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VOTO 3/2023–CMN, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2023

Assuntos de Regulação – Propõe a edição de


resolução do Conselho Monetário Nacional
alterando a Resolução CMN nº 4.970, de 25 de
novembro de 2021, que disciplina os processos de
autorização, para incluir as confederações de
serviço constituídas por cooperativas centrais de
crédito no rol das instituições que especifica.

Senhores Conselheiros,

A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, na 3.477ª sessão, aprovou o


incluso Voto 20/2023–BCB, de 8 de fevereiro de 2023, em que se propõe a edição de resolução
do Conselho Monetário Nacional alterando a Resolução CMN nº 4.970, de 25 de novembro de
2021, que disciplina os processos de autorização, para incluir as confederações de serviço
constituídas por cooperativas centrais de crédito no rol das instituições que especifica.

É o que submeto à consideração dos Senhores.

Roberto de Oliveira Campos Neto


Presidente do Banco Central do Brasil

Anexo: 1.

Documento assinado com certificação digital, conforme art. 6º do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015
O documento a seguir consta no Sistema Processos Eletrônicos (e-BC)
Cópia integral emitida em 09/02/2023 às 18h23 para Reuniões da Diretoria

VOTO DO BC 20/2023-BCB/Dinor-Numerado Manualmente


Descrição: Assuntos de Regulação - Propõe a edição de resolução do Conselho Monetário Nacional alterando a
Resolução CMN nº 4.970, de 25 de novembro de 2021, que disciplina os processos de autorização, para i...
Assinado/Autenticado por: - PAULO SERGIO NEVES DE SOUZA:09122189831 em 09/02/2023;
Cópia do documento constante no Sistema Processos Eletrônicos (e-BC) do Banco Central do Brasil
Emitida para Reuniões da Diretoria em 09/02/2023 às 18h23

VOTO 20/2023–BCB, DE 8 DE FEVEREIRO DE 2023

Assuntos de Regulação – Propõe a edição de


resolução do Conselho Monetário Nacional
alterando a Resolução CMN nº 4.970, de 25 de
novembro de 2021, que disciplina os processos de
autorização, para incluir as confederações de serviço
constituídas por cooperativas centrais de crédito no
rol das instituições que especifica.

Senhor Presidente e Senhores Diretores,

A Lei Complementar nº 196, de 24 de agosto de 2022, alterou a Lei Complementar


nº 130, de 17 de abril de 2009, que rege o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo. Entre as
alterações realizadas, destaco a inclusão das confederações de serviço constituídas por
cooperativas centrais de crédito no rol das instituições disciplinadas pela Lei Complementar nº
130, de 2009, bem como, no que couber, pela legislação aplicável ao Sistema Financeiro Nacional
(SFN) e às sociedades cooperativas.

2. Nesse sentido, essa Lei Complementar estabelece, entre outros aspectos, que as
confederações de serviço constituídas por cooperativas centrais de crédito passam a ser
entidades que necessitam de autorização deste Banco Central para funcionar.

3. Destaco ainda que as normas relativas às autorizações para funcionamento das


instituições reguladas pelo Conselho Monetário Nacional estão consubstanciadas na Resolução
CMN nº 4.970, de 25 de novembro de 2021. Desse modo, para a efetiva implementação das
regras introduzidas pela Lei Complementar nº 196, de 2022, faz-se necessário alterar a Resolução
CMN nº 4.970, de 2021, para incluir as confederações de serviço constituídas por cooperativas
centrais de crédito no rol de instituições sujeitas aos processos de autorização disciplinados nessa
Resolução.

4. Para esse fim, proponho a edição de resolução do Conselho Monetário Nacional


alterando os arts. 1º, 3º, 6º, 7º, 11 e 19 da Resolução CMN nº 4.970, de 2021.

5. Cumpre ressaltar que, por força do art. 5º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de


2019, e do art. 3º do Decreto nº 10.411, de 30 de junho de 2020, a edição de atos normativos
por órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional deve
ser precedida de análise de impacto regulatório (AIR), a qual pode ser dispensada, entre outras
hipóteses especificadas no art. 4º do referido Decreto, no caso de urgência.

6. Nesse sentido, noto que a Lei Complementar nº 196, de 2022, não apenas
submeteu as confederações de serviços aos ditames legais anteriormente citados como estendeu
as competências legais do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil em relação
às instituições financeiras também a essas sociedades. Entre essas, destaco a competência do

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Conselho Monetário Nacional para estabelecer condições de constituição e de funcionamento


das confederações de serviço constituídas por cooperativas centrais de crédito, com vistas ao
respectivo processo de concessão de autorização pelo Banco Central do Brasil. Além disso, no
caso das confederações de serviço em funcionamento, a mencionada Lei Complementar nº 196,
de 2022, determina que a autorização deve ser solicitada a este Banco Central no prazo de 180
(cento e oitenta) dias, contados a partir da entrada em vigor dessa Lei Complementar, o qual
expira em 20 de fevereiro de 2023, gerando o problema regulatório de ausência de arcabouço
normativo que estabeleça os requisitos para essa autorização.

7. Adicionalmente, destaco que a inserção das confederações de serviço no rol das


instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central tem por objetivo abrir oportunidades
para o desenvolvimento do segmento cooperativista de crédito, em especial dos sistemas
organizados em três níveis, através da redução de custos operacionais incorridos pelas
cooperativas de crédito filiadas, bem como, na margem, contribuir, em um prazo mais elástico,
para aumentar a capacidade de concessão de crédito das cooperativas singulares em decorrência
da redução proporcional de seus investimentos em ativos permanentes.

8. A propósito informo que na data de entrada em vigor da Lei Complementar nº


196, de 2022, havia duas confederações de serviço em atividade no País. Não obstante isso, os
sistemas cooperativos aos quais pertencem essas confederações de serviço possuem, somados,
mais de 450 (quatrocentos e cinquenta) cooperativas singulares de crédito filiadas, mais de 13
milhões de associados e mais de R$280 bilhões em carteira de crédito, representando assim mais
de 50% (cinquenta por cento) do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo.

9. Considerando a relevância das confederações de serviço dos principais sistemas


cooperativos de crédito, em funcionamento na data de entrada em vigor da mencionada Lei
Complementar, torna-se de fundamental importância a submissão dessas confederações aos
dispositivos da Lei Complementar nº 130, de 2009, e, no que couber, à legislação aplicável ao
SFN e às sociedades cooperativas, bem como à supervisão desta Autarquia.

10. Some-se à exiguidade do prazo a complexidade do estabelecimento de regulação


específica para um tipo de instituição até então fora do escopo de atuação desta Autarquia, de
modo que apenas foi possível a apresentação desta proposta com pouca antecedência para o
fim do prazo legal. Tendo isso em conta, entendo que está configurada a situação de urgência
definida no Decreto nº 10.411, de 2020, o que justifica a dispensa da AIR. Por outro lado, ressalto
que em atenção ao art. 12 do referido Decreto, os atos normativos dispensados de AIR em razão
de urgência deverão ser objeto de avaliação de resultado regulatório (ARR) no prazo de três anos,
contado da data de sua entrada em vigor.

11. Pelos mesmos motivos, proponho que a resolução CMN em causa entre em vigor
na data de sua publicação, nos termos do art. 4º, parágrafo único, do Decreto nº 10.139, de 28
de novembro de 2019.

Voto 20/2023–BCB, de 8 de fevereiro de 2023


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12. Assim, com base no disposto no art. 11, inciso V, alínea "c", e no art. 13, inciso XIII,
combinado com o art. 20, inciso IV, alínea "a", todos do Regimento Interno deste Banco Central,
trago o assunto à consideração deste Colegiado, na forma da anexa minuta de resolução CMN,
para, após aprovação desta Diretoria Colegiada, ser submetido ao Conselho Monetário Nacional.

Paulo Sérgio Neves de Souza


Diretor de Regulação substituto

Anexo: 1.

Voto 20/2023–BCB, de 8 de fevereiro de 2023


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RESOLUÇÃO CMN Nº , DE DE DE 2023

Altera a Resolução CMN nº 4.970, de 25 de


novembro de 2021, que disciplina os processos de
autorização relacionados ao funcionamento das
instituições que especifica.
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro
de 1964, torna público que o Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em de de
2023, com base nos arts. 1º, § 1º, e 12, inciso I, da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de
2009,
RESOLVEU:
Art. 1º A Resolução CMN nº 4.970, de 25 de novembro de 2021, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
“Art. 1º ............................................................................................................
.........................................................................................................................
XVII - sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
XVIII - sociedades de empréstimo entre pessoas; e
XIX - confederações de serviço.
................................................................................................................” (NR)
“Art. 3º ............................................................................................................
.........................................................................................................................
III - a fusão, cisão ou incorporação de instituição relacionada no art. 1º, bem
como desmembramento de cooperativa de crédito ou de confederação de
serviço, condicionados ao cumprimento dos requisitos previstos nos incisos
III e IX do art. 2º;
.........................................................................................................................
VI - a alteração do valor do capital social, exceto das cooperativas de crédito
e das confederações de serviço, condicionada ao cumprimento do requisito
previsto no inciso II do art. 2º, em caso de aumento, ou dos requisitos
previstos nos incisos III e IX do art. 2º, em caso de redução do capital;
................................................................................................................” (NR)
“Art. 6º ............................................................................................................
.........................................................................................................................
II - convocar para entrevista os controladores, os detentores de participação
qualificada e os administradores das instituições de que trata o art. 1º e os
fundadores das cooperativas de crédito e das confederações de serviço.”
(NR)

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“Art. 7º ............................................................................................................
.........................................................................................................................
§ 2º .................................................................................................................
.........................................................................................................................
II - inciso II do caput, no caso de cooperativas de crédito e de confederações
de serviço; e
III - inciso III do caput, no caso de agências de fomento, cooperativas de
crédito e confederações de serviço.
................................................................................................................” (NR)
“Art. 11. O disposto neste Capítulo não se aplica às cooperativas de crédito,
às confederações de serviço e às associações de poupança e empréstimo.”
(NR)
“Art. 19. ..........................................................................................................
I - ......................................................................................................................
.........................................................................................................................
d) deixarem os controladores, os detentores de participação qualificada, os
fundadores, no caso de cooperativas de crédito e de confederações de
serviço, ou os administradores de atender a convocação do Banco Central
do Brasil para entrevista; ou
................................................................................................................” (NR)
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Roberto de Oliveira Campos Neto


Presidente do Banco Central do Brasil

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