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SACRIFÍCIO DE LOUVOR

03 de novembro de 2019, festividade de Adolescentes CSU

Hebreus 13.15,16
15. Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é,
o fruto dos lábios que confessam o seu nome.
16. E não esqueçam de fazer o bem e da comunhão, porque com tais
sacrifícios Deus se agrada.

1 Pedro 2.5
4. E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos
homens, mas para com Deus eleita e preciosa,
6. Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e
sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus
por Jesus Cristo.

INTRODUÇÃO
O que significa “sacrifício de louvor”?
O que é adoração?
Estamos em um culto de louvor a Deus, e se eu lhes perguntasse se
vocês estão aqui para adorar a Deus, a resposta óbvia seria sim. Mas o que
de fato é adoração?
É cantar? É levantar a mãos? É oferecer ofertas?
O que é esse sacrifício que devemos oferecer constantemente a Deus?

O sistema sacrificial da Lei foi uma dádiva da graça de Deus. O


SENHOR, que é santíssimo, proveu uma forma para que o seu povo
pudesse se aproximar dEle em santificação, que era a única maneira pela
qual os israelitas poderiam se achegar ao seu Deus sem que fossem
fulminados pela erradicação da Glória e da Santidade de Deus. Os cultos
sacrificiais são tão importantes para a cultura hebreia, que há em nossas
Bíblias um livro inteiro para tratar apenas dos direcionamentos de Deus
para esses cultos, a saber, o Livro de Levítico.
Entretanto, todos nós sabemos que, com o tempo, o culto sacrifical, os
sacrifícios de animais (e as ofertas de cereais, bebidas etc.) se
transformaram em um rito meramente religioso. Os israelitas praticavam
obras de injustiça dia após dia, mas vinham para oferecer sacrifícios,
primeiro no tabernáculo, depois no templo, como se nada estivesse
acontecendo.
Deste modo, tanto nos salmos quanto nos profetas, Deus diz
claramente não estar interessado neste tipo de sacrifício. Aliás, já em 1
Samuel nós vemos o próprio Samuel dizendo a Saul que o obedecer a
Deus é melhor do que o sacrificar (1 Sm 15.22). Assim, embora o culto, no
que diz respeito a forma, fosse realizado segundo os preceitos da Lei, o
SENHOR não iria receber os sacrifícios e ofertas realizados por pessoas
injustas, por pessoas que agiam injustamente contra o seu próximo, e que
massacravam os mais pobres.

I. A ADORAÇÃO, SEGUNDO DEUS


Dito isto, eu gostaria de convidá-los para que juntos caminhemos por
alguns textos, no Antigo Novo Testamentos, através dos quais teremos
uma compreensão melhor sobre a vontade de Deus para os seus
adoradores.
Começaremos pelos Salmos, depois passaremos por três profetas que
nos ajudarão com a compreensão do que queremos tratar nesta noite:

Salmos 50.7-15
7. Ouve, povo meu, e eu falarei; ó Israel, e eu protestarei
contra ti: Sou Deus, sou o teu Deus.
8. Não te repreenderei pelos teus sacrifícios, ou holocaustos,
que estão continuamente perante mim.
9. Da tua casa não tirarei bezerro, nem bodes dos teus
currais.
10. Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre
milhares de montanhas.
11. Conheço todas as aves dos montes; e minhas são todas
as feras do campo.
12. Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e
toda a sua plenitude.
13. Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de
bodes?
14. Oferece a Deus sacrifício de louvor, e paga ao Altíssimo
os teus votos.
15. E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me
glorificarás.

O segundo texto que leremos está no profeta Oséias, profeta do 8º


século a.C.
Vejamos:
Oséias 6.6
Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o
conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.

Vamos agora para Amós 5 (Século 7º a.C.), onde o Senhor chega a


pedir para que os Israelitas parassem com seus cultos, celebrações e
festividades:

Amós 5.21-24
21. Aborreço, desprezo as vossas festas e com as vossas
assembleias solenes não tenho nenhum prazer.
22. E, ainda que me ofereçais holocaustos e vossas ofertas
de manjares, não me agradarei deles, nem atentarei para as
ofertas pacíficas de vossos animais cevados.
23. Afastem de mim o estrépito (alarido) dos teus cânticos,
porque não ouvirei as melodias das tuas liras.
24. Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça, como
ribeiro perene.

Encerremos com o profeta Miqueias, também o 8º século a.C., o


que nos mostra a necessidade real de que o povo de Deus fosse levado
à consciência sobre a verdadeira adoração.

Miqueias 6.6-8
6. Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei
ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos,
com bezerros de um ano?
7. Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, de dez
mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha
transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha
alma?
8. Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o
SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a
misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.

Para finalizar, vamos ouvir o próprio Senhor Jesus Cristo citando


outro profeta do Antigo Testamento (Isaías 29.13):

Mateus 15.8,9
8. Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me
honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de
mim.
9. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são
preceitos dos homens.

Todo este caminho sendo trilhado para te mostrar que Sacrifício de


Louvor, que Verdadeira Adoração, vai muito além daquilo que você traz,
vai muito além daquilo que você canta... diz respeito a quem você é, diante
de quem Deus é para você.

FAZER O BEM; TER COMUNHÃO = AGRADAR A DEUS


Fazer o bem: εὐποιΐ́α (eupoiia)
Comunhão: κοινωνία fraternidade, associação, comunidade, comunhão,
participação conjunta, relação

DEUS SÓ ACEITA AMOR NO OUTRO...


É duro dizer isso numa época em que cada vez mais se duvida do amor,
mas se não houver amor, Deus não recebe o sacrifício.

Hebreus 13.15-16
NVI:
15. Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um
sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome.
16. Não se esqueçam de fazer o bem e de repartir com os outros o que
vocês têm, pois de tais sacrifícios Deus se agrada.

ARA:
15. Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de
louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.
16. Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua
cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz.

BJP:
15. Por meio dele ofereçamos continuamente um sacrifício de louvor a
Deus, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.
16. Não vos esqueçais da beneficência e da comunhão, porque são estes
os sacrifícios que agradam a Deus.

SACRIFÍCIO TEM A VER COM MORTE


Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração
quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
Salmos 51.17

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os


vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso
culto racional.
Romanos 12.1

Todos os sonhos que entregamos a Deus, primeiro ele os faz morrer, e,


caso necessário, ele os trará de volta. Mas sim, se o grão de trigo não
morrer, fica sozinho (João 12.24). Eis o paradoxo do Evangelho: morrer é
viver, sacrificar-se pelo outro é encontrar a vida de Deus e por Deus ser
encontrado, pois foi isso o que Jesus, nosso Salvador, fez por nós.
O chamado ao sacrifício é o chamado ao caminhar com Jesus, e não
fixarmos os nossos olhos apenas no que se pode ver, pois é passageiro (2
Coríntios 4.18). Mas no Caminho, entendemos que esse bendito
Companheiro, a sua Companhia é a verdadeira vida com abundância.
Hebreus 9.8,9
Dessa forma, o Espírito Santo estava mostrando que ainda não havia sido
manifestado o caminho para o Santo dos Santos enquanto ainda
permanecia o primeiro tabernáculo. Isso é uma ilustração para os nossos
dias, indicando que as ofertas e os sacrifícios oferecidos não podiam dar ao
adorador uma consciência perfeitamente limpa.

Keener sobre 1 Pedro 2.5:


A imagem do povo de Deus como um “sacerdócio sagrado” vem de Êxodo
19.5, 6 (cf. Is 61.6) e aparece mais explicitamente em Hebreus 2.9 (Israel
como sacerdócio também aparece em alguns textos judaicos
contemporâneos baseados em Êxodo 19.6, inclusive uma inserção na
Septuaginta de Êxodo 23.22). Como sacerdotes (assim como pedras) nesse
novo templo, eles ofereceriam sacrifícios; outros no judaísmo também
empregavam a imagem de um sacrifício espiritual (ver comentário sobre
Rm 12.1; Hb 13.15).

Keener sobre Romanos 12.1:


O judaísmo antigo e algumas escolas filosóficas usavam frequentemente
"sacrifício" figurativamente para elogio ou para um estilo de vida de
adoração; consequentemente seria duro para os leitores de Paulo não
entenderem o seu ponto de vista aqui. Quando ele fala de "culto racional",
a sua palavra para "culto" alude ao trabalho de sacerdotes no templo, e
"racional" para o próprio modo de pensar (como em 12.2, 3). O Antigo
Testamento chamava os sacrifícios que Deus recebia como "aceitável"; as
pessoas também falavam de sacrifícios que são "santos"; mas "vivendo"
sacrifícios força a metáfora a apresentar o estilo de vida sacrificial como
uma experiência ininterrupta.

Ofertas de gratidão:
“As ofertas de ação de graça são expressões de gratidão ao Senhor. As
ofertas dadas depois de prometidas descrevem a celebração realizada
diante do cumprimento de um voto, e as ofertas dadas em livre-arbítrio
demonstram o louvor espontâneo dado a Deus”. (BEACON, p. 43)

“Frequentemente o sistema sacrifical da Bíblia é considerado confuso e


tedioso, com um foco exclusivo no pecado e na impureza. Porém, os
sacrifícios voluntários, em particular as ofertas de comunhão, demonstram
que tal sistema inclui expressões de louvor, ação de graças e celebrações
jubilosas. Nesse sentido, ainda a propósito das ofertas de comunhão,
Milgrom afirma:
Assim o sacrifício por livre-arbítrio estabelece uma ligação entre a
alegria do indivíduo/comunidade e a ação de graças: em nossos
momentos de maior felicidade, assim o sistema sacrificial nos ensina,
paramos para apreciar as bênçãos em nossas vidas e dizemos
obrigado.
(BEACON, p. 67)

“Certamente, louvor e adoração humilde marcam a cena final de culto e


celebração” (BEACON, p. 116).

Levítico 7.11-38. Oferta de comunhão (NVI), oferta pacífica (ARA),


Sacrifício pacífico (ARC), Sacrifício de comunhão (BJP) zevach
hashelamim.

Sacrifícios espirituais:
Salmo 4.5; 27.6; 40.6; 50.7-15; 51.17; 54.6; 69.30, 31; 119.108 e
Provérbios 21.3.

Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor.


Salmos 4.5

Também agora a minha cabeça será exaltada sobre os meus inimigos que
estão em redor de mim; por isso oferecerei sacrifício de júbilo no seu
tabernáculo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor.
Salmos 27.6

Muitas são, Senhor meu Deus, as maravilhas que tens operado para
conosco, e os teus pensamentos não se podem contar diante de ti; se eu os
quisera anunciar, e deles falar, são mais do que se podem contar.
Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e
expiação pelo pecado não reclamaste.
Salmos 40.5,6

Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração


quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
Salmos 51.17

Eu te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó


Senhor, porque é bom,
Salmos 54.6

Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de


graças. Isto será mais agradável ao Senhor do que boi, ou bezerro que tem
chifres e unhas.
Salmos 69.30,31

Aceita, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, ó Senhor;


ensina-me os teus juízos.
Salmos 119.108

Fazer justiça e juízo é mais aceitável ao Senhor do que sacrifício.


Provérbios 21.3

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