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A GLÓRIA DE DEUS E A CEGUEIRA DOS

HOMENS

HABACUQUE 1

A iniquidade de Judá: este será castigado


pelos caldeus
A intercessão do profeta

1 O oráculo que o profeta Habacuque viu.


2 Até quando Senhor, clamarei eu, e tu não
escutarás? ou gritarei a ti: Violência! e não
salvarás?
3 Por que razão me fazes ver a iniqüidade, e a
opressão? Pois a destruição e a violência estão
diante de mim; há também contendas, e o litígio
é suscitado.
4 Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça
nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o
justo, de sorte que a justiça é pervertida.
5 Vede entre as nações, e olhai; maravilhai-vos e
admirai-vos; porque realizo em vossos dias uma
obra, que vós não acreditareis, quando vos for
contada.
6 Pois eis que suscito os caldeus, essa nação
feroz e impetuosa, que marcha sobre a largura
da terra para se apoderar de moradas que não
são suas.
7 Ela é terrível e espantosa; dela mesma sai o
seu juízo e a sua dignidade.
8 Os seus cavalos são mais ligeiros do que os
leopardos, se mais ferozes do que os lobos a
tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda a
parte; sim, os seus cavaleiros vêm de longe;
voam como a águia que se apressa a devorar.
9 Eles todos vêm com violência; a sua
vanguarda irrompe como o vento oriental; eles
ajuntam cativos como areia.
10 Escarnecem dos reis, e dos príncipes fazem
zombaria; eles se riem de todas as fortalezas;
porque, amontoando terra, as tomam.
11 Então passam impetuosamente, como um
vento, e seguem, mas eles são culpados, esses
cujo próprio poder e o seu deus.
12 Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu
Deus, meu santo? Nós não morreremos. Ó
Senhor, para juízo puseste este povo; e tu, ó
Rocha, o estabeleceste para correção.

O livro de Habacuque sempre me


surpreende… Há alguns dias, estudando-o
pude perceber dois principais temas
saltando das páginas, ainda que o livro
tenha muito mais. O livro, em geral, revela
o plano de Deus em punir uma nação
através de outra ainda pior. 

Naquele tempo (800-606 a.C.), antes do


cativeiro, Judá recebeu inúmeras
oportunidades de concerto e reconciliação
com o Senhor, deveria ser um tempo
de arrependimento e recomeço diante de
tantos fracassos cometidos pela indiferença
de seus corações para com o Senhor.

Deus levantou não apenas o profeta


Habacuque, mas muitos outros
contemporâneos com a mesma mensagem:
‘Arrependam-se enquanto ainda é tempo.’
Porém, com a resistência de Judá, o Senhor
permitiu que fossem assolados pelos
assírios, e agora, através de Habacuque,
anuncia um sofrimento ainda maior, através
dos babilônios.

Assim Ele vai cumprindo juízos e dando


sequência à resposta de Judá ao tratamento
que recebia. 

O principal objetivo, nas entrelinhas é


mostrar a soberania de Deus e a
condição do coração do homem diante
das lutas que atravessa, em especial, na
pessoa do próprio profeta, Habacuque.

1. A CEGUEIRA DOS HOMENS

O primeiro tema claramente exposto no livro


de Habacuque é a cegueira que atinge a
humanidade. Chamamos de cegueira a
condição de impossibilidade de discernir e
contemplar coisas que estão além do
natural, embora muitas vezes, nem aquilo
que é natural e óbvio, consegue-se perceber
mais.

a) A cegueira que atinge os incrédulos


“Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que
lhes não resplandeça a luz do evangelho
da glória de Cristo, que é a imagem de
Deus.”2 Coríntios 4:4

Todo incrédulo está debaixo de uma


cegueira imposta pelo deus desse século,
Satanás. Ele quem tem a função de impedir
que a luz do Evangelho da glória de Cristo
resplandeça sobre esses.

Por isso, a evangelização não é uma tarefa


somente de anunciação, mas de operação
em conjunto, onde a Palavra é liberada pelo
homem em ação conjunta com o Espírito
Santo, que opera a visão, nos permite
contemplar a essência da obra da cruz e
consequentemente, o arrependimento é
gerado.

Essa situação de cativeiro de cegueira


espiritual é chamada pelo apóstolo Paulo de
‘tempo da ignorância’.

Uma vez que essa ignorância não está


relacionada à falta de informação sobre
Deus, mas pela carência da luz da glória
de Cristo que flui do Evangelho, luz que
remove a cegueira e traz o verdadeiro
conhecimento da pessoa de Jesus Cristo.
Essa cegueira é o que nos impede de ver e
experimentar essa glória que transforma.

A informação se torna apenas letra, pois é a


parte que nós como homens limitados
podemos oferecer, e com isso, Satanás não
está tão preocupado, ele se incomoda com a
operação do Espírito Santo através de nós, e
isso é o que transforma vidas.

Assim como a natureza de Satanás é cegar,


a de Deus é trazer luz.

Com o passar dos anos, os sentidos foram


endurecidos de modo que tal cegueira
encontra-se no coração. Mas, quando se
convertem, o véu é retirado só então
podemos contemplar a glória de Deus, na
pessoa de Cristo, e sermos transformados
de glória em glória pelo Espírito do Senhor.

“E não somos como Moisés, que


punha um véu sobre a sua face, para que
os filhos de
Israel não olhassem firmemente para o
fim daquilo que era transitório. Mas os
seus sentidos foram endurecidos; porque
até hoje o mesmo véu está por levantar na
lição do velho testamento, o qual foi por
Cristo abolido; E até hoje, quando é lido
Moisés, o véu está posto sobre o
coração deles. Mas, quando
se converterem ao Senhor, então o véu
se tirará. 
Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o
Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas
todos nós, com rosto descoberto,
refletindo como um espelho a glória do
Senhor, somos transformados de glória
em glória na mesma imagem, como pelo
Espírito do Senhor.”
2 Coríntios 3:13-18

b) A cegueira dos que pensam que


podem ver:
“Se vocês fossem cegos não seriam
culpados de pecado, mas porque dizem que
podem ver, a culpa de vocês permanece.”
João 9:41

Essa palavra foi dita por Jesus aos fariseus,


que até então eram homens devotos da
Torá, responsáveis pela sinagoga, religiosos
e que se consideravam zelosos. Estavam no
meio do povo de Deus e ocupavam cargos
importantes dentro da religião. Mas, o
envolvimento com as coisas de Deus, de
maneira legalista, causa o detrimento do
relacionamento pessoal com Deus onde se
acredita que por estar em determinada
posição são dotados da capacidade de ver e
fazer o que bem entenderem.
Essa é uma atitude comum daqueles que
estão em posição de liderança em muitos
segmentos religiosos, mas o que se ignora é
que não estão isentos também de cegueira
simplesmente por terem um título.
A cegueira que atinge lideranças religiosas
normalmente está relacionada a:

o ORGULHO – “Dizem que podem ver…”


Diz o verso de João acima. Também no
livro de Habacuque 1:11b diz”…homens
carregados de culpa que tem por deus a
sua própria força.”
Esse é um momento onde os homens se
tornam resistentes ao aprendizado e
submissão por causa da reputação ou
status que precisam “zelar”. Isso, com o
passar do tempo, vai se agravando até
que os tornam deuses de si mesmos,
completamente cegos sobre quem
realmente são e onde deveriam estar.
o A FALSA ESPIRITUALIDADE – A pobreza
de espiritualidade dos dias de hoje causa
que as lideranças sejam cada dia menos
sensíveis ao mover do Espírito. Os cultos
geralmente são religiosos e motivados
por gostos humanos, desde a música até
o tipo de mensagem que será pregada.
Palavras superficiais, pouco poder, pouco
discernimento, muito engano. A falsa
espiritualidade incapacita o homem de
perceber quem realmente são seus
inimigos e os faz lutarem entre si,
odiando uns aos outros e promovendo
discórdia.
o Dizem que são “UNIDOS”, que são “UM”

mas, não passa de uma farsa, são


relacionamentos de interesses, a maioria
só se preocupa com quem pode lhes
servir em algo, os demais, são “resto”,
muitos são hipócritas, invejosos e
aproveitam da fraqueza de seus próprios
irmãos para promoverem a si mesmos!
Não é difícil entender porque há pouco
poder. Perdão, reconciliação, justiça, são
palavras pouco aplicadas na prática.
o INJUSTIÇA – Pessoas injustas, que
possuem dois pesos e duas medidas, se
mostram desalinhadas do coração de
Deus, abomináveis a Ele
o (Provérbios 20:10). O peso fraudulento e a
medida falsa são abominação ao Senhor, tanto
uma como outra coisa.
o Sua maneira de conduzir suas atitudes

são divergentes das de Deus.


São parciais no ensino, na disciplina, no
serviço, nos relacionamentos, em tudo.
Muitas vezes um líder se torna cego por
essa maneira injusta de tomar decisões e
conduzir outras vidas.
o EGO – O ego desordenado causa o desejo

de se elevar. Esse desejo faz com que


muitos líderes transformem os ministérios
em meios para auto promoção. Deixam o
compromisso com a verdade e com as
vidas para unicamente aquilo que lhes
será proveitoso. Isso os posiciona numa
condição de cegueira, onde as
necessidades estão ao redor, mas são
incapacitados de ver, são insensíveis a
elas.
o ALIANÇAS ERRADAS – Em países muito
corruptos e ditadores as lideranças
enfrentam resistência para não se
contaminar. A influência é como uma
atmosfera que paira no ambiente,
motivando pensamentos e atitudes.
A falta de postura de um líder junto com
a parcialidade do ensino bíblico atual faz
com que lideranças se aliancem a pessoas
erradas, promovendo resultados que
favoreçam interesses em comum,
permitindo a contaminação da visão, que
deveria ser direcionada por Deus. Muitas
vezes essas alianças estão relacionadas a
FAMA E LUCROS e ainda assim levam o
título de alianças cristãs.
o MOTIVAÇÃO ERRADA DO CORAÇÃO – É

muito bom falar de motivação quando


falamos da obra de Deus. Sem a
motivação correta, tudo se torna perigoso
e fútil. Muitas pessoas ingressam na obra
do ministério por diversas razões – já
presenciei pessoas recebendo ministério
como uma forma de “consolo” para
permanecerem ou se envolverem com a
igreja, sem ao menos terem sido
discipuladas, sem estrutura para suportar
as exigências que um líder deve ter.
Outros, por ter auto estima baixa vão se
envolvendo em cargos de destaque para
suprirem carências do seu interior, para
encontrar valor em coisas que fazem,
ouvir muitos elogios, sentir-se útil ou
tentar compensar as outras áreas que
não querem mostrar. Ministério não é
brincadeira, não pode ser conduzido de
qualquer maneira – quando isso acontece
precisamos parar e rever as motivações
do nosso coração, certamente vamos
descobrir que algo está totalmente
desalinhado.
São inúmeras atitudes de falta de prudência
que pode se cometer em nome da fé a partir
de uma visão distorcida ou contaminada.

A cegueira daqueles que “pensam que


podem ver” é um engano. Por isso, o verso
de João diz que aqueles que não podem ver
(os que estão no tempo da ignorância) não
tem culpa, pois sua posição está
determinada por um ser espiritual, Satanás.
Mas, os que dizem que podem ver (os que
se consideram corretos e salvos) estão
posicionados por seu próprio entendimento e
visão. Nesse falso conhecimento da verdade
nos tornamos cegos, impenetráveis, nada
disso produz vida e amor. Como colocar
tudo isso em ordem se não tivermos visão?
Revelação? Interferimos muito na vida uns
dos outros determinando o que é certo ou
errado para fazerem, como se fosse uma
fórmula da felicidade, mas dificilmente um
homem consegue enfrentar e lidar com a
verdade sobre si mesmo.

Voltando ao livro de Habacuque depois


dessas reflexões, pensamos novamente na
questão do sofrimento e como ele se aplica
a um povo cego em relação a Deus.

Em momentos como esse, tentamos


entender seus por quês, mas como concluir
algo realmente correto sem discernimento,
que parte da qualidade da nossa visão?
Estamos fechados para Aquele que pode
abrir nossos olhos.

Sem uma verdadeira posição de humildade e


humilhação não se pode reverter a cegueira,
por isso muitos castigos foram aplicados ao
longo da história ao povo de Deus, pois
assim que muitos de nós nos humilhamos e
nos rendemos, admitindo nossa condição
real.

Com os cegos, Deus age com misericórdia,


aos que pensam que vêem, Deus age com
justiça.

“Eu vim a esse mundo para julgamento, a


fim de que os cegos vejam e os que veem
se tornem cegos.” João 9:39

2. A GLÓRIA DE DEUS
Assim como dito anteriormente, a natureza
de Satanás é cegar o homem.
Desde o jardim do Éden, ele cegou Eva de
desfrutar da vida de obediência e temor,
para visualizar a ilusão de uma liberdade
que seria sua perdição. Antes ainda do
Eden, ele já havia causado rebelião contra
Deus, o que culminou em sua queda,
cegando a terça parte dos anjos que caíram
em trevas  juntamente com ele.
Na verdade, a palavra trevas na maior
parte dos textos bíblicos é a
palavra skotos e seus derivados e não tem a
ver apenas com escuridão, entre seus
significados estão:
– Ser coberto de trevas, ser escurecido dos
olhos, do entendimento, da mente;
– Ignorância a respeito das coisas divinas e
dos deveres humanos, e da impiedade e
imoralidade que a acompanha, junto às suas
misérias conseqüentes no inferno;
– Pessoas nas quais a escuridão se torna
uma realidade que as governa;
– Metáf. obscurecer ou cegar a mente.
Em outras palavras, trevas está também
relacionado à cegueira da mente, do
entendimento das coisas divinas, portanto,
viver sob trevas é viver ignorante sobre a
glória de Deus. 

E, assim como o Espírito Santo é Aquele que


pode romper o tempo da ignorância
mediante a Palavra anunciada (como lemos
na cegueira dos incrédulos), somente o
Espírito Santo pode romper com essa
ignorância da glória de Deus, mediante
uma Palavra anunciada por parte de Deus.
Assim aconteceu no princípio, quando a
Terra estava coberta por trevas e escuridão,
Deus disse: “HAJA LUZ!” – Naquele
momento, o Espírito de Deus pairava sobre
a face das águas e começou a trabalhar na
revelação de Deus ao mundo.

“Porque Deus, Ele que disse que das


trevas resplandecesse a luz, Ele mesmo
é quem resplandeceu em nossos
corações, para iluminação do
conhecimento da glória de Deus, na
face de Jesus Cristo.”
2 Coríntios 4:6
A glória de Deus é a primeira revelação de
Deus que temos nas Escrituras, antes
mesmo de Sua criação, quando Ele rompeu
as trevas, não foi apenas Sua Palavra em
ação, mas Sua própria essência, Ele revelou
a Si mesmo! A única luz capaz de
dissipar as trevas de Satanás era a Luz
da glória de Deus.

Nós só enxergamos a partir da luz, assim


como o Sol que aquece, revigora, ilumina.
Muitos acham loucura a glória de Deus como
algo abstrato nos reger, novamente poderia
citar o Sol, uma enorme estrela, formada de
gases que possui massa 333 mil vezes maior
que a da Terra. Como uma estrela formada
de gases pode ter uma massa tão grande?
Sim… é uma longa história que nem mesmo
cientistas que estudam o Sol e outras
estrelas sabem explicar.

Da mesma forma, a glória de Deus precisa


deixar de ser um conceito abstrato,
precisamos nos convencer de que, ainda que
não a entendamos completamente, ela é
nossa fonte de vida e visão.

O verso de 2 Coríntios 4:6 diz que Ele


mesmo é quem resplandece em nossos
corações para conhecermos a glória de
Deus, na face de Jesus Cristo.

6 Porque Deus, que disse: Das trevas


brilhará a luz, é quem brilhou em nossos
corações, para iluminação do
conhecimento da glória de Deus na face de
Cristo.
É através de Jesus que a glória de Deus se
tornou literalmente visível, Sua santidade,
soberania e poder. A revelação portanto, da
glória de Deus, vem do próprio Deus ao
homem.

Habacuque traz dois aspectos da palavra


glória:

a) A GLÓRIA DOS HOMENS


“… muita vergonha cobrirá a sua glória.”
Habacuque 2:16b
Não tem como falar da glória de Deus sem
falar da glória dos homens, pois, é o que
temos mais próximo de Deus para refletir,
nossa própria imagem.
Habacuque declara que essa glória dos
homens será coberta de vergonha.
Normalmente nas Escrituras, a glória de um
homem está relacionada ao seu nome, sua
linhagem, sua genealogia.
Porém, o que se faz em nome dessa glória
geralmente é injusto, ilícito e irracional,
zelam mais pelo seu nome do que pelo
nome do Senhor, o que vem antes é sempre
o que diz respeito a si mesmo, depois quem
sabe, pensar em Deus e no outro. 
Os homens possuem uma glória, em muitos
textos podemos ver isso, mas essa glória
está centralizada no próprio homem,
seu objetivo é engrandecer ao próprio
homem, mas quando vivemos para a
glória de Deus, a glória de tudo que
recebemos é transferida para Ele, e nós,
nada retemos, senão a graça de termos
sido feitos filhos desse Deus glorioso.
Somos a imagem e semelhança de Deus, e
qualquer coisa gloriosa que nos seja
ofertada, deve ser refletida em retorno a
Ele! Nossa glória, não é mais ser uma
criatura à imagem de Deus que recebe
glória, mas filhos à sua imagem que
remetem o Pai àqueles que nos vêem.

Veja no verso a seguir, como essas coisas se


correlacionam, a glória de Deus e a cegueira
dos homens em amar mais a glória deles
mesmos:

“Porque amavam mais a glória dos


homens do que a glória de Deus. E Jesus
clamou, e disse: Quem crê em mim, crê,
não em mim, mas naquele que me
enviou. E quem me vê a mim, vê aquele
que me enviou. Eu sou a luz que vim ao
mundo, para que todo aquele que crê em
mim não permaneça nas trevas.” João
12:43-46
Vemos nesse verso, a glória de Deus, na
pessoa de Jesus, na luz que emana dele
para iluminação do nosso entendimento,
apontando para Deus o Pai e como as trevas
repousam sobre os que amam a glória de
homens. Aquele que consegue crer Nele, vê
o Pai. Ele é a luz que dissipa as trevas e nos
mostra a glória do Pai.

b) A GLÓRIA DE DEUS


“E a terra se encherá do conhecimento da
glória de Deus.” Habacuque 2:14

Habacuque traz também a glória de Deus


mesmo em meio a um texto de muitas
queixas e juízos e, pensar que a terra se
encherá do conhecimento da glória de Deus
traz esse sentido de que Cristo seria
revelado ao mundo e a glória de Deus tem
enchido toda a Terra.
Por isso as missões (e qualquer outro
ministério) devem ser feitos para a GLÓRIA
DE DEUS. Essa deve ser a motivação correta
dos corações dos ministros, líderes e
integrantes da obra do ministério.
“E toda a língua confesse que Jesus Cristo é
o Senhor, para glória de Deus Pai.”
Filipenses 2:11
“Portanto, quer comais quer bebais, ou
façais outra qualquer coisa, fazei tudo para
glória de Deus.” 1 Coríntios 10:31

Quando Isaías, no capítulo 6, tem a visão de


Deus assentado num alto e sublime trono,
ele clamou: “Santo, santo, santo é o Senhor
dos Exércitos, toda a terra está cheia da
Sua glória.” Isaías 6:3
 – Quanto mais santidade Isaías
contemplava, mais seus olhos se enchiam,
sua mente, seu coração, mais e mais
santidade, até que ele se enche da
presença, por fora e por dentro, então ele
declara a palavra GLÓRIA. A glória de Deus
é a plenitude de tudo que Ele é, que nos
enche e nos transforma.
Os anjos que estão diante do trono
proclamam sem cessar: “Santo, santo, santo
é o Senhor dos exércitos.” Por que eles
fazem isso? Será porque não tem outra
coisa melhor para fazer? Não. Eles não têm.
Porque não há coisa melhor a se fazer
quando se está diante da glória de Deus.
Eles vêem Deus, eles não estão cegos. 
Só aquele que não vê Deus consegue
considerar chato, cansativo, repetitivo,
o momento de adoração.
A glória de Deus também diz respeito à Sua
essência, ou seja, todos Seus atributos, são
gloriosos, Sua onipotência, onisciência,
sabedoria, santidade, majestade, retidão,
tudo que Ele é, é glorioso.A glória de Deus
está além da nossa capacidade de medir.
Temos uma idéia, mas não conseguimos
mensurar, afinal, não há com quem
comparar o Senhor, não há parâmetros! Até
os outros deuses se tornam ínfimos,
insignificantes diante Dele.
 “Pois quem no céu se pode igualar ao
Senhor? Quem entre os filhos dos poderosos
pode ser semelhante ao Senhor?”
Salmo  89:6
Já que não temos parâmetro para mensurar
a glória de Deus, podemos contemplar
gradativamente a medida que o véu da
cegueira é retirado de nossas mentes e
corações. Paulo, ao escrever aos Romanos,
diz que os homens são indesculpáveis em
relação a glória de Deus, porque é
impossível olhar para a complexidade da
criação e não ver um Deus criador por
detrás delas!
“Porquanto o que de Deus se pode
conhecer neles se manifesta, porque
Deus lho manifestou.
Porque as suas coisas invisíveis, desde
a criação do mundo, tanto o seu eterno
poder, como a sua divindade, se
entendem, e claramente se vêem pelas
coisas que estão criadas, para que eles
fiquem inescusáveis;
Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram
graças, antes em seus discursos se
desvaneceram, e o seu coração insensato
se obscureceu. Dizendo-se sábios,
tornaram-se loucos. E mudaram a glória do
Deus incorruptível em semelhança da
imagem de homem corruptível, e de aves, e
de quadrúpedes, e de répteis. Por isso
também Deus os entregou às
concupiscências de seus corações, à
imundícia, para desonrarem seus corpos
entre si; Pois mudaram a verdade de Deus
em mentira, e honraram e serviram mais a
criatura do que o Criador, que é bendito
eternamente. Amém.”  Romanos 1:19-25
Esse é um texto chave dentro desse tema e
de tantos outros, porque demonstra que
Deus após revelar Sua glória dissipando as
trevas que cobriam a Terra, se fez conhecido
aos homens pelas coisas criadas, de modo
que fomos indesculpáveis por tamanha
cegueira. O que ele está dizendo é que
nossa cegueira se encontra num nível de
gravidade muito séria, de modo que olhando
para coisas tão complexas e maravilhosas
como o universo, o céu, o mar, os seres
humanos, a perfeição das leis da natureza, o
ar, o sol, a lua… nós nos perdemos, nos
iludimos dizendo a nós mesmos que não há
Deus.
Que toda essa complexidade organizada
chamada vida, surgiu de um monte de
coisas desorganizadas e inanimadas.
Nossa cegueira nos leva a crer numa ciência
chamada Psicologia, que definiu a partir de
si mesma e sua filosofia o que é o ser
humano. Não precisamos de organização de
ideias ou respostas, temos tudo que
precisamos bem diante dos nossos olhos,
essas respostas não estão em homens, isso
seria buscar a glória de homens.

AS RESPOSTAS QUE PRECISAMOS


ESTÃO EM DEUS E EM SUA PALAVRA!
Fazendo uma conexão com o livro de
Habacuque para encerrar esse estudo, fiquei
a pensar em como essa glória estava ali, no
meio de tanto sofrimento. Ela estava ali,
como está presente em nossas vidas, todos
os dias e todas as situações, a diferença não
são as circunstâncias, são os olhos que
podem e os que não podem vê-la. Nas
maiores adversidades, Deus se revelou.
Tudo pode mudar de lugar, mas não
podemos mudar a glória do Deus
invisível. Nas maiores fraquezas e desastres,
Ele estava ali, talvez porque esse seja o
momento que paramos de olhar para os
homens e buscamos algo maior, que possa
nos salvar. Foi por conseguir ver Deus além
das bênçãos que Ele possa operar ou das
conhecidas “vitórias” que o povo de Deus
tanto ama, que Habacuque consegue
encerrar seu livro com uma das mais belas
declarações de todas as Escrituras Sagradas
e com ela termino esse estudo, para que
possamos, acima e independente de tudo,
sempre ver… Deus!

“Porque ainda que a figueira não floresça,


nem haja fruto na vide; ainda que
decepcione o produto da oliveira, e os
campos não produzam mantimento; ainda
que as ovelhas da malhada sejam
arrebatadas, e nos currais não haja
gado; Todavia eu me alegrarei no
Senhor; exultarei no Deus da minha
salvação.
O Senhor Deus é a minha força, Ele fará
os meus pés como os das cervas, e me fará
andar em lugares altos.”  
Habacuque 3:17-19

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