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I - A Bíblia e sua Origem ....................................................................................................................................07

II - A Bíblia e seu Valor Espiritual .....................................................................................................................09


III - A Bíblia é Alimento Espiritual. . .. . . . . . . . . . .. . .. . . .. . .. ............. . . . . .. . . . . . . . .. . . ......... . ..... . . . . . .
. . . . . .. . . . . . . . . ..................................................................... .. . . . ......... ...12
IV - A Bíblia e seu Tema Central ........................................................................................................................14
V - O Tema Central da Bíblia .............................................................................................................................16
VI - A Bíblia é Cristocêntrica .............................................................................................................................18
VII - A Bíblia apresenta Esperança, Salvação e Santificação .............................................................................20
22
V IX - Compreendendo a inspiração Divina ...........................................................................................................24
I X - Os fatos acerca da Bíblia ...............................................................................................................................26
I XI - A natureza da inspiração ..............................................................................................................................29
I XII - O Cânon da Bíblia e sua evolução histórica ..............................................................................................31
- XIII - O Cânon e sua aceitação ...........................................................................................................................33
A XIV - Datas e períodos sobre o Cânon em geral .................................................................................................35
i XV - A preservação e a tradução da Bíblia .........................................................................................................38
n XVI - Os manuscritos da Bíblia e a impressão mais antiga ...............................................................................41
s XVII - A Bíblia é um livro antigo. . . . .. . . . . . . . . . ................................... .. . . .. .. . . .. . .......................................
p .....................................................................................................................43
i XVIII - A Bíblia é um livro importante ..............................................................................................................46
r XIX - Estudar e interpretar a Bíblia...... . ............................................................................................................49
a XX - Princípios de interpretação (Gramaticais, Históricas e Teológicas) ...........................................................52
ç XXI- A origem das línguas, a estrutura e a mensagem da Bíblia ........................................................................55
ã XXII - A Bíblia tem autoridade (Jr 23 .29) ..........................................................................................................57
o XXIII - A harmonia da Bíblia ..............................................................................................................................60
p XXIV - A Bíblia é a constituição da igreja ..........................................................................................................62
l XXV - A Bíblia é fiel ...........................................................................................................................................65
e XXVI - A Bíblia é infalível .................................................................................................................................67
n XXVII - A Bíblia é nosso guia ............................................................................................................................69
á XXVIII - A Bíblia é um livro atualizado .............................................................................................................72
r XXIX - A Bíblia é imparcial ................................................................................................................................74
i XXX - A Bíblia é um tesouro ..............................................................................................................................76
a XXXI- A Bíblia é um milagre ..............................................................................................................................79
d XXXII - A Bíblia e a doutrina ..............................................................................................................................82
a XXXIII - A Bíblia e a importância do estudo metódico ......................................................................................85

s XXXIV - A Bíblia e a pregação ...........................................................................................................................87

E XXXV - A Bíblia e seus avisos ............................................................................................................................89


BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................................91

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a)
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1.1 - O Senhor deu a sua Palavra (SI68.11).


A Bíblia é uma dádiva de Deus. Ele que antigamente falou muitas vezes e de muitas maneiras aos pais
(Hb 1.1) não queria que a sua palavra somente ficasse guardada pelos homens por meio da sua própria
experiência com Deus e pela tradição falada, isto é, os pais contando aos seus filhos, etc.
Deus queria que as verdades fossem reveladas e conservadas em um autêntico documento, por isso
ele mesmo tomou as providências para que as suas palavras, revelações e os acontecimentos em que ele havia
operado maravilhas no meio do seu povo fossem escritos.

1.2 - Deus ordenou a Moisés


"Escreva isto para memória em um livro (Ex 17.14)". Esta mesma ordem foi depois repetida durante
1.600 anos a 40 homens de Deus e assim surgiu O Livro de Deus (Is 34.16), a Palavra de Deus (Ef 6 .17; Mc
7.13), As Santas Escrituras (Rm 1.2) que nós chamamos de Bíblia. A palavra Bíblia vem do grego biblion que
significa folha de papiro. As Escrituras originais foram escritas em rolos de papiros e assim apareceu os
biblions, como uma coleção de livros pequenos. A Bíblia contém 66 livros, sendo 39 do Velho Testamento e
27 do Novo Testamento.

1.3 - Os que escreveram os 66livro.s da Bíblia receberam as mensagens de diferentes maneiras.


A ordem de Deus era para escrever. As vezes Deus dizia: Escreve num livro todas as palavras que Eu
tenho dito (Jr 30.2; 36.2; Hc 2.1.2, etc). Muitas vezes os autores escreviam: Veio a mim a palavra de Deu§ (Jr

1.4; Me 1.1; Is 1.2, etc). ABíblia diz a respeito de Moisés: recebeu as palavras da vida para no-Ias dar (At
7.38). Isaías menciona 120 vezes o que o Senhor lhe falou, Jeremias 430 vezes e Ezequiel329 vezes.
Outros registram acontecimentos, assim como se escreve história (Ex 17.14). Lucas examinou minu-
ciosamente aquilo sobre o qual recebeu a direção para escrever (Lc 1.3). Alguns como Paulo e Daniel
receberam a mensagem por revelação (At 22.14-17; GI 1.11,12,15,16; Ef3 .1-8; Dn 10.1) e alguns recebe-
ram sonhos e visões (Dn 7.1; Ez 1.1; II Co 12.1-3), mas todos escreveram pela inspiração do Espírito Santo
e podiam dizer:
"O que recebi do Senhor também vos entregarei" (I Co 11.23; 15.3).

1.4 - Sua divisão e classificação


O termo Bíblia não existe no texto das Sagradas Escrituras, consta apenas na capa , isto porque o
vocábulo Bíblia significa coleção de livros pequenos e deriva da palavra biblos,nome dado pelos gregos a
folha de papiro preparada para escrita. Ao rolo pequeno de papiro chamavam biblion, quando juntos
chamavam Bíblia.
A expressão Bíblia foi aplicada às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de
Alexandria. As Escrituras formam uma unidade perfeita, a palavra Bíblia significa O livro; O livro dos
livros. Por causa da sua perfeita unidade a Bíblia é uma biblioteca e um livro ao mesmo tempo. Ela
chama a si mesmo de Escritura (Mt 21.42); Sagradas Escrituras (Rm 1.2); Livro do Senhor (Is 34.16);
A Palavra de Deus (Mc 7. ] 3). Toda esta harmonia tem uma singela divisão, Novo e Velho Testamento,
contendo 66 livros, 39 no Velho e 27 no Novo Testamento. Os livros da Bíblia estão classificados por
assunto, sem ordem cronológica.

1.5 - O Antigo Testamento está dividido em 4 classes, por assunto:

Lei: os cinco primeiros livros da Bíblia, chamados de O Pentateuco, trazem-nos a revelação da


criação e mostram-nos todo o cuidado de Deus em manifestar a lei, código de disciplina espiritual, civil e
moral para todo o seu povo.
c)
História: Começando pelo livro de Josué e terminando em Ester , este conjunto de doze livros, tra-
zem-nos a história do Povo de Deus (Israel), em suas mais diversas fases ou periodos, após o estabelecimen-
to em Canaã.
Poesia: Neste conjunto de livros que vai de Jó a Cantares de Salomão, encontramos a poesia bíblica,
em forma de revelação, adoração e conhecimento de Deus.

Profecia: A partir do profeta Isaías até Malaquias,temos toda a revelação profética, que está dividi-
da entre: profetas maiores (de Isaias até Daniel), profetas menores (de Oséias até Malaquias).

1.6 - O Novo Testamento também se dividiu em 4 partes

Biografia: inicia o Novo Testamento com os quatro Evangelhos trazendo-nos a vida maravilhosa de
Jesus Cristo. Três deles formam um paralelismo no ministério de Cristo e são chamados sinóticos.

História: A História do Novo Testamento é a história da igreja, revelada em Atos dos Apóstolos.

Doutrina: Nas Epístolas ou Cartas, que começando por Romanos vai até Judas, mostra-nos de
maneira esclarecedora todo o mandamento do Senhor Jesus Cristo à sua Igreja.

Profecia: No final, Deus revela o encerrar de todas as coisas sobre o égide de um Senhor Soberano, .
eterno e glorioso. O Livro do Apocalipse revela a manifestação pessoal de Jesus Cristo e sua vitória final.
e)
d)

2.1 - O valor da Palavra de Deus é inestimável


Todas as coisas da vida se desvalorizam, todavia, isto nunca acontece com a Bíblia pois seu valor
excede a todas as coisas. O valor espiritual está em seu conteúdo poderoso, capaz de tornar o que não é
naquilo que é. Homens e mulheres ao redor do mundo tem experimentado o valor da Palavra de Deus em
suas próprias vidas. Pessoas dantes materialistas, cépticas, indiferentes, sem valor algum para a sociedade, se
encontraram com a Palavra de Deus e foram transformadas, abençoadas, vivificadas (Ef2.1) e valorizadas.

2.2 - Seu valor como livro.


Indubitavelmente o que dá valor a um livro é seu conteúdo. Qual o valor de um livro? Sua capa? Seu
volume? Seu acabamento? O seu conteúdo? A Bíblia é este livro de valor, pois seu conteúdo ultrapassa todos
os limites do homem, suas palavras vieram do céu (SI 119.89). São palavras que produzem vida (10 6.63).
Desde o princípio Deus estabeleceu que suas palavras fossem escritas em um livro (Ex 17.14). Havia em
Israel outros livros, principalmente o livro histórico dos Reis (lI Cr 35.27), entretanto, o livro que trouxe
avivamento em Judá foi o livro do Senhor (Il Rs 23.2,3), no tempo do rei Josias.

Ao retomarem do cativeiro, os poucos judeus que vieram a Jerusalém fizeram um grande ajuntamento
na praça (Ne 8.3), onde Esdras, o Sacerdote, troxe o livro de Deus e abriu diante do povo (Ne 8.5), o que
trouxe um grande despertamento para o povo de Deus (Ne 8.17). No ministério do profeta Jerernias, Deus
preocupado com suas palavras, pediu que fossem escritas num livro (Jr 36.2) e que fossem lidas diante do
povo (Jr 36.6). Daniel, homem de Deus, descobriu o número de anos do cativeiro pelos livros (Dn 9.2),
certamente os livros dos profetas, a partir daí começou a orar (Dn 9.3).

Nosso Senhor Jesus Cristo deu importância e valor ao livro divino, pois quando em Nazaré, sua
cidade natal, foi à sinagoga e tomou o livro do profeta Isaías, leu aos ouvidos do povo (Lc 4.17), autenticando
o valor e o cumprimento da profecia (Lc 4.21). Deus, na sua sabedoria, propôs uma coleção de livros
pequenos, a qual o seu povo, em todo o mundo, poderia manusear. Isto é a Bíblia (Jo 21.25).

2.3 - Seu valor como alimento 0)


Assim como o corpo físico, templo do Espírito Santo, precisa do alimento material, nosso espírito
e alma necessitam do alimento espiritual (Dt 8.3). Este é o princípio estabelecido por Deus para o seu povo
valorizar Sua palavra como alimento. O próprio Senhor Jesus autenticou a palavra do Pai, diante de Sata-
nás (Mt 4.4). Nem só de pão ... disse Jesus, mostrando-nos a necessidade do pão espiritual, a Palavra de
Deus, para cada dia de nossas vidas. A Palavra de Deus, como alimento espiritual, é comparada a:

Mel- O Salmo 119.103 nos apresenta a palavra mais doce do que o mel, ele fala do sabor espiritual
da Bíblia, da doçura que ela produz numa vida amarga.
Leite - O primeiro alimento do recém-nascido, é também indicado para aqueles que iniciam na fé
cristã (Hb 5. 13). O escritor aos hebreus fala ainda de crentes que com o tempo já deveriam provar alimentos
sólidos, entretanto ainda precisam de leite (Hb 5.12). Toda a doutrina inicial e os primeiros rudimentos das
palavras de Deus, é leite espiritual para os que nasceram de novo (Jo 3.3).

Alimento sólido - E para aqueles que superam a infância espiritual, quando se necessita comer algo
mais forte, como os cultos de doutrina da igreja (Hb 5.14).

2.4 - Seu valor como guia


Segundo o dicionário, a palavra guia, dentre outras coisas significa, caderno ou livro, que contém
informações úteis acerca de lugares, horários, roteiros, etc. Ao abrirmos a Palavra de Deus, deparamos
exatamente com a afirmação do dicionário, pois encontramos na Bíblia fielmente o roteiro perfeito de Deus
para alcançarmos aqui na terra uma vida plena de sua presença e o caminho de Deus para chegarmos às
mansões celestiais (.To 14.6). No passado, quando Deus tirou seu povo do Egito para que fossem orientados

acerca de Sua vontade, foi-lhes dado a lei, que consistia em guia espiritual, moral e pessoal para cada família
f)
de Israel (Ot 4.5,6) No presente, temos as palavras dos profetas, os ensinos do Senhor Jesus, a história da
igreja, as Epístolas, enfim, temos nas mãos um livro por excelência que nos revela a salvação (At 4.12), nos
conduz a uma vida de vitória (Rm 8.37), nos ensina acerca da vida, valorizando-nos diante das situações
(Lc 12.22-34). .
A Bíblia se constitui, portanto, num guia perfeito para as situações da família hoje, colocando a ordem
de Deus para as nossas vidas (Ef6.1-4), orientando os empregados crentes que muitas vezes relaxam com
seus compromissos (Ef6.5-8)
Da mesma forma fala aos patrões crentes, que muitas vezes desconhecem os mandamentos de
Deus (Ef6 9)
Como guia a Bíblia dá orientações gerais que às vezes não sabemos como fazer (I Co 10.23), orien-
tando acerca da vontade de Deus para nossas vidas (Ef 5.17,18). Se buscas um caminho, se buscas uma
direção, se buscas o céu, o Seu guia é aBíblia (SI119.105)

Seu valor espiritual


Os dias de hoje tem sido marcados por uma verdadeira corrida ao mundo espiritual. Cremos ser um dos
sinais da vinda de Cristo. Cabe à Igreja do Senhor aproveitar este momento e disseminar a Palavra de Deus, pois
só ela tem valor espiritual para esses dias de crise O valor espiritual da Bíblia consiste em ser ela o alimento do
Espírito (Rm 722), o pão que desceu dos céus e que produz vida (108.58).
A Bíblia viva e eficaz é como espada que penetra até o Espírito, discernindo todas as coisas (Hb
412) Ela também testifica com nosso espírito, confirmando nossa posição em Cristo (Rm 8.16). Num mun-
do materialista e incrédulo, a Bíblia tem um grande valor. Ela traz fé aos corações (Rm 10.17), estimula a crer
nas promessas de Deus e mostra um Senhor fiel e cumpridor de Suas palavras (Hb 10.23). O livro dos
Salmos registra algo importante acerca do mundo espiritual (SI 8948). Este verso fala do poder do mundo
invisível e pergunta: Quem livra a sua alma? A resposta está na própria Bíblia, quando nos apresenta o poder
da oração, o poder da fé, o poder do nome de Jesus (Mc 16.17) que nos traz vitória sobre este mundo
tenebroso (Ef6 12) Somente aquele cujos olhos foram abertos é que pode discernir o valor precioso da
palavra de Deus (l Co 2,15,16).
Somente o Espírito Santo é que pode nos levar a compreender o valor espiritual da palavra de Deus.
Jesus declarou acerca disso em João 14.26, dizendo: Ele vos ensinará todas as coisas. Só através desse
Espírito poderoso atuando em nossas vidas, valorizaremos a Bíblia Sagrada.

2.5 - Sua unidade singular


A Bíblia em sua perfeita unidade, só pode ser explicada como um perfeito milagre de Deus. A maneira
como foi escrita, sob as mais diversas circunstâncias e tudo se encaixando com perfeição em mensagem e
conteúdo. só pode ser este um livro divino. Ninguém sabe como estes 66 livros divinos se encontram em um
só volume, isto é obra de Deus. Sabemos perfeitamente que outra obra literária, nas circunstâncias da Bíblia,
seria como uma verdadeira Babei (confusão).
Num período de quase 16 séculos, cerca de 40 homens, vivendo sob as mais diversas circunstâncias,
em lugares distantes dos três continentes, escrevendo em duas principais línguas, trouxeram-nos a revelação
de Deus - a Bíblia.

2.6 - A diversidade de escritores


Deus usou para escrever sua Palavra homens das mais diversas atividades, razão pela qual encontra-
mos os mais diversos tipos de linguagem na Bíblia. Homens como Moisés que foi instruído em toda a ciência
dos egípcios (At 722); J~o (Ex 17.9); Davi e Salomão, r~ p0!ias (ll Sm 8.15; Ec 1.12);
lsaias estadista e profeta (ls 68); Daniel, 11}inistro do rei (Dn 249); Zacarias e Jeremias, sacerdote e profeta
(Jr 1.5; Zc 1.1); Amos, cultivador (Arn 7.14,15); Pedro, Tiago e João, pescadores (Lc 5.10); Paulo, doutor
ela lei (At 22.3) e muitos outros homens foram assim usados por Deus para reverar-nos Sua palavra. ----,
Nesta grande diversidade de atividades da vida humana, quando examinamos os escritos destes homens,
observamos como se completam. Na verdade não foram escritos muitos livros, mas um só livro, a maravilho-
sa Palavra de Deus (SI 119.152).
)

A diversidade de condições
Deus na sua soberania permitiu que sua palavra fosse escrita nas mais diversas condições, certamente
para nos mostrar hoje que Ele está no controle de tudo.

Os escritores escreveram, na cidade, nos campos, em palácios, nas ilhas como João (Ap 1.9); nas
prisões como Paulo (Fp 1.1); nos desertos como Elias (lI Cr 21.12), entretanto a mensagem bíblica é uma só:
Como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv 4.18). Esta perfeição é exclusiva
do livro divino - a Bíblia Sagrada.

A diversidade de circunstância
Diversificadas foram as desencontradas formas e circunstâncias em que foram escritos os 66 livros da
Bíblia. Davi, homem segundo o coração de Deus, escreveu por exemplo O Salmo 24 quando trazia a arca de
Deus a Jerusalém. - -
Salomão certamente escreveu na tranqüilidade do palácio (I Rs 4.32-34). Josué escreveu após gran-
des conquistas (Js 24.16) entretanto, apesar da diversidade de circunstância, a mensagem, a doutrina e o
tema central são um só.

2.7 - Seu autor: Deus


Nenhum homem, impio, justo, piedoso ou mesmo um judeu jamais seria o autor da Bíblia. Certamente
estes homens não fariam um livro que falasse dos seus fracassos, derrotas, pecados, idolatrias e rebeliões
contra Deus
Deus, em verdade, é o autor deste livro maravilhoso e infalível que revela a salvação, libertação e
transformação do homem em nova criatura (lI CI 5.17). As evidências confirmam o efeito e a influência da
Bíblia em pessoas e nações. A Palavra de Deus tem melhorado o mundo, pelo caráter que molda na vida das
pessoas. Muitos, dantes incrédulos, indiferentes, viciados, idólatras, cheios de superstições que aceitam este
livro são por ele transformados, salvos, libertos e santificados. Nenhum outro livro tem poder de transformar
pessoas, lares e nações (At 19.18-19) como a palavra de Deus .

.
-
i)
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3.1 - Assim como o alimento é para o corpo, é a palavra de Deus para o Espírito.
"Achando-se as tuas palavras, logo comi, e a tua palavra foi para mim gozo e alegria do meu coração
porque pelo teu nome me chamo, Senhor Deus dos Exércitos" (1 r 15.16).
ó

A Bíblia fala de muitos tipos de alimentos dados por Deus ao homem, entretanto, nem todos os
alimentos consumidos pela humanidade eram permitidos por Deus. Havia regras específicas estabelecidas na
Bíblia quanto aos alimentos permitidos por Deus. N este capítulo trataremos de alguns bem conhecidos uni-
versalmente a saber: pão, leite, mel, carne e azeite.

Pão, um alimento universal


O pão é um dos alimentos mais tradicionais na vida da humanidade, é um alimento universal. No
princípio da criação, Deus estabeleceu o pão como símbolo do esforço do trabalho para Adão (Gn 3.19). A
relação entre pão e trabalho sempre esteve presente na experiência humana. Nos dias de Abraão lhe apare-
cem três anjos em forma humana, aos quais Abraão ofereceu um bocado de pão (Gn 18.5,6). Quando
Abraão despediu Agar, serva de Sara, deu-lhe pão e um odre de água (Gn 21.14)

Em toda a história de Israel o pão tem sido um alimento essencial para o povo. Nos dias de Jesus ele
multiplicou pão e peixe e deu-os a uma grande multidão que o seguia (Me 6.30-44).

3.2 - Jesus identificou-se como o pão vivo do céu (Jo 6.47-55)


Depois da multiplicação dos pães e peixes (10 6.1-13) Jesus percebeu que a multidão queria mais do
pão que perece, daí Ele declarou ao povo que seu Pai daria o pão vindo do céu para dar vida ao mundo (10
6.33) Logo, Ele declarou: Eu sou o pão da vida, aquele que vem a mim não terá fome (10 6.35). No mesmo
evangelho Jesus é identificado como a palavra viva, o Verbo Divino que se fez carne (10 1.1-14)

Jesus é a palavra, é o pão vivo que desceu do céu e que alimenta a alma do homem faminto.

3.3 - A Bíblia é o pão do céu para o alimento espiritual


Jesus no deserto disse ao tentador: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca
de Deus (Mt 4.4). O homem precisa não só de pão material que alimenta o corpo, mas também de pão para a
alma e para o espírito. O homem exterior se alimenta do pão que perece, mas o homem interior que é a parte
espiritual, precisa do pão do céu, a palavra de Deus. O crente que não come deste pão fica desnutrido na fé.

3.4 - Leite - conhecido universalmente


O leite é o alimento básico para o recém nascido. Para os neófitos, a Bíblia é o leite racional (l Pe 2.2).
Aqui Pedro está falando a crentes já adultos mas que agiam como recém nascidos que precisam de leite,
alimento indispensável ao desenvolvimento orgânico da criança. Pedro percebeu que havia crentes raquíticos
espirituais, necessitando ainda do leite racional.

Para o neófito na fé (I Tm 3.6) - A palavra de Deus é o leite que o neófito precisa. Um recém
nascido não pode ser alimentado por outra comida. Sua estrutura fisica não tem suporte para alimento forte e
pesado. Ele precisa de algo vigoroso mas leve, que nutre o seu organismo. Espiritualmente a igreja precisa
nutrir os seus membros com o leite racional, a palavra de Deus, para que cresçam sadios e fortes na fé.

Para os crentes débeis na fé (Hb 5.12) - O autor aos hebreus deparou com um grupo de judeus
convertidos a Cristo que já haviam passado pela experiência cristã, já haviam crescido mas estavam agindo
como crianças que precisam do leite materno. O escritor declara que o tempo de experiência não os amadu-
receu, pelo contrário, necessitavam que se voltasse a ensinar os primeiros rudimentos de doutrina, uma vez

que não podiam ser alimentados com alimento sólido. Ora, esse fato se repete em nossos dias. Temos muitos
crentes antigos que não podem ser alimentados com alimento sólido e precisam começar tudo de novo com
j)
o leite da palavra de Deus, pois estão desnutridos e anêmicos na fé.

Leite deve ser sem mistura - Paulo destaca que quem apascenta o gado bebe o seu leite (I Co
9:7). Ora, a falta de genuinidade, de pureza, de honestidade, de amor faz com que muitos pregadores e
pastores de nossos dias dêem o leite misturado com água para transparecer abundância. Desse modo, diminui
a gordura e os seus elementos nutrientes. A palavra deve ser o leite sem mistura.

3.5 - Carne - conhecida universalmente


A carne é um alimento sólido e só uma pessoa com organismo já desenvolvido poderá se alimentar de

carne. A Bíblia apresenta a carne como parte da alimentação do povo de Israel. Na instituição da Páscoa,
Israel lembraria o livramento dos seus primogênitos da espada do anjo da morte com um cordeiro, tomando
o seu sangue e aspergindo-o nos umbrais das suas portas e comendo a carne assada do cordeiro pascal (Ex
12.4,5,7-9). Deus estabeleceu leis de seleção para os animais que podiam ser comidos pelo povo. A carne
sempre esteve presente nas refeições do povo de Israel. Quando Israel saiu do Egito em sua peregrinação
faltou carne, o Senhor enviou o maná e também carne, orientando a migração natural de codornizes por cima
do arraial de Israel (Ex 16.12,13). Quando o profeta Elias escondeu-se junto ao ribeiro Querite, defronte do
Jordão, Deus lhe enviou pão e carne através dos corvos (I Rs 17.3.6). Aos sacerdotes, depois da ministração
das ofertas pacíficas sobre o altar, deu-lhes o direito de comerem das carnes do sacrificio (Lv 7.15, 16).
Jesus usou uma metáfora quando declarou que daria a sua carne para ser comida (Jo 6.52-54).
Significa participar do seu corpo, do seu vigor

3.6 - Mel- conhecido universalmente

O mel produzido por abelhas se constitui num dos alimentos mais desejáveis por toda a humanidade.
O seu sabor agrada ao paladar. A Bíblia fala da terra sonhada e desejada por toda a semente de Abraão,
como a terra que mana leite e mel (Ex 3.8,17; 13.5; 33.3). O Egito representava para Israel uma terra de
amargura e tristeza mas a terra de Canaã era a terra de leite e mel. A igreja, de igual modo, saiu do Egito, do
mundo e parte para uma terra de leite e mel, a Canaã celestial.

o valor terapêutico do mel- Ele serve para dar sabor ao paladar, do mesmo modo como a palavra
de Deus pode ser degustada ao sabor do mel espiritual. A vida cristã seria triste sem saber a doçura da
palavra de Deus. O mel tem ação terapêutica nas inflamações de garganta, como também é purgativo para
aliviar um mal-estar fisico. A palavra de Deus é um mel purgativo que limpa o nosso interior das impurezas.

o mel é símbolo de gozo e vitória - Em Juizes 14.5,6 temos a história de Sansão, quando no
caminho das vinhas de Timnate, um leão o atacou. O espírito do Senhor veio sobre Sansão e ele fendeu o
leão de alto a baixo, deixando-o morto à beira do caminho. Ao voltar à casa, Sansão encontrou no corpo
do animal um enxame de abelhas com mel. Ele tomou o favo de mel e o comeu (Jz 14.8,9). Esse leão pode
simbolizar as inb~ões venct das em nome do Senhor. O mel simboliza a palavra de Deus que nutre a vida
espiritual e nos dá a vitória.

3.7- A Bíblia, o azeite que alimenta e tempera a vida espiritual


O azeite de oliveira foi e é até hoje muito apreciado, não só nas terras da Palestina, mas em todo o
mundo. Nos ritos religiosos de Israel o azeite era usado para a consagração dos sacerdotes (Ex 29.1-7; Lv
8.12), em certas ofertas e sacrifícios (Lv 2.1; Nm 7.19), na consagração do tabernáculo (Ex 30.22-29;
40.9,10), nas lâmpadas do castiçal no lugar santo (Ex 25.6; Lv 24.2), na purifícação do leproso (Lv 14.10-
18), na consagração de reis (I Sm 10. l ; I Rs 1.39). (SD). De fato o azeite tinha várias utilidades nos tempos
bíblicos: como cosmético após o banho (Rt 3.3; Lc 7.49), como medicina (Is 1.6; Me 6.13; Lc 12.35). O
azeite era usado como meio de troca e venda no mercado (I Rs 5.11; Ez 27 .17; Os 12.1; Lc 16.6; Ap 1.13).
Na tipologia bíblica o azeite é símbolo da alegria (SI 45.7; Is 61.3; Hb 1.9), símbolo da prosperidade e
abundância (Ot 32.13; 33.24; Já 2.6; JI2.19,24) A falta de azeite denotava pobreza (Jl1.1O; Ag 1.11). A

unção dos reis e sacerdotes simboliza hoje a unção do Espírito Santo na vida dos seus ministros.
k)

4. t - A grande revelação de Deus através de sua palavra tem sido revelado em seu Filho,
desde o princípio a Bíblia fala dEle.
Toda a escritura está cheia de referência ao Senhor Jesus. Do Gênesis ao Apocalipse há uma revela-
ção clara no papel do filho de Deus, na história da criação, da redenção e da consumação de todas as coisas.
Cristo se constituiu portanto na base de toda a mensagem bíblica, de toda a profecia, tipo e parábolas. Jesus
é o centro de todo o propósito divino.

4.2 - Jesus, antes de todas as coisas


A palavra de Deus revela não somente o passado do homem, mas acima de tudo a preexistência.
Jesus, o filho de Deus é apresentado na Bíblia antes de todas as coisas, isto significa dizer que todas as coisas
dependiam dEle (10 1.3).
No seu grande propósito de salvar o homem perdido, Deus estabelece em Cristo todas as coisas (EflA) .
Um dos grandes testemunhos acerca da preexistência de Jesus é o de João Batista (10 1.15), que
sendo mais velho em idade, declarou que Jesus era antes dele. O próprio Cristo diante da multidão declarou
(Jo 8.58), ... antes que Abraão existisse eu Sou, com isto Jesus coloca a sua posição de eterno (10 8.23). Ele
é chamado pelo profeta Isaías de Pai da Eternidade (Is 9.6). O apóstolo Pedro ao falar de nossa salvação,
apresenta Jesus como cordeiro imaculado e incontarninado que foi conhecido antes da fundação do mundo (I
Pe 1.20). Na grande visão na ilha de Patmos, João ouve a primeira e grande mensagem do Senhor e nesta
mensagem ele revela sua mensagem maravilhosa (Ap 1.8): Confiemos cada vez mais no Senhor, naquilo que
Eleé(Hb 13.8)

4.3 - Jesus, no Velho Testamento


O Velho Testamento é um verdadeiro celeiro de revelação acerca de Jesus Cristo. Ele aparece nas
mais diversas formas e ocasiões onde foi necessária sua presença. As fontes mais fidedignas e pentecostais
crêem que a expressão anjo do Senhor, que ocorre mais de 50 vezes no Velho Testamento identifica a pessoa
do filho de Deus, em suas mais diversas atuações(Jo 1.51). Quando o povo de Deus saiu do Egito, naquela
noite foi instituída a Páscoa para Israel. Cada família tomaria para si um cordeiro, disse o Senhor (Ex 12.3).
Todo o ritual da Páscoa mostrava o sacrificio de Jesus Cristo. João Batista falou do cordeiro (10 1.29), o
apóstolo Paulo falou da páscoa (I Co 5.7).

4.4 - Em cada figura do tabernáculo se podia ver a pessoa do filho de Deus


Sua natureza divina e humana, sua obra redentora, ressurreição e seus ministérios como rei, profeta e
sacerdote. Através da tipologia podemos cornpletá-lo ao longo do Velho Testamento, ele pode ser visto em
cada um dos 39 livros do Antigo Testamento, onde aparece como figura central, por exemplo em Gênesis, Ele
é a semente da mulher, em Josué o capitão de nossa salvação.

4.5 - Jesus no Novo Testamento


O Jesus que foi profetizado no Antigo Testamento encontra agora no Novo Testamento sua grande
revelação. A partir dos evangelhos toda a sua vida, ministérios e sua graça são revelados. Cada um deles
apresenta Jesus de uma forma: em Mateus Ele é visto como o grande rei, o rosto do leão. Em Marcos Ele é
visto como servo de Jeová, o boi, o bezerro. Em João Ele é visto como filho de Deus, rosto de águia. Tudo
isto foi visto por Ezequiel no Novo Testamento (Ez 19.11) e por João na ilha de Patmos (Ap 4.7). No livro
histórico do Novo Testamento Jesus atua através do Espírito Santo na vida da igreja. O Seu nome é usado
pelos apóstolos que cheios do espírito de Deus realizavam a sua obra (At 4.31). Paulo era um deles (At
19.11). A partir das epístolas paulinas Jesus se revela através da doutrina, fortalecendo a nossa fé, alicerçando
sua igreja, da qual Ele é a cabeça (Ef 1 ,22), Ele ministra diretamente as necessidades do seu povo (I Co

22.23-25). Ele envia obreiros à sua obra para o aperfeiçoamento dos santos (Efl.3). Em Hebreus 7.22 Ele
;
: aparece como o melhor em todas as coisas e nas epístolas gerais Ele fundamenta nossa fé nas ricas e precio-
sas promessas e nos leva a uma vida cristã vitoriosa (II Pe 3.18).
No Apocalipse João vê sua glória (Ap 1.13-16), onde ele se revela a igreja e mostra a João as coisas
que brevemente hão de acontecer (Ap 1.1), pois Ele é o rei dos reis e senhor dos senhores (Ap 19.16).

4.6 - Sua mensagem atual


Deus na sua presciência estabeleceu Sua Palavra de modo que ela abrange o passado, o presente e o
futuro. As necessidades dos homens durante todo o tempo tem sido as mesmas durante sua existência na
terra. Somente uma palavra atual poderia suprir estas necessidades humanas. Em Hebreus 4.12 encontramos
o que é a palavra de Deus, viva e eficaz e sua mensagem, seu poder, cumprindo-se a cada dia na vida
daqueles que a procuram como verdadeiro refugio em dia de tempestade (Is 32.2).

4.7 - A Bíblia tem mensagem para os nossos dias


A define os dias de hoje como dias maus (Ef5.] 6), de aflições, tempos trabalhosos. Temos
visto o clamor do povo e até mesma da igreja face aos acontecimentos mundiais. A primeira grande mensa-
B gem da Bíblia para nós é sobre a fé. A Bíblia é um livro de fé. Em todas as suas páginas temos lições de fé. A
í fé bíblica dissipa todas as coisas: incertezas, dúvidas, temores, angústias, depressões, num mundo onde as
b pessoas andam tateando. A fé vê o invisível (Hb 11.27) quando muitos estão caindo e se prostrando diante
l das situações, os que têm fé estão de pé (lI Co 1.24). Onde encontrar fé num mundo de incredulidade? Na
i palavra de Deus. Busque na bíblia, a fé que você precisa para vencer o mundo (I Jo 5.4). Outra grande
a mensagem bíblica para os dias atuais é a mensagem de revestimento espiritual. Muitas pessoas têm fé, entre-
tanto não estão revestidas.

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5.1 - Por sua humilhação voluntária Cristo foi glorificado pelo Pai e feito o tema maior das escrituras
"Examinais as escrituras porque vós cuidais Ter nelas a vida eterna e são elas que de mim testificam" (10
5.3 9).
As escrituras nos fornecem a linha da ascendência do Messias. Ele havia de ser a semente da mulher,

da raça de Sem, da linhagem de Abraão, por meio de lsaque e Jacó, da tribo de Judá e da família de Davi.
As escrituras registram eventos futuros relacionados à Sua pessoa e ministério terreno. Desde o lugar
do seu nascimento até a sua segunda vinda e seu reino - tudo foi predito em termos inequívocos, do Gênesis
ao Apocalipse.

Estudiosos da Bíblia têm calculado que mais de trezentos detalhes proféticos foram cumpridos em
Cristo. Aqueles que ainda não foram cumpridos referem-se à sua segunda vinda e a seu reino, ainda futuros.

5.2 - Cristo no Pentateuco


O Pentateuco compreende os primeiros cinco livros da Bíblia, escritos por Moisés. Eles filam de
Cristo como o descendente da mulher, o nosso cordeiro pascal, o nosso sacrifício pelo pecado, aquele que foi
levantado para nossa cura e redenção e o verdadeiro profeta.

5.3 - Cristo nos livros históricos


Os livros históricos agrupam os livros da Bíblia que vão de Josué até o livro de Ester . Da dramaticidade
dos seus relatos sobressai a figura singular do Salvador como o capitão da nossa salvação, o nosso juiz e
libertador, o nosso parente resgatador, o nosso rei soberano, o restaurador de nossas vidas e a divina corte de
apelação das causas perdidas.

5.4 - Cristo nos livros poéticos


O conjunto de livros que forma a seção dos livros poéticos compreende os livros de Jó, Salmos,
Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Na Bíblia eles se irmanam na exaltação do Senhor Jesus Cristo como
nosso redentor que vive, o nosso socorro e alegria, a sabedoria de Deus só achada pelos diligentes madruga-
dores, o alvo verdadeiro e o amado da nossa alma.

5.5 - Cristo nos livros proféticos


Os livros proféticos do Antigo Testamento são os livros desde lsaías até Malaquias. Neles o espírito
profético vaticina a humanidade, humilhação e glorifícação do Messias de Deus. Eles o apresentavam como o
Messias que há de vir, o renovo da justiça, o filho do Homem, o soberano de toda a terra cujo trono jamais
será removido, o marido fiel, o restaurador benevolente, o divino lavrador, o nosso Salvador imutável, a nossa
ressurreição e vida, a testemunha fiel contra as nações rebeldes, a nossa fortaleza no dia da angústia, o Deus
da nossa salvação, o senhor zeloso, o desejado de todas as nações, o pastor ferido, o sol da justiça.

5.6 - Cristo no Novo Testamento


O Cristo vaticinado no Antigo Testamento encontra nos escritos do Novo testamento a sua maior
expressão. Este o apresenta como Messias manifesto, o servo de Deus, o filho do Homem, o filho de Deus,
o senhor redivivo, a divina causa da nossa justificação, o Senhor nosso, a nossa Suficiência, o nosso Liberta-
dor do jugo da lei, o nosso Tudo em todas as coisas, a nossa Alegria e Gozo, a nossa Vida, aquele que há de
Vir, o Senhor que vai voltar, o nosso Mestre, Exemplo, o nosso Modelo, o nosso Intercessor junto ao trono
do Pai, a preciosa Pedra Angular da nossa Fé, a nossa Força, a nossa Vida, ao nosso Caminho, Aquele que
há de vir com milhares dos seus santos e anjos e o triunfante rei dos reis e Senhor dos senhores.

5.7 - Jesus aprovou a Bíblia

Muitas pessoas sabem quem é Jesus, crêem que Ele fez milagres, crêem em sua ressurreição e ascen-
são mas não crêem na Bíblia. Essas pessoas deveriam saber que:
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Jesus leu a Bíblia - E chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o
seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías e quando abriu o livro,
achou o lugar em que estava escrito: O Espiritodo Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os
pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração e apregoar liberdade aos cativos e dar vista aos
cegos, a por em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro e tomando
a dá-lo ao ministro, assentou-se e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-
Ihes: Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos (Lc 4.16-21).

Jesus ensinou a Bíblia - E Ele lhes disse: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os
profetas disseram. Por ventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E
começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as escrituras
(Lc 24.25-27).
J Deus - Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou
e à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor, nada mais lhe deixais fazer
s por seu pai ou por sua mãe, invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E
u muitas outras coisas fazeis semelhantes a estas (Me 7. 11-13).
s
c Jesus cumpriu a Bíblia - "E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco:
h Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés e nos profetas e nos
a salmos" (lc 24.44)
m
o A referência de Lucas 24.44 é muito importante porque aí Jesus põe sua aprovação em todas as
u escrituras do Antigo Testamento, a Bíblia de seus dias pois lei, profetas e salmos eram as três divisões da
Bíblia nos dias em que o Novo Testamento ainda estava sendo formado.
a
B Jesus também afirmou que as escrituras são a verdade 00 17. ] 7). Ele viveu, procedeu de acordo
í com elas (18.31). Declarou que o escritor Davi falou pelo Espírito Santo (Me 12,35-36). No deserto, ao
derrotar o inimigo, fê-lo citando a palavra de Deus (Dt 8.3; 613,16; Mt 4.1-11) .

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6.1 - Existe uma mensagem Cristocêntrica em toda a Bíblia


O Antigo Testamento prepara o caminho para a vinda do Cristo e o prediz em tipos e em profecia. No
Novo Testamento, os evangelhos o apresentam como o redentor. Nos Atos dos Apóstolos, Cristo é o objeto
principal da pregação dos apóstolos e da igreja emergente. Nas epístolas, Ele é apresentado como o motivo
principal para uma vida cristã prática e vitoriosa. No apocalipse, Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim, o
primeiro e o último (Ap J .8; 22. J 3), a consumação de todos os planos divinos para a humanidade.
A Bíblia apresenta a Jesus de modo perfeito, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, reunindo
as duas naturezas numa só pessoa.
"Filipe achou Natanael e disse-lhe: havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei e os
profetas: Jesus de Nazaré, filho de José" (Jo 145)

A Bíblia revela a pré existência de Cristo. O sentido da palavra pré existência é o de existir antes.

Ao falar da pré existência de Cristo estam os nos referindo ao que a Bíblia ensina, mui especialmente no
Antigo Testamento. O relato da queda de Adão, a promessa da redenção (Gn 3.15), todos os eventos
relacionados com a formação de um povo especial da semente de Abraão tinham o propósito divino de
projetar a Cristo como o redentor da humanidade, seu salvador e senhor.

6.2 - Cristo existiu antes de João Batista (Jo 15.1-30)


Neste texto João Batista, o precursor de Cristo declara que O que vem depois de mim ... é antes de
mim, porque foi primeiro do que eu. Humanamente João Batista era mais velho em idade que Jesus, mas ele
declarou que Jesus era antes dele. Ora, este fato nos mostra que Jesus precedeu a João Batista, pois de fato
ele era o verbo que se fez carne (Jo 1. J - J 4).

6.3 - Cristo veio do céu (Jo 6.33,38,51,58,62)


Nestes versiculos Jesus declara a sua pré existência afirmando que Ele veio do céu e que foi enviado
do Pai (Jo 20.2 J) A Nicodemos Jesus declarou sua pré existência dizendo: Aquele que vem do céu é sobre
todos (Jo 3.31). Afirma ainda, Jesus a Niccdernos, que quem aceita o seu testemunho confirma que Deus é
verdadeiro (Jo 333)

6.4 - Cristo existiu antes de Abraão (Jo 8.58)


Jesus mesmo declarou aos judeus: Antes que Abraão existisse, EU SOu. Com esta expressão, Ele
enfatiza sua natureza divina, sua existência eterna. Ele coloca sobre si mesmo o selo da eternidade. A profecia
de lsaias o identifica como o Pai da Eternidade. Esta declaração de Jesus contrariou os judeus que a ouviram
e até a consideraram blasfêmia.

6.5 - Cristo é o verbo divino (Jo 1.1-4,14)


Neste texto se encontra a maior revelação neotestamentária da vida de Cristo, pois refere-se a Jesus
como o verbo A palavra Verbo é uma tradução da palavra ~gos, do original gmgo. Trata-se de um termo
filosófico Em filosofia, Logos significa razão, porém na doutrina cristã, Logos é o Verbo, uma pessoa divina.
O texto bíblico diz que o verbo era Deus e que o Verbo se fez carne e habitou entre os homens.

6.6 - A Bíblia identifica a Cristo por vários títulos e nomes


Vários são os nomes e títulos conferidos a Cristo na Bíblia, cujos significados revelam a sua deidade.
Neles há certa ordem progressiva da revelação que Deus faz de Si mesmo aos homens.

Ellohim (Gn Ll ) - Esse título aparece na forma plural e literalmente significa deuses, porém, não há
nenhuma contradição no fato de que o Velho Testamento apresenta o Deus Único. Ellohim revela, de modo
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especial e indireto, a Trindade Divina, ainda que teologia judaica não aceite a doutrina da Trindade, por causa
do seu monoteísmo tradicional. O nome Ellohim tem sido traduzido, na maioria dos textos do Antigo Testa-
mento, por Jeová ou Adonai, que se traduz por Deus forte e poderoso.
Jesus - Esse nome vem do hebraico Jeosua ou Josua (Js 1.1; Zc 3.1), cujo significado é Salvador (Mt
1.21; Lc 13 1; 2.21). É o nome pelo qual Ele se identificou com a raça humana. Dois personagens do Antigo
Testamento receberam esse nome, a saber, Josué filho de Num, substituto de Moisés na caminhada para a
terra de Canaã, o qual representa a Cristo como o líder ideal (Js 1.1) e Josué o filho de Jeosadaque, que
prefigura a Cristo, o sumo sacerdote que leva os pecados de seu povo (Zc 3.1). Este nome identifica a pessoa
do glorioso nazareno, aquele que cumpriu a sua missão redentora, tomando-se salvador e senhor de todos
quantos o recebam (At 4.8-12; 5.30,31).

Cristo - Esse nome é o que o revela como o Messias, o ungido. É o nome oficial e refere-se à sua
missão da parte do Pai na terra. A Bíblia confere unção a três oficios específicos na história do povo de Deus,
a saber: o de rei, de sacerdote e o de profeta (I Sm 16.1,12,13; Lc 1.31-33; Ex 30.30; Hb 4,14-16; I Rs
19.16; Lc 3 .21 ,22). A Bíblia converge esses três oficios sobre a pessoa de Jesus e Ele os exerce, pois é rei,
sacerdote e profeta.

Filho de Deus - É preciso ter o cuidado para não confundir a expressão no Antigo Testamento, pois
às vezes a expressão Filho de Deus refere-se a Israel (Ex 422; Os 11.1); aos anjos (Jó 1.6; 38.7; SI29.1),
aos crentes em Deus (Gn 6.2; SI 73.15; Pv 14.26). É o contexto da passagem bíblica onde se encontra a
expressão Filho de Deus que pode indicar de quem está tratando. Em relação a Cristo, Ele é o Filho de Deus.
Ele afirmou ser o Filho de Deus e os ·udeus rejeitar essa afirmaÇ.ij.o (Lc 22.67-71). O Evangelho de João
é o livro que mais fala da divindade de Cristo, chamando-o de Filho de Deus. Leia Jo 5.21,26. É a vontade
do Pai Celestial que todos honrem o Filho, como honram o Pai (Jo 5.19).

Filho do Homem - Este título é também encontrado nas páginas da Bíblia não se referindo a Jesus.
Ao profeta Ezequiel Deus o chama filho do homem para denotar sua limitação natural como homem (Ez 2.1).
No SI 8.4 e Dn 7.13, a expressão filho do homem é usada para designar o ser humano. Jesus a usou mais de
40 vezes em relação a si mesmo, confirmando assim sua plena humanidade, ao falar dos seus sofrimentos,
morte e ressurreição (Mt 12.40; 1722; 20.18,19,28). O Evangelho de João faJa especialmente do lado
divino de Jesus, enquanto Mateus, Marcos e Lucas o apresentam como o homem perfeito, entretanto João
enfoca as duas naturezas de Jesus, a divina e a humana (10 1.51; 3.13,14; 6.27,51,62; 8.28).

6.7 - A Bíblia revela realmente a dupla natureza de Cristo, não uma dupla personalidade
Jesus ao manifestar-se como o verbo que se fez carne revelou possuir dupla natureza de modo distin-
to, a divina e a humana.

A natureza divina de Cristo. Pelos nomes e títulos atribuídos a Jesus Cristo, não é dificil perceber
a sua natureza divina. Havia perfeita e total coexistência das duas naturezas numa só pessoa. Quando Jesus,
como homem, interrogou seus discípulos, dizendo: Que dizem os homens ser o filho do homem? a resposta de
Pedro foi clara e objetiva: Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo (Mt 16.15). Essa resposta declarava a
divindade de Cristo. A Bíblia afirma que Ele é desde o princípio (Jo 1.1,2) e diz também que ele estava no
princípio com Deus e era Deus.

A natureza humana de Cristo. A Bíblia testifica de modo claro a natureza humana de Jesus nas
palavras do apóstolo Paulo aos gálatas, quando diz que Jesus foi nascido de mulher (GI4.4). Essa declaração
é confirmada pelo relato do nascimento de Jesus, chamando-o filho de Maria, nascido em Belém da Judéia
(Lc 2.5-7); ao lhe dar o nome de Jesus (Lc 2.21) e ao confirmar a infância de Jesus(Lc 2. 52). Posteriormente,
já adulto, Jesus foi a uma sinagoga e foi reconhecido pelos presentes como o carpinteiro de Nazaré (Me 6.3).
Ele não conheceu pecado e não pecou, mesmo tendo oportunidade para pecar, porque Ele foi gerado pelo
Espírito Santo. A despeito de não ser propenso ao pecado, sua humanidade perfeita não o fez super-homem.
Ele foi um homem comum que se confundia com os demais do seu tempo (Is 53.2,3). Nele habitava toda a
plenitude ( CI 1. 19; 2.9) Ele experimentou a luta entre a carne e o espírito (Mt 26.41; Hb 4.15), sendo
vitorioso. A Bíblia declara que Jesus estava sujeito às mesmas leis da natureza humana, passando pelos

processos de desenvolvimento físico e mental (Lc 2,40,46) Ele conheceu a natureza humana enfraquecida e
experimentou a dor, tristezas, alegrias, fome e cansaço (Lc 10.21; Mt 26.38; Jo 4.6; 19.28).
7.1 - O apóstolo Paulo afirma em Efésios 6.13:
"Portanto tomai toda a armadura de Deus". Fé sem revestimento, muitas vezes nos traz decepções.
Todos os homens de fé que a Bíblia registra, precisam do revestimento de Deus para a peleja (At 6.8,55). O
mundo atual é um mundo vazio. São corações vazios de Deus e muitas vezes cheios do diabo. Somente uma
igreja revestida pode encarar este mundo. Muitos crentes tem reclamado que os dias atuais são de muita
carne. ABíblia diz em Rm 13.14: mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em
suas concupiscências. Revista-se do Senhor Jesus Cristo, através da sua palavra, da oração, da adoração e
da comunhão. Os nossos dias são dias de muita procura espiritual. Temos visto como os templos estão cheios
de pessoas na busca de algo que satisfaça suas necessidades Duas grandes necessidades: a fé e o revesti-
mento do Espírito Santo. Jesus disse aos discípulos: quando porém vier o Filho do Homem, porventura
achará fé na terra (Lc 18.8). Não esqueça o revestimento que Deus tem para dar (I Ts 5.8).

7.2 -A Bíblia tem esperança para nossos dias


Uma outra grande mensagem da Bíblia para nossos dias é a esperança. Deus é Deus de esperança
(Rm 15,13) e gostaria que seus filhos fossem cheios de esperança. Vemos porém o contrário, vidas desespe-
radas, sem Deus, estranhos a tudo que é espiritual (Ef2.12). Esperança é uma dádiva de Deus que nem todos
conhecem. Jeremias, o profeta das lágrimas disse: Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do
Senhor (Lm 3.26). Esperança é motivo de alegria na vida daqueles que a têm. Nas referências bíblicas, a
esperança produz uma série de bênçãos (Jr 17.7,8)

7.3 - O mundo em que vivemos necessita urgente de mensagens de esperança (Jo 8.13)
Sem ela o mundo tem vivido em constantes sofrimentos (I Ts 4.13). Cabe portanto à igreja, portadora
desta mensagem, divulgá-Ia com todos os recursos possíveis, pois esperança é uma das virtudes que perma-
necem (1 Co 13.] 3). E algo que incentiva a viver na presença de Deus. Esperança para os salvos é vida, é
regeneração. Fomos regenerados para uma viva esperança (I Pe 1.3).

Esperança precisa ser explicada àqueles que procuram saber sua razão em nossas vidas. A esperança
dos salvos tem uma razão (I Pe 3.15), razão que leva-nos a viver uma vida de santificação na presença do
Senhor, esperando-O a cada dia (I Jo 33), pacientemente como um lavrador espera pelos frutos. Finalizan-
do, podemos entender que a vida eterna em Cristo Jesus toma-se o maior resultado de esperança na vida do
cristão (Tt 1.2).

7.4 - A Bíblia tem salvação para os nossos dias


O que mais precisa o mundo moderno? Temos uma visão que em quase todas as áreas da vida
humana tem havido progresso. Na ciência o homem tem desenvolvido os mais assustadores inventos
tecnológicos e assim por diante, entretanto, na área moral, pessoal, social, familiar e afins, o homem necessita
de salvação. E salvação é com a palavra de Deus. Não vamos encontrar outro livro que nos mostre de
maneira simples e clara tudo o que precisamos para nos tomar salvos. A Bíblia mostra que a salvação é um
ato de fé (Ef2 8) da parte do homem e um ato de graça da parte de Deus. Em suma, o homem entra com a
fé, Deus o encontra com a graça (At 16.31). Precisamos mostrar àqueles que estão perto de nós que salva-
ção é uma coisa necessária nos dias de hoje.

Salvação é uma palavra abrangente pois quando somos salvos, sentimo-nos seguros em Deus (SI
91.1) de todo o poder do pecado contra nossas vidas (Rm 6.14). Somos resgatados acima de tudo das
garras do diabo. A Bíblia diz em At 26.18 que o Senhor Jesus nos livrou do poder de Satanás e nos converteu
a Deus. Tal experiência tem acontecido hoje, em nossos dias com milhares de vidas que dantes presas, agora
libertas em Cristo Jesus, foram livres do presente século mal, segundo a vontade de Deus nosso Pai (GI 1.4).
Salvação abrange também o futuro. A Bíblia nos diz sobre a era vindoura, quando Deus estará julgando os

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atos dos homens dissolutos e maus que desprezam sua salvação em Cristo (Rm 2.5) e salvando de maneira
gloriosa e poderosa todos aqueles que em Cristo fizeram confissões de sua fé em Deus (Rm 10.10).

7.5 - Esta salvação final é descrita na carta aos Romanos, capítulo 8, quando Paulo diz:
"Porque sabemos que toda a criação geme e está justamente com dores de parto até agora ... " e
continuando Paulo afirma que não somente a criação mas todos nós que temos as primícias do Espírito
também gememos esperando a redenção do nosso corpo.
Esta redenção final se dará no arrebatamento da igreja, quando seremos transformados à semelhança do
corpo de Jesus (Fp 3.21) e estaremos para sempre com o Senhor.

7.6 - A Bíblia tem santificação para os nossos dias


A santificação Bíblica é um dos aspectos de nossa salvação em Jesus Cristo. Ela aparece na Bíblia
não como um andamento apenas, mas sim como a vontade de Deus (I Ts 4.3). Santificação sempre esteve
nos propósitos eternos de Deus. Paulo afirma em Efésios 1 .4 que antes da fundação do mundo, Deus plane-
jou nossa sa~tifica~ão. . _ ,. . ) .. ,.
Santificação é coisa tao sena que o escntor aos heb5-eus escreve numa lmguagem clara e fácil: Sem
santificação, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Assim sendo, quando o povo de Deus se reune, Deus nos vê
como uma congregação de santificados (SI 89.7). A oração do povo de Deus é uma oração de santificados,
que desejam a cada dia mais e mais d~Pai celestial (Mt 6.9). A vida do povo de Deus é uma vida de
santificados, pois a cada dia esperam a volta do Senhor Jesus (Fp 4.5).

7.7 - Infelizmente, hoje em dia, muitos têm desprezado a santificação


Cremos ser isto uma investida do inimigo na vida do povo de Deus. A falta de santificação em muito
tem atrapalhado a operação de Deus em meio ao seu povo (J s 3.5). A santificação começa no interior do
crente. E obra doEspírito Santo que deseja nos preparar a cada dia no arrebatamento da igreja (I Ts 5.23).
q)

8.1 - Deus deu a Palavra


E providenciou o modo de garantir a autenticidade da sua Palavra que os homens de Deus haveriam
de escrever.
Deus não escreveu nenhuma parte da Bíblia. Uma só vez Ele escreveu os dez mandamentos em
duas tábuas de pedra, em ambas as bandas (Ex 32.15,16), porém Moisés quando viu o bezerro de ouro que
os israelitas tinham feito, arremessou as tábuas, quebrando-as ao pé do monte (Ex 32.19). Jesus escreveu
uma só na terra mas os pés que andaram sobre aquele lugar apagaram a escrita (Jo 8.8).

8.2 - Quando Deus quis dar ao homem o livro divino


Escolheu e preparou para isto servos seus, aos quais deu uma plena inspiração pelo Espírito Santo (I
Pe 1.10-12; n Pe 1.21; I Tm 3.16; Jó 32.18-20). Cada autor escreveu conscientemente conforme o seu
estilo e vocabulário e à maneira individual de se expressar, mas todos sob a influência da inspiração do
Espírito santo. Assim as palavras com que registraram o que receberam de Deus, foram-Ihes ensinadas pelo
Espírito Santo (l Co 2.13). Davi, que era rei e profeta disse: O Espírito de Deus falou por mim e a sua Palavra
esteve na minha boca (Il Sm 23.2). Desta maneira, ficou toda a Bíblia inspirada pelo Espírito Santo. É
realmente um milagre! O mesmo Espírito que inspirou Moisés a escrever os primeiros cinco livros da Bíblia
(Ex 24.1-4; Nm 33.2) cerca de 1.550 anos antes de Cristo inspirou também o apóstolo João a escrever o seu
Evangelho, as suas três epístolas e o apocalipse no ano 90 d.e.

8.3 - Esta inspiração plenária atinge até as palavras usadas, inclusive a forma gramatical
Temos vários exemplos na Bíblia que mostram como a forma gramatical adequada que os autores
aplicaram serviu para explicar grandes e importantes doutrinas. Veja por exemplo Mt 22.32, onde Jesus
empregou o verbo ser na forma presente (Eu sou o Deus de Abraão, etc.) para provar a real existência de
vida após a morte.
Em GI 3. 16 vemos como a forma singular do substantivo posteridade foi usada para dar um
importan-
te ensino como a promessa dada a Abraão se cumpriu na pessoa de Jesus, o mesmo podemos ver também
em Hb 12.21; Jo 8.57 e em muitos outros exemplos.

8.4 - A Teologia modernista não aceita a doutrina sob a inspiração plenária da Bíblia
Eles concordam em aceitar que as idéias ou pensamentos da Bíblia podem ser inspirados mas que as
palavras usadas no texto são um produto de autores, os quais estão sujeitos a erros. Outros concordam em
reconhecer a Bíblia como autoridade em assuntos meramente espirituais, porém em tudo que se relaciona
com ciência, biologia, geologia, história, etc a Bíblia não pode ser considerada uma autoridade. Eles dizem
abertamente: Errar é humano
Para dar uma aparência e piedade a respeito das coisas de Deus eles dizem:
A Bíblia contém a palavra de Deus mas ela não o é. Infelizmente esta crítica materialista contra a
veracidade da Bíblia tem se espalhado e onde ela chega faz como geada nas plantas ... mata-as. A falsamente
'chamada ciência faz com que aqueles que a professem se desviem da fé (I Tm 6.20,21).
Para os crentes convictos da sua salvação que vivem em comunhão com Deus e sentem a operação
do Espírito Santo em suas vidas esta crítica não gera problemas. Eles simplesmente rejeitam terminantemente
qualquer afirmativa contrária à Bíblia. Eles o fazem com convicção. A base desta rejeição é segura.

8.5 - Vejamos: Em primeiro lugar rejeitamos toda a crítica contra a palavra de Deus
Porque Jesus considerou as escrituras como a palavra de Deus (Mt 7.13) e o apoio Dele vale mais
que as idéias afirmativas de quem quer que seja.
r)
Rejeitamos a crítica modernista contra a veracidade da Bíblia porque seria uma ofensa contra Deus
que é perfeito. Em Mt 5.48 afirmam que a sua palavra contém erros e mentiras. A Bíblia afirma: A lei do
Senhor é perfeita (SI 19 7) É provada (SI 18.30) e fiéis são todos os seus mandamentos (SI 111. 7).

8.6 - A palavra ciência também nunca é a última palavra

O que hoje se afirma em nome da ciência, amanhã outros os desfazem. Um grande teólogo alemão, A
Luescher constatou em uma de suas obras que no ano de 1.850 os críticos contra a Bíblia apresentaram 700
argumentos científicos contra a veracidade da Bíblia. Hoje, 600 destes argumentos já foram deixados por
descobertas mais atualizadas. Mas o que a Bíblia afirma é como uma rocha que não muda por causa das
ondas do mar que se lançam contra ela.
Não queremos trocar a nossa fé na Palavra de Deus por consideração a homens que consideram a
sua sabedoria mais que a de Deus. Queremos que a nossa fé se apoie não na sabedoria humana, mas no
poder de Deus (1 Co 2.5).

8.7 - A Bíblia, inspiração divina

Uma das artimanhas de Satanás é desacreditar a palavra de Deus, como palavra inspirada, usando
fatos e argumentos contra a Bíblia, entretanto em Hb 1.1 Deus tem falado aos homens, inspirado outros que
movidos pelo seu Espírito vão comunicar com exatidão a mensagem divina, tomando-se assim a Bíblia dife -
rente de todos os demais livros escritos na face da terra. Conhecer a inspiração divina da Bíblia é conhecer o
próprio Deus, movendo-se através do tempo, usando vidas chamadas e consagradas (Is 6.8) para realizar
seus propósitos.
9.1 - Para que sua palavra chegasse a nós
Deus usou homens que foram auxiliados e diretamente assistidos pelo Espírito Santo a fim de não
permitir que eles cometessem erros quando escreviam o registro fiel e verdadeiro da palavra de Deus.
Foram inspirados nas ocasiões em que Deus, pelo seu Espírito, atuava em seus corações (Il Pe 1.21).
Eram homens cheios de fraquezas, dúvidas, divergências, etc, mas quando estavam sob a atuação do Espírito
de Deus jamais falharam, pois estavam nas mãos de Deus

O apóstolo Paulo, homem de Deus, afirma sobre a inspiração da palavra dizendo: Toda a escritura
divinamente inspirada é proveitosa (II Tm 3.16). Paulo cria na inspiração da Bíblia. A inspiração de Deus
sobre a vida dos escritores do livro sagrado foi algo maravilhoso.
Os autores dos livros históricos, por exemplo, puderam separar a verdade do erro quando buscavam
as bases para as suas narrativas. Na verdade, os livros históricos estão recheados de ensinos vitais para a
nossa vida espiritual. O apóstolo Paulo falou disto (l Co 10 11), enfim, temos nas mãos um livro em que todos
os registros foram inspirados por Deus, a fim de que todo o ensino necessário acerca de todas as coisas da
vida fossem transmitidos de maneira singular.

9.2 - Teorias sobre a inspiração divina


A inspiração da Bíblia é aceita pelos crentes em Cristo Jesus que encontraram na palavra de Deus
uma nova razão para viver. Por outro lado, existe uma infinidade de pessoas que, por ainda não terem sido
transformadas pela Bíblia, formam teorias sobre a inspiração, criando com isso discussão sobre esse assunto
tão maravilhoso. Vamos portanto observar algumas dessas teorias:
Alguns afirmam que os homens que escreveram a Bíblia tiveram apenas uma intuição, dizendo que
houve apenas manifestação do conhecimento natural da verdade. A intuição faz parte do ser humano normal
e muitas vezes leva-o a escrever livros sagrados, científicos, filosóficos e desse modo se pode até conhecer a
verdade, sem necessidade da inspiração do Espírito de Deus.
Essa teoria, entretanto, procura negar a pessoa de Deus, que é a verdade suprema e o Único que a
possa revelar.
Outros ainda dizem que a inspiração das escrituras é apenas parcial, onde umas partes da Bíblia foram
inspiradas e outras não. Com isto afirmam que a Bíblia contém a palavra de Deus, quando na verdade a Bíblia
é a palavra de Deus.
Uma outra teoria diz que apenas foi inspirada as idéias da Bíblia, ficando as palavras a cargo dos
escritores. Existem ainda outras teorias que foram criadas pelos homens ímpios para tentarem anular a palavra
de Deus. Cremos que qualquer criatura pode experimentar o poder de Deus em sua vida, basta deixar as
teorias e viver na prática a palavra de Deus.

9.3 - As evidências da inspiração


Está claro para nós, o povo de Deus, que a inspiração da Bíblia é divina, plenária e verbal. Nós que
em cada dia sentimos em nossas vidas o resultado direto da ação da Palavra, cremos ser ela a inspiração
divina. Em toda a Bíblia descobrimos a ação direta do Espírito Santo agindo poderosamente em cada escri-
tor. Ao lermos a Bíblia não encontramos apenas idéias ou conceitos, mas nos deparamos com uma mensagem
plena, completa e incisiva na sua revelação, como resultado de uma inspiração plena.

9.4 - Ao estudarmos a Bíblia


Cada palavra tem um ensino maravilhoso, até mesmo aquelas que trazem as afirmações dos homens
ou de Satanás. Neste caso as palavras que eles pronunciaram não foram inspiradas, mas o registro dessas

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palavras foi. Entendemos assim que o Espírito Santo guiou o escritor sagrado na escolha das palavras que ele
usou, respeitando certamente o seu estilo, sua atividade humana e seu vocabulário, para que não viesse a
cometer erros de qualquer espécie. Esta é a inspiração verbal.

9.5 - O aluno da escola deve


Portanto estar preparado e disposto a receber toda a palavra de Deus como sendo um livro plena-
mente inspirado por Deus. O Senhor Jesus Cristo, no seu tempo, aceitou as escrituras e delas as testificou (Lc
24.44) confirmando sua total inspiração. O apóstolo Paulo, na sua última carta, coloca toda a escritura
debaixo do manto sagrado da inspiração divina (lI Tm 3 .16).

9.6 - Provas da inspiração divina


A própria Bíblia apresenta-nos provas de sua total inspiração divina. O Novo Testamento está repleto
de informações que nos mostram a inspiração da palava. O próprio testemunho dos profetas que foram
usados por Deus nos leva a crer assim. Movidos pelo Espírito Santo eles diziam: O Senhor disse a Moisés (Ex
4.19). De Isaías 1.1: Assim veio a mim a palavra do Senhor (1r 1.4). A Daniel Deus apareceu em sonhos e
visões (Dn 7.1). A palavra do Senhor foi dirigida a Joel (11 1.1) e assim a tantos outros no Velho Testamento.
Uma das grandes provas da inspiração divina das escrituras nos é apresentada por Jesus. Ele mesmo testificou
da palavra dizendo: Está escrito (Mt 4.4); ... nem umjota ou um til se omitirá da lei (Mt 15.18). A escritura
não pode ser anulada (Jo 10.35). E colocou o selo do Novo Testamento quando afirmou que o Espírito Santo
em Seu nome estaria ensinando todas as coisas (10 14.26). O apóstolo Paulo confirmou a inspiração da Bíblia
quando afirma em (I Co ]4.37) que o que ele escreveu são mandamentos do Senhor, enfim, o Novo Testa-
mento está cheio de referências ao Velho Testamento, provando-nos a inspiração das escrituras. O próprio
testemunho do Espírito Santo nas nossas vidas confirma essa tão grande inspiração da palavra de Deus.

A palavra de Deus é inigualável quando se trata da inspiração, pois é o único que teve um autor
usando cada escritor para a grande tarefa que é a de escrever Sua Palavra. A inspiração da Bíblia torna-a um
livro moderno e suas mensagens atuais, não precisando em nada ser alterado. Isto se constitui na grande
prova de que a Bíblia é a imutável Palavra de Deus.

9.7 - A inspiração das escrituras - por J. C. Ryle


Qual é a verdade acerca da inspiração da Bíblia? Esta é uma pergunta de suprema importância nos
dias atuais. A ignorância ou a falta de fé de pontos de vista claros sobre esse assunto é como um verme
atacando a raiz da religião da nossa época. Inumeráveis cristãos professos são como homens cujos pés estão
sobre a areia movediça, cujas cabeças estão numa cerração. Não sabem o que crêem sobre inspiração.

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10.1 - Fatos acerca da Bíblia


Inicialmente algo que existe entre os cristãos em geral é uma crença vaga de que a Bíblia é um liv ro
inspirado. Muitos sem dúvida não poderiam explicar o que entendem com isso. Mas, quer os homens saibam
ou não, sua crença está bem fundamentada. Ela está baseada numa coleção de fatos que nenhum homem
inteligente, educado e de mente honesta poderia negar nem por um momento sequer.

10.2 - É um fato de grande profundidade


Abundância e riqueza no conteúdo da Bíblia que é sobrenatural e que está acima do homem . Há um
abismo total entre este e qualquer outro livro que tenha sido escrito. Ele ilumina um vasto número de assuntos
dos mais importantes de forma melhor do que todos os outros livros do mundo. Ele ousadamente trata de
assuntos que vão além do alcance humano, quando o homem é deixado por conta própria.
Trata de coisas que são misteriosas e invisíveis: a alma, o mundo vindouro e a eternidade, profundida-
de estas que nenhum homem pode sondar. Todos os que têm procurado escrever a respeito dessas coisas
sem possuir iluminação proveniente da Bíblia fizeram pouco mais do que mostrar sua própria ignorância.
Eles apalpam corno cegos; especulam, adivinham e geralmente tornam a escuridão mais negra do que
é, nos transportam até urna região de incerteza e dúvida. Quão obscuro estavam os pontos de vista de
Sócrates, Platão, Cícero e Sêneca] AJunos da Escola Dominical de nossos dias conhecem mais verdades
espirituais do que todos aqueles sábios juntos.
Somente a Bíblia dá urna explicação razoável do princípio e do fim do globo em que vivemos, um
quadro verdadeiro do homem e pensamentos justos de Deus. Apenas a Bíblia nos mostra o remédio satisfatório
e racional para os desejos e necessidades espirituais de homens falíveis e satisfaz os anseios universais da
consciência ao revelar o Salvador. Unicamente a Bíblia explica o estado de coisas que nos circundam no
mundo. Há muitas coisas na terra que o homem não pode explicar.
A espantosa falta de igualdade, a pobreza e a miséria, a opressão e a perseguição, os fracassos,
estadistas legisladores, a existência constante de males e abusos que são sanados, todas estas coisas
estão frequentemente deixando o homem perplexo. Ele vê mais não entende. A Bíblia, porém elucida
todas estas coisas.
Ora, a explicação de todas estas coisas, o homem não poderia achar em lugar nenhum a não ser nas
escrituras. Provavelmente não ternos a mínima idéia de quão pouco saberíamos a respeito dessas coisas se
não tivéssemos a Bíblia. Dificilmente sabemos apreciar o valor do ar que respiramos e do sol que brilha sobre
nós porque nunca experimentamos o que é ficar sem eles. Não valorizamos estas verdades porque não
estamos conscientes das trevas em que vivem aqueles aos quais elas não foram reveladas.

10.3 - É outro fato que há uma extraordinária unidade e harmonia no conteúdo da Bíblia que
é sobrenatural e que está acima do homem
Todos nós sabemos quão dificil é encontrar urna história contada por três pessoas que não vivem
juntas, na qual não haja algumas contradições e discrepâncias. Se a história é longa e envolve uma grande
quantidade de detalhes, a unidade parece mais do que impossível entre os homens em geral. Mas isso não
acontece com a Bíblia. Temos aqui um livro escrito por mais de trinta pessoas diferentes.
Os escritores eram homens de todas as posições e classes sociais. Um foi legislador, outro um rei
belicoso, outro um rei pacífico, outro foi um boiadeiro. Um fora criado corno um publicano, outro corno
médico, outro foi criado como fariseu, dois corno pescadores, vários como sacerdotes. Viveram em tempos
diferentes durante um período de 1.500 anos e a maioria deles nunca viu um ao outro face a face. E ainda
assim há uma perfeita harmonia entre esses escritores.
Todos escreveram como se só uma pessoa ditasse para eles. O estilo e a forma de letra talvez variem,
mas a mentalidade que percorre todo o trabalho é sempre a mesrníssima. Todos eles narram a mesma história.
Cada um deles fez um relato ao cristão, do caminho da salvação ao coração humano. Vê-se corno a verdade
t)
é revelada e desenvolvida através deles enquanto se percorre todo o volume de seus escritos, mas nunca se
descobre qualquer contradição ou contrariedade real em seus pontos de vista.

10.4 - É outro fato que há uma extraordinária sabedoria, sublimidade e majestade no estilo
da Bíblia que está acima do homem
Por estranho ou inverosímil que pareça, os escritores da Bíblia produziram um livro que até hoje está
completamente sem concorrentes. Mesmo com nossas aparatosas realizações em ciência, arte, erudição, não
podemos produzir em literatura nada que possa ser comparado com a Bíblia, até agora o livro permanece
inteiramente exclusivo. Há nele um traço, um estilo e uma linha de pensamentos que os separa de todos os
outros escritos. Não há neles pontos fracos, deficiências ou defeitos. Não há nele mistura de enfermidade e
fraqueza assim como poderiam ser encontrados nos trabalhos até mesmo dos melhores cristãos.
"Santo, santo, santo", parece Ter sido escrito em cada página. É possivelmente absurdo falar em
comparar a Bíblia com outros pretensos "Livros sacros", como o Alcorão, Livro de Mórmons. Seria
como comparar o sol com uma vela, ou comparar a Catedral Saint Paul com uma choupana. Parece que
Deus permitiu a existência de supostas "revelações" a fim de provar a imensurável superioridade da Sua
própria Palavra.
E simplesmente uma tolice falar da inspiração da Bíblia como diferindo apenas em grau, de escritos
tais como os trabalhos de Homero, Platão, Milton e Shakespeare. Todo o leitor educado, honesto e sem
preconceitos verá que há um abismo intransponível entre a Bíblia e qualquer outro livro. Ao passar das
escrituras para outras coisas sentimos adentrar em uma nova atmosfera. Sentimos como alguém que trocou
ouro por simples metal: alguém que trocou o céu pela terra.

10.5 - E outro fato que há uma extraordinária exatidão nos casos e declarações da Bíblia que
é sobrenatural e que está acima do homem
Eis aqui um livro que foi terminado e se acha no cenário mundial por quase 1.900 anos. Esses anos
foram os mais ativos e os mais cheios de mudanças que o mundo já viu.
Durante esse período foram feitas as maiores descobertas científicas, as maiores mudanças nos cos-
tumes e hábitos da sociedade, os maiores aperfeiçoamentos dos hábitos e nos costumes da vida. Poderiam
ser mencionadas aqui centenas de coisas que satisfaziam e agradavam nossos antepassados e que colocamos
de lado há muito como sendo obsoletos, inúteis e antiquados.
As leis, os livros, as casas, as roupas, o comportamento de cada século sucessivo tem passado por
um contínuo aperfeiçoamento comparados com cada século anterior. Dificilmente existe algo no qual tenham
sido descobertos erros e pontos fracos. Quase não se encontra uma instituição que não tenha passado por um
processo de reforma, melhora e mudança. Mas durante todo este tempo o homem jamais descobriu um ponto
fraco ou defeito na Bíblia, os descrentes atacaram-na em vão. Aí está ela, perfeita, nova e completa, assim
como há denezove séculos atrás. A marcha da inteligência não a ultrapassa. A sabedoria dos eruditos nunca
vai além dela. A ciência dos filósofos nunca prova que ela está errada. As descobertas dos viajantes e dos
arqueólogos não a convence dos erros.

10.6 - É outro fato que há na Bíblia uma extraordinária adequação às necessidades espiritu-
ais de toda a humanidade.
Ela satisfaz exatamente o coração do homem de qualquer posição ou classe, de qualquer clima ou
país, de qualquer idade ou período de vida, é o único livro existente que nunca é inoportuno ou desatualizado.

Outros livros, depois de algum tempo tornam-se obsoletos e antiquados.


Com a Bíblia isso nunca acontece. Outros livros servem só para uma nação ou povo, mas não para
as outras. A Bíblia serve para todos. Ela é o livro que serve para o rico e o filósofo, o pobre e o iletrado.

Ela alimenta a mente do operário em sua cabana e satisfaz as inteligências gigantescas de um Newton ou de
um Faraday Ela é igualmente valiosa para o convertido da Nova Zelândia no hemisfério sul, o índio no
norte frio da América e para o hindu sob o solo tropical; além disso é o único livro que conserva frescor,
perenidade e novidade.

É um poço que nunca seca e campo que nunca se torna árido. Ela satisfaz os corações, as mentes e as
consciências dos cristãos do século atual tão plenamente como satisfez dos gregos e romanos quando foi
originalmente completada. Ainda é o primeiro livro que se ajusta à mente da criança quando começa a apren-
der religião e o último ao qual o homem idoso se apega antes de deixar este mundo. Em suma, ela é própria
para todas as idades, classes, climas, mentes e condições.
É o livro adequado para o mundo. Apresentamos tais fatos sobre a Bíblia diante dos estudiosos e
peço que considerem bem Reuna-os e considere-os imparcialmente, encarando-os com honestidade. Con-
siderados à luz de qualquer outro princípio que não seja de inspiração sobrenatural e divina, tais fatos são
inexplicáveis e não passíveis de esclarecimento. Eis aqui um livro escrito por uma sequência de judeus num
cantinho do mundo mas que permanece positivamente singular. Seus escritores não eram isolados e separa-
dos das outras nações de uma maneira peculiar, como também pertenciam a um povo que nunca produziu
qualquer outro livro de destaque a não ser a Bíblia.
Não há a mínima prova de que conseguissem - sem ajuda, por si mesmos - escrever algo notável
como os gregos e romanos, no entanto, esses homens deram ao mundo um volume que é perfeitamente ímpar
quanto à profundidade, unidade, sublimidade, exatidão, adaptação às necessidades do homem e poder de
influenciar seus leitores. Como isso pode ser explicado? No meu ver só existe uma resposta. Os escritores da
Bíblia foram divinamente ajudados e qualificados para o trabalho que fizeram O livro que nos elegeram foi
escrito por inspiração de Deus. É óbvio que sei que os deístas, agnósticos e descrentes não vêem nada nos
fatos que acabo de apresentar. Tais infelizes parecem cegos diante das enormes dificuldades de sua própria
posição. Temos todo direito de perguntar-Ihes de que maneira é possível explicar a origem e natureza da
Bíblia, se não concordarem que ela é de autoria divina. Temos o direito de dizer: Eis aqui um livro que não só

atrai ao exame como também exige investigação. Desafiamo-Io a contar como foi escrito tal livro, uma vez
que negam sua inspiração.

10.7 - Como podem explicar o fato desse livro permanecer inteiramente único
Não havendo sido escrito nada igual a ele, nem semelhante a ele, nem apropriado para lhe ser
comparado por um minuto? Desafio-os a dar qualquer resposta racional com base em seus próprios prin-
cípios. Baseados em nossos princípios, nós podemos É simplesmente ridículo alguém dizer que a mente do
homem por si só produziu a Bíblia. É pior do que ridículo, é o cúmulo da ingenuidade. Em suma, é mais
dificil não crer na inspiração do que crer nela. É verdade que existem coisas dificeis de se entender, mesmo
aceitando as escrituras como sendo a Palavra de Deus. Mas, afinal de contas, não se comparam com as
coisas dificeis que sempre surgirão exigindo solução, se rejeitamos a inspiração. Não há alternativa. Ou os
homens crêem em coisas grosseiramente improváveis ou aceitam a grande verdade geral de que a Bíblia é
a inspirada Palavra de Deus.

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11.1 - Deixando para trás a crença vaga e comum a respeito da inspiração


Propondo-me agora a considerar até que ponto a Bíblia é inspirada. Reconhecendo como verdade
aceita de que a Bíblia nos foi outorgada por inspiração divina, desejo examinar até que ponto e até que grau
seus escritores receberam ajuda divina. Em suma, o que exatamente queremos dizer, quando afirmamos que
as escrituras são palavras de Deus?

11.2 - A inspiração é um milagre?


a ponto de partida é este: cremos realmente que o Cristianismo é uma religião sobrenatural? Cremos
ou não na possibilidade de milagres? Esse é meu primeiro ponto. A inspiração é um milagre e como todos os
milagres há muita coisa nela que não podemos entender completamente. Não devemos confundi-Ia com
poder intelectual como o de grandes poetas e autores. Falar de Shakespeare, Milton e Byron como sendo
inspirados semelhante a Moisés e Paulo é, a meu ver, quase uma profanação. Nem devemos confundi-Ia com
as dádivas e graças concedidas aos cristãos da igreja primitiva. Todos os apóstolos foram capacitados para
pregar e realizar milagres, mas nem todos foram inspirados a escrever.
Antes, devemos encará-Ia como uma dádiva sobrenatural e especial que foi concedida à mais ou
menos quarenta pessoas dentre a humanidade, a fim de qualificá-Ias o mistério específico das Escrituras;
devemos estar dispostos a admitir que, como tudo que é miraculoso, não podemos explicá-Ia inteiramente,
embora possamos crer nela.
Um milagre não seria um milagre se pudesse ser explicado. Não vou me deter aqui para provar que os
milagres são possíveis. Eu não me preocupo com o assunto, até os negadores de milagres se deparam com o
grande fato de que Cristo se levantou dentre os mortos. Creio firmemente que os milagres são possíveis e têm
sido realizados, e entre os grandes milagres classifico o fato de que os homens foram inspirados por Deus
para escrever a Bíblia.

11.3 - Sendo portanto a inspiração um milagre.


Admitimos francamente que existam certas dificuldades ligadas a ela que por enquanto não posso
resolver plenamente. Não tenciono explicar como funcionaram as mentes dos escritores inspirados das escri-
turas enquanto as escreviam. Muito provavelmente nem eles próprios podiam explicar. Não admito nem por
um momento que eles fossem meros mecanismos segurando canetas e que, como compositores numa gráfica
não entendessem o que estavam fazendo. Detesto a teoria da inspiração Mecânica. Não gosto da idéia de
que homens como Moisés e Paulo não tenham sido nada mais do que tubos de um órgão empregados pelo
Espírito Santo, ou ignorantes secretários ou escreventes que escreveram algo que Ihes foi ditado e que não
entendiam. Não admito nada disso. Creio que de uma maneira maravilhosa o Espírito Santo usou a razão, a
memória, o intelecto, o modo de pensar e o temperamento peculiar de cada escritor das escrituras. Mas,
como e de que maneira isso foi feito não posso explicar, tanto como não posso explicar a união de duas
naturezas - a divina e a humana - na pessoa de nosso bendito Salvador Jesus Cristo. Só sei que há tanto um
elemento divino como um humano na Bíblia e que assim como os homens que a escreveram eram reais e
verdadeiros, da mesma maneira o livro que eles nos legaram é real e verdadeiramente a palavra de Deus.

liA - Conheço o resultado, mas não entendo o processo. Podem argumentar.


a resultado é que a Bíblia é a palavra escrita de Deus, mas não podemos ir adiante sem explicar o
processo da mesma maneira como não podemos explicar como a água tomou-se vinho em Caná da Galiléia, ou
como cinco pães alimentaram cinco mil homens ou como com uma palavra Jesus levantou Lázaro dentre os
mortos.
Da mesma maneira como não podemos fingir saber explicar milagres, não finjo saber explicar os dons
miraculosos da inspiração A posição que assumo é que embora os escritores da Bíblia não fossem máquinas
como alguns dizem zombeteiramente, escreveram somente o que Deus lhes ensinou escrever. a Espírito
Santo colocava pensamentos e idéias em suas mentes e então guiava suas penas a escrevê-Ias e expressá-Ias.
w)
Quando lemos a Bíblia não estamos lendo uma composição que homens falhos como nós fizeram sem
ajuda, mas pensamentos e palavras que foram sugeri das pelo Deus eterno. Os homens usados para escrever
a Bíblia não falaram de si mesmo. "falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (lI Pd 1.21).
Aquele que tem uma Bíblia nas mãos deveria saber que possui não a palavra do homem, mas de Deus.

11.5 - A inspiração abrange a Bíblia inteira


No que diz respeito ao ponto até onde se estende a inspiração da Bíblia, admito sem hesitação que as
opiniões diferem grandemente. Alguns dos pontos de vista expressos sobre o assuntome parecem extrema-
mente errôneos. Não deixarei de expressar minha própria opinião e declarar minhas razões por defendê-Ia.
Não ouso chamar ninguém de Mestre em assuntos como este.
Ainda que seja desagradável discordar de homens capacitados e talentosos em questões religiosas,
não ouso assumir pontos de vista sobre a inspiração que minha cabeça e meu coração me dizem ser insusten-
táveis, a despeito dos nomes elevados e respeitados daqueles que a sustentam. Em minha consciência creio
que pontos de vista insuficientes e defeituosos sobre esse assunto estão causando grandes danos a causa de
Cristo nos últimos dias Alguns afirmam que certos livros das escrituras não são de modo algum inspirados e
que não tem mais autoridade do que os escritos de qualquer homem comum - nem merecem a nossa reverên-
cia mais do que eles. Outros não vão tão longe, concordam que todos os livros da Bíblia são inspirados, mas
afirmam que a inspiração foi apenas parcial e que existem partes em quase todos os livros que não são
inspiradas Outros declaram que a inspiração não significa nada mais do que a orientação e supervisão geral
e que, embora os escritores da Bíblia fossem miraculosamente preservados de cometerem erros em grandes
coisas e assuntos necessários para a salvação, em outras coisas menos importantes foram deixados às suas
próprias faculdades humanas, sem existência, como qualquer outro escritor. Alguns sustentam que todas as
idéias na Bíblia foram dadas por inspiração, mas não as palavras e a linguagem na qual foram expressas.

11.6 - A dificuldade, porém, está em entender como eles fazem para separar as idéias
das palavras
Finalmente alguns concordam com a total inspiração da Bíblia, no entanto alegam a possibilidade
de os escritores terem cometido erros ocasionais em suas declarações e que tais erros realmente persis-
tem até hoje. Discordo total e inteiramente de todos esses pontos de vista, todos eles me parecem, uns
mais, outros menos defeituosos, carentes da verdade, perigosos em sua tendência e sujeitos a graves e
insuperáveis obsessões.

11.7 - O ponto de vista que sustento


É o de que cada livro, capítulo, versículo e sílaba da Bíblia foi dado por inspiração de Deus. Sustento
que, não só a substância da Bíblia mas também a sua linguagem - não só as idéias da Bíblia mas também suas
palavras - não apenas certas partes da Bíblia mas cada capítulo dela e cada palavra são de autoria divi na.
Sustento que a escritura não só contém a palavra de Deus, mas que ela é a palavra de Deus. Creio que as
narrativas e declarações de Gênesis e as genealogias em Crônicas foram tão verdadeiramente escritas por
inspiração como os Atos dos Apóstolos e outros
x)

12.1 - Cânon ou escrituras canônicas é a coleção completa dos livros divinamente inspirados
Que constituem a Bíblia. Cânon é a palavra grega e significa, literalmente, "vara reta de medir", assim
como uma régua de carpinteiro.

No Antigo Testamento o termo aparece no original em passagens como Ezequie140.5: "Vi um muro
exterior que rodeava toda a casa e, na mão do homem uma cana de medir de seis côvados, cada um dos quais
tinha um côvado e um plano, ele mediu a largura do edifício, uma cana e a altura, uma cana".

12.2 - No sentido religioso


Cânon não significa aquilo que mede, mas aquilo que serve de norma, regra. Com este sentido a
palavra cânon aparece no original em vários lugares do Novo Testamento.
E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e
sobre o Israel de Deus (GI 6.16).
Nós, porém não nos gloriamos sem medida, mas respeitamos o limite da esfera de ação que Deus nos
demarcou e que se estende até vós (Il Co 10.13).
Não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios e tendo esperança de que, crescendo a vossa
fé seremos sobremaneira engrandecidos entre vós dentro da nossa esfera de ação (Il Co 10.15).

12.3 - Todavia, andemos de acordo com o quejá alcançamos (Fp 3.16)


A Bíblia, como o Cânon sagrado é a nossa norma ou regra de fé e prática. Diz-se dos livros da Bíblia
que são canônicos para diferenciá-los dos apócrifos. O emprego do termo cânon foi primeiramente aplicado
aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254 d.C.)

12.4 - O Cânon do Antigo Testamento


Na época patriarcal a revelação divina era transmitida escrita e oralmente. A escrita já era conhecida
na Palestina séculos antes de Moisés; a arqueologia tem provado isto, inclusive tem encontrado inúmeras
inscrições, placas, sinetes e documentos antediluvianos

O Cânon do Antigo Testamento, como o temos atualmente, fícou completo desde o tempo de
Esdras após 445 a.C. Entre os judeus tem ele três divisões, as quais Jesus citou em Lucas 24.44 - Lei,
Profetas e Escrituras.

A divisão dos livros no cânon hebraico é diferente da nossa.


Consiste em 24 livros dos nossos 39, isto porque são considerados um só livro, cada grupo dos seguintes:
Os dois livros de Samuel ...........................................................................................1
Os dois livros de Reis........................................................................... 1
Os dois de Crônicas........... ......................................................................................1
Os dois de Esdras e Neemias ...................................................................................1
Os doze Profetas Menores .......................................................................................1
Os demais livros do Antigo Testamento ................................................................19
Total ........................,...................... . .....................................................................24

A disposição ou ordem dos livros no cânon hebraico é também diferente da nossa. Damos a seguir
essa disposição, dentro da Tríplice divisão do cânonjá mencionada (Lei, profetas e escrituras).

Lei - 5 livros

Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio

Profetas - 8 livros divididos em:


Primeiros Profetas: Josué, Juizes. Samuel e Reis
Últimos Profetas: lsaías, Jeremias, Ezequiel e os doze Profetas Menores
y)
Escritos - 1] livros divididos em:
Livros Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó
Os cinco rolos: Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester
Livros Históricos: Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas

12.5 - Os cinco rolos eram assim chamados por serem separados, lidos anualmente em
festas distintas:
- Cantares - na Páscoa em alusão ao êxodo.
- Rute - no Pentecoste, na celebração da colheita, em seu início.
- Ester, na festa do Purin, comemorando o livramento de Israel da mão do mau Hamã.
- Eclesiastes - na festa dos Tabernáculos - festa de gratidão pela colheita.
- Lamentações - no mês de Abibe, relembrando a destruição de Jerusalém pelos babilônicos.

No cânon hebraico também os Livros não estão em ordem cronológica. Os judeus não se preocupa-
vam com um sistema cronológico. Também pode haver nisto um plano divino. A nossa divisão de 39 livros
vem da Septuaginta, através da Vulgata Latina.
A Septuaginta foi a primeira tradução das escrituras, feita do hebraico para o grego , cerca de 285
a.C. Também a ordem dos livros por assuntos nas nossas Bíblias vem dessa famosa tradução. Nas palavras
de Jesus em Lucas 2444, Ele chamou Salmos à última divisão do cânon hebraico, certamente porque esse
livro era o primeiro dessa divisão. Segundo a nossa divisão o Antigo Testamento começa com Gênesis e
termina em Malaquias, porém segundo a divisão do cânon hebraico o primeiro livro é Gênesis e o último é
Crônicas. Isto é visto claramente nas palavras de Jesus em Mateus 23.35 - o caso de Abel está em Gênesis
e o filho a Baraquias está em Crônicas.

12.6 - A formação do cânon do Antigo Testamento


O Cânon do Antigo Testamento foi formado num espaço de mil anos (mais ou menos 1.046 anos) -
de Moisés a Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C. Esdras
não foi o último escritor na formação do cânon do Antigo Testamento; os últimos foram Neemias e Malaquias,
porém de acordo com os escritos históricos foi ele que na qualidade de escriba e sacerdote reuniu os rolos
canônicos ficando também o cânon encerrado em seu tempo.
A chamada Alta Crítica tem feito uma devastação com seu modernismo e suas contradições no que
concerne à formação, fontes de autenticidade do cânon, especialmente o do Antigo Testamento, mutilando
quase todos os seus livros. Em resumo, a Alta Crítica é a discussão das datas e autoria dos livros. Ela estuda
a Bíblia do lado de fora, externamente, baseada apenas em fontes do conhecimento humano. Por sua vez, a
Crítica Textual, também conhecida por Baixa Crítica, estuda o texto bíblico e este somente, e ao lado da
arqueologia vem alcançando o progresso valioso, posto à disposição do estudante das Escrituras.
Por exemplo, a teoria de que a escrita era desconhecida nos dias de Moisés já foi destruida. E de ano
para ano aumenta os achados nas terras bíblicas, evidenciando e comprovando as narrativas e fatos do
Antigo Testamento. Mediante tais provas irrefutáveis os homens estão tendo mais respeito pelo livro sagrado!
Toda a Bíblia vem sendo confirmada pela pá do arqueólogo e pelos eruditos em antiguidades bíblicas. Coisas
que pareciam as mais incríveis são hoje aceitas por todos, sem objeções. O estudante das escrituras deve
estar prevenido contra a Alta Crítica.

12.7 - A formação do cânon foi gradual


Houve, originalmente, a transmissão oral, como se vê em Jó 15.] 8. Jó é tido como o livro mais antigo
da Bíblia. Daremos em seguida a seqüência da formação gradual do cânon do Antigo Testamento. Convém
ter em mente aqui que toda a cronologia bíblica é apenas aproximada. Já no Novo Testamento há precisão de
muitos casos. Essa cronologia vem sendo atualizada à medida em que os estudos avançam e a arqueologia
fornece informes oficiais.
Moisés, cerca de 1491 a. C começa a escrever o Pentateuco, concluindo-o por volta de 1451
a.C(Números 33.2). Mais textos relacionados com Moisés e sua escrita do Pentateuco: Exodo 17. ]4; 244-
7; 34.27. As partes do Pentateuco anteriores a Moisés, como o relato da criação, todo o livro de Gênesis e
parte do Êxodo ele escreveu ou lançando mão de fonte existente ou por revelação divina.
z)

13.1 - Data do reconhecimento e fixação do cânon do Antigo Testamento


Em 90 d.C. em Jâmnia, perto da modemaJope, em Israel, os rabinos num concílio sobre a presidên-
cia de Johanan Ben Zakai, reconheceram e fixaram o cânon do Antigo Testamento. Houve muitos debates
acerca da aprovação de certos livros, especialmente dos Escritos. Note-se porém que o trabalho desse
concílio foi apenas ratificar aquilo que já era aceito por todos os judeus através de séculos. Jâmnia, após a
destruição de Jerusalém (70 d.C.) tomou-se a sede do Sinédrio - o supremo tribunal dos judeus.

13.2 - Livros desaparecidos, citados no texto do Antigo Testamento


É digno de nota que a Bíblia faz referências a livros até agora desaparecidos (Veja Nm 21.14; Js
10.13 com Il Sm 1.18; I Rs 11.41; I Cr 27.24; 29.29; 11 Cr 9.29; 12.15; 13.22; 33.19). São casos cujo
segredo só Deus conhece. Talvez um dia eles venham à luz como o MSS de Qumrarn, Mar Morto, em 1.947

13.3 - O Cânon do Novo Testamento


Como no Antigo Testamento, homens inspirados por Deus escrevem aos poucos os livros que com-
põem o cânon do Novo Testamento. Sua formação levou apenas duas gerações: quase 100 anos. Em 100
d.C. todos os livros do Novo Testamento estavam escritos. O que demorou foi o reconhecimento canônico,
isto motivado pelo cuidado e escrúpulo das igrejas de então que exigiam provas concludentes da inspiração
divina de cada um desses livros. Outra coisa que motivou a demora na canonização foi o surgimento de
escritos heréticos e espúrios com pretensões de autoridade apostólica. Trata-se dos livros apócrifos do Novo
Testamento, fato idêntico ao acontecido nos tempos de encerramento do cânon do Antigo Testamento.

13.4 - A ordem dos 27 livros do Novo Testamento


Como temos atualmente em nossas Bíblias, vem da Vulgata e não leva em conta a seqüência cronológica.
Há também livros mencionados no Novo Testamento até agora desaparecidos (I Co 5.9; CI4.16).

As Epístolas de Paulo - Foram os primeiros escritos no Novo Testamento. São 13: de Romanos a
Filemon. Foram escritas entre 52 e 67 d. C. Pela ordem cronológica o primeiro livro do N ovo Testamento é
1 Tessalonicense, escrito em 52 d.C. II Timóteo foi escrito em 67 d.C. pouco antes do martírio do apóstolo
Paulo, em Roma. Esses livros também foram os primeiros aceitos como canônicos. Pedro chama os escritos
de Paulo de escrituras - título aplicado somente a palavra inspirada de Deus (Il Pe. 3.15,16).

Os Atos dos Apóstolos - Escritos em 63 d.C. no fim dos dois anos da primeira prisão de Paulo em
Roma (At 28.30).

Os Evangelhos - Estes, a princípio, foram propagados oralmente. Não havia perigo de enganos e
esquecimentos porque era o Espírito Santo que lembrava tudo e Ele é infalível 00 14.26). Os Sinóticos foram
escritos entre 60 e 65 d.e., cita Mateus 10.10. João foi escrito em 85. Entre Lucas e João foram escritas
quase todas as epístolas. Nota-se que Paulo chama Mateus e Lucas de escrituras ao citá-I os em I Tm 5.18.
O original dessa citação está em Mateus 10.10 e Lucas 10.7.

As Epístolas - De hebreus a Judas, foram escritas entre 68 e 90 d. e. Quanto à autoria de hebreus,


só Deus sabe de fato. Agostinho (345-430 d. C}, bispo de Hipona, África do Norte, afirma que seu autor é
Paulo. As igrejas orientais atribuíram-na a Paulo mas as ocidentais, até o IV século recusaram-se a admitir
isto. A opinião ainda hoje é a favor de Paulo. Orígenes (185-254) - o homem mais ilustre da igreja antiga e
anterior a Agostinho afirma: quem a escreveu só Deus sabe com certeza.

O Apocalipse - Escrito em 96 d.C. durante o reinado do imperador Domiciano.

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aa)
Muitos livros antes de serem finalmente reconhecidos como canônicos foram duramente debatidos.
Houve muita relutância quanto às epístolas de Pedro, João e Judas, bem como quanto ao Apocalipse.
Tudo isto tão somente revela o cuidado da igreja e também a responsabilidade que envolvia a
canonizacão. Antes do ano 400 d.C. todos os livros estavam sendo aceitos. Em 367, Atanásio, patriarca da
Alexandria, publicou uma lista dos 27 livros canônicos que hoje possuímos. Essa lista foi aceita pelo Concílio
de Hipona(África) em 393.

13.5 - Data do reconhecimento e fixação do cânon do Novo Testamento


Isto ocorreu no III Concílio de Cartago, em 397 d.C. Nessa ocasião foi definitivamente reconhecido
e fixado o Cânon do Novo Testamento. Como se vê houve um amadurecimento de 400 anos.

A necessidade da mensagem escrita do Novo Testamento. A mensagem da nova aliança preci-


sava ter forma escrita como a da antiga. Após a ascensão do Senhor Jesus, os apóstolos pregavam por toda
a parte sem haver nada escrito. Sua Bíblia era o Antigo Testamento. Com o correr do tempo o grupo dos
apóstolos diminuiu. O Evangelho espalhou-se. Surgiu a necessidade de reduzi-I o à forma escrita para serem
transmitidos às gerações futuras Era o plano de Deus em marcha. Muitas igrejas e indivíduos pediam explica-
ções acerca de casos dificeis surgidos por perturbações, falsas doutrinas, problemas internos, etc (Ver I Co
1.11;5.L71).

13.6 - Osjudeus cumpriram a missão de transmitir ao mundo os oráculos divinos (Rm 3.2)
A igreja também cumpriu sua parte transmitindo as palavras e ensinos do Senhor Jesus, bem como as
que Ele, pelo Espírito Santo inspirou aos escritores sacros. Ele mesmo disse: Tenho muito que vos dizer ...
mas o Espírito de verdade ... dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir (10 16.12,13).

13.7 - Dão testemunhos da existência de livros do Novo Testamento


Em seu tempo os seguintes cristãos primitivos, cujas vidas coincidiram com a dos apóstolos ou com
os discípulos destes:

Clemente de Roma na sua carta aos Corintios em 95 d.C. cita vários livros do Novo Testamento.

Policarpo na sua carta aos Filipenses cerca de 110 d.C. cita diversas epístolas de Paulo.

Inácio por volta de 110 cita grande número de livros em seus escritos .

Justino o mártir nascido no ano da morte de João escrevendo em 140 d.C. cita diversos livros do
Novo Testamento.

Irineu (130-200 d.e) cita a maioria dos livros do Novo Testamento chamando-os de escrituras.

Origenes ( 185-200 d. e) - homem erudito, piedoso e viajado dedicou a sua vida ao estudo das
escrituras. Em seu tempo os 27 livros já estavam completos; ele os aceitou, embora com dúvida sobre alguns
(Hebreus, Tiago, I1 Pedro, II e Ill João).
bb)

14.1 - O Antigo Testamento


Foi escrito no espaço de mais ou menos 1.046 anos, de 1.491 a 445 a.c., isto é, de Moisés a Esdras.
A data de 445 é apenas um ponto geral de referência cronológica quanto ao encerramento do cânon do
Antigo Testamento.

Se entrarmos em detalhes sobre o último livro do Antigo Testamento em ordem cronológica - Malaquias
- teremos uma variação de espaço de tempo como veremos a seguir.

O Pentateuco, como já vimos, foi iniciado cerca de 1.491 a.C. MaJaquias, o último livro do Antigo Testa-
mento por ordem cronológica, foi escrito em 445 no final do governo de Neemias e do sacerdócio de Esdras.

14.2 - Ora, isto foi a partir de 432


Quando Neemias regressou a Jerusalém procedente de Pérsia, para onde tinha ido e 434 a fim de
renovar sua licença (Ne 13.6).

É a partir deste ano que Malaquias entra em cena. Quando ele escreveu talvez Neemias não
estivesse mais na Palestina porque não menciona em seu livro, como fazem Ageu e Zacarias, profetas seus
antecessores, os quais mencionam Zorobabel e Josué, respectivamente, governador e sacerdote dos reparos
(ver Zacarias, capítulo 3 e 4 e Ageu 1.1). Malaquias não menciona nominalmente Neemias, apenas menciona
o governador (Mil. 9). O próprio livro de M alaquias apresenta outras evidências internas que o colocam de
432 em diante, como passamos a mostrar

Em Malaquias 2.10-16, vê-se que os casamentos ilícitos que Esdras corrigira antes de Neemias,
516 (Ed 9 e 10), estavam ocorrendo outra vez. Isto coincide com o estado descrito em Neemias 13,
acontecido em 432

Em Malaquias 3.6-12 havia pobreza no tesouro do templo. Situação idêntica a de Neemias 13,
reinante em 432.

As referências de Malaquias 1.13; 2.17; 3.14 indicaram que o culto levítico já havia sido restaurado
há bastante tempo. Essa restauração temo-Ia ampliada em Neemias 12.44ss., portanto Malaquias deve ter
sido escrito cerca de 432 a.C. Repetimos o que dissemos a pouco: a data 445 é apenas um ponto de
referência quanto ao encerramento do cânon do Antigo Testamento. Foi esse ano em que Esdras iniciou seu
grande ministério entre os repartidos de Israel. Se descemos a detalhes quanto ao livro de Malaquias, parti-
remos de 432.

Malaquias é o último livro do Antigo Testamento, quanto à sua ordem cronológica. Quanto à disposi-
ção dos livros no corpo do cânon hebraico, o último livro é 11 Crônicas, como já mostramos.

14.3 - O Novo Testamento foi completado em menos de 100 anos


Pois seu último livro, o Apocalipse foi escrito cerca de 96 d. C. Isto dá um total de 1.142 anos para a
formação de ambos os Testamentos (1.046+96). Leve-se em conta que a cronologia da Bíblia é sempre
aproximada pois os povos orientais não tinham um sistema fixo de computação de datas.

Quando se fala do espaço total de tempo que vai da escrita do Pentateuco ao Apocalipse é preciso
intercalar os 400 anos do período interbíblico ocorrido entre os Testamentos, o que dará um total de 1.542
anos (1046+96+400). Por isso se diz que a Bíblia foi escrita no espaço de dezesseis séculos. Este é o
período no qual o cânon foi completado. Noutras palavras: o cânon abrange na história um total de 1.142
anos aproximadamente.

14.4 - Os livros apócrifos


Nas Bíblias de edição da igreja romana o total de livros é 73 porque essa igreja, desde o Concílio de
Trento, em 1546, incluiu no cânon do Antigo Testamento 7 livros apócrifos, além de 4 acréscimos ou apên-
dices canônicos, acrescentando assim ao todo 11 escritos apócrifos.
A palavra apócrifo significa literalmente escondido, oculto, isto em referência a livros que tratavam de
cc)
coisas secretas, misteriosas, ocultas. No sentido religioso o termo significa não genuíno ou espúrio, desde sua
aplicação por Jerônimo.
Os apócrifos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, entre Antigo e Novo Testamento,
numa época em que cessara por completo a revelação divina; isto basta para tirar-lhes qualquer pretensão à
canonicidade.

Josefo rejeitou-os totalmente. Nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte do cânon hebraico.
Jamais foram citados por Jesus nem foram reconhecidos pela igreja primitiva.
Jerônimo, Agostinho, Atanásio, Julio Africano e outros homens de valor primitivo dos cristãos opuse-
ram-se a eles naqualidade de livros inspirados.
Apareceram a primeira vez na Septuaginta, a tradução do Antigo Testamento foi feita do hebraico
para o grego. Quando a Bíblia foi traduzi da para o latim, em 170 d.C. seu A. T. foi traduzido do grego da
Septuaginta e não do hebraico.

Quando Jerônimo traduziu a Vulgata, no início do século V (405 d.C,) incluiu os apócrifos oriundos da
Septuaginta, através da antiga versão latina de 170 porque isso lhe foi ordenado, mas recomendou que esses
livros não poderiam servir como base doutrinária.

14.5 - São 14 os escritos apócrifos


São 10 livros e 4 acréscimos a livros. Antes do Concílio de Trento a igreja romana aceitava todo mas
depois passou a aceitar apenas 11: 7 livros e 4 acréscimos. A igreja ortodoxa mantém os 14 até hoje.

Os livros apócrifos constantes das Bíblias de edição católica romana são:

_. Tobias (após o livro de Esdras)


- Judite (após o livro de Tobias)

- Sabedoria de Salomão (após o livro canônico de Cantares)


- Eclesiástico (após o livro de Sabedoria)
- Baruque (após o livro canônico de Jeremias)
- I Macabeus
- II Macabeus (ambos após o livro canônico de Malaquias)

Os quatro acréscimos ou apêndices são:

- Ester (a Ester 10.4 - 16.24)

- Cânticos dos três santos filhos (a Daniel 3.24-90)


- A história de Suzana (a Daniel, capo 13) e
- Be1 e o Dragão (a Daniel, capo 14).

14.6 - Como já foi dito dos 14 apócrifos


A igreja romana aceita 11, rejeita 3, isto após 1.546 d.C. Os livros rejeitados são:

- III Esdras

- IV Esdras
_. A oração de Manassés.

Os livros apócrifos de III e IV Esdras são assim chamados porque nas Bíblias de edição católico-
romana o livros de Esdras é chamado de I Esdras e o de Neemias é chamado de II Esdras. A igreja romana
aprovou os apócrifos em 18 de abril de 1 .546 para combater o movimento da reforma protestante, então
recente. Nessa época os protestantes combatiam violentamente as novas doutrinas romanistas do purgatório,

da oração pelos mortos, da salvação mediante obras, etc.

A igreja romana via nos apócrifos base para essas doutrinas e apelou para eles aprovando-os como
canônicos. Nesse tempo os jesuitas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre apócrifos eram de
dd)
dominicanos contra franciscanos. O cardeal Pallavacini em sua História Eclesiástica declara que em pleno
concílio 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrando as barbas e batinas uns dos outros ...
Foi nesse ambiente espiritual que os apócrifos foram aprovados' A primeira edição da Bíblia romana com os
apócrifos deu-se em 1.592 com autorização do Papa Clemente VIII.

14.7- Os reforma dores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos colocando-os


entre o Antigo e Novo Testamento
Não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário e histórico. Isto continuou até
1.629. A famosa versão inglesa de King James de 1.611 ainda os conservou. Após 1.629 os evangélicos os
omitiram de vez nas Bíblias editadas para evitar confusão entre o povo simples que nem sempre sabe discemir
entre um livro canônico e um apócrifo.

A aprovação dos apócrifos pela igreja romana foi uma intromissão dos católicos em assuntos judaicos
porque quanto ao cânon do Antigo Testamento o direito é dos judeus e não de outros. Além disso o cânon do
Antigo Testamento estava completo e fixado há muitos séculos.

Entre os católicos corre a versão de que a Bíblia de edição protestante é falsa. Quem contudo
comparar a Bíblia editada pelos evangélicos com a editada pelos católicos há de concordar em que as
duas são iguais, exceto na linguagem e estilo que são peculiares a cada tradução. O que alegam contra
a nossa Bíblia é que lhe faltam livros e partes de outros mas essa falta é de livro e de parte de livros
apócrifos como os mencionados.
ee)
ff)

15.1 - As línguas originais da Bíblia


O hebraico e o aramaico para o Antigo Testamento e o grego para o Novo Testamento são as línguas
originais da Bíblia.

Hebraico - Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, o idioma oficial da nação israelita,
exceto algumas passagens de Esdras, Jeremias e Oaniel que foram escritas em aramaico, a mais extensa é
Oaniel que vai de 2.4 a 7.28.

O hebraico faz parte das línguas semíticas que eram faladas na Ásia Mediterrânea exceto em bem
poucas regiões As línguas semíticas formavam um ramo dividido em grupos, sendo o hebraico integrante do
grupo cananeu. Este compreendia o litoral oriental do Mediterrâneo incluindo a Síria, a Palestina e o território
que constitue hoje a Jordânia. Integrava também o grupo cananeu de línguas, o ugarítico, o fenício e o moabítico.
O fenicio tem muita semelhança com o hebraico.

O primitivo alfabeto hebraico é oriundo do fenicio, segundo a opinião dos versados da matéria. Tudo
leva a crer que Abraão encontrou esse idioma em Canaã, ao chegar ali, ao invés de trazê-I o da Caldéia. Em
Gênesis 31.47 vê-se que Labão, o sobrinho de Abraão, vivendo em sua terra, a Caldéia, falava aramaico, ao
passo que Jacó, recém chegado de Canaã falava o hebraico.

A língua hebraica é chamada no Antigo Testamento língua de Canaã (Is 19.1) e língua judaica ou
Judaico (ll Rs 18.26,28; 1s 36.13). Como a maior parte das línguas do ramo semítico, o hebraico lê-se da
direita para a esquerda. O alfabeto compõe-se de 22 letras todas consoantes. Há sinais vocálicos sim, mas
não podemos chamá-Ios de letras.

Sabe-se agora que a forma primitiva dos caracteres hebraicos estava em uso na Palestina 1.800 anos
antes de Cristo. Exemplos mais recentes das letras hebraicas há no Calendário de Gézer (950 a 920 a. C.), na
Pedra Moabita (850 a.c.), na inscrição de Siloé (702 a.C.} e e alguns fragmentos dos escritos achados junto
ao Mar Morto, a partir de 1.947 Esta forma primitiva do hebraico passou por modificações com o correr do
tempo. Após o exílio teve início a chamada escrita quadrada de que por fim foi pelos massoretas convertida
na atual forma do alfabeto hebraico, uma forma quadrada modificada.

A escrita hebraica dos tempos antigos só empregava consoantes sem qualquer sinal de vocalização.
Os sons vocálicos eram supridos pelo leitor durante a leitura, o que dava origem a constantes enganos, uma
vez que havia palavras com as mesmas consoantes, mas com acepções diferentes, quer dizer, a pronúncia
exata dependia da habilidade do leitor, levando em conta o contexto e a tradição. É por causa disso que se
perdeu a pronúncia de muitas palavras bíblicas.

15.2 - Após o século VI os eruditos judeus residentes em Tiberíades


Passaram a colocar na escrita sinais vocálicos, perpetuando assim a pronúncia tradicional. Esses
sinais são pontos colocados em cima, embaixo e dentro das consoantes. Os autores desse sistema de
vocalização chamavam-se massoretas - palavra derivada de Massorah, que quer dizer tradição, isto porque
os massoretas, por meio desse sistema, fixaram a pronúncia tradicional do hebraico.

Qualquer texto bíblico posterior ao século VI é chamado de massorético porque contém sinais
vocálicos. Os mais famosos eruditos massoretas foram os judeus Moses bem Asher e seus filhos Arão e
Naftali, que viveram e trabalharam em Tiberíades, na Galiléia.

Além do texto massorético há outro texto hebraico das escrituras e do Pentateuco Samaritano que emprega
os antigos caracteres hebraicos. É de tempo pré-cristão. São portanto dois tipos de textos que temos em
hebraico o massorético e o pentateuco samaritano.

15.3 - O aramaico

É um idioma semítico falado desde 2.000 anos a.C. em Arã ou Síria, que é a mesma região. Arã é
hebreu, Siria é grego. Nas Escrituras o território da Síria não é o mesmo de hoje, o que acontece também com
outras terras bíblicas.
gg)

o primitivo território estendia-se das montanhas do Líbano até além do rio Eufrates, incluindo Babilônia,
Mesopotâmia superior (conhecida na Bíblia por Arã-Naaraim e Padã-Arã-Gn 25.20) e outros distritos. Era
ainda falado numa grande área da Arábia Pétrea.

Os trechos escritos em aramaico são:

- O de Esdras 4.8 a 6.18; 7.12-26.


- O de Daniel2.4 a 7.28.
- O de Jeremias 10.11.

A influência do aramaico foi profunda sobre o hebraico, começando no cativeiro de Israel em 722
a.C. na Assíria e continuando através do cativeiro do reino de Judá em 587 na Babilônia. Em 536 a.C.
quando Israel começou a regressar do exílio falava-se o aramaico como língua vernácula.

E por esta razão que no tempo de Esdras as escrituras, ao serem lidas em hebraico em público, era preciso
alguém que pudesse interpretá-Ias para compreenderem o seu significado (Ne 8.5,8).

15.4 - No tempo de Cristo o aramaico tornara-se a língua oficial dos judeus e nações vizinhas
Estas foram influenciadas pelo aramaico devido às transações comerciais dos arameus na Ásia Menor
e no litoral do mediterrâneo. Em 1.000 a.c. o aramaico já era uma língua internacional do comércio nas
regiões situadas ao longo das rotas comerciais no oriente. O aramaico é também chamado siríaco no norte (Il
Rs 18.26; Ed 4.7; Dn 2.4 ARe) e também caldaico no sul (Dn 1.4). Tinha o mesmo alfabeto que o hebraico,
só diferia nos sons e na estrutura de certas partes gramaticais.

Do mesmo modo que o hebraico não tinha vogais, a partir de 800 a.C. é que os sinais vocálicos foram
introduzidos. É muito parecido com o hebraico.

O aramaico foi a língua do senhor Jesus, de seus discípulos e da igreja primitiva em Jerusalém. Em
Mateus 5.18 quando Jesus diz que a menor letra é o J (jota, em aramaico iode) pois somente neste é que se
verifica isto (a letra iode originou o nosso i).

Nos dias de Jesus o aramaico já se modificara um pouco na Palestina, resultando no aramaico


palestinense, como o chamam os eruditos. Também em Marcos 14.36 o uso da palavra aramaica Abba por
Jesus é outra evidência de que Ele falava aquela língua. Que Ele também falava o hebraico também é evidente
em Lucas 4.16-20, uma vez que os rolos sagrados eram escritos em hebraico.

O hebraico foi de fato absorvido pelo aramaico mas continuou sendo a língua oficial do culto divino
nos templos e sinagogas, dos rolos sagrados e dos rabinos e eruditos. Havia escolas de rabinos, inicia lmente
em Jerusalém e depois da queda daquela cidade, em Tiberíades. Havia escolas semelhantes noutros centros
judaicos. As conquistas árabes e propagação do islamismo em largas áreas da Ásia, África e Europa reduziu
e por fim destruiu a influência do aramaico.

Por sua vez o hebraico, sendo língua morta, começou a ressurgir. Para que se cumprissem as profeci-
as referentes a Israel era necessário que a língua revivesse e assumisse a posição que hoje desfruta na família
das nações modernas.

15.5 - O ararnaico ainda sobrevive numa remota e pequena vila da Síria, chamada Malloula,
com a população de 4.000 habitantes.
Devido aos hebreus terem adotado o aramaico como a língua, este passou a chamar-se hebraico,
conforme se vê em Lucas 23.28; João 5.2; 19.13,17,20; Atos 21.40;26.14; Apocalipse 9.11, portanto
quando o Novo Testamento menciona o hebraico, trata-se na realidade do aramaico. Marcos, escrevendo

para os romanos, põe em Aramaico 5.41 e 15.34 do seu livro; já Mateus que escreveu para os judeus
: escreve a mesma passagem em hebraico (Mt 27.46)
O Antigo Testamento contém além do hebraico e aramaico algumas palavras persas como tirsata (Ed
2.63) e sátrapa (Dn 3.2).
hh)
15.6 - O grego
Esta língua em que foi originalmente escrito o Novo Testamento. A única dúvida paira sobre o livro de
Mateus que muitos eruditos afirmam ter sido escrito em aramaico. O grego faz parte do grupo de línguas
arianas. Vem da fusão dos dialetos dórico e ático. Os dóricos e os áticos formam duas principais tribos que
povoaram a Grécia. É a língua de expressão mais precisa e das línguas bíblicas é a que mais se conhece
devido a ser mais próxima da nossa.
O grego do Novo Testamento não é grego clássico dos filósofos, mas o dialeto popular do homem da
rua, dos comerciantes, dos estudantes que todos podiam entender era o Koiné. Este dialeto formou-se a
partir das conquistas de Alexandre em 336 a.C. Nesse ano Alexandre subiu ao trono e no curto espaço de 13
anos alterou o rumo da história do mundo. A Grécia tomou-se um Império Mundial.
Deus preparou deste modo um veículo linguístico para disseminar as novas do Evangelho até os confins do
mundo, no tempo oportuno.
Até no Egito o grego se impôs pois a bíblia traduzida do hebraico para o grego - chamada Septuaginta
- era uma tradução grega do hebraico, cerca de 285 a.C. Nos dias de Jesus os judeus entendiam quase tão
bem o grego quanto o aramaico, haja vista que a Septuaginta em grego era popular entre os judeus.
Nos primórdios do cristianismo o evangelho pregado ou escrito em grego podia ser compreendido
pelo mundo todo. Só Deus poderia fazer isto' Ele não enviaria seu filho ao mundo sem que tudo estivesse
preparado, inclusive uma língua conhecida por todos (ver Me 1.15; GI 4.4).

15.7 - A língua grega tem 24 letras


A primeira é o alfa e a última é o ômega. Quando em apocalipse Jesus diz que é o alfa e o ôrnega, está
afirmando que é o primeiro e o último. Os gregos receberam seu alfabeto através dos fenícios conforme
mostram estudos a respeito.
Ninguém vá supor que por não conhecer essas línguas originais da escritura não compreenderá a
revelação divina. Sim, o conhecimento e a compreensão dos originais auxiliará, mas não é essencial. Na
Bíblia, como já dissemos, vêem-se duas coisas principais: o texto e a mensagem. O principal é a mensagem
contida no texto. É especialmente a mensagem que o Espírito Santo vitaliza, revela e maneja como sua
espada (Ef6 17).
jj)
ii)

16.1 - A história da Bíblia e como chegou até nos é encontrada em seus manuscritos
Manuscritos são rolos ou livros da antiga literatura, escritos à mão. O texto da Bíblia foi preservado e
transmitido mediante os seus manuscritos. Nos tratados sobre a biblia, a palavra manuscrito é sempre indicada
pela abreviaturaMS, no plural MSS. Há, em nossos dias, cercade4.000 MSS da Bíblia preparados entre os
séculos Il e Xv.

16.2 - A caligrafia dos MSS


Há dois tipos de caligrafia ou forma gráfica do MSS bíblicos, o que os divide em unciais e cursivos.
Uncial é o MS de letras maiúsculas e sem separação entre as palavras. Cursivo é o de letras minúsculas, tendo
espaço entre as letras. Tal diferença na forma gráfica deu-se no século X. Palimpesto é um MS, reescrito, isto
é, a escrita primitiva era raspada e novo texto escrito por cima. Isso ocorria devido ao alto preço do perga-
minho. Inutilizava-se assim uma escrita para se usar o mesmo material. Os manuscritos originais também não
tinham sinais de pontuação Estes foram introduzidos na arte de escrever em época recente. É claro, pois, que
a pontuação moderna não é inspirada e por isso não dá, às vezes, sentido às palavras do original.

16.3 - As bíblias impressas mais antigas


O Antigo Testamento é impresso em hebraico.
O primeiro texto impresso em hebraico do Antigo Testamento foi publicado em 1.488, em Soncino,
Itália. Contém os sinais vocálicos.
O segundo texto mais antigo impresso em hebraico do Antigo Testamento é o constante da Bíblia
chamada Complutensiana Poliglota, preparado pelo cardeal Ximenes de Císneros, na Universidade de Alcalá,
próxÍmo a Madri, Espanha.
Foi impresso em 1.514-1.517, mas somente distribuído em 1.522. A Poliglota traz além do AT em
hebraico, o NT em grego. A Septuaginta em latim e a Vulgata em latim (AT e NT) abrange 6 volumes.
A primeira bíblia rabínica foi preparada por Félix Pratensis e publicada por Daniel Bomberg, em
Veneza, em 1.516
O texto preparado por Jacob Bem Chayin e impresso por Daniel Bomberg em Veneza, em 1524-
1525 tornou-se um texto padrão para estudos Foi a segunda bíblia rabínica impressa.
O texto de Amsterdam publicado entre 1.661-1.667 é uma combinação dos textos de Chayin e Ximenes.
O texto de Van Der Hooght publicado entre 1.705 é uma revisão do texto de Amsterdam.
O texto de Kennicott editado em 1.776-1.780 segue o de Van Der Hooght de 1.705. O texto de
Letteris publicado em 1.852 é uma revisão do texto de Van Der Hooght. Esse é o texto padrão adotado em
nossos dias pelas sociedades bíblicas em todo o mundo.
O texto de Rudolph Kittel de 1.906, originado do texto de Chayin. Com a terceira edição de Kittel,
em 1937, abandonou o texto de Chayin publicando o do MSS 19A.

16.4 - O Antigo Testamento impresso em grego


O primeiro texto impresso em grego no Novo Testamento é o da Complutensiana Poliglota de que já
falamos quando nos ocupamos do texto impresso em hebraico.
O texto de Erasmo (teólogo holandês) publicado e distribuído em 1.516. Este foi o primeiro texto
impresso distribuído do Novo Testamento. A Poliglota do Cardeal Ximenes só veio a público em 1.522, mas
fora impressa em 1.514-1517.
O texto de Robert Stephanus, publicado em 1.565 e 1.664 - base: Stephanus.
O texto dos irmãos Elvezis, holandeses de 1.678 - base: Stephanus e Beza. É conhecido como o
Textus Receptus, devido a uma expressão que tem no prefácio.
O texto de Westcott e Hort, dois eminentes eruditos ingleses. Data: ] .881-1.882 suplantou o
Textus Receptus.
kk)
Há por fim os mais recentes textos impressos no Novo Testamento em grego que são os de Hermam
Von Sodenm Scriverne e Eberhard Nestle Este último é muito utilizado no preparo de versões modernas.

16.5 - Os MSS do Mar Morto


Num dia de verão em-LW o pastor Beduíno Árabe, Muharmmad ad Dib, da tribo dos Taa mirech
que se acampa entre Belém e o Mar Morto saiu a procura de uma cabra desgarrada nas ravinas rochosas da
costa noroeste do referido Mar Morto e encontrou um inestimável tesouro bíblico.
Estava o pastor junto à encosta rochosa do Uádi Qumram. Ao atirar uma pedra numa das cavernas
ouviu um barulho de cacos se quebrando. Entrou na caverna e encontrou uma preciosa coleção de MSS
bíblic?s: I ~aminhos fragmentados de outros. um dos. rolos era um MS~ de Isa~as do ano d~ 100
aC, Isto e, mil anos mais antigo que os exemplares mais conhecidos. Os rolos estao escntos em papiros e
pergaminhos e envolvidos em panos de linho.
Outras cavernas foram vasculhadas e novos MSS foram encontrados. Novas luzes estão surgindo na
interpretação de passagens dificeis do AT. Exemplos: em Êxodo 1.5 o total de pessoas é 75, concordando
assim com Atos 7. 14 (o hebraico não tem algarismos para os números e sim letras, daí, para ter um erro não
custa muito ... )
Pesquisas revelam que os MSS do Mar Morto foram escondidos pelos essênios - seita ascética
judaica - durante a segunda revolução dos judeus contra os romanos - em 132-135 d.C. Os responsáveis por
um grande mosteiro agora descoberto, ao verem se aproximar as tropas romanas, esconderam ali sua biblio -
teca' Nas 226 cavernas examinadas, foram encontrados fragmentos de 332 obras, ao todo. Encontram,
inclusive, cartas do líder dessa revolta: Bar Kochba, em perfeito estado, estando sua assinatura bem nítida.
Nos MSS encontrados há trechos de todos os livros do AT exceto Ester.

16.6 - A tradução da Bíblia


Era preciso a tradução da Bíblia para dar cumprimento às palavras do senhor Jesus após ressuscitar:
I de por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura (Me 16.15).
Ora, o mundo está dividido em nações, tribos e povos e cada qual com sua língua. Hoje, quando
vemos as escrituras traduzidas em mais de 1 .. 700 línguas sabemos que aquele que comissionou os discípulos
para tão grande obra proveria também os meios para sua realização.

t 6.7 - Alguns outros informes sobre a bíblia em português

A Bíblia foi impressa ~eira vez no~! em 194~a Imprensa Bíblica Brasileira.
Entre as bíblias mais populares do mundo está a em português.

As outras versões são: A Vulgata, a de Lutero e a versão autorizada (inglesa).


Há no Brasil três entidades evangélicas publicadoras e distribuidoras de bíblias. A primeira é a Im-
prensa Bíblica brasileira, fundada em 1940. A segunda é a Sociedade Bíblica do Brasil, fundada em 10.06.1948,
resultando da fusão das agências SBA e da SBBE que funcionavam no Brasil. A terceira é a Sociedade
Trinitariana com sede em São Paulo.
A primeira agência distribuidora de bíblias no Brasil foi a SBBE em 1856, a segunda foi a SBA, em
1876, ambas na cidade do Rio de Janeiro. Antes disso vinham bíblias para o Brasil através de revenda. A mais
antiga Sociedade Bíblica do mundo é a SBBE, fundada em 1804, a segunda é a SBA fundada em 1816.
Na distribuição de bíblias em todo o mundo o Brasil ocupa o segundo lugar.
ll)
mm)

17.1 - Ao ordenar que a sua palavra fosse escrita num livro, Deus a fez herança e bênção
para todos os povos

E tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo e eles disseram: Tudo o que o Senhor tem
falado falaremos e obedeceremos (Ex 24.7). A Bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de
rolo (Jr 36.2). Eram feitos de papiro ou pergaminho. O papiro era uma planta aquática que crescia junto aos
rios, lagos e banhados do oriente cuja entrecasca servia para escrita. Pergaminho é a pele de animais curtida.
Seu uso é mais recente que o papiro, vem desde os primórdios da era cristã, apesar de já ser conhecido antes .
É também mencionado na biblia, como em II Timóteo 4.13.
A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim vemos que a
princípio os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em nossa bíblia. O
que tornou isso possível foi a invenção do papel no século II pelos chineses, bem como a do prelo de tipos
móveis em 1450 d.C. por Guttemberg, tipógrafo alemão. Até então era tudo manuscrito pelos escribas de
modo laborioso, lento e oneroso.
Quanto a este aspecto da difusão da sua palavra, Deus tem abençoado maravilhosamente de modo
que hoje em dia milhões de exemplares das escrituras são impressos com rapidez e facilidade em muitos
pontos do globo. Também graças ao progresso alcançado no campo das invenções e da tecnologia hoje
podemos transportar com toda comodidade um exemplar da bíblia, coisa impossível nos tempos primitivos.
Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam em uso
nas sinagogas judaicas.

17.2 - O vocábulo "Bíblia"


Este vocábulo não se encontra dentro das sagradas escrituras. É derivado do nome que os gregos
davam à folha de papiro preparada para a escrita - biblos. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era
chamado biblion e vários destes era uma bíblia, portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer coleção de
livros pequenos.
É consenso geral entre os doutores no assunto que o nome bíblia foi primeiramente aplicado às sagra-
das escrituras por João Crisóstorno, patriarca de Constantinopla no IV século da nossa era.
Devido as escrituras formarem uma unidade perfeita a palavra bíblia, sendo um plural como acabamos
de ver, passou a ser singular, significando o Livro, isto é, O Livro dos livros; O Livro por excelência. Como o
Livro divino, a definição canônica da bíblia é A revelação de Deus à humanidade.

N ornes da Bíblia - Os nomes mais comuns que a bíblia dá a si mesma, isto é, nomes canônicos são:
nn) Escrituras (Mt 21.42)
oo) Sagradas Escrituras (Rm 1.2)
pp) Livro do Senhor(ls 34.16)
qq) A Palavra de Deus (Mc 7.13)
rr) Oráculos de Deus (Rm 3.2 - ARA).

17.3 - A estrutura da Bíblia compreende a sua composição


Isto é, a sua divisão em partes principais e seus livros quanto à classificação por assunto, divisões em
capítulos e versiculos, e certas particularidades indispensáveis.
A Bíblia divide-se em duas partes principais: Antigo e Novo Testamento, tendo ao todo 66 livros,
sendo 39 no Antigo e 27 no Novo Testamento. Estes 66 livros foram escritos num período de mais ou menos
16 séculos por cerca de 40 autores distintos. Aqui está um dos milagres da Bíblia. Esses escritores pertenciam
às mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes diferentes uns
dos outros, em épocas e condições diferentes, entretanto seus escritos formam uma perfeita harmonia. Isto
prova que UM SÓ os dirigiu no registro da revelação divina.
ss)
17.4 - Como já dissemos
O Antigo Testamernto contém 39 livros e foi escrito originalmente em hebraico, com exceção de
pequenos trechos que estão em aramaico. Seus 39 livros estão classificados em 4 grupos, conforme o assunto
a que pertencem. São eles:

a) Lei - São 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. São comumente chama-
dos de O Pentateuco Esses livros tratam da origem de todas as coisas, da lei e o estabelecimento
da nação de Israel.

b) História - São 12 livros: de J osué a Ester Registram fatos ocorridos no período compreendido
pela teocracia, monarquia, reino dividido e pós cativeiro de Judá.

c) Poesia - São 5 livros: de Jó a Cantares de Salomão. São chamados poéticos não porque sejam
cheios de imaginação e fantasias, mas devido ao gênero do seu conteúdo. São também chamados
devocionais.
d) Profecia - São 17 livros: de Isaías a Malaquias Estes estão divididos em profetas maiores (Isaías
a Daniel- 5 livros) e profetas menores (Oséias a Malaquias - 12 livros).

17.5 - Como já foi visto no tópico 3


O Novo Testamento se compõe de 27 livros. Foi escrito em grego. Seus livros estão classificados em
4 grupos. São eles:

a) Biografia - São os 4 evangelhos - Descrevem a vida terrena de Jesus Cristo e o seu glorioso
ministério. Todos os livros que os precedem tratam da preparação para a manifestação de Jesus
Cristo e os que lhe seguem são as explicações da doutrina de Cristo.

b) História - É o livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história dos primeiros anos da igreja, seu viver,
a pregação do evangelho, tudo feito na força do Espírito Santo, conforme Jesus prometera (At ] .8).
c) Epístolas - São 21 epístolas ou cartas e vão desde romanos até a epístola de Judas. Elas contém
a doutrina da igreja.

d) Profecia - É o livro de apocalipse ou revelação. Trata dos eventos que terão lugar na terra imedi-
atamente após o arrebatamento da igreja do Senhor Jesus Cristo.

17.6 - Melhor proveito terá do estudo da Bíblia aquele que melhor souber manuseá-Ia.
Os pontos abordados a seguir, ajudar-lhe-ão a ter o aproveitamento que tanto deseja na leitura e
estudos das Escrituras.

Apontamentos individuais - Habitue-se a tomar nota de suas meditações na palavra de Deus. A


memória é falível, de sorte que muita coisa importante pode ser esquecida ao longo do tempo. Seus aponta-
mentos se constituirão numa fonte de consultas contínua, portanto racionalize e organize os apontamentos
feitos em torno do seu estudo da palavra de Deus.

Como ler e escrever referências bíblicas - O sistema mais simples e rápido para escrever referên-
cias bíblicas é o seguinte: duas letras, sem ponto para cada livro da bíblia. Por exemplo:
- I Jo 2.4 (1 João capítulo 2 versículo 4)
- Já 2.4 (Já capítulo 2 versiculo 4)
- Jn 2.4 (lonas capítulo 2 versículo 4)
- I Pe 5.5 (1 Pedro capítulo 5 versículo 5)
- Fp 1.29 (Filipenses capítulo 1 versículo 29)
- Fm v. 14 (Filemon versículo 14)

17.7 - Diferenças entre as partes da Bíblia


Para efeito de estudo e compreensão de estudo da bíblia, é interessante que atentemos para a diferen-
ça entre suas partes, assim definidas:
tt)
uu) Texto - São as palavras contidas numa passagem
vv) Contexto - É a parte que fica antes ou depois do texto em que estamos lendo. O contexto pode
ser imediato ou remoto. Pode ser um versiculo, um capítulo ou um livro inteiro.
ww) Referência - É a conexão direta sobre determinado assunto. As referências podem ser verbais e
reais. A primeira é um paralelismo de palavras, a segunda de assuntos ou idéias.
xx) lnferência - É uma conexão direta entre assuntos. É uma ilação ou dedução.

De acordo com o texto bíblico básico desta lição (Ot 17. 14,15,18-20) os reis de Israel tinham o
dever de possuir um traslado da lei do Senhor e nele lerá todos os dias da sua vida para que aprenda a temer
o senhor teu Deus, para guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos, para fazer com que o seu
coração não se levante sobre os seus irmãos e não se aparte do mandamento nem para a direita, nem para a
esquerda, para que prolongue os dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel.
Face a disponibilidade de adquirir e ler a Bíblia Sagrada, mais que um privilégio, constitui-se num
sagrado dever da nossa parte lê-Ia e dela jamais nos desviarmos.
yy)
zz)

18.1 - A importância da Bíblia consiste em ser ela a bússola e guia divino para o homem que
busca cumprir com a vontade de Deus
Lâmpadas para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos (SI 119.105)
Por milênios Deus se revelou ao homem através de suas obras, isto é, a criação (Rm 1.20; SI 19.1-6)
porém segundo o seu propósito, chegou o tempo em que Ele desejou alcançar o homem com uma revelação
maior, o que fez em forma dupla:
- Através da Bíblia - a palavra escrita
.>

- Através de Jesus Cristo - a palavra viva (10 1 1)

Esta dupla revelação é muito especial pois tornou-se necessária devido a queda do homem.

Desse modo o estudo das escrituras se impõe como o principal meio do homem natural vir a conhecer
Deus e a sua vontade para com sua vida, bem como do crente conhecer o propósito santificador de Deus
para si e para todos os salvos
O estudo da bíblia é uma necessidade que impõe ao crente por causa do grande alcance que o livro
divino tem O seu estudo.

Prepara o crente para responder àqueles que lhe pedem razão da fé que nele há (1 Pe 3.15). Isto
importa no fato de que o testemunho cristão só é válido quando fundamentado no conhecimento e prática da
palavra de Deus.

Faz o obreiro aprovado quanto ao correto manejo da palavra da verdade (Il Tm 2.15). Homens
e mulheres que manejam bem a palavra de Deus! Eis uma das grandes necessidades da igreja do Senhor
neste século]
Acrescenta a fé do crente quanto ao fato de as escrituras serem a infalível palavra de Deus (ls 34. 16).
O valor espiritual das escrituras tende a arraigar-se em nossa convicção à medida da nossa aplicação à leitura.
Dá luz e entendimento aos simples (SI 119.130). A ignorância espiritual do crente não se dá pela
ausência de formação acadêmica, mas pela falta de apego a revelação divina manifestada nas escrituras.
Ninguém é tão sábio quando ignora a palavra de Deus, nem tão indouto como possa imaginar quando
ama o livro da lei do Senhor.

18.2 - Dentre outras razões porque o crente deve ler e estudar a bíblia
Podemos destacar as seguintes:

A Bíblia é o manual do crente, sendo a Bíblia o livro-texto do cristão, é imperioso que este maneje-
a bem para o eficiente desempenho de sua missão (11 Tm 2.15) Um bom profissional sabe empregar bem as
ferramentas de seu oficio. Essa eficiência não é automática, vem pelo estudo e pela prática. Assim deve ser o
crente em relação à Bíblia sagrada. Entre as promessas de Deus àqueles que conhecem devidamente a sua
palavra temos a de lsaías 55.11: Assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia,
antes fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.

A Bíblia alimenta nossas almas (Mt 4.4; Jr 15.16; 1 Pd 2.2). Não há dúvida que o estudo da
palavra de Deus traz nutrição e crescimento espiritual. Ela é tão indispensável à alma como o pão é ao corpo.

Nas passagens citadas ela é comparada ao alimento, porém este só nutre o corpo quando é absorvido
pelo organismo. O texto de 1 Pd 2.2 fala do intenso apetite do recém-nascido; assim deve ser o nosso apetite
pela palavra divina. Bom apetite pela Bíblia é sinal de saúde espiritual.

A Bíblia é o instrumento do Espírito (Ef6.17). Se em nós houver abundância da palavra de Deus,


o Espírito Santo terá o instrumento com que operar. É preciso pois meditar nela (SI 1.2; Js 1.8). É preciso
aaa)
ccc)
bbb)

deixar que ela domine todas as esferas da nossa vida, nossos pensamentos, nosso coração e assim molde
todo o nosso viver diário. Em suma: precisamos ficar saturados da palavra de Deus.

A Bíblia enriquece a vida do cristão (SI 119.72). Essas riquezas vêm pela revelação do Espírito
Santo primeiramente (Ef 1.17). A pessoa que procurar entendimento bíblico somente através da capacidade
intelectual muito cedo desistirá. Só o Espírito de Deus conhece as coisas de Deus (I Co 2.10).

18.3 - Como a divina e inspirada palavra de Deus a Bíblia é um livro singular


Do qual maior proveito tirará aquele que melhor souber estudá-Io. E é exatamente com o propósito
de ajudá-Io a tirar o máximo de proveito do estudo da Bíblia que lhe damos os cinco passos seguintes a serem
seguidos:

Leia a Bíblia conhecendo o seu autor. Isto é de suprema importância. É a melhor maneira de
estudar a Bíblia, ela é o único livro cujo autor está presente quando o lemos. O autor de um livro pode
explicá-Io como ninguém A Bíblia é um livro fácil e ao mesmo tempo dificil; simples e ao mesmo tempo
complexo Não basta ler suas palavras e analisar detidamente suas declarações. É preciso conhecer e amar a
Deus, o seu autor.

É\ Leia a Bíblia diariamente (Dt 17.19). Esta regra é excelente. É estimado que 90 dos crentes não
\ lêem a Bíblia diariamente; portanto não é de admirar haver tantos deles frios e infrutíferos no testemunho e
no
serviço cristão. Mais do que isto: são anãos, raquíticos, mundanos, carnais e indiferentes, nervosos e
iracundos.
Não basta assistir aos cultos, ouvir sermões ou testemunhos, assistir estudos bíblicos e ler boas obras
de literatura cristã. É preciso ler a Bíblia individualmente. Há crentes que só comem espiritualmente quando
lhe dão comida na boca É a colher do pastor, do professor da Escola Dominical, etc. Se ninguém lhe der
comida ele morrerá de inanição espiritual.

18.4 - Leia a Bíblia com a melhor atitude

Ler a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual é de capital importância para o êxito no estudo
bíblico. A atitude correta é a seguinte:
Estudar a Bíblia como a palavra de Deus e não como uma obra literária qualquer.
Estudar a Bíblia com o coração e em atitude devocional e não apenas com o intelecto.

18.5 - Leia a Bíblia meditando


Assim tem feito os servos de Deus no passado, a exemplo de Davi (SI 119.15, 16), Daniel (Dn 9.2-4).
O caminho ainda é o mesmo. Na presença do senhor, em oração, as coisas incompreensíveis são esclarecidas
(SI 73.16,17). A meditação aprofunda o sentido Muitos lêem a Bíblia para estabelecer recorde de leitura
somente. Ao leres a Bíblia, aplica-a primeiro a ti próprio senão não haverá virtude nenhuma.

Leia a Bíblia toda - Há uma riqueza insondável nisso I É a única maneira de conhecer a verdade
completa dos assuntos tratados na Bíblia, visto que a revelação de Deus é progressiva. Corno o irmão pensa
compreender um livro que nem sequer leu ainda? Podemos ler a Bíblia toda, porém,jamais a compreendere-
mos toda. Sendo a palavra de Deus ela é infinita. Mesmo as mentes mais férteis são incapazes de abarcá-Ia
completamente. Não há no mundo ninguém capaz de esgotar ou dissecar a Bíblia.

18.6 - A diferença básica entre a Bíblia e os outros livros que lemos ao longo da vida

É que não temos nenhuma obrigação moral de obedecer ao que estes ensinam, enquanto que a Bíblia
é um livro escrito não apenas para ser lido, mas é principalmente para ser obedecido.
Aplique a Bíblia à sua vida - Você sabia que é de nenhum valor conhecer a letra das escrituras,
contudo se não se dispuser a obedecê-Ia? Satanás conhece a Bíblia e é capaz de citá-Ia decoradamente como
fez diante de Jesus enquanto o tentava no deserto (Mt 4.6). Acontece que esse conhecimento do tentador não
ddd)
é capaz de diminuir, ainda que por um pouco, a impiedade e maldade do seu vil coração.
Aplicando a Bíblia à nossa vida, sem dúvida poderemos dizer corno disse o salmista Davi: Escondi a
tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti (SI 119.11).

Aplique a Bíblia às necessidades do mundo - O conhecimento acadêmico tem ajudado os estudi-


osos do comportamento humano a detectar os problemas que afligem a nossa sociedade. No entanto, têm
fracassado na análise das causas e na aplicação de solução a estes problemas. Por exemplo: é impressionante
ver corno homens que ignoram a Bíblia e atribuem a violência e outras anomalias que afligem a sociedade
contemporânea a causas corno a pobreza e o analfabetismo. Eles não conseguem olhar o mundo e ver as
pessoas como Deus as vê: caídas, espiritualmente pobres e carentes de Deus.

No contexto de toda essa confusão, o crente e estudioso da Bíblia tem grande vantagem sobre as
demais pessoas. Com o jornal da cidade numa das mãos e a Bíblia na outra ele é capaz de detectar tanto os
problemas quanto de aplicar eventuais soluções a eles. Ele vê o mundo moribundo espiritualmente enfermo.
Toda a cabeça está enferma e todo o corpo fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã,
senão feridas e inchaços e chagas podres e não espremidas, nem ligadas, nem nenhuma delas amolecida com
óleo (Is 5.6). Tudo isto porque corno disse João todo o mundo está no maligno (I Jo 5.19).

t 8.7 - Conclusão

Se a Bíblia é o que dizemos ser para a nossa vida, guardemo-nos da atitude farisaica de lê-Ia e,
inclusive proferi-Ia sem que ela seja parte inseparável do nosso caráter. I-'
No princípio da obra pentecostal no Brasil era mui comum ouvir-se pessoas não-crentes se referi-
rem aos pentecostais corno os Bíblias decorrente do apego ao livro e à prática da Bíblia. Deveríamos nos
penitenciar diante de Deus pelo nosso gradual afastamento das verdades e virtudes do evangelho
propugnadas na Bíblia.
fff)
eee)

19.1 - O crente consciencioso é aquele que ama o estudo da palavra


Procurando interpretá-Ia e aplicá-Ia corretamente à sua vida.

Procura apresentar-se a Deus aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar, que
maneja bem a palavra da verdade (Il Tm 2.15).

A Bíblia é incomparável- Nenhuma obra literária pode ser comparada à Bíblia. Sua inspiração ê
superior a de qualquer outro tipo de literatura porque é a palavra de Deus. Os judeus antigos tinham o
cuidado de manter os documentos originais escritos em papiros e pergaminhos e por isso copiavam os ma-
nuscritos originais das Escrituras Sagradas com o maior cuidado. Quando se deparavam com o nome de
Deus os copistas paravam, limpavam as penas de escrever e depois tornavam a molhá-Ias no tinteiro e
reverentemente escreviam o nome de Deus, tal era a importância que davam.

19.2 - A Bíblia é uma coleção de 66 livros

A reunião de todos os livros da Bíblia foi feita segundo um critério de cuidadosa escolha que identifi-
casse os livros realmente inspirados e os não inspirados. Esse critério de 'seleção obedecia a certos princípios
e com a orientação do Espírito Santo chegou-sé ao número de66 livros, os quais foram reconhecidos como
inspirados e autênticos.

A Bíblia apresenta a origem do homem e o propósito de sua existência - São muitas as teorias
científicas e filosóficas acerca da origem do homem e a natureza do seu destino, mas somente a Bíblia dá a
explicação satisfatória.

19.3 - A Bíblia revela o Deus vivo e' verdadeiro ~

Para estudarmos acerca de Deus consideremos o vocábulo que melhor abrange esse estudo: teologia.
Essa palavra tem sido rechaçada ignoradamente por alguns de nós como se ela ofendesse a Deus, entretanto
a palavra teologia vem de duas palavras gregas: Theos - Deus e logia que significa estudo, tratado, portanto,
teologia é estudo acerca de Deus.

Não há nenhum outro livro que, como a Bíblia, ensine acerca de Deus. Só a Bíblia fala de Deus de
modo direto e singular pois ela é a palavra do próprio Deus (10 17.3) embora ele tenha se revelado a Si
mesmo de várias maneiras a Bíblia é a revelação mais autêntica e detalhada de Deus. Ela não se preocupa em
provar a existência de Deus. Revela-o porque ele quis se fazer conhecido como o Criador e Sustentador de
todas as coisas. Ele é o Deus vivo, Único e verdadeiro, que é Espírito e Verdade (Dn 4.34; 6.26; At 14.15;
ITs 1.9;Hb9.14; 10.31;J04.24).

A Bíblia é o guia para a salvação dos 'pecadores - Consideremos que a Bíblia é a revelação
escrita que Deus faz de si mesmo ao homem de como escapar das conseqüências do pecado e oferece
condições para evitar as práticas do mesmo (Rm 3.23; 5.1,8-11; 6.22,23).

19.4 - A Bíblia é o meio santificador do crente (Hb 12.14)

Santificar significa separar e a Bíblia apresenta o caminho para a santificação através da remissão dos
pecados pelo sangue de Jesus (Hb 9.7,8,11-15; 10.14) uma vez que o pecador tenha ficado liberto da
condenação do pecado e de suas conseqüências também precisa estar apto para viver uma vida santa, isto é,
separada da prática do pecado. A santificação tem sua eficácia através do sangue de Jesus, pela ação perma -
nente do Espírito Santo e pela palavra de Deus. Uma vida santificada torna-se vibrante e corajosa, apta para
vencer as tentações e evitar a prática do pecado. O estudo da Bíblia nos ensina não só como podemos ser salvos
da condenação do pecado mas também como vencer o poder do pecado ao nosso redor . Só a Bíblia indica o
caminho para uma vida irrepreensível e consagrada a Deus (I Ts 3.13; Efl.4; Fp 2.15; Rm 12.1,2; I Ts 4.3-7).
ggg)
19.5 - Estabelecer métodos não é muito fácil
Pois existem muitos e todos oferecem o mais variado sistema de estudos que podem ser praticados
pelos estudiosos da Bíblia. Vejamos dois procedimentos que podem ser adotados: o devocional e o intelec-
tual (veja no tópico 6).

Procedimento devocional - Refere-se ao modo de estudar a Bíblia com atitude devocional e


cornpletiva. É um procedimento em que o estudante procurará através da leitura e meditação aplicar o con-
teúdo do texto lido à sua própria vida. A atitude devocional no estudo da Bíblia deve levar em conta alguns
procedimentos. Siga os passos abaixo

Leia a Bíblia escolhendo um texto especial, um livro ou parte de um texto. Procure memorizar
alguma verdade especial que lhe chamou a atenção Faça aplicação pessoal da verdade bíblica (Dt 17.19).

Desenvolva o ato da meditação na palavra de Deus Os 1.8). Planeje o seu dia, sistematicamente,
separando um horário do qual possa meditar e estudar a palavra de Deus. Procure cumprir este projeto e
manter o bom hábito com oração e comunhão com o Senhor (Ec 5.4,5). Escolha o texto bíblico mais apro-
priado à sua necessidade específica, um texto que fale bem à sua alma.

Leia a Bíblia como a palavra de Deus. Não confunda a Bíblia com qualquer obra literária. Não
haverá proveito espiritual em uma leitura feita apenas com o intelecto. É preciso uma atitude devocional (Hb
412;Pv30.5;SII19.II,J06.68; 1717).

19.6 - O procedimento intelectual


Esse procedimento tem haver com o estudo sistemático das Escrituras. Procurando entender o senti-
do das palavras, dos assuntos, dos aspectos históricos e geográfico, do literalismo e simbologia na Bíblia Há
uma errônea tendência espiritual que condena o estudo mais aprofundado da Bíblia pois os seus adeptos
ensinam que () intelecto pode prejudicar a espiritual idade. É completamente errada essa tendência pois ela só
contribui para a ignorância da palavra de Deus como um todo.

Walter A Henrichsen em seu livro sobre Princípios de interpretação da Bíblia, nas páginas 8 e 9
apresenta um quadro de quatro partes básicas para o estudo correto da Bíblia, a saber

Observação. que responde à pergunta: Que vejo? Aqui o estudante da bíblia aborda o texto como
um detetive. Nenhum pormenor é sem importância; nenhuma pedra fica sem ser virada. Cada observação é
cuidadosamente arrolada para a consideração e comparações posteriores.

Interpretação, que responde à pergunta: Que significa? Aqui o intérprete bombardeia o texto com
perguntas como: que significam esses pormenores para as pessoas a quem foram dados? Por que o texto diz
isto? Qual a principal idéia que ele está procurando comunicar?

Correlaçiio, que responde à pergunta: Como isto se relaciona com o restante do que a bíblia diz'i-O
estudante da bíblia deve fazer mais do que examinar somente as passagens individuais. Deve coordenar o seu
estudo com tudo mais que a Bíblia diz sobre o assunto. A precisa compreensão da Bíblia sobre qualquer
assunto leva em conta tudo que a Bíblia diz sobre tal assunto.

Aplicação, que responde à pergunta: Que significa para mim? Esta pergunta é a meta dos outros três
passos. Um especialista nesta área assim se expressou: Observação e interpretação sem aplicação é aborto.
A Bíblia é Deus falando. Sua palavra exige resposta. Esta resposta tem de ser nada menos do que a obediên-
cia à vontade de Deus revelada (S.Histórico).

19.7- É impossível estudar a Bíblia e interpretá-Ia corretamente sem algum método orientador
Existem certas regras e métodos de hermenêutica que podem ajudar na interpretação da Bíblia. É fato
hhh)
que o Espírito Santo nos ajuda na elucidação de textos obscuros, mediante a oração, porém é indispensável
a ajuda exterior de bons livros escritos por homens de Deus. Eis, portanto, algumas regras que todo -o crente
deve saber para não pecar contra a palavra de Deus, precipitando-se a interpretá-Ia de qualquer modo. "

A Bíblia deve ser interpretada mediante o texto, contexto e textos paralelos, 'isto é, ao estudar um
texto não o interprete sem ver o seu contexto. O contexto pode ser o que vem antes e depois do texto. Os -
textos paralelos são aqueles textos em outras partes da escrituras que podem ajudar a esclarecer o texto que
se quer interpretar (DB).

A Bíblia deve ser interpretada em conformidade com o propósito dela. Cada escritor teve, sob inspi-
ração do Espírito Santo, um propósito específico ao escrever. Ao interpretar qualquer texto não esqueça que

a Bíblia foi escrita para revelar a vontade soberana de Deus à humanidade. '

Nenhum texto bíblico pode ser interpretado isoladamente da Bíblia. Nunca se deve basear ou escre-
ver doutrina em um versículo isolado do contexto doutrinário que está em toda a Bíblia. Cada doutrina só é
aceitável à luz da própria Bíblia.

A Bíblia deve ser interpretada sabendo-se distinguir a linguagem simbólica da linguagem literal exis-
tente nela.

A Bíblia deve ser estudada e interpretada à luz do ensino geral contido nela.
20.1 - A Bíblia é o melhor intérprete de si mesma.
Estude a Bíblia partindo do pressuposto de que ela é autoridade suprema em questão de religião, fé e
doutrina (Dn 2.22).
Em assunto de religião, fé e doutrina, consciente ou inconscientemente, o crente se submete à
tradição, à razão ou às escrituras. A autoridade a que ele se submeter há de determinar o tipo de crença
que possa esposar.
Independentemente do testemunho da tradição e da razão, o crente verdadeiro tem na Bíblia o seu
guia e juiz infalível. Para ele as declarações da Bíblia são finais Ele crê que a Bíblia registra as intenções e a
vontade de Deus, por isto pode crer nela. Ele aceita o testemunho da tradição e da razão mas enquanto estas
não entram em conflito com a escritura. Para ele o que importa é: O que diz a escritura sobre isto?

20.2 - Não se esqueça de que a Bíblia é o melhor intérprete de si mesma; isto é:


a Bíblia interpreta a Bíblia.
O manifesto desprezo a esta regra de interpretação ajuda-nos a entender que maiores inimigos da
Bíblia não são os seus opositores, que em épocas de cruentas perseguições rasgaram-na e queimaram-na,
mas grande número dos seus expositores sempre prontos a achar na Bíblia apoio para as suas idéias absur-
das. Quem não conhece pelo menos um bom irmão de Bíblia sempre aberta, procurando achar o sexo do
anjos, revelar quantos anjos cabem numa cabeça de alfinete e tantas coisas outras?

20.3 - Interprete experiência pessoal à luz da escritura e não a escritura à luz da experiência
pessoal
A experiência pessoal se constitui na evidência daquilo que Deus faz em nós, por isso não pode e nem
deve ser desprezada, porém no momento de determinar o que é mais importante, se a experiência pessoal ou
as escrituras, para efeito de interpretação bem sucedida da Bíblia a escritura é superior, por isso ela não está
sujeita a julgamento por parte da experiência pessoal, antes a experiência pessoal é que deve se submeter ao
juizo da escritura.

20.4 - Os exemplos bíblicos só tem autoridade prática quando amparados por uma ordem
que os faça mandamento universal
Ao ler a bíblia fica evidente que obrigado a seguir o exemplo de cada pessoa protagoniza os aconte-
cimentos nela encontrados. Por exemplo o fato de Noé haver plantado uma vinha e ter se embriagado com o
vinho do seu fruto não indica que você deva fazer o mesmo. O fato de Jesus ter mandado dizer a Herodes: Ide
dizer a essa raposa que hoje e amanhã expulso demônios e curo enfermos e no terceiro dia terminarei, não nos
autoriza a mandar portadores com recado de afronta às autoridades.

20.5 - Princípios gramaticais de interpretação

A Escritura tem somente um sentido e deve ser tomada literalmente,


Por mais que repudiemos o casuísmo na interpretação da escritura a realidade nos obriga a ver que
grande parte da igreja ecumênica faz precisamente isto. Chamam-lhe emprego de palavras conotativas, uma
forma de contextualizar as escrituras à realidade moderna. Exemplo: já não empregam a palavra reconciliação
no sentido bíblico do homem reconciliar-se com Deus. Redenção já não é empregada no sentido bíblico do
homem ser salvo do pecado e do castigo, dão-lhe diferente conotação e opinam que ela tem a ver com a
melhoria social e cultura da sociedade. Missão foi substituída por diálogo, enquanto que conversão é um
conceito inaceitável.

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jjj)
iii)
As palavras do texto bíblico devem ser interpretadas no sentido que tinham no tempo do autor.
Definir o correto sentido das palavras da Bíblia não chega a ser tão dificil quanto possa parecer no
princípio, no entanto, se algum esforço deve ser feito nesse sentido, vale a pena pagar o preço. Assim
agindo,
evitaremos nos envolver com aqueles casos curiosos e jocosos como o do pregador que afirmou com segu-
rança que Jesus era músico. Indagado sobre que tipo de instrumento Jesus tocava, disse ele: esquife e citou a

ressurreição do filho da viúva de N aim, particularmente Lucas 7.14: E, chegando-se, tocou o esquife e
disse:
Mancebo, a ti te digo: Levanta-te. .

As palavras do texto biblico devem ser interpretadas em relação fi sua sentença e no seu contexto.
O contexto é formado de todos os elementos de informação que circundam o texto. Citemos um
exemplo apenas. Imaginemos que você esteja lendo João 3.16 e queira compreender melhor porque Deus
amou o mundo de tal maneira ... O que fazer? Parta do texto escolhido (10 3.16) e estude-o à luz do seu
contexto, no caso todo o capítulo 3 do evangelho de João.

Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser vivo a proposição pode ser
considerada figurada.
As grandes passagens Eu sou no evangelho de João ilustram a regra onde objetos inanimados são
usados para descrever um ser vivo. Ali encontramos Jesus dizendo: Eu sou o pão da vida (10'6.35); Eu sou. a
luz do mundo (10812); Eu sou a porta(Jo 10.9); Eu sou o caminho (Jo 14.6); Eu sou a videira Llo 15.1).

É evidente que nenhum cristão e cuidadosos estudantes da bíblia chegariam às raias do absurdo a
ponto de acreditar que os substantivos pão, luz, porta, caminho e videira tenham relação literal e não figurada
com a pessoa de Jesus Cristo.

20.6 - Princípios históricos de interpretação

Uma palavra nunca é compreendida completamente até que se possa entendê-Ia como pala-
vra viva, isto é, originada na alma do autor. I

A melhor maneira de se conhecer uma pessoa é associando-se com ela. Assim também a melhor
maneira de conhecer o autor dum livro é estudando diligentemente os seus escritos, prestando especial aten-
ção aos mínimos detalhes da sua vida. Por exemplo: quem quiser conhecer a pessoa de Moisés deve estudar
o Pentateuco, especialmente passagens como Ex 2.4; 16.15-19; 33. 11; 34.5-7; Num 12,7,8; Dt 34.7-11.
Quem quiser conhecer o apóstolo Paulo deverá dar especial atenção a passagens como: At 7.58; 8.1-4;
9.1,2,22,26;26.9; 13.46-48; Rm9.1-3; ICo 15.9;2Co 11;12.1-11;Gll.I3-15;2,11-16;Fl1.7,8,12-18;
3.5-14; ITm 1.13-16.

É impos .•.• iivel entender um autor e interpretar corretamente .•• ua .•.•. palavras s em que ele s eja
visto à luz de .•.•. uas circunstâncias histórica s.
Por circunstâncias entende-se tudo aquilo que não faz parte da vida normal de uma pessoa, mas que
esta é levada a participar com o povo da sua época. Particularmente, quanto aos escritores da bíblia, eles
estiveram sujeitos à circunstâncias geográficas, políticas e religiosas, fatos que influíram sensivelmente nos
seus escritos. Por exemplo a menos que compreendamos as circunstâncias políticas sob as quais se achava o

~,\
~póstolo Paulo, jamais compreenderemos passagens como a de I Co. 12.3.

.\ Uma vez que as escrituras se originaram de modo histórico elas devem ser interpretada s fi luz
da história.

A compreensão desta regra não indica que tudo quanto a bíblia contenha só deve ser explicado
historicamente. Como revelação sobrenatural de Deus é concebível que a bíblia contenha elementos que
transcendem os limites do histórico. A compreensão desta regra de interpretação determina, sim, que o
conteúdo da bíblia seja, em grande parte, determinado historicamente. sendo, portanto, na história que se
encontra a sua explicação.
kkk)
20.7- Princípios teológicos de interpretação

Ji)cê precisa compreender gramaticalmente a biblia, antes de compreendê-Ia teologicamente.


Melhor explicando esta regra de interpretação teológica do texto das escrituras queremos dizer que
você precisa entender o que diz a passagem linguisticamente antes de poder esperar entender o que ela quer
dizer teologicamente, isto é, o seu sentido, a sua mensagem.

Uma doutrina não pode ser considerada biblica, a menos lJue resuma e inclua tudo o lJue diz
sobre ela.

O propósito básico desta regra de interpretação é determinar a verdade doutrinária do texto bíblico.
É evidente que a bíblia inteira é a palavra de Deus; toda ela é a verdade e tudo nela é útil para a nossa vida,
mas é igualmente importante lembrar que nem tudo na bíblia tem o mesmo valor, nem é útil da mesma maneira.
Evidentemente a determinação da legitimidade da doutrina não implica que algumas partes da bíblia não sejam
verdadeiras e que outras sejam, entretanto, a verdadeira doutrina (as passagens que declaram a vontade de
Deus para o homem agora), são úteis a nós de uma maneira mais particular pelo fato de exigir alguma coisa de
nós de forma particular.

Assim como Filipe foi usado como instrumento do Espírito Santo para interpretar o texto de Isaías 53
ao alto oficial de Candacc, resultando daí a sua conversão a Cristo, de igual modo Deus espera que sejamos
fiéis intérpretes de sua Palavra no mundo hoje. Não impeçamos pois, que os homens sejam abençoados
através da fiel interpretação das sagradas escrituras
lll)

21.1 - A Bíblia foi escrita

Segundo a presciência de Deus, para revelar ao homem o plano da salvação.


Porque a palavra de Deus é viva e eficaz e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes e
penetra até a divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas e é apta para discemir os pensamentos e as
intenções do coração (Hb 4.12)

A origem tia Bíblia - Antes de haver a revelação divina escrita Deus revelava-se verbalmente.
Desde Adão até Moisés passaram-se 2.500 anos aproximadamente. A revelação verbal de Deus foi transmi-
tida inicialmente por Adão, que viveu 93 anos e este passou às gerações seguintes até chegar a Moisés. Não
há evidência de que houvesse alguma revelação escrita antes de Moisés, por isto Deus lhe ordenou: Escreve
isto para memorial num livro (Ex 17.14). .

21.2 - As línguas originais da bíblia

A Bíblia, por ser um livro de procedência israelita foi escrita nas línguas faladas pelo povo israelita.
Devido à sua história acidentada pelas guerras, exílios e submissões aos domínios de outros povos, o povo
judeu, sem perder as suas características essenciais sofreu enormes mudanças no seu sistema de vida política,
social e religiosa. As línguas originais da bíblia são o hebraico e o grego, com algumas partes no Antigo
Testamento, escritas em aramaico.

21.3 - A estrutura da Bíblia


Os dois Testamentos - Duas partes formam a estrutura da bíblia: o Antigo Testamento com 39 livros
e o Novo Testamento com 27 livros. Há um entrelaçamento entre os dois Testamentos que os tornam
inseparáveis. Há mais de mil citações do Antigo Testamento no Novo Testamento. Consideremos cada um
em particular:

() Antigo Testamento - Em 5 grupos é dividido o A.T.


Vejamos:

Pentateuco, com 5 livros Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.


História, com 12 livros de Josué a Ester
Poesia, com 5 livros Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salornão
Profetas Menores, com 12 livros desde Oséias até Malaquias
Profetas Maiores, com 5 livros: lsaias, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel.

Novo Testamento - Em quatro classes de assunto dividem-se os livros do Novo Testamento:


Biografia, com os quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João
História, com Atos dos Apóstolos
Epistolas, com 21 epístolas: 13 epístolas de Paulo, uma aos Hebreus (sem autor definido) e mais 7
epístolas gerais de Tiago aJudas.
Profecia; com o Apocalipse

21.4 - O Cânon da Bíblia

O que é cânon? A raiz da palavra na língua semitica dá a idéia de cana ou junco, que servia para medir.

A palavra surgiu de uma planta longa, reta e triangular, que dá às margens do rio Nilo. Por causa do alonga-
mento da cana era utilizada como vara de medir. Desse modo, o sentido metafórico da palavra cânon é
empregado para significar aquilo que é conforme a regra medida. A idéia essencial da palavra cânon é o da
linha reta ou direita. Assim sendo, o cânon da bíblia é a seleção mais rigorosa de todos os escritos, de acordo
mmm)
com uma regra autorizada, para distinguir os livros considerados inspirados dos não inspirados. A autoridade
dos escritos era evidenciada pela inspiração divina contida neles.

21.5 - A mensagem da Bíblia


Apresenta a Deus como o criador e Senhor de tudo (Gn 1.1; SI 95.6; 104.30; Is 40.26; Ef3.9; Ap
10.6). De fato, a bíblia é a revelação real de Deus. É o testemunho do que fez, faz e fará e ao mesmo tempo
é a revelação da verdade de que toda criação está sujeita a Ele e depende Dele. Ele dirige todas as coisas
com o fim de que tudo seja para a sua glória.

21.6 - A Bíblia é a única fonte fidedigna


Que revela a verdade do pecado e o seu caráter maligno. A Bíblia não avalia nem filosofa sobre o
pecado, mas o trata com clareza e o expõe sem qualquer reserva (Rm 1. ] 8-32; 3.23; 5.12).

21.7 - Apresenta um plano de Salvação


As religiões tentam salvar o homem pelos seus próprios méritos, porém a salvação só é possível
através da solução apresentada pela Bíblia. A Salvação foi planejada no céu: foi concebida por Deus Pai,
consumada pelo Filho e oferecida pelo Espírito Santo (Lc 3.6). Só Jesus pode salvar o homem (At 4.12;Lc
19.10). Ele é a propriciação por nossos pecados e pelos pecados da humanidade toda (I Jo 2.2).
nnn)
ooo)

22.1 - A base da autoridade


A Biblia tem autoridade consistente nofato de ser ela a palavra do Deus todo poderoso.
A investigação do caráter da bíblia se constitui num esforço no sentido de se descobrir a verdadeira
base da sua autoridade. As escrituras do Antigo e Novo Testamento formam um cân~\âevido ao fatode que
estão são palavras ou oráculos autorizados. No contexto desta lição e expressã~ut~rizada sugere que a
bíblia em todas as suas partes é a voz de Deus falando ao homem. Sua autoridade é inerente, sendo como é,
nada menos do que um edito imperial: Assim diz o Senhor. '

O mundo moderno que se encontra vacilante entre a influência desmoralizada dos ideais satâ-
nicos e das filosofias do homem sem Deus não aprecia nem respeita a bíblia. Podemos dizer, porém
que até mesmo esse manifesto desrespeito que o mundo tem para com a bíblia se constitui de algum
modo numa prova do caráter sobrenatural desta. Positivamente analisado é uma prova de autoridade
da bíblia.

22.2 - Ela foi inspirada por Deus (11 Tm 3.16)


Declarar das escrituras como elas fazem de si mesmas, que são inspiradas por Deus, é reconhecer a
autoridade suprema que só pertence a Deus e que ela procede diretamente dEle. Isto significa que em seu
caráter plenário, as escrituras são, em sua totalidade, a palavra de Deus. Elas possuem a peculiaridade indis-
cutível de ser nada menos que o decreto real divino: Assim diz o Senhor.

22.3 - Ela foi escrita por homens escolhidos (11 Pd 1.20,21)


Este aspecto da autoridade bíblica está estranhavelmente relacionado com o fato de que a mensa-
gem que esses homens escolhidos receberam e pregaram era inspirada por Deus. A contribuição específi-
ca que isto dá ao estudo da autoridade bíblica é que garante, como temos demonstrado, que a participação
humana na autoridade da bíblia não produz nenhuma imperfeição no valor infinito nem excelência da men-
sagem divina. As escrituras são inerrantes, acima de tudo, porque procedem de Deus. Prova evidente de
que a autoridade da bíblia independe de homens inspirados que as escreveram, consiste do fato de que
mesmo aqueles livros cujos nomes dos autores são ignorados são tão inspirados por Deus quanto os
demais que compõem O cânon divino.

22.4 - Ela foi criada pelos que a receberam (Jo 2.22)


No caso do Antigo Testamento a congregação de Israel, sob a liderança de seus anciãos, reis, profe-
tas e sacerdotes, deu sua aprovação àqueles escritos como sendo divinamente inspirados. No caso do Novo
Testamento, a igreja primitiva deu sua sanção aos escritos aí contidos, completando, assim, o cânon das
escrituras. Sem terem consciência, tanto num caso como no outro, de que estavam sendo usados por Deus
para realizar um objetivo tão importante, aprovaram o cânon da bíblia como algo de singular valor para todos
os homens, em todos os lugares e em todos os tempos.

22.5 - Ela foi autenticada por Jesus Cristo (Lc 24.44)


Os quatro evangelhos contêm nada menos do que trinta e cinco referências diretas do Antigo Testa-
mento citadas por parte do filho de Deus. Estas, como se pode notar, não apenas registram seu testemunho no
tocante ao caráter divino da inspiração plenária das escrituras, mas também, tomadas como um todo, con-
templam o Antigo Testamento e certificam os aspectos plenários de sua perfeição.

Quando Cristo declarou: Eu sou a verdade (10 14.16) Ele estava declarando algo mais
que ser verdadeiro. Ele se declarou como a verdade no sentido em que Ele é o tema central da
palavra Verdade, Ele é o Amém, a Testemunha Fiel e Verdadeira(Ap 1.5; 3.14; Is 55.4). Ele
disse acerca de si mesmo Eu para isso nasci, para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho

daverdade(Jo 1837)
ppp)
22.6 - Os antigos atestaram as escrituras
Os profetas do Antigo Testamento foram divinamente incumbidos de transmitir ao povo os oráculos
de Deus, do mesmo modo também os escritores do Novo Testamento. Quando falava com o apóstolo João,
o anjo disse: eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas (Ap 22.9).
A lei mosaica designou responsabilidades específicas a vários grupos oficiais do Antigo Testamento
com respeito às escrituras.

As escrituras em relação ao povo israelita - À congregação de Israel foi dito: Não acrescentareis
à palavra que vos mando, nem diminuireis dela para que guardes os mandamentos do senhor vosso Deus,
que eu vos mando (Ot 4.2). Está subentendido que o povo não possuía autoridade para questionar o valor da
palavra. nada podendo aumentar ou omitir dela. Cabia-Ihes apenas obedecê-Ia.

As escrituras em relação ao rei - A obrigação do rei em Israel para com as escrituras era como
segue: Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si um translado
desta lei num livro, do que está diante dos sacerdotes levitas. E o terá consigo e nele lerá todos os dias de sua
vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos
para fazê-los (Dt 17.18,19). O rei possuía autoridade governamental para matar ou manter vivo quem ele
quisesse, porém, em relação à palavra de Deus ele tinha o dever de obedecê-Ia. Neste particular, o rei em
nada era superior ao mais humilde dos seus súditos.

As escrituras em relação aosjuizes - Os juizes eram mediadores em assuntos comuns, domésticos,


porém se era trazido perante eles algum assunto mui dificil de resolver, se apelava para o sacerdote, que servia
como corte suprema sobre os juizos. O juiz era instruído da seguinte maneira: Quando alguma coisa te for
dificultosa em juizo ... então te levantarás e subirás ao lugar que escolher o Senhor teu Deus e virás aos
sacerdotes levitas e ao juiz que houver naqueles dias e inquirirás e te anunciarão a palavra que for do juizo. E
farás conforme ao mandado da palavra que te anunciarão do lugar que escolher o Senhor e terás cuidado de
fazer conforme tudo o que te ensinaram (Dt 16.18-20). Eles eram constituídos sobre o povo para exercer o
juizo conforme a lei, conforme a palavra do Senhor.

As escrituras em relação aos levitas - Aos levitas foi conferida a custódia das escrituras. Deste
modo eles foram instruídos a proceder do seguinte modo: Tomai este livro da lei e ponde-o ao lado da arca do
concerto do senhor vosso Deus, para que ali seja testemunha contra ti (Dt 31.26).

A.fl escrituras em relação aos profetas - Ao profeta foi dada a alta responsabilidade de receber e
comunicar a palavra de Deus. A prova entre o verdadeiro e o falso profeta era tanto razoável como natural .
As instruções eram: E, se disseres no teu coração: Como conheceremos a palavra que o Senhor não falou?
Quando o tal profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é palavra
que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta, não tenhas temor dele (Dt 18.21,22).

22.7 - A bíblia é tudo quanto diz ser.


A híhlia é poder eterno. Quanto a isto, diz o salrnista: Para sempre, Senhor, a tua palavra perma-
ó

nece no céu (SI 119.89). Outros escritores da bíblia corroboram esta declaração (ls 40.8; I Pd 1.25). Sendo
a palavra de Deus esta verdade tem sido confirmada através da preservação sobrenatural deste livro singular.

A biblia é poder salvador. Por incorporar o evangelho a bíblia é o poder de Deus para salvação
(Rm 1.16), porém muitos ignoram que o evangelho é dirigido ao homem na forma dum edito. É pregado a
todos para ser crido e obedecido (At 5.32; Rm 2.8; 10.16; II Tm 1.8; Hb 5.9; I Pd 4.17).

A blhlia é poder santificador - A autoridade da bíblia é afirmada edemonstrada pelo seu poder
santificador. O Senhor orou pelos seus discípulos: Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade (10
17.17) A nação de Israel ainda há de ser santificada pela ação da palavra da verdade. O próprio Deus
qqq)
declara: Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor:
Porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração e Eu serei o seu Deus e eles serão o
meu povo (Jr 31.33).

A biblia é poder restaurador - Os capítulos 36 e 37 do livro do profeta Ezequiel resumem a


destruição e restauração de Israel, na sua assolação Israel é assemelhado a um vale de ossos secos. Do que
depende então a sua completa restauração? Depende da ação poderosa da palavra de Deus. Quanto a isto,
registra o profeta: Então me disse: profetiza sobre estes ossos e diz-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do
Senhor. Assim diz o Senhor Jeová a esses ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito e viverei (Ez 37.4,5).

A biblia é poder revelador - Ela testifica e prova a sua autoridade de ser uma revelação dada aos
homens. Como diz o salrnista, a exposição da palavra de Deus dá luz; dá entendimento ao simples (SI
119.130).
Todas as revelações de coisas celestiais e terrenas do tempo e da eternidade, do bem e do mal são derivadas
da palavra de Deus.

Como diz o escritor da epístola aos hebreus, na verdade a palavra de Deus, viva e eficaz, é mais
penetrante do que espada de dois gumes, é apta para revelar o escondido e até mesmo as intenções do
coração do homem.
23.1 - A harmonia e a unidade da bíblia constituem-se numa prova de que a mente de Deus
via tudo e guiava os seus escritores
Para que a bíblia se constituísse num milagre inigualável. Nunca, em qualquer outro lugar e em quais-
quer circunstâncias se juntaram tantos tratados diferentes contendo história, biografia, ética e poesia para
perfazer um livro. É algo semelhante a ossos, músculos e ligamentos que se combinam na forma do co rpo
humano. Quanto à sua harmonia e unidade a bíblia não tem nenhum paralelo com a literatura humana, visto
que todas as condições, humanamente falando, não apenas são desfavoráveis mas fatais a tal combinação.

23.2 - Pormenores da harmonia da Bíblia


A existência da bíblia até os nossos dias só pode ser explicada como um milagre. São 66 livros
escritos por cerca de 40 homens, num período de mais ou menos 16 séculos que transformou-se numa
mensagem una e harmônica.

Os escritores - Os escritores da bíblia foram homens de praticamente todas as atividades da vida


humana então conhecida, razão porque encontramos os mais variados estilos na sua escrita. Moisés foi prín-
cipe e legislador. Josué foi um grande soldado. Davi e Salomão foram reis e poetas. Isaías, estadista e profeta.
Daniel, ministro de estado. Pedro, Tiago e João, pescadores. Zacarias e Jeremias, sacerdotes e profetas.
Amós agricultor e vaqueiro. Paulo, teólogo e erudito e assim por diante.

Apesar de toda esta variedade de formação e ocupação profissional dos escritores da bíblia, exami-
nados os seus escritos, é possível notar como os mesmos se completam, tratando de um só assunto. O que
eles escrevem não se constitue em muitos livros, pelo contrário, são partículas que somadas formam um só
livro, poderoso e coerente.

233 - As condições
O estudante da bíblia cedo descobrirá que não houve uniformidade de condições nas composições
do texto sagrado. Note por exemplo: Moisés escreveu os seus livros nas solitárias pastagens do deserto.
Jeremias nas trevas e imundícies de uma masmorra. Davi, nas campinas e elevações dos campos. Paulo
escreveu suas epístolas ora em prisões, ora em viagens. João escreveu Apocalipse exilado na ilha de Patmos

Não obstante tantas e diferentes condições em que os livros da bíblia foram escritos, juntos eles são
duma uniformidade incrível. O pensamento de Deus e não propriamente de seus escritores corre uniforme e
progressivamente através dela, como um rio que brotando de sua nascente, assemelha-se a um tênue fio
d' água que vai se avolumando até tornar-se num caudaloso Amazonas de Deus. Esta harmonia e perfeição é
uma característica exclusiva do livro de Deus.

23.4 - As circunstâncias
Foram as mais variadas as circunstâncias às quais estavam sujeitos os escritores da bíblia quando
escreveram os seus respectivos livros. Davi, por exemplo, escreveu parte dos seus escritos no calor das
batalhas, enquanto que Salomão escreveu na paz e conforto de seus palácios. Alguns dos profetas escreveu
seu livros em meio às mais profundas tristezas, ao passo que Josué escreveu o seu livro em meio à alegria da
conquista de Canaã. Apesar dessa pluralidade de condições a Bíblia apresenta um sistema de doutrina unifor-
me, uma só mensagem de amor, um só meio de salvação. Do Gêneses ao Apocalipse, é assim a Bíblial

23.5 - O porque da harmonia e unidade da Bíblia


Se a bíblia fosse um livro resultante de esforços meramente humanos, certamente que sua composição
seria algo extremamente confuso e inevitável, seria uma verdadeira BabeI.

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Confusão do homem e harmonia de Deus - Imaginemos quarenta dos melhores escritores da
atualidade, providos de todos os recursos necessários, isolados uns dos outros, em situações diferentes, cada
um com a missão de escrever partes de uma obra que somadas deveriam formar um todo. Se no final fossem
reunidas todas as partes dessa obra, jamais teríamos um conjunto uniforme, na verdade teríamos algo seme-
lhante a uma colcha de retalhos, seria uma verdadeira miscelânea.

Pois bem, imagine isto acontecendo nos antigos tempos em que a bíblia foi escrita. A confusão seria
muito maior. Numa época em que os meios de comunicação em nada se assemelhavam aos de nossos dias,
nada a não ser a mente de Deus assegurou o sucesso e a harmonia da Bíblia.

23.6 - A perfeição da harmonia da Bíblia


Qualquer falta encontrada na bíblia será de pura responsabilidade humana, como tradução mal feita,
grafia inexata, interpretação forçada, má compreensão de quem estuda, falsa aplicação dos sentidos dos
textos, etc., portanto, quando encontrarmos na bíblia um texto aparentemente contraditório com o resto dela ,
não nos apressemos por concluir ser isso um erro da bíblia, tenhamos a capacidade de refletir e a humildade
de confessar como Agostinho que disse: Num caso desse, deve haver erro de copista, tradução mal feita do
original, ou então sou eu mesmo que não consigo entender ...

A perfeita harmonia da bíblia é para a mente humilde e sincera uma prova incontestável da origem
divina da mesma. É uma prova insofismável de que uma única mente via tudo e guiava os seus escritores.

23.7- A catedral da revelação divina


Grandes catedrais como as de Milão na Itália e Colônia, na Alemanha, precisaram de séculos para
serem edificadas. Centenas de milhares de trabalhadores foram empregados na sua construção. Certamente
ninguém necessita ser informado de que por trás do trabalho desses edificadores houve um arquiteto que
construiu mentalmente esses templos, antes de serem lançados os seus fundamentos. Alguém que antes de
tudo traçou os planos e forneceu até mesmo especificações minuciosas, de modo que sua estrutura deve sua
simetria inigualável não aos trabalhadores braçais que fizeram o trabalho bruto, mas àquele único arquiteto, o
cérebro da construção que planejou a catedral e sua totalidade.

A Bíblia é uma majestosa catedral. Muitos edificadores humanos, cada um por sua vez, contribuiu
para a sua estrutura. Mas quem foi o arquiteto? Que mente una foi aquela que planejou e enxergou o edificio
pronto e acabado? Sem dúvida, a mente do Deus que é desde o princípio (Gn 1.1).
sss)

24.1 - A igreja como povo de Deus na terra


Tem a constituição divinamente inspirada que rege o seu destino - a Bíblia, pois toda a escritu-
ra divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir emjus-
tiça (U Tm 3.16).

A Bíblia não foi inventada pelos seus escritores, da mesma forma que a igreja não nasceu da cabeça
de qualquer teólogo. A Bíblia é a palavra de Deus. Ela apresenta a igreja como parte de um propósito divino
antes da fundação do mundo (Ef Lzl), portanto a Bíblia e a igreja não são incompatíveis, pelo contrário, a
igreja depende da Bíblia pois esta é a constituição máxima que a rege neste mundo. A palavra de Deus rege
a igreja como entidade local.

24.2 - A Bíblia define a origem da igreja


A doutrina acerca da igreja está em toda a Bíblia e a sua instituição não foi por acaso. À luz da
revelação bíblica entendemos que Deus não foi apanhado de surpresa quando Adão pecou. Havia um plano
pré-estabelecido mediante o qual o homem seria restaurado e reconciliado com Deus (Ef2.16; II Co 5.18.19;
Cll.20). Esse plano começou a ser agilizado logo após o homem receber a pena pelo seu pecado (Gn 3.15),
tendo a sua consumação pela cruz de Cristo (Ef2.13-16), porém há um ponto chave que revela o plano
divino de formar um povo especial através da chamada de Abraão. Com Abraão Deus formaria a sua igreja
do Velho Testamento (Gn 12.1-3) e lançaria as bases para a igreja neotestamentária. O eterno propósito de
Deus foi revelado em Jesus Cristo (Ef3 .11).

A igreja no Velho Testamento - A palavra igreja aparece no Velho Testamento na forma hebraica
Edhah, derivada de Yaadh, cujo sentido é o de designar ou encontrar-se em lugar designado, porém há uma
outra palavra hebraica relativa a igreja que é qahal que significa mais objetivamente uma reunião onde se
encontra todo o povo. Dessas duas palavras hebraicas tem-se no grego a palavra relativa que é eclésia (Ex
12.6; Nm 14.5; Jr 26.17) No Velho Testamento o vocábulo igreja tem o sentido de reunião do povo,
ajuntamento, assembléia, congregação.

24.3 - A igreja no Novo Testamento


A palavra eclésia no grego, a língua do NT, é a que melhor representa e traduz o sentido de igreja. É
uma palavra que deriva de outras duas palavras gregas: Ek em kaleo que dá o sentido de convocar, chamar,
reunir. A preposição ek em eklésia se interpreta com o sentido de chamar para fora, ser tirado do meio da
massa do povo, ou tirados para formar fora outro povo. Não é difícil compreender o pensamento de Deus ao
inspirar esse nome ao seu povo especial, zeloso de boas obras. Se no Velho Testamento a igreja estava latente
em Israel, no Novo Testamento ela é a revelação do ministério da piedade. O povo de Deus no Novo
Testamento é a igreja que Jesus Cristo tirou do meio do mundo e chamou para Si mesmo, para a Sua
comunhão (Rm 8.28,30; 9,25; I Ts2.12; I Pe 1.15; 2.9) (S. Histórico).

24.4 - Como a Bíblia trata a igreja


Vejamos a maneira de Deus ver e defínir a igreja na terra.

A igreja como a comunidade local- Essa designação refere-se mais ao local e à congregação de
pessoas que se reúnem para cultuar a Deus em nome de Jesus Cristo (At 5.11; 11.26; I Co 11.18; 14.19,28,35).
A igreja do primeiro século da era cristã não possuía nem construía templos para as suas reuniões. Essas eram
realizadas nas casas ou ao ar livre, portanto a expressão igreja local tem um sentido físico, pois refere-se a
qualquer igreja legal e regularmente instalada em qualquer lugar.
ttt)
A igreja é a congregação de pessoas que foram chamadas para reunir-se pela palavra de
Deus - Não significa meramente a reunião de pessoas, mas a congregação chamada para reunir -se. A Bíblia
declara que Deus nos chamou à comunhão de Seu filho (I Co 1.9). Chamou-nos, de fato, para sermos de
Cristo Jesus, isto é, pertencermos a Ele (Rm 1.6). Não se trata de um simples chamado, mas a igreja é a
congregação dos santos que vivem uma vida separada da prática do pecado. Para fazer parte dessa santa
congregação é preciso receber uma santa vocação (lI Tm 1.9).

24.5 - Designações figuradas que a Bíblia dá à igreja


Essas designações figuradas ilustram a igreja de modo a acentuar aspectos particulares que só a igreja
de Jesus Cristo tem. Vejamos como a Bíblia nos apresenta a igreja:

A igreja como corpo de Cristo (Ef 1.22,23; CI1.18; I Co 12,27). Cristo se revela através do seu
corpo místico na terra, que é a igreja. Ele é a cabeça do corpo (Ef 5 .23). Essa figura do corpo destaca a
relação espiritual que existe entre Cristo e o crente e a relação entre um membro e outro no mesmo corpo.
Três qualidades do corpo podem representar a igreja. A primeira qualidade ou característica é a Unidade dos
membros do corpo. Todos eles, mesmo que distintos uns dos outros obedecem a uma só cabeça. A segunda
qualidade é a Diversidade dos membros do mesmo corpo (I Co 12.14). Cada qual tem o seu valor e função.
A igreja é um corpo em que todos os membros podem e devem funcionar. A terceira qualidade é a Mutualidade
(I Co 1220-26). Essa qualidade torna possível o trabalho em comum. Implica em compartilhar do mesmo
pão, das mesmas alegrias e tristezas, das mesmas derrotas e conquistas. Significa que cada membro conhece
as suas limitações e potencialidades e trabalha para o bem estar de todo o corpo e para a glória da cabeça,
que é Cristo (SD)

A igreja como edifício de Deus (I Co 3. 9) - Deus é o edificador pelo Espírito Santo. Os crentes são
as pedras vivas edificadas umas sobre as outras e ligadas pela palavra de Deus (I Pe 2.5). Jesus é a pedra
angular, a pedra principal (I Pe 2.4,6; Is 28.16; Rm 9.33). Os apóstolos e profetas formam parte do funda-
mento, juntamente com Cristo na edificação desse grande e majestoso edificio (Ef2.20,22).

A igreja como o templo de Deus vivo (I Co 3.16) - Num certo sentido a palavra templo está
implícita na palavra edificio de I Co 3.9, entretanto, o destaque especial para a palavra templo é a adoração
e o lugar no qual Deus se manifesta. No sentido individual, cada crente em Cristo é o templo do Espírito Santo
(l Co 6. 19,20). No sentido corporativo, tanto a igreja local como a Igreja Universal são o templo de Deus.

A igreja como um rebanho de ovelhas (.10 1 ().16) - Se a igreja é o rebanho, Jesus é o grande e
maravilhoso pastor (10 10. 11,14; Hb 13 .20; I Pe 2.25). Somos ovelhas do seu pasto (SI 95.7; 100.3). A
ternura e a fragilidade das ovelhas são características da igreja, porém o bom pastor dá a sua vida pelas
ovelhas (10 10.11).

24.6 - A Bíblia revela o caráter da igreja (Ef3.8-11)

A igreja é militante e triunfante - A diferença entre a igreja militante e a triunfante é que a militante
está na terra, dinâmica, ativa. É a igreja chamada não apenas para congregar com os santos, mas eleita e
congregada para fazer parte de um exército de Deus na terra. Paulo instou com Timóteo a que militasse a boa
milícia, a milícia do reino de Deus que é a defesa da igreja de Cristo na terra (1 Tm 1.18; 6.12).

A igreja é visível e invisivel- Diz a Bíblia: Nele foram criadas todas as coisas, visíveis e invisíveis
(CI 1.16). Está incluída entre as coisas visíveis e invisíveis a igreja. A expressão igreja visível refere-se à igreja
enquanto na terra, à comunidade palpável de pessoas que se reúnem num determinado local. Já a expressão

-. igreja invisível retere-se a congregação constituída pelos mortos em Cristo, isto é, aqueles que pela fé viveram
e esperaram em Cristo (Hb 1223). Concluímos que todos os crentes de Adão até a consumação dos séculos
são parte da igreja universal e invisível.
uuu)
A igreja é una - A unidade da igreja não é uma doutrina fora da Bíblia. A unidade da igreja não
está em sua organização eclesiástica mundial centralizada em algum lugar. A unidade da igreja foi ensinada
por Jesus, o fundamento da igreja (10 17.21). Essa unidade não aparece no caráter exterior da igreja, mas
no caráter interior e espiritual. É a unidade do corpo místico de Cristo, do qual todos os membros fiéis
fazem parte (I Co 12.12-31). Essa unidade implica na participação da mesma fé, do mesmo amor e
comunhão (Ef 4.4-6).

A igreja é santa - A igreja é santa porque se refere a todos quantos têm aceito a Jesus como
salvador Trata-se de um estado espiritual do qual participam todos os crentes, fortes e fracos, espirituais e
carnais, mas todos são chamados santos. Paulo trata aos crentes romanos, corintios, efésios e outros como
santos (Rm 1. 7; I Co 1.2; 11 Co 1.1; Ef 1.1; Fp 1.1; CI 1.2).

24.7 - A Bíblia é a constituição espiritual da igreja


Nenhum órgão tem poder sobre a igreja pois ela é propriedade exclusiva de Deus (I Pe 2.9,10)
resgatada com o precioso sangue de Jesus (At 20.28). Vejamos três fatos que caracterizam a verdadeira
igreja com os seus discípulos (Mt 28.19,20; Me 16.15,16; At 1.8) A mensagem do evangelho deveria ser
pregada em todo o tempo e fora do tempo (Il Tm 4.2) pois os discípulos deveriam crer na eficácia do
evangelho para libertar, curar e salvar (Rm 1. 16).

A administração das ordenanças de Jesus - Essas ordenanças não são simples conceitos eclesiás-
ticos, mas possuem conteúdo próprio na palavra de Deus. São ordenanças que constituem a vida espiritual e
foram instituídas como sinais característicos da verdadeira igreja. Essas ordenanças são: o b~tisrro, Qor imersão
nas águas (Mt 28.19; Me 16.15,16) e ~ santa ceia que r@resenta a comunhão do corpo de Cristo - a igreja
(At 2.42; Lc 22.14-20; I Co 11.23-30). Essas ordenanças devem ser cumpridas para que se estabeleça o
compromisso individual de cada crente com o corpo de Cristo.

Ofiel exercício da disciplina - Existem falsos conceitos de disciplina no seio de muitas igrejas,
cheias de autoritarismo e carrancismo que mais contribuem para a estagnação da igreja do que para a corre-
ção e crescimento. A disciplina na igreja local não pode ser baseada na cabeça e no julgamento particular de
quem quer que seja. A disciplina cristã é regrada e orientada pela palavra de Deus. O objetivo da disciplina é
a manutenção da pureza da doutrina, e para tal, a palavra de Deus é o manual de disciplina do cristão (Mt
18.18; I Co 5.1-5; 14.33,40).
v)

25.1 - A fidelidade de Deus determina a infalibilidade da sua palavra e o cumprimento da profecia


Que é que vês? Vejo uma vara de amendoeira I E disse-me o Senhor: viste bem, porque eu velo sobre
a minha palavra para a cumprir (Jr 1.11,12). O piedoso estudo da Bíblia conduz o estudante, invariavelmente
à inevitável conclusão de que a escritura sagrada é duma precisão profética inigualáveI. Deste modo, a Bíblia
é um livro inspirador, não apenas por aquilo que ela diz quanto ao passado e ao presente, mais do que isto, a
Bíblia fascina pela exatidão do cumprimento das suas promessas e profecias.

25.2 - A histôria judaica é a história da fidelidade de Deus, da sua palavra


A continuação da existência dos judeus como povo separado prova que as profecias a eles
concernentes, foram, verdadeiramente dadas por Deus. Se lermos as escrituras em confronto com a história
secular dos judeus, descobriremos que a profecia e a história se adaptam uma à outra como uma luva se
adapta à mão. Note a fidelidade do cumprimento da palavra de Deus decorrente das promessas feitas ao
longo da história judaica narrada no Antigo Testamento.

25.3 - Chamada e promessa a Abraão (Cn 12.1-4)


Tendo atendido o chamado divino, Abraão recebeu a promessa de que teria engrandecido o seu
nome e que seria constituído por pai de uma grande nação (Gn 12.2). Deus prometeu-lhe mais, que seus
descendentes seriam levados para o Egito, onde seriam escravos e afligidos por quatrocentos anos, mas que,
no devido tempo, os opressores seriam julgados e que Israel dali sairia com grande riqueza (Gn 15.13,14).
Todas estas palavras do Senhor se cumpriram de forma completa e disto dão prova as seguintes referências
bíblicas (Gn 21.1,2; 46.1-27; Ex 12.29-36,51).

25.4 - Cativeiro babilônico (Is 39.6,7)


Havendo pecado contra Deus os filhos de Judá foram levados cativos para a Babilônia, Esse fato
havia vaticinado pelo profeta Isaías séculos antes (ls 6.12, 12; 11.12). Muito antes que a Babilônia se tornasse
na potência que era quando do cativeiro, coube ao profeta Jeremias determinar setenta anos como tempo de
duração deste cativeiro (Jr 25.11,12). Setenta anos depois, ou seja, no ano 538 a.C. Ciro, rei dos persas,
publicou um decreto autorizando osjudeus a voltarem à terra de seus pais e reconstruir o templo (Ed 1.1-4).

25.5 - Cerco e destruição de Jerusalém (Mt 23.37-39)


A obstinação e pecaminosidade dos habitantes de Jerusalém e principalmente a sua rejeição de Cristo
como o Messias enviado de Deus, selaram a sorte dessa opulenta cidade. Particularmente a seus discípulos
disse Jesus que quando o juizo divino fosse derramado sobre Jerusalém, nem mesmo o templo, maior símbolo
de glória da cidade seria poupado. Como disse Jesus textualmente, no templo não ficaria pedra sobre pedra
que não fosse derribada (Mt 24.1 ,2). Essa profecia se cumpriu com incrível precisão no ano 70 da nossa era.

25.6 - A restauração nacional de Israel (Ex 36.16-38)


Quando a visão dando conta da restauração de Israel foi comunicada a Ezequiel, este povo jazia no
cativeiro. Da perspectiva humana seria simplesmente impossível que o povo judeu pudesse ressuscitar do
caos e vir a ser o que hoje é.

25.7 - Profecias messiânicas


'. Tem sido calculado por estudiosos que mais de trezentos detalhes proféticos foram cumpridos em
Cristo. Aqueles que ainda não foram cumpridos se referem à sua segunda vinda e ao seu reino, ainda futuros.
Poderia essa profusão de profecias messiânicas ter cumprimento numa única pessoa se não viesse de Deus?

Deste modo são vedadeiras as palavras de Pedro, segundo as quais a profecia nunca foi produzida por
vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo (Il Pe 1.21).
www)
Dentre as profecias fielmente cumpridas na pessoa de Jesus Cristo, o Messias de Deus, destacam-se
as seguintes:

Relacionadas com o seu nascimento (Gn 3.15) - Esta promessa divina identifica Cristo, o Messias
vindouro, como sendo a semente da mulher. Deste modo a Bíblia diz, claramente, que Ele nasceria duma
virgem (ls 7.14), nasceria em Belém de Judá (Mq 5.2) e seria da linhagem de Davi (I Cr 17.11-15). Estas
profecias se cumpriram de acordo com as seguintes referências bíblicas: Lc 1.30-35; Mt 2.4-6; 22.41-42.

Relacionadas com o seu ministério - Moisés fez menção do ministério profético do Messias ao
registrar a seguinte promessa a Jeová: Eis lhe suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu; e porei
as minhas palavras na sua boca e ele Ihes falará tudo o que eu ordenar. E será que qualquer que não ouvir as
minhas palavras que ele falar em meu nome eu o requererei-deletfn 18.18,19). Já Isaías vaticinou que o
Espírito Santo encheria plenamente o Messias (Is 42.1) e fala ainda do seu miraculoso ministério de cura (Is
35.4-6). Todas estas profecias se cumpriram integralmente, conforme as seguintes referências: J o 5.45-47;
Lc 3.21,22; 4.17-21; Mt 11.2-6.

Relacionadas com o seu sofrimento, morte e ressurreição - A Bíblia vaticina que Jesus seria
traído por um de seus amigos (SI 41.9) e vendido por trinta moedas de prata (Zc 11.12), passaria por atrozes
sofrimentos (Is 52.13-15; 53), seria desamparado por seu pai no seu maior momento de dor (SI22.1 ,6-
8,14-11 ), seria oferecido como um cordeiro para o sacrificio (SI 40.6-8; Is 53.7,8), seria sepultado com os
ímpios e com o rico (Is 53.9), seria ressuscitado dos mortos (SI 16.9,] O). Todas essas profecias se cumpri-
ram com uma precisão impressionante, para ver isto leia as seguintes passagens: Jo 13.18,21,26; Mt 26.14,15;
2712-14,46,57-60; Jo 19.1-3,23,24,29; Mt 28.1-7; At 2.25-32.

Nos dias hodiernos onde o pecado se multiplica e o amor se torna escasso entre os homens, a maneira
mais segura de termos esperança é a compreensão das promessas divinas feitas no passado. Como já vimos
muitas delas já foram cumpridas durante a vida do Messias e no decorrer da história do povo judeu.

Essa incrivel marca de cem por cento de precisão no passado é uma inquestionáveI garantia de que as
demais promessas se cumprirão no futuro.
xxx)

26.1 - Deus é infalível e só Ele pode construir uma obra como a Bíblia
O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar (Mt 24.35).
A palavra de Deus é infalível. A sua infalibilidade tem sido alvo de contradição da parte dos racionalistas que
defendem a idéia da inspiração parcial da Bíblia e negam a sua inspiração plena, entretanto neste capítulo
vamos estudar alguns argumentos que provam a infalibilidade da palavra de Deus.

26.2 - A origem sobrenatural da Bíblia


Em II Tm. 3.16 o apóstolo Paulo declara: Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa ... Para
entendermos a origem sobrenatural da Bíblia devemos considerar três aspectos dessa origem que fortalecem
a infalibilidade da palavra de Deus. São elas: Revelação, Inspiração e Autoridade da Bíblia.

Há uma relação entre Revelação, Inspiração e Autoridade que toma a Bíblia um livro singular, o livro
dos livros. A Bíblia não teria autoridade senão pelas revelações e inspirações divinas.

A revelação divina na Bíblia - A palavra revelação significa tornar conhecido, mostrar. No latim o
termo revelare significa por para trás o véu para que se veja. Segundo Thayer o significado bíblico de revela-
ção é descobrir, despir, significa tomar a verdade conhecida.

Jesus declarou que Deus é Espírito (10 4.24); por isso entendemos que é impossível ao homem, por
seus próprios meios, conhecer a Deus, visto que Ele é imperceptível aos sentidos naturais. Pode o homem
finito conhecer o infinito, o mortal conhecer o imortal, o limitado conhecer o ilimitado, sem que haja uma
revelação? Não I Precisamos de revelação de Deus. E Ele se revela aos homens. Só Ele, o próprio Deus pode
tomar a iniciativa de se revelar a si mesmo através de manifestações capazes de alcançar a percepção humana.

Vejamos três modos pelos quais Deus tem se revelado ao homem:

A revelação natural- É feita mediante o fato da criação. É impossível negar a existência de Deus
diante da beleza da criação (SI196), porém essa revelação toma-se insuficiente por causa da incredulidade
do homem Daí a necessidade de uma revelação mais objetiva. Em Atos 14.17 temos a prova de que Ele deu
essa revelação de si mesmo através de um modo mais explícito, a escrita.

A revelação escrita - A Bíblia é a revelação escrita de Deus ao homem. Toda a sua vontade está
expressa na Bíblia, a sua Palavra. A revelação escrita não anulou a revelação natural de Deus, mas a tornou
ainda mais viva e real, propiciando ao homem uma revelação, como o Deus todo poderoso.

A revelação pessoal (105.39; Lc 24.25-27; Mt 5.17-18; Jo 1.18). A revelação escrita seria incom-
pleta se a profecia que trata da revelação pessoal de Deus não tivesse o seu cumprimento. Todas as profecias
do Antigo Testamento anunciavam uma revelação pessoal de Deus, a qual foi feita através de Jesus Cristo.

26.3 - A inspiração da Bíblia


É preciso não confundir revelação. com inspiração. A revelação é ato divino pelo qual Deus se torna
conhecido pelos homens. A inspiração diz respeito ao modo como os homens receberam a revelação e a
transmitiram. No grego, a palavra inspiração é Theopneutos, que significa sopro ou o que é soprado ou
inspirado por Deus. É com este sentido que Paulo declara: Toda a escritura divinamente inspirada ... (lI Tm
3.16) Entendemos que o Espírito Santo inspirou os escritores, capacitando-os a registrarem de modo corre-
to a revelação recebida de Deus. De fato, inspiração refere-se ao ato de receber e transmitir, relatando com
suas próprias palavras a verdade de Deus.

26.4 - A autoridade da Bíblia


A partir da declaração de que a revelação e a inspiração da Bíblia vem de Deus e a t oma infalível, a
questão
yyy)
da autoridade serve tão somente para reforçar essa declaração, entretanto, o que destaca esse ponto de nossa lição
é o fato da inerrância da Bíblia. Existem provas extra bíblicas que dão autoridade à Bíblia nos campos da arqueo-
logia, da antropologia e da história, porém a prova incontestável da autoridade da Bíblia está na própria Bíblia.

26.5 - A inerrância da Bíblia


A Bíblia é infalível. Ela não contém erros. Ela é a palavra da verdade. No hebraico encontramos
duas palavras traduzidas por verdade que são Emunah e Emeth, cujo sentido é firmeza, estabilidade, certeza.
A certeza da inerrância da Bíblia está no fato de que a verdade, no sentido estrito, só é revelada de modo
explícito nela. Nenhum livro no mundo fala da verdade do mesmo modo que a Bíblia. O Deus da verdade é
revelado na Bíblia (10 17.17; I Rs 17.24; SI 119.142,151; Pv 22.21).

A autoridade humana e divina da Bíblia - Indiscutivelmente a Bíblia tem dupla autoridade. No


lado divino, as escrituras são a palavra infalível de Deus, pois elas se originam em Deus e são a expressão de
sua mente. No lado humano, Deus escolheu alguns homens para receberem a sua palavra e apresentá-Ia na
forma escrita. A inerrância da Bíblia está no fato de que ela procede diretamente de Deus. A infalibilidade e
autoridade da Bíblia não tem qualquer mérito do talento humano mas Deus usou a inteligência humana para
que a sua palavra fosse transmitida por escrito, ao homem.

A transmissão dos textos originais - É possível encontrar falhas nas cópias feitas do original das
escrituras. Os textos originais são chamados manuscrito original ou manuscritos originais e são isentos de todo e
qualquer erro, porque foram inspirados por Deus. Ele nunca poderia ter inspirado um autor humano a escrever
algo errado ou falso, entretanto, é possível encontrar-se falhas de transmissão dos copistas do texto original .
Alguns erros de pena, ou dificuldade de tradução de vocábulos são encontrados em nossas traduções, porém
são falhas banais que não ferem a integridade da inspiração nem modificam a verdade revelada. A exatidão da
palavra de Deus é constatada na experiência do crente e no cumprimento das profecias através dos tempos.

26.6 - O cumprimento das profecias


Como dissemos, as profecias bíblicas são uma prova incontestável da veracidade e da infalibilidade
da Bíblia. O Velho Testamento está repleto de profecias referentes aos judeus, às nações vizinhas eao Mes-
sias que havia de vir. No Novo Testamento encontramos o cumprimento da maioria das profecias do Antigo
Testamento. Mui especialmente em relação a Cristo, encontramos muitas profecias cumpridas. Outras ainda
estão para se cumprir. O nascimento do Messias, o Emanuel (ls 7.14 e Mt 1.23), a fuga para o Egito (Os 11.1
e Mt 2.15), a correlação entre o cordeiro sacrificial e Jesus, entre o manáe Jesus, entre a serpente de bronze
e Jesus (Jo 1.29; 6.22; 3.14), Jesus, o varão de dores (ls 53.9; At 8.32; I Pd 2.4), as vestes repartidas (SI
22.19 e Jo 19.26), os ossos do Messias não seriam quebrados (SI34.21 e Jo 19.36). Jesus alegou o cumpri-
mento da profecia de lsaías 61.1,2 dizendo: hoje se cumpriu esta profecia que acabais de ouvir (Lc 4.21).
Paulo citou a profecia do Salmo 2 como cumprida em Jesus (At 13.32,33). Poderíamos citar centenas de
outras profecias que tiveram o seu cumprimento no Novo Testamento que confirmam a infalibilidade das
escrituras e sua inspiração divina.

26.7- O testemunho da ciência


A ciência é definida como um conjunto de leis e princípios obtidos através de observações e repetidas
experimentações. Ela não baseia seus argumentos em hipóteses, teorias ou idéias não confirmadas. Os gran-
des cientistas, Prouste e Lavoisier afirmaram certa feita que na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se
transforma. Essa declaração fortalece o fato de que por trás de toda a criação está a ação da mente superior
e criadora do Deus da Bíblia. O relato bíblico sobre a criação está em Gêneses 1, recebe o apoio da ciênc ia
pois a despeito da tentativa de alguns em desmenti-Ia, ninguém e nada tem conseguido apresentar alguma
teoria superior ao relato bíblico. A Bíblia declara em Isaías que a terra é redonda (ls 40.22) e que o nosso
planeta está suspenso sobre o vazio no ar (Jó 26.7) e a ciência concorda com estas declarações . A Bíblia, de
modo singular afirma que o universo foi criado do nada pelo poder de Deus (Gn 1.1). As leis do universo
refletem a vontade e a sabedoria de Deus, pois tudo quanto foi criado obedece ao criador eterno (M 8.27).
zzz)

27.1 - A vida cristã só tem sentido mediante a observância da palavra de Deus


Lâmpada para os meus pés éa tua palavra, e luz para o meu caminho (SII19.1 05; Dt 6.1-9; II Pd
1.19). A maturidade espiritual de um crente está no grau de expressão de sua fé, da sua esperança e do amor
que está em seu coração. Na igreja primitiva o cânon do Novo Testamento ainda não estava formado,
entretanto a orientação básica da igreja emergente eram os escritos do Antigo Testamento e os ensinos
verbais de Jesus transmitidos pelos apóstolos. Desde o princípio, houve o cuidado de fazer da palavra de
Deus o guia da vida da igreja e dos crentes em particular Lucas escreveu que os cre ntes primitivos perseve-
raram na doutrina dos apóstolos (At 2.42). A palavra de Deus, portanto, foi a base da fé cristã ensinada e
vivida por aqueles crentes.

27.2 - O guia de nossa vida individual


A Bíblia se constitui no manual individual de vida dos que temem a Deus. Ela é indispensável à vida do
crente e deve ser lida, meditada e examinada (Js 1.8; Jó 5.27; SI 119.15,48,78,99,148; I Tm 4.15). O
salmista diz que a palavra de Deus é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho (SI 119 .105). Em
todas as situações da nossa vida a Bíblia orienta com eficácia as nossas decisões e motivações.

27.3 - Nossa vida física (Gn 1.26,27)


A Bíblia é o guia, o manual de orientação do homem para a sua vida. Por isto, Deus o constituiu
mordomo da vida. O homem é importante por causa do elemento espiritual que o compõe, representado pela
alma e espírito. Deus nos fez mordomo, isto é, administradores de nossa vida fisica e por isso devemos
administrá-Ia com responsabilidade e amor, sabendo que teremos de dar conta a Deus de nossa mordomia (1
Co 62-20) O criador estabeleceu leis naturais para a saúde da vida fisica, as quais devem ser obedecidas
para que haja funcionamento normal de todos os membros do corpo (I Jo 3.4).

Nossa vida intelectual- O intelecto é um dos elementos principais da manifestação da alma huma-
na. É uma faculdade que habilita o indivíduo a pensar, raciocinar, decidir, julgar e conhecer (Gn 1.28; 2.19,20).
É a psique do ser humano. O intelecto se manifesta com três ingredientes que são: a imaginação, a memória e
a razão. Com a imaginação o homem é capacitado a idealizar e projetar A memória capacita o homem a
guardar em seu cérebro os fatos passados e presentes e com isto ele pode reter os conhecimentos adquiridos.
A razão faculta o homem a pensar, julgar e compreender as relação entre coisas, distinguir entre o verdadeiro
e o falso, entre o bem e o mal. Nossa vida intelectual precisa ser pulverizada diariamente com a palavra de
Deus para livrá-Ia da futilidade e da vaidade. O apóstolo Paulo alertou a igreja de éfeso acerca daqueles que
andam na vaidade de seu sentido (Ef 4.17). Os tais andam por sua própria mente, seguem seus fúteis e carnais
pensamentos, resultando em vaidade e derrota. A mente, para os intelectuais modernos é a rainha do corpo
humano, porém sob o controle do pecado ela conduz o corpo a escravidão e à desonra. A Bíblia apresenta
o Espírito Santo para controlar a mente do crente (GI5.16) e levá-Ia a aceitar o padrão bíblico para manuten-
ção e proteção da vida intelectual (F 4.8,9).

Nossa vida sentimental- Toda a Bíblia está repleta de experiências na esfera sentimental. Ela não
só orienta nossa vida sentimental como revela o modo pelo qual os sentimentos são manifestos, na vida
humana. Os sentimentos se manifestam como atributos da alma. É uma qualidade moral da imagem e seme-
lhança de Deus, dotada pelo criador (Gn 1.28). O coração é a figura que melhor ilustra a parte emotiva do ser
humano. As grandes emoções são sentidas pelo homem através da alegria, tristeza, amor e ódio. Essas
emoções afetam de um modo especial o coração, daí o fato de atribuir ao coração nossos sentimentos.
Nossas emoções devem ser cultívadas de modo a ter o controle do Espírito Santo que manifesta nessa esfera
o fruto do espírito (GI 5.22). Devemos cuidar da área dos nossos sentimentos, tendo a Bíblia como guia
infalível de libertação e retenção dos mesmos. Perder a sensibilidade do coração significa perder a sensibili-
dade espiritual e ficar exposto à sentimentos pervertidos (Ef 4.19) A Bíblia orienta o modo de manifestar os
nossos sentimentos em relação a nós mesmos, aos nossos familiares e às demais pessoas.

27,4 - O guia da nossa vida social


A relação da Bíblia com a vida cotidiana é fato marcante. Ela se constitui no manual para orientação
em todas as áreas da vida.

No lar - Foi Deus quem criou e estabeleceu o primeiro lar, a primeira família (Gn 2.21-23). A
formação de um lar inicia-se com o casamento e este implica numa relação social entre duas pessoas do sexo
oposto. Deste ato resulta o lar que é a mais antiga instituição conhecida da raça humana, portanto o casamen-
to não é meramente o contrato civil entre duas pessoas, mas uma criação de Deus, para o mais elevado
propósito estabelecido - a perpetuação e multiplicação da espécie humana (Gn 1.28). O homem e a mulher
são distintos fisicamente para propiciar o relacionamento social entre si e com Deus, em termos de responsa-
bilidade, vontade e sentimento Deus estabeleceu o casamento e o lar para que seu nome seja conhecido em
toda a terra. O padrão divino está na Bíblia, nela o casamento é apresentado em termos de autoridade e
responsabilidade para a família cristã (Ef5.22).

27.5 - No mundo secular


A nossa vida social em relação ao mundo secular diz respeito ao relacionamento que o cristão deve
ter com os não crentes, aqueles que estão subjugados ao sistema desse mundo. A palavra mundo no grego é
Kosmos que significa: ordem das coisas, sistema de g<;werno Na linguagem bíblica o sentido da palavra
mundo retere-se ao sistema de vida regi da por Satanás. E um sistema espiritual imposto por Satanás que tem
sob domínio todas as pessoas que não servem a Deus e não receberam a graça de Deus, por Jesus Cristo. O
crente está neste mundo fisico mas não pertence ao mundo espiritual regido pelo diabo (10 17.16; I Jo 5.19).
No mundo secular. como crentes, temos relações sociais que envolvem nossos vizinhos, colegas de trabalho,
escola, etc. Não devemos nos isolar do mundo, pelo contrário, sem nos corromper, devemos conviver com
as pessoas e discretamente, fazer com que o padrão de vida cristã sobressaia como testemunho do poder do
evangelho.

27.6 - Nas relações de trabalho


Deus determinou o trabalho para o ser humano (Gn 2.8, 15). A manutenção pessoal e da família seria
o resultado positivo do trabalho, do suor do rosto. É o trabalho que dignifica o homem.

O dinheiro foi feito para o homem e não o homem para o dinheiro. A Bíblia orienta o cristão na administração
inteligente do dinheiro, sem o risco de ficar dominado por ele. A Bíblia diz: o amor ao dinheiro é a raiz de
todos os males e alguns nessa cobiça se desviam da fé (I Tm 6.10). Pelo trabalho é que se alcança prosperi-
dade material e esta deve vir acompanhada de uma profunda vida espiritual. O ganho honesto do dinheiro e a
fidelidade a Deus trarão bênçãos materiais e espirituais - .•
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27.7 - O guia para a nossa vida espiritual
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, porém, o maior é o amor (I Co
13.13) Essas três virtudes são indicadas como base para uma vida espiritual amadurecida. A vida cristã sem
esses conhecimentos tende a tornar-se insípida e carnal. A fé descreve a confiança na pessoa de Jesus Cristo,
razão de nossa fé (Hb 122) A esperança baseia-se na certeza de nosso relacionamento presente e futuro
com o senhor Jesus. O amor é mais profundo pois tem a ver com o nosso relacionamento pessoal, não só com
Deus, mas com nossos semelhantes. O amor é a manifestação do nosso comportamento como crentes em
Cristo. A Bíblia é clara quando mostra que é o amor a coisa mais importante para a vida espiritual do cristão.
É o sinal de maturidade que se manifesta entre todos.

. () amor - Segui o amor (I Co 141) Um imperativo bíblico que implica uma filosofia de vida, um
modo de viver. O cristianismo espiritual não tem sentido sem o amor, pois Cristo morreu e ressuscitou por
amor. para nos dar a salvação.

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Quando Paulo escreveu aos coríntios e deu a exortação: Segui o amor ele havia percebido que os
crentes daquela igreja estavam seguindo o caminho da carnalidade e do egoísmo. Havia entre os irmãos um
certo tipo de competição pessoal e usavam como escudo dessa atitude egoísta o que haviam recebido da
parte do Espírito Santo para diminuir os outros e se engrandecerem. Faltava-lhes amor, por isso Paulo instou
a que seguissem o caminho do amor que não aceita partidarismo, facção ou desigualdade.

Alé (Hb 11.1) - Na listagem de Paulo a fé é a primeira virtude e ela se destaca na Bíblia como
manifestação daquilo que cremos. O autor aos hebreus afirmou que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb
11.6). A te bíblica é vista em três perspectivas: fé salvadora, fé como crença e fé como dom. A vida cristã sem
fé é como um automóvel sem combustível. O crente pode conhecer toda a doutrina bíblica, discutir sobre ela,
mas se não tiver fé é impossível senti-Ia. A fé salvadora vem antes dos outros tipos de fé. A Bíblia conduz o
homem à salvação em Jesus depois o crente absorve a fé cristã, suas doutrinas, e finalmente pode buscar o
dom da fé para fazer a obra de Deus

A esperança - O mundo em que vivemos é de incerteza, porém a Bíblia apresenta a esperança queo
mundo não dá porque não tem. A esperança é o reflexo da fé, e a fé é que apresenta a razão da nossa
esperança. A esperança aponta para o futuro do crente que é o arrebatamento da igreja e a ressurreição dos
mortos em Cristo (l Co 15.51,52; I Ts 4.13-18).

A esperança reflete a salvação garantida por Jesus no calvário. Depois que uma pessoa exerce fé em
Jesus recebe vida eterna (Jo 3.36; Tt 3.4-7). A esperança produz estabilidade doutrinária, isto é, produz
firmeza na fé (I Ts 1.3,6,7).
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28.1 - Assim como a misericórdia do Senhor não tem fim; renova-se cada manhã (Lm 3.22,23)
Seca-se a erva e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente (ls 408). Aqui se
entende que a Bíblia tem uma escrita primitiva porém atualizada para todos os tempos, uma vez que nosso
Deus é imutável, eterno, não como se ter outra concepção quanto à sua Palavra, mais do que eterna, a palavra
de Deus é atual Ela e atual à medida que o Deus que a falou não muda e as necessidades do homem
contemporâneo são absolutamente iguais às do homem aqui existente, quando ela foi proferida ou registrada
pela primeira vez.

28.2 - A Bíblia é atual na sua mensagem

.Já dissemos que, uma vez que Deus é imutável (M] 36) e as necessidades do homem moderno são as
mesmas do homem dos mais primitivos tempos, é de se esperar que a Bíblia, ao ser pregada, se imponha
como. Uma mensagem de salvação, uma mensagem de restauração, uma mensagem de esperança.

28.3 - Uma mensagem de salvação (Rm 1.16)

Os estudiosos chegaram à conclusão de que o conhecimento humano, nestes últimos 30 anos, tem
dobrado a cada cinco anos. A sofisticação do mundo hodierno é algo com que jamais sonharam os nossos
pais. Cumpri-se finalmente o vaticínio de Daniel 12.4, segundo o qual o saber se multiplicará, mas, o que de
concreto isto trouxe à humanidade') Muito pouco, uma vez que a necessidade do homem é algo afeto à sua
alma. Deste modo, onde quer que as boas novas da salvação sejam pregadas, homens e mulheres dos mais
diferentes níveis sociais, aceitam a Jesus e se convertem de seus pecados a Deus.

28.4 - Uma mensagem de restauração (Lc 4.18,19)

Para muitos a Bíblia é um livro cuja mensagem nada tem de singular e especial. Evidentemente tem
aqueles que pregam a Bíblia e o fazem com pouco ou nenhum poder de convencimento, deste modo os seus
ouvintes não auferem toda a riqueza e favor divinos oferecidos pelo evangelho, mas, quanto à sua natureza,
não é assim com a Bíblia. Como palavra de Deus ela é capaz de tirar o miserável em meio às cinzas, soerguê-
10 e Ievá-lo a se sentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Efl.3;2.6).

28.5 - Uma mensagem de esperança (11 Pe 3.9)

O vazio da alma humana gerado pelo pecado, tem sido ocupado pelo pavor e pelo desespero (Gn
3.6-10; ls 48.22; 592). Apesar dos esforços dos estadistas bem intencionados o futuro da humanidade é
pouco animador Os conflitos políticos e raciais destroem os povos. Moléstias sem conta desafiam as pesqui-
sas no campo da medicina. Há um vazio no coração do homem que não atenta para o seu criador (Já 8 13:
SI 106.19-21). A Bíblia, porém, tem uma mensagem de esperança para aqueles que estão aprisionados nas
guerras destruidoras do desespero e do medo. O homem pode confiar no socorro e no livramento desde que
o busque de todo o coração (Is 55.6,7; SI 121). Tinha razão Agostinho quando disse que o homem foi feito
por Deus e para Deus e não encontrará a felicidade enquanto não repousar em Deus.

28.6 - A Bíblia é atual no seu poder

A Bíblia sagrada, lida ou pregada é a dinamite de Deus, que explode os redutos de Satanás. É o
poder demolidor do Espírito Santo, usado pelos servos de Deus nas batalhas espirituais contra o mal.
Deste modo, a Bíblia é:

Poder destruidor - Paulo declara categoricamente que a Bíblia, a palavra de Deus é a espada do
Espírito Santo que o crente usa nas suas batalhas contra as potestades das trevas (Ef6.17). Ela é usada tanto
tia defesa dos humildes quanto para abater a arrogância dos jactanciosos.

Assim como o sol que tanto derrete a cera como endurece o barro, de igual modo age a palavra de
cccc)
Deus, enternecendo ou endurecendo o coração do homem. Assim como a pedra (tipo de manifestação de
Cristo) esmiuçou a estátua do sonho de Nabucodonosor (símbolo da arrogância humana) - Dn 2.34, de igual
modo a Bíblia será a base do juizo e da destruição dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem
ao evangelho de nosso senhor Jesus Cristo (U Ts 1.8).

Poder santificador (SI 119.9) - Nenhum livro do mundo tem igual poder de conduzir o homem à
comunhão com Deus e à santificação, como a Bíblia. Na verdade, é impossível ler o livro santo de Deus, de
todo o coração e não se desejar que as bem aventuranças do evangelho façam parte de nossa vida. Um certo
homem de Deus percebeu tão bem isto que foi levado a dizer: Ou a Bíblia lhe afasta do pecado ou o pecado
lhe afasta da Bíblia.

Pode.' capacitador (At 1.8) - Certo irmão indagou se o trabalho espiritual cansa o obreiro de Deus.

Ele esperou que a resposta fosse dada negativamente, porém a que ouviu é que sim, o ministério cristão
cansa. Os evangelhos nos mostram vários exemplos: Jo 4.6 diz que Jesus, cansado do caminho, assentou-se
junto ao poço de Jacó. De fato, aqueles que dão tempo integral para o evangelho sabem que quando estão
desanimados e as forças lhes faltam, o apego à palavra de Deus, seja pela leitura ou simplesmente pela
meditação toma as suas forças inteiramente renovadas, impulsionando-os a andar e cumprir mais uma etapa
da longa caminhada. O capítulo 10 de Daniel nos informa que esse servo de Deus passou por experiências
semelhantes em meio ao intenso trabalho, secular e espiritual e por causa das contínuas visões e revelações
divinas. Só a palavra do Senhor lhe recobrava o ânimo e lhe restaurava as forças.

28.7- A Bíblia é atual na sua perfeição

Apesar de ter sido escrita há mais ou menos dois mil anos, a Bíblia desafia o tempo , levantada
altaneiramente como um momento a perfeição do caráter de Deus que se fala e se revela ao homem (Hb 1.1)
Deste modo devemos compreender que:

A Bíblia está completa - A Bíblia encerra tudo quanto o homem precisa saber de Deus. Ela não é
nem mais nem menos daquilo que eu e você precisamos para conhecer qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus (Rrn 12.2). Nada se lhe deve subtrair ou acrescentar. No apocalipse ao serem encerradas
as escrituras, o apóstolo João registrou as últimas palavras do senhor Jesus Cristo, as quais nos adverte a
todos: Porque eu testifico a todo aquele que ouviu as palavras da profecia deste l ivro que se alguém lhe
acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro e se alguém tirar
quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da cidade santa que
estão escritas neste livro (Ap 22.18,19).

A Bíblia contém a mente de Deus - A declaração de Pedro, segundo a qual a profecia nunca foi
produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito
Santo (11 Pe 1.21 ), credencia a Bíblia como registro das intenções e propósitos de Deus. Ela é o testamento
divino onde estão registrados todos os desejos de Deus para com o seu povo em todo o tempo.

A Bíblia revela o futuro (lI Pe 1.19) - Só Deus conhece o futuro e só a sua palavra, a Bíblia
sagrada, registra esse conhecimento de Deus quanto ao porvir. Só a Bíblia registra com detalhes vivos qual o
destino das nações, o triunfo futuro da igreja, a bem aventurança dos santos e a maldição eterna a ser derra -
mada sobre os impios (Dn 219-44; Mt 25.31-41; Ap 20.10,15).
dddd)

29.1 - O Antigo Testamento é um conjunto de livros que contém Lei, Salmos e Profetas e em
um todo são proféticos.
O Novo Testamento em grande parte também é profético, referimo-nos às profecias preditas em suas
classes: a literária e as expressas por tipos e símbolos. Inúmeras profecias já se cumpriram no passado e
outras cumprem-se em nossos dias, muitas outras cumprir-se-ão no futuro. Nas profecias bíblicas está pre-
visto bênção. segurança, maldição e catástrofe e as grandes descobertas científicas na década de 70, quando
foi provado pela ciência que o dente tem pele, um cientista cristão provou que Já já sabia (Já 19.20), escapei
só com a pele dos meus dentes.

29.2 - É bom ler e se familiarizar com a Bíblia para que ela tenha influência em nós e nos que
ouvem, pois ela é uma fonte inesgotável e nova
Até inimigos admitem que o mundo está equilibrado devido a humanidade ter acesso à Bíblia pois
nenhum outro livro é tão benéfico para a vida de quem lê Os inimigos reconhecem o efeito sadio que a Bíblia
traz para a civilização, procuram colocar outros livros para desviar a atenção do leitor da Bíblia - medita dia
e noite (Js 78) - Quanto amo a lei do Senhor (SI 1.2; 11(97).

29.3 - Nós passamos pelo tempo e a sociedade se modifica, as coisas se aperfeiçoam cada dia
/\ Bíblia, a escrita mais antiga do mundo é sem dúvida o livro mais moderno e atual. Em todos
os tempos atravessa os séculos sem ser modificada e atualizando e modificando a vida de muitas
pessoas. Qualquer outro livro escrito depois da Bíblia se atualizou ou foi melhorado, porém a Bíblia
é atual e imutável, cheia de antiguidade e com a mesma mensagem ontem, hoje e para o futuro, que
alcança e satisfaz tanto a criança como o velho, o sábio e o ignorante, o judeu e o gentio, nenhum livro
do mundo é lido por tantas pessoas como a Bíblia. À medida que o leitor conhece, mais ele se
interessa e não se cansa, pois cada vez que lê descobre coisas que nunca tinha visto e ouvido antes.
Depois de 3 500 anos a mensagem ainda é nova. Eu sei que meu Redentor vive e que por fim se
levantará sobre a terra (Jó 1(25)

29.4 - A Bíblia traz uma mensagem para todos os que lêem e recebem entendendo que esta
foi escrita diretamente para si
Em todo o mundo a Bíblia é o livro atual da casa, pois todas as raças a consideram como posses-
são própria. porque entendem que ela veio diretamente de Deus para nós. A mensagem da Bíblia é a
mesma para todas as raças e línguas. A Bíblia é de autoria e origem divina, por isso alcança todos, em
todos os tempos

29.5 - É importante que o herrneneuta saiba dividir e conduzir a interpretação dos textos
Para não cair no ridículo que o texto é contraditório. Atos 13.22 diz que Davi era um homem segundo
o coração de Deus. l1 Sarnuel 1.1-27 diz que Davi pecou, cometendo adultério e desagradou ao Senhor e
outros fracassos de Davi registrados no livro de Reis, Crônicas e Salmos. Gêneses 6.8,9 diz que Noé achou
graça aos 01 hos do Senhor, era homem justo e íntegro Gêneses 9.21 diz que Noé bebeu vinho, embriagou-
se e descobriu-se no meio da tenda, v.25 amaldiçoou o seu filho Canaã.

Gn 12 1-3; Hb 11.8-10 diz que Abraão foi chamado e pela fé obedeceu. Gn 20 diz que Abraão nega'
que Sara é sua mulher Gn 19.1-29; 11 Pe 2.6,7 fala da destruição de Sodoma e Gomorra e o livramento do
justo l.o Gn 1930-38 diz que Ló se embriagou de vinho e deitou-se com as suas duas filhas e elas concebe-'
ram dele. I Rs 17 1-1.4 diz que Elias desfaz o plano administrativo de Acabe e é alimentado por Deus através
de corvos e de uma viúva pobre, através de Elias Deus devolve a vida a um morto e mata os falsos profetas.

Depois Elias foge de medo da mulher e pede a morte, mas a bênção lhe alcança e é alimentado pelo anjo do
eeee)
Senhor e restaurado seu ânimo, depois é levado aos céus em um redemoinho. Mt 14.29 diz que Pedro andou
por cima das águas. Em Mt 26.69-75 diz que Pedro negou dizendo: Não conheço este homem ... e praguejou
em Atos 2 ... Pedro é cheio do Espírito Santo, prega e multidões se convertem a Cristo.

29.6 - Como interpretar essas passagens já citadas e as que citaremos a seguir:


Exemplo: Mt 11.11 - Jesus diz que nenhum profeta foi maior que João Batista, contudo João não
realizou nenhum milagre, mas nasceu por promessa e foi chamado por Deus e enviado para ensinar e batiza r.
Em Jo 1.29 ele diz: Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo; Mt 3.14 João se acha indigno mas
consente e batiza Jesus; Mt 11.2,3 João manda perguntar: És tu o Messias ou esperamos outro? Mt 5.39 diz:
Se alguém te bater na face direita oferece-lhe também a outra. Em Jo 18.22 um homem deu uma bofetada em
Jesus e ele responde v. 23: Se falei mal, dei testemunho mal, mas se falei bem, por que me feres? É bom
analisar e interpretar corretamente a cada texto bíblico para entendermos que não há contradição.

29.7- Se a Bíblia tivesse origem humana, não diria as falhas, fracassos e defeitos dos
homens, ela diz a realidade do homem e da glória de Deus.
Para a correta compreensão das escrituras é necessário tomar as palavras em seu sentido usual e
comum, o que devido à linguagem usual e figurada da Bíblia e seus hebraismos não significa que sempre deve
ser tomados ao pé da letra. Já observamos que é preciso familiarizar-se com esta linguagem para aprender
sem dificuldades. Qual o sentido usual e comum das palavras? Para você entender melhor e conseguir des-
vendar as figuras de linguagem do texto bíblico estudaremos na lição número 2 uma série de figuras, darei um
exemplo ao texto citado mas você precisa estudar detidamente e repetidas vezes.
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gggg)

A palavra de Deus deve estar entesourada no nosso coração, assim como os grandes empresários
deste mundo guardam as suas grandes fortunas nos bancos de sua confiança. Se o nosso coração estiver
aberto a fim de que a palavra viva e eficaz nele encontre abrigo, sem dúvida alguma viveremos vida de
discernimento no nosso andar diário com Deus.

30.1 - A palavra, um guia fiel


É exatamente salutar saber que nos momentos de grandes decisões na vida podemos confiar na
orientação segura dada pela palavra de Deus. Não estamos falando das populares Caixas de promessas,
geralmente preferidas por crentes espiritualmente preguiçosos, aqueles que já não dão tempo para a leitura e
estudo sistemático do todo das escrituras.

30.2 - A palavra, um aliado eficaz


A palavra de Deus provê socorro seguro na hora da aflição e se constituiu em firme âncora quando o
nosso barco sofre em meio às borrascas da vida. A epístola aos hebreus assegura que a nossa fé na palavra
de Deus nos propicia descanso e sossego no seio suave de Cristo.
A palavra de Deus é viva e eficaz na sua ação, por ser ela mais penetrante do que espada alguma de dois
gumes e penetra ate a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e intenções do coração (Hb 4. 12).

30.3 - Estudaremos sobre o grande milagre que é a Bíblia


Embora a Bíblia tenha origem divina, sobrenatural, ela é acessível aos homens. Deus, o criador de
todas as coisas, entregou-nos esta revelação sob forma escrita. Deus não escreveu a Bíblia, mas por inspira-
ção única do Espírito Santo usou os seus servos para escrevê-Ia (11 Pe ] .19; 11 Tm 3.16). A Bíblia contém
mais de 3.800 expressões tais como Assim diz o Senhor ou equivalentes, que é qual selo divino indicando a
sua origem. Muitas vezes a Bíblia registra a ordem de Deus a seus servos para que escrevessem suas palavras
e seus feitos (Ex 17.14;20 1 )427; 11 Sm 23.2; ls 1.2; Jr 36.2; Ap 21.5; etc).

30.4 - Vamos estuda.' sobre a atitude que o crente deve ter ante este livro maravilhoso
E as bênçãos que acompanham aqueles que se dedicam ao seu estudo (Ap 1.3).

Convém que cada crente seja sempre reverente para com a Bíblia porque ele mostra assim o seu
amor para com Deus pelo amor que ele revela para com a palavra de Deus (Jo 14.15).

Ele deve ler sempre a Bíblia - É um preceito divino. Sim, o crente deve ler a Bíblia porque Deus
assim ordenou (Dt 17.19; Js 18; ls 34.16; CI3.16; 1 Tm 4.13).

Ele deve dar à Bíblia o primeiro lugar na sua vida - Jesus elogiou Maria porque ela deu o
primeiro lugar às palavras de Jesus e não permitiu que os cuidados da vida a impedissem de alimentar-se
delas Depois ela também teve a oportunidade de cuidar das coisas materiais (Lc 10.38-42). É um prejuízo
muito grande quando as coisas materiais impedem o crente de ler a Bíblia e o dano espiritual é ainda maior
quando alguém que se diz crente prefere revista de quadrinhos, novelas e até publicações pornográficas mas
não tem tempo nem interesse de lei- a palavra de Deus.

30.5 - A Bíblia nos ensina como devemos lê-Ia proveitosamente

Leiamos ([ Bíblia com oração. Está escrito: desvenda os meus olhos para que veja as maravilhas da
tua lei (SI 119.18) e ainda: ensina-me os teus estatutos (SI 119.12). Peçamos a Deus sabedoria (Tg 1. 5,6) e
hhhh)
assim poderemos experimentar que Jesus não somente nos abre o livro (Lc 4.17) mas também o nosso
entendimento para compreendermos as escrituras (Lc 24.45).

Leiamos a Bíblia com a mente aberta para a operação do Espírito Santo que é o ensinador por
excelência. A sua unção nos ensina (I Jo 2.20,27).

Leiamos a Bíblia diariamente, deste modo a nossa mente abrir-se-á mais e mais para compreendê-
Ia (Cl 3.16). Tudo na Bíblia é proveitoso (Il Tm 3.16) e serve para o nosso ensino (Rm 15.4). Os crentes pela
perseverança na leitura da Bíblia ficam inteirados da sua mensagem divina (lI Tm 3.14). Querido leitor,
comece e continue'

30.6 - Este fato deve ser do maior estímulo para que todos sejam firmes e constantes na
leitura da palavra de Deus.

A palavra de Deus lida e guardada no nosso coração - Isso constitui uma força maravilhosa
contra o pecado. Escondi a tua palavra no meu coração para eu não pecar contra ti (SI 11 9.11). A palavra de
Deus nos dá poder para abandonar todo o mau caminho (SI 119.104), para que assim tais caminhos não nos
escravizem. O autor de provérbios nos exorta a guardar a palavra como a menina dos nossos olhos, para que
sejamos conservados puros até sobre o aspecto moral (Pv 6.20-24; 7.1-5) pois a sua palavra nos guarda nas
veredas do destruidor (SI 17.4). Quando os jovens guardam a palavra de Deus nas suas vidas eles se tornam
fortes e podem vencer o maligno (I Jo 2.14).

A palavra de Deus é alimento sobrenatural - Este alimento está nas nossas mãos para nutrir a
nossa vida espiritual. Os homens trabalham e se esforçam para constantemente alimentarem o seu corpo
físico. entretanto nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deu s (Mt
4.4) Jó disse: as palavras de sua boca prezei mais do que meu alimento (Já 23.12). Quando o profeta Elias
recebeu o pão trazido por um anjo, aquele alimento sobrenatural o fortaleceu de tal forma que ele andou
quarenta dias e quarenta noites (T Rs 19.5-8). Muitos crentes andam fracos e raquíticos na fé por não se
alimentarem da palavra de Deus. Parecem-se com o homem egípcio que foi encontrado semi morto por não
ter se alimentado três dias e três noites, quando foi alimentado recobrou o seu alento (I Sm 30.11,12).

A palavra de Deus alegra e edifica - O salmista diz que a palavra de Deus era a sua recreação (SI
119.16) e por isso ele queria de contínuo recrear-se com ela (SI 119.117). A palavra traz renovação para o
nosso íntimo (SI 119.107. 109), enche-nos de alegria (SI 119.14,111) e desperta-nos para louvar ao Senhor
(SI 119.7) O profeta Jeremias encontrou na palavra do Senhor gozo e alegria (Jr 15 .16). Caro leitor, não
mais te prives desta bênção'

A palavra de Deus oferece diretriz segura para nossa vida - Aquele que conhece bem a palavra
de Deus pode sentir-se seguro nas encruzilhadas da vida por causa da orientação que ela dá. Os passos do
homem bom são confirmados pelo Senhor e a lei de Deus no seu coração não permite que seus' passos
resvalem (SI 37.23,31). Assim a palavra torna luz para nosso caminho (SI 119.105) e poderemos andar
firmes ( Já 23.11). Amém I

30.7 - Cristo é antes de João Batista (Jo 1.15,30)


Neste texto João Batista, o precursor de Cristo declara que O que vem depois de mim ... é antes de
mim, porque foi primeiro do que eu. Humanamente João Batista era mais velho em idade que Jesus, mas ele
declarou que Cristo Jesus era antes que ele. Ora, esse fato nos mostra que Jesus Cristo precedeu a João
Batista, pois de fato, Ele era o verbo que se fez carne (Jo 1. 1,14).

Cristo velo do céu (.106.33,38,41,51,58,62) - Nestes versículos Jesus declara a sua pre existência
afirmando que Ele veio do céu, que foi enviado do Pai (Jo 20.21). A Nicodemos Jesus declarou sua pre
existência dizendo. Aquele que vem do céu é sobre todos (Jo 3.31). Afirma ainda Jesus a Nicodemos que
quem aceitar o seu testemunho estará confirmando que Deus é verdadeiro (10 3.33).

Cristo é antes de Abraão (Jo 8.58) - Jesus Cristo mesmo declarou aos judeus: Antes que Abraão
existisse, Eu sou Com esta expressão Ele enfatiza sua natureza divina, sua existência eterna. Ele coloca sobre
Si mesmo o selo da eternidade. A profecia de Isaías o identifica como pai da eternidade. Esta declaração de
Jesus contrariou os judeus que ouviram e até a consideraram blasfêmia.

Cristo é o verbo divino (J o 1 . 1-4, 14) - N este texto se encontra a maior revelação neotestarnentária
da divindade de Cristo, pois refere-se a Jesus como o verbo. A palavra verbo é uma tradução da palavra
Logos que significa razão, porém na doutrina cristã, Logos é o Verbo, uma pessoa divina. O texto bíblico diz
que o verbo era Deus e que o verbo se fez carne e habitou entre os homens.

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31.1 - As escrituras sagradas


Se levarmos em consideração as diferenças de atividades dos escritores da Bíblia, as condições em
que escreveram os seus livros e as circunstâncias às quais estavam sujeitos, a conclusão que chegamos é que
a existência da Bíblia é um verdadeiro milagre.

Apesar da maneira suave que esta informação soa aos nossos ouvidos e do fato de a aceitarmos sem
questioná-Ia, jamais esqueçamos de que as escrituras, desde os mais remotos tempos sempre tiveram terrí-
veis inimigos dispostos a destrui-Ias e a apagá-Ias da mente e do coração dos salvos.

Paulo e Timóteo viveram numa época de farta cultura, numa época que a cultura grega começava a
fenecer mas ainda conservava muito do vigor primitivo. Desse modo, entre os sábios e filósofos daquela
época houve uma arregimentação de forças no sentido de desacreditar as escrituras hebraicas, o que chama-
mos Antigo Testamento, a Bíblia da igreja primitiva. Mas Timóteo, ao contrário desses seus contemporâneos
era um homem instruído, como diz TI Tm 3.14, inteirado no conhecimento da palavra de Deus.

Diferente dos falsos mestres do seu tempo Timóteo foi ensinado no lar e na sinagoga a depositar toda
a sua confiança nas escrituras sagradas, como elemento revelador de Cristo, o Messias prometido por Deus.

31.2 - As escrituras são inspiradas por Deus (H Tm 3.16,17)


Que vem a ser inspiração divina em relação às escrituras? Inspiração divina é a influência sobrenatural
do Espírito santo como um sopro sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a
mensagem divina sem mistura ou erro.

A própria Bíblia reivindica a si a inspiração de Deus pois a conhecida expressão Assim diz o Senhor,
qual carimbo de autenticidade divina ocorre mais de duas mil e seiscentas vezes nos seus sessenta e seis livros,
isso além doutras expressões equivalentes. Foi o Espírito de Deus que falou através dos escritores da Bíblia
(Ez 115; lICr2014;24.20).

31.3 - A hermenêutica faz a Bíblia superior


Quando comparada com os livros escritos pelos sábios deste mundo, a superioridade se desta-
ca, sobretudo por ser ela fruto da mente de Deus e não da mente do homem, isto é o que textualmente
diz ru Pe 119-21)

A Bíblia é um livro imparcial - Se a Bíblia fosse um livro originado pelo homem não poria a
descoberto as faltas e falhas do mesmo. O homem, com todo o egoísmo que lhe é comum, jamais escreveria
um livro como a Bíblia que dá toda a glória a Deus e que revela a fraqueza humana. Note que a Bíblia tanto diz
que Davi era um homem segundo o coração de Deus (At 13.22), como mostra seus pecados, como vemos
nos livros de Reis, Crônicas e Salmos.

31.4 - A Bíblia nos faz diferentes


O mundo hoje é melhor devido a influência da Bíblia. Mesmo os inimigos das escrituras admitem que
nenhum outro livro na história da humanidade tem exercido sobre o indivíduo poder transformador tão grande
como a Bíblia. Com isto concorda o Dr. F B. Meyer, famoso comentador devocional daBíblia: O melhor
argumento em favor da Bíblia é o caráter que ela forma. Uma rápida olhada na história de grandes povos do
passado, povos que rejeitaram a revelação de Deus através da sua palavra, nos ajudará a compreender o
valor do livro santo e nos levará a agradecer a Deus por no-Ia revelar através da pessoa de Jesus Cristo, o seu

amado Filho
kkkk)
31.5 - A Bíblia é digna de confiança (U Pe 1.16,18)
Nesses dois versículos o apóstolo Pedro se reporta à transfiguração de Cristo para provar que as
escrituras não são produtos do capricho do homem, mas sim de sólidos fatos. Suas afirmações e verdades
estão enraizadas em fatos históricos, comprovados e aceitos pela fé e não em fábulas, mitos ou lendas, como
era o caso das religiões professadas na Grécia, Egito, Babilônia, Índia e tantos outros lugares. Pedro, assim
como os primitivos discípulos de Jesus era testemunha ocular da majestade de Cristo e dos demais fatos e
relatos testemunhados por ele (l Jo 1.1-3; 1 Co 154,7; Lc 1.2). Note que Pedro reconhece toda a escritura
como a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro
até que o dia clareie e a estrela da alva esperança apareça em vossos corações (lI Pe 1.19).

Pedro emprega a expressão estrela da alva (phosphoros, no grego) para indicar simbolicamente a luz do
conhecimento espiritual que ilumina os nossos corações. Alguns comentadores são da opinião que a expressão
estrela da alva tem haver com o planeta Vênus, aquela estrela brilhante que na madrugada se levanta no nascente,
indicando que o dia logo há de raiar

Quem segue o Cristo, o nosso fulgurante Sol da justiça terá a aurora do conhecimento divino em seu coração,
como
também o fulgor do pleno dia. Este é o grandealvo da Bíblia, tomar Cristo real em nós e mostrar-nos a sua glória.

31.6 - Hermenêutica bíblica (Mt 5.17,18~ Jo 5.39-45-47)


As escrituras se cumprem em Cristo. Em seu famoso Sermão da Montanha, Jesus declarou que seu
propósito não era destruir as leis e os profetas, isto é, o Antigo Testamento, mas sim cumpri-los. Dentre
outros pontos, neste ponto especificamente Cristo se destacou dos mestres dos seus dias, isto é, Ele não
apenas interpretou a lei e os profetas, Ele os cumpriu em si mesmo.

Os rabis limitavam a obediência ao mandamento sobre matar alguém ao estrito ato de homicídio.
Jesus, porém ensinou que a melhor maneira de evitar o homicídio é evitar a ira contra o semelhante e
procurar reconciliar-se com o irmão ofendido o mais cedo possível (Mt 5.21-24). Jesus também mostrou
a atitude divina quanto ao adultério, ao divórcio, ao juramento e outros assuntos relacionados com a
aplicação da justiça

Vendo o Senhor Jesus como aquele em quem as escrituras se cumpriram fielmente, fazemos dele o
centro da Bíblia Deste modo os sessenta e seis livros da Bíblia, quanto ao tempo, incluem a Cristo nas
seguintes fases da redenção

Preparação - Todo o Antigo Testamento, tratando do advento de Jesus Cristo, o Messias de Deus.

Manifestação - Os evangelhos que tratam da encamação, manifestação e vida de Jesus Cristo.

Propugação em Ato.\'

Explanaçiio - As epístolas que explanam a doutrina de Cristo

Consumação - O apocalipse que trata da consumação de todas as coisas preditas através de Jesus Cristo.

31.7 - As escrituras testificam de Cristo


Aos líderes religiosos de Israel que censuram a Jesus por haver operado um milagre no dia de sábado,
respondeu-lhes Ele Examinai as escrituras, porque vós julgais ter nela a vida eterna e são elas que de mim
testificarn (Jo 539) Note que Jesus não os acusa de negligência no manuseio das escrituras, porém denuncia
o fato deles não identificarem a Cristo como aquele para o qual os tipos e elementos do culto e do tabernáculo
judaico apontavam e sobre quem os profetas do Antigo Testamento falaram Eles conheciam a letra do Antigo

Testamento, porém não percebiam que a sua mensagem dizia respeito a Jesus Cristo, o Messias prometido.
Se à simples leitura das escrituras eles associassem a piedade das escrituras teriam reconhecido que a ação
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daquele que fez o tempo e os dias da semana transcende o tempo, isto é, não se pode fazer escravo do
sábado aquele que definiu a si mesmo como O Senhor do sábado (Me 2.28). Por fim, Jesus põe a descoberto
a hipocrisia dos líderes religiosos de Israel dizendo que eles não criam nem mesmo em Moisés cujo testemu-
nho usaram contra Jesus.
Disse Jesus que se os líderes religiosos de Israel realmente cressem em Moisés, creriam também nEle
como o Messias prometido, pois, profeticamente, acerca dEle disse Moisés: O Senhor teu Deus te desperta-
rá um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis ... Eis Ihes suscitarei um profeta do meio
de seus irmãos, como tu; e porei as minhas palavras em sua boca e ele Ihes falará tudo o que eu lhe ordenar
(Dt 1 8. I 5, I 8).

Em Cristo ambos os testamentos se completam - No que diz respeito a obra de redenção, Jesus
cumpriu todas as profecias do Antigo Testamento e deu a sua aprovação às mesmas. Contrário a opinião de
alguns, o Antigo Testamento não foi substituído pelo Novo, tampouco este abole aquele. Ambos são parte
integrante de um todo.
nnnn)
mmmm)

(' 32.1 - Com certeza a Bíblia não satisfaz toda a curiosidade humana
,) Contudo só ela contém soluções às inquirições da alma; goteje a minha doutrina como a chuva, destile
\ o meu dito como o orvalho, como o chuvisco sobre a terra e como gotas de água sobre a relva (Dt 32.2).
A palavra doutrina com relação à doutrina bíblica pode ser definida como a substância da fé cristã.
Tem a ver com todo o sistema de crença e fé esposadas na Bíblia sagrada, a palavra de Deus. Sobre este
assunto estudaremos neste capítulo dizendo que, em teologia pura são estudadas conjuntamente as doutrinas
de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, dos anjos, do pecado, da salvação, da igreja e das últimas coisas.
Conhecê-Ias é um privilégio exclusivo do estudante e estudioso da Bíblia.

A doutrina de Deus - O estudo relacionado à pessoa de Deus chama-se teologia e versa sobre a
existência, a personalidade e a natureza de Deus.

a) A existência de Deus - Na primeira página da Bíblia encontramos a inequívoca declaração: No


princípio ... Deus ... (Gn 1.1). O cristão temente a Deus aceita por fé a verdade da sua existência
segundo a revelação contida na Bíblia. Não se trata de fé cega, mas da fé que se baseia nas
escrituras (Hb 11.5,6). .

b) A personalidade de Deus - A personalidade de Deus pode ser provada pelos pronomes pessoais
que o identificam (10 17.3; SI 116.1-2); pelas características e propriedades de personalidade que
lhe são atribuídas tais como: tristeza (Gn 66), ira (Nm 11.1; 12.9; Rm 1.18), zelo (Dt 6.15), amor
(Rm 5.8), ódio (Pv 6 16); pelas relações que Ele mantém com o homem, como o criador de tudo
(Gn 1.1), como preservador de tudo (Is 40.22-29; 41.13-20), como benfeitor de todas as vidas
(Mt 5.45; 10.29,30), como governador e dominador das atividades humanas (Is 40.1 0-15; 41.1-
12), como pai de seus filhos espirituais (G13 .26).

c) A natureza de Deus - A natureza de Deus compreende os seus atributos naturais e morais, quais
sejam: vida(Jo 526), espiritualidade (10 4.24), imutabilidade (Tg 1.17), eternidade (Dt 33.27, SI
90.2), onisciência (I Sm 16.7; At 15.8), onipotência(Gn 17.1; Jó 422), onipresença (SI 139 .7-12),
veracidade (Nm 23.19), fidelidade (Jr 1.12), conselho (Ef 1.11; Is 40.13, 14) e santidade (Is 6.3).

32.2 - A doutrina de Cristo


Em teologia o estudo sobre a pessoa de Cristo chama-se Cristologia, abordando os seguintes temas:

A humanidade de Cristo - A humanidade de Cristo é demonstrada pela sua ascendência humana (GI
4.4; Rm 1.3), por seu crescimento e desenvolvimento naturais (Lc 2.40,46,52), por sua aparência pessoal (10
4.9), por sua natureza completa (Mt 26.12,28; Lc 23.36), pelas suas limitações humanas sem pecado (Jo 4.6;
Mt 8.24; 21.18), pelos nomes humanos que lhe foram dados, por Ele mesmo ou poroutros(Mt 1.21; Lc 19.10;
At 2.22; Mt21.ll; 6.3; I Tm 2.5), pelo relacionamento que Ele mantinha com Deus (Mc 15.34; Jo 20.17).

A divindade de Cristo - A Bíblia corrobora a crença na divindade de Cristo, quando diz que Ele é
Deus (10 1.1), todo-poderoso (Ap 1.8), eterno (Jo 8.58), criador (Jo 1.3), atributos inerentes a Deus Pai
relacionam-se harmoniosamente com Cristo, provando assim a sua divindade.

Caráter de Cristo - O caráter de Cristo tem recebido aprovação e a recomendação não apenas
de Deus Pai, mas também dos anjos e até mesmo da parte dos demônios há o testemunho de que Ele é
o Santo de Deus De fato a Bíblia o apresenta como santo (I Jo 3.3,5), amoroso (Jo 13.1), manso e
humilde (Mt 1129).
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A obra de Cristo - A obra terrena de Cristo, consumada na sua morte tornou-se necessária por
causa da santidade e do amor de Deus (Hc 1.13; Jo 3.16), por causa do pecado do homem (I Pd 2.24), por
causa do cumprimento das escrituras (Lc 24.25-27). O propósito de Deus tornou-a necessária (At 2.23).

A ressurreição de Cristo - A ressurreição corporal do Senhor Jesus é o fundamento inabalável do


evangelho e de nossa fé (l Co 15.17).

32.3 - A doutrina do Espírito Santo


Teologicamente analisada, a doutrina do Espírito Santo chama-se Pneumatologia e estuda entre ou-
tros, os seguintes temas:

A natureza do Espírito Santo - No estudo da natureza do Espírito Santo destaca-se a sua perso-
nalidade Como uma pessoa que é, o Espírito santo é chamado na Bíblia de Espírito de Deus (I Co 3.16; Gn
12), Espírito de Cristo (Rm 89), Espírito Santo (At 1.5), Espírito de Vida (Rm 8.2) e Espírito de Adoção
(Rm 8.15,16: GI45,6).

A obra do Espirito Santo - Particularmente quanto à pessoa do crente o Espírito Santo nele opera
regenerando-o (Jo 33-6), batizando-o no corpo de Cristo (I Co 12.13; Ef4.1-16,30), habitando nele (I Co
6. 15-19), fortalecendo-o (Ef3. 16), enchendo-o da sua virtude (Ef 5.18).

32.4 - Doutrina dos anjos, do homem e do pecado.

Doutrina dos anjos - De acordo com a Bíblía, os anjos foram criados por Deus (Ne 9.6; CI 1.16).
Deus os criou mais elevado que o homem (SI 8.4,5). Foram criados em inumerável quantidade (Jó 25.3; Dt
33.2; Ap 5.11; Dn 7.10). Eles não devem ser adorados (Ap 22.9; 19.10; CI2.18), pois estão sob o senhorio
de Cristo (Ef 120,21; FI 2 9-11 ).

Na consumação dos séculos, anjos bons e maus terão papel decisivo nos eventos finais. Os bons se
manifestarão na glória com Cristo (Mt 24.30,31) cooperando na ressureição dos mortos (I Ts 4) no ajunta-
mento dos escolhidos, na ceifa final, no julgamento das nações e na extinção da iniquilidade (Mt 13 .39-42).
Os maus, sob o comando de Satanás, afligirão os homens com sofrimentos terríveis, e por fim serão lançados
no inferno de chamas eternas (Mt 25.41; Ap 20.10).

A doutrina do homem - Mediante o que diz a Bíblia, o homem é criatura de Deus, formado a
imagem e semelhança do Criador (Gn 1.26). O homem é um ser tricotõmico, isto é, dotado de espírito, alma
e corpo (I Ts 5.23). O homem foi criado reto (Ec 7.29) condição da qual caiu por causa da queda do Éden.
Criado por Deus, o homem foi destinado: à vida no mundo (Gn 2.7), para amar o próximo (Gn 2.18), para
domínio da Criação (Gn 1.27-30), para o louvor de Deus (SI 8.5-9; 96; 98).

De toda a história do homem, o mais triste e trágico espisódio foi, sem dúvida, a sua desobediência e
consequente queda (Gn 3).

A doutrina do pecado - A Bíblia ensina que a origem do pecado na história da raça humana foi a
transgressão voluntária de Adão no Éden. O homem deu ouvido a insinuação do tentador, de que, caso ele se
colocasse em oposição a Deus, tomando e comendo do fruto da árvore que Deus proibirá, seria como Deus.
Adão caiu, abrindo a porta de acesso do pecado a toda a humanidade (Gn 3.1-6; Rm 5.12, 18, 19).

À luz da Bíblia, o pecado é a inclinação da carne e inimizade contra Deus (Rm 8.7); tem caráter
Universal (Rm 3.23; 5.12); é antes de tudo, praticado contra Deus (T 2.8-11); tem lugar primeiramente no
coração (Mt 5.27,28; 1519; 7.21-23).

32.5 - A doutrina da salvação

A redenção do homem é o sublime tema de toda a Bíblia, como forma de tornar compreensível a
questão da salvação, a Bíblia a coloca da seguinte maneira:
a) a salvação procede de Deus e não do homem (Rm 6.23);
b) somente Jesus pode salvar (Lc 19.10);
c) a salvação é obtida pela graça de Deus e não por obras humanas (Ef2. 8-1 O);
d) a salvação abrange espírito, alma e corpo do homem:
e) a salvação tem alcance eterno (Rm 5.1; I Ts 5.23; CI3.4);
f) o descuido da salvação trará males terríveis;
g) a salvação nos vem pela fé em Cristo (Rm 1.16,17; 10.9,10,17; GI3.1-11,22,26);
h) a Trindade Divina coopera com o pecador na sua salvação (10 1.12,13,3.3-7).

32.6 - A doutrina da igreja


A igreja é formada exclusivamente de pessoas nascidas de novo pela ação do Espírito Santo e da
Palavra de Deus (103.5), para que por meio dela o Senhor Jesus realize a sua obra neste mundo (Ef 4.11-16).

A doutrina da igreja no contexto das Escrituras, de princípio, pode ser resumida nos seguintes itens:
a) a palavra "igreja", empregada em sentido universal, designa o corpo de Cristo (Rm 12.5);
b) a Assembléia Universal é descrita sob a forma de um templo (Ef2.22; I Pd 2.5);
c) a Assembléia Universal dos salvos é a esposa de Cristo (Ap) compõe-se somente de membros
regenerados.

É necessário o aperfeiçoamento da igreja local na pessoa de cada um de seus membros. Para isso
Cristo concedeu dons aos homens para o aperfeiçoamento da Igreja: apóstolos, profetas, evangelistas, pas-
tores e mestres (Ef 4.11-16). Deste modo através da muItiforme ação de seus ministros, Deus aperfeiçoa a
sua Igreja em todos os seus aspectos.

32.7- A doutrina das últimas coisas.


Para o crente em Jesus, o futuro reserva umsa maravilhosa expectativa - a volta de Cristo, sob dois
aspectos: primeiro, o arrebatamento dos salvos, abrangendo todos aqueles que morreram em Cristo, bem
como os vivos que fielmente o aguardam (I Ts 4.16); e segundo, a sua manifestação em glória acompanhado
de seus anjos e santos antes arrebatados, a fim de exercer o juízo sobre as nações e implantar o Milênio na
Terra (Mt 24.37,39; 25.31-46; II Pd 3.10-13; Ap 20.4-7).

Ninguém aqui na terra (nem mesmo os anjos do céu) sabe a data e hora em que esse evento ocorrerá.
A certeza que temos é a de que Ele não demorará. Todos os sinais indicam que a plena redenção dos filhos de
Deus rapidamente se aproxima (Lc 21.28). Esperemo-Ia, pois!

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33. t) O nosso sucesso no estudo da Palavra de Deus muito depende dos métodos usados e
dos objetivos estabelecidos
Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos (1 Co 14.33).
Pode o Espírito Santo usar os elementos constitutivos do estudo metódico da Escritura? Certamente
que pode e o faz. Dentre tantas vantagens o estudo metódico das Escrituras, poderiamos destacar os seguintes:
("" 7·"" J.
JJ.~,JJ.J, "·3"
. 4)

33.2) Uniformiza os elementos da Escritura.


Ao iniciar o estudo bíblico por métodos, você irá aprender termos e idéias que lhe parecerão novos:
irá aprender passos a serem seguidos no estudo da Bíblia. A medida em que seguir esses passos, você notará
como o Espírito Santo ilumina a verdade, numa ação comparada à ação do sol e da chuva gerando fartura
para o agricultor (plantio, cultivo e colheita), ajuda a ação do sol e da chuva a produzir abundantes colheitas,
assim também o estudo metódico da Escritura nos ajudará a receber a revelação da verdade através do
Espírito Santo, de maneira progressiva e organizada. Mais do que isto: o estudo bíblico seguido de método
tem a vantagem de uniformizar numa inquestionável ordem de valores todos os elementos das Escrituras.

33.3) Evita o mau uso das Escrituras.


Existe grande perigo de mau uso da Bíblia quando se despreza o seu estudo sistemático e metódico.

Por exemplo:

A Escritura pode ser mal aplicada quando você ignora o que ela diz sobre determinado assunto.
A Escritura pode ser mal aplicada quando você toma um versículo fora do contexto.
A Escritura pode ser mal aplicada quando você lê uma passagem e a obriga a dizer o que ela não diz.
A Escritura pode ser mal aplicada quando você dá ênfase indevida a coisas menos importantes.
A Escritura pode ser mal aplicada sempre que você a usa para tentar levar Deus a fazer o que você
quer, em vez daquilo que Ele quer que seja feito.

33.4) Oferece opções no estudo das Escrituras.


O sistema tradicional de leitura da Bíblia tende a fazê-lo algo moroso e monótono. Já o estudo bíblico
dirigido ou por método, pelo seu sistema de diversificação, pode se transformar num novo desafio a cada
oportunidade que nos propomos a estudar as Escrituras.
-,

33.5) O estudo pelo método analítico.


O estudo bíblico pelo método analítico se compõe dos seguintes elementos:

Observação. Escolhido o texto bíblico para estudo, I Pe e 2, por exemplo, proceda da seguinte
maneira: leia a passagem cuidadosamente; tome um caderno de anotações e escreva na cabeça de uma
página a palavra OBSERVAÇÃO, e em seguida:

a) anote toda e qualquer minúcia do texto; anote substantivos, verbos e outras palavras chaves. Aqui
entra a importância das perguntas: QUEM? QUE? QUANDO? POR QUE? E COMO?

b) escreva o que lhe parece obscuro, especificamente o que você não entende da passagem, o
versículo 5, por exemplo:
c) anote referências bíblicas doutros textos (elas poderão lançar luz sobre o texto que está sendo
estudado);
d) anote possíveis aplicações encontradas ao longo do estudo do texto em uso.
rrrr)
Interpretação. Tome o seu caderno de anotações e anote noutra folha um resumo dos pensamentos
chaves que lhe ocorram à mente enquanto você estuda a passagem bíblica. Escreva um pensamento chave,
uma espécie de interpretação sua, para cada versículo do capítulo. Depois resuma num só pensamento os
pensamentos-chaves de todos os versículos do capítulo estudado. Este pensamento deverá conter a essência
da interpretação do texto estudado

Co rr' elacão. Numa outra folha do seu caderno de anotações, escreva a palavra CORRELAÇÃO,
anotando em seguida os versículos do mesmo capítulo que se correlacionam, isto é, que se combinam entre si.

Aplicação. Das aplicações possíveis, escolha aquela que você sente, definidamente, que Deus quer
que você ponha em prática, e as coisas específicas que Deus quer que você faça para aplicar a sua vida. A
Bíblia e os seus preceitos não vos foram dados para serem apenas teorizados, mas para serem vividos e
fazerem parte inseparável da nossa vida.

33.6) Estudo pelo método sintético.


Passos a seguir Os passos a serem seguidos no estudo bíblico pelo método sintético, constituem
uma repetição do padrão: ler, observar, tomar notas; ler observar, tomar notas. Isto continua até que você
tenha encontrado todas as informações que deseja descobrir, independentemente de quantas leituras tenha
que fazer

Recomendações importantes. Para seu maior proveito nos seus estudos bíblicos pelo método
sintético, siga as seguintes orientações:

a) Descubra o tema principal do livro. Em atitude de oração leia todo o livro que você escolheu para
estudo, a fim de encontrar o tema principal. O tema pode ser encontrado como se fosse um fio que
corre por todos os capítulos. Se necessário, leia-o mais de uma vez. Assim o tema começará a
surgir na sua mente.
b) Desenvolva o tema principal do livro. Os anúncios referentes ao conteúdo do livro ajudam a
encontrar o tema principal. Tais anúncios são afirmações que o autor faz antecipadamente, dizendo
o que vem a seguir Por exemplo, o Evangelho de Mateus começa com o seguinte anúncio: " Livro
da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, Filho de Abraão" (Mtl.1) .Este anúncio referente ao
conteúdo e logo a seguir vem a genealogia de Jesus.

33.7) Método ternático e o Biográfico


Estudo pelo método temático. Este método lida com assunto específico. Por exemplo: o tema
principal da Bíblia é a redenção através do sangue de Jesus.

Estudo pelo método biográfico. Hebreus 11 traz um resumo da vida de muitos fiéis que viveram e
morreram na fé. De fato, a Bíblia afirma que "todos estes morreram na fé" (Hb 11.13), o que indica que essas
pessoas continuarão vivas no céu. Então, por que não estudar as suas vidas hoje, uma vez que conservaram
até o fim uma confiança plena nas promessas de Deus?

A experiência tem mostrado que não basta ler a Bíblia, maior proveito auferirá aquele que estuda
metódica e ordenadamente.
)stt

34.1 - Deus está pronto a honrar o ministério do pregador que honra a sua palavra de sorte
que a fé é pelo ouvir, e ouvir pela Palavra de Deus (Rm 10.17).

Qualquer pessoa que pensa de modo sério acerca da situação da pregação em nosso século,
forçosamente há de notar uma contradição estranha. De um lado, reconhece-se que há necessidade de pregação
grandiosa, que é usualmente definida como sendo pregação expositiva. Do outro lado, porém, a boa pregação
expositiva, é praticamente inexistente. Os seminários Evangélicos ( e até mesmo Liberais) exortam os seus
jovens dizendo: "Sejam fiéis na pregação ... Passem muitas horas no seu gabinete, meditando sobre a Bíblia ...
Tenham certeza que aquilo que dão ao povo é a Palavra de Deus e não as suas próprias opiniõe s". Apesar
dessas recomendações, é mui grande o número de púlpitos de nossas igrejas, ocupados, noites após noites,
por pregadores biblicamente iletrados.

34.2 - Por que pregar a Bíblia Sagrada.

Dentre as muitas razões porque devemos pregar a mensagem unicamente baseada na Bíblia Sagrada,
relacionamos as seguintes

Fomos chamados para isto.(Il Tm 42). O ferreiro deve ser alguém habilitado para trabalhar com o
ferro: o pedreiro, com construções; o marceneiro, com madeira; o médico, com o bisturi; e o pregador com
a Palavra de Deus. O ferrador poderá ser capaz até de cingir um anjo com um cinto de Ouro, mas se não
souber ferrar uma cavalgadura, ele não será digno do nome que tem. De igual modo, o pregador que por
qualquer pretexto elimina a Bíblia da sua pregação, deveria mudar de ocupação.

Tão grande foi o crescimento alcançado pela Igreja primitiva, que os apóstolos foram levados a
dividir o seu tempo entre a pregação e a distribuição de bens entre irmãos mais pobres. Para resolver
esse problema, os doze falaram a congregação, dizendo: "não é razoável, que nós deixemos a Palavra
de Deus e sirvamos às mesmas. Escolhei pois.irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios
do Espírito Santo e de sua sabedoria, ao quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós
perseveraremos na oração e no Ministério da Palavra"(At 6.1-4). Do mesmo modo, Deus nos chamou
para sermos homens da Palavra.

34.3 - A Bíblia é a Palavra de Deus (Jr 1.12)


Quanto mais cedo e melhor conhecermos a Bíblia, mais cedo e melhor haveremos de compreender
que Deus está moral e espiritualmente empenhado em cumprir a Sua, e não as nossa palavras. Se queremos
que a honra divina repouse sobre o nosso ministério, devemos honrar a Palavra de Deus, fazendo dela o tema
de nossas mensagens. Como explicar a existência de pregadores cujo ministério é de tão pouco ou nenhum
fruto') A resposta poderá estar numa das seguintes razões: a) Ele prega a palavra de Deus, no entanto é
incapaz de dizer que Deus vá cumpri-Ia; b) Ele prega as suas próprias palavras e espera que Deus cumpra,
como se Deus fosse, de fato, o seu inspirador.

34.4 - Como pregar a Bíblia Sagrada.


Não basta ler, estudar, compreender e interpretar a Bíblia. O pregador tem a responsabilidade
. de pregá-Ia de forma racional e compreensível. Deste modo, uma mensagem bibliocêntrica, é uma
'
mensagem pregada .

Expositivamente. A Pregação expositiva é o "Feijão com Arroz" da mensagem evangélica. Por este
método de pregação, temas bíblicos dos mais dificeis se tomaram claros e compreensíveis até mesmo a mente
das crianças Este foi o método de pregação preferido por Esdras e os oficiais da congregação de Israel.
Neemias 8.8 diz que diante da congregação eles "leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o

sentido, faziam que, lendo, se entendesse"


uuuu)
Simplesmente. A pregação bíblica dispensa a pomba da eloqüência e as flores da retórica humana,
para se fazer compreendida. Paulo tinha sobeja razão quando disse aos Coríntios que quando estivesse com
eles, a sua palavra e pregação "não constituiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em
demonstração do Espírito e do poder" (I Co 2.4).

Convincentemente. O poder convencedor do Evangelho é uma característica inerente às Escrituras.


No que tange ao pregador, a autoridade da sua pregação é proporcional à sua submissão a Palavra de Deus.
Explicando melhor: o simples conhecimento intelectual das Escrituras pode comunicar eloqüência ao pregador;
porém, se ele quiser exercer o poder de convencer os seus ouvintes, precisa submeter-se à ação do Espírito
Santo ao entregar a mensagem da Palavra de Deus. Lucas nos diz que ApoIo, "com grande veemência
convencia publicamente osjudeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo" (At 18.28).

34.5 - A pregação bibliocêntrica.


Já citamos a referência de I Coríntios 2.4, onde Paulo diz: "A minha palavra, e a minha pregação, não
constituiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder". No
versículo 5, acrescenta o apóstolo do Senhor: c c ••• Para que vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens,
mas no poder de Deus".
Se podemos concordar com Paulo de que a Fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus(Rm 10.17), devemos
então, pregá-Ia se quisermos que o povo de Deus tenha fé e seja abençoado.

34.6 - A pregação da Palavra regenera e santifica.

A Palavra Regenera. Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível
pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre" (IPe 1.23).

A palavra Santifica. "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade .. e por eles me santifico a
mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade" (10 17.17,19).

34.7 - A Palavra Sara. "E estava assentado em Listra certo varão leso dos pés, coxo desde o
ventre de sua mãe, o qual nunca tinha andado. Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos, e vendo que
tinha fé para ser curado, disse em voz alta: levanta-te direito sobre os teus pés. E ele saltou e andou" (At 14.8-
10) Se quisermos que os crentes, membros de nossas igrejas, sejam batizados com Espírito Santo, e sejam
alcançados pelo favor do Senhor, a tempo e fora de tempo, preguemos a palavra de Deus (Il Tm 4,2).
35.1 - Os avisos da Bíblia indicam o cuidado de Deus com seu povo na face da Terra;
Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo, Me 13.33; Pv 4.23; I Tm 4.16; Tg
4.11 . A Bíblia está cheia de Avisos e Exortações que denotam a preocupação divina em alertar o seu povo
acerca do período e ameaças a comunhão com Deus; neste capitulo trataremos de alguns avisos Bíblicos para
o crente, em particular para a Igreja do Senhor e para o ímpio.

Aviso a Família (Ef 5 .22-26, 31-33; 6.1-4). Deus instituiu a família e instituiu ordens para a sua
preservação. Essas normas envolvem os princípios da submissão, tão deturpado e relegado pelos sistemas
modernos, mas eficaz na experiência humana. Prevalecem para a família cristã princípios bíblicos que estão
implícitos na epístola de Paulo aos Efésios: "Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus" (Ef5.21). Esse
principio põe em destaque a autoridade de Deus sobre as coisas criadas. As relações entre marido e esposa
estão debaixo desse principio de autoridade e sujeição. A esposa submete-se ao marido, como ao Senhor. A
autoridade do marido não é independente, mas é sujeita a autoridade divina. Da mesma forma os filhos
sujeitem-se a autoridade dos pais no temor do Senhor.

35.2 - A conduta da Esposa (EF 5.22,24).


A sujeição da Esposa ao marido (V22) tem um novo sentido no Novo Testamento, visto que no
Velho Testamento havia maior restrição às mulheres casadas. A sujeição das esposas não é escravidão. Pelo
contrário, dignifica sua posição na sociedade, por causa de Cristo. Essa sujeição deve ser espontânea, pois é
uma sujeição feita no amor e no temor do Senhor.

35.3 - A conduta do Marido (Ef5.25-30).


A conduta do marido em relação a sua esposa deve ser expressa em amor. O amor é a expressão
máxima desse relacionamento. O senhorio do esposo sobre a esposa não é o mesmo de Senhor e Escravo,
mas baseia-se na autoridade que lhe é própria. O marido deve amar a esposa como a si mesmo. O modelo
deste amor é Cristo que amou de tal forma a sua esposa e deu a vida por ela.

35.4 - As responsabilidades inerentes do casal (Ef5.33).


"O marido, ame sua própria mulher e esta reverencie o marido" (Ef 5.33). A responsabilidade
matrimonial é mutua, mas o apóstolo Paulo coloca cada um dos cônjuges nos seus devidos lugares. Ao
marido é ordenado o amor legítimo e total a mulher, e a ela, o respeito devido ao marido. As palavras "amor"
e "reverência" tomam lugar no matrimônio como sendo a essência das responsabilidades inerentes do casamento.
O amor do marido deve ter sentido amplo, isto é, não só fisica, mas também espiritual e moral. A "reverência"
da mulher ao marido diz respeito a submissão amável e espontânea. Reverenciar não significa adorar o marido
como se ele fosse um Deus, nem submeter-se a ele com subserviência, mas com o sentido de respeito pela
sua autoridade como chefe espiritual e material da família.

35.5 - A conduta dos filhos dentro do lar (Ef. 6.1-4).


A conduta dos filhos dentro do lar é sempre o reflexo da conduta dos pais. Na verdade, o mal ou bom
relacionamento, entre os pais refletirá sobre os filhos. Se o marido souber amar sua esposa como convém a
um bom marido e for correspondido pela esposa com respeito e com mesmo amor, não haverá dificuldades
na formação moral e espiritual dos filhos. O pai dentro do lar é o sacerdote da família e o seu sacerdócio
refletir o ensino das Escrituras. Se ele é obediente a Deus, e a Esposa, por sua vez, é obediente a ele, não
haverá problemas para que os filhos sejam obedientes e tementes a Deus.

o princípio da Obediência (Ef6.1). "Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais". A obediência é
um princípio que deve ser ensinado aos filhos. Esse princípio deve nortear suas vidas para que sejam felizes.
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A natureza humana é ardorosa e rebelde independente da idade. Se um filho menor não for contido e
levado a obediência poderá correr o risco de perder-se em rebeldia. A obediência deve ser ensinada com
firmeza e com amor.

o valor da obediência - O valor da obediência está na palavra "Honra", que no grego é TIMAO
e quer dizer: valorizar, estimar, dar preço a. Os filhos devem ser ensinados a honrar os pais porque a Bíblia
ordena: "Honra o teu pai e a tua mãe". A desobediência desonra os pais, visto que é a obediência o alicerce
da felicidade deum lar. O apóstolo Paulo declara que é "o primeiro mandamento com promessa" (Ef6.2). A
célula máter da sociedade é a família. O bom relacionamento entre pais e filhos trará resultados positivos a
todos dentro de uma casa. Os pais devem administrar uma disciplina segura e no temor do Senhor. A disciplina
deve ser coerente como os padrões familiares expostos na Bíblia. A disciplina deve ser consistente, ainda que
flexível, isto é, ela deve ser aplicada com firmeza e não deve sofrer alteração depois de emitida uma ordem
disciplinar. A disciplina deve ser flexível quanto ao método aplicado. Os pais não devem persistir num método
cujo efeito não alcance o objetivo educacional. Os filhos devem sentir a força e o peso da disciplina mantida,
para que os pais não caiam em descrédito perante eles. A disciplina deve ser feita na "Admoestação do
Senhor", formando personalidades fortes, sadias, moral e espiritualmente.

35.6 - Aviso da Bíblia quanto ao cuidado com a nossa língua (Tg 3.1-12).
A Bíblia é plena porque trata das coisas de Deus e do homem, preocupando-se até com as
preocupações do nosso caráter através dos membros do nosso corpo. O apóstolo Tiago havia percebido
que grande parte dos problemas sociais e espirituais existentes entre as pessoas, mui especialmente entre
os crentes, era o problema do uso da língua. A língua, como um membro do nosso corpo não tem poder
próprio, mas age sob o impulso da mente, e daí, se torna um membro perigoso. As nossas palavras são
emitidas, tendo a língua como membro principal. As palavras tem um peso grande, mas nem sempre nós
avaliamos a importância delas. Deus nos responsabiliza pelo que falamos às pessoas, aos nossos familiares,
aos nossos amigos (Mt 12.36,37).

Nada mais neste mundo tem poder para transformar a nossa língua. Só o poder da palavra de Deus
que fortalece o nosso interior e coloca um freio na nossa língua. Ela é a fonte de poder espiritual para vencermos
os ataques de Satanás. Precisamos dirigi-Ia e saboreá-Ia para que cresçamos no Espírito e alcancemos
maturidade (T g 3.2)

35.7 - Um aviso sobre o cuidado com a doutrina do Senhor (1 Tm 4.16).


A palavra "doutrina" tem sido alvo de discussão no seio da Igreja, por aqueles que a distinguem no
seu valor teológico. De fato, doutrinas e costumes estão ligadas pelo seu valor espiritual, mas é preciso notar
a distinção dos significados dos termos. "Doutrina" tem seu valor eterno e "costume" tem seu valor temporal.
A ligação dos costumes à doutrina, está no efeito prático da doutrina, e não nos conceitos subjetivos criados
por zelo que destrói", sem embasamento Bíblico.

O Conselho de Paulo a Timóteo tem um sentido Pessoal: "Tem cuidado de ti e da doutrina" (I Tm


4.16) A Inclusão e destaque do cuidado com "a doutrina" refere-se, essencialmente, pelo contexto da exortação,
que Timóteo deveria doutrinar a Igreja ensinado-a nas doutrinas fundamentais da fé Cristã. A Bíblia destaca
três tipos de Doutrinas: doutrina de Deus, de demônios e de Homens (I Tm 4.]; II Tm 2.10; CI 2.22).
Conceitos errôneos sobre doutrinas da Bíblia têm sido infiltrados no seio da Igreja através da pregação
e ensinos irresponsáveis. Esses conceitos deturpam a verdade da palavra de Deus e se constituem em barreiras
espirituais com as quais Satanás se aprazo

"Cuidar da doutrina" significa mantê-Ia intacta contra as distorções, contra as invencionices doutrinárias,
contra os falsos conceitos moralistas.

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SÓCRATES, PLAT ÃO E ARISTÓTELES


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r Editora Globo-Rio de Janeiro-Rl

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UÇÕES BÍBUCAS - CPAD

~ - COMENTÁRIO E CONCLUSÃO BIBLIOGRÁFICA


PR. CID MOREIRA TERÉZIO

~ "A- 'O"), JJ f(jUJ), ~ liA iJ ( t(io (ll/)~ 10, .


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