é de 1 Kgf/cm2, equivale a 1


(uma) atmosfera, 14,7 PSI, 760 mm/Hg ou 10 M.C.A. (metros de coluna d’água e,
diminui a medida que aumenta a altitude.
5- Assim, a diferença de pressão interna do corpo de bomba será sempre
menor que 760 mm/Hg.
Teoricamente, uma bomba absolutamente perfeita poderia elevar uma coluna
de 10,33 metros (equivalente em peso a 760 mm/Hg ao nível do mar); isto, entretanto,
não pode ser conseguido com as bombas de incêndio em uso, por duas razões
principais:
a- Nenhuma bomba de incêndio é capaz de produzir e manter vácuo perfeito;
b- A perda de carga no mangote reduz a capacidade de sucção real da bomba,
necessária para vencer o peso da água elevada.
Normas exigem que o sistema de escorva seja capaz de produzir 538 mm/Hg
(7,5 m.c.a.), ao nível do mar, porém, as especificações comuns, geralmente, exigem
que a bomba possa operar em sucção usando os mangotes necessários para obter
sua plena capacidade, com pelo menos três metros de desnível.
É muito importante lembrar que o diâmetro e comprimento do mangote de
sucção, constituem fatores de limitação. A quantidade de água que pode se
succionada e da altura de elevação máxima permitida. Por exemplo: Uma bomba com
capacidade média, usando dois lances de mangotes com 100 mm de diâmetro, pode
se succionar ao nível do mar, no máximo 2.000 l/min a cinco metros de altura; porém,
se for necessário o emprego de três lances de mangotes com o mesmo diâmetro, para
atingir o manancial e mantendo a mesma elevação de cinco metros, a vazão será
menor devido ao aumento da perda de carga.
a- A perda de carga pode ser reduzida com o uso de mangotes de maior
diâmetro;
b- Quando em locais de grande altitude, devem ser usados mangotes de maior
diâmetro, devido a diminuição da pressão atmosférica.

TESTE DE SUCÇÃO DE BOMBAS


Procede-se o teste de sucção, observando o seguinte:
1- Fechar as válvulas de e descarga, tanque-bomba e bomba-tanque e drenos;
2- Apertar os tampões de sucção;
3- Engrenar a bomba e escorvar até que o manovacuômetro acuse cerca de
500 mm/Hg (6,92 m.c.a) de vácuo;
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4- Observar o manovacuômetro; se o vácuo cair mais que 250 mm/Hg (3,46


m.c.a) em 10 segundos; é a indicação certa de entrada de ar que devem ser
eliminadas antes da bomba ser considerada em condições de serviço;
5- Vazamentos de ar podem ser detectados pelo ouvido, caso o motor esteja
desligado;
6- É aconselhável testes de sucção a intervalos relativamente frequentes; isto
pode ser feito conectando-se o mangote de sucção a bomba e colocando o tampão
da introdução na extremidade do mangote, no lugar do ralo;
7- Caso a entrada de ar possa ser detectada pelo teste de vácuo, é
aconselhável testar a bomba hidrostaticamente; para fazer isto conectar a bomba
numa fonte de água sob pressão e, verificar se há vazamentos.

Procedimentos e cuidados:
a- Vazamentos de ar causarão alta rotação do motor em relação a pressão;
b- Matérias estranhas nos rotores causará alta rotação do motor e volume de
água menor que o normal;
c- Quando trabalhando em sucção, não bombear de maneira a causar
redemoinho em volta do ralo, pois irá permitir que o ar penetre na bomba, resultando
numa operação irregular; caso mais água for necessária, tentar uma melhor imersão
do ralo;
d- Inspecionar arruelas de borracha dos mangotes e dos tampões, desde que,
matérias estranhas sob estas arruelas ou falta delas causarão entrada de ar, o que
pode impedir a obtenção de água quando trabalhando em sucção e, mesmo que se
consiga água, causará uma irregular pulsação no jato.

TERMINOLOGIA DE BOMBAS

1- ROTOR: É o dispositivo da bomba centrífuga que se movimenta, a fim de impelir a


água.
2- VOLUTA: A função do caminho de descarga da bomba é coletar a água do rotor e
dependendo de seu design, pode ou aumentar a pressão e diminuir a velocidade ou
aumentar a velocidade e diminuir a pressão.

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3- ESTÀGIOS: Representam a quantidade de rotores numa bomba centrífuga, os


quais são usados em série, isto é, um em seguida ao outro; cada rotor desenvolve
parte da pressão total da bomba.
4- VÁLVULA DE TRANSFERÊNCIA: É uma válvula que muda a operação da bomba,
conforme sua posição em “volume” ou em “pressão”, a bomba de estágio único não a
possui.
A- Com a válvula de transferência posicionada em “volume”, cada um dos
rotores atua como uma bomba de estágio único, trabalhando em paralelo ou lado a
lado.
- Cada rotor recebe água pela introdução e expulsa-a pela expedição da bomba
ao mesmo tempo.
- Portanto, em paralelo, os rotores da bomba debitam grande volume de água.
B- Com a válvula de transferência posicionada em “pressão” os rotores atuam
em série, ou seja, a descarga de um rotor é lançada na admissão de outro,
conseqüentemente, dobrando a pressão.
C- A válvula de transferência é ligada a vários modelos de bomba, por um dos
processos seguintes:
- HASTE: Quando puxada, a bomba funcionará em série e, quando empurrada,
a bomba funcionará em paralelo;
- VOLANTE: Quando girada no sentido anti-horário, a bomba funcionará em
paralelo, e no sentido horário, funcionará em série.
5- VÁLVULA DE ALÍVIO: É uma válvula automática, para manter a rotação do motor
e estabilizar a pressão da bomba quando a válvula descarga (expedição) ou esguicho
for fechado. Geralmente elas são calibradas a 16 BAR.
A- A válvula de alívio estabiliza a pressão pela devolução do fluxo de descarga
para a introdução da bomba.
B- Para que a válvula de alívio mantenha estabilizada a pressão de trabalho,
um outro dispositivo ajustável manualmente é acionado à pressão desejada; este
dispositivo denomina-se “controle da válvula de alívio”.
6- VÁLVULA DE PARAGEM: Nas bombas de dois estágios há válvulas de paragem
de fluxo d’água, em balanço, na passagem da sucção do segundo estágio.
A- As válvulas de paragem estão localizadas, uma em cada lado da bomba,
entre o tubo de sucção e o corpo de bombas.

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B- Estas válvulas de paragem, em balanço, abrem-se automaticamente quando


a bomba trabalha em paralelo (volume), e se fecham quando a bomba trabalha em
série (pressão).
7- CAIXA DE TRANSFERÊNCIA: Contém uma engrenagem destinada ao impulsiona
mento de bomba, mediante o aproveitamento da força motriz da viatura a qual lhe é
transferida pelo deslocamento de uma alavanca sincronizada com a engrenagem de
deslizamento, na caixa de câmbio da viatura.
8- ESCORVAMENTO: É a operação que retira o ar contido no interior da bomba
principal e mangote de sucção, produzindo assim o vácuo.
A- Isto permite à pressão atmosférica atuar sobre a superfície do manancial de
água e empurrá-la ao mangote de sucção e bomba principal.
9- BOMBA DE ESCORVAMENTO: É uma bomba auxiliar que produz o vácuo
necessário à escorva da bomba principal.
10- VÁLVULA DE ESCORVA: É uma válvula tipo gatilho, a qual aciona um registro
localizado entre a bomba de escorvamento e a bomba principal; permanece sempre
fechada, exceto quando é feito o escorvamento.
11- MANÔMETRO: É geralmente graduado em libras por polegada (PSI), quilograma
força por centímetros quadrado (Kgf/cm2) ou em (BAR).
A- É conectado ao tubo de expedição para indicar a pressão de descarga da
bomba.
B- Denomina-se manômetro composto ou manovacuômetro quando há
graduação de pressão e PSI, BAR ou kgf/cm2 e vácuo em polegadas de mercúrio
(pol/Hg) ou milímetro de mercúrio (mm/Hg).
C- O manovacuômetro é conectado no tubo de introdução da bomba para
indicar o vácuo quando feita a sucção de água em manancial situado em nível inferior
à bomba ou, pressão de descarga do hidrante que alimenta a bomba.
12- ALTURA DE SUCÇÃO: Desnível geométrico (altura em metros), entre o nível
dinâmico da captação e o bocal de sucção da bomba.

13- ALTURA DE RECALQUE: Desnível geométrico (altura em metros), entre o bocal


de sucção da bomba e o ponto de maior elevação do fluído.

14- ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL: Altura total exigida pelo sistema, a qual a
bomba deverá ceder energia suficiente ao fluído para vencê-la. Leva se em
consideração os desníveis geométricos de sucção e recalque e as perdas de carga
por atrito em conexões e tubulações.

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15- PERDA DE CARGA NAS TUBULAÇÕES: Atrito exercido na parede interna do


tubo quando da passagem do fluído pelo seu interior. É mensurada obtendo-se,
através de coeficientes, um valor percentual sobre o comprimento total da tubulação,
em função do diâmetro interno da tubulação e da vazão desejada.

16- PERDA DE CARGA LOCALIZADA NAS CONEXÕES: Atrito exercido na parede


interna das conexões, registros, válvulas, dentre outros, quando da passagem do
fluído. É mensurada obtendo-se, através de coeficientes, um comprimento equivalente
em metros de tubulação, definido em função do diâmetro nominal e do material da
conexão.

17- COMPRIMENTO DA TUBULAÇÃO DE SUCÇÃO: Extensão linear em metros de


tubo utilizados na instalação, desde o injetor ou válvula de pé até o bocal de entrada
da bomba.

18- COMPRIMENTO DA TUBULAÇÃO DE RECALQUE: Extensão linear em metros


de tubo utilizados na instalação, desde a saída da bomba até o ponto final da
instalação.

19- ENERGIA CINÉTICA: É a quantidade de trabalho a ser realizado sobre um


objeto para modificar a sua velocidade (seja a partir do repouso - velocidade zero -
ou a partir de uma velocidade inicial não-nula).

20- ENERGIA MECÂNICA: É a capacidade de um corpo de realizar trabalho. Quando


associada ao movimento, é chamada energia cinética; mas se associada à posição,
energia potencial.

21- ANODOS DE SACRIFÍCIO: São materiais fabricados com metais pobres, afim
de evitar a corrosão dos componentes de metal das bombas hidráulicas e
equipamentos imersos permanentemente em águas salgadas ou doces aumentando
sua vida útil. São fabricados em zinco ou liga de zinco com alumínio para águas
salgadas e liga de magnésio para águas doces que são os mais usado.

TABELA DE DEFEITOS

Bomba funciona, mas não há recalque.

- Entrada de ar;
- Rotor da bomba entupido;
- Chaveta do eixo danificado;
- Registro tanque/bomba fechado;
- Ralo de sucção entupido.

Bomba Não Engrena/ Desengrena “sozinha”.


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-Baixa pressão de ar no sistema;


-Cilindro pneumático de engreno com vazamento;

Ruídos na Caixa de Engrenagens.

- Rolamentos danificados;
- Engrenagens danificadas;
- Nível de óleo baixo.

Vazamento de água no corpo de bomba.

- Vedação, (juntas, anéis)


- Selo Mecânico, (vazamento no eixo, na parte traseira da bomba).

Bomba de escorva não funciona.

-Verificar disjuntor;
-Verificar solenoide, e conexões dos cabos elétricos;
-Palhetas emperradas. Abrir a tampa, remover as palhetas e lixa-las com lixa
280/320.

Bomba de escorva funciona, mas não faz coluna d’água.

-Verificar entradas de ar nos mangotes, fechamento dos tampões e registros.

Aceleração da bomba não funciona.

-Habilitar piloto automático no painel do veículo;


-Pode a bomba não estar engrenada perfeitamente;
-Sensor de pressão pneumático de engreno da bomba danificado;
-Rele queimado;
-Verificar reaperto do chicote elétrico, e conexão dos contatos do botão de
aceleração.

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MATÉRIA PÁGINA
Objetivo do módulo 61
Responsabilidade 62
Manutenção 62
Tipos de manutenção 62
Categorias e escalões de manutenção 63
Manutenção de 1º escalão 63
Manutenção de 2º escalão 65
Manutenção de 3º, 4º e 5º escalão 66
Frequência das verificações 67
Procedimentos para desativar viaturas 67
Manutenção específica 68
Viaturas equipadas com bomba de incêndio 68
Viaturas equipadas com Escadas Mecânicas, Plataformas e Guinchos 69
Viaturas equipadas com Moto Bombas, Geradores e Motores
69
Estacionários
Verificações 69
Recomendações quanto aos cuidados 70
Cuidados com o motor 70
Cuidados com a direção 70
Cuidados com os freios 70
Cuidados com a suspensão e amortecedores 71
Cuidados com a embreagem 71
Cuidados com o câmbio 72
Cuidados com o sistema de partida 72

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OBJETIVOS DA DISCIPLINA

1) Proporcionar aos militares do CBMDF uma orientação doutrinária para o


planejamento, divisão do trabalho, fiscalização das atividades e execução dos
encargos concernentes à manutenção da frota e equipamentos pertencentes
ao CBMDF, também chamada de manutenção preventiva e

2) Diminuir o número de viaturas baixadas por falha ou falta de manutenção de 1º


e 2º escalão, que e de responsabilidade dos condutores e operadores, chefes
de SMT e Dia a Garagem para que haja uma constante manutenção preventiva,
otimizando os recursos da frota operacional.

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RESPONSABILIDADES

• Comandante das Unidades;

• Subcomandante das Unidades;

• Chefe do SMT;

• Dia a Garagem;

• Condutor e operador de viaturas.

MANUTENÇÃO

A finalidade da manutenção é manter o perfeito funcionamento do material e


descobrir aos primeiros sinais, falhas elétricas e mecânicas nas viaturas, para
assegurar que a ação corretiva apropriada seja tomada antes que surja a necessidade
de reparação e substituição mais complexa e dispendiosa.
A operação correta e o uso adequado das viaturas são partes tão importantes
da manutenção preventiva como o são as inspeções, a lubrificação, os serviços de
postos, as regulagens, as substituições e as reparações de todos os sistemas da
viatura.

TIPOS DE MANUTENÇÃO

Manutenção Preventiva: Consiste na substituição ou reparos de peças, após


a verificação ou inspeção de uma viatura ou equipamento.
Manutenção Corretiva: Visa atender aos imprevistos no funcionamento de um
sistema, e ocorrerá tanto mais vezes, quanto menos for feita a manutenção
preventiva.
Manutenção Sistemática: Consiste na substituição periódica das peças após
passado certo tempo de utilização, avaliado para cada período de vida útil da peça
(manutenções agendadas).
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As operações de manutenção variam dos procedimentos preventivos


executados pelo pessoal que utiliza o equipamento às técnicas complexas de
reparação e recuperação. Para dar maior flexibilidade e manutenção as viaturas e
equipamentos, ficaram subdivididas em 5 escalões (1º,2º, 3º,4º e 5º).
Quando a viatura não tem condições de se deslocar até o CEMEV, e mais
aconselhável que a equipe de manutenção (socorro mecânico) se desloque até o local
onde se encontra para que o problema não se agrave. Para isso, é estabelecido
contato prévio ao CEMEV que providenciarão antecipadamente os sobressalentes e
ferramental apropriado ao serviço a ser executar.

MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO

São os cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e


permanente de viaturas e equipamentos elétricos, hidráulicos ou mecânicos, realizada
pelos condutores e operadores permanentemente e executada antes, durante e após
as operações com as viaturas sempre que as mesmas forem funcionadas, conduzidas
ou operadas, visando detectar possíveis falhas para que seja consertada o mais breve
possível.
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TIPOS DE MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO

Diária: É a manutenção executada pelo condutor todos os dias antes, durante


e após a movimentação efetuada com a viatura.
Semanal: É a manutenção de 1º escalão complementar. Consiste na execução
de todas as operações de 1º escalão diária com revisão geral da viatura, na verificação
de fatores que podem afetar o funcionamento da mesma, e nos cuidados relativos ao
seu aspecto geral.

ATRIBUIÇÕES DA MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO


A manutenção de 1º escalão e realizada pelos condutores e operadores de
viaturas. Ela e executada durante e após as operações nas viaturas, todas as vezes
que estas forem utilizadas, compreendendo a inspeção diária, a limpeza, a
lubrificação, o abastecimento, os reapertos de parafusos, pequenas regulagens ou
substituição de peças que não requerem desmontagem dos conjuntos e
componentes.

CONFERÊNCIAS REALIZADAS PELOS CONDUTORES E OPERADORES DE


VIATURAS

• Nível do óleo do motor;

• Nível do líquido do arrefecimento;

• Nível do óleo da transmissão;

• Nível do óleo da direção hidráulica;

• Nível do óleo da roda dianteira (viatura ABT Pierce);

• Nível da água do limpador de para brisa;

• Nível do combustível S 10;

• Nível do reagente ARLA 32;

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• Condições gerais das baterias;

• Condições gerais do sistema elétrico;

• Condições das correias do motor;

• Condições do filtro de ar do motor;

• Condições da turbina;

• Drenagem de água no filtro separador de combustível;

• Drenagem de água dos balões de ar;

• Calibragem de pneus;

• Limpeza e conservação da viatura.

MANUTENÇÃO DE 2º ESCALÃO

A manutenção de 2º escalão é executada pelo posto de lubrificação da OBM,


e cabe a ela, eventualmente, a manutenção preventiva prolongando, ampliando e
fiscalizando o trabalho dos condutores e operadores.
Ela executa as reparações e as substituições de conjuntos dentro dos limites
de tempo, possibilidade das instalações, meios disponíveis e situação que requerem
mais agilidade no serviço.
Sob condições normais é o ponto de contato entre a manutenção preventiva e
a corretiva.

TIPOS DE MANUTENÇÃO DE 2º ESCALÃO

Periódica: É baseada no tempo de trabalho ou distância percorrida pela


viatura.
Eventual: É executada durante o trabalho, por falhas observadas na viatura.
OBS: Normalmente a manutenção é realizada nos períodos de troca de óleo
das viaturas ou conforme manual de manutenção.

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ATRIBUIÇÕES DA MANUTENÇÃO DE 2º ESCALÃO

As operações de manutenção de 2º escalão são executadas pelos mecânicos


dos postos de lubrificação, com as ferramentas, equipamentos e sobressalentes que
lhe foram distribuídos.
A lubrificação é uma parte essencial da manutenção preventiva. Determina o
bom estado de funcionamento das peças e conjuntos, tem influência direta nos custos
das operações, no funcionamento, e é um dos fatores mais importantes na segurança
e na vida útil das viaturas.

MANUTENÇÃO DE 3º, 4º e 5º ESCALÃO

Compreende a manutenção de serviço de reparação, recuperação e


modificação, executada pelo pessoal especializado do CEMEV ou empresas
especializadas. Consiste na reparação de peças e conjuntos, que estejam além das
possibilidades de manutenção de 1º e 2º escalão. Em alguns casos os reparos serão
feitos “in logo”, para tal, será utilizado uma ou mais viaturas com material necessário
(socorro mecânico).
Conforme for a complexidade do reparo, e com a autorização da DIMAT E
CEMEV, o serviço poderá ser realizado por empresas especializadas fora das
instalações do CEMEV.

SERVIÇOS REALIZADOS PELOS MECÂNICOS DO CEMEV

• Substituição do óleo do motor e filtros;

• Substituição do óleo das caixas de mudança;

• Substituição do óleo das transmissões;

• Substituição do óleo dos diferenciais;

• Lubrificação com graxa dos chassis e todos os pontos disponíveis da


suspensão e agregados da viatura;
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• Reparo e troca dos pneus (borracharia).

• Reparo e substituições de componentes elétricos e eletrônicos;

• Reparo, funilaria e pintura;

• Serigrafia;

• Serviços de tornearia;

• Montagem e desmontagem de acessórios e equipamentos;

• Reparo e manutenção dos componentes das bombas de incêndio e engenhos


hidráulicos.

FREQÜÊNCIA DAS VERIFICAÇÕES

1º Escalão: Realizar todos os dias e todas as vezes que a viatura for


funcionada ou operada. É e complementada por uma revisão semanal ou quinzenal.
2º Escalão: Deve ser realizada um semestre após a última manutenção de 2º
escalão, ou em período menor e observar no manual da viatura ou ficha de
manutenção, quilometragem ou o número de horas trabalhadas da viatura.
3º 4º e 5º Escalões: Sempre que houver a necessidade de fazer a reparação,
recuperação ou modificação da viatura.

PROCEDIMENTOS PARA DESATIVAR VIATURAS

O condutor deverá informar ao Dia à Garagem da OBM a situação da viatura,


a fim de identificar o problema;
O Dia à Garagem fará uma avaliação para verificar se a viatura tem condições
de se deslocar até o CEMEV. Caso não tenha, deverá desativá-la temporariamente e
acionar o socorro mecânico do CEMEV;
O condutor e o Dia à Garagem não tem autonomia de desativar a viatura.
Somente militares do socorro mecânico do CEMEV, após avaliação minuciosa é que
decidirão se a viatura tem ou não condições de continuar no socorro operacional;

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Em caso de desativação da viatura, os militares do socorro mecânico deverão


informar ao CIAD, e o Dia à Garagem deverá informar e transmitir ao SISCONV que
a viatura esta em manutenção.

MANUTENÇÃO ESPECÍFICA

Além da Manutenção de 1º Escalão, algumas viaturas possuem sistemas e


componentes (agregados) que precisam ser verificados diariamente, estes sistemas
compreendem:
• Bombas de incêndio;

• Escadas mecânicas e plataformas;

• Motores estacionários;

• Guinchos e guindastes;

• Acessórios e equipamentos.

VIATURAS EQUIPADAS COM BOMBAS DE INCÊNDIO

• Verificar o nível do tanque d’água;

• Verificar nível do tanque de espuma;

• Verificar o nível de óleo da caixa de transferência da bomba;

• Verificar óleo da escorva;

• Verificar o funcionamento da escorva;

• Verificar vazamentos na bomba ou tanque d’água;

• Verificar o funcionamento dos instrumentos da bomba e acessórios.

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VIATURAS EQUIPADAS COM ESCADAS MECÂNICAS, PLATAFORMAS E


GUINCHOS

• Verificar o nível do tanque de óleo hidráulico;

• Verificar vazamentos de óleo hidráulico;

• Verificar condições gerais de mangueiras e conexões;

• Verificar condições gerais de cabos e articulações;

• Verificar condições de polias e roldanas;

• Verificar condições gerais da estrutura do equipamento;

• Verificar e conferir funcionamento dos painéis de comando e sistemas elétricos;

• Verificar dispositivos de emergência.

VIATURAS EQUIPADAS COM MOTO BOMBAS, GERADORES E MOTORES


ESTACIONÁRIOS

• Verificar níveis de óleo;

• Verificar níveis de combustível;

• Verificar condições gerais de todo o equipamento;

• Verificar e colocar em funcionamento diariamente todos os sistemas e


acessórios.

VERIFICAÇÕES

Durante as verificações dos itens acima citados, devemos providenciar o


reabastecimento dos óleos e fluídos a troca dos componentes danificados, ou o
conserto para que a viatura e os equipamentos estejam em plena condição de uso.

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RECOMENDAÇÕES FINAIS

CUIDADOS COM O MOTOR:


• Não utilizá-lo antes de aquecê-lo;

• Não utilizá-lo quando apresentar qualquer defeito, isso diminui sua vida útil;

• Não exigir trabalhos que ele não pode executar;

• Evitar excessos de giro acelerando o motor desnecessariamente;

• Evitar velocidades excessivas com marchas incompatíveis;

• Evitar acelerar o motor antes de desligar (pode danificar a turbina);

• Manter sempre a troca de óleo em dia.

CUIDADOS COM A DIREÇÃO

• Evitar manobras com o veículo parado, afim de não danificar o conjunto “setor
de direção e eixo sem-fim” aumentando a folga da direção;

• Se o volante estiver mais pesado do que o normal pode ser pneus


descalibrados ou o alinhamento das rodas;

• Se for direção hidráulica, o volante quando chegar no seu limite de giro não
deve ser forçado;

• Verificar condições de correias e mangueiras hidráulicas;

• Verificar nível do fluído hidráulico.

CUIDADOS COM OS FREIOS

• Atentar para o desgaste das pastilhas e lonas de freios;

• Verificar nível do fluído de freio;

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• Não completar o fluído de freio ( se estiver baixo, indica desgaste das pastilhas
e lonas ou a algum vazamento);

• Atentar para o curso do pedal de freio ( se o pedal estiver baixando a um


possível vazamento);

• Manter regulado as lonas e freio de estacionamento;

• Drenar os balões de ar para eliminar o acúmulo de água evitando vazamentos


e corrosão;

• Realizar a troca do fluído de freio a cada 10000 km.

CUIDADOS COM A SUSPENSÃO E AMORTECEDORES

• Verificar possíveis barulhos na suspensão

• Verificar possível folgas que pode ser devido ao desgaste de buchas, pivô ou
terminais de direção;

• Verificar se molas e amortecedores estão com folga ou soltos;

• Os amortecedores devem ser trocados periodicamente;

• Realizar sempre alinhamento, cambagem e calibragem dos pneus.

CUIDADOS COM A EMBREAGEM

• Usá-la somente para as trocas de marchas, saídas e paradas;

• Nunca use o pedal da embreagem para descanso do pé;

• Nunca use a embreagem para segurar o veículo em ladeiras (controle de


embreagem);

• Em trânsito congestionado, não fique brincando com a embreagem, ou seja,


acelerando forte e mantendo o pé na embreagem;

• Evite manter a embreagem semi acionada e acelerando para que não haja o
deslizamento do disco de embreagem;

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• Regular o cabo de embreagem, para não trabalhar com a embreagem


enforcada e verificar sempre o nível do fluído da embreagem;

• Nas paradas prolongadas colocar o motor em ponto morto e tirar o pé da


embreagem.

CUIDADOS COM O CÂMBIO

• Não andar com a mão apoiada na alavanca de câmbio;

• Evite trancos durante as trocas e reduções de marchas;

• Atente para vazamentos no câmbio;

• Evite redução de marchas desnecessárias com a finalidade de segurar o


veículo, porque provocam desgaste exagerado do câmbio, além de forçar o
motor, diminuindo sua vida útil;

• Ao fazer reduções pise antes nos freios;

• Use sempre marchas compatíveis com a sua velocidade;

• Verificar nível de óleo do câmbio.

OBS: Para a utilização e verificações de manutenção nos câmbios


automáticos da marca ALLISON Transmission, consultar o manual do
operador. Segue em anexo.

CUIDADO COM O SISTEMA DE PARTIDA

• Não acionar a partida com insistência. Use o método das partidas curtas para
evitar desgaste da cremalheira, do automático de partida e poupar a bateria;

• Solte a chave de ignição imediatamente ao primeiro sinal que o motor vai


funcionar;

• Nunca de partida por mais de 15 segundos;

• Em tempo frio, ao dar partida, alivie a bateria e o motor de partida pisando na


embreagem, mesmo com o câmbio em neutro.

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MATÉRIA PÁGINA
Objetivos 75
Postura ao volante 76
Técnicas de direção 77
Direção evasiva 79
Direção ofensiva 79
Situações de emergência 80
Deslocamento de viaturas de socorro 81
Sinalização das viaturas no local do evento 83
Posicionamento das viaturas no local do evento 84
Norma de padronização da frota de veículos terrestres do CBMDF 85

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OBJETIVOS

- Como dirigir veículo de emergência de forma segura;

- Postura ao volante;

- Deslocamento de viaturas de emergência;

- Posicionamento de viaturas na cena de emergência;

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1) Postura ao volante

Em qualquer aula de autoescola, você aprende que a primeira coisa a fazer ao


entrar no carro é ajustar banco e espelhos. Parece algo simples, não? Mas você sabe
regular o assento da forma correta? Sabe qual é a ordem a seguir?
Mais do que o conforto, esse ritual envolve a saúde e a segurança dos ocupantes de
veículo. Com o banco bem acertado, o motorista tem a força necessária nos braços
para desviar com rapidez de um buraco ou evitar um atropelamento, a garantia de que
o cinto de segurança vai funcionar com eficácia numa colisão e uma ajuda a mais na
redução do cansaço do corpo, de dores musculares e até de doenças da coluna.
É importante lembrar que não existe apenas uma posição ideal. Às vezes você
consegue o mesmo efeito com diferentes combinações de ajustes. Aliás, a mudança
de postura é necessária durante um longo tempo ao volante, para que área de esforço
seja trocada constantemente, sem sobrecarregar determinada parte do corpo. Uma
leve mudança na inclinação do encosto pode resolver. Assim como fazer uma pausa
de alguns minutos a cada duas ou três horas.
Sempre que houver dúvidas sobre se está tudo no lugar, faça o teste. Sem tirar as
costas do banco, verifique se os comandos do painel e a alavanca de câmbio estão à
mão e são fáceis de usar, se os instrumentos podem ser visualizados com facilidade
e se o cinto de segurança está justo e não causa incômodo. Tudo certo? Então é só
dar a partida e seguir viagem.

1.1- Assento

Se puder ajustar o assento, não o deixe muito alto, para evitar pressão na parte
de trás dos joelhos. Deve haver pelo menos três dedos de distância, para que nervos
e veias não sejam pressionados e não comprometam a circulação, causando dores e
cansaço.

1.2- Encosto

A coluna deve ficar totalmente em contato com o encosto. O melhor ângulo é


entre 100 e 120 graus. A inclinação excessiva aumenta o risco de deslizar sob o cinto
numa colisão. O encosto mais reto deixa os músculos tensos, provocando
desconforto.

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1.3- Pernas

Para regular a distância do banco em relação ao painel, pressione o acelerador


ou a embreagem até o fundo, até que o joelho fique levemente flexionado. Quando
em descanso, a planta do pé deve ficar totalmente em contato com o piso.

1.4- Volante

Se houver ajuste de altura ou distância, o volante tem de ser posicionado de


maneira que se vejam todos os instrumentos, sem precisar mover a cabeça para ler
alguma informação. A direção não deve tocar nas coxas – deixe a distância de cerca
de um punho.

1.5- Mãos

Segure o volante com as mãos correspondentes aos ponteiros de um relógio


na posição 10h10 ou 9h15. Isso garante a liberdade de movimento para girá-lo com
rapidez, no caso de um desvio de emergência.

1.6- Espelhos

O retrovisor interno é o primeiro a ser regulado e tem de visualizar todo o


ambiente atrás do carro. Os externos devem manter a linha do horizonte no centro do
espelho e mostrar o mínimo possível da carroceria, a fim de reduzir ao máximo os
pontos cegos.
1.7- Cabeça

Ajuste o encosto do banco depois da distância do assento. Ao segurar o


volante, o cotovelo tem de ficar levemente dobrado (cerca de 120 graus). Para checar,
veja se as mãos ficam juntas no alto do volante sem descolar os ombros do banco.

1.8- Cinto de segurança

Posicione a faixa superior do cinto bem no meio do ombro. Assim, numa batida,
não há risco de ele enforcar o motorista ou escapar do peito. Puxe a parte inferior para
que não fique folgada sob o abdome, tornando-o mais eficaz. Ele deve ficar justo, mas
nunca apertado.

2) Técnicas de direção

Existem três tipos de condução para o usuário comum, condução DEFENSIVA,


EVASIVA E OFENCIVA; Vale lembrar que para os desportistas existem outros tipos
de direção, como regularidade, velocidade, off-road, entre outras.
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2.1 - Direção defensiva:

Dirigir defensivamente significa que o motorista está preparado e atento para


evitar acidentes. O termo direção defensiva também é conhecido como condução
preventiva, ou seja, a partir dessa classificação, entende-se que a pessoa está
tomando decisões ao volante que previnam algum problema.
Por exemplo, ao perceber que o veículo de trás está muito próximo do seu, uma boa
medida é manter uma distância além do indicado do carro da frente. Por quê? Dessa
forma, caso aconteça uma parada brusca, você terá espaço para frear e ainda andar
mais um pouco para evitar que o carro de trás colida com o seu veículo. Esta é uma
atitude de prevenção, na qual o motorista antecipa uma ação, podendo evitar um
acidente.
Mesmo quando não há trânsito ou outros veículos na via, é possível aplicar uma
direção defensiva. Nos dias de chuva ou neblina, é fundamental que os motoristas
conduzam com a velocidade reduzida e liguem os faróis do veículo. Caso não houver
visibilidade suficiente para continuar a viagem, é importante procurar um local seguro
e aguardar a melhora climática para voltar à estrada.
Praticar a direção defensiva diariamente é necessário para garantir a segurança de
todos no trânsito.

2.2- Dicas para praticar a direção defensiva;


Na medida em que a atenção vai mapeando o terreno, o cérebro tenta prever e
antecipar possíveis acontecimentos, de forma a poder agir prontamente, se
necessário, para não ser tomado de surpresa.
 Acionar os faróis sempre que estiver em rodovias (BR/DF) e ao diminuir a
claridade (luminosidade), muita chuva ou neblina;
 Guiar-se pela faixa branca na lateral da via caso a visibilidade esteja baixa;
 Verificar sempre os espelhos e acompanhar as ações dos veículos ao redor;
 Ligar os pisca-alerta sempre que houver paradas repentinas;
 Evitar dirigir quando as condições climáticas forem desfavoráveis;
 Realizar periodicamente a manutenção do veículo (conferir pneus, freios, etc.);
 Manter distância segura do carro à frente;
 Utilizar sempre o cinto de segurança;
 Evitar a direção quando o motorista estiver cansado;
 Não fazer o uso de equipamentos que podem tirar atenção, como celulares;
 Respeitar a velocidade permitida.

“A ação correta, é a meta da Direção Defensiva Com conhecimentos


necessários, dedicando toda a atenção ao ato de dirigir, você poderá prever
corretamente, e estará apto a agir de modo a evitar acidentes e preservar a
sua segurança e a dos demais. ”

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3) Direção evasiva:

É o tipo de direção aplicada em casos de emergência, tais como acidentes de


trânsito, surpresas na pista, emboscadas para sequestros, roubos, entre tantas outras;
esse tipo é muito aplicado por veículos responsáveis por escolta.

4) Direção ofensiva

É utilizada nos casos em que é preciso agir para evitar alguma situação como
uma perseguição. Essa forma de dirigir não é indicada para motoristas comuns e é
amplamente adotada por forças policiais.
Atualmente, no Brasil quase não há curso que treine tais habilidades. O custo de
programas de ensino que treine essas habilidades ainda é muito caro.
No entanto, os agentes de segurança pessoal devem dominar totalmente a direção
defensiva e evasiva. Para aqueles que dirigem viaturas também é fundamental
conhecer tais técnicas. Enfim, dominar o equipamento que está à sua disposição de
forma que ele seja um instrumento para você e não um pesadelo.
Em resumo, treinar, treinar e operar...eis o mandamento.

Homem bate mais por imprudência - se permite arriscar mais.


Mulher - fenômeno de dissociação - distrai-se pelos filhos, escola, casa, etc...
É mais preventiva ao volante.

Você sabia Que ao Dirigir a 90 Km/h, uma pequena distração ou desligamento


de apenas 2 segundos, significa percorrer 50 metros "cegamente", antes de
poder esboçar qualquer reação?

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5) - Situações de emergência

5.1- Frenagem de emergência

Para carro com ABS, é só pisar fundo e forte, sem aliviar a pressão no freio,
até parar ou atingir a velocidade desejada. Esse sistema permite desviar de um objeto
ou outro veículo ao mesmo tempo em que mantém o pé no pedal de freio. Se não tiver
o ABS, procure dosar a pressão no pedal, pisando e aliviando um pouco sempre que
sentir que as rodas estão prestes a travar, o que pode fazer o carro rodar. Deve-se
colocar e tirar o pé do pedal do freio gradativamente, para evitar o travamento.

5.2- Estouro de pneu em alta velocidade

Especialistas alertam que pneus originais e com manutenção em dia não


estouram assim, do nada, seja por problema de qualidade, seja por erro de projeto.
Um estouro só ocorre quando a estrutura do pneu foi afetada por um agente externo
à fabricação, como talões danificados durante a montagem na roda ou lonas de corpo
comprometidas por rodagem com baixa pressão ou rompidas por impactos contra
buracos.
Caso o estouro ocorra, deve-se reduzir a velocidade gradualmente, sem pisar
no freio para que o veículo não rode, mantendo o automóvel em linha reta, mesmo
que ele puxe para um dos lados. Assim que o veículo estiver sob controle e com
velocidade já reduzida, conduza-o até o acostamento. Para prevenir maiores danos
ao pneu e à roda, substitua-o o quanto antes, evitando percorrer grandes distâncias
com ele vazio.

5.3- Aquaplanagem

Esse fenômeno se dá em pista molhada, quando o carro está em alta


velocidade e forma-se uma película de água entre o pneu e o asfalto. Nessa condição,
é possível virar a direção para os lados e ainda assim o carro seguir em frente, sem
controle. Mantenha a calma e não freie com força ou gire o volante, pois o veículo
pode ganhar aderência de repente, perder o controle e rodar.
Mantenha as rodas retas, tire o pé do acelerador de forma gradual e deixe o
veículo em linha reta até que ele saia da região com maior volume de água, deixando
o veículo perder velocidade aos poucos com a resistência da água. Mova o volante
delicadamente para saber quando o os pneus recuperaram o contato com o asfalto e
reduza a velocidade.
É possível sentir quando a pista está propícia à aquaplanagem: nota-se uma
grande resistência da água contra os pneus. Isso ocorre quando passamos sobre uma
poça de água, por exemplo. No caso, é preciso reduzir a velocidade para que os pneus
possam drenar melhor a água da pista.

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5.4- Buraco fundo

Após cair em um buraco, assim que possível, pare o veículo e verifique se o


pneu que caiu no buraco apresenta bolhas nas suas laterais (interna e externa) ou na
banda de rodagem. Verifique também se houve outros danos, como desprendimento
de material, cortes ou rachaduras ou se o pneu está perdendo pressão.
É importante verificar se a roda foi amassada ou trincada, o que também pode
causar perda de pressão posteriormente. Não prossiga caso encontre esses danos
no pneu ou na roda: coloque o estepe no lugar. Caso tudo pareça em ordem, leve o
veículo o quanto antes para que um profissional faça um exame dos componentes e
verifique como estão o alinhamento e o balanceamento.

5.5- Derrapagens na curva

Nos carros com tração dianteira, existe a tendência de subesterçamento


(quando o veículo sai de frente). Se isso acontecer, não pise no freio. Tire logo o pé
do acelerador e gire o volante para dentro da curva até retomar a trajetória normal.
Carros equipados com tração traseira têm propensão à sobre-esterçamento.
Nesse caso, tire o pé do acelerador lentamente e gire o volante para o lado contrário
da curva até que o carro retome a trajetória. Veículos com controle de estabilidade
fazem uma parte desse serviço para o motorista, ao frear algumas rodas com
diferentes intensidades para estabilizá-los.

6) Deslocamentos de viaturas para o socorro.

Circulação de veículos de emergência (regras e exceções);


As regras especiais para a circulação de veículos de “emergência” são
estabelecidas no artigo 29, inciso VII, do Código de Trânsito Brasileiro, e Resolução
do Conselho Nacional de Trânsito n. 268/08,
Por serem veículos que estão expostos a situações diferenciadas de qualquer
outro veículo comum, pela prestação de um serviço público que depende,
ocasionalmente, de circulação rápida na via pública, em detrimento aos demais
usuários da via, o Código prevê determinadas regras e exceções que lhes são
aplicáveis.
Suas prerrogativas são, basicamente, duas: a 1ª é a prioridade de
trânsito (devendo os outros condutores deterem a marcha e cederem a passagem,
para sua rápida locomoção) e a 2ª é a liberdade de deslocamento e
imobilização (ou seja, podem circular, parar e estacionar onde a regra seria a
proibição, como avançar o sinal vermelho do semáforo, estacionar na esquina ou
sobre o passeio etc.).
Obviamente, que tais liberdades legais não podem ser exercidas a qualquer
momento e de qualquer forma, sem cuidados quanto à segurança viária, existindo
duas condições essenciais, para que tais veículos se enquadrem nesta situação
excepcional.

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A primeira condição é que se verifique a situação de URGÊNCIA, em outras


palavras: o veículo de emergência, circunstancialmente, precisa estar o mais rápido
possível em algum lugar, porque alguém está com a sua vida em risco iminente.
Embora tenham as prerrogativas legais que lhe garantem a prioridade de
trânsito e a livre circulação, estacionamento e parada, os condutores de veículos de
emergência são responsáveis por garantir a segurança por onde passam, não lhes
sendo lícito colocar outros em risco, ou, pior, se envolver em ocorrências de trânsito.
A segunda exigência é que, além de estar diante de uma situação de urgência,
o veículo esteja devidamente identificado, para que os demais usuários da via possam
reconhecer a condição especial em que se encontra; tal identificação é composta pelo
sistema luminoso (iluminação vermelha intermitente) e alarme sonoro (sirene
característica de tais veículos).

6.1 Situações em deslocamentos:


Apenas uma viatura;
Deslocamento em velocidade constante manter-se sempre na faixa da
esquerda, evitar mudanças bruscas de direção ou de faixa, manter faróis, luzes
vermelhas intermitentes e sinal sonoro ligado.

Deslocamento de viaturas em comboio: o objetivo é preservar a mobilidade das


viaturas, gerar o mínimo de impacto no trânsito e garantir a segurança de todos.
Quando o socorro é composto de duas ou mais viaturas, ele constitui um
comboio. A velocidade do comboio é regulada sempre pela viatura de menor
velocidade.
Como já dito anteriormente, Deslocamento em velocidade constante, manter-
se sempre na faixa da esquerda, evitar mudanças bruscas de direção ou de faixa,
manter faróis, luzes vermelhas intermitentes e sinal sonoro ligado.
As viaturas menores devem seguir à frente no trem de socorro, com o intuito
de realizar o balizamento prévio do trânsito; consequentemente, as viaturas maiores
devem ficar na retaguarda;
As viaturas devem manter entre si uma distância de seguimento mínima para
evitar o engavetamento. Entende-se por distância de seguimento aquela que se deve
manter entre o veículo e o que vai à frente, de forma que possa parar mesmo numa
emergência sem colidir com a traseira do outro.
A prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com
velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança;
Procedimento no retorno de ocorrência salvo ordem expressa, (o retorno não é
considerado serviço de urgência observando-se os seguintes procedimentos):
• Estrita obediência ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB);
• Dispositivo sonoro (sirene) desligado; e;
• Manter-se à direita e dar passagem pela esquerda.
Esses procedimentos visam criar na população uma atitude favorável pela
conscientização de que viaturas de socorro do Corpo de Bombeiros somente utilizam
a faculdade de “livre trânsito”, realmente, nas emergências.

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7) SINALIZAÇÃO DAS VIATURAS NO LOCAL DO EVENTO.

Não há, até a data presente, nenhuma padronização no tocante ao


posicionamento das viaturas, no local do socorro.
O correto posicionamento das viaturas operacionais no local sinistrado durante
o socorro previne acidentes e permeabiliza com mais facilidade o acesso nas vias
congestionadas, diminuindo o tempo resposta;

O posicionamento das viaturas operacionais no local de socorro altera


significativamente a eficiência do atendimento de emergência e propicia maior
segurança às vítimas e à equipe de trabalho;
Sempre que houver um deslocamento do socorro e por consequência um
posicionamento das viaturas quando da chegada ao local do sinistro, deverá o
comandante do socorro, de imediato, avaliar o cenário quanto à segurança (risco de
incêndio, linhas energizadas, vazamento de combustível ou produto perigoso,
deslizamentos de terra, quedas de árvores, etc.) e, consequentemente, determinar o
posicionamento das viaturas e a sinalização no local, Em todo parqueamento do
socorro, deverá ter pelo menos um militar responsável para realização da sinalização;
a) A sinalização deve começar antes do local do acidente ser visível, é preciso alertar
os motoristas antes que eles percebam o acidente;
b) Sinalizar o local do sinistro, mantendo o sistema de iluminação ligado, acionando
também a iluminação de emergência (pisca‐alerta) das viaturas, principalmente à
noite;
c) Se possível colocar militares sinalizando desde que sejam na lateral da pista de
frente para o fluxo de veículos e nunca depois de curvas;
d) Não é só a sinalização que deve se iniciar bem antes do parqueamento das
viaturas. É necessário que todo o trecho, do início da sinalização até o acidente, seja
demarcado, indicando quando houver desvio de direção;
e) Mantenha sempre que possível o tráfego fluindo visando impedir novos acidentes
e em caso de necessidade de apoio, facilitar a chegada do mesmo;
f) Isolamento da área parqueada tem o objetivo de delimitar a área de ação dos
Socorristas, impedindo a interferência de curiosos;
g) Os cones deverão ser colocados mantendo espaçamentos equidistantes e as
distâncias conforme orientação que segue adiante;
h) A retirada dos cones efetuar‐se‐á do mais afastado para o mais próximo, sempre
visualizando o fluxo de trânsito;
i) A sinalização deve finalizar‐se após a última viatura (maior porte) estacionada e o
seu distanciamento varia de acordo com a velocidade máxima permitida pela via
(deve‐se somar um metro a cada Km/h permitido para a via. Por exemplo: em uma via
de trânsito rápido com 80 Km/h a sinalização deve ser iniciada a 80 metros ou 80
passos longos – aproximadamente 01 metro de comprimento em cada passo longo).
Deve‐se ainda atentar para algumas observações:
 No caso de curvas a sinalização deve ter início antes da mesma.
 Se o acidente ocorrer em locais com aclive ou declive acentuado, a sinalização deve
ter início no lado oposto do mesmo.

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 Em casos de anormalidades (presença de chuva, fumaça, neblina, óleo na pista, à


noite, etc.) a distância de sinalização deve ser dobrada por motivos de segurança.

8) POSICIONAMENTO DE VIATURAS NO LOCAL DO EVENTO.

O posicionamento das viaturas após a chegada ao local do sinistro deve


obedecer a alguns procedimentos para melhor operacionalidade e segurança da
guarnição e das vítimas, a saber:
a) As viaturas posicionar‐se‐ão com as frentes voltadas para o centro das vias e
fazendo uma angulação de aproximadamente 45° com a direção de fluxo do trânsito
na mesma via, propiciando maior segurança aos socorristas e uma saída eficiente
em caso de escape;
b) Estacionar a viatura UR logo à frente do evento numa distância aproximada de 10
metros, sendo que esta distância poderá ser alterada caso seja verificado algum risco
adicional, como incêndio, vazamento de produtos perigosos, etc.;
c) Se alguma viatura estiver isolada, a mesma será posicionada logo atrás do evento,
mantendo a distância aproximada de 10 metros;
d) Se a menor viatura for do tipo Auto Rápido (AR), a mesma efetuará uma parada
temporária, antes do ponto crítico, a uma distância suficiente para que as outras
viaturas do comboio possam estacionar a sua frente, deverá manter o trânsito fluindo
para que não haja transtornos até o momento em que todas as outras viaturas
detenham‐se no local do sinistro. Posteriormente, posicionar‐se‐á a frente da viatura
tipo Unidade de resgate (UR).
e) Se a maior viatura for do tipo ABSL ou ABS, deverá estacionar na retaguarda do
evento com aproximadamente 10 metros de distância para que se utilize de forma
rápida todo material de salvamento necessário;
f) A viatura de maior porte (ABT, APM, ABPE, etc.) deverá ser usada como uma
proteção para o local, devendo ser a última viatura estacionada que estará na
retaguarda do acidente, protegendo desta forma as vítimas e as guarnições que
trabalham no evento.
g) Deverão ser deixados os sinais luminosos e pisca‐alerta ligados, para maior
sinalização e proteção do local de acidente.
h) As viaturas estacionarão com as suas direções voltadas para fora do sentido da
equipe de socorro. Com isso, se houver uma colisão, as viaturas serão impulsionadas
para fora do sentido da área sinistrada e, consequentemente, fora do alcance da
equipe de socorro;
i) As viaturas deverão manter uma distância entre si proporcional à necessidade de
uso da parte traseira de cada viatura (material operacional na ABSL, ASE).
j) Em se tratando de vias com aclive ou declive, as viaturas posicionar‐se‐ão junto ao
meio fio com as direções voltadas para fora da via para que os pneus fiquem
transversalmente apoiados no próprio meio fio. Com isso, se evitam possíveis
acidentes caso ocorra falha nos sistemas de freios.
k) Se o evento caracterizar fogo em via pública ou fogo em veículo, as viaturas não
deverão cruzar pelo local incendiado. Devendo posicionar a viatura antes do
infortúnio, com as devidas considerações de segurança.
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Pista com duas faixas de rolamento.

10m

AB T E
AS
UR

9- NORMA DE PADRONIZAÇÃO DA FROTA DE VEÍCULOS TERRESTRES DO


CBMDF
Portaria n° 19, de 15 de maio de 2013.

Os veículos terrestres do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal


destinam-se ao cumprimento das missões legalmente atribuídas à Corporação e são
classificados, para fins de uso nas seguintes categorias:
I - Viaturas operacionais, e
II - Viaturas de apoio.
Viaturas Operacionais: Viaturas operacionais são aquelas diretamente empregadas
na missão fim da Corporação estabelecida no art. 2°, da Lei n°. 8.255, de 20 de
novembro de 1991, que dispõe sobre a organização básica do CBMDF.
As viaturas operacionais são classificadas, para fins de uso, nas seguintes
categorias:
I - Viaturas operacionais emergenciais, e
II - Viaturas operacionais não emergenciais.
Viaturas operacionais emergenciais:
São aquelas empregadas no atendimento às ocorrências relativas ao serviço
operacional do CBMDF descrito em lei, nas quais o emprego imediato dos recursos
seja fundamental para o alcance dos resultados, com vistas à proteção da vida, dos
bens públicos e privados e do meio ambiente.

Tipos:
ABI Auto Bomba para Inflamáveis
ABPE Auto Bomba Plataforma e Escada
ABR Auto Busca e Resgate
ABRC Auto Busca e Resgate com Cães
ABS Auto Busca e Salvamento
ABSL Auto Busca e Salvamento Leve
ABT Auto Bomba Tanque
ABTE Auto Bomba Tanque e Escada
ABTF Auto Bomba Tanque Florestal
ACI Auto Comando de Incidente
AEM Auto Escada Mecânica

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AGM Auto Guindaste Mecânico


AMV Auto Múltiplas Vítimas
APM Auto Plataforma Mecânica
APP Auto Produtos Perigosos
APSG Auto Plataforma de Serviços Gerais
AR Auto Rápido
ARF Auto Rápido Florestal
ASE Auto Salvamento e Extinção
AST Auto Socorro sobre Trilhos
AT Auto Tanque
ATT Auto Transporte de Tropa
MR Moto resgate
UR Unidade de Resgate

Viaturas operacionais não emergenciais:


São aquelas de resposta às atividades relacionadas ao cumprimento das missões e
destinações do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal que não impliquem
risco iminente de morte ou de danos ao patrimônio e ao meio ambiente, mas que
estejam relacionadas à missão fim.

1.2.1 Tipos:
API Auto Perícia de Incêndio
ASF Auto Serviço de Fiscalização
ASH Auto Serviço de Hidrante
ASI Auto Serviço de Inteligência

Viaturas de Apoio:
São destinadas precipuamente às atividades meio, como transporte de pessoal,
semoventes, materiais, equipamentos, insumos e demais bens móveis do CBMDF.

Tipos:
APS Auto Pessoal de Serviço
AA Auto Ambulância
AC Auto Caminhão
AE Auto Escola
AO Auto Ônibus
ASG Auto Serviços Gerais
ASM Auto Socorro Mecânico
ATC Auto Tanque para Combustíveis
MT Motocicleta
ASO Auto Serviço Odontológico

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O abastecimento de combustível dos veículos integrantes da frota terrestre do CBMDF


obedecerá ao que foi estabelecido na Instrução Normativa N° 2/2008 e o
Departamento de Administração Logística e Financeira é o órgão responsável por
estabelecer os procedimentos de uso e controle das quotas de combustível.
Caberá ao condutor a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos
praticados por ele na direção do veículo, nos termos do Código Nacional de Trânsito,
garantido o direito à ampla defesa.
As infrações de trânsito, praticadas na condução de veículos oficiais, serão de
inteira responsabilidade do respectivo condutor, bem como o pagamento das multas
e outras penalidades previstas em lei.
O detentor da carga será o responsável pela identificação e informação ao
infrator para que este efetue o pagamento da infração, de modo a regularizar a sua
situação junto ao órgão de trânsito emitente da notificação.
Quando do não pagamento da infração por parte do condutor, será instaurado
processo de Tomada de Contas e Disciplinar, se for o caso.
As viaturas de apoio que apresentarem autos de infração vencidos e não
quitados serão recolhidas ou terão seu abastecimento bloqueado pelo Departamento
de Administração Logística Financeira até a regularização das pendências.
O CEMEV/DIMAT deverá providenciar diretrizes específicas sobre a apuração
e quitação de multas de trânsito.
É proibido o uso de veículos oficiais do CBMDF para transporte:
I - De oficiais ou praças a casas de diversões, supermercados, clubes, academias,
estabelecimentos comerciais e de ensino;
II – Em excursões, mudanças, lazer, recreação ou passeios;
III – de familiares do Bombeiro Militar, de qualquer grau de parentesco, consanguíneo
ou afim e das demais pessoas estranhas ao serviço público por qualquer itinerário;
IV – Aos sábados, domingos e feriados, exceto para eventual desempenho de
encargos inerentes ao exercício da função pública;
Os veículos oficiais poderão ser utilizados para o transporte a local de
embarque e desembarque, em viagens em serviço.
O exercício da faculdade estabelecida nesta portaria no sentido de permitir a
guarda de viatura em local diverso das unidades do CBMDF não exime o usuário da
responsabilidade acerca de roubos, furtos e danos que possam ocorrer às viaturas.

Acidentes envolvendo viaturas do CBMDF:

Em caso de colisão de veículo oficial, fica o condutor obrigado a permanecer


no local do acidente até a realização de perícia, bem como comunicar o chefe imediato
sobre o sinistro e registrar ocorrência na Delegacia de Polícia.

– PORTARIA QUE DISPÕE SOBRE OS PROCEDIMENTOS EM CASO DE AVARIA


EM VIATURA DO CBMDF, DECORRENTE OU NÃO DE ACIDENTE DE TRÁFEGO.
Portaria n° 18, de 17 de maio de 2013.

Dispõe sobre procedimentos em caso de avaria em viatura do CBMDF, decorrente ou


não de acidente de tráfego e outras providências.
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Para fins desta Portaria considera-se autoridade competente o detentor da carga


patrimonial a que pertencer à viatura.
Parágrafo Único: quando a viatura estiver sob guarda e responsabilidade de
autoridade diferente do detentor da carga patrimonial, a autoridade competente será
aquela que assinou o Termo de Transferência de Guarda e Responsabilidade (TTGR),
recebendo a viatura.

Art. 3° Cabe à autoridade competente:


I - Adotar, sob pena de responsabilidade administrativa e civil, no prazo máximo e
improrrogável de 30 (trinta) dias, a contar comprovação da avaria em viatura,
decorrente ou não de acidente de tráfego, sob sua guarda, as providências
necessárias à regularização da situação da viatura, reparação da avaria;
II - Prestar apoio aos militares e civis envolvidos no acidente, designando um militar
para comparecer ao local e adotar as medidas legais, objetivando a preservação da
integridade física dos envolvidos, bem como a composição dos atos pré-processuais;
III - adotar gestão necessária à consecução do Laudo de Extensão de Danos e
Viabilidade Econômica concernente à recuperação da viatura;
IV – Providenciar a abertura de autos de processo administrativo remetendo
diretamente à Corregedoria/Controladoria do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal, por meio de memorando, as seguintes informações:
a) n° dos autos do processo administrativo;
b) prefixo da viatura avariada;
c) qualificação do condutor;
d) qualificação do encarregado pelo procedimento preliminar;
e) extensão da avaria, juntando imagens;
V - Designar por despacho, nos próprios autos, um militar para apuração preliminar,
objetivando verificar os indícios de responsabilidade de administrativa, civil, ou ambas,
o ressarcimento do dano e a regularização da situação;
VI - Até que seja baixada a instrução normativa prevista no art. 9º, apresentar o militar
designado na forma do inciso anterior à Controladoria para receber, do setor
competente, orientações sobre a condução do procedimento preliminar;
VII - juntar aos autos do processo administrativo todos os documentos expedidos e
recebidos, que tratem sobre a avaria da viatura e o procedimento preliminar;
VIII - formar juízo preliminar sobre os fatos e a responsabilidade, consignando-o nos
autos do processo;
IX - Instaurar sindicância para apurar a responsabilidade administrativa, se julgar
conveniente e possuir competência legal;
§1° Havendo indícios que a responsabilidade pelo dano deve ser imputada a terceiro
alheio à Administração Pública, a autoridade competente deverá encaminhar os autos
à Corregedoria/Controladoria, mediante despacho fundamentado.
§ 2° Havendo indícios que o dano causado ao erário deve ser imputado a militar, a
autoridade competente deverá informá-lo, na forma do anexo 2.
§ 3° A regularização da situação, reparação da avaria, com concordância voluntária
do militar, por escrito, deverá ser formalizada mediante Termo Circunstanciado de
Regularização – TCR, na forma do anexo 3, juntando-se os documentos

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comprobatórios e informando à Controladoria. Boletim Geral n° 094, de 20 de maio de


2013 3
§ 4° A produção do TCR somente será providenciada após a solicitação, por escrito,
do militar que concordar voluntariamente em assumir a responsabilidade pela
reparação da viatura.
§ 5° Não havendo regularização da situação, reparação da avaria, no período
estabelecido no inciso I deste artigo, os autos do processo deverão ser remetidos ao
Corregedor do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, com indicativo de
instauração de Tomada de Contas Especial.
§ 6° É de responsabilidade da autoridade competente, orientar os subordinados,
previamente e quando for constatada a aviaria em viatura, decorrente ou não de
acidente de tráfego, sobre os procedimentos que devem ser adotados em caso de
acidente envolvendo viaturas do CBMDF.

Art. 4° Cabe à Corregedoria/Controladoria, por meio do setor competente:


I - Analisar a documentação recebida nos termos do contido no art. 3º, inciso IV desta
Portaria e providenciar os atos que lhe competem;
II - Até que seja baixada a instrução normativa prevista no art. 9º, orientar o militar
apresentado na forma do art. 3º, inciso VI;
III - recebidos os autos, na forma dos § 1º e 5º do art. 3º, providenciar os atos
consequentes.

Art. 5° Cabe ao Centro de Manutenção de Equipamentos e Viaturas do Corpo de


Bombeiros Militar do Distrito Federal:
I - Expedir o Laudo de Extensão de Danos concernente à avaria causada à viatura,
consignando informação sobre a viabilidade econômica de recuperação da viatura em
face do acidente ocorrido;
II - Adotar os atos administrativos necessários à obtenção do valor da carcaça, quando
constatada a perda total ou a inviabilidade econômica de recuperação da viatura;
III - efetuar a recuperação da viatura acidentada no menor prazo possível, guardadas
as cautelas necessárias e indispensáveis ao desenvolvimento dos trabalhos de
apuração de responsabilidade; IV - juntar aos autos do processo as notas fiscais e/ou
outros documentos comprobatórios dos gastos necessários à recuperação da viatura
acidentada;
V - Emitir autorização para a recuperação da viatura acidentada em empresa privada,
às expensas daquele que a requerer;
VI - Emitir laudo atestando que a recuperação da viatura acidentada foi executada
satisfatoriamente, quando realizada em empresa privada.

Art. 6° Cabe ao militar nomeado na forma do art. 3°, inciso II desta Portaria, adotar os
seguintes procedimentos:
I - Providenciar o registro fotográfico do acontecimento, podendo, para tal, solicitar
apoio à Diretoria de Investigação de Incêndio/DESEG, por meio do Técnico de
Investigação de Incêndio (fotógrafo de serviço);
II- Solicitar a realização de perícia quando houver vítima ou a realização de
levantamento pericial quando não houver vítima;
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III - arrolar testemunhas;


IV - Acompanhar a realização da perícia ou do levantamento pericial;
V - Adotar providências objetivando a realização do registro da ocorrência junto à
Delegacia de Polícia Civil competente;
VI - Confeccionar e entregar à autoridade administrativa competente, até o término do
expediente subsequente ao ocorrido, relatório circunstanciado sobre os fatos,
elencando os procedimentos adotados;
VII - confeccionar e entregar à autoridade competente, até o término do expediente
subsequente ao ocorrido, relatório circunstanciado sobre os fatos, no qual conste os
procedimentos adotados.

Art. 7° Cabe ao militar nomeado na forma do art. 3º, inciso V desta Portaria:
I – Até que seja baixada a instrução normativa, prevista no art. 9º, comparecer à
Controladoria para receber as orientações alusivas à condução do procedimento
preliminar;
II - Quantificar o dano por meio de, no mínimo, 03 (três) orçamentos;
III - ouvir os condutores dos veículos envolvidos no acidente, bem como as
testemunhas arroladas, reduzindo a termo as declarações prestadas;
IV - Juntar aos autos do processo toda documentação relacionada ao fato,
especialmente aquelas discriminadas a seguir:
a) cópia da ocorrência policial e do laudo pericial ou do laudo de interpretação de ficha
de acidente de trânsito ou na ausência destes, documentação que comprove a
solicitação efetuada nesse sentido;
b) cópia do Termo de Guarda e Responsabilidade, bem como, outras informações que
possibilitem melhor identificação da viatura acidentada; Boletim Geral n° 094 , de 20
de maio de 2013 4
c) Laudo de Extensão de Danos e viabilidade econômica concernente à recuperação
da viatura acidentada, expedido pelo Centro de Manutenção de Equipamentos e
Viaturas/DIMAT; d) cópia da solução de Sindicância instaurada para apurar os fatos
relacionados ao acidente de tráfego noticiado nos autos do processo, quando
possível;
V - O registro fotográfico relativo ao acontecimento, realizado conforme estabelecido
por meio do art. 6º, I desta Portaria;
VI - Confeccionar relatório conclusivo referente ao trabalho realizado, juntando-o aos
autos. VII – apresentar os autos, com a conclusão do procedimento preliminar, à
autoridade competente. Parágrafo Único: Os orçamentos obtidos devem estar em
consonância com o Laudo de Extensão de Danos expedido pelo Centro de
Manutenção de Equipamentos e Viaturas – CEMEV/DIMAT.

Art. 8° Cabe ao condutor da viatura avariada, quando não necessitar de atendimento


médico:
I - Quando houver vítima, prestar-lhe assistência imediata, utilizando-se dos recursos
disponíveis; II - cientificar a autoridade competente, à qual estiver subordinado, sobre
o acontecimento, utilizando-se dos meios de comunicação disponíveis;

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III - zelar pela preservação do local e não remover a viatura antes da realização da
perícia ou levantamento pericial, exceto por determinação policial, ordem superior ou
outro ato que se mostre excepcionalmente necessário;
IV - Comparecer à Delegacia de Policial Civil competente para o registro da
ocorrência;
V - Solicitar à autoridade competente, à qual estiver diretamente subordinado,
providências no sentido de rebocar a viatura, caso necessário.
VI - Informar o militar designado na forma do art. 3º inciso II sobre as providências
adotadas.

Art. 9° A Controladoria deverá baixar instrução normativa para condução do


procedimento preliminar de apuração do dano e dos indícios de responsabilidade em
caso de avaria em viatura, decorrente ou não de acidente de trafego.

Art. 10 Os casos omissos serão resolvidos em primeira instância pelo Corregedor, em


segunda pelo Controlador e em última pelo Comandante-Geral.

Art. 11 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se a


Portaria de 1° abr. 1997, a Portaria n° 36, de 12 agosto 1999, a Portaria n° 42, de 27
nov. 2001 e a Seção VIII, anexo II, art. 1° da Portaria n° 3, de 23 jan. 2002. GILBERTO
LOPES DA SILVA – Cel. MSB QOBM/Comb. Comandante-Geral (NB n° 246/2013-
Cmt-Geral)

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MATÉRIA PÁGINA
O que é Off Road 94
Quando usar a tração 4x4 94
Quando ligar a tração reduzida 95
Transpondo áreas alagadas 95
Cuidado com subida e descida íngreme 96
Inclinação lateral tem limite 96
Atolou, e agora 97
Alguns termos utilizados em Off Road 97
Funcionalidade do Off Road 103
Ângulos 104
BIBLIOGRAFIA EM GERAL 109

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O QUE É OFF ROAD ( 4x 4 e 4x2)


OFF ROAD, significa fora da estrada, e é um termo inglês utilizado para
designar atividades praticadas em locais que não possuem estradas pavimentadas,
calçadas ou qualquer estrutura urbana, ou caminho de fácil acesso.
Off-road precisa de habilidade e conhecimento técnico, uma vez que será
colocada em condições adversas de terrenos, tais como morros, buracos ,erosões,
riachos, pisos não compactados e etc. Portanto precisa certificar-se que o veículo que
será utilizado possui toda a proteção necessária, e alguns e equipamentos de
segurança básicos, como; proteção de peito de aço, reduções no câmbio, conjunto
de estribos, guincho, para-choques apropriados, pneus adequados, ângulos
apropriados, suspensão preparada, equipamentos de ancoragem, cabos de aços, e
etc.
As atividades motorizadas de off road são realizadas em carros diferenciados
dos “comuns”, pois precisam conter tração extra para otimizar o desempenho em solos
irregulares. As modificações de um veículo devem ser avaliadas pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) que emitirá um laudo para
apresentação no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). As alterações irão
constar no documento do veículo quando aprovadas.
A prática de atividades off road no CBMDF inclui ocorrências em lugares
afastados dos centros urbanos de difícil acesso, onde devemos ter o mínimo de
conhecimento pratico para desempenhar tal função para que não coloquemos em
risco as vidas da guarnição e ou de terceiros, bem como preservando o bem material
empregado.

QUANDO USAR A TRAÇÃO 4X4.

A Tração nas quatro rodas é importante e sabedor quando estiver em terrenos


com baixa aderência, como lama, areia ou pisos molhados. Nos modelos em que a
tração 4x4 é ligada por uma alavanca ou botão no console, o motorista só deve acionar
o sistema quando necessário para evitar o consumo extra de combustível e o desgaste
dos componentes. Por isso, use apenas sob chuva forte ou em terrenos
escorregadios. Mas lembre-se de acionar o 4x4 antes de iniciar a travessia do
obstáculo, pois pode não ter o mesmo efeito se você ligá-la depois que já estiver
atolado. E verifique no manual do proprietário qual é a velocidade máxima para fazer
a mudança para a tração 4x4

QUANDO LIGAR A REDUZIDA

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A tração 4x4 com reduzida deve ser usada apenas para transpor obstáculos
específicos que precisem de mais força/torque, como áreas alagadas, lama ou
subidas íngremes ou ainda para rebocar outro veículo, por exemplo. Mas lembre-se
que a reduzida tem um limite de velocidade em que pode ser usada, em geral, de 40
km/h. E para ligá-la ou desligá-la, a maior parte dos modelos exige que o carro esteja
totalmente parado. Verificar manual.

TRANSPONDO ÁREAS ALAGADAS

Antes de tentar transpor um rio ou uma área alagada, primeiro desça do carro
e verifique a profundidade da água com um pedaço de pau, o tipo de piso e se há
correnteza. Esteja certo de que ela não ultrapassa a altura máxima recomendada pelo
fabricante do veículo (d~e uma olhada no manual). Observe também se existem
pedras ou árvores que podem dificultar ou mesmo impedir a passagem do veículo.
Tudo checado, use a tração reduzida (se o veículo tiver) e passe devagar, seguindo
um ritmo constante para não formar ondas na água. Lembre-se que em trilhas mais
pesadas são usados modelos com snorkel para ultrapassar áreas profundas.

CUIDADOS COM SUBIDAS E DESCIDAS ÍNGREMES

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A tração reduzida também é muito útil em subidas ou descidas íngremes. Na


subida, ela garante força para o carro chegar ao topo. Já na descida ela mantém a
velocidade baixa e deixa o freio-motor atuando, poupando os freios. Na ausência
dessa opção, utilize sempre uma marcha baixa para fazer as mesmas funções da
reduzida. Se o carro começar a derrapar no meio do trajeto, corrija com movimentos
suaves no volante e com leves acelerações para retomar a tração nos pneus. E
sempre mantenha o carro em linha reta, jamais suba em ângulo. Caso o carro pare
no meio da subida, engate a ré e desça para tentar novamente desde o princípio da
ladeira. Se você não estiver confiante de que você ou o veículo conseguirão subir, não
tente.

INCLINAÇÃO LATERAL TEM LIMITE

Redobre a atenção ao passar por obstáculos que façam o veículo se inclinar


lateralmente, uma vez que cada carro possui um ângulo limite de inclinação descrito
no manual do proprietário. Se ele não for respeitado, o veículo pode tombar. Se você
achar que está perto do limite do carro, procure direcionar as rodas para baixo e
acelere para trazer o veículo para a sua posição normal. Mas lembre-se que apenas
a experiência te ensinará como sair de uma situação dessas, então não se arrisque.
Vale a pena conhecer ainda a altura livre do solo, os ângulos de entrada e saída do
veículo e se ele possui bloqueio do diferencial (evita que as rodas patinem se uma
delas perder a tração com o piso)

ATOLOU, E AGORA.

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Ficou preso e as rodas estão girando em falso, seja para a frente, seja à ré.
Antes de mais nada: pare! Uma vez que a tração com o solo foi perdida, continuar
acelerando fará apenas com que você afunde ainda mais. Desça do carro e faça um
calço ou amarrações utilizando recursos da própria viatura como guincho, pranchas e
também recursos adicionais como outras viaturas para efetuar o reboque.

ALGUNS TERMOS UTILIZADOS EM OFF ROAD.

- 2WD:
Ou Two Wheel Drive, significa que o veículo tem tração em apenas duas rodas. Esta
configuração equipa a grande maioria dos veículos, quando o sistema de tração é
instalado no eixo traseiro ou dianteiro.
Exemplo; S10 tração traseira.

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- 4WD:
Ou Four Wheel Drive, significa que o veículo tem tração nas quatro rodas. Esta
configuração equipa todos os veículos 4x4, utilitários ou SUVs. Em alguns modelos
se pode engatar a tração 4x4 a partir da roda livre e alavanca, ou através de comando
elétrico no painel. A maioria tem tração permanente na traseira e opcional na dianteira.
Exemplo; Viatura ATT.

- 4x4 H:
Engatar a Tração 4x4 HIGH (High = Alta), significa acionar a tração nas quatro rodas
para trânsito em alta velocidade. Com esta configuração é possível rodar em
velocidades normais em estradas de terra e com baixo atrito. Veículos equipados com
diferencial central podem trafegar em 4x4HI em qualquer tipo de terreno.
- 4X4 L:
Engatar a Tração 4x4 LOW (Low = Baixa/Reduzida), significa acionar o sistema de
redução da caixa de transferência para condução em baixas velocidades. Esta
configuração é necessária para transpor a maioria dos obstáculos encontrados em
situações fora de estrada. Exemplo de 4x4 H e 4X4L

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4 X 2 WD + 4x4 (H e L)

4 X 2 WD + 4x4 (H e L) + 4 x 4 WD (integral) +
bloqueio e redução de bloqueio e redução de
caixa baixa e alta (H e L). caixa

- Blocante de Diferencial:

Componente mecânico opcional que pode ser instalado no diferencial traseiro,


o que é mais comum, no dianteiro, ou em ambos. A função é anular o efeito do
diferencial, possibilitando que a transmissão envie torque igual para as duas rodas, o
que facilita a abordagem de obstáculos mais radicais. Deve ser usado somente
nessas situações, e sempre desligado quando se voltar a transitar normalmente em
piso com atrito.

- Caixa de Transferência:
Situa-se ao lado da caixa de marchas e possibilita a transmissão de torque para
o eixo dianteiro e traseiro além de proporcionar a redução das marchas.

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Calço Hidráulico:
Acontece quando o motor aspira água pela entrada de ar ou pelo escape. Na
tentativa de comprimir a água nos cilindros, danifica peças vitais como bielas,
comando de válvula e até mesmo o bloco do motor. Para evitar esse desastre é
fundamental a instalação de um snorkel, ou tomada de ar elevada. Pode acontecer
com qualquer veículo, 4x2, 4x4, carro de passeio, caminhão, etc.
Cinta:
Normalmente de nylon, a cinta é um acessório útil em operações de ancoragem
do veículo, pois permite a fixação do cabo de aço em uma árvore sem comprometer
o tronco. Muitos desavisados prendem o cabo de aço direto na árvore, o que pode
danificá-la ou até mesmo matá-la. A cinta também é muito útil para prender um cabo
de aço em um veículo sem pontos de ancoragem.

Diferencial:
componente mecânico presente em todos os veículos, fica instalado no eixo de
tração e tem a função de compensar as distâncias percorridas entre as rodas em uma
curva. Os veículos 4x4 possuem dois diferenciais, um no eixo traseiro e outro no
dianteiro.

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Diferencial Central:
Componente que fica instalado na caixa de transferência e compensa, nas
curvas, as diferenças de percurso do eixo dianteiro e traseiro. Pode ser bloqueado
para travessia de obstáculos em trechos fora de estrada.
Facão:
Nome popular para erosão ou valeta mais profunda. O facão pode se formar
por ação natural ou ser provocado pelo trânsito de veículos, que cavam inicialmente
a canaleta com os pneus, deixando o local propício para formação de erosões pelo
efeito da chuva. Os pneus conhecidos como "fronteira" são os campeões desse tipo
de agressão ao ambiente, e são conhecidos como antiecológicos pelos estragos que
causam.
Full-time 4WD - Tração 4x4 integral:
Recurso disponível em veículos equipados com diferencial central, que permite
a utilização da tração 4x4 até em rodovias
Freio-motor:
Recurso que usa o motor e marchas reduzidas para frear o deslocamento do veículo.
Usado em descidas íngremes nos deslocamentos por trilhas e no dia a dia nas
rodovias em descidas de serras, (você já leu em placas de trânsito: "Use freio-motor").
Guincho:
Equipamento fundamental para incursões radicais. As versões disponíveis no
mercado são três: mecânico, hidráulico e elétrico. Este último é o mais popular, já que
pode ser instalado na dianteira ou traseira de qualquer veículo, e depende da bateria
para funcionar.

Inclinação Lateral:
É a aptidão do veículo para abordar um trecho inclinado sem tombar. Na
verdade os utilitários e SUVs 4x4 não são os mais capacitados para essa manobra,
pois são mais altos que os carros de passeio. Esta característica varia muito entre os
modelos de 4x4 e é sempre recomendável que o condutor conheça este limite.
Peito de Aço:
Acessório que protege em trilhas radicais, as partes dianteiras como, Carter,
barramento de direção e diferencial. Pneus All Terrain ou AT: Projetados para

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enfrentar terrenos diversos, como asfalto, terra, areia, neve e lama, com razoável
desempenho em cada um deles.

Redução
Funciona como a marcha da bicicleta. Em uma subida é melhor engatar a mais
leve, mesmo que exija mais pedaladas. No carro é igual: vai multiplicar a força do
motor para que o veículo encare as ladeiras tranquilamente..
Pneu Off-road

São pneus com características mais reforçadas, tanto na composição quanto


no tamanho. Eles proporcionam mais aderência e otimizam o desempenho do veículo
em solos irregulares, possuem sulcos mais profundos, que têm a finalidade de
remover maior quantidade de lama do caminho, evitando que o veículo atole.

Calibragem para cada piso

Outro ponto importante é a calibragem. Na lama e na areia, por exemplo, é


aconselhável calibrar os pneus com uma pressão menor para facilitar a transposição
do terreno. Murchos, os pneus têm maior área de contato com o solo e assim oferecem
maior tração. Mas tome cuidado para não esvaziar demais, pois isso pode fazer o
pneu se soltar da roda - pelo mesmo motivo, evite fazer curvas muito fechadas.
Especialistas alertam que a pressão adequada nesses casos varia conforme o pneu
usado. Para começar, você pode usar oito libras a menos que a pressão recomendada
para asfalto ao rodar na areia e quatro libras a menos para a lama. Sinta como isso
afeta a dirigibilidade do carro e baixe um pouco mais a partir dessas referências se
achar necessário. Alguns carros aceitam até 12 libras a menos para a areia. Ao passar
por pedras, também é recomendável baixar entre três e cinco libras do valor
recomendado pelo fabricante. Mas não se esqueça de calibrar novamente com a
pressão correta descrita no manual assim que sair da trilha para evitar o desgaste
irregular dos pneus.

Snorkel:
Ou tomada de ar elevada, consiste de um tubo que estende a tomada de ar do
filtro do motor em posição a mais elevada possível, protegendo-o da entrada de água
em travessias mais radicais de rios e áreas alagadas. Para os motores a gasolina ou
alcool é necessário ainda um bom isolamento da parte elétrica da ignição, coisa que
o diesel dispensa.
.Profundidade Máxima de Travessia:
É a aptidão do veículo em atravessar um trecho alagado, sem que suas partes vitais
sofram qualquer infiltração de água ou lama. Nestes casos o mais importante é manter
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a entrada de ar do motor, livre de qualquer contato com a água ou lama, pois se o


motor aspirar água pode sofrer o calço hidráulico e deixar você a pé.

Rampa Máxima:
É a rampa mais inclinada que um 4x4 pode subir sem que o motor engasgue ou sem
que tombe de volta para trás. A inclinação varia entre os modelos podendo ir de 30 a
45 graus.
Roda Livre:
É o componente que libera as rodas dianteiras do contato com a transmissão.
Com isso ganha-se na economia de combustível e menos desgaste das partes
dianteiras, que não são utilizadas em tráfego normal em ruas e estradas com boas
condições de trânsito. Existem modelos manuais e automáticos.
Suspensão reforçada

É um conjunto de molas, amortecedores e barras estabilizadoras. Nos carros


off-road é comum encontrar molas semielípticas ou helicoidais e Duplo A – um tipo de
suspensão -, que são mais robustas e reforçadas para suportar fortes impactos. As
molas e os amortecedores minimizam as vibrações provenientes do solo irregular,
dando mais estabilidade ao veículo.

FUNCIONALIDADES DO OFF-ROAD?

A tração 4×4 ou 4x2, Serve para aumentar a capacidade de tração em solos


irregulares, se o veículo é do tipo fulltime, isto é, que possui tração nas quatro rodas
(4x4), permanentemente, então você pode rodar tranquilamente tanto em terrenos
difíceis como em vias pavimentadas. Mas atenção se o carro possuir tração 4X2
(dianteira ou traseira) utilizando a opção de tração integral. “Nesse caso, o veículo não
deve rodar no asfalto com a tração 4X4 selecionada, pois o sistema irá entender que ele
está em um piso de baixa aderência, e o diferencial transmitirá às rodas a mesma
velocidade, o que pode fazer o carro travar em curvas” O bloqueio de diferencial é útil
quando, por exemplo, você está trafegando sobre uma superfície completamente
irregular e uma das rodas está no solo e a outra girando em falso. O bloqueio anula a
função do diferencial, que distribui igualmente o torque às rodas, aumentando o atrito
daquela que está no chão. Ao acionar um botão eletromecânico ou alavanca, a caixa
de transferência engata o eixo dianteiro ao eixo traseiro. Dessa forma, o sistema
distribui a força do motor para todas as rodas do veículo, dando mais aderência. Em
carros comuns, só um dos eixos recebe a rotação do motor.
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Ex 01: Bloqueios do diferencial ABTF(central, traseiro e dianteiro)

Ex02: Bloqueios do diferencial ATT(central, traseiro e dianteiro)

ANGULOS:

Conhecer seu 4x4 é fundamental para ter sucesso em uma incursão off-road.
Você deve se familiarizar com os limites de seu veículo para transpor obstáculos
como: degraus em terrenos acidentados, passagem de trechos alagados e travessias
de valas, sem prejuízos para sua estrutura, dentre os ângulos temos;

Ângulos de ataque e saída

O Ângulo de Ataque é composto por uma linha reta que parte do nível do solo
e tangência o pneu dianteiro, passando pelo ponto mais avançado do veículo, que
normalmente é o para-choque. Este ângulo representa a capacidade da Viatura de
superar obstáculos como degraus, ou mesmo transposição de valas. Portanto, quanto
maior for esse ângulo, maior é a capacidade de enfrentar situações como as descritas
acima. Para melhorar essa condição você pode colocar pneus mais altos, forçando o
aumento do Ângulo de Entrada ou Ataque de veículo.
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O mesmo raciocínio é válido para o Ângulo de Saída, que é composto de uma


linha que parte do solo, passa pelo pneu traseiro e vai até o ponto mais afastado do
veículo, o para-choque ou o que é mais comum, o engate de reboque. É este ângulo
que determina até que ponto o veículo pode inclinar sem enroscar a traseira no solo.
Veja as observações para cada parâmetro nas ilustrações seguintes.

Ângulo de Ataque do ABTF

Ângulo de Ataque do ABTF

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Lombada, altura e rampa

O Raio de Transposição Central determina o limite de altura de um obstáculo,


que poderá ser transposto sem que encoste na parte central inferior do chassi ou
componentes da transmissão. Como exemplo pode-se citar a transposição de uma
lombada muito proeminente ou mesmo um degrau de barranco ou pedra, que após a
passagem dos pneus dianteiros se chocarão com a parte de baixo do veículo.

A Altura Máxima do Solo pode ser conferida, medindo-se a parte mais baixa da
viatura, normalmente a carcaça do diferencial, até o solo. Normalmente esta medida
gira em torno dos 20cm, para a grande maioria dos 4x4 do mercado.
A Rampa Máxima indica qual é a maior inclinação de uma rampa, que a viatura pode
subir sem ter o motor engasgado, ou mesmo sem tombar para traz (figura A). O valor,
é em média de 35 a 40º, e acima disso, a manobra começa a apresentar riscos, afinal,
o tipo de solo, a carga, e os pneus, certamente influenciarão muito na máxima
inclinação possível.

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Lateral e profundidade

Inclinação Lateral Máxima, como o nome diz, nos mostra o limite de inclinação lateral,
o qual a viatura tem condições de enfrentar, sem riscos de tombar para o lado.
Novamente, o valor no manual do fabricante, é um pouco vago, pois é medido em
condições ideais de solo e tração. No campo, é difícil determinar o valor correto, pois
de novo, tem-se pneus, tipo de solo e carga na carroceria, influindo no valor correto.
Como referência, pode-se considerar 30º como limite para manobras de inclinação
lateral.
Finalmente tem-se a Profundidade Máxima de Travessia , que mostra até que ponto
o jipe tem condições de atravessar uma área alagada ou rio, sem que a água entre no
motor ou partes elétricas, o que irá provocar a paralização do jipe no meio da
travessia.

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Altura Máxima considerada: É a máxima altura do solo que o veículo possui. A


medida pode ser feita a partir da parte mais baixa do veículo como o diferencial
(quando possui). Verificar junto ao manual.

A partir do conhecimento desses parâmetros básicos, você poderá enfrentar sem


preocupação diversos tipos de barreiras como, por exemplo, lombadas, barrancos,
buracos e valetas.

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BIBLIOGRAFIA

1) Legislação de Trânsito e Direção Defensiva

DETRAN PR:
http://www.detran.pr.gov.br/modules/catasg/servicos-
detalhes.php?tema=motorista&id=352

JEAN DINIZ
Professor de Legislação de Trânsito
http://www.ctbdigital.com.br/?p=InfosArtigos&Registro=277&artigo=29

TREINAMENTO PARA HABILITADOS - Blog


http://treinamentoparahabilitadosdf.blogspot.com.br/2012/10/acidente-evitavel-ou-
nao-evitavel.html

INBEP
http://blog.inbep.com.br/o-que-sao-condicoes-adversas

2) Legislação de trânsito aplicada ao CBMDF

HONORATO, Cássio Mattos. O trânsito em condições seguras. 1ª ed. Millenium


editora. 2009.

RIZZARDO, Arnaldo. Comentário ao código de trânsito brasileiro. 3ª ed. Revista dos


Tribunais. 2001.

DA SILVA, Fabio G. Sobreira. 1º ed. Clube dos autores. 2015

* Daniel Menezes é acadêmico de Direito.

3) Teoria de corpo de bombas

Manual da viatura Auto Salvamento e Extinção - ASE ITURRI;

Manual do Auto Bomba Tanque Florestal – ABTF JACINTO

Manual do Auto Bomba Tanque – ABT PIERCE

Apostila de Noções de Bombas

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4) Manutenção de Viaturas

MANUAL TÉCNICO T9-2810


Manutenção preventiva das viaturas automóveis do Exército – 1ª Edição – 1979

5) Prática de condução de viatura operacional

‐ Código de Trânsito Brasileiro: instituído pela lei n° 9.503, de 23‐09‐1997. 1ª


edição ‐ Brasília: DENATRAN, 2008.
‐ Manual de sinalização de obras e emergências em rodovias, Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes (DNIT) – 2ª edição.
- Manual de Condução de Viatura do Corpo de Bombeiros em Emergência nº 015 –
1ªedição – PMESP, 2006.
- Nota de Boletim.

- MANUAL DO ABTF

- MANUAL DO ATT

- MANUAL DA S10

- Fontes Cacá Clauset, da TSO Brasil

- Editora globo, Auto esporte

- Webventure

- I.carros

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