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VOTO 99/2023–BCB, DE 14 DE JUNHO DE 2023

Assuntos de Regulação – Propõe alterações à Circular


nº 3.809, de 25 de agosto de 2016, que estabelece os
procedimentos para o reconhecimento de
instrumentos mitigadores no cálculo da parcela dos
ativos ponderados pelo risco (RWA) referente às
exposições ao risco de crédito sujeitas ao cálculo do
requerimento de capital mediante abordagem
padronizada (RWA CPAD ).

Senhor Presidente e Senhores Diretores,

Proponho a edição de resolução BCB com o objetivo de atualizar a Circular nº


3.809, de 25 de agosto de 2016, que dispõe sobre o reconhecimento de instrumentos
mitigadores no cálculo da parcela relativa às exposições ao risco de crédito sujeitas ao cálculo do
requerimento de capital mediante abordagem padronizada (RWA CPAD ). As atualizações têm o
objetivo de incorporar à norma de mitigação as inovações do Comitê de Basileia para Supervisão
Bancária (BCBS) constantes do documento “Basel III: Finalising post-crisis reforms”, publicado em
dezembro de 2017, conhecido como “Basileia III”. A proposta traz também outras atualizações
necessárias para alinhar as regras de mitigação com a nova forma de apuração da parcela
RWA CPAD introduzida pela Resolução BCB nº 229, de 12 de maio de 2022, também em
alinhamento com Basileia III.

2. A primeira alteração diz respeito à divulgação de informações como requisito para


o reconhecimento de mitigadores. Reforçando o fomento à disciplina de mercado por meio da
divulgação de informações, a proposta normativa veda, a critério do Banco Central do Brasil
(BCB), o reconhecimento dos instrumentos mitigadores em caso de descumprimento da
obrigação de divulgar informações referentes ao risco de crédito no seu Relatório de Pilar 3. A
Resolução BCB nº 54, de 16 de dezembro de 2020, determina que as instituições enquadradas
nos Segmentos 1 (S1), 2 (S2), 3 (S3) ou 4 (S4), nos termos da Resolução nº 4.553, de 30 de janeiro
de 2017, e os conglomerados classificados como Tipo 3 enquadrados no S2, S3 ou S4, nos termos
da Resolução BCB nº 197, de 11 de março de 2022, devem divulgar informações regulatórias em
documento denominado Relatório de Pilar 3.

3. Outra alteração proposta refere-se ao reconhecimento de instrumento mitigador


provido por entidade ligada, como previsto em Basileia III, desde que o risco de crédito associado
ao instrumento ou ao valor do colateral financeiro não esteja positivamente correlacionado com
o risco de crédito das exposições para as quais as garantias estão sendo oferecidas. Ao mesmo
tempo, a norma vigente já exclui casos de correlação positiva do conjunto de mitigadores
reconhecidos (inciso IX do § 1º do art. 2º). Diante disso, a proposta de revogação do inciso VI do
§ 1º do art. 2º é pertinente, ampliando o rol de mitigadores reconhecidos, ao mesmo tempo que
preserva o caráter prudencial da norma.
4. Com a proposta, são adicionados ao rol de colaterais financeiros reconhecidos os
saldos de moeda eletrônica mantidos na própria instituição, nos termos do art. 4º. Tal adição é
oportuna, pois, a partir de 1º de julho de 2023, os conglomerados prudenciais do Tipo 3, definidos
na Resolução BCB nº 197, de 2022, também passarão a estar sujeitos à apuração da parcela
RWA CPAD e consequentemente à possibilidade do reconhecimento de mitigadores sob a Circular
nº 3.809, de 2016. A adição de saldos de moeda eletrônica mantidos na própria instituição ao rol
de colaterais financeiros é justificada pois tais saldos têm alto poder mitigador e são comumente
mantidos nos conglomerados prudenciais do Tipo 3, além de poderem ser igualmente emitidos
por instituições financeiras. A proposta também reclassifica as notas vinculadas a crédito (credit-
linked notes) para o mesmo conjunto de mitigadores que inclui os certificados de operações
estruturadas (COE) pela similaridade entre tais instrumentos.

5. Relativamente ao reconhecimento como colaterais financeiros de títulos emitidos


por governos centrais de jurisdições estrangeiras e respectivos bancos centrais, a proposta alinha
o texto com a Resolução BCB nº 229, de 2022, referente ao grau de investimento e à mitigação
de exposições referenciadas na moeda local da jurisdição e registradas no balanço da subsidiária
sediada na mesma jurisdição. Ao fazê-lo, é assegurado que apenas os títulos dessa natureza
ponderados a 0% (zero por cento) sob a Resolução BCB nº 229, de 2022, receberão ponderador
de 0% (zero por cento) quando utilizados como mitigadores (conforme nova redação do art. 6º,
§ 2º, da Circular nº 3.809, de 2016).

6. A proposta de norma traz um esclarecimento importante quanto a notas de


crédito vinculadas (credit-linked notes) e a COE. Tais instrumentos podem ter um uso duplo como
colateral financeiro e como derivativo de crédito, a depender do valor mínimo garantido ao
investidor. A proposta esclarece que o valor mínimo garantido ao investidor, se houver, pode ser
utilizado como colateral financeiro para mitigar exposições da instituição frente ao próprio
investidor (novo § 3º do art. 4º). Já a parte não garantida, sujeita ao risco de crédito do ativo
subjacente, pode ser equiparada a derivativo de crédito mitigando o risco da exposição ao ativo
subjacente, se houver, nas condições especificadas, recebendo ponderador de 0% (zero por
cento) por tratar-se de mitigador pré-pago (funded) conforme novos §§ 1º e 2º do art. 17.

7. A norma esclarece, por meio do novo § 10 do art. 4º, que, para operação
compromissada e de empréstimo de título e valor mobiliário, os recursos financeiros recebidos
nas operações de venda com compromisso de recompra ou na cessão por empréstimo devem
receber o tratamento previsto para os depósitos à vista e demais instrumentos mantidos na
própria instituição listados no inciso I do caput do art. 4º. Esta atualização é importante para a
apuração da parcela RWA CPAD a partir de 1º de julho de 2023. Isso porque esse comando está em
vigor na Circular nº 3.644, de 4 de março de 2013, que regula a apuração da parcela RWA CPAD até
30 de junho de 2023, mas não foi recepcionado pela Resolução BCB nº 229, de 2022, que regulará
a RWA CPAD a partir de 1º de julho de 2023.

8. No cálculo do valor da exposição considerando o efeito da mitigação do risco de


crédito na Abordagem Abrangente, a proposta incorpora significativo incremento na
granularidade dos fatores de ajuste padronizado associados à natureza do colateral financeiro
utilizado. No caso de títulos públicos federais, títulos emitidos por governos centrais de
jurisdições estrangeiras e respectivos bancos centrais e títulos de crédito emitidos por
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Documento assinado com certificação digital, conforme art. 6º do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015
organismos multilaterais e Entidades Multilaterais de Desenvolvimento (EMD), a regra vigente
contempla apenas três fatores de ajuste padronizado, considerando apenas o critério do prazo
efetivo de vencimento. Já a proposta em questão apresenta vinte fatores de ajuste considerando
os critérios de prazo, classificação externa de risco e natureza do colateral financeiro. A maior
granularidade segue o padrão internacional de Basileia III e incentiva um melhor gerenciamento
de risco pelas instituições financeiras.

9. A proposta atualiza também o valor do fator de ajuste padronizado associado à


natureza do colateral financeiro: (i) de 0% (zero por cento) para 20% (vinte por cento) quando se
tratar de depósito em ouro; e (ii) de 15% (quinze por cento) para 12% (doze por cento) quando
se tratar de títulos de crédito emitidos por entidades não financeiras. Por fim, a proposta altera
de 25% (vinte e cinco por cento) para 30% (trinta por cento) o valor do fator de ajuste
padronizado dos títulos, valores mobiliários, cotas de fundos de investimento ou operações
estruturadas não listados na norma.

10. Para algumas exposições com características específicas, dependendo da sua


natureza e do tempo durante o qual o seu valor flutua até o encerramento da posição, o padrão
Basileia III entende que os valores dos fatores de ajuste padronizados devem ser aumentados.
Dessa forma, para instituição enquadrada no S1, nos termos da Resolução nº 4.553, de 2017,
quando a exposição não for relativa a operação compromissada, de empréstimo de títulos e
valores mobiliários e de derivativo, ou for relativa a operação com instrumento financeiro
derivativo mas com as características que a proposta especifica, os valores dos fatores de ajuste
padronizado devem ser multiplicados por 1,40 (um inteiro e quarenta centésimos). Esse
multiplicador é uma simplificação da fórmula trazida em Basileia III. Devido à sua complexidade,
essa alteração contará com prazo para implementação mais longo, a partir de 1º de outubro de
2023.

11. A proposta esclarece o procedimento para uso de derivativos de crédito e


garantias fidejussórias como mitigadores em casos específicos (novos §§ 3º e 4º do art. 17). A
proposta elucida que, quando o derivativo de crédito ou a garantia fidejussória cobrem somente
perdas que excederem um certo piso, o ponderador da exposição não protegida é 1.250% (mil
duzentos e cinquenta por cento). Isso porque o piso corresponde às primeiras perdas, atraindo
maior risco de crédito, a exemplo de uma cota subordinada de um processo de securitização. Já
quando as perdas da carteira subjacente ao derivativo de crédito ou garantia fidejussória são
alocadas pari passu, conforme uma proporção contratada entre a instituição e o receptor do risco
de crédito, naturalmente a parcela não mitigada da exposição corresponde ao percentual de
perdas alocadas à instituição multiplicado pelo valor original da exposição. Com a proposta,
passam a ser reconhecidos as garantias fidejussórias e os derivativos de crédito emitidos por
Contraparte Central Qualificada (QCCP) e por seguradoras, alinhando a norma de mitigação com
Basileia III (novos incisos V e VI do art. 18).

12. A proposta introduz dispositivo para tratar a mitigação de exposições relativas a


garantias fidejussórias prestadas por força de lei garantindo obrigações de outras instituições
financeiras (novo art. 29-B). Nesse caso, seguindo o padrão internacional de Basileia III, o
dispositivo aplica o “princípio da substituição” da mitigação de Basileia III: a exposição à
instituição financeira pode ser substituída, porém somente por exposições a ativos subjacentes
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Documento assinado com certificação digital, conforme art. 6º do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015
de Fator de Ponderação de Risco (FPR) menor que o da exposição original à instituição. Ressalta-
se que tal substituição é condicionada também ao direito de sub-rogação ao ativo subjacente no
caso de acionamento da garantia fidejussória e à autorização pelo BCB. Por sua vez, essa
autorização pelo BCB é condicionada à inexistência de correlação positiva entre a exposição
original à instituição financeira e o ativo subjacente que a mitiga.

13. Por fim, outras propostas de alterações específicas na norma incluem:


a. art. 2º, § 2º, inciso III: serão reconhecidos mitigadores de qualquer classe de instrumento
protegendo mais de uma exposição, desde que atendido o requisito de manutenção da
capacidade mitigadora;
b. art. 6º, § 3º: com a proposta, sob a Abordagem Simples os depósitos em ouro não estarão
sujeitos ao tratamento do art. 6º (esses depósitos se enquadram na regra geral dessa
Abordagem);
c. art. 9º, inciso III: a proposta deixa claro que a frequência mínima de marcação a mercado
de colaterais financeiros é diária, frequência utilizada por Basileia III no estabelecimento
do valor dos ajustes padronizados;
d. art. 16: a proposta atualiza a fórmula da exposição efetiva para operações compromissadas
e de empréstimo de ativos cobertas por acordo de compensação e liquidação de obrigações
na Abordagem Abrangente. A atualização promove convergência ao padrão regulatório
prudencial internacional de Basileia III;
e. art. 23: a proposta exclui do conjunto de derivativos de crédito reconhecidos aqueles
derivativos da modalidade nth to default (enésimo a inadimplir). Além disso, para admissão
de swaps de retorno total como mitigador, exige-se que a contabilização da exposição
mitigada reflita as perdas compensadas pela mitigação. Tais alterações também promovem
convergência ao padrão internacional de regulação prudencial;
f. art. 24: a proposta fortalece o instituto do derivativo de crédito ao vedar à receptora de
risco a prerrogativa de impor a entidade que determinará se um evento de crédito ocorrer.
Isso também se constitui em convergência ao padrão internacional.

14. Destaco que a norma proposta promove a convergência da regulação prudencial


aos padrões internacionais sem acarretar impacto material sobre os regulados. Por isso,
esclareço que, para os efeitos do Decreto nº 10.411, de 30 de junho de 2020, a minuta ora
apresentada está dispensada da realização de análise de impacto regulatório, nos termos do art.
4º, incisos III e VI, do referido Decreto.

15. Cumpre esclarecer, ainda, que a presente proposta altera a redação do art. 18 da
Circular nº 3.809, de 2016, dispositivo que já havia sido alterado pela Resolução BCB nº 239, de
1º de setembro de 2022 (pendente sua entrada em vigor em 1º de julho próximo). A fim de
prevenir ruídos interpretativos, propõe-se que a norma entre em vigor na data de sua publicação
relativamente à revogação do art. 1º da Resolução BCB nº 239, de 2022, na parte que altera a
redação do art. 18 da Circular nº 3.809, de 2016. Justifica-se, portanto, a urgência prevista no
parágrafo único do art. 4º do Decreto nº 10.139, de 28 de novembro de 2019, a fim de permitir
que, em 1º de julho de 2023, entre em vigor a redação ora proposta para o art. 18, que combina

Voto 99/2023–BCB, de 14 de junho de 2023


Documento assinado com certificação digital, conforme art. 6º do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015
a redação dada pela Resolução BCB nº 239, de 2022, com as alterações comentadas no parágrafo
11, acima.

16. Assim, com base no disposto no art. 11, inciso VI, alínea “o”, item 1, no art. 12,
inciso XXV, combinado com o art. 13, inciso XII, e no art. 20, inciso IV, alínea “a”, do Regimento
Interno deste Banco Central, submeto à aprovação deste Colegiado a anexa minuta de resolução
BCB.

Otávio Ribeiro Damaso


Diretor de Regulação

Anexo: 1.

Voto 99/2023–BCB, de 14 de junho de 2023


Documento assinado com certificação digital, conforme art. 6º do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015
RESOLUÇÃO BCB Nº , DE DE DE 2023

Altera a Circular nº 3.809, de 25 de agosto de 2016,


que estabelece os procedimentos para o
reconhecimento de instrumentos mitigadores no
cálculo da parcela dos ativos ponderados pelo risco
(RWA) referente às exposições ao risco de crédito
sujeitas ao cálculo do requerimento de capital
mediante abordagem padronizada (RWA CPAD ) de que
tratam a Resolução CMN nº 4.958, de 21 de outubro
de 2021, e a Resolução BCB nº 200, de 11 de março
de 2022.
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão realizada em de
junho de 2023, com base no disposto nos arts. 9º, 10, inciso IX, e 11, inciso VII, da Lei nº 4.595,
de 31 de dezembro de 1964, no art. 9º-A da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, e no art. 9º,
inciso II, da Lei nº 12.865, de 9 de outubro de 2013, e tendo em vista o art. 3º, § 2º, da Resolução
CMN nº 4.958, de 21 de outubro de 2021, os arts. 3º, inciso VIII, e 14 da Resolução nº 4.282, de
4 de novembro de 2013, e o art. 3º, § 2º, da Resolução BCB nº 200, de 11 de março de 2022,
RESOLVE:
Art. 1º A Circular nº 3.809, de 25 de agosto de 2016, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 2º ............................................................................................................
.........................................................................................................................
§ 2º .................................................................................................................
.........................................................................................................................
III - quando a execução do instrumento mitigador para uma ou mais
exposições não compromete a mitigação do risco de crédito das demais.
.........................................................................................................................
§ 8º No caso de descumprimento relativo à divulgação das informações de
que trata o inciso VII do § 1º do art. 2º da Resolução BCB nº 54, de 16 de
dezembro de 2020, o reconhecimento dos instrumentos mitigadores
previstos no caput poderá ser vedado, a critério do Banco Central do Brasil,
enquanto não for corrigido o descumprimento.” (NR)
“Art. 4º ............................................................................................................
I - depósitos à vista, saldos de moeda eletrônica, depósitos de poupança e
em ouro, mantidos na própria instituição;
II - depósitos a prazo, depósitos interfinanceiros, letras financeiras, letras de
crédito imobiliário, letras de crédito do agronegócio, letras de
arrendamento mercantil, letras imobiliárias garantidas, certificados de
operações estruturadas (COE) e notas vinculadas a crédito (credit-linked
notes), quando esses instrumentos forem de emissão própria, integralizados
em espécie e mantidos na própria instituição ou custodiados em seu favor
por terceiros;
.........................................................................................................................
IV - títulos emitidos por governos centrais de jurisdições estrangeiras e
respectivos bancos centrais cuja classificação externa de risco, conferida por
agência de classificação de risco de crédito registrada ou reconhecida no
Brasil pela Comissão de Valores Mobiliários, seja equivalente a grau de
investimento ou quando observadas as condições do § 9º;
.........................................................................................................................
VI - ...................................................................................................................
a) ações ou títulos de emissão própria listados em bolsa de valores ou
registrados em mercado de balcão organizado sujeitos à regulação e
supervisão governamental, no Brasil ou no exterior; e
.........................................................................................................................
§ 3º Para os fins do caput, o valor considerado das notas vinculadas a crédito
(credit-linked notes) e dos COE mencionados no inciso II do caput deve ser
o valor total dos pagamentos mínimos a serem feitos ao investidor no caso
de ocorrência de evento de crédito.
.........................................................................................................................
§ 9º Podem ser incluídos no inciso IV do caput, os títulos que:
I - atendidas as condições do art. 24 da Resolução BCB nº 229, de 2022,
recebam FPR igual ou inferior a 50% (cinquenta por cento); e
II - mitiguem exposições referenciadas na moeda local da jurisdição e
registradas no balanço da subsidiária sediada na mesma jurisdição.
§ 10. No caso de operação compromissada e de empréstimo de título e valor
mobiliário, os recursos financeiros recebidos nas operações de venda com
compromisso de recompra ou na cessão por empréstimo recebem o
tratamento previsto para os depósitos mencionados no inciso I do caput.”
(NR)
“Art. 6º ............................................................................................................
.........................................................................................................................
§ 1º Para aplicação do disposto no inciso I do caput, os colaterais financeiros
de que trata o art. 4º, incisos III, IV e V, devem ter seu valor de mercado
reduzido em 20% (vinte por cento).
§ 2º No caso do colateral financeiro de que trata o art. 4º, inciso IV, o
tratamento previsto neste artigo somente se aplica quando o colateral
receber FPR de 0% (zero por cento), nos termos da Resolução BCB nº 229,
de 2022.

Resolução BCB nº , de de de 2023


§ 3º O tratamento previsto neste artigo não se aplica à parcela da exposição
coberta por depósito em ouro mencionado no art. 4º, inciso I.” (NR)
“Art. 9º ............................................................................................................
.........................................................................................................................
III - C = valor do colateral financeiro marcado a mercado diariamente;
.........................................................................................................................
§ 2º O valor do fator de ajuste padronizado Hc, observado o disposto nos §§
4º a 6º deste artigo, deve ser definido da seguinte forma:
I - para os colaterais financeiros de que trata o art. 4º, incisos I e II, o valor
do fator de ajuste padronizado é de:
a) 20% (vinte por cento), se for depósito em ouro; ou
b) 0% (zero por cento), nos demais casos;
II - para os colaterais financeiros de que trata o art. 4º, inciso III, o valor do
fator de ajuste padronizado é de:
.........................................................................................................................
b) 2% (dois por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 5 (cinco) anos; ou
.........................................................................................................................
III - para os colaterais financeiros de que trata o art. 4º, inciso IV, o valor do
fator de ajuste padronizado é de:
a) se a classificação externa de risco de crédito for igual ou superior a AA- ou
classificação equivalente:
1. 0,5% (meio por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 1 (um) ano;
2. 2% (dois por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 5 (cinco) anos; ou
3. 4% (quatro por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
superior a 5 (cinco) anos;
b) se a classificação externa de risco de crédito for igual ou superior a BBB-
e inferior a AA- ou classificação equivalente:
1. 1% (um por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 1 (um) ano;
2. 3% (três por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 5 (cinco) anos; ou
3. 6% (seis por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
superior a 5 (cinco) anos; ou

Resolução BCB nº , de de de 2023


c) se a classificação externa de risco de crédito for igual ou superior a BB- e
inferior a BBB- ou classificação equivalente, 15% (quinze por cento), para
qualquer prazo efetivo de vencimento residual;
IV - para os colaterais financeiros de que trata o art. 4º, inciso V, o valor do
fator de ajuste padronizado é de:
a) se a classificação externa de risco de crédito for igual ou superior a AA- ou
classificação equivalente:
1. 1% (um por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 1 (um) ano;
2. 3% (três por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 3 (três) anos;
3. 4% (quatro por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 5 (cinco) anos;
4. 6% (seis por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 10 (dez) anos; ou
5. 12% (doze por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
superior a 10 (dez) anos; ou
b) se a classificação externa de risco de crédito for igual ou superior a BBB-
e inferior a AA- ou classificação equivalente:
1. 2% (dois por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 1 (um) ano;
2. 4% (quatro por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 3 (três) anos;
3. 6% (seis por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 5 (cinco) anos;
4. 12% (doze por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 10 (dez) anos; ou
5. 20% (vinte por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
superior a 10 (cinco) anos;
V - para os colaterais financeiros de que trata o art. 4º, inciso VI, o valor do
fator de ajuste padronizado é de:
a) 12% (doze por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 10 (dez) anos; ou
b) 20% (vinte por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
superior a 10 (dez) anos;
VI - para os colaterais financeiros de que trata o art. 4º, inciso VII, o valor do
fator de ajuste padronizado é de:

Resolução BCB nº , de de de 2023


a) 2% (dois por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 1 (um) ano;
b) 4% (quatro por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 3 (três) anos;
c) 6% (seis por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 5 (cinco) anos;
d) 12% (doze por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
inferior ou igual a 10 (dez) anos; ou
e) 20% (vinte por cento), quando o prazo efetivo de vencimento residual for
superior a 10 (dez) anos;
VII - para os colaterais financeiros de que trata o art. 4º, inciso VIII, o valor
do fator de ajuste padronizado é de 20% (vinte por cento); e
VIII - para os colaterais financeiros de que trata o art. 4º, inciso IX, o valor do
fator de ajuste padronizado é de 25% (vinte e cinco por cento).
§ 3º .................................................................................................................
.........................................................................................................................
II - a 30% (trinta por cento), para exposições relativas aos títulos, valores
mobiliários, cotas de fundos de investimento ou operações estruturadas não
listados no art. 4º;
.........................................................................................................................
§ 6º Para instituição enquadrada no Segmento 1 (S1), nos termos da
Resolução nº 4.553, de 30 de janeiro de 2017, os valores dos fatores de
ajuste padronizados de que tratam os §§ 1º a 5º devem ser multiplicados
por 1,40 (um inteiro e quarenta centésimos) quando a exposição:
I - não for relativa a operação compromissada, de empréstimo de títulos e
valores mobiliários ou a operação com instrumento financeiro derivativo; ou
II - for relativa a operação com instrumento financeiro derivativo:
a) cujo número de operações no conjunto de compensação correspondente
excede 5.000 (cinco mil) a qualquer tempo no trimestre imediatamente
anterior;
b) cujo conjunto de compensação correspondente contém colaterais
financeiros sem mercado continuamente ativo no qual se obtenham, em até
dois dias úteis, múltiplas ofertas de compra que não representem desconto
significativo; ou
c) cujo conjunto de compensação correspondente está associado a mais de
duas discordâncias de chamadas de margem nos dois trimestres anteriores
e cujos prazos até a resolução excederam o período de margem de risco
(MPOR) aplicável da instituição, definido no Anexo I da Resolução BCB nº
229, de 2022.

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§ 7º Para os fins deste artigo, os colaterais financeiros de que trata o art. 4º,
§ 9º, cuja classificação externa de risco de crédito for inferior a BBB- ou
classificação equivalente são equiparados àqueles cuja classificação externa
de risco de crédito for igual ou superior a BBB- e inferior a AA-.” (NR)
“Art. 10. ..........................................................................................................
.........................................................................................................................
§ 3º Na Abordagem Simples, se atendidos os requisitos de que tratam os
incisos II a VII do caput, não se aplica o redutor de 20% (vinte por cento),
previsto no § 1º do art. 6º, sobre o valor do colateral financeiro utilizado na
operação compromissada ou de empréstimo de ativos.” (NR)
“Art. 16. ..........................................................................................................

𝐸𝐸 ∗ = max �0; ∑𝑖𝑖 𝐸𝐸𝑖𝑖 − ∑𝑗𝑗 𝐶𝐶𝑗𝑗 + 0,4𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒çã𝑒𝑒 𝑙𝑙í𝑞𝑞𝑞𝑞𝑒𝑒𝑞𝑞𝑞𝑞 +


𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑖𝑖çã𝑒𝑒 𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏
0,6 + ∑𝑓𝑓𝑒𝑒�𝐸𝐸𝑓𝑓𝑒𝑒 ∙ 𝐻𝐻𝑓𝑓𝑒𝑒 ��, em que:
√𝑁𝑁

.........................................................................................................................
II-A - 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒çã𝑒𝑒 𝑙𝑙í𝑞𝑞𝑞𝑞𝑒𝑒𝑞𝑞𝑞𝑞 = |∑𝑒𝑒(𝐸𝐸𝑒𝑒 ∙ 𝐻𝐻𝑒𝑒 )|;
II-B - 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒çã𝑒𝑒 𝑏𝑏𝑏𝑏𝑞𝑞𝑏𝑏𝑞𝑞 = ∑𝑒𝑒(𝐸𝐸𝑒𝑒 ∙ |𝐻𝐻𝑒𝑒 |) ;
.........................................................................................................................
V - H s = fator de ajuste padronizado associado ao instrumento financeiro
relativo ao E s , conforme os critérios definidos no art. 9º, § 2º a § 4º,
observado que:
a) H s tem sinal positivo quando o instrumento é concedido em empréstimo,
vendido com compromisso de recompra ou transacionado de maneira
similar a concessão de empréstimo de ativos ou a compromisso de
recompra; e
b) H s tem sinal negativo quando o instrumento é tomado em empréstimo,
comprado com compromisso de revenda ou transacionado de maneira
similar a tomada de empréstimo de ativos ou a compromisso de revenda;
VI - E fx = valor absoluto da exposição resultante da diferença entre o total
das posições compradas e o total das posições vendidas em moedas distintas
da moeda de liquidação do acordo de compensação;
VII - H fx = fator de ajuste padronizado definido no art. 9º, inciso VI e § 1º; e
VIII - N é a quantidade de instrumentos financeiros objeto da compensação
cujos valores E s são iguais ou maiores do que 10% (dez por cento) do maior
Es.
................................................................................................................” (NR)
“Art. 17. ..........................................................................................................

Resolução BCB nº , de de de 2023


§ 1º Para os fins do caput, a parcela do valor nocional de COE e notas
vinculadas a crédito (credit-linked notes) cuja transferência de risco seja
integral e irrestrita pode ser equiparada a derivativo de crédito desde que a
instituição detenha o ativo de referência e seja ele a exposição mitigada.
§ 2º No caso mencionado no § 1º, o FPR de que trata o caput deve ser 0%
(zero por cento).
§ 3º No caso em que o derivativo de crédito ou a garantia fidejussória
estipular que a proteção é acionada somente a partir de determinado
percentual de perdas, a parcela da exposição não mitigada deve ser
ponderada a 1.250% (mil duzentos e cinquenta por cento).
§ 4º No caso de o derivativo de crédito ou de a garantia fidejussória estipular
que a proteção é proporcional, de modo que as perdas sejam divididas
conforme uma proporção com a instituição, a parcela não mitigada da
exposição corresponde ao percentual de perdas alocadas à instituição
multiplicado pelo valor original da exposição.” (NR)
“Art. 18. ..........................................................................................................
.........................................................................................................................
II - entidades mencionadas no art. 27 da Resolução BCB nº 229, de 2022;
III - instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil, bem como as instituições financeiras sediadas
nas jurisdições de que trata o art. 4º, inciso IV;
IV - pessoas jurídicas de direito privado não financeiras de grande porte
sujeitas ao FPR de 65% (sessenta e cinco por cento), nos termos do art. 35
da Resolução BCB nº 229, de 2022;
V - QCCP, conforme definidas no art. 67, § 1º, da Resolução BCB nº 229, de
2022; ou
VI - seguradoras sujeitas a requerimentos prudenciais consistentes com
padrões internacionais.
.........................................................................................................................
§ 3º A garantia fidejussória prestada por entidade mencionada no inciso II
do caput que assegure a cobertura, no mínimo, do risco país e do risco de
transferência, conforme definidos no art. 21 da Resolução nº 4.557, de 2017,
e no art. 19 da Resolução BCB nº 265, de 25 de novembro de 2022, dispensa
o atendimento dos requisitos de que trata o art. 24 da Resolução BCB nº 229,
de 2022, para aplicação do FPR estabelecido pela autoridade reguladora da
jurisdição estrangeira às operações com o governo central dessa jurisdição
e respectivo banco central, bem como títulos e valores mobiliários por eles
emitidos.” (NR)
“Art. 23. ..........................................................................................................
.........................................................................................................................

Resolução BCB nº , de de de 2023


§ 1º Não são reconhecidas como instrumentos mitigadores as operações de
derivativo de crédito referenciado a mais de uma entidade em que a
proteção seja acionada apenas a partir de mais de um evento de crédito.
§ 2º Somente podem ser mitigadas por operações de derivativos de crédito
na modalidade de que trata o inciso II do caput as exposições cujo valor da
respectiva provisão ou baixa contábil seja maior ou igual ao valor dos ganhos
apurados com a operação de derivativo de crédito.” (NR)
“Art. 24. ..........................................................................................................
.........................................................................................................................
V - as entidades responsáveis pela determinação da ocorrência do evento de
crédito devem ser claramente identificadas, vedada à contraparte receptora
do risco a escolha unilateral das referidas entidades; e
................................................................................................................” (NR)
“Art. 27. ..........................................................................................................
I - garantia prestada pela União ou pelo Banco Central do Brasil;
................................................................................................................” (NR)
“Art. 29-B. No caso de prestação de garantia fidejussória prevista em lei em
relação à obrigação de outra instituição financeira, a exposição pode,
mediante a autorização do Banco Central do Brasil, ser substituída, integral
ou parcialmente, por exposições relativas a operações com terceiros, desde
que:
I - a parcela substituída esteja coberta pelo saldo devedor de operações com
terceiros cujos direitos sejam sub-rogados no caso de descumprimento da
obrigação da instituição financeira; e
II - o FPR aplicável às exposições relativas às operações com terceiros seja
igual ou inferior ao FPR aplicável à instituição financeira, nos termos da
Resolução BCB nº 229, de 2022.
Parágrafo único. A autorização de que trata o caput deve ser concedida
quando a exposição resultante a terceiros não estiver sujeita ao risco de
crédito da instituição financeira.” (NR)
Art. 2º Ficam revogados:
I - o art. 1º da Resolução BCB nº 239, de 1º de setembro de 2022, na parte em que
altera o art. 18 da Circular nº 3.809, de 2016;
II - os seguintes dispositivos da Circular nº 3.809, de 2016:
a) o inciso VI do § 1º do art. 2º;
b) o § 4º do art. 4º;
c) o parágrafo único do art. 6º;
d) as alíneas “c”, “d” e “e” do inciso IV do § 2º do art. 9º; e

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e) o inciso III do art. 16.
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor:
I - na data de sua publicação, quanto ao disposto no art. 2º, inciso I;
II - em 1º de outubro de 2023, quanto ao art. 1º, na parte em que altera o § 6º do
art. 9º da Circular nº 3.809, de 2016; e
III - em 1º de julho de 2023, quanto aos demais dispositivos.

Otávio Ribeiro Damaso


Diretor de Regulação

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