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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto n.º 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências da Saúde

MONOGRAFIA

PADRÃO FACIAL NA DENTADURA DECÍDUA-DADOS


EPIDEMIOLÓGICOS DE PACIENTES ENTRE 3 A 6 ANOS
DA CLÍNICA JEAN PIAGET

Autor: Ana Paula Neto Macai


Licenciatura: Medicina Dentária
Orientador: Ana Cláudia José da Paixão

Viana, Junho de 2018


Campus
Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
(Criada pelo Decreto n.º 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências da Saúde

MONOGRAFIA

PADRÃO FACIAL NA DENTADURA DECÍDUA-DADOS


EPIDEMIOLOGICOS DE PACIENTES ENTRE 3 A 6 ANOS
DA CLÍNICA JEAN PIAGET

Ana Paula Neto Macai

LICENCIATURA: Medicina Dentária

Trabalho realizado, na Universidade Jean Piaget de Angola de


Setembro de 2017 a Maio de 2018
EPÍGRAFE

“Os sonhos determinam o que voçê quer. A ação determina o que voçê conquista”

Aldo Novak

i
DEDICATÓRIA

Ao meu pai Paulino Macai, à minha mãe Isabel Neto, por me terem posto no
mundo e mostrarem-me o quanto estudar é bom, por me darem a base e todo o amor
que podiam para que me tornasse no que sou hoje.

Aos meus queridos irmãos Dumilde Neto Macai, Claudia Alice Neto Macai,
Elizeu Neto Macai, Anderson Neto Macai e Paulo Nuno Neto Macai, por todo o
carinho e apoio constante durante a minha formação, esforço-me por voçês, pois sei
que sirvo de exemplo, por ser a mana mais velha.

Eu amo vocês

ii
AGRADECIMENTOS

Em primeiro a Deus, que permitiu que tudo isso acontecesse na minha vida, não só
durante a formação universitária, mas por estar presente em todos os momentos da
minha vida, por ser o meu guia, Deus é o maior mestre que alguem pode ter, agradeço
por todas as bénçãos.

Aos meus pais por tudo que fizeram e fazem por mim desde a minha nascência até
hoje, por todo o esforço que fizeram para me proporcionarem uma boa educação e
por isso hoje sou o que sou, mamã muito obrigada, eu via a tua aflição quando
precisava obturar um dente e o paciente não atendia as minhas chamadas, até termos
técnicos de odontologia aprendeste. Nunca poderei retribuir o que fizeram por mim,
serei eternamente grata.

Aos meus irmãos por todo amor e carinho que me têm, por participarem desse
processo todo, que foi a minha formação, inclusive tornaram-se meus pacientes,
especialmente o meu irmão Elizeu que nunca se cansou de ser o meu técnico de
informática. Obigada meus amores.

Às minhas amigas Anabela, Ruth, Lourdes, Solange, Ester e Tatiana por terem lutado
comigo durante todo tempo de formção, por fazerem parte dessa longa e difícil e doce
jornada, por fazerem-me rir quando era para chorar, pelas alegrias, tristezas e dores
compartilhadas, hoje digo que ganhei muito mais que amigas, ganhei irmãs, que
continuarão a fazer parte da minha vida com certeza.

Em especial agradeço à minha orientadora dra. Ana Claudia Paixão, pela orientação,
dedicação e paciência, ajudou-me bastante na elaboração desta monografia, não
podia ter orientadora melhor.

A todos os meus professores em geral, não somente por me terem ensinado, mas por
me terem feito aprender, foram muito importantes na minha vida acadêmica, a minha
formação não seria possível sem vocês.

iii
Em especial à professora Elsa, a Professora Carla, a professora Helga, ao professor
Rosário e ao professor Matecade, pela orientação, apoio e confiça que depositaram
em mim, a voçês minha eterna gratidão.

Aos meus colegas, por participarem dessa jornada que foi a formação superior.

Aos meus fieis pacientes, foram mesmo muito pacientes principalmente durante os
tratamentos endodónticos.

A todos os que directa ou indirectamente fizeram parte desse processo de formção, o


meu muito obrigada.

iv
DECLARAÇÃO DE AUTOR

Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos
da Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular das Normas
Orientadoras de Preparação e Elaboração da Monografia, emanadas pelo Departamento
de Altos Estudos e Formação Avançada (DAEFA). O trabalho é original, excepto onde for
referência especial do texto. Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam,
de modo nenhum, as visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi
apresentado para avaliação noutras instituições de ensino superior nacionais ou
estrangeiras. Mais informo que a norma seguida para a elaboração do trabalho escrito foi
a:

Norma ISO 690……………………………….

Norma APA (6ª Edição) …………………….

Assinatura:___________________________________________Data:__/__/__

v
RESUMO

A busca por um rosto belo e harmonioso remota desde há muitos anos, por isso muitos
indivíduos buscavam o auxílio da ortodontia para corrigir diversos desvios de
normalidade, relacionados à face. Mas com o decorrer dos anos, o ser humano passou
a buscar, muito mais do que a estética facial, o bem-estar físico e emocional. A
cefalometria foi o método mais usado para a avaliação do padrão facial, durante o
planeamento de um tratamento ortdôntico, mas este método falhava por não
apresentar um diagóstico preciso e desse modo abriu-se caminho para a análise
morfológica facial, que mostra ser mais viável para a definição das caraterístacas da
face, e é um importante auxílio durante o palnejamento de uma intervenção
ortodôntica. É possível definir o padrão, bem como a morfoligia facial em idade
precoce. Objectivos: realizar um estudo epidemiológico do padrão facial em crianças
atendidas na clínica Jean Piaget, investigar a incidência dos diferentes padrões
encontrados nessas crianças e a diferença em percentagem em relação ao género, bem
como a morfodiferenciação facial, classificar os tipos faciais dolicocefálico,
mesocefálico e braquicefálico, por meio de fotografias na vista frontal e de perfil,
visto que o padrão facial diagnosticado na fase da dentição decídua tende a manter-
se na dentição permanente, por não haver grandes alterações na estrutura esquelética,
depois de ter atingido a maturidade, ou seja, depois de ter passado por todo o processo
de desenvolvimento, daí surge a necessidade de se avaliar precocemente o padrão de
crescimento facial, pois as anomalias diagnosticadas precocemente tendem a ter um
bom prognóstico. Metodologia: A amostra foi composta por 30 crianças Angolanas,
dos 3 aos 6 anos de idade, na fase da dentição decídua completa. Resultados: no
levantamento epidemilógico, foi obtido os seguintes: predomínio de crianças padrão
I (83,3%) em relação ao padrão II (10%) e padrão III (6,6%). Quanto a
morfodiferenciação facial, constatou-se maior prevalência para os tipos
mesocefálicos para o género feminino, enquanto que o tipo facial dolicocefálico
apresentou maior prevalência no género masculino.

Palavras-chave: padrão facial, ortodontia, tipos faciais, dentição decídua

vi
ABSTRACT

The search for a beautiful and harmonious face remote for many years, so many
individuals sought the help of orthodontics to correct various deviations of normality,
related to the face. But over the years, the human being began to seek, much more
than facial aesthetics, physical and emotional well-being. Cephalometry was the most
used method for the evaluation of the facial pattern during the planning of an
orthodontic treatment, but this method failed because it did not present an accurate
diagnosis and thus paved the way for the facial morphological analysis, which proves
to be more feasible for the definition of facial features, and is an important aid during
the design of an orthodontic intervention. It is possible to define the pattern as well
as facial morphology at an early age. Objectives: To carry out an epidemiological
study of the facial pattern in children attended at the Jean Piaget clinic, to investigate
the incidence of the different patterns found in these children and the percentage
difference in relation to gender, as well as facial morpho-differentiation, to classify
the dolichocephalic, mesocephalic and brachycephalic, by means of frontal and
profile photographs, since the facial pattern diagnosed in the deciduous dentition
phase tends to remain in the permanent dentition because there are no major changes
in the skeletal structure, after reaching maturity, or after having gone through the
entire development process, there is a need to evaluate early the pattern of facial
growth, since the anomalies diagnosed early tend to have a good prognosis.
Methodology: The sample consisted of 30 Angolan children, from 3 to 6 years old,
in the phase of deciduous complete dentition. Results: in the epidemiological survey,
the following were obtained: predominance of standard I children (83.3%) in relation
to standard II (10%) and standard III (6.6%). Regarding facial morpho-
differentiation, it was found a higher prevalence for the mesocephalic types for the
female gender, while the dolichocephalic facial type showed a higher prevalence in
the male gender.

Key-words: facial pattern, orthodontics, facial types, deciduous dentition

vii
ÍNDICE

EPÍGRAFE ................................................................................................................ I
DEDICATÓRIA ........................................................................................................
II AGRADECIMENTOS ..............................................................................................
III
DECLARAÇÃO DE AUTOR .................................................................................... V
RESUMO ............................................................................................................... VI
ABSTRACT .......................................................................................................... VII
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
Identificação do Problema ................................................................................................. 2
Objectivos do Estudo ........................................................................................................ 2
Objectivo geral ............................................................................................................. 2
Objectivos específicos ................................................................................................... 2
Importância do Estudo ................................................................................................... 3
Delimitação do Estudo ...................................................................................................... 3
Definição de Conceitos ..................................................................................................... 3
CAPÍTULO I ............................................................................................................ 5
FUNDAMENTAÇÃOTÉCNICO-CIENTÍFICA ........................................................... 5
1-CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL ........................................ 6
1.1- Crescimento dos tecidos .................................................................................... 8
1.2-Mecanismos de crescimentoósseo ........................................................................... 13
1.3-Crescimento maxilar e mandibular ...................................................................... 20
1.4-DESENVOLVIMENTO DA DENTIÇÃO DECÍDUA ............................................... 23
1.4. 1-Oclusão Dentária .............................................................................................. 26
1.4.2-Classificação das maloclusões ............................................................................ 29
1.5. PADRÃO FACIAL ................................................................................................ 32
1.5.1-Padrão facial ideal ............................................................................................ 34
1.5.2-TIPOS FACIAIS .............................................................................................. 39
CAPÍTULO II ....................................................................................................... 43
OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO ...................................................... 43
2.1-MODO DE INVESTIGAÇÃO ................................................................................. 44
2.2 – HIPÓTESES .......................................................................................................... 44
2.3 – VARIÁVEIS ......................................................................................................... 44
2.4– OBJECTO DE ESTUDO ......................................................................................... 44
2.5– INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÂO ................................................................... 45

viii
2.6. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMÇÃO .................................. 45
CAPÍTULO III ..................................................................................................... 46
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................... 46
APRESENTAÇÃO DO RESULTADOS ........................................................................ 47
RESULTADOS ............................................................................................................ 51
DISCUSSÃO ................................................................................................................ 53
CONCLUSÃO ....................................................................................................... 56
RECOMENDAÇÕES ............................................................................................ 56
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 58

ix
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1-Características da displasia ectodérmica( alteração na forma e tamanho dos


dentes) .......................................................................................................................
17 Figura 2- Caracterísicas da disostose cleidocraniana ................................................
18
Figura 3- Paciente com fissura labiopalatina ............................................................ 19
Figura 4- Osso maxilar .............................................................................................. 20
Figura 5- Osso mandibular ........................................................................................ 21
Figura 6- Arco tipo I de Baume(A) e tipo II de Baume(B)....................................... 25
Figura 7- Espaços primatas na dentição decídua ...................................................... 26
Figura 8- Plano terminal reto .................................................................................... 27
Figura 9- Oclusão normal de uma criança ................................................................ 28
Figura 10- Criança com hábito de sucção do polegar ............................................... 31
Figura 11- Paciente com mordida aberta anterior(A) e autocorreção da mesma(B) 31
Figura 12- Pacientecom interposição lingual ............................................................ 32
Figura 13- Plano terminal .......................................................................................... 35
Figura 14- Características morfológicas de paciente padrão I .................................. 36
Figura 15- Características morfológicas de paciente padrão II ................................ 37
Figura 16- Características morfológicas de paciente padrão III ............................... 38
Figura 17- Criança do tipo facial mesocefálico ....................................................... 40
Figura 18- Criança do tipo facial dolicocefálico ...................................................... 41
Figura 19- Criança do tipo facial Braquicefálico ..................................................... 42

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1- Padrão facial .............................................................................................. 51


Tabela 2- Discrepância vertical ................................................................................. 51
Tabela 3- Morfodiferenciação facial ......................................................................... 52

x
ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Morfodiferencição facial .................................................................................... 52

xi
INTRODUÇÃO

A ortodontia é a área da odontologia que estuda o crescimento e


desenvolvimento da face bem como desenvolvimento da dentição decídua,
permanente e os seus desvios de normalidade, previne, intercepta e corrige as más
oclusões dentárias.
Desde o início da ortodontia que a análise facial tem sido utilizada como um
recurso de diagnóstico e planeamento imprescindivel que auxilia os profissionais
odontológicos a direccionar o tratamento ortodôntico de forma a melhorar. Uma
das principais preocupações dos pacientes consiste na estética facial, ter um sorriso
esteticamente harmonioso tem sido alvo primordial para a elevação de auto-estima
das pessoas.
Durante o planeamento do tratamento, o ortodontista busca a harmonia entre
os dentes para que a mastigação seja eficiente e consequentemente uma nutrição
adequada, saúde bucal e para que se recupere a estética. Os ossos maxilares devem
estar em harmonia uns com os outros, de modo que proporcione um bom encaixe
entre os dentes que se encontram neles implantados.
Cada vez mais a população apresenta algum grau de desarmonia facial, como
resultado de um crescimento exagerado ou inadequado de algum osso que envolve
a face.
Antes de iniciar um tratamento ortodóntico, ortopédico facial, associados
ou não as cirurgias ortognáticas, é necessario a elaboração de um plano, o tema
abordado é de grande interesse, visto que as infomações geradas pela análise facial
do paciente podem alterar seu planeamento de tratamento inicial. A percepção
clínica dos profissionais odontológicos em relação a estética facial nem sempre é
a mesma que a do público em geral, porque existem diferenças significativas entre
as opiniões dos dentistas, ortodontistas e as pessoas com menos conhecimentos
desta área, sobre a avaliação das características dentofacias. Assim uma maior
atenção deve ser dada em relação a desejos, expectativas e auto-avaliação do
paciente

1
Identificação do Problema

Os padrões estéticos são vistos como um factor importante de aceitação


social por isso, cada vez mais as pessoas buscam o bem estár e a harmonia entre as
partes do rosto, bem como entre os dentes, é muito mais do que uma questão de
estética, há o comprometimento das funcões, o que leva o assunto para a área de
saúde. Algumas situações de desarmonia e desarranjo oclusal podem ser corrigidas
através da ortodontia. Daí a necessidade de se saber, a importância do estudo do
padrão facial no diagnóstico da face no estágio da dentição decídua e sua aplicação
no planeamento do tratamento ortodôntico?

Objectivos do Estudo

Objectivo geral

Realizar um estudo epidemiológico do tipo facial na fase da dentição decídua


em criancas atendidas na clínica Jean Piaget.

Objectivos específicos

1. Definir o padrão facial por meio da análise fotográfica na vista frontal e


lateral.
2. Classificar os tipos faciais ( dolicofacial, mesofacial e braquifacial);
3. Analisar a predisposição ao desenvolvimento das más oclusões;
4. Relacionar os tipos faciais com a oclusão dentária em crianças na primeira
infância;
5. Investigar a incidência dos diferentes padrões faciais encontrados em
crianças na fase da dentição decídua.

2
Importância do Estudo
Este estudo é importante, pois através dele podemos verificar se é possivel
definir o padrão facial durante a dentição decídua. Ao estudarmos a oclusão,
verifica-se que ela não depende apenas da maneira que os dentes irrompem, mas
principalmente do padrão de crescimento facial, daí a necessidade da sua inclusão
durante o diagnóstico e planeamento de um tratamento ortodôntico, assim
reabilitadores orais e ortodontistas devem preocupar-se não apenas com a função
e harmonia dos dentes, mas também com a harmonia do rosto e a sua proporção,
já que a beleza depende de todo o conjunto.

Delimitação do Estudo

O presente estudo será realizado mediante revisão de literatura, de diferentes


artigos e livros e análise de fotografias nas vistas frontal e lateral.

Definição de Conceitos

Maloclusão-˝Oclusão anormal dos dentes.″ (Madeira & Rizzolo, 2010,


p.161)

Ortodontia-″É o ramo da odontologia que tem por objetivo o estudo, a


prevencao, a intercepção e a correcção das anomalias de posição, relação e
harmonia dentomaxilofacial, durante a fase de crescimento.”(Janson, Garib,
Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013,p.105)

Oclusão-″Contacto entre as superfícies oclusais e bordas incisais dos dentes


superiores e inferiores.″ (Abjean, 1980, p. 126)
Dentadura Decídua-″Primeira dentição humana, composta por vinte dentes,
que são esfoliados e substituídos pela dentadurapermanente.″ (Ramfjord, 1987, p.
445)

3
Oclusao normal-″É uma oclusão estável, saudável e esteticamente atraente.″
(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas 2013, p. 23)

Ortodontia Interceptiva-″situação anormal já existente, de modo a


restabelecer a evolução normal da oclusão.″(Monteiro & Cols, 2003, p.392)

Overjet- "Distância em que os dentes maxilares projectam-se


horizontalmente sobre os dentes mandibulares." (Paiva, Paiva, & Gondim, 2008,
p. 48)

Overbit- “É a distância, no sentido vertical, entre as bordas incisais dos


incísivos centrais inferiores e superiores.” (Guedes-Pinto e Cols , 2009, p. 20)

Remodelação-“É o processo de aposição e remodelação óssea.”(Janson,


Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p. 13)

Crescimento- “Pode ser definido como alteração em magnitude, ou seja,


aumento da massa(mudança quantitativa.).”(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, &
Freitas 2013, p.1)

Deslizamento-“É o movimento gradual da área de crescimento ósseo


provocado pela combinação dos processo de aposição e reabsorção
óssea.”(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.13)

Deslocamento-“É o movimento de todo o osso como uma unidade.” (Janson,


Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.13)

Desenvolvimento-“É um progresso no sentido da maturidade das funções,


ocorre mudança quantitativa e qualitativa em níveis celulares e teciduais.”
(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.1)

4
CAPÍTULO I

FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

1-CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL

O conhecimento acerca do crescimento e desenvolvimento craniofacial são


fundamentais para um diagnóstico, planejamento, tratamento e avaliação dos
resultados do tratamento ortodôntico.
5
O crescimento craniofacial é um assunto que deve ser dominado pelos
ortodontistas, pois, para que estes especialistas sejam capazes de diagnosticar e
planear correctamente um tratamento ortodôntico e analisar os resultados obtidos,
é necessário que saibam os conceitos básicos, acerca desse processo. Um
profissional munido desse conhecimento está apto para manipular o crescimento
craniofacial em benefício do paciente, sempre ciente das possibilidades e
limitações de cada caso clinico, assim ele é capaz de indicar não só a melhor
ortopedia ou ortodontia, como também a melhor época para o início do tratamento,
o tipo e o tempo de contenção necessário.

Crescimento pode ser definido, em termos gerais como alteração em


magnitude, ou seja aumento' da massa (mudança quantitativa), já o
desenvolvimento pode ser conceituado como um progresso no sentido da
maturidade das funções englobando a diferenciação progressiva em níveis
celulares e teciduais (mudança qualitativa e quantitativa).

(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p. 1)

As modificações pelas quais um indivíduo passa são complexas nas diferentes


fases da sua vida, as mesmas orientam para os vários tipos de tratamento
ortodôntico ou ortopédico adequado a cada caso, para um prognóstico satisfatório
da correção. Cabe ao Profissional de Saúde à supervisão periódica destas
modificações a fim de prevenir ou interceptar desvios da normalidade que se não
tratados precocemente poderão evoluir para anomalias esqueléticas de menor ou
maior gravidade.
As más posições dentais muitas vezes encontram-se associadas a
irregularidades no posicionamento espacial da maxila e da mandíbula e destes
ossos com a base do crânio, que acabam por reflectir directamente nos objectivos
do tratamento, crescimento e desenvolvimento craniofacial dentro dos padrões
normais que são essenciais para uma harmoniosa estética facial.
De acordo com Araújo (1988), o crescimento ocorre desde o nascimento até
a maturidade em zonas distais em diferentes graus e apresenta certo rítmo, não
ocorre como um aumento indiscriminado do volume pois, existe perfeita harmonia
no aumento de dimensões, embora o crescimento não se processe uniformemente.

6
O crescimento e desenvolvimento craniofacial são susceptíveis a alguns factores
que podem ser: Alterações funcionais, factores socioeconómicos, factores
nutricionais, doenças, etnias, sexo e factores hereditários.
O crescimento físico está relacionado à altura, peso, velocidade de
crescimento e puberdade, já o desenvolvimento, está associado a um processo
evolutivo para alcançar-se um fim estrutural e funcional, ou seja, uma progressão
até a maturidade. Nem todos os indivíduos com uma determinada idade
cronológica estão num mesmo estágio de desenvolvimento biológico.
Por isso existem diferentes idades de desenvolvimento tais como a idade
esquelética ou óssea, que está relacionada à calcificação corporal; a idade dentária,
associada à calcificação, erupção e completação dental; a idade cronológica, que
se baseia no número de anos ou meses contados a partir do nascimento, e a idade
mental, que é calculada na maturidade intelectual do indivíduo.

“Os eventos que caracterizam o crescimento e o desenvolvimento vão sucedendo


de forma gradual e harmônica, até atingir a fase craniofacial adulta” (Janson,
Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas,2013, p. 1)

O crescimento normal da criança é o maior sinal de que está tudo bem com a
sua saúde, desde a vida intrauterina, ela deve ter o crescimento monitorado,
acompanhamento pela ultrassonografia obstétrica, após o nascimento, deve medir-
se a altura e o peso até aos dezoito anos e avaliar se o padrão de crescimento está
compatível com outras crianças do mesmo sexo e idade, e com o padrão de estatura
da família.

1.1- Crescimento dos tecidos

Sendo que crescimento significa aumento do volume, quer seja devido à


multiplicação celular, quer devido ao aumento do volume celular, o crescimento
de um todo dá-se em consequência do crescimento das partes. Os tecidos crescem
devido aos processos de hiperplasia, hipertrofia e hipertrofoplasia, intersticial,
aposicional e intersticioaposicional.

7
A hiperplasia consiste no aumento do número de células e a hipertrofia no
aumento do tamanho da célula ou da massa de substância intercelular; e a
hipertrofoplasia consiste na ação conjunta dos dois processos anteriores.
(Ferreira, 2008, p.34)

Durante o crescimento ocorre um aumento qualitativo e quantitativo das


células, tecidos ou órgãos, através de um processo biológico. Esse aumento não
ocorre uniformemente, mas contribui para uma perfeita harmonia das dimensões
faciais.

O crescimento intersticial consiste na anexação de novos elementos celulares


nos interstícios dos já existentes, a maioria dos tecidos cresce desta maneira,
por exemplo o tecido epitelial. O crescimento aposicional baseia-se na
anexação de novos elementos em camadas superpostas aos já existentes.
Como o caso típico do tecido ósseo.
( Ferreira,2008,p.34)

No crescimento intersticioaposicional, os dois processos anteriormente


citados funcionam coordenadamente como ocorre, nas cartilagens por exemplo,
onde notamos crescimento aposicional às expensas do pericôndrio e intersticial a
custa de proliferação e divisão celular dentro da sua matriz. Este crescimento é,
pois, diverso do crescimento ósseo, unicamente aposicional.
À medida que osteoblastos vão formar a matriz (células formadoras do osso),
estes ficam confinados no interior do tecido calcificado que foi formado, e
impossibilitados de multiplicar-se, o tecido cartilagíneo, por ter a possibilidade de
crescer aposicional e intersticialmente, tem a sua velocidade de crescimento maior
que a do tecido ósseo, por situar-se nas áreas denominadas de áreas de ajuste
incremental.

1.1.1 Velocidade de crescimento

As diferentes partes do corpo humano crescem com diferentes velocidades,


que modificam-se com a idade, as dimensões são obtidas porque os tecidos e
8
órgãos crescem com diferentes ritmos e em diferentes períodos. Embora o
crescimento seja um processo ordenado, há momentos de intensidade e outros de
relativa estabilidade.

″O Crescimento é um processo ordenado que se processa em uma velocidade


progressivamente decrescente e que mantém uma proporcionalidade constante da
face ″( Brodie, 1950, p. 24 )

De acordo com Mcdonald e Avery (2011), o crescimento de um organismo


caracteriza-se por alterações evolutivas da forma e tamanho tanto internas quanto
externas. Um aumento uniforme não produz grandes modificações, já que a
diversidade morfológica resulta das diferentes velocidades de crescimento que
realizam-se em várias partes e direções. Essas velocidades podem variar, num
mesmo indivíduo, de acordo com as circunstâncias, mas as proporções do aumento
das suas partes são mais ou menos constantes.
Essas relações fixas produzem uma forma final semelhante em inúmeros
indivíduos de qualquer espécie, mesmo que as diferentes partes do corpo apareçam
e cresçam em épocas diferentes. A fase de maior crescimento dá-se no primeiro
ano de vida da criança, depois ocorre uma desaceleração, até que na puberdade
acontece o estirão puberal.
Toda a espécie animal tem uma velocidade e limite de crescimento com
características particulares. A velocidade de crescimento é a mesma para todos se
submetidos as mesmas condições de desenvolvimento. Por isso o tamanho final
atingido é uma particularidade devido a um padrão genético que comanda o
crescimento com uma velocidade básica e definida para a divisão celular, por isso,
varia muito pouco de indivíduo para o indivíduo.

1.1.2- Factores de crescimento

Os factores do crescimento, ou da construção do corpo, são agrupados em


primários e secundários.

9
1.1.2.1- Factores Primários

São os factores relacionados à hereditariedade que provoca o impulso


evolutivo inicial, intervém na progressão do crescimento, condiciona e determina
as diferenças étnicas e sexuais. Do ponto de vista genético, é importante lembrar
que uma alteração num grande número de genes pode ter um considerável efeito
sobre o crescimento das diversas partes do corpo, que pode ser fortemente
influenciado por factores externos, como a nutrição, ou a acentuação progressiva
de um efeito primário do desenvolvimento.
Limborgh (1972) afirmou que o crescimento craniofacial é controlado por
poucos factores genéticos intrínsecos e por muitos factores locais. Sustenta ainda
que o crescimento do endocrânio é controlado por factores genéticos intrínsecos,
enquanto que o desmocrânio é controlado por muitos factores epigénicos, por
factores ambientais locais na forma de função muscular e oclusal.

Os factores hormonais támbem actuam diretamente no crescimento do


indivíduo, algumas secreções hormonais elaboradas pelas glândulas
endócrinas funcionam como reguladores do crescimento, sendo que o
hormônio do crescimento (somatotrofina, elaborada pela adeno-hipófise),
hormônio tiróideo e os hormônios gonadais são as mais importantes.

(Ferreira, 2008, p.37)

A somatotrofina é capaz de estimular o crescimento de indivíduos em dietas que,


sem o mesmo, não cresceriam absolutamente. Se as quantidades excessivas deste
hormónio actuarem em certas fases do crescimento, podem provocar distúrbios do
desenvolvimento que manifestam-se como gigantismo ou acromegalia, esse excesso de
estimulação quando ocorre após a puberdade, caracteriza-se por crescimento exagerado
das mãos, pés e mandíbula.
O gigantismo, que é devido a uma superestimulação da somatotrofina que
ocorre antes da puberdade, nessa anomalia os ossos longos são afectados
anteriormente ao fusionamemo das suas epífises e se alongam exageradamente,
sem qualquer outra maior deformidade esquelética.

10
Outros hormónios que influenciam muito o crescimento do corpo, são os
gonadais. O andrógeno estimula a síntese tecidual em geral, e, na época da
puberdade, responde pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias
do indivíduo do sexo masculino, o estrógeno inibe o crescimento, provavelmente
por aceleração do processo de fusionamento epifisário.
Alguns dos hormónios adrenocorticais como a cortisona são inibidores do
crescimento, pois funcionam como antagonistas da somatotrofina da
adenohipófise.

Os factores genéticos também atuam sobre o metabolismo das células em


multiplicação, alteram as suas exigências nutritivas, variam a capacidade que
as células tem de aproveitar certas vitaminas. Eles também são responsáveis
por perturbações no controle que os órgãos endócrinos exercem sobre os
processos de crescimento, e pelas alterações na sensibilidade dos tecidos que
respondem à estimulação hormonal.

(Ferreira, 2008, p.36)

1.1.2.2- Factores Secundários

Os principais factores secundários que influenciam no crescimento são, a


idade dos genitores; a consanguinidade; o tipo de funcionalidade sexual da mãe,
primiparidade ou multiparidade (duração da pausa entre os períodos gravídicos);
condições socioeconómicas dos genitores (alimentação, repouso ou trabalho
durante a gravidez, trabalho industrial, envenenamentos profissionais); as doenças
(sobretudo a tuberculose e a sífilis); as intoxicáveis tal como o alcoolismo.

Segundo Ferreira (2011), na vida pós-natal é imprescindível que se considere


as condições somáticas próprias de cada indivíduo recém-nascido, se prematuro,
macrossomo, microssomo, mediossomo, a distócia (parto difícil), a localidade e o
clíma. Os factores culturais como as condições socioeconómicas, a alimentação,
não só a quantidade e a qualidade das proteínas, gorduras e carboidratos, mas
também as substâncias químicas como os minerais cálcio, fósforo, potássio, sódio,

11
iodo, ferro, magnésio, as vitaminas, a habitação (a iluminação, aeração, espaço),
profissões e o exercício físico também devem ser levados em consideração.

A extensão com que cada indivíduo atinge o seu potencial de crescimento é


determinada predominantemente por factores extrínsicos ou ambientais. Os
factores extrínsicos incluem todas as condições ambientais após o
nascimento, os factores ambientais de particular intresse ao clínico são
hábitos orais, patologias, lesóes de cárie, perda precoce de dentes e doenças
metabólicas. Na ausência dos factores extrínsicos prejudiciais o complexo
dentofacial tende a atingir o seu potencial máximo de crescimento.

(McDonald & Avery, 2011, p.508 )

O organismo humano tem a capacidade de fabricar os seus próprios


aminoácidos, mas não o suficiente para cobrir todas as necessidades, por isso
outros devem ser obtidos através das proteínas dos alimentos.
A qualidade dos alimentos assim como a quantidade consumidos durante e
após a fase de crescimento da criança influenciam na velocidade de crescimento e
no tamanho do corpo, sendo que alguns aminoácidos favorecem o crescimento do
corpo. Uma criança, no seu primeiro ano de vida, necessita duas vezes mais
calorias, pois as deficiências nutricionais, por fome ou por doença, exercem efeito
deletério sobre o crescimento da criança, que pode resultar no nanismo.

Dentre as doenças que influenciam o crescimento as que mais atingem as


populações são bócio endémicos e a malária. O adenoidismo (hipertrofia do anel
linfático da região faríngica) provoca dificuldade respiratória com consequente
deformidade craniofacial. A minoração respiratório-circulatória perturba o
crescimento geral, que torna-se deficitário nos seus três aspectos: morfológico,
funcional e psíquico.

1.2-Mecanismos de crescimento ósseo

12
É necessário, que o ortodontista desde cedo conheça e respeite o tecido sobre
o qual exercerá a maior parte das suas atividades clínicas.
Cada vez mais em consultórios odontológicos a procura de tratamento para as
crianças na fase de crescimento e desenvolvimento dos ossos maxilares, é mais
frequente, por ser uma época em que esses ossos podem ser moldados, do que após
a sua maturação estár concluída.
O osso é um tecido altamente metabolizado e, por sua dureza, apresenta-se
como um dos mais plásticos e maleáveis tecidos orgânicos. Por ser um tecido vivo,
com vasos sanguíneos, nervos e linfáticos, encontra-se revestido externamente e
internamente pelo periósteo e endósteo, tem uma actividade contínua e equilibrada
durante toda vida do indivíduo.

O osso tem origem no tecido conjuntivo, até sua maturação, poderá passar por
um modelo membranoso ou um modelo cartilaginoso, ele se compõe de
células ósseas, os osteócitos e substância intercelular. Os osteócitos são do
tipo osteoblastos que são as células formadoras de tecido ósseo e osteoclastos,
células responsáveis pela reabsorção óssea. Ambas diferenciam-se das células
mesenquimatosas.
(Ferreira, 2008, p.41)

De acordo com Enlow (1993), o osso pode ter origem no interior de um


modelo cartilaginoso quando o mesênquima se condensa, formando-se uma
précartilagem, posteriormente as células desta área condensada diferenciam-se em
condrócitos, células cartilaginosas que elaboram uma substância intercelular que
constitui o esboço da peça óssea. Este modelo cartilagíneo é mais tarde destruído
e substituído por osso.
Na ossificação cartilaginosa, o modelo original cartilagíneo é destruído
completamente, excepto nas regiões localizadas entre as epífises e diáfises dos
ossos longos, nestas regiões persiste a cartilagem principal, chamada de cartilagem
de crescimento ou epifisária, responsável pelo crescimento em comprimento destes
ossos.
"Os ossos podem aumentar e diminuir de tamanho através de actividade celular
nas superfícies incluindo as interfaces entre o osso e a cartilagem”
(Bianchini,1995, p. 10)

13
Quando os osteoblastos surgem diretamente de uma concentração de células
mesenquimatosas, indiferenciadas, e em seguida ocorre a formação da peça óssea,
a origem do osso é denominada membranosa. No esqueleto cefálico, a base do
crânio, o revestimento da cabeça do côndilo mandibular e o septo nasal têm origem
em modelo cartilaginoso; os demais ossos tem origem em modelo membranoso.

1.2.1- Periósteo e endósteo

Os tecidos conjuntivos que revestem externamente e internamente as


superfícies ósseas são denominadas, por periósteo e endósteo, e têm função na
nutrição do osso. Estes tecidos são vascularizados e deles partem os vasos que
penetram pelos brames da superfície óssea até internamente. São também fonte de
osteoblastos que promovem o crescimento e reparação óssea. Um tecido
conjuntivo denso e bastante fibroso forma o periósteo, tecido este mais celular na
sua parte externa e mais vascular na parte interna, junto ao osso.
Segundo Ferreira (2008), o crescimento ósseo é um processo morfogénetico
que dá-se pelos mecanismos básicos de remodelação, deslizamento e
deslocamento. A remodelação óssea é uma actividade diferencial de crescimento
necessária para dar forma ao osso, que consiste nos processos especializados de
aposição óssea em um lado da superfície cortical (onde há a direcção do
crescimento) e de reabsorção óssea na superfície oposta promovida pelos
osteoblastos e osteoclastos, respectivamente.

Segundo Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas (2013), existem dois
tipos de movimentos que podem ser considerados durante o crescimento: O
deslizamento e o deslocamento. Sendo cada um deles importantes para que esse
processo ocorra da melhor maneira possível, sendo assim o deslizamento é o
movimento gradual da área de crescimento ósseo, provocado pela junção dos
processos de aposição e reabsorção óssea (remodelação óssea) já o deslocamento
é o movimento de todo o ósso como uma unidade, pelo seu próprio crescimento ou
pelo crescimento dos ossos vizinhos.

14
Conforme o osso cresce por deposição óssea em uma determinada direcção,
ele se desloca no sentido contrário afastando-se do osso vizinho, esse
deslocamento recebe o nome de deslocamento primário e ocorre não por
comprensão de um osso contra o outro, mas por uma força de expansão dos
tecidos moles em crescimento que o recobrem. Conforme os ossos crescem
ocorre também outro tipo de deslocamento, chamado deslocamento
secundário, que se dá não pelo crescimento do próprio osso mas pelo
crescimento de outros ossos relacionados a ele directa ou indirectamente.

(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p. 1)

Enlow (1993), apresenta uma teoria para o crescimento craniofacial, basease


na capacidade de remodelação óssea, teve a ideia quando avaliava a porção distal
dos segundos molares decíduos em uma mandíbula de criança, ele supôs que para
que existisse espaço necessário para os dentes permanentes seria preciso que a
mandíbula crescesse em direcção posterior por reabsorção da borda anterior e
aposição óssea da borda posterior do ramo ascendente.

"O crescimento ósseo não envolve apenas a aposição externa com reabsorção
interna, requer também uma remodelação complexa para manter a configuração
do osso, enquanto aumenta em tamanho simultaneamente"( Moyers, 1979, p. 45)
A determinação do crescimento ósseo e cartilaginoso é uma forma de crescimento
intrínseco das estruturas associadas, que podem ser chamadas de matrizes
funcionais. Cada componente da matriz funcional desempenha funções necessárias
tais como: Respiração, fonação e mastigação. Os tecidos esqueléticos têm a função
de poiar e proteger essas estruturas funcionais, esses crescem apenas como resposta
ao crescimento dos tecidos moles e têm como efeito uma translação passiva dos
componentes esqueléticos no espaço.

1.2.2-Anomalias no crescimento

Segundo Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas (2013), as anomalias


craniofaciais podem ter origem genética se forem causadas por alterações
cromossómicas, monogénicas ou poligénicas. As de origem cromossómicas são

15
bem representadas na síndrome de down, já as anomalias monogénicas de interesse
da ortodontia são a disostose cleidocraniana e a displasia ectodérmica, que são
causadas pela mutação de um único par de genes.

Uma das anomalias do crescimento é a Displasia ectodérmica, segundo


Cameron (2012), é um distúrbio que compreende um grupo grande e heterogénio
de doenças hereditárias, relacionadas a desordens genéticas ligadas ao
cromossoma X, e ocorre devido a mutação num gene que é responsável por
sintetizar a proteína ectodisplasina A, que é importante para aformação de
estruturas que originam-se do ectoderma. Tem como características clínicas a
hipotricose que é a diminuição ou mesmo ausência de cabelo, hipohidrótica (hipo-
hidratação), manisfesta-se por pele muito seca, devido à falta de glândulas
sudoríparas, e hipodontia que pode variar entre poucos dentes ausentes até à
anodontia. As principais estruturas afectadas nessa anomalia são as unhas, pele,
cabelos, dentes, glândulas sudoríparas e sebácias e glândulas salivares.

Em relação à sudorese, a displasia ectodérmica também pode surgir na forma


hidrótica, em que há produção de suor, o paciente apresenta unhas distróficas,
poucos pelos e anomalias dentárias como anodontia e oligodontia.

Além da hipodontia os elementos dentários podem apresentar também


alteração na forma e tamanho, dentes conoides ou pontiagudos. Também pode
haver o comprometimento das glândulas salivares, que resulta em hipossalivação
e causa outras consequências como cárie por exemplo.

Esta doença é rara com uma taxa de prevalência de 1:100000 nascimentos,


acomete mais o género masculino que o feminino

Figura 1-Características da displasia ectodérmica( alteração na forma e tamanho

16
dos dentes)

Fonte: cameron, 2012, p. 222

A Disostose cleidocraniana é um distúrbio genético muito raro caracterizado


por agenesia ou hipoplasia da clavícula, fechamento tardio das fontanelas
cranianas, alterções de desenvolvimento nos ossos da face, dentes
supranumerários, atraso na esfoliação dos dentes decíduos e retenção
prolongada de dentes permanentes. Com prevalência de 1:100000, não tem
predileção por gênero.
(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.68)

A disostose cleidocraniana tem como causa, defeito no gene que controla a


diferenciação de células que se originam em osteoblastos, é essencial para a
formção do tecido ósseo endocondral ou membranoso.

Figura 2- Caracterísicas clínicas e radiográficas da disostose cleidocraniana

17
Fonte: cameron, 2012, p. 222

Existem outras anomalias que são de origem poligenética, como as fissuras


palatinas que representam malformações craniofaciais causadas por um grupo de
genes que actuam para determinar o fenótipo quando interage com factores
ambientais, por isso a sua etiologia é considerada multifatorial, por ser um conjunto
de genes associado a factores ambientais que determina desse modo o fenótipo
final. Essa malformação é caracterizada por abertura na região do lábio ou palato
ou as duas em simultáneo, ocasionadas pelo não fechamento dessas estruturas, que
ocorre entre a quarta e a oitava semana de gestação.

18
Figura 3- Paciente com fissura labiopalatina

Fonte: (Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas,2013, p.68

Segundo Morre (2004), os factores ambientais ligados ao surgimento dessa


anomalia são as doenças durante a gravidez, uso abusivo de drogas, uso de alcool
ou cigarros, a realização de raios-x na região abdominal, idade dos pais, deficiência
nutricional, medicamentos anti-convulcionantes durante o primeiro trimestre de
gravidez.

Pacientes com fissuras completas do lábio e palato, apresentam maloclusões


mais complicadas que resultam para além da fissura, das anomalias dentárias
relacionadas aos dentes adjacentes a fissura e atresia maxilar causadas por
cirurgias plásticas, a prevalência é de 1:1000 nascimentos.

1.3-Crescimento maxilar e mandibular


1.3.1-Crescimento maxilar

19
Figura 4- Osso maxilar

Fonte: (Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.17

O crescimento dos ossos que compõem o esqueleto facial é complexo, devido


aos factores que os controlam e modificam, bem como os mecanismos que
envolvem esse processo. A maxila é um osso de origem intramembranosa, cresce
por aposição óssea e reabsorção e por proliferação do tecido conjuntivo nas suturas
que a conectam ao crânio. Os músculos neles inseridos influenciam na sua forma
final, através das suas funções.

Filho e cols. (2013), afirma que a área de maior crescimento da maxila é a


região do túber, é responsável pelo alongamento do arco na porção posterior e
assim aumenta o comprimento do osso que gera espaço suficiente para a erupção
dos molares.

O deslocamento primário ocorre em direcção anterior e inferior à medida que


a maxila cresce para cima e para trás ao mesmo tempo, desse modo haverá um
aumento na profundidade facial e ossos vômer e septo nasal, têm influência no
aumento anteroposterior da face. À medida que a maxila cresce para cima e para
trás,o seu deslocamento primário ocorre em direcção anterior e inferior (frente e
para baixo) ao mesmo tempo.

As principais áreas de aposição óssea são o túber, o processo alveolar, região


da espinha nasal anterior, suturas( frontomaxilar, zigomaticomaxilar e
pterigomaxilar) e superfície bucal do palato. As área de reabsorção são a
porção nasal do processo palatino maxilar, superfície vestibular da maxila
anterior ao processo zigomático e a região do seio maxilar.
(Ferreira, 2008, p.44)

20
O processo alveolar adapta-se e remodela-se de acordo as necessidades
dentárias e sofre reabsorção quando perde-se os dentes, a deposição do processo
alveolar é importante para o aumento da altura da maxila e auxilia tambem no
comprimento, por acompanhar o crescimento da tuberosidade.

O crescimento em altura da maxila dá-se pelo desenvolvimento da cavidade


nasal e seios maxilares, que se remodelam e dessa forma causam expansão lateral
e anterior das estruturas e deslocação do palato para baixo, enquanto que o
crescimento da sutura mediana palatina causa o alargamento do arco alveolar.

A face externa da região anterior do arco maxilar sofre reabsorção, enquanto


que a sua porção interna é de reabsorção. O arco maxilar aumenta em largura
e o palato torna-se mais amplo, seguindo dessa forma a teoria do princípio
do crescimento em V.
(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.17)

1.3.2-Crescimento da mandíbula

Figura 5- Osso mandibular

Fonte: (Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.18


A mandíbula é um osso móvel de ossificação mista, a endocondral ocorre nos
côndilos, que é recoberto por tecido conjuntivo fibroso, enquanto que a ossificação
intramembranosa é responsável pela formação dos ramos e do corpo da mandíbula,
que sofrem reabsorção nas suas paredes anteriores e aposição nas suas paredes

21
posteriores, o que causa um deslizamento na direcção posterior, e cria desse modo
espaço para irrupção dos dentes permanentes posteriores.

O processo alveolar tanto na mandíbula como na maxila depende dos dentes,


cresce verticalmente e em largura a medida que os dentes irrompem, por isso qundo
ha perda dos dentes os rebordos alveolares também desaparecem . A mandíbula
tambem segue o princípio de crescimento em V.

As áreas de aposição e reabsorção óssea da amndíbula são: côndilo, incisura


mandibular, processo coronoide, borda posterior do ramo ascendente, borda
anterior do corpo da mandíbula, processo alveolar, mento, borda anterior do
ramo ascendente, região supramentoniana.
(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.18)

Já o corpo da mandíbula apresenta aposição em todo o seu bordo inferior e


na região do mento, que junto com a reabsorção da região supramentoniana dão
forma ao queixo.

Segundo Enlow (1993), o côndilo é de ossificação endocondral, devido aos


níveis de pressão que ocorrem nas superfícies condilares, pois cresce em direção a
articulção e sofre pressão dos músculos da mastigação, que não seria suportada
pelo crescimento intramembranoso. Tal contribui para o crescimento da mandíbula
em altura e deslocamento do osso todo para baixo e para frente.

“Weinmann e sicher acreditam ser o côndilo o principal centro de crescimento


mandibular, diverge da opinião de Moss, que afirma ser uma área de ajuste
secundário no desenvolvimento deste osso e não um factor primário” (Ferreira,
2008, p.46)

O côndilo é considerado por alguns autores como o principal centro de


crescimento mandibular, pelo facto de existir nessa área a cartilagem hialina que
produz osso a semelhança da cartilagem de crescimento dos ossos longos, essa
cartilagem encontra-se recoberta por tecido conjuntivo, que promove um
crescimento aposicional.

22
O côndilo participa da articulação temporomandibular, é coberto por
cartilagem articular, para suportar as pressões durante os movimentos articulares,
cresce em direcção a articulção, como resposta a pressão directa do local.

1.4-DESENVOLVIMENTO DA DENTIÇÃO DECÍDUA


Os dentes decíduos, tambem conhecidos como dentição decidua, de leite,
dentição temporária, infantil ou primeira dentição, são os primeiros dentes que
surgem na cavidade oral, eles actuam no desenvovimento maxilar, auxiliam na
mastigação, fonação e oclusão, para além de servirem como guias para os
permanentes irromperem na posição correcta, por isso a presença dos mesmos na
cavidade oral é fundamental.

A erupção dentária é um processo presente no desenvolvimento das dentições,


que compreende não só a movimentação em direção a posição final de
oclusão, como tambem as compensaçóes decorrentes dde desgastes oclusais.
Assim, a erupção é um pçrocesso que se inicia na odontogenese, passa por
uma fase de irrupção na cavidade bucal, até atingir a sua posição final de
oclusão, onde exerce a sua função e termina com possivel perda do dente.
(Guedes-Pinto, Bonecker & Rodrigues, 2009, p.6)

O desenvolvimento dos dentes começa na fase embrionária, entre a 7ª e a 10ª


semana de vida intrauterina, a partir da lâmina dentária, durante o processo de
odontogénese, e irrompem(tornam-se visíveis na boca) durante a infância, e após
a sua queda são substituidos pelos dentes pemanentes.

Segundo Janson (2013 ), o padrão de irrupção na dentição decídua varia de


indivíduo para o indivíduo e existem diversos factores que podem interferir nesse
processo, e dessa forma agir no retardo ou na precocidade dos eventos, dentre esses
factores destacam-se o estado nutricional infantil, o nascimento prematuro, a
amamentação, as condições sistémicas, o nível socioeconómico e genero. Os
factores relacionados a mãe, tal como a suplementação nutricional durante a
gravidez, influenciam significativamente a cronologia de irrupção dos dentes
decíduos em seus filhos. A inter-relação entre esses factores determina o padrão de
desenvolvimento da dentição decídua.

23
A dentição decídua é composta por vinte dentes, dos quais dez na arcada
superior e os restantes na arcada inferior, sendo quatro incisivos superiores( dois
centrais e dois laterais), quatro incisivos inferiores, dois caninos superiores e dois
inferiores, oito molares( primeiro e segundo), sendo quatro superiores e quatro
inferiores. Estes dentes são caracterizados por uma menor espessura de esmalte e
por uma maior cavidade pulpar, são mais brancos e mais pequenos em relação aos
dentes permanentes.

O primeiro dente decíduo a irromper é o inisivo central inferior, acontece por


volta dos 6,5 meses, com uma variação de mais ou menos dois meses, aos 2,5 a
dentição decídua encontra-se completa com a irrupção dos segundos molares e
desempenha plenamente as suas funções. Aos 3 anos de idade, as raízes de todos
os dentes decíduos encontram-se completas.

“A irrupção, movimento do dente em direção ao plano oclusal, começa de forma


variável, mas não antes de iniciada sua formação radicular”( Janson, Garib,
Pinzan, Henriques, & Freitas 2013, p.37)

Os incisivos localizam-se mais anteriormente no arco dentário, e através da


sua forma têm a função de cortar os alimentos. Os caninos estão localizados logo
depois dos incisivos laterais, têm a função de rasgar e segurar os alimentos, já os
molares estão localizados posteriormente no arco e têm a função de triturar os
alimentos tornando-os menores para a deglutição.

A fase da dentição decídua da criança encontra-se completa entre os 3 e os 5


anos mais ou menos, e encontra-se desse modo em situação de repouso, e se
mantém apenas, caso não haja interferência de factores prejudiciais tais como, a
perda precoce dos dentes decíduos, a permanência dos hábitos deletérios, como
sucção de dedo ou chupeta após a idade aceitável, ou acidentes traumáticos que
possam causar desarmonia na arcada, o que pode levar ao surgimento de
maloclusões.

Não existe outro factor que desempenhe um papel importante na medicina


dentária preventiva como a preservação da dentição decídua até ao período

24
normal de esfoliação. porém, muitas vezes não é possível assegurar a sua
permanência, tendo assim variadas consequências anómalas.
(Cardoso,2015, p.5)

De acordo com Janson (2013), na dentição decídua é comum considerar a


protrusão, a mordida aberta anterior, bem como sobremordidas, como
características da mesma, desde que não se manifestem de forma exagerada. Dois
tipos de arcos decíduos foram descritos por Baume, o arco do tipo I, que é
caracterizado pela presença de espaços entre os dentes na região anterior e o do
tipo II, sem espaços entre os dentes ou com ligeiro apinhamento. Sendo que a maior
percentagem de número de crianças apresentam o arco do tipo I.

Figura 6- Arco tipo I de Baume(A) e tipo II de Baume(B)

Fonte: janson e Cols,2013, p. 38

Outra forma de caracterizar a dentição decídua é a ausência da curva de spee,


essa curva contece devido à implantação vertical dos dentes nas bases ósseas, a
presença de diastemas entre os incisivos laterais e os caninos na arcada superior e
entre os caninos e os primeiros molares decíduos na arcada inferior, esses
diastemas denominam-se espaços primatas

25
Figura 7- Espaços primatas na dentição decídua

Fonte: Janson e Cols,2013, p.39

1.4.1-Oclusão Dentária
Uma oclusão ideal em idade precoce é um factor predisponente para a oclusão
ideal na fase adulta, a oclusão mais desejável na dentição permante é classe I e
alguns factores na dentição decídua podem fornecer indícios de que essa oclusão
vai desenvolver se forem observados atentamente.

“Oclusão dentária é a forma como os dentes se relacionam entre si” ( Issáo &
Guedes-Pinto, 2009, p. 34)

Para que se tenha uma oclusão satisfatoria, é importante que se estableça a


correcta relação entre a maxila e a mandíbula e a posição dos dentes deve permitir
a realização de todas as funções orais.

26
Figura 8- Plano terminal reto

Fonte: Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.40

“A oclusao dentaria será o reflexo de um todo( forma e funçao) sicronizado e


interrelacionado, que quando adequadamente desenvolvido repercutira em uma face
harmoniosa e em um individuo saudavel”(Guedes-Pinto,Bonecker & Rodrigues,
2009, p.1)

De acordo com Janson, Garib, Pinzan, Henriques, e Freitas (2013) a oclusão


normal é uma oclusão estável, saudavel e esteticamente atraente, ela nem sempre
coincide com a oclusão ideal a qual segue a risca um série de padrões que são
chamados de chave da oclusão. Os autores afirmam que a oclusão ideal é difícil de
existir, podendo ser encontrada em poucas percentagens.

27
Figura 9- Oclusão normal de uma criança

Fonte: Guedes Pinto, 2010, p. 90

Segundo Moyers(1991) o conceito de oclusão normal não está relacionado


apenas com os dentes e com as estruturas ósseas que o suportam, mas também com
a inter-relação com a musculatura adjacente e com o padrão de movimentos
durante a realização da sua função.

Para que seja possível a correcta interrelação entre a forma e função das
partes que compõem o aparelho estomatognático, as faces oclusais dos orgãos
dentários deverão apresentar um equilíbrio morfológico entre si, para permitir o
desenvolvimento e a integridade de toda a actividade funcional desse sistema.

As más oclusões levam a alteraçao da manutenção das funções orais como


mastigação, fonação, deglutição e estética, em alguns casos tambem levam a
disfunçao temporo-mandibular, alterações essas que surgem devido ao desvio do
encaixe correto entre os dentes.

“Varios factores podem alterar o equilibrio dentario: ausencia do ponto de contacto


proximal, falta de contacto oclusal(o bom contacto oclusal evita extrusão dentaria),
perda de elemento dentario(perda da estabilidade do arco)”(Okeson,1992,p.22)
É necessário que os profissionais odontológicos tenham conhecimentos em
relação ao crescimento e desenvolvimento craniofaciais, para que saibam
28
reconhecer as maloclusões precocemente a fim de proporcionar o devido
tratamento, ou encaminhar ao ortodontista, o que permite o uso desse crescimento
ao seu favor durante todo tratamento.

Alguns estudiosos propuseram classificaçoes para as maloclusoes com o


intuito de agrupar os individuos com caracteristicas semelhantes em
diferentes classes ou padroes. Dentre todas sa classificaçoes ja propostas as
que mais se difundiram e se fixaram na ortodontia foram as de Angle (1899),
Licher (1912), Simon (1922), Andrews (1970) e Capelozza (2004).
(Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013,p.23)

1.4.2-Classificação das maloclusões


Um bom diagnóstico e planificação do tratamento, é importante para a
classificação das maloclusões, consequentemente uma excelente avaliaçao dos
resultados obtidos. Ao diagnosticar-se casos de maloclusoes deve-se considerar as
relações mesio-distais das arcadas dentarias e as posições individuais de cada
dente.

Durante a vida embrionária, os genes herdados definem o tamanho e a forma


dos dentes, bem como a disposição dos ossos faciais da maxila e da mandíbula. As
irregularidades de origem genética não podem ser prevenidas, mas podem ser
atenuadas com intervenção ortodôntica, ortopédica ou cirúrgica.

Os problemas de oclusão dentária denominados de oclusopatias, consistem


em anomalias do crescimento e desenvolvimento, que afectam principalmente, os
músculos e os ossos maxilares no periódo da infância e adolescência, que podem
produzir alterações tanto do ponto de vista estético dos dentes e face, quanto do
ponto de vista funcional na oclusão, mastigação e fonação.

As maloclusões causam um impacto negativo na função, estética e na


autoestima de muitas crianças. Elas podem ter como origem os hábitos
parafuncionais, devido a perturbações no desenvolvimento facial ou o mau
posicionamento dos dentes anteriores causado pela sucção do dedo, chupeta, lábios
e distúrbios linguais.

29
“As maloclusões representam o grupo de terceira maior prevalência dentre os
problemas bucais, sendo superados apenas por cárie dentária e pelos problemas
periodontais”( Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.33)
A maior parte dos destúrbios de desenvolvimento relacionados ao dente,
trazem problemas para a oclusão e acabam por comprometer a estética, por isso é
importante que se identifique esses distúrbios precocemente, e em muitos casos
são percebidos durante exames de rotina.

Um diagnóstico precoce possibilita determinar com segurança o momento


mais adequado de intervenção para minimizar as suas consequências. O
odontopediatra deve ter como prioridade a realização de procedimentos para a
manutenção da integridade da dentição decídua para prevenir as más oclusões.

“Os quatro tipos de maloclusões mais frequentes na dentadura decídua que devem ser
corrigidas nessa fase são a mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior
unilateral ou bilateral, mordida cruzada anterior e perdas precoces”(Janson, Garib,
Pinzan, Henriques, & Freitas 2013, p.41)
A mordidas aberta anterior está geralmente associda a hábitos deletérios
como sucção, bem como a perda precoce dos dentes decíduos, essas anomalias
podem autocorrigir-se se for removido a causa. A mordida cruzada não se
autocorrige, por tanto é extremamente importante diagnosticar e tratar na fase da
dentição decídua, se não for tratada a tempo essa malocusão continuará na dentição
mista e permanente consequentemente, por isso devem ser corrigidos o mais
rapiadmente possível.

30
Figura 10- Criança com hábito de sucção do polegar

Fonte: Lugo, 2008, p.7

Figura 11- Paciente com mordida aberta anterior(A) e autocorreção da mesma(B)

Fonte: Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas, 2013, p.41

Também deve se ter em atenção os casos de perda precoce dos dentes


decíduos, principalmente dos incisivos que para além de comprometer a estética
da criança, pode causar interposição lingual e consequentemente o
desenvolvimento da mordida aberta anterior.

31
Figura 12- Paciente com interposição lingual

fonte: Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas ,(2013, p.42)

1.5- PADRÃO FACIAL


Segundo Lusterman(1963), a face influencia e molda o carácter do ser
humano, bem como a sua personalidade e comportamento, por isso o ortodontista
deve ter conhecimento em relação as diferenças entre as raças e diferentes grupos
étnicos, com o objectivo de individualizar cada caso a ser tratado.

A maioria dos modelos de avalição facial referem-se à face adulta, o padrão


facial é muitas vezes descrita como aquilo que deveria ser. Os modelos disponíveis
para avaliação da face permitem a estimativa da proporção, equilíbrio e harmonia,
esses conceitos ajudam a definir a face como atraente, essas mesmas concepções
podem auxiliar na pratica clínica se for usado apropriadamente e com
conhecimento dos seus limites.

Os primeiros relatos de tratamentos ortodônticos que foram realizados com o


objectivo de regularizar o posicionamento dos dentes associado a mudanças
que melhorassem a estética facial surgiram no século XIX, através de Angle
e Kingsley que apresentaram os seus resultados registados pela primeira vez,
que demonstravam a preocupação com as alterações da face.
(Vedovello Filho, 2005, p.34)

Deve se ter em conta que o que a socidade determina como ideal possui
pouca base biológica ou mesmo nenhuma, além disso as faces não precisam ser
32
irrepriensiveis para que funcionem adequadamente, visto que a maioria das vezes
o padrão facial tem pouca ligação com a função fisiológica.

Não quer dizer que se deve descartar o exemplo perfeito de face ideal pois
pode servir de instrumento para se estabelecer um diagnóstico e um bom plano de
tratamento, um modelo facial pode servir de guia e direcinar a execuçãodo
tratamento.

Após o nascimento a face tende a aumentar de tamanho do que a calota


craniana, na fase adulta a face deve ser igualmente proporcional no
comprimento da fronte, terço médio da face bem com a sua porção inferior
para que se considere ideal. O perfil facial se achata a medida que a face
envelhece, o queixo e o nariz se tornam mais proeminentes e os lábios ficam
menos pronunciados, desse modo todos os indivíduos desde que saudáveis
independentemente do seu padrão craniofacial, apresentam achatamento no
perfil e a altura da face aumenta em relação ao crânio.
(Mcdonald & Avery, 2011, p. 512)

Para tratar as alterações faciais, os autores baseavam-se em estudos da face


e dos modelos em gesso que eram obtidos dos seus pacientes. Com o surgimento
da cefalometria radiográfica, comecaram a estudar melhor como a face crescia.

“Durante anos, as pessoas foram tratadas de acordo com valores cefalometricos


simplesmente, desse tipo de tratamento podem resultar alterações faciais
drásticamente desfavoráveis”(Vedovello Filho, 2005, p.35)

Daí a necessidade de avaliar também numericamente o perfil facial dos


indivíduos, alguns autores levam em consideração a valiação das estruturas como
os lábios, o nariz e o mento dos pacientes a serem submetidos ao tratamento
ortodôntico.

1.5.1-Padrão facial ideal


A busca por valores númerico e normas específicos realcionados à face, que
pudessem traduzir beleza, estética e equilíbrio faciais vem de muitos anos. Para a
33
análise da face ideal deve-se levar em consideração alguns factores que dependem
da idade, pois, com o tempo, a face alonga-se e o perfil torna-se menos convexo,
por isso o critério aplicado na face adulta não será o mesmo aplicado na face jovem.

Os principais ajustes imprevisíveis nas posições da maxila emandíbula,


estabelecem-se nos primeiros anos de vida, aos 3 anos de idade a relação maxila
mandíbula encontra-se bem estabelecida e o padrão maxilomandibular geral não
muda tão significativamente.

Opadrão de um indivíduo de pouca idade não se altera significativamente


durante o seu crescimento e mantém-se até a fase adulta, mas ocorre o
achatamento do perfil e alongamento da face durante a maturação, essas
mudanças não são grandes o suficiente para provocar desarmonia em toda a
estrutura facial. Se houver alguma discrepância entre a posição da maxila e
mandíbula a mesma mantem-se até a fase adulta a menos que haja um
intervenção clínica para se retificar as desarmonias.
(Mcdonald & Avery,2011, p.515)

A proporcionalidade e o equilíbrio entre os componentes faciais são mais


importantes que os valores considerados individualmente para cada estrutura da
face, para além de medir a face é necessário que o ortodontista saiba interpretar
esteticamente.

Segundo Jason, Garib, Pinzan, Henriques, e Freitas (2013), os padrões


esqueléticos são classificados em padrão facial I, padrão facial II, padrão facial III,
padrão face curta e padrão face longa. Esses padrões esqueléticos faciais mostram
uma determinção predominantemente genética, a morfologia facial estabelece-se
muito cedo e torna-se possível o diagnóstico já na dentição decídua, pois o
crescimento facial preserva o padrão esquelético.

A probabilidade do desenvolvimento de uma relação classe I da dentição


permanente é maior quando existe um leve degrau para a mesial, se houver um
degrau mesial exagerado, irá desenvolver-se uma relação molar classe III da
dentição permanente. A presença do degrau distal é um grande factor de
desenvolvimento de uma relação molar de classe II.

A relação dos primeiros molares permanentes durante o contacto inicial


também é um importante factor de diagnóstico. Os primeiros molares permanentes
34
irrompem entre os 5 e os 7 anos de idade. As chances de evolução da relação classe
I são melhores quando ela já existe no momento da oclusão inicial dos primeiros
molares permanentes, algumas oclusões iniciadas em topo a topo também são
indicativas de desenvolvimento de maloclusões.

Figura 13- Plano terminal

Fonte: McDonald e Avery, 2011, p.515

Capelozza Filho (2004), propós que os ortodontistas levassem em


consideração padrões subjectivos na análise facial e não se limitarem apenas na
classificação dentária, ele sugeriu avaliar os pacientes de acordo com o seu padrão
facial para que o planeamento ortodôntico fosse mais eficiente. Assim, determinou
um novo conceito na classsificação das maloclusões, considerando o padrão de
crescimento como factor etiológico primário.

Padrão I- indivíduo sem envlovimento esquelético com maloclusão dentária


apenas, quando presente. Por exemplo um paciente com face equilibrada e lábios
em conctato sem tensão, em que não haja possibilidade de se fazer uma previsão
do posicionamento dentário sem examina-lo clinicamente.

Segundo Capelozza Filho (2004), durante a avaliação fotográfica de perfil o


paciente padrão I apresenta um grau moderado de convexidade, na vista frontal

35
pode-se identificar a projeção zigomática e depressão infraorbitária, que
caracterizam a expressão da maxila, com posição adequada. A linha de
implantação do nariz encontra-se levemente inclinada para anterior e o sulco naso-
geniano com moderada inclinação para posterior.

Quanto ao equilíbrio mandibular, o tamanho e a forma, pode ser verificada


na avalição de perfil, a linha quixo- pescoço deve ser expressiva e paralela ao palno
de Camper. O ângulo mento-labial deve ser agradável esteticamente.

Figura 14- Características morfológicas de paciente padrão I

Fonte: www.scielo.br

Padrão II- indivíduo portador das frequentes maloclusões resultantes do


aumento do degrau sagital, entre maxila e mandíbula. Nesse padrão estão incluidos
os portadores de protrusão maxilar ou deficiência mandibular independentemente
da relação molar.

“Os Contornos faciais curtos são indicativos de maloclusões de classe II, com
mordida profunda e deficiência maxilar vertical” (Silva Filho, 2009, p. 130).

36
Figura 15- Características morfológicas de paciente padrão II

Fonte: www.scielo.br

Padrão III- indivíduo com degrau sagital maxilomandibular diminuido, por


retrusão maxilar e prognatismo mandibular, por isso tem carácter eminentemente
esquelético, e nem sempre apresenta relação molar de classe III. A convexidade
facial nesses pacientes é reduzida, o que resulta em um perfil recto ou côncavo,
pela retrusão maxilar, o terço inferior da face tende a aumentar no caso de pacientes
com prognatismo e a linha queixo-pescoço é em excesso, no caso de apresentarem
deficiência maxilar, a linha queixo-pescoço é normal.

Figura 16- Características morfológicas de paciente padrão III

37
Fonte: www.scielo.br
Padrão face longa- indivíduo que apresenta excesso do terço inferior da face
que torne o selamento labial ou a relação labial normal impossível. Neste tipo de
maloclusão, percebe-se a dominância da influência genética que determina o
desenvolvimeto neuromuscular, esquelético e dos tecidos moles. Embora os
indivíduos com esse padrão apresentem geralmente maloclusões de classe II,
clinicamente arelação sagital dos molares pode ser de classe I ou de classe III.

Padrão face curta- indivíduo que apresenta deficiência vertical do terço


inferior da face que torne o selamento labial comprecivo. A etiologia determinante
da face curta tem carácter genético.

Capelozza Filho (2004), afirma que os pacientes classificados como padrões


face longa e face curta, apresentam discrepância vertical que são visíveis na
avalição fotográfica na vista frontal e lateral ( perfil). O padrão face longa é
caracterizado pelo excesso na altura facial, o que resulta na ausência de selamento
labial, a convexidade facial aumenta e apresnta deficiência na expressão maxilar e
na linha queixo-pescoço, já o paciente padrão face curta, é caracterizado pela
deficiência nas dimensôes vertcais, a maxila com expressão adequada, lábio
comprimidos e excesso de linha queixo- pescoço.

1.5.2-TIPOS FACIAIS
O tipo facial tem grande influência sobre o plano de tratamento, pois em
vários casos podem alterar ou atenuar a caracteristica facial, desse modo interfe
na estectica e na estabilidade dos resultados do tratamento.

Segundo Ricketts(1972), Pode-se afirmar que existem três tipos de


padrão facial: braquifacial, mesofacial e dolicofacial. Esta classificação dáse
em razão da proporção entre largura e altura facial, tanto na análise frontal
quanto na análise de perfil.

38
“Mesofacial- altura da face igual a largura igual a profundidade; Braquifacial-
largura igual a profundidade mair que a altura; Dolicofacial- altura igual a
profundidade, maior que largura.”( Janson, Garib, Pinzan, Henriques, & Freitas,
2013, p.47)

Os hábitos podem representar maior ou menor risco de desenvolvimento


de maloclusões dependendo do padrão facial. Um paciente que aprensenta
um padrão braquifacial com hábito de sucção tem menor chance de
desenvolver mordida aberta do que um paciente com padrão dolicofacial. O
proprio prognóstico de tratamento desses pacientes é diferente, por ser mais
facil corrigir a sobremordida de um paciente dolicofacial do que em
braquifacial.

Factores como respirção bucal, incopetência labial e oralismo,


influenciam fortemente o desenvolvimento da região dentoalveolar. O
ortodontista pode alterar de maneira previsível a morfologia dentoalveolar
por meio da movimentção dentária induzida ou mesmo por meio de aparelhos
ortopédicos.

1.5.2.1- Mesofacial
Os indivíduos mesofaciais possuem dimensões horizontais e verticais
proporcionais, uma face média, com um padrão de crescimento equilibrado e boa
relação entre a maxila e mandíbula, apresentam arco dentário em forma de U. Este
padrão está relacionado à classe I de Angle.

Este tipo facial tem tendência de crescimento médio, altura facial


inetrmediária, mandíbula bem posicionada, quanto à musculatura, os elevadores
são bem desenvolvidos. Geralmente, é o padrão facial que melhor responde ao
tratamento ortodôntico.

39
Figura 17- Criança do tipo facial mesocefálico

Fonte: www.scielo.br

Geralmente, as más oclusões nesse grupo facial são mais discretas e a mioria
das vezes dentárias, com raro comprometimento das bases ósseas, não associadas
a desordem esquelética vertical sagital. Quanto ao tratamento e prognóstico é mais
favorável, por não necessitar de mecânicas complexas,mas não estão imunes aos
efeitos iatrogênicos de um diagnóstico mal conduzido.

1.5.2.2- Dolicofacial
Os indivíduos dolicofaciais possuem uma face longa, cabeça ovalada, estreita
e comprida. A musculatura é mais delgada, débil e estirada, os elevadores são
poucos desenvolvidos, a maxila é estreita e menos desenvolvida, enquanto que a
mandíbula aprensenta o ângulo mais aberto.

Este tipo facial tem tendência de crescimento para baixo, quase sempre são
respiradores bucais,dificuldade na oclusão labial e o posicionamento da língua fica
muito distante do palato duro. Nariz verticalmente mais longo, mais estreito e
profundo,o sorriso expõe as gengivas, a língua esta mais anteriorizada no assoalho
bucal ou entre os dentes devido a distância vertical entre o palato e a borda inferior
da mandibula, e apresentam mordida aberta e tendências para classe III de Angle.

40
Figura 18- Criança do tipo facial dolicocefálico

Fonte: www.scielo.br

A mastigação desses pacientes não é eficiente, pela falta de vedadamento


labial, os musculos bucinadores têm pouca acção e da comissura labial, e com a
menor tonicidade da musculatura que eleva a mandibula. Quanto ao movimento de
lateralidade da língua é menor, e a articulação da fala é deficiente, e prejudica
principalmente alguns sons bilabiais como, p,b,m .

Segundo Capelozza Filho (2004), este tipo facial apresenta um padrão


muscular pobre, um perfil péssimo, paciente com aspecto feio. Deste modo, pode-
se admitir que um indivíduo com discrepância esquelética o seu padrão de
crescimento seja agente etiológico primário de toda mal-oclusão, ou que a
discrepância esquelética geneticamente determinada está associada a factores
funcionais que determinam as características da maloclusão.

O prognóstico geralmente é desfavorável pela dificuldade durante o


tratamento. Os lábios são tensos devido ao excesso na altura facial inferior e a
protrusão dos dentes anteriores superiores. A tendência do crescimento vertical do
mento impede o avanço da sínfese mandibular e assim melhora espontaneamente
a convexidade.

1.5.2.3- Braquifacial

O tipo braquifacial possui face curta, larga, a cabeça mais arredondada, o


complexo nasomaxilar posiciona-se mais posteriormente, os músculos elevadores
são mais desenvolvidos e o ângulo mandibular mais fechado, a base posterior do
41
crânio é mais longa e arco dentário apresenta-se com possíveis diastemas. O nariz
é mais curto e com ponta arredondada e a maioria das vezes voltado para cima com
as narinas aparecendo, o palato duro é mais curto e mais largo horizontalmente, e
a língua mais larga. A deglutição é facilitada pelo espaço intra oral diminuído
verticalmente.

Este tipo apresenta o crescimento facial para frente, quase sempre é respirador
nasal e apresenta mordida aberta profunda.

Figura 19- Criança do tipo facial Braquicefálico

Fonte: www.scielo.br

42
CAPÍTULO II

OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO

2.1-MODO DE INVESTIGAÇÃO

Para o presente estudo usamos o método, descritivo, correlacional,


bibliográfico e investigação. A fundamentação teórica científica, foi feita através
de pesquisa em livros e artigos científicos que abordam sobre o tema em estudo, e
os dados epidemilógicos serão obtidos através de análise de fotografias na vista
frontal e de perfil, de crianças dos 3 aos 6anos na fase da dentição decídua,
atendidas na clínica Jean Piaget.

2.2 – HIPÓTESES

Primeira hipótese a confirmar:É possível determinar o padrão facial


através da análise morfolócia da face por meio de fotografias, e esses dados são
importantes para o planeamento de um tratamento ortdôntico.

43
Segunda hipótese a confirmar: A avaliação do padrão facial, discrepância
vertical bem como a morfodiferenciação não modifica após a criança atingir a fase
adulta.

2.3 – VARIÁVEIS

Variável independente: padrão facial

Variável dependente: crescimento craniofacial,Tipos faciais, dentição decídua

2.4– OBJECTO DE ESTUDO

O estudo foi feito por meio de fotografias de crianças dos 3 aos 6 anos e
fundamentada através de uma revisão de literatura de livros e artigoscientíficos
sobre o padrão facial.

2.5– INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÂO

O instrumento de recolha de informação, que se utilizou para o estudo do


tema em questão, foi por meio de livros e artigos, e fotografias na vista frontal e de
perfil.

2.6- PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMÇÃO

O processameto e tratamento da informação foi do tipo comparativo,


diferencial, atravé de imagens fotográficas, tabela e gráficos.

44
45
CAPÍTULO III
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
APRESENTAÇÃO DO RESULTADOS

Por razões de confidencialidade, os nomes dos pacientes não foram revelados.


Foi elaboarado um termo de concentimento, através do qual os encarregados de
educação dos mesmos autorizaram o uso das fotografias para fins de investigação
e exposição para o presente trabalho.

Fotografias frontal e de perfil das crianças avaliadas

Paciente 1- 4 anos de idade Paciente 2- 5 anos de idade

Paciente3-3 anos de idade paciente 4-6 anos de idade

Paciente5- 5 anos de idade Paciente 6- 3 anos

46
Paciente 6- 5 anos de idade. Paciente 7- 6 anos de idade

Paciente 8- 6 anos de idade Paciente Paciente 9- 6 anos de idade

Paciente 10- 5 anos Paciente 11- 3 anos

Paciente 12- 6 anos Paciente 13- 5 anos

47
Paciente 14- 6 anos Paciente 15- 3 anos

Paciente 16- Paciente 17- 6 anos

Paciente 18- 5 anos Paciente 19- 6 anos

Paciente 20- 6 anos Paciente 21- 6 anos

48
Paciente 22- 6 anos de idade Paciente 23- 6 anos de idade

Paciente 24- 6 anos de idade Paciente 25- 6 anos de idade

Paciente 27- 3 anos de idade Paciente 28- 4 anos de idade

Paciente 28-4 anos de idade Paciente 30- 6 anos de idade

49
RESULTADOS
O presente estudo foi realizado por meio de fotografias na vista frontal e de
perfil de 30 crianças, com idade compreendidas entre os 3 aos 6 anos, atendidas na
clínica Jean Piaget, dos quais 12 masculinas e 18 femininas. O objectivo foi estudar
o padrão facial, a discrepância vertical bem como a morfodiferenciação facial na
fase da dentição decídua. Avaliou-se o padrão facial, observamos a altura do lábio
e do mento, verificou-se se o selamento labial era normal, forçado ou ausente.

Tabela 1- Padrão facial


Padrão Masculino Feminino Total

I 10 33,3% 15 50% 25 83,3%

II 2 6,6% 1 3,3% 3 10%

III 0 0% 2 6,6% 2 6,6%

Para a avaliação do padrão facial, é imprescindível que se utilize as


fotografias de perfil, pois alguns pacientes que apresentam alterções leves, na vista
frontal apresentam normalidade e harmonia facial, mas na vista lateral as

50
discrepâncias são manifestadas. Para avaliar se a face é curta ou longa verificouse
a discrepância vertical.

Tabela 2- Discrepância vertical


Padrão Masculino Feminino Total

Face curta 5 16,6% 13 43,35 18 60%

Face longa 7 23,3% 5 16,6% 12 40%

Tabela 3- Morfodiferenciação facial


Tipos faciais Masculino Feminino Total

Mesocefálico 5 16,6% 9 30% 14 46,6%

Braquicefálico 0 0% 4 13,3% 4 13,3%

Dolicocefálico 7 23,3% 5 16,6% 12 40%

Gráfico 1- Morfodiferencição facial


8

0
Masculino Feminino Total

Meso. Braqui. Dolico.

51
DISCUSSÃO
O estudo do padrão facial é importante no planeamento do tratamento
ortodôntico. Para além das funções do aparelho estomatognático, a harmonia
estética da face no fim do tratamento ortodôntico é um dos objectivos a ser
atingido.

Segundo Vedovello Filho (2005), na década de 40 os autores Downs, Riedel


entre outros uasavam a cefalometria para estudar os problemas ortodônticos, o
diagnóstico era baseado em telerradiografias em normas laterais, factores como a
tonicidades muscular, obtidos em exame físico, não eram levados em conta.
Oproblema foi que desse tipo de tratamentos podiam resultar alterções faciais
drasticamente desfavoráveis, sendo que o melhor método de diagnóstico é o
morfológico.

Mcdonald e Avery (2011) dizem que na avalição clínica e planeamento de


tratamento ortodôntico para os pacientes jovens, deviam considerar com mais
atenção as informações sobre o crescimento craniofacial, visto que os problemas
podem ser melhor corrigidosquando identificados precocemente. Dois métodos são
usados para a obtenção de informações sobre o padrão facial, o primeiro consiste
no exame morfológico da face do paciente e o segundo basea-se na avaliação dos
registos dentários, desse modo discordam de Downs e Riedel.

Segundo a Dental Press Ortodon, (2008), a celometria foi o método de


diagnóstico mais indissociável no tratamento ortodôntico, mas a utilização de

52
grandezas numéricas obtidas a partir da cefalometria lateral falhava ao fazer o uso
inadequado dos números, existe grande variabilidade do normal o que leva a uma
ineficácia desse método de diagnóstico se usado isoladamente. Essas falhas
abriram caminho para a era da análise morfológica da face, desse modo concorda
com Mcdonald e Avery, quanto ao melhor método de diagnóstico do padrão facial.

Ortodontia e Estética (2008), diz que os estudos realizados em


telerradiografias não são primordiais, salienta ainda que as fotografias do paciente
a rir, a fim de avaliar a relação dos dentes com os lábios, o grau de exposição
gengival, as linhas médias dos arcos dentários e como a dinámica muscular
interfere na estética facial, e as fotografias de perfil são exames indispesáveis no
estudo do padrão facial e consequente planeamento do tratamento ortdôntico.

Capelozza Filho(2004) afirma que a análise morfológica da face é o principal


método de diagnóstico do padrão facial e consequente plano de tratamento, bem
como prognósticos específicos em diferentes faixas etárias. Concorda desse modo,
quanto a importância do estudo morfológico da face associado a outros métodos, e
afirma que é possível o diagnóstico da face idade precoce.

Durante a pesquisa constatou-se que é possível avaliar a face e definir o


padrão facial, a partir dos 3 anos de idade, mesmo que a maxila e a mandíbula não
tenham atingido a sua dimensão final.

Silva Filho (2008) afirma que o uso da cefalometria é um método antigo e foi
indissociável ao estudo da face, mas com o passar do tempo notou-se que este
método falhava, por se fazer o uso inadequado dos valores numéricos e
consequentemente os resultados obtidos não eram satisfatórios, por isso o
diagnóstico facial deve ser baseado em análise morfológica da face.

Segundo Silva Filho, Herkra, Queiroz e Aiello (2008), a análise morfológica da


face tem se mostrado viável para as características faciais, como equilíbrio e
Harmonia, definidas pela posição da maxila e mandíbula, e agrupa os indivíduos
em padrões de acordo com as suas manifestações.
Mediante à análise morfolófica realizada, podemos constatar que a
prevalência do padrão I, foi maior, em comparação ao padrão II e padrão III,
53
enquanto que o padrão II apresentou maior prevlêcia para o masculino do que o
feminino e o inverso constatou-se no padrão III, o género não foi um factor
determinante durante a avalição, pois, verificou-se que em ambos os géneros a
maior percentagem foi do padrão I. O que nos satisfaz, pois uma criança padrãoI,
tende a preservar essa morfologia na fase adulta, as suas características são
mantidas ao longo de todo o crescimento, e o mesmo acontece com os outros
padrões, como explica Fields, Proffit, Nixon, Phillips e Stanek (1984).

Quanto à morfodiferenciação facial, constatou-se maior prevalência para os


tipos faciais mesocefálicos para o género femino do que o masclino, e menor
prevalência para os tipos braquicefálicos nas meninas, e nenhum nos rapazes,
quanto ao tipo dolicefálico, maior prevalência em relação ao mesocefálico isso
no género masculino.

Dental Press Ortodon (2006) afirma que os tipos faciais dolicocefálicos


tendem a manifestar-se com maisor prevalência nos padrões II e III. Em nossas
pesquisas, achamos que existe relação directa entre padrão facial e
morfodiferenciação facial.

54
CONCLUSÃO
Após a revisão de vários artigos e pesquisa feita através de fotografias nas
vistas frontais e laterais de crianças atendidas na clínica Jean Piaget, podemos
concluir que a preocupação estética vem de muitos anos a.c, tudo para ter uma face
mais harmoniosa e atrativa, por isso a procura de soluções para os problemas
dentários, como os apinhamentos, mordidas abertas ou cruzadas, ou assimetrias
nas formas faciais entre outros. Hoje em dia, o médico dentista não olha apenas
para os dentes do paciente, mas sim na sua saúde em geral e respeita também as
opiniões e desejos de cada paciente quanto à estética

O parâmetro de beleza varia quanto às etnias, género e culturas de cada um,


pois o que pode ser bonito para alguns, pode não ser para os outros. A análise
morfológica facial é o principal métodoutilizado para determinação do padrão
facial, também é de grande importância no diagnóstico e planeamento de um
tratamento ortodôntico, não apenas durante a fase da dentição decídua, mas em
diversas faixas etárias e fases da dantição.

É possível avaliar a face morfológicamente, por meio de fotografias, em idade


precoce, e definir o padrão facial, a morfodiferenciação facial e a discrepância
vertical, pois o indivíduo mantém o mesmo padrão esquelético na fase adulta. Para
um bom diagnóstico, recomenda-se à associação de outros métodos de avaliação.

É importante que se leve em consideração o crescimento craniofacial para


que se possa dignosticar rapidamente possíveis anomalias e assim corrigir
precocemente e obter resultados satisfatórios. Pois os ossos, durante a fase de
crescimento e desenvovimento, são mais maleáveis e consequentemente mais facil
de serem moldados, o que leva a um melhor prognóstico.

RECOMENDAÇÕES

Para um bom acompanhamento do desenvolvimento craniofacial e a


preservação da saúde oral, recomenda-se o seguinte:

55
1- A visita dos seus educandos ao odontopediatra desde cedo porque a melhor
actuação é a preventiva, nos casos de uma anomalia já instilada o diagnóstico
precoce é importante para um bom prognóstico.

2-Acompanhamento por parte do cirurgião dentista sobre o crescimento e


desenvolvimento craniofacial, afim de se eviatar anomalias no futuro.

3-Aos encarregados de educação prestarem atenção à higienização oral da criança


para evitar as perdas precoces dos dentes decíduos, pois a presença desses dentes
são importantes para a boa realização das funções como mastigação e fonação e
tambem servem de guia de erupção dos seus sucessores, auxialiando desse modo
na boa oclusão.

4- Às mães, o cuidado e um bom acompanhamento durante a gestação, pois o que


comerem, a medicação que fizerem irão reflectir-se no bebé logo a nascença ou
durante o seu crescimento, pois algumas anomalias são causadas pelo estilo de vida
da mãe durante a gestação.

5-Aos encarregados, prestar a atenção a alimentação da criança, pois a nutrição é


um factor ligado directamente ao crescimento e desenvolvimento da criança.

6- Aos profissionais, recomenda-se o interesse em adquirir cada vez mais


conhecimento sobre o crescimento e desenvolvimento craniofacial, pois só
conhecendo o normal é que saberá identificar o anormal.

7- Ao cirurgião dentista, que olhe para o paciente como um todo e não apenas
aos dentes, pois algumas patologias apresentam características que se manifestam
em outras áreas do corpo e não apenas na cavidade bucal, e avaliar de forma
individual cada paciente, porque cada caso é um caso apesar das características
comuns das patologias.

56
BIBLIOGRAFIA
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