Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MONOGRAFIA
MONOGRAFIA
“Os sonhos determinam o que voçê quer. A ação determina o que voçê conquista”
Aldo Novak
i
DEDICATÓRIA
Ao meu pai Paulino Macai, à minha mãe Isabel Neto, por me terem posto no
mundo e mostrarem-me o quanto estudar é bom, por me darem a base e todo o amor
que podiam para que me tornasse no que sou hoje.
Aos meus queridos irmãos Dumilde Neto Macai, Claudia Alice Neto Macai,
Elizeu Neto Macai, Anderson Neto Macai e Paulo Nuno Neto Macai, por todo o
carinho e apoio constante durante a minha formação, esforço-me por voçês, pois sei
que sirvo de exemplo, por ser a mana mais velha.
Eu amo vocês
ii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro a Deus, que permitiu que tudo isso acontecesse na minha vida, não só
durante a formação universitária, mas por estar presente em todos os momentos da
minha vida, por ser o meu guia, Deus é o maior mestre que alguem pode ter, agradeço
por todas as bénçãos.
Aos meus pais por tudo que fizeram e fazem por mim desde a minha nascência até
hoje, por todo o esforço que fizeram para me proporcionarem uma boa educação e
por isso hoje sou o que sou, mamã muito obrigada, eu via a tua aflição quando
precisava obturar um dente e o paciente não atendia as minhas chamadas, até termos
técnicos de odontologia aprendeste. Nunca poderei retribuir o que fizeram por mim,
serei eternamente grata.
Aos meus irmãos por todo amor e carinho que me têm, por participarem desse
processo todo, que foi a minha formação, inclusive tornaram-se meus pacientes,
especialmente o meu irmão Elizeu que nunca se cansou de ser o meu técnico de
informática. Obigada meus amores.
Às minhas amigas Anabela, Ruth, Lourdes, Solange, Ester e Tatiana por terem lutado
comigo durante todo tempo de formção, por fazerem parte dessa longa e difícil e doce
jornada, por fazerem-me rir quando era para chorar, pelas alegrias, tristezas e dores
compartilhadas, hoje digo que ganhei muito mais que amigas, ganhei irmãs, que
continuarão a fazer parte da minha vida com certeza.
Em especial agradeço à minha orientadora dra. Ana Claudia Paixão, pela orientação,
dedicação e paciência, ajudou-me bastante na elaboração desta monografia, não
podia ter orientadora melhor.
A todos os meus professores em geral, não somente por me terem ensinado, mas por
me terem feito aprender, foram muito importantes na minha vida acadêmica, a minha
formação não seria possível sem vocês.
iii
Em especial à professora Elsa, a Professora Carla, a professora Helga, ao professor
Rosário e ao professor Matecade, pela orientação, apoio e confiça que depositaram
em mim, a voçês minha eterna gratidão.
Aos meus colegas, por participarem dessa jornada que foi a formação superior.
Aos meus fieis pacientes, foram mesmo muito pacientes principalmente durante os
tratamentos endodónticos.
iv
DECLARAÇÃO DE AUTOR
Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos
da Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular das Normas
Orientadoras de Preparação e Elaboração da Monografia, emanadas pelo Departamento
de Altos Estudos e Formação Avançada (DAEFA). O trabalho é original, excepto onde for
referência especial do texto. Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam,
de modo nenhum, as visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi
apresentado para avaliação noutras instituições de ensino superior nacionais ou
estrangeiras. Mais informo que a norma seguida para a elaboração do trabalho escrito foi
a:
Assinatura:___________________________________________Data:__/__/__
v
RESUMO
A busca por um rosto belo e harmonioso remota desde há muitos anos, por isso muitos
indivíduos buscavam o auxílio da ortodontia para corrigir diversos desvios de
normalidade, relacionados à face. Mas com o decorrer dos anos, o ser humano passou
a buscar, muito mais do que a estética facial, o bem-estar físico e emocional. A
cefalometria foi o método mais usado para a avaliação do padrão facial, durante o
planeamento de um tratamento ortdôntico, mas este método falhava por não
apresentar um diagóstico preciso e desse modo abriu-se caminho para a análise
morfológica facial, que mostra ser mais viável para a definição das caraterístacas da
face, e é um importante auxílio durante o palnejamento de uma intervenção
ortodôntica. É possível definir o padrão, bem como a morfoligia facial em idade
precoce. Objectivos: realizar um estudo epidemiológico do padrão facial em crianças
atendidas na clínica Jean Piaget, investigar a incidência dos diferentes padrões
encontrados nessas crianças e a diferença em percentagem em relação ao género, bem
como a morfodiferenciação facial, classificar os tipos faciais dolicocefálico,
mesocefálico e braquicefálico, por meio de fotografias na vista frontal e de perfil,
visto que o padrão facial diagnosticado na fase da dentição decídua tende a manter-
se na dentição permanente, por não haver grandes alterações na estrutura esquelética,
depois de ter atingido a maturidade, ou seja, depois de ter passado por todo o processo
de desenvolvimento, daí surge a necessidade de se avaliar precocemente o padrão de
crescimento facial, pois as anomalias diagnosticadas precocemente tendem a ter um
bom prognóstico. Metodologia: A amostra foi composta por 30 crianças Angolanas,
dos 3 aos 6 anos de idade, na fase da dentição decídua completa. Resultados: no
levantamento epidemilógico, foi obtido os seguintes: predomínio de crianças padrão
I (83,3%) em relação ao padrão II (10%) e padrão III (6,6%). Quanto a
morfodiferenciação facial, constatou-se maior prevalência para os tipos
mesocefálicos para o género feminino, enquanto que o tipo facial dolicocefálico
apresentou maior prevalência no género masculino.
vi
ABSTRACT
The search for a beautiful and harmonious face remote for many years, so many
individuals sought the help of orthodontics to correct various deviations of normality,
related to the face. But over the years, the human being began to seek, much more
than facial aesthetics, physical and emotional well-being. Cephalometry was the most
used method for the evaluation of the facial pattern during the planning of an
orthodontic treatment, but this method failed because it did not present an accurate
diagnosis and thus paved the way for the facial morphological analysis, which proves
to be more feasible for the definition of facial features, and is an important aid during
the design of an orthodontic intervention. It is possible to define the pattern as well
as facial morphology at an early age. Objectives: To carry out an epidemiological
study of the facial pattern in children attended at the Jean Piaget clinic, to investigate
the incidence of the different patterns found in these children and the percentage
difference in relation to gender, as well as facial morpho-differentiation, to classify
the dolichocephalic, mesocephalic and brachycephalic, by means of frontal and
profile photographs, since the facial pattern diagnosed in the deciduous dentition
phase tends to remain in the permanent dentition because there are no major changes
in the skeletal structure, after reaching maturity, or after having gone through the
entire development process, there is a need to evaluate early the pattern of facial
growth, since the anomalies diagnosed early tend to have a good prognosis.
Methodology: The sample consisted of 30 Angolan children, from 3 to 6 years old,
in the phase of deciduous complete dentition. Results: in the epidemiological survey,
the following were obtained: predominance of standard I children (83.3%) in relation
to standard II (10%) and standard III (6.6%). Regarding facial morpho-
differentiation, it was found a higher prevalence for the mesocephalic types for the
female gender, while the dolichocephalic facial type showed a higher prevalence in
the male gender.
vii
ÍNDICE
EPÍGRAFE ................................................................................................................ I
DEDICATÓRIA ........................................................................................................
II AGRADECIMENTOS ..............................................................................................
III
DECLARAÇÃO DE AUTOR .................................................................................... V
RESUMO ............................................................................................................... VI
ABSTRACT .......................................................................................................... VII
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
Identificação do Problema ................................................................................................. 2
Objectivos do Estudo ........................................................................................................ 2
Objectivo geral ............................................................................................................. 2
Objectivos específicos ................................................................................................... 2
Importância do Estudo ................................................................................................... 3
Delimitação do Estudo ...................................................................................................... 3
Definição de Conceitos ..................................................................................................... 3
CAPÍTULO I ............................................................................................................ 5
FUNDAMENTAÇÃOTÉCNICO-CIENTÍFICA ........................................................... 5
1-CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL ........................................ 6
1.1- Crescimento dos tecidos .................................................................................... 8
1.2-Mecanismos de crescimentoósseo ........................................................................... 13
1.3-Crescimento maxilar e mandibular ...................................................................... 20
1.4-DESENVOLVIMENTO DA DENTIÇÃO DECÍDUA ............................................... 23
1.4. 1-Oclusão Dentária .............................................................................................. 26
1.4.2-Classificação das maloclusões ............................................................................ 29
1.5. PADRÃO FACIAL ................................................................................................ 32
1.5.1-Padrão facial ideal ............................................................................................ 34
1.5.2-TIPOS FACIAIS .............................................................................................. 39
CAPÍTULO II ....................................................................................................... 43
OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO ...................................................... 43
2.1-MODO DE INVESTIGAÇÃO ................................................................................. 44
2.2 – HIPÓTESES .......................................................................................................... 44
2.3 – VARIÁVEIS ......................................................................................................... 44
2.4– OBJECTO DE ESTUDO ......................................................................................... 44
2.5– INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÂO ................................................................... 45
viii
2.6. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMÇÃO .................................. 45
CAPÍTULO III ..................................................................................................... 46
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................... 46
APRESENTAÇÃO DO RESULTADOS ........................................................................ 47
RESULTADOS ............................................................................................................ 51
DISCUSSÃO ................................................................................................................ 53
CONCLUSÃO ....................................................................................................... 56
RECOMENDAÇÕES ............................................................................................ 56
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 58
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE TABELAS
x
ÍNDICE DE GRÁFICOS
xi
INTRODUÇÃO
1
Identificação do Problema
Objectivos do Estudo
Objectivo geral
Objectivos específicos
2
Importância do Estudo
Este estudo é importante, pois através dele podemos verificar se é possivel
definir o padrão facial durante a dentição decídua. Ao estudarmos a oclusão,
verifica-se que ela não depende apenas da maneira que os dentes irrompem, mas
principalmente do padrão de crescimento facial, daí a necessidade da sua inclusão
durante o diagnóstico e planeamento de um tratamento ortodôntico, assim
reabilitadores orais e ortodontistas devem preocupar-se não apenas com a função
e harmonia dos dentes, mas também com a harmonia do rosto e a sua proporção,
já que a beleza depende de todo o conjunto.
Delimitação do Estudo
Definição de Conceitos
3
Oclusao normal-″É uma oclusão estável, saudável e esteticamente atraente.″
(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas 2013, p. 23)
4
CAPÍTULO I
FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
6
O crescimento e desenvolvimento craniofacial são susceptíveis a alguns factores
que podem ser: Alterações funcionais, factores socioeconómicos, factores
nutricionais, doenças, etnias, sexo e factores hereditários.
O crescimento físico está relacionado à altura, peso, velocidade de
crescimento e puberdade, já o desenvolvimento, está associado a um processo
evolutivo para alcançar-se um fim estrutural e funcional, ou seja, uma progressão
até a maturidade. Nem todos os indivíduos com uma determinada idade
cronológica estão num mesmo estágio de desenvolvimento biológico.
Por isso existem diferentes idades de desenvolvimento tais como a idade
esquelética ou óssea, que está relacionada à calcificação corporal; a idade dentária,
associada à calcificação, erupção e completação dental; a idade cronológica, que
se baseia no número de anos ou meses contados a partir do nascimento, e a idade
mental, que é calculada na maturidade intelectual do indivíduo.
O crescimento normal da criança é o maior sinal de que está tudo bem com a
sua saúde, desde a vida intrauterina, ela deve ter o crescimento monitorado,
acompanhamento pela ultrassonografia obstétrica, após o nascimento, deve medir-
se a altura e o peso até aos dezoito anos e avaliar se o padrão de crescimento está
compatível com outras crianças do mesmo sexo e idade, e com o padrão de estatura
da família.
7
A hiperplasia consiste no aumento do número de células e a hipertrofia no
aumento do tamanho da célula ou da massa de substância intercelular; e a
hipertrofoplasia consiste na ação conjunta dos dois processos anteriores.
(Ferreira, 2008, p.34)
9
1.1.2.1- Factores Primários
10
Outros hormónios que influenciam muito o crescimento do corpo, são os
gonadais. O andrógeno estimula a síntese tecidual em geral, e, na época da
puberdade, responde pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias
do indivíduo do sexo masculino, o estrógeno inibe o crescimento, provavelmente
por aceleração do processo de fusionamento epifisário.
Alguns dos hormónios adrenocorticais como a cortisona são inibidores do
crescimento, pois funcionam como antagonistas da somatotrofina da
adenohipófise.
11
iodo, ferro, magnésio, as vitaminas, a habitação (a iluminação, aeração, espaço),
profissões e o exercício físico também devem ser levados em consideração.
12
É necessário, que o ortodontista desde cedo conheça e respeite o tecido sobre
o qual exercerá a maior parte das suas atividades clínicas.
Cada vez mais em consultórios odontológicos a procura de tratamento para as
crianças na fase de crescimento e desenvolvimento dos ossos maxilares, é mais
frequente, por ser uma época em que esses ossos podem ser moldados, do que após
a sua maturação estár concluída.
O osso é um tecido altamente metabolizado e, por sua dureza, apresenta-se
como um dos mais plásticos e maleáveis tecidos orgânicos. Por ser um tecido vivo,
com vasos sanguíneos, nervos e linfáticos, encontra-se revestido externamente e
internamente pelo periósteo e endósteo, tem uma actividade contínua e equilibrada
durante toda vida do indivíduo.
O osso tem origem no tecido conjuntivo, até sua maturação, poderá passar por
um modelo membranoso ou um modelo cartilaginoso, ele se compõe de
células ósseas, os osteócitos e substância intercelular. Os osteócitos são do
tipo osteoblastos que são as células formadoras de tecido ósseo e osteoclastos,
células responsáveis pela reabsorção óssea. Ambas diferenciam-se das células
mesenquimatosas.
(Ferreira, 2008, p.41)
13
Quando os osteoblastos surgem diretamente de uma concentração de células
mesenquimatosas, indiferenciadas, e em seguida ocorre a formação da peça óssea,
a origem do osso é denominada membranosa. No esqueleto cefálico, a base do
crânio, o revestimento da cabeça do côndilo mandibular e o septo nasal têm origem
em modelo cartilaginoso; os demais ossos tem origem em modelo membranoso.
Segundo Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas (2013), existem dois
tipos de movimentos que podem ser considerados durante o crescimento: O
deslizamento e o deslocamento. Sendo cada um deles importantes para que esse
processo ocorra da melhor maneira possível, sendo assim o deslizamento é o
movimento gradual da área de crescimento ósseo, provocado pela junção dos
processos de aposição e reabsorção óssea (remodelação óssea) já o deslocamento
é o movimento de todo o ósso como uma unidade, pelo seu próprio crescimento ou
pelo crescimento dos ossos vizinhos.
14
Conforme o osso cresce por deposição óssea em uma determinada direcção,
ele se desloca no sentido contrário afastando-se do osso vizinho, esse
deslocamento recebe o nome de deslocamento primário e ocorre não por
comprensão de um osso contra o outro, mas por uma força de expansão dos
tecidos moles em crescimento que o recobrem. Conforme os ossos crescem
ocorre também outro tipo de deslocamento, chamado deslocamento
secundário, que se dá não pelo crescimento do próprio osso mas pelo
crescimento de outros ossos relacionados a ele directa ou indirectamente.
"O crescimento ósseo não envolve apenas a aposição externa com reabsorção
interna, requer também uma remodelação complexa para manter a configuração
do osso, enquanto aumenta em tamanho simultaneamente"( Moyers, 1979, p. 45)
A determinação do crescimento ósseo e cartilaginoso é uma forma de crescimento
intrínseco das estruturas associadas, que podem ser chamadas de matrizes
funcionais. Cada componente da matriz funcional desempenha funções necessárias
tais como: Respiração, fonação e mastigação. Os tecidos esqueléticos têm a função
de poiar e proteger essas estruturas funcionais, esses crescem apenas como resposta
ao crescimento dos tecidos moles e têm como efeito uma translação passiva dos
componentes esqueléticos no espaço.
1.2.2-Anomalias no crescimento
15
bem representadas na síndrome de down, já as anomalias monogénicas de interesse
da ortodontia são a disostose cleidocraniana e a displasia ectodérmica, que são
causadas pela mutação de um único par de genes.
16
dos dentes)
17
Fonte: cameron, 2012, p. 222
18
Figura 3- Paciente com fissura labiopalatina
19
Figura 4- Osso maxilar
20
O processo alveolar adapta-se e remodela-se de acordo as necessidades
dentárias e sofre reabsorção quando perde-se os dentes, a deposição do processo
alveolar é importante para o aumento da altura da maxila e auxilia tambem no
comprimento, por acompanhar o crescimento da tuberosidade.
1.3.2-Crescimento da mandíbula
21
posteriores, o que causa um deslizamento na direcção posterior, e cria desse modo
espaço para irrupção dos dentes permanentes posteriores.
22
O côndilo participa da articulação temporomandibular, é coberto por
cartilagem articular, para suportar as pressões durante os movimentos articulares,
cresce em direcção a articulção, como resposta a pressão directa do local.
23
A dentição decídua é composta por vinte dentes, dos quais dez na arcada
superior e os restantes na arcada inferior, sendo quatro incisivos superiores( dois
centrais e dois laterais), quatro incisivos inferiores, dois caninos superiores e dois
inferiores, oito molares( primeiro e segundo), sendo quatro superiores e quatro
inferiores. Estes dentes são caracterizados por uma menor espessura de esmalte e
por uma maior cavidade pulpar, são mais brancos e mais pequenos em relação aos
dentes permanentes.
24
normal de esfoliação. porém, muitas vezes não é possível assegurar a sua
permanência, tendo assim variadas consequências anómalas.
(Cardoso,2015, p.5)
25
Figura 7- Espaços primatas na dentição decídua
1.4.1-Oclusão Dentária
Uma oclusão ideal em idade precoce é um factor predisponente para a oclusão
ideal na fase adulta, a oclusão mais desejável na dentição permante é classe I e
alguns factores na dentição decídua podem fornecer indícios de que essa oclusão
vai desenvolver se forem observados atentamente.
“Oclusão dentária é a forma como os dentes se relacionam entre si” ( Issáo &
Guedes-Pinto, 2009, p. 34)
26
Figura 8- Plano terminal reto
27
Figura 9- Oclusão normal de uma criança
Para que seja possível a correcta interrelação entre a forma e função das
partes que compõem o aparelho estomatognático, as faces oclusais dos orgãos
dentários deverão apresentar um equilíbrio morfológico entre si, para permitir o
desenvolvimento e a integridade de toda a actividade funcional desse sistema.
29
“As maloclusões representam o grupo de terceira maior prevalência dentre os
problemas bucais, sendo superados apenas por cárie dentária e pelos problemas
periodontais”( Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.33)
A maior parte dos destúrbios de desenvolvimento relacionados ao dente,
trazem problemas para a oclusão e acabam por comprometer a estética, por isso é
importante que se identifique esses distúrbios precocemente, e em muitos casos
são percebidos durante exames de rotina.
“Os quatro tipos de maloclusões mais frequentes na dentadura decídua que devem ser
corrigidas nessa fase são a mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior
unilateral ou bilateral, mordida cruzada anterior e perdas precoces”(Janson, Garib,
Pinzan, Henriques, & Freitas 2013, p.41)
A mordidas aberta anterior está geralmente associda a hábitos deletérios
como sucção, bem como a perda precoce dos dentes decíduos, essas anomalias
podem autocorrigir-se se for removido a causa. A mordida cruzada não se
autocorrige, por tanto é extremamente importante diagnosticar e tratar na fase da
dentição decídua, se não for tratada a tempo essa malocusão continuará na dentição
mista e permanente consequentemente, por isso devem ser corrigidos o mais
rapiadmente possível.
30
Figura 10- Criança com hábito de sucção do polegar
31
Figura 12- Paciente com interposição lingual
Deve se ter em conta que o que a socidade determina como ideal possui
pouca base biológica ou mesmo nenhuma, além disso as faces não precisam ser
32
irrepriensiveis para que funcionem adequadamente, visto que a maioria das vezes
o padrão facial tem pouca ligação com a função fisiológica.
Não quer dizer que se deve descartar o exemplo perfeito de face ideal pois
pode servir de instrumento para se estabelecer um diagnóstico e um bom plano de
tratamento, um modelo facial pode servir de guia e direcinar a execuçãodo
tratamento.
35
pode-se identificar a projeção zigomática e depressão infraorbitária, que
caracterizam a expressão da maxila, com posição adequada. A linha de
implantação do nariz encontra-se levemente inclinada para anterior e o sulco naso-
geniano com moderada inclinação para posterior.
Fonte: www.scielo.br
“Os Contornos faciais curtos são indicativos de maloclusões de classe II, com
mordida profunda e deficiência maxilar vertical” (Silva Filho, 2009, p. 130).
36
Figura 15- Características morfológicas de paciente padrão II
Fonte: www.scielo.br
37
Fonte: www.scielo.br
Padrão face longa- indivíduo que apresenta excesso do terço inferior da face
que torne o selamento labial ou a relação labial normal impossível. Neste tipo de
maloclusão, percebe-se a dominância da influência genética que determina o
desenvolvimeto neuromuscular, esquelético e dos tecidos moles. Embora os
indivíduos com esse padrão apresentem geralmente maloclusões de classe II,
clinicamente arelação sagital dos molares pode ser de classe I ou de classe III.
1.5.2-TIPOS FACIAIS
O tipo facial tem grande influência sobre o plano de tratamento, pois em
vários casos podem alterar ou atenuar a caracteristica facial, desse modo interfe
na estectica e na estabilidade dos resultados do tratamento.
38
“Mesofacial- altura da face igual a largura igual a profundidade; Braquifacial-
largura igual a profundidade mair que a altura; Dolicofacial- altura igual a
profundidade, maior que largura.”( Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas,
2013, p.47)
1.5.2.1- Mesofacial
Os indivíduos mesofaciais possuem dimensões horizontais e verticais
proporcionais, uma face média, com um padrão de crescimento equilibrado e boa
relação entre a maxila e mandíbula, apresentam arco dentário em forma de U. Este
padrão está relacionado à classe I de Angle.
39
Figura 17- Criança do tipo facial mesocefálico
Fonte: www.scielo.br
Geralmente, as más oclusões nesse grupo facial são mais discretas e a mioria
das vezes dentárias, com raro comprometimento das bases ósseas, não associadas
a desordem esquelética vertical sagital. Quanto ao tratamento e prognóstico é mais
favorável, por não necessitar de mecânicas complexas,mas não estão imunes aos
efeitos iatrogênicos de um diagnóstico mal conduzido.
1.5.2.2- Dolicofacial
Os indivíduos dolicofaciais possuem uma face longa, cabeça ovalada, estreita
e comprida. A musculatura é mais delgada, débil e estirada, os elevadores são
poucos desenvolvidos, a maxila é estreita e menos desenvolvida, enquanto que a
mandíbula aprensenta o ângulo mais aberto.
Este tipo facial tem tendência de crescimento para baixo, quase sempre são
respiradores bucais,dificuldade na oclusão labial e o posicionamento da língua fica
muito distante do palato duro. Nariz verticalmente mais longo, mais estreito e
profundo,o sorriso expõe as gengivas, a língua esta mais anteriorizada no assoalho
bucal ou entre os dentes devido a distância vertical entre o palato e a borda inferior
da mandibula, e apresentam mordida aberta e tendências para classe III de Angle.
40
Figura 18- Criança do tipo facial dolicocefálico
Fonte: www.scielo.br
1.5.2.3- Braquifacial
Este tipo apresenta o crescimento facial para frente, quase sempre é respirador
nasal e apresenta mordida aberta profunda.
Fonte: www.scielo.br
42
CAPÍTULO II
2.1-MODO DE INVESTIGAÇÃO
2.2 – HIPÓTESES
43
Segunda hipótese a confirmar: A avaliação do padrão facial, discrepância
vertical bem como a morfodiferenciação não modifica após a criança atingir a fase
adulta.
2.3 – VARIÁVEIS
O estudo foi feito por meio de fotografias de crianças dos 3 aos 6 anos e
fundamentada através de uma revisão de literatura de livros e artigoscientíficos
sobre o padrão facial.
44
45
CAPÍTULO III
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
APRESENTAÇÃO DO RESULTADOS
46
Paciente 6- 5 anos de idade. Paciente 7- 6 anos de idade
47
Paciente 14- 6 anos Paciente 15- 3 anos
48
Paciente 22- 6 anos de idade Paciente 23- 6 anos de idade
49
RESULTADOS
O presente estudo foi realizado por meio de fotografias na vista frontal e de
perfil de 30 crianças, com idade compreendidas entre os 3 aos 6 anos, atendidas na
clínica Jean Piaget, dos quais 12 masculinas e 18 femininas. O objectivo foi estudar
o padrão facial, a discrepância vertical bem como a morfodiferenciação facial na
fase da dentição decídua. Avaliou-se o padrão facial, observamos a altura do lábio
e do mento, verificou-se se o selamento labial era normal, forçado ou ausente.
50
discrepâncias são manifestadas. Para avaliar se a face é curta ou longa verificouse
a discrepância vertical.
0
Masculino Feminino Total
51
DISCUSSÃO
O estudo do padrão facial é importante no planeamento do tratamento
ortodôntico. Para além das funções do aparelho estomatognático, a harmonia
estética da face no fim do tratamento ortodôntico é um dos objectivos a ser
atingido.
52
grandezas numéricas obtidas a partir da cefalometria lateral falhava ao fazer o uso
inadequado dos números, existe grande variabilidade do normal o que leva a uma
ineficácia desse método de diagnóstico se usado isoladamente. Essas falhas
abriram caminho para a era da análise morfológica da face, desse modo concorda
com Mcdonald e Avery, quanto ao melhor método de diagnóstico do padrão facial.
Silva Filho (2008) afirma que o uso da cefalometria é um método antigo e foi
indissociável ao estudo da face, mas com o passar do tempo notou-se que este
método falhava, por se fazer o uso inadequado dos valores numéricos e
consequentemente os resultados obtidos não eram satisfatórios, por isso o
diagnóstico facial deve ser baseado em análise morfológica da face.
54
CONCLUSÃO
Após a revisão de vários artigos e pesquisa feita através de fotografias nas
vistas frontais e laterais de crianças atendidas na clínica Jean Piaget, podemos
concluir que a preocupação estética vem de muitos anos a.c, tudo para ter uma face
mais harmoniosa e atrativa, por isso a procura de soluções para os problemas
dentários, como os apinhamentos, mordidas abertas ou cruzadas, ou assimetrias
nas formas faciais entre outros. Hoje em dia, o médico dentista não olha apenas
para os dentes do paciente, mas sim na sua saúde em geral e respeita também as
opiniões e desejos de cada paciente quanto à estética
RECOMENDAÇÕES
55
1- A visita dos seus educandos ao odontopediatra desde cedo porque a melhor
actuação é a preventiva, nos casos de uma anomalia já instilada o diagnóstico
precoce é importante para um bom prognóstico.
7- Ao cirurgião dentista, que olhe para o paciente como um todo e não apenas
aos dentes, pois algumas patologias apresentam características que se manifestam
em outras áreas do corpo e não apenas na cavidade bucal, e avaliar de forma
individual cada paciente, porque cada caso é um caso apesar das características
comuns das patologias.
56
BIBLIOGRAFIA
Abjean, J, Korbendau, J.M. (1980) Oclusión: Aspectos clínicos, indicaciones
terapêuticas. Buenos Aires: Panamericana
Auger, T. A.; Turley, P. K. (1999) The female soft tissue profile as presented
infashion magazines during the 1900s: A photographic analysis. Int.
J.AdultOrthod. Orthognath. Surg. v.14, n.1, p.7-18.
Ávila, J.B. (1958) Antropologia Física Antropologia. Rio de Janeiro: Livraria Agir
Editora, P. 123-60
57
Colombo V. et cols. (2004) Análise facial frontal em repouso e durante o sorriso
em fotografias padronizadas. Parte I: avaliação em repouso. Rev Dental Press
Ortodon Ortop Facial ; 9 (3):47-58.
El-Gharbawy AH, Peeden JN Jr, Lachman RS, e Cols. (2010) Severe cleidocranial
dysplasia and hypophosphatasia in a child with microdeletion of the C-
terminalregion of RUNX2. Am J Med Genet A. 152A:169–74.
Filho, E. M. et al. (2013) Características do padrão face longa. Rev. Dental Press
Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, V. 12, n. 2, p. 29-44.
Issáo, M & Guedes- Pinto, AC (2013), Manual de Odontopediatria, 12ª ed. Santos.
Janson, G., Garib, D. G., Pinzan, A., Henriques, J., Freitas, R.M (2013). Introdução
a Ortodontia. 1ª ed. Artes Médicas
Kaplan RG. (1979). Some factors related to mandibular third molar impaction.
Angle Orthodontic ;45(3):153-58.
58
Limborg, V. F (1972). Influence of respiratory pattern on craniofacial growth, Int.
J. Orofacial Myology, v. 10, n.2, p.14-32.
Mantzikos, T. (1998) Esthetic soft tissue profile preferences among the Japanese
population. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop. v 114, n.1, p.1-7, Ju.
Marussi VHR, Mariz FEN, Moraes AC, et cols. (2008). Disostose cleidocraniana:
relato de caso. Rev Imagem. 2;30:79–82.
Moss, J. P.; Linney, A. D.; Lowey, M. N. (1997) Uso das técnicas tridimensionais
na estética facial. In: sadowsky, P. L.; Peck, S.; King, G.laskin, D. M. Atualidades
em ortodontia. São Paulo, Editorial Premier, p.89-97.
Reis, S. A. B.; Abrão, J.; Capelozza Filho, L.; Claro, C. A. A. Análise Facial
Numérica do Perfil de Brasileiros Padrão I. R Dental Press Ortodon Ortop Facial.
59
Ricketts RM. (1972). A principle of parcial growth of the mandible. Angle
Orthodontist.42(4):141-45.
Silva Filho, G. O. (2009). Dimensões dos arcos dentários na maloclusão classe II,
divisão I, com deficiência mandibular. Revista dentária Press Ortodontia e
Ortopedia Facial,14(2), pp. 120-130.
Silva Filho, O. G.; Magro, A. C.; Ozawa, T. O. (1997) Má oclusão de Classe III:
caracterização morfológica na infância (dentaduras decídua e mista). Ortodontia,
São Paulo, v. 30, n. 2, p. 7-20, maio/ago.
Tanaka JL, Ono E, Filho EM, et cols. (2006) Cleidocranial dysplasia: importance
of radiographic images in diagnosis of the condition. J Oral Sci. 48:
161–6.
60
61