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Convém enfatizar que a água sozinha não vai resolver os problemas do Nordeste. Um
programa de transferência de águas ou outro qualquer (construção de cisternas,
aproveitamento de água subterrânea...) com o intuito de aumentar a disponibilidade
hídrica não resolve o problema da pobreza que grassa no Semiárido nordestino, em
geral, e na região beneficiada pela transposição em particular. Se além da questão
hídrica não forem criados mecanismos de geração de renda, a pobreza vai continuar a
mesma de antes, e a solução encontrada por muitos sertanejos para ter uma vida melhor
continuará sendo a migração para a cidade grande.
Na delimitação da área que fez parte do estudo ambiental do Projeto de Transposição, houve a
necessidade de escolher enfoques e graus de profundidade de análise que fossem ajustados à
distribuição e à intensidade dos impactos previsíveis relacionados a este projeto. Foram
consideradas, inicialmente, as duas tradicionais unidades de análise: a Área de Influência
Indireta (AII), onde ocorrem os efeitos indiretos da integração das águas, e a Área de Influência
Direta (AID), onde se dão, principalmente, as transformações ambientais diretas (ou primárias)
decorrentes do empreendimento, por exemplo, no entorno imediato de onde serão
construídos os canais.
O Projeto de Transposição do Rio São Francisco tem por objetivo garantir a oferta de água para
o desenvolvimento socioeconômico dos estados mais vulneráveis às secas (Ceará, Paraíba,
Pernambuco e Rio Grande do Norte).
Neste sentido, ainda de acordo com o MI, ao mesmo tempo em que garante o abastecimento
no longo prazo de grandes centros urbanos da região (Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crato,
Mossoró, Campina Grande, Caruaru, João Pessoa) e de centenas de pequenas e médias
cidades inseridas no Semiárido, o projeto beneficia áreas do interior do Nordeste com razoável
potencial econômico, estratégicas no âmbito de uma política de desconcentração do
desenvolvimento.