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O Sacrifício de Louvor

"Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um


sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu
nome." (Hebreus 13:15)

1. INTRODUÇÃO

É importante entendermos o contexto no qual este texto está inserido. A


carta aos Hebreus é destinada primeiramente aos judeus cristãos, por isso o
escritor faz uma explanação, sobre a Lei, os sacrifícios e os heróis da fé da história
do povo israelita, trazendo a significância de todas essas coisas para Cristo e sua
obra na cruz. Ensinando aos irmãos hebreus cristãos a oferecer um sacrifício
diferente ao Senhor.
E eu gostaria de compartilhar com os irmãos alguns aspectos que envolviam
o sacrifício no Antigo Testamento que se relacionam ao sacrifício que o autor da
carta aos Hebreus quer nos ensinar.

2. ASPECTOS QUE ENVOLVIAM OS SACRIFÍCIOS

A) O SACRIFICIO ENVOLVIA OBEDIÊNCIA

Como sabemos, existiam vários tipos de sacrifícios, com vários tipos de


ofertas, cada uma delas tinha um significado específico.

No Hebraico, a palavra “sacrifício” tem um significado totalmente diferente


do que usamos em nossos dias. A palavra hebraica para "sacrifício" é korban que
significa "aproximar-se". Portanto, o propósito do sacrifício é relacionamento com
o Senhor. Era um objetivo diferente dos povos idólatras que ao sacrificarem aos
seus ídolos buscavam aplacar a ira ou receberem benefícios daqueles “deuses”.
Deus institui o holocausto e o sacrifício como forma de adoração.

Entendemos então que o primeiro aspecto que envolve o sacrifício é a


OBEDIÊNCIA. A obediência a cada detalhe e direcionamento dado pelo Senhor
ao povo. E a  obediência revela a Confiança.
Quando o povo foi orientado a respeito dos detalhes dos sacrifícios que
deveriam ofertar a um Deus invisível, eles tiveram que confiar naquele Deus
diferente de todos aqueles deuses do Egito e de Canaã.

E em nossa caminhada cristã, ao adorarmos o Senhor ofertando a ele a


nossa obediência, nós estamos dizendo: “Eu confio na sua direção, Senhor. No seu
propósito. Eu sei que o Senhor tem o melhor pra minha vida.”
B) O SACRIFÍCIO ENVOLVIA ENTREGA VOLUNTÁRIA

Outro aspecto do sacrifício era o preparo. Existiam umas ofertas que


chamavam de “oferendas de paz ou oferendas de amizade”. Elas foram
projetadas não para produzir paz ou amizade com Deus, mas para preservá-la.

Nas ofertas de paz, o ofertante era considerado alguém que mantinha uma
relação de amigo com Deus, e a oferta era um sinal de agradecimento pelos favores
recebidos e era trazida voluntariamente como um meio de continuarem na
amizade e no favor de Deus; Levítico 7: 11-12 ; tais sacrifícios de ação de graças
eram espontâneos, não obrigatórios.

Reparem, irmãos, que a oferta era preparada, a farinha era amassada,


misturada no azeite, ou seja, tinha que se investir tempo no preparo e na entrega
desta oferta.

Trazendo para os nossos dias, podemos entender que Adoração é serviço. E


nesse sentido eu posso entender o que a palavra “sacrifício” significa no latim a
palavra latina era composta por SARCER, “sagrado” e FACERE, “fazer”. Em uma
tradução literal, SACRIFICIUS seria “tornar um ato sagrado”.

E quando eu compreendo que todas as coisas que me proponho a realizar na


obra do Senhor são “sagradas” e especiais, eu começo a olhar de forma diferente,
eu me importo, eu me preocupo em oferecer o meu melhor.

O aspecto do resultado do PREPARO, no sacrifício nos leva ao fruto dos


lábios. E quando falamos em frutos, nos lembramos do fruto do Espírito de Gálatas
5:22, 23. O Resultado de uma vida gerada espiritualmente são os frutos espirituais,
ou seja, falamos de caráter espiritual, atitudes espirituais.

É interessante, pensar que a árvore produz os frutos para os outros e não


para ela mesma. Já prestaram atenção nisso? A fruta é o local onde as sementes
estão guardadas, as quais serão transportadas para outro local para serem
germinadas novamente e assim perpetuar aquela espécie de vegetal. É por isso que
ela cai do pé.

Irmãos, o fruto do Espírito que o Senhor quer que eu produza, não é para
me servir, mas para saciar aos que estão ao meu redor; e a semente que é a Palavra
de Deus, cairá em solos férteis e ali nascerão novas vidas espirituais.

E enquanto fazemos a obra, somos moldados aprendendo a desenvolver em


nós os frutos do Espírito.

Isso é lindo, irmãos! Saber que, quanto mais eu oferto a minha vida, mais o
Senhor pode aperfeiçoar em mim os seus frutos.
C) O SACRIFÍCIO ENVOLVIA MORTE:

O terceiro aspecto que envolvia os sacrifícios no Antigo Testamento era a


MORTE. E na maioria das vezes que aplicamos o aspecto da morte no contexto do
sacrifício, nossa tendência é pensar que em nossa atitude de louvor o nosso “eu”
deve morrer, ou as coisas que não agradam ao Senhor devem morrer. Mas ao
analisarmos alguns detalhes deste tipo de oferta, podemos observar e aprender
algo bem diferente. O que morria no holocausto não era o de pior que o povo tinha,
mas sim o melhor e mais puro que morria em substituição ao homem. O cordeiro
morria devido os pecados, pois o sangue do animal lavava o pecado do povo.

Hoje não temos mais que ofertar ovelhas. Jesus se entregou para nos remir
de todo o pecado. A morte já aconteceu na cruz. Por isso hoje devemos olhar para o
Cordeiro Santo e procurar nele as características do real sacrificio de louvor.

1. O animal não podia ter nenhuma mancha — isto é, devia ser totalmente
livre de defeitos, devia ser completo, ser sadio e perfeito. – Lv 22:20-22.
Representa a santidade – a SANTIDADE DE JESUS: A nossa busca por
uma vida pura e íntegra deve acontecer antes do altar, irmãos. E só podemos
alcança-la através da comunhão com o Senhor pela ORAÇÃO E PALAVRA. Essa
aproximação que o Senhor espera de nós não é somente em momentos de culto, é
algo diário.

2. A oferta deveria ser queimada por inteiro. Lv 1:13 - Representa o total


comprometimento com o Senhor – JESUS SE ENTREGOU POR
INTEIRO: Esse aprendizado me impactou muito irmãos, pois como é estranho
pra nós imaginar que algo belo, limpo, perfeito poderia morrer e ser queimado? Eu
aprendi que por mais belas que sejam as vozes, por mais inspiradas que sejam as
melodias e as poesias, por mais eloquente que seja o pregador, tudo deve ser
depositado no altar. Não é pra mim, é pra Ele. Não é pra o meu louvor é Dele, é
para a Glória Dele.

3. Esse sacrifício era realizado todas as manhãs e tardes, e também em


ocasiões especiais. Lev. 6: 9 e 13 – representa a continuidade – O
SACRIFÍCIO DE JESUS É ETERNO: O efeito da morte de Jesus se perpetua
por toda a eternidade. Jesus é o nosso Sumo-sacerdote que está intercedendo por
nós junto ao Pai. (Hebreus 7:25).

Há momentos em que não sentimos vontade de louvar a Deus. Os cristãos


do primeiro século estavam passando por momentos muito difíceis e eu acredito
que não estavam sentindo muita vontade de louvar a Deus. Eles foram
ridicularizados, perseguidos e espancados e entregues à morte. Mas ainda assim
eles foram encorajados pelo autor de Hebreus a adorar ao Senhor.

Mesmo que esteja difícil a prova, eu confio em ti, Senhor! Apesar de


qualquer circunstância eu quero te adorar!

Eu preciso declarar como o profeta Habacuque:


“Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto
da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da
malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me
alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.”

(Habacuque 3:17-18)

3. CONCLUSÃO

O sacrifício no Antigo Testamento apontava para o sacrifício de Jesus na


cruz por nós. Jesus cumpriu todas as exigências. Jesus era puro, santo, sem
mácula, obediente e submisso à vontade do Pai, estava totalmente comprometido
com a sua missão e o seu sacrifício é eterno.

E nós, irmãos, um dia reconhecemos que estávamos longe de Deus, e


aceitamos a Jesus como nosso salvador, entendendo que através do seu sacrifício
na cruz, podemos estar próximos de Deus. E pela fé, somos novas criaturas,
podemos enfim entender o que o autor de Hebreus quis dizer, quando nos orientou
a oferecermos o sacrifício de louvor.

Hoje, entendemos que, mais do que temos ou fazemos, o que o Senhor quer
é a nossa vida entregue no altar do Senhor; Mais que vozes, o Senhor quer vida.

Esse é o fruto (o resultado) daqueles que confessam o nome de Jesus.

Em Gálatas 2:20 Paulo escreve: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo,
não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a
pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”

Portanto irmãos, eu quero dizer aos amados:

"Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus


um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu
nome."

“... sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do


Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.”

Que Deus nos abençoe!

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