Você está na página 1de 10

Adoração – O Presente do Homem para Deus

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e
em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (João 4. 23).
O título acima está presumindo que o homem pode dar presentes para Deus. Mas será que isto é
possível? Podemos nos perguntar: O que poderíamos dar para Deus? O que O agradaria? O que
Ele gostaria de ganhar de presente?
O Senhor é o dono de todo o universo. Ele criou todas as coisas e tudo subsiste pelo Seu poder. A
Sua Palavra diz:
“Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.” (Salmos 24:1)
“Se eu tivesse fome, não to diria pois meu é o mundo e a sua plenitude.” (Salmos 50:12)
“São teus os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste.” (Salmos
89:11)
“Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos exércitos.” (Ageu 2:8)
“Pois do Senhor é a terra e a sua plenitude.” (I Coríntios 10:26)
Você já tentou dar um presente a alguém que você não conhece? Ou para alguém que tem tudo?
Ou para alguém com estas duas características?
EX:
Certa vez, no sorteio do “Amigo Secreto” da empresa para a qual trabalhava, tirei um dos diretores
executivos da empresa.
Ilustração:
Existe uma canção de Natal bastante conhecida, que leva o título de “O Menino do Tambor”. Ela
conta a história fictícia de um menino pobre que estava brincando com seu tamborzinho, quando
um grupo de pessoas passou e convidou-o a ir ver o menino Jesus, que havia nascido. Ele,
animado, foi levando seu pequeno tambor. Ali chegando, ao ver a cena singela do estábulo, dos
animais e do pequeno bebê Jesus deitado num pobre cocho, compreendeu o profundo significado
do momento e, numa resposta a esta demonstração tão grande do amor de Deus, ficou desejoso
de ofertar algo em troca. Mas o que ele tinha? Nada, a não ser o seu pequeno tambor e a sua
habilidade (ou vontade) de tocá-lo. Assim, pediu a permissão de Maria e humildemente ofereceu
um “concerto” de tambor à criança ali deitada. Todos ouviram atentamente, até o boi parou para
escutar. Mas a maior recompensa que poderia haver para aquele menino aconteceu quando o
bebê olhou para ele e sorriu docemente, em sinal de aprovação.
Pergunto: Este menino deu um presente para Jesus?
Apesar de fictícia, esta história retrata bem o estado de espírito das pessoas que realmente, de
acordo com o relato bíblico, visitaram a Jesus na manjedoura. A visita dos pastores é relatada em
Lucas 2:8-20 e, ao ler o relato, notamos a alegria, admiração e assombro daqueles homens rudes,
pelo que haviam presenciado. Da mesma forma aconteceu com os sábios que vieram do Oriente,
guiados por uma estrela, em busca de Jesus: “Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande
alegria. E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e
abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra.” (Mateus 2:10-11)
Será que Deus se agradou da atitude destes homens? Será que estes presentes foram aceitos
pelo Rei do Universo? Certamente que sim. E eu afirmo mais: Ele ainda quer, mesmo nos dias de
hoje, atitudes como esta.
Nosso texto chave diz que “…o Pai procura a tais que assim o adorem” (João 4. 23). Deus está
pedindo a nossa adoração! Está desejoso de receber presentes! Ele está procurando,
ansiosamente, por pessoas dispostas a adorá-lo!
Por que deveríamos adorá-lo?
Mas por que O adoraremos? Qual é a motivação para a adoração?
E os seres santos que adoram a Deus nos Céus, declaram porque Lhe é devida sua homenagem:
‘Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque Tu criaste todas as coisas.’
Apocalipse 4:11.”
Além deste motivo, que é o fato de Deus haver nos criado, a palavra de Deus nos fornece vários
outros motivos para adorarmos a Deus.
Vejamos alguns textos:
Salmos 99:9(Ele é Santo)
Salmos 95 (Ele é grande, Ele reina sobre nós, Ele criou todas as coisas)
Salmos 100 (Ele é o único Deus, Ele nos criou, Ele é bom, Benigno e fiel)
Isaías 49:13 (O Senhor nos consola, Ele se compadece de nós)
Salmos 96 (O Senhor reina, Ele firmou o mundo, Ele Julga com retidão)
Estes são motivos mais do que suficientes para adorarmos a um Deus tão maravilhoso!
O que significa adoração?
Segundo o dicionário Aurélio, adoração significa “Culto a uma divindade; Culto, reverência,
veneração.”
Muito bem, isto conceitua o termo, mas não nos explica, de forma prática, como a adoração
acontece na vida do cristão. Talvez uma forma de entendermos o que é adoração seria
começarmos tentando compreender o que ela não é.
Vamos analisar alguns pontos:
1-Adoração não é sinônimo de louvor!
Louvor é “elogio, apologia, glorificação, exaltação, aclamação”; ou seja, louvor é um elogio mais
enfático e mais elaborado. Na verdade, o louvor é o superlativo do elogio, é o maior elogio que se
pode fazer a alguém ou a alguma coisa. Podemos louvar várias coisas, mas a adoração só é
devida a Deus, uma vez que adorar é prestar culto, o que implica em uma relação direta entre o
adorador e a divindade, enquanto o louvor, como vimos, também pode ser dirigido a homens e
coisas. Talvez este seja o motivo pelo qual hoje, ao referir-se sobre música na igreja, seja colocada
tanta ênfase no termo louvor, e fale-se tão pouco em adoração.
Mas Deus é “digno de ser louvado”, conforme citado em II Samuel 22:4; I Crônicas 16:25; Salmos
18:3; 48:1; 96:4; 45:3, etc. Como conciliar isto?

O louvor a Deus é importante, é bíblico, mas é somente um dos aspectos da adoração.


Os dois conceitos, adoração e louvor, podem se fundir. Quando o louvor é voltado para Deus ele
pode fazer parte da adoração e é aí que muitos se confundem. Mas, para que ocorra esta fusão, os
seguintes requisitos devem ser preenchidos:
1. O louvor tem que ser dirigido única e exclusivamente a Deus. (I Crônicas 16:8-11; Salmos
16:2; 98:4-6; 113; 117; 147; 148; 149;150; Colossenses 3:23-24)
2. Deve partir de um coração plenamente consciente de sua condição diante de um Deus
supremo, perfeito e santo. (Salmos 138:6; 147:6; Isaías 57:15; 66:2; Miquéias 6:8; Mateus 5:3;
18:4; Efésios 4:1-2; Colossenses 3:12; I Pedro 3:8-9; 5:5)
3. Toda arte, técnica e gosto humanos tem que estar absolutamente consagrados, para que
possam ser apresentados diante de um Deus supremo, perfeito e santo. Não há adoração
sem humildade e consagração.(Levíticos 11:44-45; 19:2; 20:7, 26; Salmos 24:3-4; Isaías 6:2-4;
Habacuque 2:20; Romanos 12:1)
Portanto, vamos louvar ao Senhor, porque assim a Bíblia nos ordena e Ele é realmente digno do
nosso louvor. Mas não vamos ficar apenas no louvor, porque a Bíblia também nos ordena a
adorarmos e, como vimos o verdadeiro louvor a Deus deve fazer parte da adoração. Além disso, de
acordo com nosso texto chave, o que Deus procura são adoradores.
2-Adoração não é cantar ou tocar!
Para se adorar a Deus não é necessário haver música. A música não é um item essencial para o
ato da adoração. A adoração não é produzida pela música, mas a música é apenas um dos
veículos da adoração, assim como do louvor.
Podemos adorar a Deus cantando ou tocando, mas também podemos adorar perfeitamente a
Deus, sem tocar ou cantar, ou seja, sem utilizar música. Podemos adorar a Deus através de
nossas orações, nossas ofertas, nossas atitudes, nosso testemunho, etc., e nada disso envolve.
necessariamente, a música.
Por mais bela, apropriada e harmoniosa que seja a música, se a adoração não provém do coração,
ela não será aceita, esteja ou não acompanhada de música. Vejam estes textos:
Amós 5
21 Aborreço, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas vossas assembleias solenes.
22 Ainda que me ofereçais holocaustos, juntamente com as vossas ofertas de cereais, não
me agradarei deles; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados.
23 Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas
liras.
Isaías 1
11 De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos
holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de
novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.
12 Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que
viésseis pisar os meus átrios?
13 Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os
sábados, e a convocação de assembleias … não posso suportar a iniquidade e o
ajuntamento solene!
14 As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são
pesadas; estou cansado de as sofrer.
15 Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que
multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de
sangue.
Apesar da forma e o ritual serem importantes, a base de tudo deve ser a atitude do adorador. Estes
textos indicam claramente que, se o coração não está completamente consagrado a Deus, até
mesmo as formas ordenadas por Deus perdem o sentido e tornam-se abomináveis.
Equipamentos caros, belas melodias, bons músicos e cantores, não fazem com que os céus
cantem junto com a gente.
À vista de Deus estas coisas são como galhos da figueira infrutífera, que só mostrava folhas
pretensiosas. Cristo espera frutos, princípios de bondade, simpatia e amor. Estes são os princípios
do Céu. Pode uma congregação ser a mais pobre da Terra, sem música nem ostentação exterior,
mas se ela possuir esses princípios, os membros poderão cantar, pois o gozo de Cristo está em
sua alma.
O problema da figueira infrutífera, não era ter galhos; era não ter frutos! E, não tendo frutos, os
galhos davam a aparência de uma figueira saudável, quando, na verdade, ela era estéril. E isto é
abominação a Deus.
Uma coisa que não pode faltar
O principal deles é a fé. Por várias vezes na Bíblia vemos que pessoas adoraram e agradaram a
Deus com um ato de fé no Senhor Jesus. Leia atenciosamente algumas destas passagens
transcritas abaixo:
“E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me
limpo.” (Mateus 8.2)
“Enquanto ainda lhes dizia essas coisas, eis que chegou um chefe da sinagoga e o adorou,
dizendo: Minha filha acaba de falecer; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá.” (Mateus
9.18)
“Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de
Deus.” (Mateus 14:33)
Essas pessoas adoraram a Jesus crendo Nele. O papel da fé na adoração não pode ser
subestimado. “Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que
se aproxima de Deus creia que Ele existe e que recompensa os que O buscam” (Hebreus
11:6. Quando adoramos a Deus com fé, agradamos ao Seu coração. Quando prestamos culto a
Deus devemos perguntar: – “Deus está satisfeito com o culto a Ele oferecido?”
Um detalhe interessante é que o texto fala que sem fé é impossível agradar a Deus. E não se pode
adorar, quando não se agrada a Deus. Portanto, sem fé é impossível adorar a Deus. Que detalhe
curioso, não?
Afinal, o que é adoração?
Os músicos americanos Ronald Allen e Gordon Borror, em seu livro Teologia da Adoração (Editora
Vida Nova) dão a seguinte reposta a esta importante pergunta:
“Adoração é uma reação ativa a Deus, pela qual declaramos a sua dignidade. A adoração não é
passiva, mas sim participativa. Adoração não é simplesmente um clima; é uma reação. Adoração
não é apenas uma sensação; é uma declaração. “
Acima de todas as formas e rituais, Deus espera uma atitude do coração, na nossa aproximação à
divindade.
A palavra grega equivalente, e a mais importante do Novo Testamento, é proskuneô. O termo
proskuneô é combinação de dois radicais: pros que significa “em relação a” e kuneo que significa
“beijar”. Quando combinados, eles referem-se à honra e ao respeito demonstrados em relação a
um superior, a ponto de beijar-lhe os pés. Vez após vez nos é dito no Apocalipse que os seres
celestiais “prostraram-se e O adoraram” (Apocalipse 4:10; 5:14; 7:11; 11:17; 15:4; 19:4).
Portanto, podemos conceituar da seguinte forma:
– Adorar é render-se (do grego: “proskuneo”).
Reconhecer a nossa inferioridade e a superioridade de Deus, colocando-nos à Sua inteira
disposição. A ideia básica é a de submissão. Frequentemente o termo é traduzido por “prostrar-se”.
Denota o gesto de curvar-se diante de uma pessoa a quem honramos e ir até o ponto de beijar os
seus pés.
Ex.: a intenção de Satanás na tentação de Jesus (Mateus 4:9, Lucas 4:7-8). Jesus responde: “Ao
Senhor Teu Deus adorarás (proskunesis) e só a Ele darás culto (Mateus 4:10).
Além deste termo principal, existem outros termos relacionados, que merecem a nossa atenção:
– Adorar é reverenciar (gr. “sebein”) a Deus, com temor (gr. “phobos”)
O verdadeiro adorador, tem uma reverente preocupação de fazer o que agrada a Deus, e fugir do
que agrada ao diabo. Essa é a mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14, que diz: “Temei a
Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e
a terra, e o mar, e as fontes das águas.” (Apocalipse 14:7) Note que temer a Deus, dar-lhe glória
e adorar são ações que se intercalam na vida daqueles que estão vivendo no tempo do fim.
– Adorar é servir (do grego “latréuô”) Este termo é usado por Paulo em Romanos 12:1, para
descrever o corpo entregue a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável. Ofertar a Ele toda a
nossa potencialidade, capacidade, inteligência, energia, experiência e dedicação. Servir, como
reconhecimento da transformação que Ele operou em minha vida. Ele merece o melhor do meu
serviço, como forma de gratidão.
O relato que encontramos em Isaías 6:1-8 e que é considerado por muitos o texto básico para a
compreensão do fenômeno da experiência da adoração. Vamos lê-lo:
1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime
trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo.
2 Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas
cobria os pés e com duas voava.
3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a
terra toda está cheia da sua glória.
4 E as bases dos limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça.
5 Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e
habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos
exércitos!
6 Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar
com uma tenaz;
7 e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua
iniquidade foi tirada, e perdoado o teu pecado.
8 Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então
disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.
Os mesmos passos podem ser encontrados neste texto. Observem:
Versos 1-4 – Visão da Majestade Divina – A verdadeira adoração envolve essa percepção da
transcendência de Deus. Sua glória e seus atributos são exaltados. Reuniões “cristãs” que não
produzem esse senso de contato com o Grande e Soberano Deus podem ser chamadas por
vários nomes, menos de “cultos”. Cultuar envolve sempre calar-se quebrantado diante daquele
que nos elegeu e salvou, de forma incompreensível.
Verso 5 – Visão de nossa própria finitude e pecaminosidade – Cultuar implica em reconhecer o
quanto somos pequenos e impuros, carentes do Deus Santo. É quando nos dobramos em
lamentação porque somos pecadores, porque somos inerentemente poluídos com a corrupção, e
entristecemos diariamente ao Espírito Santo que habita em nós. É então que gememos suplicando
por misericórdia, anelando pelo dia de nossa redenção, quando seremos plenamente libertos do
pecado.
Versos 6-7 – Confissão e recebimento de perdão – No culto Deus age em nosso favor, e ministra
a nós conforme a nossa necessidade. Sempre recebemos algo de Deus, ao nos prostrarmos diante
dele em adoração autêntica. Assim sendo, apesar de enfatizarmos o culto teocêntrico, temos de
reconhecer que as necessidades humanas são atendidas, dentro do princípio de Salmos 37:4 e
Mateus 6:33: buscando primeiro a Deus, somos abençoados naquilo que precisamos, segundo a
sua soberania.
Verso 8 – Consagração – Pode-se dividir este verso em duas partes: A exortação divina e a
aceitação por parte do adorador. A consagração sempre envolverá ação. Quem cultua de verdade,
está disposto a ouvir o chamado divino, dispondo-se para obedecê-lo com amor e alegria.
Como Devemos Adorar?
O verdadeiro culto é fruto da operação do Espírito Santo. Isto está de acordo com Filipenses 2: 13
“porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa
vontade.”
1 – A Comunhão Particular Com Deus
“É o tempo em que podemos ter audiência com Deus em particular, numa situação íntima, onde
podemos expressar nossa gratidão por Suas bênçãos e descobrir nossa alma confessando faltas e
pecados, tornar conhecido nossos pedidos, fazer orações intercessórias por outros, buscar guia e
orar sobre coisas que não ousamos falar a outro ser humano.”
A base bíblica para esta forma de culto é extensa. Vejamos alguns textos:
II Crônicas 7:14-15 “e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e
buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. Agora estarão abertos os meus olhos e
atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar.”
Salmos 55:17 “De tarde, de manhã e ao meio-dia me queixarei e me lamentarei; e ele ouvirá a
minha voz.”
Mateus 6:6 “Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que
está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”
Efésios 6:18 “com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o
mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos,”
Filipenses 4:6 “Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos
pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de
Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
pensamentos em Cristo Jesus.”
2 – Os Pequenos Grupos
O culto de pequenos grupos – culto familiar, grupo de estudos bíblicos, reuniões de oração, vigílias
etc. Mesmo neste contexto pode-se ter um encontro pessoal com Deus através do partilhar
testemunhos pessoais, encorajando um ao outro e trocando ideias.
Tudo deve ser feito para que o objetivo da reunião ou do culto familiar seja atingido, isto é a
adoração, a edificação e o fortalecimento espiritual de todos; neste caso, a reunião é uma bênção.
Evidentemente, deve haver alguém que assuma a liderança. No culto familiar, este papel cabe aos
pais. Nas reuniões de estudos e nos grupos de jovens, se não houver um líder natural, alguém
poderá ser escolhido para esta tarefa. Falaremos mais deste assunto a seguir.
3 – O Culto da Congregação na Igreja
“O terceiro e mais complexo contexto em que ocorre o culto é na congregação. Seria ideal que isso
representasse a culminância de todas as experiências de adoração que tivessem ocorrido durante
a semana.”
Mas é importante que compreendamos que a forma do culto não é o culto.
Um Sério Problema à Adoração
Um problema realmente sério, e que pode conduzir a uma falsa adoração é o ato de ir à igreja sem
uma compreensão correta da adoração, sem saber o que se vai fazer na igreja. Você já parou para
se perguntar: “O que é que eu vou fazer na igreja?” Por que colocamos nossas melhores roupas
sociais e nos reunimos todos, assentados durante horas? Por que não ficamos dormindo até mais
tarde? Será o costume? Será a vergonha de pensarem que estamos afastados? Não temos nada
melhor para fazer?
Tem pessoas que acham que irem a igreja nos cultos, acontecerá algo místico que irá abençoar a
sua semana.
Vamos voltar ao nosso texto chave de João 4. 23. Por que será que Deus está procurando
adoradores? Será que é tão difícil assim encontrar adoradores que O adorem em “Espírito e em
Verdade”? Adoradores cuja adoração seja “pra valer” e da qual Deus se agrade e o adorador saia
revigorado? Uma adoração singela e de coração puro, como foi a adoração do menino do tambor?
Não pode ser tão difícil: quantos cristão existem, só na cidade de São Paulo? E no Brasil? E no
mundo?
O problema, que gera esta dificuldade para encontrar verdadeiros adoradores é que não pode
existir adoração sem comunhão.
A raiz do problema pode ser resumida na seguinte frase: “Seria ideal que [o ato de ir à igreja]
representasse a culminância de todas as experiências de adoração que tivessem ocorrido durante
a semana”. Infelizmente, quando isso não acontece, chegamos à igreja vazios. Nada temos a
ofertar, porque nada foi cultivado no nosso relacionamento com Deus durante a semana. A pessoa
de Deus, Jesus Cristo, é um desconhecido distante, de quem ouvimos falar. E portanto, ir à Sua
casa não representa nada.
Gostaria, neste ponto de lhe fazer uma pergunta, para ser respondida entre você e Deus: O que
você vai fazer na igreja? Vai assistir a um culto ou vai prestar um culto?
Quando chegamos vazios à igreja, nada tendo a oferecer, nossa mente “está interessada em
assuntos externos, ideias preconcebidas e preocupações – expectativas pessoais, cultura, liturgia,
música, etc. O homem torna-se então a audiência, o foco da atenção e o “fogo estranho” aceso por
estímulos externos, especialmente a música e o desejo de uma emoção intensa é a única coisa
que parece satisfazer a alma vazia.
Esta excitação estimulada artificialmente não provêm de Deus; não pode portanto, levar a Ele.
A adoração ao bezerro de ouro, relatada em Êxodo 32 é o exemplo mais gritante de um culto falso
onde foram introduzidas excitações não produzidas nas cortes celestiais, inclusive música e dança.
E sabemos o desfecho da história…. Hoje em dia, para designar este tipo de culto vazio e
emocional podemos usar palavras como “celebração” ou “louvor”.
Os Motivos da Verdadeira Adoração
Deus ainda quer que você lhe ofereça um presente. Ele ainda está esperando e desejando ser
presenteado. Mas para compreendermos melhor como presentearmos a Deus e o que Ele quer de
presente, vamos ler mais um texto:
Lucas 7
37 E eis que uma mulher pecadora que havia na cidade, quando soube que ele estava à
mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com bálsamo;
38 e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas
e os enxugava com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés e ungia-os com o
bálsamo.
39 Mas, ao ver isso, o fariseu que o convidara falava consigo, dizendo: Se este homem fosse
profeta, saberia quem e de que qualidade é essa mulher que o toca, pois é uma pecadora.
40 E respondendo Jesus, disse-lhe: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Respondeu ele: Dize-
a, Mestre.
41 Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos denários, e outro cinquenta.
42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais?
43 Respondeu Simão: Suponho que é aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe Jesus:
Julgaste bem.
44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e
não me deste água para os pés; mas esta com suas lágrimas os regou e com seus cabelos
os enxugou.
45 Não me deste ósculo; ela, porém, desde que entrei, não tem cessado de beijar-me os
pé97s.
46 Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta com bálsamo ungiu-me os pés.
47 Por isso te digo: Perdoados lhe são os pecados, que são muitos; porque ela muito amou;
mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.
48 E disse a ela: Perdoados são os teus pecados.
Esta mulher trouxe um presente para Jesus. Qual era o presente que ela trouxe? O vaso de
perfume? Marcos chega a citar um valor de 300 denários. Sendo o denário o salário usual de um
dia de trabalho, aquele perfume custou praticamente o trabalho de um ano inteiro!
Mas, ao examinarmos o texto, Jesus cita o perfume apenas como um dos componentes da ação
que a mulher estava executando, juntamente com o lavar-Lhe e beijar-Lhe os pés e enxugá-los
com seus cabelos, sem dar qualquer destaque a este presente tão caro. O que Jesus enfatizou,
quando comentou a adoração desta mulher pecadora foi outra coisa, que o verso 47 destaca :
“porque ela muito amou”.
Este é o verdadeiro presente da adoração: Um coração transbordante de amor! Notem a lógica
sequenciada desta afirmação: Este amor nasce da contemplação. A contemplação acontece na
comunhão. Portanto, sem comunhão, não há adoração!
Conclusão:
Faça um voto hoje, entre você e Deus, de buscá-lo a cada dia, de conhecê-lo com intimidade. Você
verá que a tua vida será transformada por esta contemplação e o teu coração transbordará de
amor, gratidão e disposição para o serviço.
Faça como os grandes heróis da fé, que andaram com Deus a cada dia, embora tropeçando, mas
não largando da mão do Onipotente. Deus está ansioso por isto, ou ele não teria dito à igreja de
Laodicéia “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em
sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo
no meu trono.” (Apocalipse 3:20-21) Que esta promessa possa ser verdadeira para você, a partir
de hoje.
“Que Deus nos conceda uma sede se Sua presença que faça do ato de buscá-lo em adoração o
nosso estilo de vida (Colossenses 3:17), uma fome que nos leva a uma comunhão mais íntima com
Seu povo. Isso resultará em uma rica experiência de adoração coletiva, caracterizada por unidade,
sensibilidade e compreensão (João 17). Ao amar a Deus com todo o nosso ser, amaremos o
que Ele ama, odiaremos o que Ele odeia e ansiaremos que os Seus propósitos sejam
concretizados por nosso intermédio! (Mateus 22:37-39)”

Você também pode gostar