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oferecer sacrifícios ao Senhor. A conta
Entre Dois Jardins: A
Lei do Sacrifício
MONTE J. BROUGH
13 de fevereiro de 1996
Hoje desejo falar sobre eventos
significativos que ocorreram nas
proximidades de dois jardins: o
Jardim do Éden e o Jardim do
Getsêmani. Esses eventos e as
questões espirituais e doutrinárias
que conectam os dois jardins estão
entre os mais importantes que
poderíamos discutir. Eu, portanto,
intitulo esta apresentação “Entre Dois
Jardins”.
Depois que Adão e Eva foram
expulsos do Jardim do Éden, eles
começaram a cultivar os campos e a
dominar os animais dos campos. Eles
foram instruídos, como nós, a comer
com o suor de seu trabalho. Entre
outros mandamentos, eles foram
instruídos a construir um altar e a
diz:
E depois de muitos dias, um anjo do
Senhor apareceu a Adão, dizendo: Por
que ofereces sacrifícios ao Senhor? E
Adão disse-lhe: Não sei, exceto que o
Senhor me ordenou.
E então o anjo falou, dizendo: Isto é
uma semelhança do sacrifício do
Unigênito do Pai, que é cheio de graça
e verdade. [Moisés 5:6–7]
Assim, a lei do sacrifício foi
introduzida como um importante
conjunto de instruções pelas quais
Adão e Eva poderiam entender e
conhecer pessoalmente o Senhor
Jesus Cristo. A lei do sacrifício
pretendia ser um processo para
ensinar Adão e Eva sobre o grande
sacrifício do Filho de Deus.
Agora considere os eventos de outro
jardim: o Jardim do Getsêmani. Em
uma oração feita pouco antes de
entrar no jardim, Jesus declarou que o
requisito fundamental da vida eterna
é que cada pessoa venha a conhecê-lo
depois de conhecer o Pai. “E a vida
eterna é esta: que te conheçam, o
único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste” (João 17:3).
Os princípios que conectam esses dois
importantes eventos do “jardim” são
fundamentais para nossa
compreensão do evangelho
restaurado de Jesus Cristo. Sem esse
entendimento, nossa plena

participação na missão da Igreja e o
desenvolvimento de nosso
testemunho pessoal ficam muito
restritos. Pois, como Alma, o profeta,
ensinou:
E eis que este é todo o significado da lei,
cada ponto apontando para aquele
grande e último sacrifício; e esse
grande e último sacrifício será o Filho
de Deus, sim, infinito e eterno. [Alma
34:14]
Recentemente, tive uma reunião com
dois rabinos judeus muito
importantes, responsáveis pela
administração do Simon Wiesenthal
Center for Tolerance em Los Angeles,
Califórnia. Eles estavam interessados
em explorar a possibilidade de ter
acesso ao nosso software de história
da família e banco de dados como
parte de suas instalações.
Durante nossa visita tivemos uma
longa discussão sobre o tema da lei do
sacrifício. Perguntei a meus dois
amigos rabínicos sobre a crença
judaica a respeito da doutrina e
prática da lei do sacrifício. Ambos
confirmaram sua profunda convicção
de que a lei continua sendo uma
exigência para todo judeu. Eles
explicaram sua compreensão do
contexto bíblico da lei do
sacrifício. No entanto, eles
confessaram: “Não sabemos como
praticar o sacrifício. Temos certeza de
que nosso povo rejeitaria a ideia de
matar animais em nossos templos e
sinagogas. Não ousamos trazer de
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volta a prática do sacrifício, mas
confirmamos que é um requisito para
todos os judeus”.
O que nós, como membros de A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias, sabemos sobre a lei do
sacrifício? O que sabemos sobre a
doutrina e a aplicação da lei do
sacrifício em nossa vida
individual? No Livro de Mórmon
lemos:
E não me oferecereis mais
derramamento de sangue; sim, vossos
sacrifícios e holocaustos serão
eliminados, porque não aceitarei
nenhum de vossos sacrifícios e
holocaustos.
E me oferecereis em sacrifício um
coração quebrantado e um espírito
contrito. [3 Néfi 9:19–20]
O Profeta Joseph Smith fez a seguinte
declaração:
Supõe-se geralmente que o sacrifício
foi totalmente eliminado quando o
Grande Sacrifício [isto é,] o sacrifício
do Senhor Jesus foi oferecido, e que não
haverá necessidade da ordenança do
sacrifício no futuro ; mas aqueles que
afirmam isso certamente não estão
familiarizados com os deveres,
privilégios e autoridade do Sacerdócio
ou dos Profetas.
A oferta de sacrifício sempre foi
conectada e faz parte dos deveres do

Sacerdócio. [ Ensinamentos, pág. 172
] do sacrifício parecem quase ocultos,
Como membros de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
acreditamos que a lei do sacrifício é
um elemento importante na vida de
cada um de nós. Nossa doutrina é que
o verdadeiro propósito da vida é vir a
Cristo e viver Seus mandamentos. Os
profetas ensinaram claramente que o
conhecimento de Deus e de Seu Filho
é a essência desta vida mortal e da
vida eterna. Todos nós, junto com
meus amigos judeus, questionávamos
o abate de um animal em uma de
nossas reuniões sagradas. Visto que o
grande sacrifício do Filho de Deus pôs
fim ao sacrifício pelo derramamento
de sangue de animais, como fomos
ensinados a viver a lei do
sacrifício? Examinemos apenas uma
parte do que nos foi ensinado pelos
profetas vivos sobre esse importante
assunto.
Sacrifício de um coração
quebrantado e um espírito
contrito
Qual é o sacrifício de um coração
quebrantado e um espírito contrito
que o Senhor ordenou? Qualidades
como humilde, ensinável, sensível,
submisso, obediente, atencioso,
educado, respeitoso, arrependido e
piedoso fariam parte desse grande
conceito.
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E a oração? Alguns elementos da lei
mas, ao examiná-los, claramente têm
as qualidades do sacrifício. Por
exemplo, Paulo ensinou: “Portanto,
ofereçamos continuamente por ele a
Deus sacrifício de louvor, isto é, o
fruto dos lábios que confessam o seu
nome” (Hebreus 13:15).
Neste mundo de figuras públicas
machistas e da importância cada vez
maior de vencer, torna-se um desafio
ignorar a tentação de se juntar à
multidão. Muitos de nós, em nosso
desejo de vencer, parecem ter
perdido a graça de apreciar nossos
oponentes. O cavalheirismo como
parte do caráter dos homens
poderosos quase desapareceu. “Na
sua cara” substituiu o prazer de uma
conquista atlética excelente e bem
executada. Provocações e conversas
inúteis substituíram o espírito
divertido e amigável da competição,
que é uma das razões pelas quais os
esportes foram projetados.
Muitos ficaram chocados com o
comportamento dos espectadores em
eventos esportivos em que jogadores
adversários e associados são
submetidos a abusos verbais e até
mesmo físicos. Desenvolvemos um
sentimento de desdém por outras
universidades, outras culturas e
outras pessoas em nosso desejo de
derrotá-los no que antes
considerávamos apenas jogos.

Oferecerás um sacrifício ao Senhor teu
Deus em justiça, sim, um coração
quebrantado e um espírito
contrito. [D&C 59:8]
Como acabamos de ler, um coração
quebrantado e um espírito contrito é
o sacrifício sobre o qual se baseiam
todos os outros elementos da lei do
sacrifício. De fato, Caim fez sua oferta
(ver Gênesis 4:5), mas o fez sem a
atitude apropriada de um espírito
contrito e um coração
quebrantado. Por causa de sua
arrogância, o Senhor rejeitou sua
oferta, e você conhece o resto da
história.
Sacrifício de
Arrependimento
O arrependimento também se baseia
no sacrifício de um coração
quebrantado e um espírito
contrito. Ao servir em minha primeira
missão, meu companheiro e eu
tivemos o privilégio de ensinar a
maravilhosa família de Tony e Norma
Johnson. Esta família vivia em
Ellesmere Port, Inglaterra. Uma das
palestras missionárias sugeriu que
uma pessoa verdadeiramente
arrependida desejaria confessar
todos os seus erros ao Senhor em
oração. A discussão sugeriu que uma
grande confissão geral era
inadequada porque um indivíduo
deveria confessar todos os pecados
com algum detalhe.
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Três dias depois, visitamos
novamente a família Johnson. O irmão
Johnson, então o Sr. Johnson, parecia
terrível. Quando perguntamos o que
havia de errado, ele nos informou que
não dormia há três noites. Ele indicou
que terminaria uma oração, iria para
a cama e então se lembraria de algum
outro evento ou pensamento que
achava que deveria fazer parte de sua
oração de confissão. Ele então se
levantava da cama e pedia perdão por
outro delito.
Saí de nossa reunião naquela noite
sabendo que nunca havia passado
três noites de joelhos pedindo
perdão. Eu nunca havia chegado a
esse nível de oração ao pedir
perdão. Foi exigido até mesmo do
Profeta Joseph: “Que ninguém,
portanto, atente contra meu servo
Joseph; porque eu o
justificarei; porque ele fará o
sacrifício que exijo de suas mãos por
suas transgressões, diz o Senhor
vosso Deus” (D&C 132:60).
Sacrifício de Dízimos e
Ofertas
Agora leio D&C 64:23 e o cabeçalho da
seção 119:
Eis que agora se chama hoje até a
vinda do Filho do Homem e, em
verdade, é um dia de sacrifício e um dia
para o dízimo de meu povo; porque
aquele que paga o dízimo não será
queimado em sua vinda. [D&C 64:23]

O termo “dízimo”. . . acabamos de citar
e em revelações anteriores (64:23;
85:3; 97:11) significava não apenas
um décimo, mas todas as ofertas de
livre arbítrio, ou contribuições, para os
fundos da Igreja. [D&C 119, cabeçalho
da seção]
A irmã Brough e eu nos lembramos de
uma época durante nossos anos de
universidade em que a pobreza fazia
parte de nossa vida diária. Alguns de
vocês, alunos, devem saber o que
quero dizer. Sugeri que
ponderássemos cuidadosamente a
escolha entre passar fome e pagar o
dízimo. Ela, porém, foi firme em seu
compromisso de pagar o dízimo e
prevaleceu. Continuamos a fazer
nossa oferta financeira. O dízimo foi
um sacrifício, mais para mim do que
para ela, durante aquela época de
dificuldades financeiras.
Desde aqueles anos, por causa do
sacrifício do dízimo, nosso
testemunho e fé continuaram a
crescer. Por que? Porque a lei do
dízimo faz parte da lei do
sacrifício. Aprendemos que até
mesmo a lei do dízimo foi criada para
nos ensinar sobre o sacrifício final do
Senhor Jesus Cristo.
O Sacrifício da Obediência
De que outras maneiras aprendemos
e praticamos a lei do
sacrifício? Considere o seguinte texto
de D&C 132: “Eis que vi vossos
sacrifícios e perdoarei todos os
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vossos pecados; Vi vossos sacrifícios
em obediência ao que vos disse” (D&C
132:50; ver também I Samuel 15:22).
A obediência é uma grande e
importante parte da lei do sacrifício. É
a lei que rege nosso maravilhoso
trabalho missionário e é o alicerce da
operação eclesiástica da Igreja. Até o
Senhor aprendeu obediência e, de
fato, foi obediente até o último
grau. Quantas vezes Ele se preocupou
com o “cálice” e as consequências de
Sua obediência às exigências que a
Expiação exigiria Dele?
Embora fosse Filho, aprendeu a
obediência pelas coisas que sofreu;
E sendo aperfeiçoado, tornou-se o
autor da salvação eterna para todos os
que lhe obedecem. [Hebreus 5:8–9]
Observamos o resultado do sacrifício
da obediência na vida de
muitos. Quando um missionário é
obediente, ele ou ela é abençoado com
uma capacidade maior de se
comunicar com o Pai Celestial. Por
meio da obediência, o missionário,
assim como você e eu, passa a
conhecer melhor o Salvador. Esse
conhecimento permite uma oração
mais fiel e, portanto, mais eficaz. Até
mesmo a obediência às regras
associadas à sua participação na BYU
é importante. A razão maior,
juntamente com as mencionadas pelo
presidente Bateman neste pódio no
mês passado, é que a obediência é um
grande instrutor. Você passa a

conhecer melhor o Senhor ao seguir
as regras estabelecidas por Ele e Seus
servos.
Lembro-me de outra ocasião:
finalmente me formei na
universidade e consegui meu
primeiro emprego de verdade na IBM
Corporation. Chegou o dia em que
pude realizar meu antigo sonho de
comprar um Suburban com tração
nas quatro rodas. minha família tem
um caso de amor com o ar livre e eu
ansiava por possuir este veículo
maravilhoso. Mesmo que não fosse
novo, era novo para mim. Fiquei tão
orgulhoso do meu novo brinquedo
que nem o estacionei na
garagem. Estacionei na garagem para
que todos os meus vizinhos pudessem
ver. Foi bonito!
Depois de apenas alguns dias, atendi
minha porta para ver, adivinha
quem? O Chefe Escoteiro. “Oh, irmão
Brough, vejo que você tem um novo
veículo com tração nas quatro
rodas. Estamos levando os escoteiros
em uma viagem ao ar livre de uma
semana e gostaria de saber se posso
pegar seu Suburban emprestado. Meu
coração caiu enquanto minha mente
revisava rapidamente o perigo que
isso representava para o sonho da
minha vida. Expliquei
cuidadosamente a ele minhas
preocupações e sugeri que ele
considerasse pedir emprestado a
outra pessoa.
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Um ou dois dias depois, o bispo
ligou. “Oh, irmão Brough, vejo que
você tem este novo veículo com
tração nas quatro rodas. Em alguns
dias, levaremos os escoteiros em uma
viagem ao ar livre de uma semana e
gostaria de saber se posso emprestar
seu Suburban?
Eu disse: “Sim, você pode”.
Algumas semanas após o evento de
Escotismo, o Chefe dos Escoteiros
veio à minha porta. Ele disse: “Irmão
Brough, pensei que fôssemos bons
amigos. Há algo errado entre nós?”
Eu respondi: “Claro que não. Por que
você perguntaria?
“Bem”, disse ele, “pedi emprestado
seu veículo com tração nas quatro
rodas e você se recusou a me
emprestar. O bispo fez o mesmo
pedido e você o atendeu. Você sabe
que sou melhor motorista do que o
bispo.
Respondi com a resposta que me
ensinaram desde a juventude. Eu
disse: “Não me senti mais à vontade
com o bispo pegando emprestado
meu veículo com tração nas quatro
rodas do que com você pegando
emprestado. Mas ele é o bispo e, se eu
entendo as escrituras, ele tem o
direito de pedir qualquer coisa que eu
tenha”.
Os líderes do sacerdócio devem ter
cuidado porque têm o direito de nos

colocar em condições em que a
obediência se torne parte da lei do
sacrifício.
Sacrifício do Templo e
Serviço de História da
Família
Na noite em que o anjo Morôni
apareceu ao Profeta Joseph Smith, ele
citou o livro de Malaquias, entre
outros. Em Malaquias 3:3,
aprendemos sobre uma oferta
especial de um grupo de pessoas
chamado filhos de Levi. Esse grupo de
pessoas “ofereceria ao Senhor uma
oferta em retidão”. Qual foi a oferta
(sacrifício) sobre a qual Malaquias
profetizou? O Profeta Joseph
aprendeu anos depois, em 1832, que
é o sacrifício do serviço do templo e
da história da família.
Pois os filhos de Moisés e também os
filhos de Arão oferecerão uma oferta
aceitável e sacrifício na casa do
Senhor, casa esta que será construída
ao Senhor nesta geração, no local
consagrado que designei. [D&C 84:31]
O trabalho do templo e da história da
família destina-se a nos ensinar sobre
o Salvador e inclui até mesmo a
possibilidade de sermos nós mesmos
um tipo de salvador. O Senhor estava
se referindo à redenção dos mortos
quando revelou ao Profeta Joseph que
fomos “estabelecidos para ser uma
luz para o mundo e para sermos os
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salvadores dos homens” (D&C
103:9). Joseph Smith ensinou mais:
Mas como [nós] nos tornaremos
salvadores no Monte Sião? Ao
construir. . . templos,
erguendo. . . fontes batismais, e sair e
receber todas as ordenanças, batismos,
confirmações, abluções, unções,
ordenações e poderes de selamento
sobre [nossas] cabeças, em nome de
todos os [nossos] progenitores que
estão mortos, e redimi-los para que
possam ressurgir na primeira
ressurreição e seja exaltado a tronos
de glória
conosco . [ Ensinamentos, pág. 330]
Este ato de ser um salvador no Monte
Sião é uma parte importante de
aprender mais sobre os eventos
importantes que ocorreram dentro e
perto dos dois jardins. Fazer pelos
outros o que eles não podem fazer por
si mesmos, tanto quanto qualquer
outra coisa, nos ajudará a conhecer a
Cristo.
Sacrifício do Serviço
Missionário
O Senhor também incluiu o serviço
missionário como parte da oferta
justa que seria dada pelos filhos de
Levi: “E também muitos a quem
chamei e enviei para edificar minha
igreja” (D&C 84:32).
O trabalho missionário é e deve ser
um sacrifício. Anos atrás, vendi minha

empresa de serviços de informática e
voltei para o lugar de nossas raízes de
infância, uma fazenda de gado em
uma pequena cidade. Minha família e
eu nos mudamos para Robertson,
Wyoming, onde começamos um estilo
de vida novo e maravilhoso. Nosso
filho de catorze anos, Joseph, tinha
dois cães de caça pretos e
castanhos. Ele amava seus cachorros
e eles o amavam. Todos os dias,
depois da escola, ele fazia suas
tarefas, terminava o dever de casa e
passava o resto da noite com seus fiéis
cães.
Num dia de inverno, recebemos um
telefonema do Presidente Spencer W.
Kimball que mudou nossa
vida. Durante aquele chamado, ele me
convidou para servir como
presidente de missão e para minha
esposa servir como minha
companheira.
Jamais esquecerei a reação de Joseph
ao saber que estaríamos deixando a
utopia ao ar livre que havíamos
criado. “Pai, se vamos para a missão, o
que vamos fazer com meus
cachorros?” Respondi que não
poderíamos levá-los
conosco. Algumas semanas depois,
Joseph me informou que havia
tomado providências para doar seus
cachorros. Jamais esquecerei aquele
dia em que um homem veio em uma
caminhonete para levar os cachorros
de Joseph. Observei o sacrifício e a
grande fé de um jovem de quatorze
anos ao carregar seus cachorros
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naquele caminhão, sabendo que
nunca mais os veria.
Sempre concordei que é um grande
sacrifício para um jovem de dezenove
anos deixar suas namoradas. Da
mesma forma, é um grande sacrifício
para os avós de sessenta e cinco anos
deixar seus netos. No entanto, pode
ser um sacrifício ainda maior para um
menino de quatorze anos deixar seus
cachorros de estimação.
A respeito do sacrifício exigido
daqueles que servem como
missionários, o Senhor disse:
E qualquer homem que for e pregar
este evangelho do reino e não deixar de
permanecer fiel em todas as coisas, não
se cansará da mente, nem se
obscurecerá, nem no corpo, nem nos
membros, nem nas juntas; e um fio de
cabelo de sua cabeça não cairá no chão
despercebido. [D&C 84:80]
Você pode notar que tenho grandes
motivos para apreciar a promessa de
que nem um fio de cabelo de sua
cabeça cairá despercebido. Quem
ainda tem todo o cabelo deve ficar
com ciúmes porque a promessa não
inclui o seu cabelo. Posso me gabar de
que meu cabelo não está perdido - ele
foi traduzido e levado para outro
mundo!
Como resultado do sacrifício da obra
missionária, temos muitas dezenas de
milhares, inclusive muitos de vocês,
que passaram a conhecer o Senhor em

uma dimensão maravilhosa e
ampliada. Por meio desse
conhecimento aumentado, sua fé
cresce e sua vida tem uma promessa
muito maior.
Sacrifício de Famílias
Com relação ao sacrifício até mesmo
de nossas famílias, recebemos o
seguinte desafio do Senhor:
Quem ama o pai ou a mãe mais do que
a mim não é digno de mim; e quem ama
o filho ou a filha mais do que a mim não
é digno de mim.
E quem não toma a sua cruz e não
segue após mim não é digno de
mim. [Mateus 10:37–38]
Permitam-me contar-lhes uma
experiência recente que faz parte da
vida das Autoridades Gerais da
Igreja. Como vocês devem saber, os
Setenta servem em presidências de
área e a maioria vive longe daqui em
muitas nações da Terra. A cada ano,
os Quóruns dos Setenta recebem
designações novas ou estendidas para
o ano seguinte. Algumas dessas
designações podem significar que a
Autoridade Geral e sua esposa
passarão de três a cinco anos longe de
casa e da família.
A Primeira Presidência, por causa de
seu grande amor e preocupação pelas
Autoridades Gerais e suas esposas e
filhos, sempre entrevistou cada
Setenta pessoalmente antes de dar-
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lhes uma designação. Durante esta
entrevista, os membros da Primeira
Presidência indagam sobre as muitas
questões que envolvem os Setenta e
sua família. Essas entrevistas
exigiram muito tempo e esforço da
Primeira Presidência.
Recentemente, todas as Autoridades
Gerais e suas esposas foram
convidadas para uma reunião
especial com a Primeira Presidência e
o Quórum dos Doze. Lá, o Presidente
Thomas S. Monson explicou que a
Primeira Presidência simplesmente
não teve tempo de conduzir suas
entrevistas regulares. Então ele
informou a todos nós que nos
preparássemos porque ele
anunciaria, do púlpito, nossas
designações para o próximo ano.
O suspense foi grande quando o
Presidente Monson anunciou a lista
de designações, o que exigiria grandes
sacrifícios daqueles que deixariam
suas casas e famílias. Pessoalmente,
nunca testemunhei uma
demonstração maior de sacrifício
voluntário. Não ouvi
reclamações. Não ouvi um único
comentário negativo. Ninguém se
opôs ao método ou à natureza da
tarefa. Todos os Setenta e suas
esposas simplesmente voltaram
daquela reunião para começar os
preparativos que levariam muitos de
seus lares e famílias por vários anos.
Claro, a tristeza está associada à nossa
ausência de nossas famílias. Muitos

membros dos Setenta não puderam
participar de importantes eventos
familiares, como casamentos,
funerais, bênçãos e formaturas. Eles
entendem o sacrifício das famílias. No
entanto, na eternidade, eles não
perderão suas famílias porque
receberão as promessas feitas
àqueles que obedecem à lei do
sacrifício.
As Autoridades Gerais não estão
sozinhas nessa demonstração de
sacrifício. Lembramo-nos das 500 a
600 cartas que são enviadas
semanalmente aos jovens,
missionários do templo e Igreja. Enfrentamos
missionários de história da família,
pedindo-lhes que se sacrifiquem e
deixem suas famílias.
Mais de 300 presidentes de missão e
suas famílias, além de 45 presidências
de templo, aceitam seus chamados e
designações com o mesmo
espírito. Essas pessoas maravilhosas
aceitam seu chamado especial como
divino e como uma manifestação de
revelação pessoal única.
Adoro a revelação dada pessoalmente
a Brigham Young na seção 126 de
Doutrina e Convênios:
Querido e amado irmão Brigham
Young, em verdade assim diz o Senhor
a você: Meu servo Brigham, não é mais
necessário que você deixe sua família
como no passado, pois sua oferta é
aceitável para mim.
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Eu vi seu trabalho e labuta em
jornadas pelo meu nome.
Eu, portanto, ordeno que você envie
minha palavra ao exterior e cuide
especialmente de sua família a partir
de agora e para sempre. Amém. [D&C
126:1–3]
Sacrifício da Reputação
Ocasionalmente, podemos nos
encontrar em situações sociais únicas
e até mesmo embaraçosas devido ao
fato de sermos membros e
comprometidos com a
então a
possibilidade de um sacrifício de
nossa reputação ou de algum conforto
social. Cada um de nós
provavelmente terá a oportunidade
de estar em uma situação que
demonstrará nossa peculiaridade. A
Palavra de Sabedoria, a observância
do Dia do Senhor, filmes proibidos e
outros elementos podem nos separar
da corrente principal.
Há alguns anos, tornei-me vice-
presidente de uma grande empresa
de serviços de informática. A empresa
realizava um retiro anual de
executivos com seus diretores de alto
escalão. Em minha primeira reunião,
realizada em Sun Valley, Idaho, a
empresa contratou um famoso artista
profissional, um suposto comediante,
com um custo significativo para a
empresa. Fomos transportados de
ônibus para um restaurante adorável
a alguns quilômetros do resort

principal. Meu lugar designado era na
mesa principal com o presidente do
conselho, o presidente da organização
e outros executivos seniores. Quando
o programa começou, logo percebi
que a ideia de humor do apresentador
era vulgaridade, palavrões e qualquer indicação de ter respeitado
pornografia verbal. Eu sabia que não
poderia permanecer e participar
como um membro da platéia que
parecia gostar do estilo do artista. No
entanto, eu estava preocupado em
deixar a mesa principal à vista dos
outros executivos e membros do
conselho. Achei que minha partida
poderia representar uma declaração
de desrespeito pelo esforço deles
para proporcionar uma noite
relaxante de entretenimento.
Depois de mais alguns minutos de
debate interno, eu sabia que não
poderia mais permanecer enquanto o
artista continuava seu ataque aos
valores, às pessoas e, principalmente,
às mulheres. Quando me levantei e saí
da sala, todos os olhos pareciam estar
olhando para mim. Todos na sala
sabiam de minha afiliação à Igreja e
todos, pensei, pareciam ofendidos
com minha ação. Foi uma longa
caminhada de volta no escuro até a
vila turística. Minhas emoções
alternavam entre preocupação e
raiva. Eu estava preocupado por ter
ofendido a liderança da empresa com
minha ação. Fiquei com raiva por eles
não reconhecerem o lixo degradante
oferecido na forma de
entretenimento.
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No dia seguinte, soube que alguns
desdenharam minha partida e se
sentiram ofendidos por eu ter
rejeitado sua escolha de
entretenimento. Para minha
decepção, nenhuma pessoa deu
minha ação e ninguém nunca mais
comentou sobre a noite. Devo
acrescentar, no entanto, que a
empresa nunca mais providenciou
esse tipo de entretenimento ofensivo
para retiros executivos.
Agora, ao relembrar o evento,
acredito que contribuiu para minha
compreensão de como Cristo deve ter
se sentido durante a humilhação que
foi imposta a Ele. Recebi grande
consolo da seguinte escritura:
Se o mundo te odeia, você sabe que me
odiou antes de odiar você.
Se vós fôsseis do mundo, o mundo
amaria o que era seu; mas porque vós
não sois do mundo, mas eu vos escolhi
do mundo, por isso o mundo vos
odeia. [João 15:18–19]
E também,
Porque tu és um povo santo ao Senhor
teu Deus, e o Senhor te escolheu para
lhe seres o seu povo peculiar, acima de
todas as nações que há sobre a
terra. [Deuteronômio 14:2]
Sacrifício da Tribulação

Talvez o maior sacrifício que faremos
seja o sacrifício da tribulação
resultante de morte, doença,
desastres financeiros e comerciais,
perda de um filho ou até mesmo
apenas a tribulação da
velhice. Grandes catástrofes como
terremotos, vendavais, incêndios e
guerras são exemplos de tribulações
que farão parte de nossas vidas. O
Profeta Joseph ensinou: “Se foste
chamado para passar por
tribulações; . . . sabe, meu filho, que
todas estas coisas te servirão de
experiência e serão para o teu bem”
(D&C 122:5, 7).
Nenhum de nós escapará da
tribulação. Os profetas não estiveram
livres de uma grande medida de
tribulação. Na verdade, um estudo
rigoroso da vida dos profetas revelará
que a tribulação é uma parte comum
de suas vidas. Nossa experiência
recente de observar o grande
exemplo de tribulação duradoura do
Presidente Howard W. Hunter ficará
para sempre em nossa memória:
“Pois a nossa leve e momentânea
tribulação produz para nós um peso
eterno de glória mui excelente”. (2
Coríntios 4:17).
Sacrifício de Vidas
Alguns podem até sacrificar suas
vidas. Temos o exemplo do martírio
de Joseph e Hyrum Smith; a terrível
perda de vidas de membros durante o
inverno de 1846; e a subseqüente
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perda de vidas durante os primeiros
anos da grande migração para o
oeste. Somos lembrados da morte dos
Élderes Ball e Wilson durante suas
missões na Bolívia há apenas alguns
anos. O Senhor fez uma grande
promessa àqueles que perdem a vida
como consequência de sua fé: “Quem
achar a sua vida, perdê-la-á;
No entanto, o sacrifício maior pode
não ser o de entregar a vida à morte,
mas o de viver ou entregar a vida
inteira ao serviço do Senhor. “Rogo-
vos, pois, irmãos, pelas misericórdias
de Deus, que apresenteis os vossos
corpos em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto
racional” (Romanos 12:1).
O Presidente David O. McKay
destacou um ponto importante ao
sugerir uma modesta mudança de
uma palavra na letra do magnífico
hino “O Hino de Batalha da
República”. As palavras originais
eram “Assim como Ele morreu para
santificar os homens, morramos
nós para tornar os homens livres”. A
mudança inspirada ensinou uma lição
significativa a todos nós: “Assim como
ele morreu para santificar os homens,
vivamos para libertá-
los”. (Ver Hymns, 1985, nº 60,
e Recreational Songs [Salt Lake City:
Deseret News Press, 1949], p. 10.)
Conclusão
Podemos escapar do
sacrifício? Joseph Smith, o vidente,
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ajudou-nos a entender esse requisito mais profunda expressão de

muito significativo quando disse:
Todos os santos de quem temos
conhecimento, em todas as revelações
de Deus que existem, obtiveram o
conhecimento que tiveram de sua
aceitação diante dele por meio do
sacrifício que lhe ofereceram; . . . pela
fé, para. . . vencer o mundo e obter o
fim de sua fé, sim, a salvação de suas
almas. [ Palestras sobre Fé 6:11]
Agora ouça a descrição daqueles que
herdarão o reino celestial conforme
revelado ao Profeta Joseph F. Smith
antes da conferência geral de outubro
de 1918.
E reuniu-se em um só lugar uma
companhia inumerável dos espíritos
dos justos, que haviam sido fiéis no
testemunho de Jesus enquanto viviam
na mortalidade;
esperança e fé em nosso Salvador, o
Senhor Jesus Cristo. Por meio desse
processo, podemos receber o dom da
vida eterna com aqueles que mais
amamos no reino celestial de nosso
Deus eterno.
Esta é minha fé e oração, que ofereço
em nome de Jesus Cristo. Amém.
© Intellectual Reserve, Inc. Todos os
direitos reservados.
Monte J. Brough era membro da
Presidência dos Setenta de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias quando este discurso devocional
foi proferido na Universidade Brigham
Young em 13 de fevereiro de 1996.

E que ofereceram sacrifício à

semelhança do grande sacrifício do
Filho de Deus e sofreram tribulações
em nome de seu Redentor. [D&C 138:
12–13]

A lei do sacrifício conecta os eventos

profundamente importantes dos dois
jardins: Éden e Getsêmani. Essa lei
fornece um processo que nos
permitirá a maior bênção de nossa
vida. Esse processo demonstra nossa
fé no grande plano de
felicidade. Acrescentado às
ordenanças e convênios sagrados e
eternos do evangelho, torna-se nossa