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VOTO 76/2023–BCB, DE 26 DE ABRIL DE 2023

Assuntos de Regulação – Propõe a edição de


resolução BCB que estabelece os procedimentos
para o cálculo diário, mediante abordagem
padronizada, da parcela dos ativos ponderados pelo
risco (RWA) relativa ao cálculo do capital requerido
para as exposições ao risco de crédito dos
instrumentos financeiros classificados na carteira de
negociação (RWA DRC ), de que tratam a Resolução
CMN nº 4.958, de 21 de outubro de 2021, e a
Resolução BCB nº 200, de 11 de março de 2022.

Senhor Presidente e Senhores Diretores,

Proponho edição de resolução BCB, com vistas à adoção local do novo arcabouço
regulatório de risco de mercado, também conhecido como Fundamental Review of the Trading
Book (FRTB) 1, parte do conjunto de medidas denominado Basileia III. A resolução BCB que ora
proponho estabelece os procedimentos para o cálculo diário, mediante abordagem padronizada,
da parcela dos ativos ponderados pelo risco (RWA) relativa ao risco de crédito dos instrumentos
financeiros classificados na carteira de negociação (RWA DRC ), de que tratam a Resolução CMN nº
4.958, de 21 de outubro de 2021, e a Resolução BCB nº 200, de 11 de março de 2022.

2. A crise financeira de 2008 expôs fragilidades no arcabouço regulatório de risco de


mercado então vigente, o que levou o Comitê de Basileia para Supervisão Bancária (BCBS) a
apresentar, em julho de 2009, uma série de aprimoramentos emergenciais às recomendações
em vigor, conhecida como Basileia 2.5. De modo a propor soluções de caráter permanente às
deficiências identificadas, o BCBS iniciou, em 2011, um processo de revisão abrangente e
profunda do arcabouço de exigência de capital para o risco de mercado, o denominado FRTB,
cujo conjunto de dezesseis documentos 2 teve a sua publicação final em janeiro de 2019, com
data-limite de implementação nas jurisdições locais definida para janeiro de 2023, já
considerando o adiamento de um ano em função da pandemia de Covid-19.

3. São três os elementos fundamentais alterados no novo arcabouço: critérios mais


claros para a classificação de instrumentos na carteira de negociação ou na carteira bancária;
aumento da sensibilidade ao risco do modelo padronizado para cálculo do requerimento de
capital para risco de mercado; e aperfeiçoamentos na metodologia de cálculo e nas exigências
de aprovação e desempenho para a aceitação de modelos internos para cálculo do requerimento
de capital para risco de mercado.

1
Disponível em https://www.bis.org/basel_framework/standard/MAR.htm
2
RBC25 e MAR10/11/12/20/21/22/23/30/31/32/33/40/50/90/99 disponíveis em
https://www.bis.org/basel_framework/index.htm?m=3%7C14%7C697
4. Visando a promover uma transição sem sobressaltos às instituições locais, definiu-
se uma estratégia de adoção progressiva do FRTB em quatro fases temáticas sequenciais: Fase 1 -
Fronteira e Governança; Fase 2 - Requerimento de capital para o risco de crédito da carteira de
negociação (Default Risk Capital – DRC); Fase 3 - Modelo padronizado para o cálculo do
requerimento de capital de risco de mercado; e Fase 4 - Modelo interno para o cálculo do
requerimento de capital de risco de mercado (Internal Models Approach – IMA).

5. A minuta de resolução BCB objeto desta proposta corresponde à Fase 2, etapa


intermediária da estratégia mencionada, que reflete, principalmente, o conteúdo do documento
MAR22 Standardised approach: default risk capital requirement 3 do FRTB.

6. Atualmente, as exposições sujeitas ao risco de crédito classificadas na carteira de


negociação têm seu requerimento de capital apurado em conjunto com as exposições
classificadas na carteira bancária, mediante abordagem padronizada, na parcela dos ativos
ponderados por risco RWA CPAD , de que trata a Circular nº 3.644, de 4 de março de 2013. As
alterações aqui propostas promovem a separação do cálculo de requerimento de capital das
exposições sujeitas ao risco de crédito classificadas na carteira de negociação daquelas
classificadas na carteira bancária. Dessa forma, apenas as exposições sujeitas ao risco de crédito
classificadas na carteira bancária estarão sujeitas à Resolução BCB nº 229, de 12 de maio de
2022 4, enquanto aquelas classificadas na carteira de negociação deverão observar a nova
metodologia objeto deste Voto 5.

7. Para viabilizar a supracitada separação no cálculo de requerimento de capital, foi


criado, na parcela de RWA relativa às exposições ao risco de mercado sujeitas ao cálculo do
requerimento de capital mediante abordagem padronizada (RWA MPAD ), um novo componente,
denominado RWA DRC , específico para as exposições ao risco de crédito dos instrumentos
financeiros classificados na carteira de negociação. A referida modificação está consubstanciada
na Resolução CMN nº 4.958, de 2021, e na Resolução BCB nº 200, de 2022, que dispõem sobre
os requerimentos mínimos de Patrimônio de Referência (PR), de Nível I e de Capital Principal e
sobre o Adicional de Capital Principal.

8. Em linha com o conceito de aplicação proporcional da regulação prudencial, a


proposta em comento prevê que o cálculo do RWA DRC seja aplicável, de forma abrangente, às
instituições enquadradas no Segmento 1 (S1) e no Segmento 2 (S2). Para o Segmento 3 (S3),
propõe-se uma simplificação da metodologia no que concerne à escolha dos fatores de
ponderação de risco, de modo a facilitar o cálculo, mas mantendo o adequado grau de prudência.
Por fim, para o Segmento 4 (S4), determina-se que a apuração do RWA DRC seja realizada com
base na metodologia de apuração do RWA CPAD como se os instrumentos financeiros estivessem

3
Disponível em https://www.bis.org/basel_framework/chapter/MAR/22.htm?inforce=20230101&published=20200327
4
A partir de 1º de julho de 2023, a Circular nº 3.644, de 2013, será sucedida pela Resolução BCB nº 229, de 2022.
5
Os instrumentos financeiros derivativos classificados na carteira de negociação permanecem sujeitos aos
procedimentos estabelecidos nos Anexos I e II da Resolução BCB nº 229, de 2022, pois o cálculo do valor da exposição
relativa ao risco de crédito de contraparte não integra o conteúdo do documento MAR22 Standardised approach:
default risk capital requirement.
Voto 76/2023–BCB, de 26 de abril de 2023
Documento assinado com certificação digital, conforme art. 6º do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015
classificados na carteira bancária, reduzindo assim sensivelmente o custo de observância para as
instituições de menor porte.

9. A sistemática de apuração do RWA DRC propõe que instrumentos financeiros


classificados na carteira de negociação e expostos ao risco de crédito sejam alocados em três
grupos distintos, a saber: DRC NSEC , para instrumentos financeiros não resultantes de processo de
securitização, o que representa a ampla maioria dos casos; DRC SEC , para instrumentos financeiros
resultantes de processo de securitização não pertencentes à carteira de negociação de
correlação (CTP)6; e DRC CTP , para o caso específico de instrumentos financeiros alocados em CTP.
Em seguida é realizado o cálculo da exposição bruta (JTD) de cada instrumento financeiro
tomando-se, como insumo principal, seu valor a mercado. Tais exposições brutas são
posteriormente agrupadas conforme a referência para o risco de crédito (Referência DRC 7),
gerando exposições líquidas (JTDL) às quais são aplicados ponderadores de risco (RW) específicos
relacionados às características da Referência DRC. A última etapa de apuração permite a
compensação entre exposições líquidas (JTDL) compradas e vendidas de distintas Referências
DRC com base em uma razão de hedge 8, chegando-se assim ao valor final de requerimento de
capital para cada grupo. O montante final do RWA DRC corresponde à soma simples dos valores
de requerimento de capital apurados para cada grupo, dividido pelo fator F 9.

10. Em conformidade com uma cláusula de exceção prevista no padrão internacional,


a minuta de resolução BCB prevê a utilização de ponderador de risco de 0% (zero por cento) para
exposições relacionadas a instrumentos emitidos pela União e pelo Banco Central do Brasil (BCB),
isentando tais exposições de requerimento de capital por risco de crédito. Dessa forma, o
tratamento proposto para o risco de crédito na parcela de risco de mercado permanece igual ao
disposto no arcabouço de risco de crédito, estabelecido pela Resolução BCB nº 229, de 2022.

11. Adicionalmente, a nova abordagem permite a eliminação da exposição protegida


por derivativos de crédito, incentivando as instituições a buscarem a inclusão desse mecanismo
de hedge em suas carteiras, ocasionando, assim, menor exposição efetiva ao risco.

12. Em linha com a diretriz vigente no arcabouço de risco de crédito para exposições
a pessoas jurídicas de direito privado classificadas na carteira bancária, a metodologia de
apuração do RWA DRC ora proposta independe da classificação externa de risco de crédito e utiliza
uma abordagem que se assemelha, em parte, àquela adotada na metodologia de apuração do
risco de crédito na carteira bancária.

6
A carteira de negociação de correlação (CTP) é definida no inciso II do art. 2º da Resolução BCB nº 111, de 6 de
julho de 2021.
7
Considera-se Referência DRC o fundo de investimento ou pessoa jurídica de direito público ou privado, domiciliada
no Brasil ou no exterior, emissora, devedora ou garantidora de um instrumento financeiro, sobre a qual podem
ocorrer eventos de crédito.
8
A razão de hedge é determinada de modo conservador e corresponde à razão entre o somatório das exposições
líquidas compradas e o somatório das exposições líquidas compradas acrescido do somatório do valor absoluto das
exposições líquidas vendidas.
9
O fator F é definido no art. 4º da Resolução CMN nº 4.958, de 2021, e no art. 4º da Resolução BCB nº 200, de 2022,
para os conglomerados do Tipo 3.
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Documento assinado com certificação digital, conforme art. 6º do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015
13. Assim, em substituição à classificação externa de risco de crédito e ao ponderador
de risco único de 15% atribuído às entidades sem rating, tal como prescrito no documento
MAR22, a regra ora proposta estabelece que as JTDL relacionadas às instituições classificadas nas
categorias de risco A 10 e B 11 recebam ponderadores de 3% e 6%, respectivamente. Pessoas
jurídicas não financeiras de grande porte recebem ponderação de 6% ou 15%, dependendo do
atendimento de determinadas condições12. Por fim, prevê-se ponderação de 30% para, por
exemplo, pessoas jurídicas não financeiras que não sejam de grande porte e de 100% quando
tiver havido ocorrência de evento de crédito 13.

14. Estudos quantitativos conduzidos pelo BCB estimam baixo impacto no


requerimento de capital das instituições financeiras enquadradas no S1 ao S3, frente aos
montantes apurados atualmente na parcela RWA CPAD para os instrumentos financeiros
classificados na carteira de negociação. O incremento médio estimado pela adoção do RWA DRC é
de 0,25% da margem de PR disponível ao final de junho de 2022 14. Adicionalmente, estima-se
que a futura parcela RWA DRC corresponderá, em média, a 0,64% do RWA total, e não foram
identificados casos de instituições que venham a descumprir os requisitos mínimos de capital em
função dessa alteração regulatória.

15. Com o objetivo de delimitar claramente os escopos de aplicação do componente


RWA DRC e da parcela RWA CPAD , evitando inconsistências no cálculo do RWA e duplo requerimento
de capital para instrumentos classificados na carteira de negociação, a partir de 1º de julho de
2024, o escopo de aplicação da Resolução BCB nº 229, de 2022, estará restrito às exposições
classificadas na carteira bancária e às relativas ao risco de crédito de contraparte de instrumento
derivativo classificado na carteira bancária ou na carteira de negociação.

16. A resolução BCB proposta terá vigência em 1º de julho de 2024, admitindo-se a


apuração mensal – e não diária – do RWA DRC até 1º de janeiro de 2025, conferindo tempo de
transição adequado para que as instituições abrangidas pela norma revisem e ajustem seus
processos internos, adequando-os à nova sistemática introduzida.

17. Destaco que a presente proposta de regulação foi objeto da Consulta Pública
88/2021, realizada no período de 6 de julho a 6 de setembro de 2021, e incorpora
aperfeiçoamentos relacionados à terminologia e às fórmulas de cálculo consideradas para
determinados instrumentos. Adicionalmente, foram também utilizadas informações obtidas das
instituições bancárias enquadradas no S3 e S4, no início de 2021, por meio de questionário
relacionado às Fases 1 a 4 de adoção do FRTB.

18. Cumpre ainda registrar que, por força do art. 24 do Decreto nº 10.411, de 30 de
junho de 2020, a edição de atos normativos por órgãos da administração pública federal direta,

10
Conforme definido no art. 30 da Resolução BCB nº 229, de 2022.
11
Conforme definido no art. 31 da Resolução BCB nº 229, de 2022.
12
Essas condições incluem os requisitos estabelecidos no art. 35 da Resolução BCB nº 229, de 2022.
13
O parágrafo único do art. 2º da resolução BCB proposta define os eventos de crédito que podem incidir sobre uma
Referência DRC: falha de pagamento (failure to pay), falência ou similar (bankruptcy), e reestruturação
(restructuring).
14
O que equivale a um montante total de cerca de R$1,45 bilhão para o S1, S2 e S3.
Voto 76/2023–BCB, de 26 de abril de 2023
Documento assinado com certificação digital, conforme art. 6º do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015
a partir de 15 de abril de 2021, entre os quais o BCB, deve ser precedida de Análise de Impacto
Regulatório (AIR). Contudo, conforme o disposto no art. 4º, inciso VI, do mencionado Decreto,
pode ser dispensado de AIR o ato normativo que vise a manter a convergência a padrões
internacionais, situação em que se insere a proposta de resolução BCB em tela.

19. É o que trago à apreciação deste Colegiado, com base no disposto no art. 11, inciso
VI, alínea “o”, item 1, no art. 12, inciso XXV, combinado com o art. 13, inciso XII, e no art. 20,
inciso IV, alínea “a”, do Regimento Interno do BCB, na forma da anexa minuta de resolução BCB.

Otávio Ribeiro Damaso


Diretor de Regulação

Anexo: 1.

Voto 76/2023–BCB, de 26 de abril de 2023


Documento assinado com certificação digital, conforme art. 6º do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015
RESOLUÇÃO BCB Nº , DE DE ABRIL DE 2023

Estabelece os procedimentos para o cálculo diário,


mediante abordagem padronizada, da parcela dos
ativos ponderados pelo risco (RWA) relativa ao
cálculo do capital requerido para as exposições ao
risco de crédito dos instrumentos financeiros
classificados na carteira de negociação (RWA DRC ), de
que tratam a Resolução CMN nº 4.958, de 21 de
outubro de 2021, e a Resolução BCB nº 200, de 11 de
março de 2022.
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão realizada em de
abril de 2023, com base nos arts. 9º e 11, inciso VII, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro 1964, e
no art. 9º, inciso II, da Lei nº 12.865, de 9 de outubro de 2013, e tendo em vista o disposto no art.
3º, § 2º, da Resolução CMN nº 4.958, de 21 de outubro de 2021, nos arts. 3º, inciso III, e 14 da
Resolução nº 4.282, de 4 de novembro de 2013, e no art. 3º, § 2º, da Resolução BCB nº 200, de
11 de março de 2022,
RESOLVE:

CAPÍTULO I
DO OBJETO E DO ESCOPO DE APLICAÇÃO
Art. 1º Esta Resolução estabelece os procedimentos para o cálculo, mediante
abordagem padronizada, do valor diário da parcela dos ativos ponderados pelo risco (RWA)
relativa às exposições ao risco de crédito dos instrumentos financeiros classificados na carteira
de negociação (RWA DRC ), de que tratam a Resolução CMN nº 4.958, de 21 de outubro de 2021, e
a Resolução BCB nº 200, de 11 de março de 2022.
§ 1º Os procedimentos estabelecidos nesta Resolução não substituem o cálculo
do valor da exposição relativa ao risco de crédito de contraparte e o cálculo da parcela dos ativos
ponderados pelo risco (RWA) relativa às exposições ao risco de variação do valor dos
instrumentos financeiros derivativos em decorrência da variação da qualidade creditícia da
contraparte (RWA CVA ), que devem ser apurados na forma da Resolução BCB nº 229, de 12 de
maio de 2022, e da Resolução BCB nº 291, de 8 de fevereiro de 2023, respectivamente.
§ 2º No RWA DRC não devem ser considerados os elementos patrimoniais
deduzidos na apuração do Patrimônio de Referência (PR) conforme definido nos arts. 5º a 9º da
Resolução CMN nº 4.955, de 21 de outubro de 2021, e nos arts. 4º a 8º da Resolução BCB nº 199,
de 11 de março de 2022.
§ 3º Para a instituição enquadrada no Segmento 4 (S4), de que tratam a Resolução
nº 4.553, de 30 de janeiro de 2017, e a Resolução BCB nº 197, de 11 de março de 2022, o
componente RWA DRC , de que trata o caput, deve ser calculado conforme o disposto na Resolução
BCB nº 229, de 2022, tal como se os instrumentos financeiros classificados na carteira de
negociação estivessem classificados na carteira bancária.
Art. 2º Para fins desta Resolução, considera-se:
I - carteira de negociação de correlação (CTP): a carteira conforme definida no
inciso II do art. 2º da Resolução BCB nº 111, de 6 de julho de 2021;
II - processo de securitização: o processo conforme definido no art. 19 da
Resolução BCB nº 229, de 2022;
III - ressecuritização: o processo conforme definido no inciso VIII do art. 19 da
Resolução BCB nº 229, de 2022;
IV - Referência DRC: o fundo de investimento ou a pessoa jurídica de direito
público ou privado, domiciliada no Brasil ou no exterior, emissora, devedora ou garantidora de
um instrumento financeiro, sobre a qual podem ocorrer eventos de crédito;
V - obrigação de referência: a obrigação financeira da entidade de referência
discriminada em um contrato de derivativo de crédito e instrumentos assemelhados para efeitos
de:
a) liquidação física da operação;
b) apuração do valor de liquidação financeira e demais pagamentos previstos
contratualmente;
c) determinação da ocorrência de eventos de crédito;
VI - índice de crédito CTP: o índice definido e apreçado por uma entidade
independente, com base em critérios padronizados de domínio público, cujo lastro compreende
derivativos de crédito ou títulos de dívida relacionados a Referências DRC individuais; e
VII - série de um índice de crédito CTP: a seleção do lastro de títulos de dívida de
um determinado índice de crédito CTP realizada por entidade independente em um momento
predeterminado.
Parágrafo único. Para fins desta Resolução, os eventos de crédito que podem
incidir sobre uma Referência DRC são:
I - falha de pagamento (failure to pay): não pagamento de quantia devida pela
Referência DRC nos termos pactuados, em alguma de suas obrigações, que implique a declaração
de descumprimento da obrigação de referência para determinação de evento de crédito,
ressalvados eventuais períodos ou valores de atraso inferiores ao requerido para caracterizar o
descumprimento;
II - falência ou similar (bankruptcy): reconhecimento oficial de situação que
implique a suspensão temporária ou permanente do pagamento de obrigações da Referência
DRC, tais como:
a) moratória;
b) decretação de falência ou insolvência civil;
c) recuperação judicial ou extrajudicial;
d) intervenção ou liquidação extrajudicial; ou
e) reconhecimento de estado de insolvência;

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III - reestruturação (restructuring): renegociação nos termos de obrigações da
Referência DRC, resultante de deterioração em sua qualidade creditícia ou condição financeira,
que implique perdas significativas para os credores, decorrentes de alterações tais como:
a) redução na taxa de juros;
b) redução no principal ou cupom;
c) adiamento ou alongamento do prazo;
d) mudança na ordem de prioridade de pagamentos; ou
e) mudança na moeda ou composição de pagamento do principal ou juros.
Art. 3º O componente RWA DRC deve ser apurado de acordo com a seguinte
fórmula:
𝟏𝟏
𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹𝑫𝑫𝑹𝑹𝑫𝑫 = 𝑭𝑭 𝐗𝐗 (𝑫𝑫𝑹𝑹𝑫𝑫𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵𝑵𝑫𝑫 + 𝑫𝑫𝑹𝑹𝑫𝑫𝑵𝑵𝑵𝑵𝑫𝑫 + 𝑫𝑫𝑹𝑹𝑫𝑫𝑫𝑫𝑪𝑪𝑪𝑪 ), em que:
I - F = fator estabelecido no:
a) art. 4º da Resolução CMN nº 4.958, de 2021, para instituições financeiras e
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil sujeitas à apuração do
Patrimônio de Referência (PR) conforme a Resolução CMN nº 4.955, de 2021; ou
b) art. 4º da Resolução BCB nº 200, de 2022, para os conglomerados do Tipo 3;
II - DRC NSEC é o requerimento de capital apurado para os instrumentos financeiros
não resultantes de processo de securitização;
III - DRC SEC é o requerimento de capital apurado para os instrumentos financeiros
resultantes de processo de securitização não pertencentes à carteira de negociação de
correlação (CTP);
IV - DRC CTP é o requerimento de capital apurado para os instrumentos financeiros
da CTP.
§ 1º Os dados considerados no cálculo dos requerimentos de capital de que
tratam os incisos II, III e IV do caput devem corresponder àqueles da data a que se refere a
apuração do RWA DRC .
§ 2º Para a determinação dos ponderadores de risco (RW), de que tratam os arts.
10 a 12, admite-se a utilização de estimativas para parâmetros cuja apuração diária seja de
elevada complexidade operacional e para os quais a variação diária esperada não represente
risco ao cálculo diário do RWA DRC .
§ 3º As estimativas dos parâmetros de que trata o § 2º devem ser atualizadas no
mínimo uma vez por mês ou na ocorrência de evento relevante não esperado, e baseados em
critérios consistentes e passíveis de verificação, com informações e alterações relevantes
documentadas.

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CAPÍTULO II
DO DRC NSEC
Seção I
Da Definição de Exposições Brutas do DRC NSEC
Art. 4º A exposição bruta (JTD) para cada instrumento financeiro considerado no
DRC NSEC deve ser apurada individualmente, de acordo com uma das seguintes fórmulas:
𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜 𝒊𝒊 = 𝑴𝑴𝑴𝑴𝑴𝑴[(𝐅𝐅𝐅𝐅𝒊𝒊 𝐗𝐗 𝐕𝐕𝐜𝐜𝐕𝐕𝐜𝐜𝐜𝐜𝐕𝐕𝐜𝐜𝐕𝐕𝐕𝐕𝐢𝐢 ) + ∆𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝒊𝒊 ; 𝟎𝟎] 𝐗𝐗 𝐉𝐉𝒊𝒊
𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐯𝐯𝐕𝐕𝐯𝐯𝐜𝐜𝐢𝐢𝐜𝐜𝐜𝐜 𝒊𝒊 = 𝑴𝑴𝒊𝒊𝑴𝑴[(𝐅𝐅𝐅𝐅𝒊𝒊 𝐗𝐗 𝐕𝐕𝐜𝐜𝐕𝐕𝐜𝐜𝐜𝐜𝐕𝐕𝐜𝐜𝐕𝐕𝐕𝐕𝐢𝐢 ) + ∆𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝒊𝒊 ; 𝟎𝟎] 𝐗𝐗 𝐉𝐉𝒊𝒊 , em que:
I - i indica o instrumento financeiro objeto do cálculo;
II - FP é o fator de perda de i, conforme definido no art. 6º;
III - ValorBase i é o valor de i correspondente ao montante sobre o qual a perda é
determinada, quando da ocorrência de um evento de crédito, conforme definido no parágrafo
único do art. 2º;
IV - ∆Ajuste é o valor de i, conforme definido no § 5º;
V - T i é o fator definido para i, conforme definido no art. 5º;
VI - Max(∙) é a função que retorna o maior valor entre os diferentes parâmetros; e
VII - Min(∙) é a função que retorna o menor valor entre os diferentes parâmetros.
§ 1º Para fins do cálculo da JTD, deve ser considerada:
I - como posição comprada em um instrumento financeiro aquela que produz
perdas quando da ocorrência de um evento de crédito na Referência DRC do instrumento; e
II - como posição vendida em um instrumento financeiro aquela que produz
ganhos quando da ocorrência de um evento de crédito na Referência DRC do instrumento.
§ 2º Para fins da apuração da JTD comprado de que trata o caput, o ValorBase deve
ser considerado como um número positivo, a perda por ∆Ajuste como um número negativo e o
ganho por ∆Ajuste como um número positivo.
§ 3º Para fins da apuração da JTD vendido de que trata o caput, o ValorBase deve
ser considerado como um número negativo, a perda por ∆Ajuste como um número negativo e o
ganho por ∆Ajuste como um número positivo.
§ 4º O ValorBase de que trata o inciso III do caput deve corresponder ao valor:
I - de aquisição acrescido dos rendimentos auferidos, quando se tratar de um título
de dívida;
II - de mercado, quando se tratar de uma ação;
III - equivalente àquele do ValorBase da obrigação de referência, quando se tratar
de um swap de crédito ou um swap de retorno total;
IV - zero, para uma opção de compra cujo ativo subjacente seja um título de dívida
ou uma ação; ou

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V - equivalente àquele do ValorBase do ativo subjacente para os demais
instrumentos financeiros derivativos cujo ativo subjacente seja um título de dívida ou uma ação.
§ 5º O ∆Ajuste de que trata o inciso IV do caput deve corresponder:
I - ao valor de reposição, quando se tratar de:
a) swap de crédito; ou
b) opção de compra;
II - à diferença entre o valor de mercado e o ValorBase, quando se tratar de título
de dívida;
III - zero, quando se tratar de:
a) ação;
b) instrumento financeiro derivativo que tenha como ativo subjacente uma ação,
com exceção de opção de compra ou opção de venda; ou
c) swap de retorno total;
IV - à seguinte fórmula, quando a opção de venda corresponder a uma posição
comprada no ativo subjacente:
∆𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨 = 𝑽𝑽𝑴𝑴𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑵𝑵𝑨𝑨𝑽𝑽𝒊𝒊𝑽𝑽𝑨𝑨 − 𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨(𝑹𝑹𝑵𝑵𝑪𝑪𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨) − 𝑽𝑽𝑴𝑴𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑴𝑴𝑨𝑨𝑨𝑨, em que:
a) ValorStrike corresponde ao valor total de exercício dos direitos conferidos pela
opção de venda;
b) Abs(.) é a função que retorna o valor absoluto do parâmetro;
c) REPput é o valor de reposição da opção de venda; e
d) ValorBase corresponde ao valor definido no § 4º.
V - à seguinte fórmula, quando a opção de venda corresponder a uma posição
vendida no ativo subjacente:
∆𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨𝑨 = 𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨 (𝑹𝑹𝑵𝑵𝑪𝑪𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨) − 𝑽𝑽𝑴𝑴𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑵𝑵𝑨𝑨𝑽𝑽𝒊𝒊𝑽𝑽𝑨𝑨 − 𝑽𝑽𝑴𝑴𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑽𝑴𝑴𝑨𝑨𝑨𝑨, em que:
a) ValorStrike corresponde ao valor total de exercício dos direitos conferidos pela
opção de venda;
b) Abs(.) é a função que retorna o valor absoluto do parâmetro;
c) REPput é o valor de reposição da opção de venda; e
d) ValorBase corresponde ao valor definido no § 4º.
§ 6º Quando um instrumento financeiro derivativo tiver como ativo subjacente
um conjunto de instrumentos financeiros, incluindo índices de ações, deve ser apurado um JTD
específico para cada instrumento financeiro, de forma proporcional a seu percentual de
participação no ativo subjacente.
§ 7º Para fins de cálculo da exposição bruta de que trata o caput, uma cota de
fundo de investimento não relacionada a uma estrutura de classes de priorização de pagamento
deve ser tratada como uma ação.

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Art. 5º O fator T de que trata o inciso V do art. 4º deve ter os seguintes valores:
I - 1 (um inteiro) para os instrumentos financeiros com prazo de vencimento
residual acima de 360 (trezentos e sessenta) dias corridos;
II - 0,25 (vinte e cinco centésimos) para os instrumentos financeiros com prazo de
vencimento residual até 90 (noventa) dias corridos; e
III - para os demais instrumentos financeiros, a razão entre os dias corridos para
seu vencimento residual e 360 (trezentos e sessenta) dias.
§ 1º O vencimento residual de que trata o caput compreende o período entre a
data a que se refere a apuração do RWA DRC e a data de vencimento contratual do instrumento
financeiro i.
§ 2º Para um instrumento financeiro cujo contrato preveja amortizações parciais,
o prazo de vencimento residual de que trata o caput corresponde ao prazo médio ponderado de
recebimento do principal, calculado a partir da data a que se refira a apuração do RWA DRC .
§ 3º O fator T de uma ação pode, a critério da instituição, com base em critérios
consistentes e passíveis de verificação, ser igual a 1 (um inteiro) ou 0,25 (vinte e cinco
centésimos).
§ 4º Na determinação do valor do fator T para instrumentos financeiros
derivativos, deve ser considerado o prazo de vencimento residual do instrumento financeiro
derivativo, e não aquele de seu ativo subjacente.
Art. 6º O Fator de Perda (FP), de que trata o inciso II do art. 4º, deve corresponder
a:
I - 100% (cem por cento) para:
a) ações;
b) títulos de dívida subordinada; e
c) instrumentos financeiros de Referência DRC em que se verifica um evento de
crédito;
II - 75% (setenta e cinco por cento) para títulos de dívida não subordinados;
III - 25% (vinte e cinco por cento) para títulos de dívida com características
específicas (covered bonds), de que trata o art. 34 da Resolução BCB nº 229, de 2022;
IV - 0% (zero por cento) para instrumento financeiro derivativo que contenha
cláusulas que prevejam sua dissolução em caso de evento de crédito, sem exposição ao evento
de crédito em si.
Parágrafo único. Para um instrumento financeiro derivativo, o parâmetro FP deve
ser determinado com base em seu ativo subjacente.
Seção II
Da Definição de Exposições Líquidas do DRC NSEC
Art. 7º Para a apuração das exposições líquidas (JTDL) consideradas para o cálculo
do DRC NSEC , as JTD vendido podem ser compensadas com as JTD comprado , desde que as JTD vendido :

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


I - se relacionem à mesma Referência DRC das JTD comprado ; e
II - tenham prioridade de pagamento, quando da incidência de um evento de
crédito, menor ou equivalente àquelas das JTD comprado .
Parágrafo único. A Referência DRC de instrumentos financeiros com garantia
fidejussória, conforme definida nos termos da Circular nº 3.809, de 25 de agosto de 2016, deve
ser o prestador desta garantia.
Seção III
Das Classificações das Exposições Líquidas do DRC NSEC
Art. 8º As JTDL consideradas para o cálculo do DRC NSEC , de que trata o art. 7º,
devem ser classificadas nas seguintes categorias, conforme as características de suas Referências
DRC:
I - pessoas jurídicas de direito privado;
II - governos centrais e respectivos bancos centrais, organismos multilaterais ou
Entidades Multilaterais de Desenvolvimento (EMD); e
III - governos regionais e autoridades locais, como estados e municípios.
Seção IV
Do Cálculo do Requerimento de Capital do DRC NSEC
Art. 9º Deve ser apurada a razão de hedge (HBRnsec) específica para cada
categoria de que trata o art. 8º, de acordo com a seguinte fórmula:
𝐉𝐉_𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝑨𝑨
𝐇𝐇𝐕𝐕𝐇𝐇𝐯𝐯𝐕𝐕𝐕𝐕𝐜𝐜𝐣𝐣 = , em que:
𝐉𝐉_𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝑨𝑨 + 𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨(𝐉𝐉_𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐯𝐯𝐜𝐜𝐜𝐜𝑨𝑨 )
I - j indica uma categoria entre aquelas de que trata o art. 8º;
II - T_JTDL_cpa j corresponde ao total das JTDL compradas e classificadas na
categoria j;
III - T_JTDL_vda j corresponde ao total das JTDL vendidas e classificadas na
categoria j; e
IV - Abs(∙) é a função que retorna o valor absoluto do parâmetro.
Art. 10. A cada JTDL de que trata o art. 7º classificada na categoria pessoa jurídica
de direito privado, conforme inciso I do art. 8º, com exceção daquelas mencionadas no art. 14,
devem ser aplicados os seguintes ponderadores de risco (RW):
I - 3% (três por cento) para a JTDL cuja Referência DRC seja instituição classificada
na categoria de risco A, conforme o art. 30 da Resolução BCB nº 229, de 2022;
II - 6% (seis por cento) para a JTDL cuja Referência DRC seja:
a) instituição classificada na categoria de risco B, conforme o art. 31 da Resolução
BCB nº 229, de 2022;
b) pessoa jurídica não financeira de grande porte que atenda todas as condições
do art. 35 da Resolução BCB nº 229, de 2022; ou

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


c) pessoa jurídica não financeira de grande porte:
1) que atenda às condições dos incisos I, II, III e V do § 1º do art. 35 da Resolução
BCB nº 229, de 2022;
2) cujo índice de que trata o inciso IV do § 1º do art. 35 da Resolução BCB nº 229,
de 2022, não esteja disponível; e
3) que apresente capacidade adequada de cumprir suas obrigações financeiras em
tempo hábil e sua habilidade de fazê-lo seja considerada robusta frente a alterações adversas no
ciclo econômico e nas condições de seu ambiente de negócios (investment grade corporate);
III - 15% (quinze por cento) para a JTDL cuja Referência DRC seja pessoa jurídica
não financeira de grande porte:
a) que atenda às condições dos incisos I, II, III e V do § 1º do art. 35 da Resolução
BCB nº 229, de 2022;
b) cujo índice de que trata o inciso IV do § 1º do art. 35 da Resolução BCB nº 229,
de 2022, não esteja disponível; e
c) que não apresente capacidade adequada de cumprir suas obrigações
financeiras em tempo hábil e sua habilidade de fazê-lo não seja considerada robusta frente a
alterações adversas no ciclo econômico e nas condições de seu ambiente de negócios;
IV - 30% (trinta por cento) para a JTDL cuja Referência DRC não atenda às
condições dos incisos I, II e III; ou
V- 100% (cem por cento) para a JTDL de Referência DRC sobre a qual incidiu um
evento de crédito.
Parágrafo único. Faculta-se à instituição enquadrada no Segmento 3 (S3), de que
trata a Resolução nº 4.553, de 2017, e a Resolução BCB nº 197, de 2022, a utilização dos seguintes
ponderadores de risco (RW):
I - 15% (quinze por cento) para a Referência DRC em que não se verifica evento de
crédito;
II - 100% (cem por cento) para a Referência DRC em que se verifica evento de
crédito.
Art. 11. A cada JTDL de que trata o art. 7º classificada na categoria governos
centrais e respectivos bancos centrais, organismos multilaterais ou Entidades Multilaterais de
Desenvolvimento (EMD), conforme inciso II do art. 8º, devem ser aplicados os seguintes RW, de
acordo com a classificação externa de risco de crédito de sua Referência DRC:
I - 0,5% (cinco décimos por cento), para classificação igual a AAA, ou classificação
equivalente;
II - 2% (dois por cento), para classificação igual a AA, ou classificação equivalente;
III - 3% (três por cento), para classificação igual a A, ou classificação equivalente;
IV- 6% (seis por cento), para classificação igual a BBB, ou classificação equivalente;

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


V - 15% (quinze por cento) para classificação igual a BB, ou classificação
equivalente;
VI - 30% (trinta por cento) para classificação igual a B, ou classificação equivalente;
VII - 50% (cinquenta por cento) para classificação igual a CCC, ou classificação
equivalente;
VIII - 15% (quinze por cento) para aquela sem classificação; ou
IX - 100% (cem por cento) para a Referência DRC sobre a qual incidiu evento de
crédito.
Parágrafo único. A classificação externa de risco de crédito de que trata o caput
deve atender ao disposto nas alíneas “a” e “c” do inciso VI do art. 22 da Resolução BCB nº 229,
de 2022.
Art. 12. Deve ser aplicado o RW de 0% (zero por cento) à JTDL de que trata o art.
7º classificada na categoria do inciso II do art. 8º cuja Referência DRC seja:
I - a União ou o Banco Central do Brasil;
II - governo central de jurisdições estrangeiras e respectivo banco central, se a JTDL
se relacionar unicamente a títulos e valores mobiliários por eles emitidos, referenciados na
moeda local da jurisdição, e desde que atendidas as condições do parágrafo único do art. 24 da
Resolução BCB nº 229, de 2022; ou
III - organismos multilaterais ou Entidades Multilaterais de Desenvolvimento
(EMD), de que trata o art. 27 da Resolução BCB nº 229, de 2022.
Art. 13. A cada JTDL de que trata o art. 7º classificada na categoria governos
regionais e autoridades locais, conforme inciso III do art. 8º, deve ser aplicado um RW de 30%
(trinta por cento).
Parágrafo único. À JTDL do caput relacionada à Referência DRC em que se
verificou evento de crédito deve ser aplicado um RW de 100% (cem por cento).
Art. 14. Para fins de apuração da JTDL de que trata o art. 7º, cada fundo de
investimento estruturado com apenas uma classe de priorização de pagamento deve ser
considerado como uma Referência DRC específica, classificada na categoria do inciso I do art. 8º,
e aplicado um RW de 15% (quinze por cento).
Parágrafo único: Caso o regulamento do fundo de investimento determine o
investimento majoritário em instrumentos financeiros de emissores sobre os quais tenham
incidido eventos de crédito, deve ser aplicado um RW de 100% (cem por cento) sobre a JTDL
relacionada.
Art. 15. O requerimento de capital para cada categoria j de que trata o art. 8º
(DRCnsec_cat) deve ser apurado de acordo com a seguinte fórmula:
𝑽𝑽 𝒎𝒎

𝐉𝐉𝐇𝐇𝐃𝐃𝐯𝐯𝐕𝐕𝐕𝐕𝐜𝐜_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜 𝐣𝐣 = 𝑴𝑴𝑴𝑴𝑴𝑴 [�� 𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐢𝐢 𝐗𝐗 𝐇𝐇𝐑𝐑𝐢𝐢 � − 𝐇𝐇𝐕𝐕𝐇𝐇𝐯𝐯𝐕𝐕𝐕𝐕𝐜𝐜𝐣𝐣 𝐗𝐗 �� 𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨(𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐯𝐯𝐜𝐜𝐜𝐜𝐢𝐢 ) 𝐗𝐗 𝐇𝐇𝐑𝐑𝐢𝐢 � ; 𝟎𝟎],


𝒊𝒊=𝟏𝟏 𝒊𝒊=𝟏𝟏

em que:

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


I - j indica uma categoria entre aquelas de que trata o art. 8º;
II - JTDLcpa i corresponde a uma JTDL comprada e classificada na categoria j;
III - JTDLvda i corresponde a uma JTDL vendida e classificada na categoria j;
IV - HBRnsec j é a razão de hedge da categoria j, apurada conforme o art. 9º;
V - RW é o ponderador de risco relacionado à JTDL, determinado conforme os arts.
10 a 14;
VI - Abs(∙) é a função que retorna o valor absoluto do parâmetro;
VII - Max(∙) é a função que retorna o maior valor entre os parâmetros;
VIII - k é o número de JTDL cpa classificadas na categoria j; e
IX - m é o número de JTDL vda classificadas na categoria j.
Art. 16. O requerimento de capital do DRC NSEC corresponde à soma dos
requerimentos de capital DRCnsec_cat apurados conforme o art. 15 de todas as categorias de
que trata o art. 8º.

CAPÍTULO III
DO DRC SEC
Seção I
Da Definição de Exposições Brutas do DRC SEC
Art. 17. A exposição bruta (JTD) de cada instrumento financeiro resultante de
processo de securitização, definido no inciso II do art. 2º, considerado no DRC SEC deve
corresponder ao valor de mercado do instrumento.
§ 1º A posição comprada, como definida no inciso I do § 1º do art. 4º, deve ser
considerada como um número positivo.
§ 2º A posição vendida, como definida no inciso II do § 1º do art. 4º, deve ser
considerada como um número negativo.
§ 3º Na apuração da JTD de instrumento financeiro com prazo de vencimento
residual menor do que um ano, o valor de que trata o caput deve ser multiplicado pelo fator T,
apurado conforme o art. 5º.
Art. 18. Um instrumento financeiro não resultante de processo de securitização
poderá compor o DRC SEC , para fins de hedge, desde que atenda cumulativamente aos seguintes
requisitos:
I - esteja relacionado à Referência DRC ou índice estruturado com apenas uma
classe de priorização de pagamento;
II - seja decomposto proporcionalmente em JTD sintéticas que representem uma
estrutura completa de classes de priorização de pagamento; e
III - não seja considerado na apuração do DRC NSEC , de que trata o art. 16.

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


§ 1º A decomposição a que se refere o inciso II do caput deve ser realizada com
base em modelo de apreçamento, o qual deve assegurar que a soma dos valores de todos os
elementos resultantes dessa decomposição corresponda ao valor de mercado do instrumento
não resultante de processo de securitização.
§ 2º Os requisitos de que tratam os arts. 2º e 3º da Resolução nº 4.277, de 31 de
outubro de 2013, e na regulamentação correspondente aplicável aos conglomerados do Tipo 3,
aplicam-se ao modelo de apreçamento de que trata o § 1º.
Art. 19. É permitida a constituição de JTD sintética comprada por meio da
combinação de JTD compradas relacionadas a processos de securitização que possuam:
I - classes de priorização de pagamento distintas, mas compartilhem do mesmo
lastro de ativos subjacentes; ou
II - lastros de ativos subjacentes distintos, mas compartilhem da mesma classe de
priorização de pagamento.
Parágrafo único. JTD sintética vendida poderá ser constituída pela combinação de
JTD vendidas que atendam às condições dos incisos I e II do caput.
Seção II
Da Definição de Exposições Líquidas do DRC SEC
Art. 20. Para a apuração das exposições líquidas (JTDL) consideradas para o cálculo
do DRC SEC , as JTD vendidas podem ser compensadas com as JTD compradas, desde que seus
processos de securitização tenham:
I - o mesmo lastro de ativos subjacentes; e
II - a mesma classe de priorização de pagamento.
Parágrafo único. As JTD de que trata o caput podem ser compensadas
independentemente de seus prazos de vencimento residual.
Seção III
Das Classificações das Exposições Líquidas do DRC SEC
Art. 21. As JTDL do DRC SEC de que trata o art. 20 devem ser classificadas em
categorias resultantes da combinação da região de origem e da modalidade do lastro do processo
de securitização.
§ 1º Para fins da classificação de que trata do caput, devem ser consideradas:
I - região de origem:
a) Brasil;
b) Ásia;
c) Europa;
d) América do Norte; ou
e) restante do mundo; e

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


II - modalidade do lastro:
a) títulos de dívida de curto prazo colateralizados por recebíveis financeiros de
empresas não financeiras (ABCP, asset-backed comercial paper);
b) títulos de dívida colateralizados por financiamentos de imóveis residenciais
(RMBS, residential mortgage-backed securities);
c) títulos de dívida colateralizados por financiamentos de imóveis comerciais
(CMBS, commercial mortgage-backed securities);
d) títulos de dívida colateralizados por empréstimos ou financiamentos, exceto
imobiliário, a empresas não financeiras (CLO, collateralised loan obligations);
e) títulos de dívida que tenham os instrumentos da alínea “d” como seus ativos
subjacentes (CDO squared, collateralised debt obligations squared);
f) financiamento ou arrendamento mercantil de veículos;
g) recebíveis de faturas de instrumentos de pagamento pós-pago;
h) financiamentos estudantis;
i) títulos de dívida ou recebíveis emitidos por pessoas jurídicas de direito privado
que tenham ativo total ou receita bruta anual igual ou superior ao limite estabelecido no inciso
II do § 1º do art. 35 da Resolução BCB nº 229, de 2022; ou
j) títulos de dívida ou recebíveis emitidos por pessoas jurídicas de direito privado
que tenham receita bruta anual inferior ao limite estabelecido no inciso II do § 1º do art. 35 da
Resolução BCB nº 229, de 2022.
§ 2º Cada JTDL deve ser classificada em somente uma das categorias resultantes
da combinação dos incisos I e II do § 1º.
§ 3º A JTDL cuja região de origem não possa ser determinada ou cuja modalidade
de lastro não possa ser classificada entre aquelas citadas no inciso II do § 1º devem ser
classificadas em uma categoria específica denominada “Outros”.
Seção IV
Do Cálculo do Requerimento de Capital do DRC SEC
Art. 22. Deve ser apurada a razão de hedge (HBRsec) específica para cada
categoria de que trata o art. 21, de acordo com a seguinte fórmula:
𝐉𝐉_𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐕𝐕𝐕𝐕𝐜𝐜_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐣𝐣
𝐇𝐇𝐕𝐕𝐇𝐇𝐕𝐕𝐕𝐕𝐜𝐜𝐣𝐣 = , em que:
𝐉𝐉_𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐕𝐕𝐕𝐕𝐜𝐜_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐣𝐣 + 𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨(𝐉𝐉_𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐕𝐕𝐕𝐕𝐜𝐜_𝐯𝐯𝐜𝐜𝐜𝐜𝐣𝐣 )
I - j indica uma categoria entre aquelas de que trata o art. 21;
II - T_JTDL_sec_cpa j corresponde ao total das JTDL compradas e classificadas na
categoria j;
III - T_JTDL_sec_vda j corresponde ao total das JTDL vendidas e classificadas na
categoria j; e
IV - Abs(∙) é a função que retorna o valor absoluto do parâmetro.

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


Art. 23. A cada JTDL do DRC SEC deve ser aplicado um RW apurado de acordo com
a seguinte fórmula:
𝐇𝐇𝐑𝐑𝒊𝒊 = 𝐅𝐅𝐅𝐅𝐇𝐇 𝒊𝒊 𝐗𝐗 𝐅𝐅, em que:
I - i indica as JTLD de que trata o art. 20;
II - FPR é o fator de ponderação a risco determinado para i, definido nos arts. 61 a
64 da Resolução BCB nº 229, de 2022; e
III - F é o fator estabelecido no:
a) art. 4º da Resolução CMN nº 4.958, de 2021, para instituições financeiras e
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil sujeitas à apuração do
Patrimônio de Referência (PR) conforme a Resolução CMN nº 4.955, de 2021; ou
b) art. 4º da Resolução BCB nº 200, de 2022, para os conglomerados do Tipo 3.
Art. 24. O requerimento de capital para cada categoria de que trata o art. 21
(DRCsec_cat) deve ser apurado de acordo com a seguinte fórmula:
𝑽𝑽 𝒎𝒎

𝐉𝐉𝐇𝐇𝐃𝐃𝐕𝐕𝐕𝐕𝐜𝐜_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜 𝐣𝐣 = 𝐌𝐌𝐜𝐜𝐌𝐌 [�� 𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐒𝐒𝐒𝐒𝐃𝐃𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐢𝐢 𝐗𝐗 𝐇𝐇𝐑𝐑𝐢𝐢 � − 𝐇𝐇𝐕𝐕𝐇𝐇𝐕𝐕𝐕𝐕𝐜𝐜𝐣𝐣 𝐗𝐗 �� 𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨(𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐒𝐒𝐒𝐒𝐃𝐃𝐯𝐯𝐜𝐜𝐜𝐜𝐢𝐢 ) 𝐗𝐗 𝐇𝐇𝐑𝐑𝐢𝐢 � ; 𝟎𝟎],


𝒊𝒊=𝟏𝟏 𝒊𝒊=𝟏𝟏

em que:
I - j indica uma categoria entre aquelas definidas no art. 21;
II - JTDL_SECcpa corresponde a uma JTDL comprada e classificada na categoria j;
III - JTDL_SECvda corresponde a uma JTDL vendida e classificada na categoria j;
IV - HBRsec é a razão de hedge apurada para a categoria j, apurada conforme o
art. 22;
V - RW é o ponderador de risco relacionado à JTDL, apurado conforme o art. 23;
VI - Abs(∙) é a função que retorna o valor absoluto do parâmetro;
VII - Max(∙) é a função que retorna o maior valor entre os diferentes parâmetros;
VIII - k é o número de JTDL_SECcpa classificadas na categoria j; e
IX - m é o número de JTDL_SECvda classificadas na categoria j.
Art. 25. O requerimento de capital do DRC SEC corresponde à soma dos
requerimentos de capital DRCsec_cat apurados conforme o art. 24 para todas as categorias de
que trata o art. 21.

CAPÍTULO IV
DO DRC CTP
Seção I
Da Definição de Exposições Brutas do DRC CTP
Art. 26. A exposição bruta (JTD) de cada instrumento financeiro considerado no
DRC CTP deve corresponder ao valor de mercado do instrumento.

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


§ 1º A posição comprada, como definida no inciso I do § 1º do art. 4º, deve ser
considerada como um número positivo.
§ 2º A posição vendida, como definida no inciso II do § 1º do art. 4º, deve ser
considerada como um número negativo.
§ 3º Na apuração da JTD de instrumento financeiro com prazo de vencimento
residual menor do que um ano, o valor de mercado de que trata o caput deve ser multiplicado
pelo fator T, apurado conforme o art. 5º.
Art. 27. Instrumentos financeiros não resultantes de processo de securitização
podem compor o DRC CTP para fins de hedge.
§ 1º Na apuração da JTD dos instrumentos financeiros de que trata o caput deve
ser observado o disposto no art. 26.
§ 2º Os instrumentos financeiros de que trata o caput devem ser desconsiderados
do requerimento de capital do DRC NSEC , de que trata o art. 16.
Art. 28. Para a apuração da JTD de que trata o art. 26 um derivativo de crédito
referenciado a mais de uma entidade de referência em que a proteção seja acionada apenas a
partir de certo número de eventos de crédito (Nth-to-default credit derivatives) deve ser
considerado equivalente a uma classe de priorização de pagamento cujo:
I - ponto de encaixe é determinado pela divisão entre:
a) o número de eventos de crédito necessários menos 1; e
b) o número total de entidades de referência;
II - ponto de desencaixe é determinado pela divisão entre:
a) o número de eventos de crédito necessários; e
b) o número total de entidades de referência.
Art. 29. É permitida a decomposição da JTD de um instrumento resultante de
processo de securitização em JTD sintéticas relacionadas a cada Referência DRC que componha
o lastro do instrumento resultante de processo de securitização.
§ 1º A decomposição de que trata o caput deve ser apurada com base em modelo
de apreçamento que necessariamente:
I - determine o impacto marginal do evento de crédito de cada Referência DRC
sobre o valor de mercado do instrumento de que trata o caput; e
II - assegure que a soma de todos os impactos marginais determinados na forma
do inciso I corresponda ao valor de mercado do instrumento de que trata o caput.
§ 2º O cálculo de que trata o inciso I do § 1º deve considerar um FP de 100%.
§ 3º Instrumentos de ressecuritização não podem ser objeto da decomposição a
que se refere o caput.
§ 4º Os requisitos dos arts. 2º e 3º da Resolução nº 4.277, de 2013, e na
regulamentação correspondente aplicável aos conglomerados do Tipo 3, aplicam-se aos modelos
de apreçamento de que trata o § 1º.

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


Art. 30. É permitida a constituição de JTD sintética comprada produzida pela
combinação de JTD compradas que:
I - tenham a mesma série de um mesmo índice de crédito CTP e classes de
priorização de pagamento distintas; ou
II - sejam compostas por instrumentos resultantes de processos de securitização
de Referências DRC individuais que repliquem a classe de priorização de pagamento de uma série
de um índice de crédito CTP específico.
Parágrafo único. JTD sintética vendida poderá ser constituída pela combinação de
JTD vendidas que atendam a condição do inciso I ou do inciso II do caput.
Seção II
Da Definição de Exposições Líquidas do DRC CTP
Art. 31. Para a apuração das exposições líquidas (JTDL) consideradas para o cálculo
do DRC CTP , as JTD vendidas podem ser compensadas com as JTD compradas, desde que as JTD
tenham:
I - o mesmo índice de crédito CTP como Referência DRC;
II - a mesma série do índice de crédito CTP; e
III - a mesma classe de priorização de pagamento.
Parágrafo único. As JTD de que trata o caput podem ser compensadas
independentemente do prazo de vencimento.
Seção III
Das Classificações das Exposições Líquidas do DRC CTP
Art. 32. As JTDL do DRC CTP devem ser classificadas conforme o índice de crédito
CTP que corresponda ao seu ativo subjacente.
Parágrafo único. Cada JTDL de que trata o caput deve ser relacionada a somente
um índice de crédito CTP, independentemente de sua série e classe de priorização de pagamento.
Seção IV
Do Cálculo do Requerimento de Capital do DRC CTP
Art. 33. Deve ser apurada razão de hedge (HBRctp) única para todos os índices de
crédito CTP de que trata o art. 32, de acordo com a seguinte fórmula:
𝐉𝐉_𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜
𝐇𝐇𝐕𝐕𝐇𝐇𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜 = , em que:
𝐉𝐉_𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜 + 𝑹𝑹𝑨𝑨𝑨𝑨( 𝐉𝐉_𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜_𝐯𝐯𝐜𝐜𝐜𝐜 )
I - T_JTDL_ctp_cpa corresponde ao total das JTDL compradas consideradas no
DRC CTP ;
II - T_JTDL_ctp_vda corresponde ao total das JTDL vendidas consideradas no
DRC CTP ; e
III - Abs(∙) é a função que retorna o valor absoluto do parâmetro.

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


Art. 34. A cada JTDL do DRC CTP deve ser aplicado um ponderador de risco (RW) de
acordo com:
I - o art. 22, se relacionado a instrumento financeiro resultante de processo de
securitização;
II - os arts. 10 a 13, se relacionado a instrumento financeiro não resultante de
processo de securitização.
Art. 35. O requerimento de capital para cada índice de crédito CTP de que trata o
art. 32 (DRCctp_ind) deve ser apurado de acordo com a seguinte fórmula:
𝐤𝐤 𝐜𝐜

𝐉𝐉𝐇𝐇𝐃𝐃𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜_𝐢𝐢𝐯𝐯𝐜𝐜𝐣𝐣 = �� 𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐢𝐢 𝐗𝐗 𝐇𝐇𝐑𝐑𝐢𝐢 � − 𝐇𝐇𝐕𝐕𝐇𝐇𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜 𝐗𝐗 �� 𝐀𝐀𝐛𝐛𝐕𝐕 ( 𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉𝐉_𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜_𝐯𝐯𝐜𝐜𝐜𝐜𝐢𝐢 ) 𝐗𝐗 𝐇𝐇𝐑𝐑𝐢𝐢 �,


𝐢𝐢=𝟏𝟏 𝐢𝐢=𝟏𝟏

em que:
I - j indica um dos índices de crédito CTP, conforme definidos no art. 32;
II - JTDL_ctp_cpa corresponde a uma JTDL comprada relacionada ao índice j;
III - JTDL_ctp_vda corresponde a uma JTDL vendida relacionada ao índice j;
IV - HBRctp é a razão de hedge apurada conforme art. 33;
V - RW é o ponderador de risco relacionado à JTDL, determinado conforme o art.
34;
VI - Abs(∙) é a função que retorna o valor absoluto do parâmetro;
VII - k é o número de JTDL_ctp_cpa relacionadas ao índice j; e
VIII - m é o número de JTDL_ctp_vda relacionadas ao índice j.
Art. 36. O requerimento de capital do DRCctp deve ser apurado de acordo com a
seguinte fórmula:
𝑽𝑽

𝐉𝐉𝐇𝐇𝐃𝐃𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜 = 𝐌𝐌𝐜𝐜𝐌𝐌 ��[𝐌𝐌𝐜𝐜𝐌𝐌 (𝐉𝐉𝐇𝐇𝐃𝐃𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜_𝐢𝐢𝐯𝐯𝐜𝐜𝐢𝐢 ; 𝟎𝟎) + 𝟎𝟎, 𝟓𝟓 𝐗𝐗 𝐌𝐌𝐢𝐢𝐯𝐯 (𝐉𝐉𝐇𝐇𝐃𝐃𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜_𝐢𝐢𝐯𝐯𝐜𝐜𝐢𝐢 ; 𝟎𝟎)]; 𝟎𝟎� , em que:
𝒊𝒊=𝟏𝟏

I - k corresponde ao número de índices de crédito CTP, de que trata o art. 32;


II - DRCctp_ind é o requerimento de capital apurado para um índice de crédito,
conforme o art. 35;
III - Max(∙) é a função que retorna o maior valor entre os diferentes parâmetros; e
IV - Min(∙) é a função que retorna o menor valor entre os diferentes parâmetros.

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES
Art. 37. A Circular nº 3.769, de 29 de outubro de 2015, passa a vigorar com as
seguintes alterações:

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


“Art. 2º .........................................................................................................
.......................................................................................................................
§ 1º O valor de cada parcela RWA CPrNBi resulta do somatório das parcelas
RWA CPAD , RWA CIRB e RWA DRC , apuradas, respectivamente, nos termos da
Resolução BCB nº 229, de 12 de maio de 2022, da Resolução BCB nº 303, de
16 de março de 2023, e da Resolução BCB nº , de de abril de 2023,
relativas às exposições assumidas em cada jurisdição “i”, desconsideradas as
exposições ao setor público e ao setor bancário.
.......................................................................................................................
§ 9º Caso a razão entre uma parcela RWA CPrNBi , exceto aquela relativa ao
Brasil, e a soma das parcelas RWA CPAD , RWA CIRB e RWA DRC seja inferior a 5%
(cinco por cento), é facultado desconsiderar essa jurisdição na apuração do
percentual do ACP Contracíclico em relação ao montante RWA.
.............................................................................................................” (NR)
Art. 38. A Resolução BCB nº 229, de 2022, passa a vigorar com a seguinte
alteração:
“Art. 3º A parcela RWA CPAD deve incluir na sua apuração as exposições
classificadas na carteira bancária e as exposições relativas ao risco de crédito
de contraparte de transações com instrumento derivativo classificadas na
carteira bancária ou na carteira de negociação, segundo as definições
estabelecidas no art. 26 da Resolução nº 4.557, de 23 de fevereiro de 2017,
e na Resolução BCB nº 265, de 25 de novembro de 2022, para
conglomerados do Tipo 3.
.............................................................................................................” (NR)
Art. 39. O Anexo I à Resolução BCB nº 229, de 2022, passa a vigorar com a seguinte
alteração:
“Art. 1º .........................................................................................................
Parágrafo único. O cálculo de que trata este Anexo aplica-se aos
instrumentos financeiros derivativos classificados na carteira bancária e aos
instrumentos financeiros derivativos classificados na carteira de negociação,
conforme definidas na regulamentação em vigor.” (NR)
Art. 40. O Anexo II à Resolução BCB nº 229, de 2022, passa a vigorar com a
seguinte alteração:
“Art.1º ..........................................................................................................
Parágrafo único. O cálculo de que trata este Anexo aplica-se aos
instrumentos financeiros derivativos classificados na carteira bancária e aos
instrumentos financeiros derivativos classificados na carteira de negociação,
conforme definidas na regulamentação em vigor.” (NR)

Resolução BCB nº , de de abril de 2023


Art. 41. Até 1º de janeiro de 2025, admite-se a apuração mensal do RWA DRC , a ser
calculado com base nas exposições ao risco de crédito dos instrumentos financeiros classificados
na carteira de negociação no último dia útil de cada mês.
Art. 42. Esta Resolução entra em vigor em 1º de julho de 2024.

Otávio Ribeiro Damaso


Diretor de Regulação

Resolução BCB nº , de de abril de 2023

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