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BIOÉTICA E FAMÍLIA:
UM OLHAR BIOÉTICO SOBRE DISPOSITIVOS JURÍDICOS
BRASILEIROS PARA A GUARDA DE FILHOS
São Paulo
2010
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Pe. Inocente Radrizzani
À saudosa memória dos meus pais, David e Maria, com os quais primeiro aprendi sobre
o que é Família. E a meu avô, Meyer David Strong, a quem não conheci e que uniu três
continentes, três culturas, formando uma Família em três dimensões.
À Carolina, minha filha querida, fruto do amor e significado da minha vida, com quem
aprendi a ser mãe.
Aos estimados Padre Leo e Padre Christian do Centro Universitário São Camilo, que
tornaram possível para mim a concretização do mestrado.
Ao eminente Prof. Dr. William Saad Hossne, que conduz com sabedoria o Mestrado em
Bioética do Centro Universitário São Camilo.
Aos meus queridos orientadores, amigos e mestres Márcio Fabri dos Anjos e Maria
Auxiliadora Cursino Ferrari (Maricy), que me ensinaram muito e me apoiaram no
desenvolvimento deste trabalho.
A todos, meu agradecimento e minha eterna gratidão por fazerem parte da minha
Família ampliada. Agora vocês estarão comigo para sempre.
EPÍGRAFE
Os filhos
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em
sonho
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não podem fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável.
do livro : O Profeta
STRONG, Maria Isabel. Bioética e Família: um olhar bioético sobre dispositivos brasileiros para a guarda
de filhos. 2010. 58f. Dissertação (Mestrado em Bioética) – Centro Universitário São Camilo, São Paulo,
2010.
The changes and complexities of the Family in the news refer to ethical questions that are characterized
by the need for deep reflection within the humanities and social sciences. To understand Family in the
current context is necessary to investigate and understand their founding values through time from the
beginning until modern times. The aim of this study was to understand family from the perspective of
bioethics, placing two new devices for Brazilian legal custody of children – joint custody and prohibition of
parental alienation. It is an exploratory and descriptive study, using bibliographic and documentary
sources, showing the contribution of Social Service in defense of family rights in situations of litigations.
The subject was studied according to the Reference Points of Vulnerability and Autonomy, Bioethics
placing primary source for understanding and expanding the size and complexity of family relationships.
We conclude that consider the family from the perspective of modern bioethics is a step forward and a
bridge (the view potteriana) to build profound insights into family relationships and values, essential to the
perpetuation of our humanity.
Resumo
Abstract
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 9
2 BREVE HISTÓRIA DA FAMÍLIA............................................................................... 15
2.1 Pós-modernidade e Família................................................................................... 20
2.2 A “crise” da Família na pós-modernidade........................................................... 23
3 FAMÍLIAS QUE SE SEPARAM: A GUARDA DE FILHOS........................................ 27
3.1 O Serviço Social Judiciário nas Varas de Família e Sucessões........................ 29
3.1.1 O Laudo Pericial.................................................................................................. 31
3.1.2 O Parecer Social.................................................................................................. 32
3.2 Novos dispositivos jurídicos: guarda compartilhada e
proibição à alienação parental.................................................................................... 33
3.2.1 O papel do pai...................................................................................................... 37
4 REFERENCIAIS DA BIOÉTICA PARA A FAMÍLIA................................................... 39
4.1 A atualidade da Bioética segundo Potter............................................................. 40
4.2 Família sob o olhar da Bioética............................................................................. 43
4.3 O conceito de Vulnerabilidade.............................................................................. 44
4.4 Vulnerabilidade, autonomia e papéis parentais.................................................. 46
5 CONCLUSÃO............................................................................................................. 49
REFERÊNCIAS
9
1 INTRODUÇÃO
Todo ser humano, ao nascer, faz parte de algum tipo de agregado social humano
ao qual denominamos família. É esta condição especial que nos possibilita difundir e
propagar de várias maneiras, nossos genes e os traços da nossa cultura. São muitas as
famílias humanas, com diferentes formas de ser e de viver. Desde os primórdios da
humanidade, a família sempre foi o grupo social que garantiu a sobrevivência da
espécie humana, mas, com o passar das eras, seus contornos foram mudando e o
conceito de família evoluiu.
Este trabalho tem como finalidade entender e situar a família no contexto atual da
pós-modernidade, oferecendo a oportunidade de uma reflexão sobre o tema, à luz da
Bioética. Visa despertar o interesse de profissionais das áreas humanas e sociais para
a interface Família e Bioética, ampliando a compreensão acerca das diversidades que
compõem as famílias, na sociedade contemporânea.
O interesse pelo tema da pesquisa surgiu de discussões e reflexões sobre o
trabalho realizado que como assistente social perita das Varas de Família e Sucessões
do Foro Central do Tribunal de Justiça de SP.
Observa-se que hoje em dia, genitores do sexo masculino pleiteiam mais
efetivamente a guarda e o cuidado dos filhos, seja na vigência da união familiar, ou
depois de concretizada a separação conjugal, ou, ainda, em casos de relacionamentos
eventuais que deram origem à prole. Isso demonstra que, na prática cotidiana dos
assistentes sociais judiciários, estão presentes tanto elementos da mudança cultural e
valorativa dos agrupamentos humanos, quanto os embates da vida intersubjetiva dos
indivíduos que compõem o que denominamos de família.
Pode-se perceber que o Judiciário reflete, como um espelho, as transformações
societárias em curso. Nesse contexto, está emergindo um fenômeno microssocial – o
novo papel do pai –, que certamente provocará mudanças de natureza macrossocial
nas novas configurações das relações familiares.
As mudanças que vêm ocorrendo nos papéis parentais podem suscitar
questionamentos éticos e bioéticos sobre a família, considerando que esse organismo é
primordial à perpetuação da nossa humanidade.
10
do Direito, dos profissionais das Ciências Sociais e do público em geral, como se pode
inferir dos resultados da pesquisa.
Este estudo demonstrou que a família contemporânea vive os efeitos das
modificações ocorridas na sociedade, tais como: industrialização, urbanização e
desenvolvimento populacional crescente das grandes cidades. Na família considerada
pós-moderna, o número de componentes se tornou menor, e as interações afetivas
tornaram-se o cerne das relações. A dupla (até tripla) jornada de trabalho da mulher
também é traço marcante na realidade hodierna, o que trouxe modificações nas
relações matrimoniais e familiares, de natureza negativa e positiva.
Vários desenhos possibilitam diferentes arranjos para as situações que surgem. As
novas modalidades de família incluem, entre outras, as famílias monoparentais
femininas e as famílias homoparentais, também denominadas homoafetivas.
As famílias monoparentais femininas já representam cerca de trinta por cento na
realidade brasileira. Entretanto, começam a surgir, também, as famílias monoparentais
masculinas, formadas pelo pai e seus filhos.
A transformação dos costumes, principalmente sociais e culturais, provoca o
aparecimento de relações mais frágeis, nas quais homens e mulheres assumem
angústias e culpas, relativas à paternidade e à maternidade. Casamentos fazem-se e
desfazem-se com a fluidez própria da nossa pós-modernidade, em que as
comunicações são rápidas e voltadas para a satisfação de necessidades imediatas.
No mundo globalizado, a velocidade da informação ultrapassa o senso de
percepção e, assim, torna-se mais difícil manter a capacidade de observação,
principalmente crítica. Com isso, o indivíduo perde parte de sua sensibilidade e passa a
vivenciar uma experiência em que os valores do consumo imediato sobrepõem-se aos
valores da condição humana.
A família sofre a influência desses novos valores, refletindo essa condição na forma
de organização que demonstra uma “transição” entre o tradicional e o moderno, à qual
convergem múltiplas situações, favoráveis e desfavoráveis. É nesse cenário que se
destaca a crescente importância que vêm assumindo as diferentes formas de
convivência familiar, com a adoção de novos papéis parentais, tanto do homem quanto
da mulher.
12
A mulher, antes figura considerada frágil e passiva diante das relações conjugais (e,
na era romântica, sempre dona de casa), hoje assume papéis importantes não somente
na educação dos filhos, mas, também, no mercado formal e informal de trabalho. Essa
configuração do papel da mulher, decorrente das conquistas do gênero feminino, leva à
emergência de outro complementar papel social: o novo papel do homem.
Aos poucos, se observa que os homens vêm desempenhando papéis antes
destinados quase exclusivamente à mulher, como o cuidado e a guarda dos filhos.
Entre casais que se separam, é cada vez maior o número de genitores do sexo
masculino que pleiteiam a guarda (única ou compartilhada) dos filhos advindos do
casamento e de uniões desfeitas, ou, ainda, provenientes de relacionamentos
eventuais.
O volume crescente de pais que ingressam com Ações de Guarda ou Modificação
de Guarda nas Varas de Famílias e Sucessões nos Foros do Tribunal de Justiça denota
um fenômeno social em curso, estudado de maneira ainda insipiente pelos operadores
do Direito e pelas Ciências Sociais.
Interessante é notar como a legislação brasileira vem estabelecendo novos
dispositivos jurídicos para atender às demandas atuais das famílias e da sociedade, por
uma justiça mais afinada com as mudanças sociais. Dois recentes dispositivos jurídicos
brasileiros modificaram a guarda de filhos, proibindo o genitor guardião de afastar o
outro genitor do convívio com a criança. São eles, respectivamente:
1
A Síndrome da Alienação Parental – SAP é caracterizada quando o pai ou a mãe, após a separação,
leva o filho a odiar o outro. O Projeto de Lei prevê, além da perda da guarda, a prisão de até dois anos
para o autor da alienação parental em crianças e adolescentes.
13
Autores como Daniel Bell, Michel Foucault, Jean Baudrillard Gilles Deleuze,
Jacques Derrida e outros, citados por Petrini (2003) consideram que a modernidade
“esgotou suas potencialidades históricas”. Para esses autores, as visões otimistas
elaboradas a partir do Iluminismo, voltadas para a felicidade humana, perderam a
credibilidade.
Segundo Rouanet (1993), citado por Petrini (2003), a autonomia intelectual, estava
no centro do projeto iluminista e, segundo o ideal kantiano da maioridade da Razão,
deveria libertar o homem da menoridade representada pela autoridade das instituições
religiosas e seculares. (PETRINI, 2003, p. 34-35).
Pondera Petrini (2003) que a busca pela felicidade estava no cerne do projeto
iluminista do século XVIII, mas foi banalizada pelo hedonismo como supremo prazer e
por um individualismo sem freios. Para os autores consultados por Petrini,
“desembocamos em uma sociedade do espetáculo, em uma nova barbárie que faz a
apologia insensata do interesse pessoal, ignorando-se a utilidade coletiva”. (PETRINI,
21
2003, p. 35-38). Esta afirmação nos leva à constatação de que família e sociedade
refletem uma a outra, em um processo de mútua influencia.
No curso da história, as transformações da sociedade se refletem na família, assim
como esta é modificada pelas circunstâncias históricas e sociais que afetam a
civilização. Para Sarti (1996), a família reflete “como um espelho” as transformações da
sociedade: “a família, pensada como uma ordem moral constitui o espelho (grifo nosso)
que reflete a imagem com a qual os pobres ordenam e dão sentido ao mundo social”.
(SARTI, 1996, p. 4).
Estudos sobre a família ganham relevância pela necessidade de compreensão
dessa instituição, primordial para a sobrevivência física e cultural da humanidade. O
sociólogo sueco Gorän Therborn (2006), em sua obra “Sexo e Poder”, realiza uma
extensa análise comparativa das mudanças ocorridas na família no mundo, desde 1900
até o ano 2000.
O autor citado apresenta suas considerações articuladas em três temas: em
primeiro, o patriarcado, de acordo com a ótica dos direitos relativos a pais e filhos; em
segundo o papel do casamento, e do não-casamento, na regulação do comportamento
sexual e dos vínculos; e em terceiro, a fecundidade humana e seu controle, a partir do
modelo de família nuclear que se disseminou pelo mundo no século XX.
Suas conclusões demonstram que a dinâmica global da mudança institucional na
família foi um “movimento universal”, embora o início, a velocidade e a quantidade de
mudança tenham variado entre países e regiões.
Segundo o mesmo autor, a história do patriarcado no século XX é “basicamente a
de um declínio gradual, começando em diferentes pontos no tempo pelo mundo”.
Therborn (2006) refere datas de rupturas, começando em 1910, na Escandinávia e na
Rússia, com ampla reforma institucional, prosseguindo em final de 1940 e início dos
anos 1950. A Declaração dos Direitos Humanos da ONU marcou vitória contra o
patriarcado nos anos seguintes a 1968, em particular 1975, que foi declarado como o
Ano Internacional da Mulher.
Essas configurações fizeram avançar uma “onda mundial contra os poderes e
privilégios de pais e maridos”, começando pela Europa Ocidental e América do Norte,
22
atingindo todas as regiões do mundo, “sem deixar nenhuma parte do planeta intocada”.
(THERBORN, 2006, p. 430).
A mudança no casamento mostra, segundo o mesmo autor, “o formato [gráfico] de
um V invertido na Europa Ocidental e nas Américas”. A frequencia de casamentos sobe
até metade do século XX e desce em seu último terço. Aponta o autor que a
industrialização e o desenvolvimento econômico, ao final do século XIX, levaram a uma
“estabilização marital”. Mas, após a II Guerra Mundial, o casamento nessas regiões
tomou impulso descendente, ajudado pela crise econômica na América Latina. A
Escandinávia, entretanto, manteve a vanguarda quanto à flexibilidade nas formas de
casamento. (THERBORN, 2006, p. 431).
Quanto à fecundidade, declinou em duas diferentes ondas internacionais: a
primeira, cobrindo toda a Europa, começou na Depressão de 1870 e colidiu com a
Grande Depressão de 1930; a segunda foi global e ocorreu no último terço do século,
em ritmos diferentes. Houve uma contracorrente de fecundidade nos países europeus,
mas oscilações descendentes continuaram em anos recentes, inclusive na
Escandinávia e Estados Unidos. (THERBORN, 2006, p. 431).
Para o autor, existem aspectos comuns importantes entre as três variáveis por ele
estudadas. Enfatiza que a mudança na família “não segue um processo unilinear, nem
evolucionário, dados que contrariam a modernização e o evolucionismo do início do
século XX”. Para Therborn (2006), os sistemas familiares “não parecem possuir uma
dinâmica intrínseca”, mas seguem padrões vindos de fora do sistema. Afirma o autor:
A afirmação do autor sugere que a ruptura pode ou não ser superada por
mecanismos de reequilíbrio, de acordo com as forças intrínsecas e extrínsecas. Nesse
sentido, completa o mesmo autor: “esse é o momento político ou jurídico ao qual tanto a
História da Família quanto a Sociologia da Família deveriam prestar atenção”.
(THERBORN, 2006).
23
Muito se tem falado a respeito da “crise na família”, e muitos pregam sua “morte”.
Entretanto, observamos que ela sobrevive, não com as mesmas características de que
antes, mas transformada para se adequar a uma nova realidade. Para Carvalho e
Almeida (2003):
2
... A derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência
com a família, célula mater da sociedade (grifo nosso), a demasiada preocupação com o „eu‟ feliz a
qualquer custo, buscando a tal „felicidade‟... Sinto vergonha de mim (1914). Disponível em:
<http://www.brasilwiki.com.br/noticia>. Capturado em 11 de abril de 2010.
24
À primeira vista, essa nova realidade pode dar a impressão de que as famílias
estão desestruturadas, ameaçadas, ou, até mesmo, em vias de extinção. Uma
leitura mais cuidadosa e acurada, porém, deixa patente sua plasticidade e sua
enorme capacidade de mudança e de adaptação às transformações
econômicas, sociais e culturais mais amplas, bem como sua persistente
relevância, notadamente como espaço de sociabilidade e socialização
primárias, de solidariedade e de proteção social. (CARVALHO; ALMEIDA,
2003).
Os novos arranjos de família reforçam a noção de que sempre haverá algum tipo de
núcleo, centrado nos papéis parentais, que fará a passagem da criança do mundo
biológico para o mundo social. O conceito moderno aponta para os vários aspectos
constitutivos da família, instituição primordial para a nossa humanidade. Conforme
Sayão e Aquino (2006), família pode ser conceituada como:
Para esses autores, a família se constitui pela ligação íntima entre pessoas
convivendo e partilhando experiências de vida. Destacam, ainda, que a guarda e a
criação das novas gerações se realizam de acordo com a tradição, usos e costumes
dos grupos familiares, situados no tempo e no espaço.
Autores como Carvalho e Almeida (2003) apontam a família como elemento-chave
não apenas para a sobrevivência dos indivíduos, mas, também, para a proteção e
socialização dos seus membros. Compete à família a “transmissão do capital cultural,
do capital econômico e da propriedade do grupo, bem como a salvaguarda das
relações de gênero e de solidariedade entre gerações”. (CARVALHO; ALMEIDA, 2003).
Para os referidos autores, a família desempenha as funções básicas de gerar os
filhos, fazer a manutenção física de todos os seus membros e educar as crianças,
25
exclusão das camadas sociais mais pobres. (GUEIROS, 2002). Observa-se que a
vulnerabilidade das famílias de baixa renda é consequência da ausência de políticas
públicas efetivas de proteção social, por parte do Estado. Pesquisas mostram que as
condições de vida de famílias se deterioraram na década de 90, apesar do relativo
crescimento econômico da nação. Constata-se que a riqueza gerada pelo trabalho de
muitos está cada vez mais concentrada nas mãos de poucos.
De maneira ampla, Petrini (2003) coloca que, nesse cenário de mudanças sociais,
caracterizadas pelo pluralismo ético, cultural e religioso, torna-se necessário
“compreender os novos arranjos familiares”, as novas características que as relações
intergeracionais assumem e os respectivos sistemas de valores que as embasam.
(PETRINI, 2003, p. 62).
Os avanços desenvolvidos pela biotecnologia possibilitaram a experimentação e
manipulação da vida naquilo que ela tem de mais sagrado: o código genético. Notícias
de que já não é mais necessário o esperma humano para a produção de embriões, de
que podem ser destinados à produção de células-tronco em série, ao mesmo tempo
nos fascinam e nos assustam. Que família será esta, a do futuro, se, de fato, houver
uma família e um futuro? Como será suprido o papel de pai e mãe, biológica e/ou
socialmente? Como deverão ser educadas as novas gerações para a preservação
daquilo que hoje entendemos ser a nossa condição humana, a nossa humanidade?
Questões como essas não têm respostas definitivas e estão longe de serem
adequadamente compreendidas.
Sendo o estudo da instituição família uma abordagem eminentemente
interdisciplinar e intercultural, torna-se importante estudá-la sob a ótica de paradigmas
que não sejam reducionistas tendo em vista a complexidade das mudanças que se
mostram em suas conotações modernas e pós-modernas.
O novo perfil das famílias demonstra a diversidade de arranjos de que se valem os
agrupamentos humanos para perpetuarem a sobrevivência da espécie. A família,
abandonando a tradição e esquecendo os laços de consanguinidade, passa a se
estabelecer através de laços e vínculos afetivos por afinidade, apresentando, portanto,
várias modalidades de convivência.
27
Temos, nos dias de hoje, uma sociedade bastante diversificada, com casamentos e
recasamentos, uniões do mesmo sexo, adoção por casais homossexuais, homens e
mulheres, solteiros(as) que têm ou adotam filhos, avós que assumem a
maternidade/paternidade dos filhos de seus filhos e outras situações que se
apresentam no cotidiano de trabalho dos profissionais, nos vários campos das Ciências
Sociais, Humanas e Biológicas.
A questão dos papéis ganha destaque, tornando-se extremamente relevante,
funcionando como uma balança no equilíbrio das relações intergeracionais. Quando um
membro deixa de cumprir seu papel, a família procura novo arranjo, pois a dinâmica do
desempenho das funções familiares torna os elementos dependentes uns dos outros,
psicológica, social e materialmente.
A essas considerações acresce-se o fato de que o mundo pós-moderno,
tecnológico, globalizado trouxe consigo a grande exclusão social, empurrando muitas
famílias para abaixo da linha da miséria, provocando a desestruturação familiar.
Nesse mundo tecnológico contemporâneo, pai e mãe saem de casa muito cedo,
encontrando seus filhos somente à noite e, ainda, sendo responsáveis pelos trabalhos
domésticos. O equilíbrio emocional precariza-se, dando lugar ao estresse, ao cansaço e
à intolerância, que são ao mesmo tempo fonte e agravo de violências de toda ordem,
processos de separação conjugal e dissolução de grupos familiares.
Assim, podemos afirmar que hoje convivemos com uma pluralidade de modelos e
de situações familiares, fruto dessa nova dinâmica social, que se constitui em um
desafio para nossa compreensão, tolerância e possibilidades de intervenção
profissional.
área do Serviço Social devem questionar se o trabalho apenas como peritos não leva
ao “risco da fragmentação das suas ações” e propõe uma articulação mais efetiva com
as políticas e projetos sociais, além do “envolvimento com parceiros em ações coletivas
de caráter inovador e transformador”. (FÁVERO, 2003, p. 12-13).
No Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo o assistente social judiciário tem
como atividades: plantão diário do Fórum; plantão no Centro de Visitas Assistidas do
Tribunal de Justiça – CEVAT; acompanhamento de visitas conforme determinado pelo
Juiz do feito; participação em audiências, quando convocado pelo Juiz e perícia social.
O principal escopo das funções que o assistente social exerce em seu trabalho nas
Varas de Família e Sucessões é a Perícia Social, utilizada com a finalidade de
conhecer a família em litígio, analisar a situação e ofertar um parecer social acerca da
natureza da Ação.
Depreende-se, portanto, que a atuação do perito social é uma ação complexa e que
demanda competência teórica e metodológica, além de compromisso legal e ético-
profissional, consubstanciada no Código de Ética Profissional do Assistente Social de
13 de Março de 1993. (CFESS, 1993).
Para aperfeiçoamento do trabalho do perito social, o Conselho Federal de Serviço
Social – CFESS em sua gestão 2002/2005, elaborou e organizou as “Recomendações
para o aprofundamento crítico sobre o Estudo Social que fundamenta Pareceres e
Laudos no Judiciário, na Previdência Social e nos Exames Criminológicos nas prisões”
O referido documento define o que é estudo social, perícia social, relatório social e
instrumentos necessários à ação profissional dos assistentes sociais que atuam no
Judiciário, na Previdência Social e no Sistema Prisional. (CFESS, 2003).
As Ações do Direito de Família em que atua o assistente social judiciário são:
guarda de filhos; modificação de guarda; regulamentação de visitas; alteração de
cláusulas; separação (de corpos, consensual e litigiosa); divórcio; alimentos; interdição;
curatela; tutela; busca e apreensão; destituição ou suspensão do poder familiar;
dissolução de sociedade conjugal de fato ou união estável; investigação de
paternidade; e outros feitos não especificados.
Para desempenhar o papel de perito, o assistente social realiza o Estudo Social,
que pode ser entendido como o conjunto de ações técnicas profissionais que permitem
31
O laudo pericial possui uma estrutura que o constitui e o torna o instrumento por
meio do qual os juízes, promotores, advogados, partes e assistentes técnicos serão
informados sobre o parecer profissional do assistente social e sua contribuição ao
deslinde do caso.
Destacamos o que Fávero (2003) coloca sobre esse documento:
Para o autor, “não há motivos para se temer o advento da Lei n. 11.698/08”, pois o
reconhecimento desse direito vem ampliar os esforços no sentido do melhor interesse
34
A mediação familiar [...] tem por objeto a família em crise, quando seus
membros se tornam vulneráveis, não para invadir ou para dirigir o conflito, mas
para oferecer-lhes uma estrutura de apoio profissional, a fim de que lhes seja
aberta a possibilidade de desenvolverem, através das confrontações, a
consciência de seus direitos e deveres, criando condições para que o conflito
seja resolvido com o mínimo de comprometimento da estrutura psico-afetiva de
seus integrantes. (DANTAS, 2010),
No Brasil, assim dispõe o referido Projeto de Lei n. 4.053, de 2008, acerca do que é
e do que caracteriza a Alienação Parental:
36
criminalizar a conduta da alienação parental, pois isso certamente viria a tornar ainda
mais difícil a situação da criança ou do adolescente, que se pretende proteger. Para
essa punição, deve-se recorrer ao que já está previsto no Código Penal.
Para a sociedade, o projeto mostra a importância da convivência com ambos os
genitores, para a formação emocional e social das crianças. Especialistas apontam para
a maior incidência da guarda unilateral da mãe, apresentando estatisticamente sua
prevalência em 90% dos casos em famílias que se separam (conforme citado no
referido projeto).
Nessa perspectiva, a respeito da prevalência da guarda materna, cabem
considerações sobre o papel do pai em nossa sociedade atual.
Ao observar a função paterna nos dias atuais, pensamos no lugar que o pai
ocupa e, logicamente, na heterogeneidade de situações existentes, porquanto as
diversas configurações familiares evidenciam tal fato.
Na lei brasileira, o poder parental de pai e mãe é entendido legalmente em
igualdade de direitos e deveres, substituindo-se o termo pátrio poder, proveniente do
Direito Romano e do patriarcalismo, pelo que hoje se denomina Poder Familiar.
Para abordar o papel do pai na atualidade, é preciso observar as constantes
transformações sociais existentes, deixando de lado os modelos preestabelecidos,
centralizando a busca entre o consenso e a diversidade. Como afirmam Polity, Setton
e Colombo (2005):
Os profissionais devem olhar para a função paterna, não apenas como algo
operacional - alguma função que precisa ser exercida por alguém, algo a
fazer -, mas para o lugar do pai (grifo nosso) como um espaço relacional –
algo a ser. Um lugar dado por alguém, ocupado por alguém, em relação a
outros(s). Mesmo se este pai estiver ausente, pode existir um espaço dado
para ele na família. É onde podem surgir os legados transgeracionais,
independentemente da presença física da figura paterna. É a narrativa
construída dentro de cada família em torno dessa figura que por sua vez
delimita este espaço. (POLITY; SETTON; COLOMBO, 2005, p. 274)
38
A Bioética surgiu nos Estados Unidos, na década de 1970, e hoje, com apenas 40
anos de idade, transformou-se em uma disciplina com vigor e amplitude, abarcando os
mais variados aspectos das ciências humanas, aplicada em todos os países do mundo
todo.
Alguns autores colocam que o nascimento da bioética já vinha sendo gestado em
acontecimentos anteriores a 1970, especialmente a partir do fim da II Guerra Mundial. O
julgamento dos carrascos nazistas em Nuremberg em 1945 trouxe à tona as
atrocidades cometidas em nome de uma suposta pesquisa científica. O Código de
Nuremberg, publicado em 1946 é considerado por muitos pesquisadores como “a
certidão de nascimento” da Bioética. Outros fatos também são referenciados ao
nascimento da Bioética, como a diálise em Seattle (EUA), em 1962. Nessa ocasião foi
formado pela primeira vez um comitê multiprofissional de ética para decidir critérios de
inclusão e de exclusão ao tratamento. A notícia repercutiu na mídia e a revista Life
publicou em 9 de Novembro de 1962 um artigo intitulado “Eles decidem quem vive e
quem morre”. (PESSINI, 2007, p. 11-18).
Recentes pesquisas no âmbito bioética nos levam a recuar no tempo e na história, e
encontrar em 1927, na Alemanha em Halle an der Saale, Fritz Jahr. Ele é um pastor
protestante, filósofo e educador que publicou no influente periódico científico alemão,
Kosmos, um artigo intitulado: “Bio-Ethics: A Review of the Ethical Relationships of
Humans to Animals and Plantas” (Bioética: uma revisão do relacionamento ético dos
humanos em relação aos animais e plantas). Nesta publicação, Jahr, propõe um
“Imperativo Bioético”, que leva ao respeito, incluindo essencialmente todas as formas
de vida. (HOSSNE; PESSINI, 2010).
40
neologismo Bioética, Potter já havia mencionado sua ideia inspiradora aos alunos da
Universidade de Dakota do Sul, em uma palestra proferida em 1962. O que o
inquietava, naquela ocasião, era ”questionar o progresso e para onde o avanço
materialista da ciência e da tecnologia estava levando a cultura ocidental”. (POTTER,
1998).
Potter publicou o livro “Bioethics: a bridge to the future” em 1971 que passou a ser a
referencia inicial da Bioética. Ele escolheu bio para representar o conjunto dos
conhecimentos científicos e ética para representar os valores humanos. Pretendia
assim ter “uma ponte” que pudesse ser um caminho de diálogo, de respeito à vida em
todas as suas manifestações.
Potter escreveu também o livro Global Bioethics em 1988, inspirado nas idéias de
Aldo Leopold ecologista a quem dedica a essa obra. Em apresentação no IV Congresso
Mundial de Bioética realizado em Tóquio em 1998, Potter diz que “a bioética global
chama os bioeticistas a considerar o significado original de bioética e estender seus
pensamentos a assuntos de saúde pública em escala mundial”. (POTTER, 1998 apud
PESSINI, 2007, p. 349).
Bioética foi definida por Potter como “a ciência da sobrevivência humana, numa
perspectiva de promover a defesa da dignidade humana, a qualidade da vida e do meio
ambiente”. Ao longo de sua vida, Potter elaborou três estágios para a Bioética que
demonstram o processo de desenvolvimento dessa nova disciplina e sua atualidade.
Bioética ponte: apresentada ao mundo como uma disciplina que construiria uma
ponte entre a ciência e a humanidade, ou mais precisamente, uma ponte entre a ciência
biológica e a ética, uma bio-ética.
Bioética global: entendida como a segunda fase da bioética ponte; tem como
proposta a definição e o desenvolvimento em longo prazo de uma ética ecológica, para
a sobrevivência do planeta.
Bioética profunda: o terceiro estágio da bioética fala sobre a necessidade de
aprofundamento da bioética ponte e global. O reconhecimento de situações dilemáticas,
especialmente a partir da década de 1990, levou Potter à conclusão de que uma ponte
entre ética médica e ética ambiental não era o suficiente. Assim, nos anos 1990, Potter
define Bioética como uma abordagem cibernética em relação à contínua busca da
sabedoria pela humanidade.
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Potter nos pede para pensar Bioética como: Uma nova ciência cibernética que
combina humildade, responsabilidade e uma competência interdisciplinar e intercultural
que potencializa o nosso senso de humanidade. (POTTER, 1998).
O que Potter quer nos dizer acerca da humildade? Ele está nos falando sobre a
humildade científica, de saber que não sabemos tudo e que podemos aprender uns
com os outros, inclusive com a população usuária dos diversos sistemas de proteção
social.
A proposta inovadora de Potter nos leva a refletir que as ciências humanas e sociais
podem ser compreendidas como pertencentes ao terceiro estágio da Bioética, ou seja,
bioética profunda. Nesse estágio, Potter tem como propósito a interiorização da bioética
no fazer e no pensar profissional, em uma perspectiva inter e transdisciplinar.
Somos todos aprendentes, conforme enfoca Beauclair (2004), pois o aprendizado
só pode ser entendido como a participação que conduz a processos de abertura de
novos caminhos. Também somos ensinantes, uma vez que estamos interessados em
socializar o saber adquirido, compartilhar, pensando nas relações humanas e propondo
alternativas relevantes ao debate sobre o nosso fazer cotidiano3.
Ao estudar os agrupamentos familiares humanos, pode-se compreender o avanço
que representa aplicar o olhar bioético na construção de reflexões profundas sobre
valores morais familiares. Bioética aplicada à família significa desenvolver sentidos
novos em busca de uma visão educativa ampla, que envolva os valores que embasam
as relações familiares. (GOMES, 2004).
Em busca de Referenciais da Bioética que se apliquem ao estudo da família,
encontramos a ideia (ou teoria) dos Referenciais segundo Hossne (2009). Ensina o
autor que:
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Aprendente e ensinante: termos usados por Beauclair, no seu livro “Psicopedagogia: trabalhando
competências, criando habilidades”.
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Na ideia (ou teoria) dos Referenciais, aos quatro princípios clássicos (autonomia,
beneficência, não-maleficência, justiça) acrescentam-se a dignidade, solidariedade,
fraternidade, confidencialidade, privacidade, vulnerabilidade, responsabilidade,
sobrevivência e qualidade de vida. Nessa proposta, os Princípios passam a ser,
também, Referenciais, ou seja, pontos de referência para a reflexão bioética.
(HOSSNE, 2006).
que tratam da dignidade humana. Enfatiza que compete ao poder público garantir a
proteção de todos, segundo o princípio da Justiça, e, principalmente, aos mais
vulneráveis, de acordo com a equidade, enquanto estiverem nessa condição especial.
De acordo com Neves (2007), o desenvolvimento da Bioética na Europa determinou
novas dimensões para o conceito, introduzindo a noção ampliada de que a
Vulnerabilidade é uma condição humana universal. Nessa dimensão, destacam-se a
contribuição de Emmanuel Lévinas e de Hans Jonas (apud NEVES, 2007).
Por outro lado, vulnerabilidade e autonomia podem ser tomadas como parceiras,
isto é, como “condição conjunta do sujeito ético em ação”. (ANJOS, 2006). Em uma
aproximação basicamente antropológica, explica o autor que: “Autonomia supõe
liberdade e responsabilidade do sujeito humano, sem as quais não há moralidade”.
(ANJOS, 2006, p. 178).
Entendemos desse ensinamento que a tomada da consciência da própria
vulnerabilidade e da vulnerabilidade do outro pode fundamentar a razão crítica da
consciência dos limites e possibilidades da autonomia.
Pensando dessa forma, dialeticamente, autonomia e vulnerabilidade torna-se
síntese nesse processo contínuo de tese oposta à antítese, que permitirá avançar mais
na compreensão das questões contemporâneas, entre elas a família humana, como
fonte de sobrevivência biológica e cultural da humanidade.
Ensina Chauí (1995) que o sujeito moral ou ético só pode existir se preencher as
seguintes condições, constituintes do campo ético:
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5 CONCLUSÃO
É preciso que exista ética nas relações familiares, ou seja, respeito pela dignidade
do outro, pela condição de cada um, em menos ou mais grau, de assumir
responsabilidades e de fazer escolhas.
Os profissionais de Serviço Social, atuando no campo do Judiciário, trabalhando
junto a famílias que se separam podem contribuir para o avanço da Bioética. No dizer
de Sarmento (2005):
Cada família condensa uma linguagem própria, símbolos e códigos morais e, a partir de
sua condição, organiza suas formas de inserção social.
Uma questão central que se coloca quando pensamos em família como uma
instância fundamental de socialização é: como a família, culpabilizada por não cumprir
devidamente seu papel de proteção para com seus membros, pode superar a ausência
de políticas públicas, somente tendo como auxílio a solidariedade familiar?
A legitimação da desigualdade social como algo “aceitável” e o avanço dos ideais
neoliberais comprometem o desempenho adequado das funções da família. As
iniciativas privadas e o Terceiro Setor passam a concentrar, com as chamadas
parcerias, a demanda por satisfação de necessidades básicas, que o poder público não
consegue assumir. Atribuir às Organizações Não Governamentais – ONGs –, bem
como às empresas privadas os programas de Responsabilidade Social e o
cumprimento de papéis que são de obrigação do Estado, principalmente no que
concerne a uma prática consistente no campo da saúde, da assistência, da educação e
da empregabilidade, tem contribuído para a redução da atenção às famílias.
Essas se veem desprovidas de recursos habitacionais, materiais, organizacionais e
econômico-sociais, imprescindíveis para o cumprimento da sua função vital, criando um
círculo vicioso de pobreza, vulnerabilidade e dependência. No Brasil, temos a
promulgação de uma política que visa ao resgate da primazia da família como centro
privilegiado de atenção das políticas públicas. A Política Nacional de Assistência Social
– PNAS tem como um de seus objetivos “Assegurar que as ações no âmbito da
assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar
e comunitária”. (BRASIL, 2004).
Centralidade na família significa, entre outros aspectos relevantes, cumprir o
Princípio do Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e seu direito a
benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária,
vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade. Trata-se de um amplo
processo político e educativo, que deve ser conduzido pela sociedade e por todas as
suas instituições. Para Delors (1999), os quatro pilares da Educação devem ser
entendidos como:
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