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III.

Declaração de Honra

Eu Valdo Ferreira Langa Banze, de 20 anos de idade, portador do BI Nº 110100434529B


Declaro, por minha honra, que o presente trabalho académico foi elaborado por mim próprio.
Não se recorreu a quaisquer outras fontes, para além das indicadas, e todas as formulações e
conceitos usados são da minha autoria.

Michafutene, Dezembro de 2016

_________________________________________
(Valdo Ferreira Langa Banze)

1
IV. Dedicatória
Quero agradecer primeiro lugar a Deus, pois graças a ele e ao meu esforço consegui enfrentar
grandes obstáculos pra chegar ao fim desta jornada académica durante os 3 anos onde muitos
tropeçaram para nunca mais conseguir levantar.
Em segundo lugar dedico este trabalho as pessoas mais importantes da minha vida, falo da minha
família que nem sempre pode estar presente nos momentos difíceis, mais mesmo assim pelo
incentivo que sempre me deram pude superar as dificuldades e os fracassos.
Em terceiro lugar dedico este trabalho aos meus verdadeiros colegas que sempre deram a mão
para ajudar nesta caminhada que foi difícil ca chegar sem que esperassem de retorno, falo dos
meus verdadeiros colegas:
Aibo, Nilton, Nelson, Nhaliguangue, Quinita, Francisco, Pascual, Atima, Bernardo, Cardivino e
por último o colega que sempre será personagem desta jornada, José Manuel que já não se
encontra no mundo dos vivos a ele dedico profundamente a este trabalho.
A todos eles, espero deles o que eles de mim esperam.

Em quarto lugar dedico a este trabalho aos meus verdadeiros professores que com muita
paciência, empenho e dedicação transmitiram os seus conhecimentos para mim e de mim
também aprenderam.
As professoras:
Júlia, Cecília, Ermelinda, Fátima, Judite, Lisete
Os professores:
Magombe, Ercílio, Tsope, Sunde, , Emídio, Chambe.

E por último dedico a este trabalho a todos que por esquecimento ou distracção não nomeei neste
trabalho.

2
V. Agradecimentos

Agradeço a todos que contribuíram directa ou indirectamente para que eu me torna se aquilo que
sou hoje e o serei amanha.
Agradeço a toda direcção do IMPFA em particular aos directores responsáveis pela instituição
pelo voto de confiança que foi depositado em mim para que eu pudesse fazer o estágio mesmo
com cadeiras em atraso. Prometi e cumpri a promessa de fazer a cadeira em atraso.
Graças ao voto hoje digo com muito orgulho e satisfação “ sou aluno finalista no verdadeiro
sentido, sem nenhuma cadeira em atraso”.
Porque não agradecer aos funcionários que sempre mantiveram a instituição limpa e agradável
para que eu pudesse estudar num ambiente em condições, a todos funcionários vão os meus
agradecimentos.

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VI. LISTA DE TABELAS E FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela no1. Divisão Administrativa……………………………………………………………….4

Tabela no 2. Distribuição da população……………………………………………………………5

Tabela no 3. Distribuição do Clima no distrito……………………………………………………6

Tabela no 4. Distribuição das Fontes de Abastecimento de água………………………………...14

Tabela nº 5. Tabela da distribuição de trabalhadores nacionais e estrageiros nas industrias ……19

Tabela nº 6. Tipologia dos talhões ………………………………………………………………27

Tabela nº 7. Tipologia Habitacional …………………………………………………………….27

Tabela nº 8. Vias de acesso…………………………………………………………… ...………28

Tabela nº 9. Estacionamentos……………………………………………………………………29

Tabela nº 10. Listagem de espécies vegetais para o jardim proposto……………………………31

Tabela nº 11. Quadro de áreas ……………………………………………………………32,33,34

LISTA DE IMAGENS
Imagem nº1. Mapa de enquadramento do distrito de Marracuene………………………………..3

Imagem nº2. Mapa da divisão administrativa……………………………………………………..4

Imagem nº3 e 4. Rio Incomáti ……………………………………………………………………8

Imagem nº5. Circular Marracuene………………………………………………………………...9

Imagem nº6. Estrada Nacional N1………………………………………………………………...9

Imagem nº7 e 8. Linha férrea de Maputo-Marracuene-Manhiça (linha do Limpopo)…………..10

Imagem nº9. Ponte Macaneta (Vila-sede do distrito-localidade de Macaneta)………………….10

Imagem nº10. Batelão……………………………………………………………………………11

Imagem nº11. Pequenas embarcações…………………………………………………………...11

Imagem nº12 . Subestação de Marracuene……………………………………………………...12

Imagem nº13 e 14. Linha de gás…………………………………………………………………13


4
Imagem nº15. IMPFA……………………………………………………………………………15

Imagem nº16. Escola Primária Joaquim Chissano………………………………………………15

Imagem nº17. Monumento de Gwaza Muthini………………………………………………….17

Imagem nº19. Gado bovino no PA de Machubo………………………………………………...18

Imagem nº20. Fábrica têxtil Ri Opel…………………………………………………………….19

Imagem nº21 e 22.Feira Comercial da vila de Marracuene……………………………………...20

Imagem: nº22. Cavalaria no Lodge Ell Passo…………………………………………………...21

Imagem nº23 e 24: Rede viária…………………………………………………………………..23

Imagem nº25. Sistema de transporte……………………………………………………………..24

Imagem nº26. Tanques de água………………………………………………………………….24

Imagem nº27. Salas Anexas……………………………………………………………………...25

Imagem nº28. Estaleiro…………………………………………………………………………..26

Imagem nº29. Mercearia…………………………………………………………………………26

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VII. LISTA DE ABRIVIATURAS E SIGLAS

CS- Centro de Saúde;


EDM – Electricidade de Moçambique;
EPC- Escola primaria completa;
ESG- Ensino Secundário Geral;
EN1 – Estrada Nacional nº 1;
FACIM - Feira Internacional de Maputo;
IMPFA- Instituto Médio de Planeamento Físico e Ambiente;
INE- Instituto Nacional de Estatística;
SDPI – Serviços Distrital de Planeamento e Infra estrutura;
TDM – Telecomunicação de Moçambique.

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VIII. Índice
III. Declaração de Honra ................................................................................................................. 1

IV. Dedicatória ................................................................................................................................ 2

V. Agradecimentos .......................................................................................................................... 3

VI. LISTA DE TABELAS E FIGURAS ................................................................................... 4

LISTA DE TABELAS .................................................................................................................... 4

INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 1

CAPITULO I – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO DISTRITO DE MARRACUENE ............... 3

1.1. ENQUADRAMENTO REGIONAL DO DISTRITO DE MARRACUENE ...................... 3

1.1.1. Localização Geográfica ....................................................................................................... 3

Limites Administrativos .................................................................................................................. 3

1.1.2. Divisão Administrativa........................................................................................................ 4

População do distrito de Marracuene .............................................................................................. 5

1.2. CONDIÇÕES FÍSICO-NATURAIS E AMBIENTAIS ...................................................... 6

1.2.1. Clima ................................................................................................................................... 6

1.2.2. RELEVO E SOLOS ............................................................................................................ 6

1.2.2.1.Solos .................................................................................................................................... 6

1.2.2.2.Solos arenosos amarelados .................................................................................................. 7

1.2.2.3.Solos Arenosos Esbranquiçados .......................................................................................... 7

1.2.2.4.Solos Derivados de Grés Vermelhos ................................................................................... 7

1.2.2.5.Solos Aluviões Argilosos .................................................................................................... 7

1.2.2.6.Solos de Dunas Costeiras Amarelas .................................................................................... 7

1.2.3. VEGETAÇÃO..................................................................................................................... 7

1.2.6. HIDROGRAFIA ................................................................................................................. 8

1.2.7. FLORESTAS....................................................................................................................... 8
1.3. CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA .................................................................. 9

1.3.1. INFRA-ESTRUTURAS ...................................................................................................... 9

1.3.1.1.REDE VIÁRIA.................................................................................................................... 9

1.3.1.2.REDE FERROVIÁRIA ....................................................................................................... 9

1.3.1.3 Ponte .................................................................................................................................. 10

1.3.1.4 REDE DE TRANSPORTES ............................................................................................. 11

1.3.1.5 REDE DE ENERGIA ELÉCTRICA ................................................................................. 12

1.3.1.6 REDE DE ABASTECIEMTO DE GÁS NATURAL ....................................................... 13

1.3.1.7 Rede de Comunicações ..................................................................................................... 13

1.3.1.8.Redes de Abastecimento de água ...................................................................................... 13

1.3.1.9.SANEAMENTO DO MEIO ............................................................................................. 14

1.3.2. EQUIPAMENTOS SOCIAIS ........................................................................................... 15

1.3.2.1.Rede Escolar ...................................................................................................................... 15

1.3.2.2.Rede Sanitária.................................................................................................................... 16

1.3.2.2.1.Tipos de Redes sanitárias existentes .............................................................................. 16

1.3.2.3.Locais históricos ................................................................................................................ 16

1.3.3.POTENCIALIDADES ECONÓMICAS .............................................................................. 17

1.3.3.1 AGRICULTURA .............................................................................................................. 17

1.3.3.2 PECUÁRIA ....................................................................................................................... 18

1.3.3.3 PESCA............................................................................................................................... 18

1.3.3.4 INDÚSTRIA ..................................................................................................................... 19

1.3.3.5.COMÉRCIO ...................................................................................................................... 20

1.3.3.6.TURISMO ......................................................................................................................... 21

CAPITULO II – USO ACTUAL DO SOLO DO BAIRRO MUMEMO “1” ............................... 22

2.1. Localização Geográfica do Bairro Mumemo “1”.............................................................. 22


2.1.1. Limites do Bairro............................................................................................................... 22

2.1.2. Historial do bairro “povoado de Singuiza”. ...................................................................... 22

2.1.3. Topografia ......................................................................................................................... 22

2.1.4. População e habitação ....................................................................................................... 23

2.2. Infra-estruturas .................................................................................................................. 23

2.2.1. Rede viária ......................................................................................................................... 23

2.2.2. Rede de transportes ........................................................................................................... 23

2.2.3. Rede de energia eléctrica ................................................................................................... 24

2.2.4. Rede de abastecimento de água ......................................................................................... 24

2.3. Equipamentos sociais ........................................................................................................ 25

2.3.1. Rede escolar ...................................................................................................................... 25

2.3.2. Cultura juventude e desporto ............................................................................................. 25

2.4. Actividades económicas .................................................................................................... 25

2.4.1. Agricultura......................................................................................................................... 25

2.4.2. Pecuária ............................................................................................................................. 25

2.4.3. Comércio ........................................................................................................................... 26

CAPITULO III – DESCRIÇÃO DA PROPOSTA DO PLANO DE PORMENOR ..................... 27

DO BAIRRO MUMEMO “1” ....................................................................................................... 27

3.1. POPULAÇÃO E HABITAÇÃO ....................................................................................... 27

3.2. INFRAESTRUTURAS ..................................................................................................... 28

3.2.1. REDE VIÁRIA.................................................................................................................. 28

3.3.2. REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA..................................................................... 29

3.3.3. REDE DE ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉCTRICA........................................ 29

3.3.4. SANEAMENTO DO MEIO ............................................................................................. 29

3.4.1. EQUIPAMENTOS SOCIAIS E SERVIÇOS .................................................................... 30


3.4.2. Educação ........................................................................................................................... 30

3.4.3. Saúde ................................................................................................................................. 30

3.4.4. Desporto ............................................................................................................................ 30

3.4.5. Áreas verdes ...................................................................................................................... 30

3.4.5.1 Jardim ................................................................................................................................ 30

3.4.5.2 Jardim botânico ................................................................................................................. 31

3.4.6. Serviços ............................................................................................................................. 31

3.5. ACTIVIDADES ECONÓMICAS ..................................................................................... 32

3.5.1. Comércio ........................................................................................................................... 32

BALANÇO DE ÁREAS ............................................................................................................... 32

3.6. CONCLUSÃO................................................................................................................... 34

3.7. RECOMENDAÇÃO ......................................................................................................... 34

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 35
INTRODUÇÃO

Plano de Pormenor (PP), é um instrumento que define com detalhes a forma de ocupação de
qualquer área urbana, estabelecendo a concepção do espaço urbano, dispondo sobre usos do solo
e condições gerais de edificações, o traçado das vias de circulação, as características das redes de
infra-estruturas e serviços, quer para novas áreas ou para áreas existentes, caracterizando as
fachadas dos edifícios e arranjos dos espaços livres (nº5 do Artigo. 4 da LOT).

A elaboração do presente Plano, enquadra-se nas actividades que o IMPFA como instituição de
ensino tem vindo a desenvolver, com o propósito formar técnicos capazes de prestar serviços de
qualidade aos distritos e municípios do nosso País na elaboração dos instrumentos de gestão
territorial e apoiar as autoridades locais a prever e solucionar problemas de ocupação
desordenada de solo.

A Lei n.º 19/2007 sobre o Ordenamento Territorial em Moçambique, aprovada pela Assembleia
da República em 18 de Julho, refere-se a obrigatoriedade de elaboração dos instrumentos de
ordenamento territorial para os níveis distrital e autárquico (n.º 2 do Artigo. 13 da LOT). Por isso
é indispensável a elaboração deste instrumento pois servirá de ferramenta importante na
localização e distribuição equitativa de equipamentos, infra-estruturas, e outros usos de forma
proporcionar um desenvolvimento integrado à população a se beneficiar.

A proposta de elaboração do PLANO DE ORDENAMENTO DO BAIRRO MUMEMO 1


“SINGUIZA”, localidade de Michafutene, Distrito de Marracuene, na Província de Maputo,
surge no âmbito da necessidade de se fazer o parcelamento do espaço físico, distribuição dos
equipamentos e infra-estruturas da área de forma a garantir os direitos mínimos de urbanidade da
população e aumentar a utilização do mesmo. O presente plano dará resposta à crescente
demanda de terra para diferentes usos.

O distrito de Marracuene tem vindo a sofrer uma forte ocupação urbanística, resultante da
procura intensiva da terra e das fortes correntes migratórias internas que a cidade de Maputo tem
vindo a registar, o que contribui para processo de expansão intensa do distrito.

1
Este instrumento mostra novas formas de ocupação e aproveitamento do solo, com arruamentos
adequados que permitem uma circulação livre e segura de pessoas e peões, (rede eléctrica, de
abastecimento de água, de telecomunicações, equipamentos sociais e serviços propostos ao
plano, com vista a responder as necessidades da população.

Este instrumento tem como objectivo: Propor o uso adequado do solo a área dentro do perímetro
urbano tendo em conta os valores históricos, culturais, patrimoniais e naturais;

E para a realização do objectivo geral, deveram ser seguidos os objectivos específicos tais como,
compor e desenhar plantas e mapas que ilustraram os caminhos a serem seguidos para o alcance
do sucesso do plano.

Para a execução do trabalho no âmbito da elaboração do plano foram usadas ferramentas


metodológicas tais como: elaboração de termos de referência, cronograma de actividades e ficha
de inquérito. O segundo método, foi baseado no reconhecimento da área para a recolha de dados
geomorfológicos, físico-geográficos, consultas comunitárias, o terceiro método, consistiu na
pesquisa bibliográfica e documental, desenvolvido através de muita leitura e pesquisa de
manuais, tais como: Manuais de Planeamento Físico, Guião Metodológico param a elaboração de
um PP, Perfil Distrital 2005, Draft de PDUT 2013, Retrato da Província de Maputo 2009,
Projecções Estatística do INE 2007-2040, Cena-Carta (shp - Moçambique, Província, Distrito e
Localidade), entre outros. O último consistiu na sistematização e tratamento de dados,
procedimentos como lançamento de coordenadas em software: ArgGIS, Google Earth, Topocad,
Lotecad e AutoCAD, LOTCAD, TOPOCAD. para a sua respectiva representação gráfica e
desenvolvimento da memória descrita.

Irão fazer parte do presente plano, os seguintes pontos: sendo primeiro, a caracterização geral do
distrito de Marracuene, em seguida o uso actual do solo do bairro e por ultimo descrição da
proposta urbanística do plano de pormenor – ordenamento do povoado de Singuiza .

2
CAPITULO I – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO DISTRITO DE
MARRACUENE

1.1. ENQUADRAMENTO REGIONAL DO DISTRITO DE MARRACUENE

1.1.1. Localização Geográfica

O distrito de Marracuene, situa-se na parte oriental da província de Maputo, dista


aproximadamente, 30Km a Norte da cidade de Maputo, entre a latitude de 25° 41’20’’ Sul e
longitude de 32° 40’30’’ Este.

Limites Administrativos
É limitado a Norte pelo distrito da Manhiça, a Sul pela Cidade de Maputo, a Oeste pelo distrito
de Moamba e cidade da Matola, e a Este é banhado pelo Oceano Índico.

Imagem nº 1. MAPA DE ENQUADRAMENTO DO DISTRITO DE MARRACUENE

Fonte: Autor 2016

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1.1.2. Divisão Administrativa

O distrito da Marracuene está dividido em dois postos administrativos a saber:

 Posto administrativo de Machubo com duas (2) localidades, com uma superfície de
232km2.

 Posto administrativo de Marracuene sede com quatro (4) localidades, com uma superfície
de 465km2.

Imagem nº2. Mapa da divisão administrativa

Fonte: Autor 2016

Tabela no1. Divisão Administrativa

Postos administrativos Localidades Bairros e povoados

Marracuene Sede Vila de Marracuene Vila, Massinga, 29 de Setembro, Mikanhine

Marracuene sede Marracuene sede

Michafutene Michafutene, agostinho neto, Cumbeza, etc.

Nhongonhane Nhongonhane

Machubo Macandza Macandza

Thaula Thaula

Fonte : PDUT 2012 Marracuene

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População do distrito de Marracuene

De acordo com os dados do III recenseamento geral de população e habitação de 2007 (III-
RGPH), Marracuene possui cerca de 84.177 habitantes dos quais 44.927 mulheres e 41.250 são
homens, esta diferença deriva da emigração inter-distrital e internacional dos indivíduos do sexo
masculino a procura de emprego.

Tabela no 2. Distribuição da população

2007 2016 2026

Distrito de Marracuene 88.177 238.010 328.875

P. Administrativo de Marracuene 80.252 80.252 299.317

Localidade de vila de Marracuene 11.236 11.236 41.907

Localidade Marracuene sede 12.249 12.249 45.685

Localidade de Michafutene 40.805 40.805 152.191

Localidade de Nhongonhane 15.962 15.962 59.534

P. Administrativo de Machubo 4.723 4.723 17.615

Localidade de Macandza 2.978 2.978 11.107

Localidade de Thaula 1.745 1.745 6.508

Fonte: PDUT Marracuene – 2012 (actualizada)

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1.2. CONDIÇÕES FÍSICO-NATURAIS E AMBIENTAIS

1.2.1. Clima

O clima do distrito é tropical chuvoso de savana, influenciando pela proximidade do mar.


Caracteriza-se por temperaturas quentes com um valor médio anual superior a 20°C e uma
amplitude de variação anual inferior a 10°C.

A humidade relativa varia entre 55 a 75% e a precipitação é moderada, com um valor médio
anual entre 500 mm no interior e 1.000 mm no litoral. A estacão chuvosa vai de Outubro de
Abril, com 60% a 80% da pluviosidade concentrada nos meses de Dezembro a Fevereiro. O
distrito é atravessado no sentido Norte-Sul ao longo de uma extensa planície pelo rio Incomáti,
que vai desaguar no Oceano Indico, no delta da Macaneta.

Tabela no 3. Distribuição do Clima no distrito

Temperatura
Clima Precipitação anual Estações do ano
média anual

Tropical Chuvoso 23º C 500 mm – interior Estação quente e chuvosa: Outubro a


de Savana 1000 mm – litoral Abril Estação fria: Maio a Setembro

Fonte: SDPI Marracuene

1.2.2. RELEVO E SOLOS

Segundo o Perfil distrital de Marracuene 2005, o distrito de Marracuene caracteriza se pela existência de
Planície, com uma altitude de 0-200 metros, com solos arenoso-argilosos.

A área do litoral apresenta uma vasta faixa de dunas móveis de areais brancas, formadas devido á
acção dos ventos marítimos. As margens do rio Incomáti caracterizam-se por solos argilosos.

1.2.2.1. Solos

O distrito de Marracuene apresenta 15 tipos de solos dos quais 5 são predominantes


nomeadamente:

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1.2.2.2. Solos arenosos amarelados

Localiza-se nas localidades de Michafutene, localidade Sede, Nhongonhane e são propícios para
prática da agricultura de sequeiro e abunda a vegetação mata aberta, savana, arbóreo matagal e
estepe.

1.2.2.3. Solos Arenosos Esbranquiçados

Localiza se na localidade Sede Nhongonhane e são propícias para prática de agricultura de


sequeiro e abunda a vegetação mata aberta, savana, arbóreo matagal e estepe.

1.2.2.4. Solos Derivados de Grés Vermelhos

Estes localizam se em Michafutene e uma parte na localidade Sede, com abaixa capacidade de
retenção de água e fertilidade baixa e abunda vegetação mata fechada ou aberta.

1.2.2.5. Solos Aluviões Argilosos

Localiza se na localidade Sede e no Posto Administrativo de Machubo são propícios para


agricultura de regadio e abunda vegetação de matagal.

1.2.2.6. Solos de Dunas Costeiras Amarelas

Localiza se na localidade Sede e Posto Administrativo de Machubo, com a baixa capacidade de


retenção de água e fertilidade baixa e abunda vegetação de floresta aberta.

1.2.3. VEGETAÇÃO

A vegetação no distrito é constituída por savana de gramíneas e arbustos, sendo o solo


recomendado para a criação de gado bovino e pequenos ruminantes

A faixa litoral de dunas de arreia na separação entre o mar e o rio Incomáti na zona da Macaneta
corre o risco de desaparecimento, o que ao acontecer, teria consequências ecológicas graves para
os distritos de Marracuene, Manhiça e Magude, com propensão a períodos de seca.

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HIDROGRAFIA
Segundo Perfil distrital de Marracuene 2005, Marracuene é representada por dois principais
cursos de água, doce e salgada, destacando-se o rio Incomáti (atravessa o distrito), tem um
caudal permanente, nasce na África do sul e tem uma área total de 46246 km2, dos quais 14925
km2 pertencem a Moçambique, e descarrega no estuário de Maputo, e sofre influências de
marés. O rio entra no distrito através da Localidade de Macandza, no Posto Administrativo de
Machubo, desaguando no Oceano Índico. Existem ainda lagoas e charcos distribuídos por vários
pontos do distrito.

Imagem nº3 e 4. Rio Incomáti

Fonte: Autor (2016) Fonte: Autor (2016)

FLORESTAS

O distrito tem vindo a ser desmatado devido à expansão da vila, desenvolvimento do distrito em
geral e o fabrico de carvão.
Tem-se intensificado, a actividade de fiscalização do trânsito de produtos de origem vegetal nos
postos de Habel Jafar e EN1, com apreensões elevadas de operadores ilegais.

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1.3. CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA

INFRA-ESTRUTURAS

1.3.1.1. REDE VIÁRIA

O distrito de Marracuene é atravessado pela estrada nacional nº 1, fazendo ligação com a circular
de Maputo e Matola, que faculta a comunicação com a cidade de Maputo a Sul e Matola, e o
distrito da Manhiça a Norte.

Imagem nº5. Circular Marracuene Imagem nº6. Estrada Nacional N1 .

Fonte: Autor 2016 Fonte: Autor 2016

A ligação rodoviária da Província de Maputo que liga as Cidades de Matola e Maputo, assim
como de outros pontos da província é estabelecida através de autocarros (alguns transportes
semicolectivos vulgos “Chapas”.) públicos de passageiro que operam nos Distritos de Boane,
Marracuene, Manhiça.

1.3.1.2. REDE FERROVIÁRIA

Marracuene possui uma estação de ferrovia servida pelos comboios de carga e de passageiros em
trânsito na linha férrea de Maputo-Marracuene-Manhiça (linha do Limpopo).

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Imagem nº 7 e 8. Linha férrea de Maputo-Marracuene-Manhiça (linha do Limpopo)

Fonte: Autor 2016 Fonte: Autor 2016

1.3.1.3. Ponte

A ligação entre a vila-sede do distrito de Marracuene e a localidade de Macaneta, hoje esta mais
facilitada, com a conclusão das obras da ponte que permitem a ligação entre os dois pontos
separados pelo rio Incomáti. Esta infra-estrutura impulsiona o desenvolvimento da vila sede de
Marracuene e Macaneta em específico e em geral o distrito. Esta ponte faz parte do Projecto
Estrada Circular de Maputo.

Tendo 300 metros de cumprimento e 11 de largura, sendo suportada por 10 pilares

Imagem nº 9. Ponte Macaneta (Vila-sede do distrito-localidade de Macaneta)

Fonte: Autor 2016

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1.3.1.4. REDE DE TRANSPORTES

O sistema de transporte fluvial do Distrito de Marracuene era desenvolvido ao longo do Rio


Incomáti através de um Batelão e pequenas embarcações que faziam a travessia entre
Marracuene sede e Macaneta.

Imagem nº10. Batelão Imagem nº11. Pequenas embarcações

Fonte: Autor 2016 Fonte: Autor 2016

O distrito possui actualmente cerca de 4 auto carros dos transportes públicos vulgo TPM, com as
seguintes rotas: Museu-Marracuene (2 auto carros) e Marracuene-Praça dos trabalhadores (2
autocarros) e Baixa-Marracuene (2 auto carros).

Estes auto-carros têm como partida a Sede do Distrito aos dois destinos respectivamente, sendo o
primeiro das 05h:20min e o segundo as 06h:00min.

Para além destes existem transportes semi-colectivos licenciados que operam no Distrito nas
seguintes rotas:

 Semi – colectivos (Chapas):

o Xipamanini - Marracuene-Sede;

o Marracuene - T3;

o Mumemo – Zimpeto;

o Facim – Zimpeto;

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o Pazimane – Zimpeto;

o Bobole – Zimpeto;

o Michafutene – Xipamanine;

 TPM (Transportes Públicos de Maputo)

o Marracuene – Baixa;

o Marracuene – Museu;

o Marracuene – Praça dos combatentes.

Havendo também algumas chapas de operadores privados que estabelecem a ligação rodoviária a
sul com a cidade de Maputo e a norte com o distrito da Manhiça, Magude, Gaza e Inhambane
entre outros zonas da região centro e norte de Moçambique.

1.3.1.5. REDE DE ENERGIA ELÉCTRICA


De acordo com o Perfil Distrital 2015, Grande número dos habitantes do Distrito de Marracuene, usam
linha de energia nacional (Cahoora Bassa), fornecida pela EDM principalmente na vila sede.

De acordo com EDM-Marracuene, o distrito é atravessado por uma linha de 66 KV tensão


(DL05), que parte da Subestação de Infulene e abastece a Subestação de Manhiça, alimentando
ao longo do percurso as Subestações eléctricas de Mabor e Riopel, sendo que a gestão desta linha
é efetuada pela Direcção da Rede de Transportes (DRT).

Imagem nº12 . Subestação de Marracuene.

Fonte: Autor 2016

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1.3.1.6. REDE DE ABASTECIEMTO DE GÁS NATURAL

Hoje o distrito de Marracuene esta provido de condutas de gás natural implantadas, porém a
activação desse sistema depende da reactivação da fábrica da Ri opele ou do aparecimento de
grandes consumidores, para que se de inicio ao abastecimento desse combustível alternativo ao
nível domiciliário entre outros.

Imagem nº13 e 14. Linha de gás

Fonte: Autor 2016 Fonte: Autor 2016

1.3.1.7. Rede de Comunicações

O distrito é servido pela rede de por três redes móveis (Mcel, Vodacom e Movitel) que cobrem
toda área do distrito.

Redes de Abastecimento de água


O Distrito tem um fornecimento de água garantido através de várias fontes existentes no total de
214, dos quais 152 furo, onde 115 operacionais, para os poços são 62, dos quais 52 operacionais
e 10 inoperacionais, distribuídos por diversas localidades a nível do distrito e o sistema são
fornecidos pelo Governo Distrital, Sector público e algumas entidades privadas, este tem um raio
de 500m referente a distância percorrida pelas comunidades.

13
Tabela no 4. Distribuição das Fontes de Abastecimento de água
Localidad Descrição Estado de conservação
Nᵒ de Outras
PA e Operacionais Inoperacionais
Furos Poços benif. Fontes
Povoada Furros Poços Furro Poço
Macuchubo Mandza 02 --------- -------- ------- 02 --------
Taula 02 -------- 01 ------- 01 --------
Marracuen Bobole 20 14 18 12 02 02
e Ngungunha 46 -------- 28 ------- 18 --------
Sede L.Sede 82 51 68 43 14 08
Total ------------- 152 62 115 55 37 10 125
Fonte: SDPI Marracuene 2016

 Fontes privadas possuem boas qualidades de água, o lençol freático encontra-se a uma
distância de 35m e a sua capacidade de fornecimento é fraca;

 Sistema de caleira usa se nos arredores de Guaza Muhtine e o abastecimento é crítico.

SANEAMENTO DO MEIO
Este não reúne melhores condições adequadas para a prestação desses serviços uma vez que o
Distrito não dispõe de sistema de esgoto para a condução dejectos domiciliares nem aterros para
a deposição dos resíduos sólidos.

A monitorização e gestão sobre a prática de saneamento do meio é da tutela da SPDI e SD Saúde


e em conjunto com a comunidade que se tem reunido para as jornadas de limpeza nas instituições
e recintos público.

As instituições têm equipes de limpeza para recintos e vias mais próximas.

É de ressalvar `que o Distrito não se beneficia de sistema de esgotos, mas tem valetas de operam
para escoamento das águas das pluviais, e em certas zonas na vila Sede é de fossas.

14
EQUIPAMENTOS SOCIAIS
1.3.2.1.Rede Escolar

A rede escolar do Distrito de Marracuene conta actualmente com 51 estabelecimentos de ensino,


dos quais 20 EP1, 22 EPC, 1 (uma) ESG do 1º e 2-º ciclo, 3 (três) escolas Secundárias
comunitárias, 3 Escola Técnica Profissional, Academia de Ciências Policias que é escola
superior, O Distrito conta com um universo de 38400 alunos. Este efectivo é assistido por 867
professores e 107 administrativos e auxiliares.

As Escolas Primárias Completas (EPC) tem 7158 alunos e Secundárias têm um efectivo de
12.893 alunos do Curso Diurno e Curso Nocturno. Deste número, 6.818 são mulheres e os
restantes 6.075 são homens. O IMPFA conta com um total de 52 funcionários, dos quais 20
mulheres e um total de 343 estudantes, dos quais 179 são mulheres.

As EP1 e EPC’s encontram-se distribuídas por todas as localidades do distrito, concentram


muitas escolas são construídas com material convencional e por serem insuficientes, 125 turmas
funcionam ao ar livre (Vide a tabela em anexo). As Turmas de Alfabetização funcionam em salas
anexas de algumas escolas, com um universo de 957 educandos, dos quais 827 são mulheres.

Imagem nº 15. IMPFA Imagem nº16. Escola Primária Joaquim Chissano

Fonte: Autor 2016 Fonte: Autor 2016

15
1.3.2.2.Rede Sanitária

Nos últimos anos verifica-se muita concorrência da população em se instalar neste distrito,
movidos pela acessibilidade de terras bem como a morfologia e a fertilidade dos solos que
facilitam o desenvolvimento de diversas actividades económicas além da tendência existente de
difundir algumas infra-estruturas e equipamentos sócias.

Tipos de Redes sanitárias existentes


No que concorre com o tipo de unidade sanitária o distrito de Marracuene dispõe de três tipos
nomeadamente:

 Tipo I- Centro de saúde de Marracuene sede;


 Tipo II- Centro de saúde Matalane, Machubo, Eduardo Mondlane, Mumemo, Ricatla, e
Mali;
 Tipo III- Posto de saúde de Michafutene.

1.3.2.3.Locais históricos
Marracuene é um Distrito rico em património cultural, sendo berço dos nomes sonantes no
mundo da arte, música e literatura tais como, Malangatana Valente Ngwenha, Dilon Nginge,
Armando Mabjaia, Viriato Chiconela, Manqueu, Chiboleca, entre outros.
A população originária de Marracuene é considerada Varhonga, sendo os Honwana e os
Mahlanguana tidos como primeiros clãs da região. Os Mabjaias, apesar de não serem originários
da região, são os grupos de habitantes dominantes, com um papel preponderante nas guerras de
resistência à ocupação colonial.
O monumento de Gwaza Muthini, simboliza a vitória da batalha que se que travou envolvendo
guerreiros de Nwamatidjana, Mahazule e Mabjaia. e o exército invasor no dia 28 de Janeiro de
1895,onde cerca de 812 soldados portugueses comandados por Caldas Xavier, marchando em
quadrado morreram. A partir dessa data, o dia 3 de Fevereiro passou a ser celebrado anualmente
como dia da batalha de Marracuene.

16
Imagem nº17. Monumento de Gwaza Muthini

Fonte: Autor 2016

1.3.3. POTENCIALIDADES ECONÓMICAS


1.3.3.1.AGRICULTURA

A actividade económica mais representativa do distrito é agricultura tradicional e de


subsistência, e em regime de consociação de culturas com base em sementes de variedade local
destacando-se como principais culturas as hortícolas, arroz, milho, mandioca, batata-doce e
bananas. A actividade depende fundamentalmente do regime pluviométrico da região
concretamente na zona alta, mas na zona baixa usa mais o sistema de regadio através do rio
Incomáti.

As culturas alimentares são: o milho, mandioca, batata-doce, amendoim feijão-nhemba. As


culturas de rendimento variam de acordo com a posição geográfica do distrito. Na zona alta
produzem-se culturas tais como: mandioca, milho, amendoim, feijão-nhemba, melancia,
abóbora, caju, manga.

17
1.3.3.2.PECUÁRIA

Segundo SDAE, a pecuária, no distrito tem como principais animais: aves, gado bovino, caprino,
suíno. A criação do gado bovino é mais destacável no posto administrativo de Machubo
enquanto na criação de aves é mais notório no posto administrativo de Marracuene Sede.

As instâncias pecuárias existentes são:

 Aviário de Bobole produção ovos - Localidade de Bobole;


 CIAM - produção frangos - Localidade de Matalane;
 Incubadora - produção de pintos - Marracuene Sede;
 Aviário - produção de frangos - Localidade de Michafutene;
 Manzal - possui 100 bovinos - Localidade de Bobole;
 Canji - possui 100 bovinos - Localidade de Michafutene;
 Patrocínio - possui 75 bovinos - localidade de Nhongonhane.

Imagem nº19. Gado bovino no PA de Machubo

Fonte: Autor 2016

1.3.3.3.PESCA

O potencial pesqueiro é de difícil análise pois não existe um inventário de espécies pesqueiras no
distrito. Dai que não foi possível avaliar o crescimento da actividade pesqueira em Marracuene.
Mas o distrito de Marracuene é atravessado por um curso de água doce concretamente o grande
Rio Incomáti.

18
Contudo verificam-se alguns projectos de iniciativa local para o fomento da actividade
pesqueira, tendo sido abertos tanques para o fomento da piscicultura no bairro Habel Jafar, que
produzem aproximadamente 2,5 toneladas de peixe por ano. A Tilápia é o peixe mais capturado
e vendido.

1.3.3.4.INDÚSTRIA

O distrito conta com novas industrias que se destacam, como é o caso da empresa de produção de
bebidas alcoólicas ”Diageo” , a extinta fabrica de tecidos ri Opel que agora tem o nome de MCM
- Mozambique Cotton Manufactured e fabrica de produção de favos e descartáveis . Este sector
é representado por industriais de pequena, média dimensão e pequenas fábricas, distribuídas
conforme o quadro abaixo mencionado:

Tabela nº 5. Tabela da distribuição de trabalhadores nacionais e estrageiros nas industrias

Localização Quant. Trabalhadores nacionais Trabalhadores estrangeiros


Homens-H Mulheres-M Total H.M H M Total
Ed. Mondlane 01 05 05 010 01 - 01
Bobole 02 02 - 02 02 - 02
Vila Sede 04 015 01 016 - - -
Matalane 08 028 - 028 01 - 01
Cumbeza 08 011 09 020 - - -
TOTAL 23
Fonte: PDUT – Marracuene 2012 (actualizado)

De acordo com o quadro acima apresentado, os estabelecimentos industriais se descriminam por


carpintarias, padarias, serrações e pequenas fábricas.

19
Imagem nº20. Fábrica têxtil Ri Opel

Fonte: Autor 2016

COMÉRCIO
O Distrito de Marracuene possui pequenos mercados e feiras que funcionam duas vezes por
semana (terça-feira e sábado), que ajudam na colecta de receitas. A maior área comercial do
distrito, província e país é a Feira Internacional de Maputo (FACIM) que se realiza uma vez por
ano, de Agosto a Setembro, esta é a maior feira de negócios localizado no distrito de
Marracuene.

O Distrito conta com um total de 12 mercados dentre estes formais e informais. Para além dos
mercados que garantem a comercialização agrícola quer da produção local assim como da
produção vinda de fora do distrito, existem duas feiras na localidade Sede realizadas nas terças e
sábados e na localidade de Bobole nas Segundas, quartas e sextas-feiras.

Imagem nº21. Feira Comercial da Imagem22.Feira Comercial da vila de Marracuene

Fonte: Autor 2016 Fonte: Autor 2016

20
TURISMO
O Distrito de Marracuene possui um potencial no ramo do turismo. O sector determina-se a
assegurar o crescimento do turismo aproveitando as potencialidades existentes, como por
exemplo a Praia de Macaneta que oferece condições atractivas ao turismo.

Existem num total 34 estabelecimentos turísticos sendo estes, parques de campismo num total de
quatro (04). As instâncias turísticas estão distribuídas em cinco (5) localidades nomeadamente
Sede, Michafutene, Galunde, Machubo e Macaneta sendo esta última com maior número de
instâncias turísticas.

O número de unidades de alojamento estabelecidas na Macaneta demonstra


tendência para o aumento do fluxo de turistas regionais e de residentes que
procuram as suas praias como alternativa às da cidade de Maputo que estão gradualmente a
perder qualidade em função do crescimento urbano e seus impactos nas zonas de
lazer da cidade.

As instâncias da localidade de Macaneta são caracterizadas por serem tipo campismo e Lodge
oferecendo algumas delas, o serviço de Self-Catering.

Na época alta do turismo este número tende a crescer de forma a fazer face a avalanche de
turistas que visitam o distrito.

Imagem: nº22. Cavalaria no Lodge Ell Passo

Fonte: Autor 2016

21
CAPITULO II – USO ACTUAL DO SOLO DO BAIRRO MUMEMO 1
2.1.Localização Geográfica do Bairro MUMEMO 1
2.1.1. Limites do Bairro

O bairro Mumemo 1 localiza-se na província de Maputo, mais concretamente no distrito de


Marracuene, na localidade de Michafutene e tem como limites os seguintes pontos:

 Norte: Phazimani;
 Sul: Kumbeza e 15 de Agosto;
 Este: 4 de Outubro;
 Oeste: Mali.

2.1.2. Historial do bairro “povoado de Singuiza”.

Segundo declarações do chefe das terras Armando Singuiza nascido em 1930 , filho de Mahubel
Mabjaia e Echissa Mabota, o nome da zona provem do apelido do seu avo que era o antigo chefe
da zona.

A zona surgiu através de uma divisão de terras do antigo líder com o nome de Matibwana que
chefiava a zona. Matibwana tinha fama de ser mulherengo por isso levou com que as suas 5
mulheres fizessem uma emboscada em jeito de vingança dentro da sua própria casa como forma
de acabar com as suas traições. As mulheres fizeram um buraco profundo armadilhado com paus
pontiagudos no seu interior, e cobriram-no com esteiras para disfarçar.

Quando Matibwana regressava a casa com a companhia dos seus seguranças caiu na armadilha
junto com seus seguranças e perdeu a vida, depois de ter morrido as suas terras foram tomadas e
divididas, com essas divisões surgiram os bairros Mali, Kumbeza e Singuiza.

2.1.3. Topografia

O bairro possui um terreno plano com solos brancos arenosos com boa capacidade de
permeabilidade e boas propriedades para a pratica da actividade agricultura familiar e construção
de residências.

22
2.1.4. População e habitação

O bairro conta com uma população de cerca de 13.860 habitantes e uma média de 6000
habitações. O bairro tem aproximadamente uma superfície de 287hactares.

O perímetro urbano tem uma área de 122 hectares, conta com 110 habitações das quais 33 são de
material precário e 77 de material convencional, em média conta com 550 habitantes.

2.2.Infra-estruturas
2.2.1. Rede viária

O bairro é atravessado por uma via principal em estado precário de terra batida que tem como
ponto inicial o bairro Agostinho neto e como ponto final o bairro Pazimane.

Imagem nº23 e 24: Rede viária

Fonte: Autor 2016 Fonte: Autor 2016

2.2.2. Rede de transportes

O bairro possui um sistema de transporte precário constituído por carinhas abertas que não
reúnem condições para o transporte de passageiros e o mesmo não passa com frequência
dificultando ainda a vida dos passageiros.

23
Imagem nº25. Sistema de transporte

Fonte: Autor 2016

2.2.3. Rede de energia eléctrica

O bairro possui ma rede eléctrica que abastece uma pequena parte da zona e que a mesma não
possui boa qualidade. A população local recorre a outra fontes de energia como painéis solares,
candeeiros e outras.

2.2.4. Rede de abastecimento de água

O abastecimento de água do bairro e feito por operadores privados, que fornecem a água com
alguma rotura do sistema.

Imagem nº26. Tanques de água

Fonte: autor 2016

24
2.3.Equipamentos sociais
2.3.1. Rede escolar

Singuiza não possui nenhuma escola o faz com que as crianças tenham que percorre longas
distancias para poderem frequentar o ensino, mas conta com 2 salas anexas que leccionam de 1˚
a 3˚ classe.

Imagem nº27. Salas Anexas

Fonte: Autor 2016

2.3.2. Cultura juventude e desporto

Singuiza conta com um campo de futebol que faz limite entre Mali e Singuiza que beneficia os
moradores dos 2 bairros.

2.4.Actividades económicas
2.4.1. Agricultura

A população local dedica se a pratica da agricultura familiar e de subsistência na qual usa-se


enxada de cabo curto.

2.4.2. Pecuária

A população do bairro possui pequenas criações de gado bovino, caprino e aves.

25
2.4.3. Comércio

Existem pequenas barracas e estabelecimentos comercias que se encontram dispersas uma das
outras, que abastecem produtos de 1ª necessidade a população local.

Imagem nº28. Estaleiro Imagem nº29. Mercearia

Fonte: Autor 2016 Fonte: Autor 2016

26
CAPITULO III – DESCRIÇÃO DA PROPOSTA DO PLANO DE PORMENOR

DO BAIRRO MUMEMO “1”

3.1.POPULAÇÃO E HABITAÇÃO

Segundo a planta da situação actual a área de intervenção conta com 110 habitações, das quais
33 de material precário e 77 de material convencional e um aglomerado populacional de 550
pessoas.

A proposta da configuração da malha urbana conta com 1320 talhões, com 3 tipologias,
distribuídos em 23 quarteirões e inseridas em 4 unidades dos quais 110 estão reservados a
população existente na área de intervenção e o restante dos talhões reservados a população
futura.

Tabela nº 6. Tipologia dos talhões

Tipologia de Quantidade total


Área (m2) Área total (m2) Quantidade
talhões de talhões

15x30 450 273150 607

20x40 800 332800 416 1320

Irregular - 215332 297

Fonte: Autor 2016

Tabela nº 7. Tipologia Habitacional

Ordem Tipo de construção Área do talhão (m²) N°. Pisos

1 Simples em altura 450 R/C+1

2 Simples 800 1

3 Modernas 450 1

Fonte: Autor 2016

27
Recomenda-se o reassentamento das 37 famílias cuja as suas residências são atravessadas por
vias de acesso ou que estejam inseridas em áreas com Equipamentos ou Serviço proposto.

3.2.INFRAESTRUTURAS
3.2.1. REDE VIÁRIA

A rede viária do bairro “Mumemo 1” que atravessa varias zonas sendo uma delas o povoado de
Singuiza, sofre actualmente de vários problemas que importa identificar e solucionar, tendo em
conta as exigências de acessibilidade, mobilidade.

A proposta conta com ruas secundarias e terciarias com largura de 12m e 16m transversais dos
quais 2 metros estão reservados para os passeios e 1 metro reservado para as valas de drenagem.

Tabela nº 8. Vias de acesso

Nº. De Ordem Tipo de rua Largura (m) Extensão (m) Quantidade

1 Secundária 16 2639 2

2 Terciária 12 20381 67

Total 23020 80

Fonte: Autor 2016

A falta estacionamento é um dos problemas que afecta negativamente o bom funcionamento das
vias devido a sua falta os condutores são obrigados a estacionar os veículos nos passeios e nas
faixas de rodagem.

Para se evitar o problema acima referido a configuração urbana apresenta 2 estacionamentos


dimensionados para um total de 114 veículos ligeiros, localizados em lugares diferentes,
nomeadamente na zona concêntrica da malha onde há maior concentração de equipamentos e
serviços e na área desportiva.

28
Tabela nº 9. Estacionamentos

Veículos Em Superfície (m2) Em Estrutura Edificada (m2) Nº de estacionamentos

Ligeiros 15 21 114

Total 1710 2394

Fonte: Autor 2016

3.3.2. REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Em relação à situação actual a rede de abastecimento de água do povoado de Singuiza e


composto por fornecedores privados, que fornecem a água com alguma rotura do sistema dai que
deve se criar mecanismos para fazer face ao problema.

O plano conta com uma linha pública de água representada na planta de infra estruturas que será
gerenciada pelas entidades competentes para fazer face ao problema referido no parágrafo
anterior.

3.3.3. REDE DE ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉCTRICA

No que diz respeito ao abastecimento de energia o bairro Mumemo 1 conta uma rede de energia
de baixa qualidade, e que a mesma não abrange todas regiões sendo uma das regiões o povoado
de Singuiza, que recorre a outas fontes de energia como: painéis, baterias, velas e candeeiros.

Para fazer face ao problema acima referido o plano conta com uma linha pública de energia
representada na planta de infra estruturas, que é composta por um “PT” e a sua respectiva linha.

3.3.4. SANEAMENTO DO MEIO

Para garantir a qualidade do saneamento e da saude ambiental, o plano conta com um sistema de
valas de drenagem para fazer o devido escoamento e tratamento das aguas pluvias e conta com
um pequeno sistema de deposito de lixo com determinadas categorias,nomeadamente: Lixo
organico, lixo reciclavel e lixo perigoso.

29
3.4.1. EQUIPAMENTOS SOCIAIS E SERVIÇOS
3.4.2. Educação
O bairro Mumemo 1 carece de equipamentos básicos, sendo um deles estabelecimentos de
ensino o que contribui para deslocação dos jovens e crianças para outros lugares longínquos para
terem o acesso a educação. Para fazer face ao problema acima referido, a proposta conta com
dois estabelecimentos de ensino nomeadamente: EPC e ESG.

A EPC projectada terá uma capacidade de albergar cerca de 990 alunos correspondente a 15% da
população prevista, será composta por 22 salas de aulas e um bloco administrativo divididos em
4 pavilhões e terá um pequeno ginásio para a prática da actividade física dos alunos.

A ESG terá uma capacidade de albergar cerca de 528 alunos correspondente a 8% da população
prevista, será composta por 12 salas de aulas e um bloco administrativo divididos em 4
pavilhões.

3.4.3. Saúde

A proposta conta com um centro de saúde tipo 2 para poder cumprir com as necessidades da
população prevista, existente e vizinha.

3.4.4. Desporto

Para a promoção e dinamismo do desporto, o plano conta com uma área desportiva com área
bruta de 24.532 m2, composto por um campo de futebol com dimensões standards de 105x75m e
uma pista de atletismo ao seu redor com 8 limites para a prática da actividade física e promoção
da saúde e bem-estar.

3.4.5. Áreas verdes

O plano é composto por duas categorias de jardins com vistas e cenários panorâmicos, que vão
proporcionar o enquadramento estético e ambiental das áreas habitacionais com a paisagem
natural e tornar a área delimitada pelo perímetro urbano atractiva e agradável para quem visita e
vive na área.

3.4.5.1.Jardim

30
Os jardins de recreio e lazer com áreas de 8000 m2, compostos por árvores, palmeiras, arbustos e
pequenas lagoas estão localizados em pontos estratégicos, que vão servir de atractores de bens e
serviços complementares. Serão equipados de bancos mesas, bebedouros, lanchonetes e
sanitários.

3.4.5.2.Jardim botânico

A área será beneficiada por um jardim botânico com uma área de 5000 m2, que servirá de
pulmão verde da área composto por uma ampla diversidade de plantas exóticas e nativas da área.
O jardim servirá também como um ponto de investigação científica relacionado ao ramo da
botânica.

Tabela nº 10. Listagem de espécies vegetais para o jardim proposto

Árvores
Nome científico Nome popular Categoria
Aloe arborescens Aloé vera Medicinais
Vachellia seyal Acácia vermelha Sombreira
Dracaena fragans Cana de água Ornamental
Capsicum annuml Malagueta Especiarias
Vigna unguiculata Feijão nhemba Er bacia
Telfaira pedata Castanheiro de Inhambane Oleaginosas
Lactuca sativa Alface Legumes
Ipomea lam Batata-doce Tubérculos
Persea americana miil Abacate Fruteira
Magnifera Mangueira Fruteira
Carica papaya Papaieira Fruteira
Fonte: Autor 2016

3.4.6. Serviços

Para a implantação de serviços, foram considerados espaços com área bruta total de 13.032 m2,
localizados em lugares estratégicos e específicos distribuídos em diferentes pontos da área para
poder cumprir com as necessidades da população.

31
Exemplo: reprografia, restaurante, posto policial, FIPAG, EDM, sede do bairro, farmácia,
agencia bancaria, etc.).

3.5. ACTIVIDADES ECONÓMICAS


3.5.1. Comércio

A actividade comercial no povoado de Singuiza ainda não se faz sentir devido a escassez de
estabelecimentos e infra-estruturas, o que leva a população a percorrer longas distancias para
adquirir produtos para o consumo Humano.

Dai que surge a necessidade de se criar áreas comerciais para a fácil aquisição de bens e
produtos.

A proposta conta com uma área comercial, um saperecado e um mercado projectados para
cumprir com as necessidades da população prevista existente e vizinha.

BALANÇO DE ÁREAS
Tabela nº 11. QUADRO DE ÁREAS
QUADRO DE ÁREAS

Tipo de uso Quantidade ÁREA (m2) ÁREA (ha) ÁREA (%)

Habitacional 1376 821282 82,1282 67,39597831

Equipamentos sociais

Educação 2 18.764 1,88 1,54

Desporto 1 24.532 2,45 2,01

Creche 3 3317 0,33 0,27

Jardim 5 16517 1,65 1,36

Saúde 1 9.315 0,93 0,76

32
Praça 8 9.228 0,92 0,76

Hotel 1 1.800 0,18 0,15

Reprografia 1 450 0,045 0,04

Farmácia 1 225 0,0225 0,02

Banco 1 430 0,043 0,04

Mercado 1 5.440 0,544 0,45

Supermercado 1 4.822 0,4822 0,40

Restaurante 1 786 0,0786 0,06

Estacão de serviços 1 862 0,0862 0,07

Área comercial 1 1.138 0,1138 0,09

Padaria 1 1.408 0,1408 0,12

PRM 1 832 0,0832 0,07

Igreja 1 800 0,08 0,07

Centro. Bairro 1 225 0,0225 0,02

TDM 1 675 0,0675 0,06

Terminal 1 4.804 0,4804 0,39

ESTALEIRO 1 1.528 0,1528 0,13

EDM 1 535 0,0535 0,04

Infra-estruturas

Estacionamento 2 2.060 0,206 0,17

33
E. Secundaria 2 42.236 4,2236 3,47

E. terciaria 244.581 24,4581 20,07

TOTAL 1218592 121,8592 98,8

Fonte: Autor 2016

3.6.CONCLUSÃO

Com a elaboração deste plano, espera se criar novos paradigmas de urbanização eficazes e
funcionais que possam trazer melhorias na ocupação do solo no distrito de Marracuene, visto que
Marracuene nos últimos tempos tem apresentado passos galopantes para abertura de novos
horizontes de urbanização para o alcance do desenvolvimento de forma integrada, espera-se que
daqui a alguns anos o distrito torne-se município e a posterior uma provável cidade de renome.

3.7.RECOMENDAÇÃO

Para melhor resultado de qualidade habitacional, conforto ambiental dos utentes e melhor
inserção urbana da área, os desenhos do Projecto de Arquitectura deverão respeitar sempre o "
Regulamento Geral das Edificações Urbanas" em vigor no País e obtendo prévia aprovação da
Fiscalização bem como outras normas vigentes.

34
BIBLIOGRAFIA
 ALBERTO, Klaus Chaves e BRAIDA, Frederico, Estacionamento-Projecto de
Arquitectura e Urbanismo III, Universidade Federal de Juiz de Fora, 2010. INE, 2ª
Edição do Retrato da Província de Maputo 2009, INE, Maputo, 2009;
 INE, Projecções Anuais da População Total, Urbana e Rural, dos distritos da Província de
Maputo, 2007 – 2040, INE, Maputo, 2010;
 MICOA, Guião metodológico para elaboração dos Planos de Pormenores, MICOA,
Maputo, 2009;
 MITIER, Perfil do Distrito de Marracuene Província de Maputo, Ministério da
Administração Estatal, Maputo, 2005;
 MOPH, Soluções práticas para implementação de planos parciais de urbanização,
MOPH, 2011;
 NEUFERT, Ernest, Arte de projectar em arquitectura, Brazil, 1976;

 REGEU.(Regulamento Geral das Edificações Urbanas).2014;

 PRINZ, Dieter. Urbanismo I – Projecto Urbano. 1980;

 PRINZ, Dieter. Urbanismo II – Configuração Urbana. 1980.

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