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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget Angola


(Criada pelo decreto Nº 44-A01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências de Saúde

MONOGRAFIA

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DAS GESTANTES


ATENDIDAS NO HOSPITAL MATERNO INFANTIL MÃE
JACINTA PAULINO SOBRE AS ALTERAÇÕES BUCAIS E
TRATAMMENTO ODONTOLOGGICO NO PERÍODO DE
MARÇO Á MAIO DE 2022

Autora: Creuza victória Faienda Tito


Licenciatura: Medicina Dentária
Orientador: Mestre: Rosário Afonso

1
Viana, Dezembro de 2021

Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget Angola


(Criada pelo decreto Nº 44-A01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências de Saúde

MONOGRAFIA

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DAS GESTANTES


ATENDIDAS NO HOSPITAL MATERNO INFANTIL MÃE
JACINTA PAULINO SOBRE AS ALTERAÇÕES BUCAIS E
TRATAMMENTO ODONTOLOGGICO NO PERÍODO DE
MARÇO Á MAIO DE 2022

Creuza victória Faienda Tito


Licenciatura em Medicina Dentária

2
EPÍGRAFE

““Porque d´Ele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; Glória, pois, a Ele
etenamente. Amém ”.

Romanos 11:36

3
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus Pai Todo-Poderoso, pela vida, saúde e


inteligência, por nunca ter permitido que eu desistisse em meio a tantas dificuldades durante a
jornada estudantil, pois sem ELE e sua infinita misericórdia jamais estaria aqui;

Aos meus pais Miguel Sebastião e Belarmina Sebastião, pelo apoio, força, dedicação,
por sempre acreditarem em mim, por nunca desistirem de mim, aos meus irmãos Belmiza
Sebastião e Belmir Sebastião,
Ao meu querido e amado esposo Aniceto Matias pelo companheirismo, carinho e apoio
não medindo esforços para que eu chegasse a concluir esta etapa da nossa vida;
A minha querida e amada filha Allana Matias minha maior inspiração, pelos dias de
alegria, pelos lindos e belos sorrisos que muitas das vezes serviram de incentivo a para
continuar.
Agradecer a todos os professores do curso, pelos seus ensinamentos, rigor,

Em especial ao meu tutor Mestre. Rosário Afonso, que desde o princípio mostrou a sua
boa vontade, generosidade e disponibilidade na concretização deste trabalho.

4
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, meu guia, minha força. Aos meus pais pela educação que me foi
dada, sendo ela fundamental na formação do meu carácter. Ao meu esposo pelos anos de
dedicação, companheirismo, apoio, carinho e por mostrar-me que sou capaz de vencer todos os
obstáculos, apoiando-me incondicionalmente;

A minha querida e amada amiga que é minha confidente e conselheira de todos os


tempos Albertina Sebastiao vangui;
A grande e respeitada Dra. Marcilia cardoso amiga, companheira de todos os tempos,
pala pessoa que em minha vida por sua inteligência e determinação, pelos dias de luta e estudos
incansável;
Aos meus colegas, guerreiros de todos os tempos, que comigo estiverem nessa
expedição em busca do saber, que tornaram esta caminhada cheia de conquista;

A todos que directa ou indirectamente contribuíram para a realização desta monografia,


o meu muito obrigada.

5
DECLARAÇÃO DE AUTOR

Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da
Universidade Jean Piaget de Angola (Unipiaget) e em particular do Regulamento de Elaboração
dos Trabalhos de Fim de Curso. O trabalho é original excepto onde indicado por referência
especial no texto.

Quaisquer visões expressas são da autora e não representam, de modo nenhum as visões
da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para avaliação noutras
Instituições de Ensino Superior Nacionais ou Estrangeiras.

Mais informo que a norma seguida para a elaboração do trabalho é a Norma APA.

Assinatura: _____________________________________

Data:____/___/_____

6
RESUMO

Palavras-chave:

7
ABSTRACT

Keywords:

8
9
ÍNDICE GERAL
Epígrafe...............................................................................................................................IIII
Dedicatória...........................................................................................................................IV
Agradecimentos.....................................................................................................................V
Declaração de Autor.............................................................................................................VI
Resumo...............................................................................................................................VII
Abstract..............................................................................................................................VIII
INTRODUÇÃO....................................................................................................................1
Identificação do Problema......................................................................................................2
Objectivos do Estudo..............................................................................................................2
Importância do Estudo............................................................................................................3
Delimitação do Estudo...........................................................................................................3
Definição de Conceitos..........................................................................................................3
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA...................................4
1.1- IMPORTANCIA DA SAUDE BUCAL NA GESTAÇÃO..............................................
1.2 ALTERAÇÕES FISIOLOGICAS DO ORGANISMO MATERNO…………. ……........
1.2.1- Metabolismo de glicídios.…………………………….….………...............…............
1.2.2-Metaolismo de lipídios…………........……………………………………....................
1.2.3- Metabolismo Proteico ………………………………………......................
1.2.4-. Metabolismo hidroeletrolitico.....................................................................................
1.2.5- Metabolismo de cálcio...................................................................................................
1.2.6- Sistema cardiovascular................................................................................................
1.2.7- Sistema urinário ............................................................................................................
1.1.8- Sistema digestio..............................................................................................................
1.1.9- Sistema Hematopoiético ................................................................................................
1.3- ALTERAÇÕES BUCAIS FISIOLOGICAS DURANTE A GESTAÇÃO.....................
1.3.1- Aumento da acidez bucal …………………......................................................

1.3.2- Mobilidade dentária.............................................................................................

1.3.3 Hipossalivação / xerostomia...............................................................................................

1.3.4-- Sialorreia..........................................................................................................................

1.4- ALTERAÇÕES BUCAIS PATOLOGICAS DURANTE A GESTAÇÃO.....................

1.4.1 Carie dentária ....................................................................................................................


10
1.4.2- Gengivite gravídica ............................................................................................................

1.4.3- Granuloma gravídico...........................................................................................................

1.5- TRATAMENTOS ODONTOLOGICOS..............................................................................

1.5.1- Horário, duração das consultas e posicionamento na cadeira.............................................

1.5.2- Uso De Exames Radiológicos na gestante..........................................................................

1.5.3- Utilização de drogas em gestantes na odontologia..............................................................

1.5.3.1- Analgésicos......................................................................................................................

1.5.3.2- Anti-inflamatórios..........................................................................................................

1.5.3.3- Anestésicos locais (AL)..................................................................................................

1.5.3.4 -Antimicrobiano................................................................................................................

1.6- PREVENÇAO DURANTE A GESTAÇÃO.........................................................................


CAPÍTULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO....................................14
2.1. MODO DE INVESTIGAÇÃO......................................................................................15
2.2. HIPÓTESES..................................................................................................................15
2.3. VARIÁVEIS.................................................................................................................15
2.4. OBJECTO DE ESTUDO..............................................................................................15
2.5. INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO.....................................................................15
2.6. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO..................................15
CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS..16
3.1.Apresentação dos resultados ............................................................................................17
3.2.Análise crítica dos resultados.........................................................................................20

CONCLUSÃO....................................................................................................................33
Recomendações....................................................................................................................34
Referências Bibliográficas...................................................................................................35
Anexos/Apêndice...................................................................................................................3

11
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1-- Distribuição percentual das gestantes de acordo a faixa etária....................


Tabela 2 - Distribuição percentual das gestantes de acordo ao nível de escolaridade...
Tabela 3 Distribuição percentual das estantes de acordo a idade gestacional.............
Tabela 4- Distribuição percentual das gestantes de acordo a necessidade de ser seguida pelo
Dentista...........................................................................................................
Tabela 5 Distribuição percentual sobre o conhecimento das alterações bucais durante a
gestação......................................................................................................................
Tabela 6 Distribuição percentual sobre as dificuldades de higienizar a boca durante a
gestacional...................................................................................................................

Tabela 6.11 Distribuição percentual sobre os motivos das gestantes terem dificuldades de
higienização bucal no 1º trimestre.........................................................................

Tabela 7- Distribuição percentual do conhecimento da gestantes sobre a carie dentária

Tabela 8 - Distribuição percentual sobre o sangramento gengival na gestação durante a


escovação

Tabela 9 Distribuição percentual do nº de escovações por dia


Tabela 10- Distribuição dos meios utilizados pelas gestantes para a escovação
Tabela 11- Distribuição do conhecimento das gestantes sobre patologias bucais causarem parto
prematuro
Tabela 12- Distribuição percentual sobre a xerostomia
Tabela 13- Distribuição percentual dos procedimentos odontológicos
Tabela 14- Distribuição percentual sobre a odontalgia durante a gestação.

12
ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1-- Distribuição percentual das gestantes de acordo a faixa etária....................


Gráfico 2 - Distribuição percentual das gestantes de acordo ao nível de escolaridade
Gráfico 3 Distribuição percentual das estantes de acordo a idade gestacional
Gráfico 4- Distribuição percentual das gestantes de acordo a necessidade de ser seguida pelo
Dentista
Gráfico 5 Distribuição percentual sobre o conhecimento das alterações bucais durante a
gestação
Gráfico 6 Distribuição percentual sobre as dificuldades de higienizar a boca durante a
gestacional

Gráfico 6.1- Distribuição percentual sobre os motivos das gestantes terem dificuldades de
higienização bucal no 1º trimestre

Gráfico 7- Distribuição percentual do conhecimento da gestantes sobre a carie dentária

Gráfico 8 - Distribuição percentual sobre o sangramento gengival na gestação durante a


escovação

Gráfico 9- Distribuição percentual do nº de escovações por dia


Gráfico 10- Distribuição dos meios utilizados pelas gestantes para a escovação
Gráfico 11- Distribuição do conhecimento das gestantes sobre patologias bucais causarem
parto prematuro
Gráfico 12- Distribuição percentual sobre a xerostomia
Gráfico 13- Distribuição percentual dos procedimentos odontológicos
Gráfico 14- Distribuição percentual sobre a odontalgia durante a gestação.

13
INTRODUÇÃO

A saúde da mulher constitui um tema muito pertinente, oportuno e interessante,


principalmente no que concerne à saúde bucal durante a gravidez, sendo esse período
influenciado por múltiplos factores, desde os de natureza biológica, fisiológica, e socio-
económico.

A gravidez é um processo complexo com alterações orgânicas naturais, que envolve


mudanças fisiológicas, psicológicas e que trazem modificações para o organismo da mulher e
afectam sensivelmente a saúde da mesma sendo que impõem aos profissionais de saúde a
necessidade de conhecimento para uma abordagem diferenciada. Nele, além das mudanças
acima descritas, existem crenças e mitos envolvendo a saúde do binómio mãe-filho. Entre elas
encontra-se a atenção odontológica tida como prejudicial e contraindicado. A maioria dos
medos, embora sem suporte cientifico, contribuem para o afastamento da gestante à atenção
odontológica.

Além do que constitui um período no qual as futuras mães procuram, com frequência,
profissionais de saúde e se encontram emocionalmente mais sensíveis e envolvidas com o seu
bem-estar e de seu filho, é nessa fase em que se torna favorável a promoção e educação da
saúde bucal, pois a mulher normalmente está mais receptiva a novos conhecimentos, que
podem levar à adopção de novas e melhores práticas de saúde tanto para ela como para o bebé.
Porém, as literaturas e artigos, mostram que ainda é baixa a procura e a adesão das gestantes ao
tratamento odontológico evidenciando um problema.

A paciente grávida apresenta situações especiais de tratamento odontológico. O


cirurgião dentista não só é responsável pelo atendimento eficaz e seguro à gestante, mas
também deve preocupar-se com a segurança do feto, de modo que profissional e paciente
sintam-se tranquilos com qualquer tratamento proposto.

14
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
Atualmente, muitos profissionais da área odontológica têm demonstrado preocupação
em desmistificar a crença popular, ainda hoje bastante presente e enraizada na nossa sociedade,
de que mulheres grávidas não podem receber assistência odontológica devido a possibilidade
de prejuízos à gestante ou ao feto. Por outro lado, alguns médicos dentistas têm rejeitado tratar
pacientes grávidas devido às incertezas dos riscos que podem ocorrer e por falta de
conhecimento do assunto.

Diante ao exposto, justifica-se a realização deste estudo com o intuito de avaliar o


conhecimento das gestantes atendidas no Hospital Materno Infantil mãe Jacinta Paulino sobre
as alterações bucais e tratamento odontológico e assim ser possível criar subsídios que possam
esclarecer as dúvidas existentes e favorecer a busca ao atendimento odontológico, evitando
complicações bucais futuras.

Durante a formação académica, sempre questionou-se sobre o mito de que as gestantes


não podem receber assistência odontológica, e que tal prática seria prejudicial a ela e ao bebé.
Este dilema despertou o interesse de obter uma resposta científica sobre o assunto, e de puder
com esta monografia desmistificar tal mito e tornar clara para os profissionais da área e não,
sobre como e quando podemos prestar assistência odontológica a este tão maravilhoso grupo de
pacientes. E a escolha do tema é fruto de uma reflexão pessoal, sendo que sempre sonhei e
almejei trabalhar sobre a necessidade de atendimento odontológico humanizado as gestantes,
sendo esse período o melhor da vida de qualquer mulher, que a torna, paciente de necessidades
especial e de acompanhamento multidisciplinar.
Assim sendo, formulamos a seguinte pergunta de partida:

Qual é o conhecimento das gestantes, atendidas no Hospital Mãe Jacinta


Paulino, sobre alterações bucais e tratamento Odontológicos?

15
OBJECTIVOS DO ESTUDO

Desta maneira, delinearam-se, para esta pesquisa, os seguintes objectivos:

Objectivo geral

Avaliar o conhecimento das gestantes atendidas no Hospital Materno Infantil Mãe


Jacinta Paulino, sobre alterações bucais e tratamento odontológico de Março à Maio de 2022.

Objectivos específicos
1. Caracterizar o perfil sócio-demográfico das gestantes quanto a idade, nível de
conhecimento sobre saúde oral e nível de escolaridade;
2. Descrever os métodos de higienização utilizados pelas gestantes para manter a sua higiene
oral;
3. Descrever os resultados de conhecimento das gestantes quanto a prevenção, tratamento e
consequências das alterações bucais na gestante.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

A importância teórica desta investigação fundamenta-se na aquisição do conhecimento


sobre alterações bucais e tratamento odontológico em gestantes atendida no Hospital Materno
Infantil Mãe Jacinta Paulino.

A importância prática desta investigação é desenvolver conhecimento que contribuirá


no esclarecimento por meio de evidências científicas relacionadas ao atendimento odontológico
para gestantes, fornecendo assim, um atendimento seguro e com eficácia, e possibilitando criar
um plano de tratamento adequado para cada paciente. Sendo que a odontologia como ciência
tem sofrido diversas mudanças desde o aprimoramento de melhores técnicas de abordagem a
criação de materiais, e não só.

16
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O estudo delimitar-se-á na avaliação do conhecimento das gestantes atendidas no


Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino, sobre as alterações bucais e tratamentos
odontológicos de Abril a Maio de 2022.

DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
Odontologia: «  s. F. Estudo dos dents e das suaas doenças e,, por extensão,
dentisteria( ou Mmedicina Dentária) (DicionárioMédico, 2012, p.539) ».

Tratamento odontologico: « ».

Gestante: «  ».
Gravidez: s.f estado do útero ou da mulher

Alterações buais: « ».

17
CAPÍTULO I

FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

18
1.1 IMPORTÂNCIA DA SAÚDE BUCAL DURANTE A GESTAÇÃO

Durante toda a gestação, os dentes e gengivas da gestante precisam de cuidados especiais.


É importante que se mantenha uma higiene bucal adequada, o uso diário do fio dental,
colutórios, uma alimentação equilibrada e visitas periódicas ao dentista são medidas que
ajudam a reduzir os problemas dentários que acompanham esse período. Uma boa saúde bucal
protege a saúde da gestante, além de melhora sua qualidade de vida e tem o potencial de
reduzir a transmissão de bactérias patogênicas da mãe ao bebé.

Dessa forma, a gravidez é uma época oportuna para desmistificar algumas crenças e
preocupações sobre o tratamento odontológico, informar sobre a importância do controle do
biofilme dentário, conscientizar sobre as possíveis alterações bucais que possam ocorrer
durante a gestação e o que pode ser feito para preveni-las. É imperioso que a relação do
trinômio médico/dentista/paciente redefina os padrões de atendimento.

A atenção à saúde bucal deve ser parte integrante do cuidado pré-natal, dado o
reconhecido impacto da mesma na saúde geral. Melhorar a condição de saúde bucal
durante a gravidez pode otimizar não somente a saúde geral da mulher, mas
também contribuir na saúde do bebê. (Ogawa, et al., 2009, p.233).
As gestantes são consideradas pacientes que carecem cuidados especiais por
apresentarem maior risco de contraíres determinadas doenças, sendo assim, á que se ter em
conta um conjunto de cuidados preventivos, através de instrução e motivação da saúde oral e de
palestras durante as consultas pré-natais, de modo que as mesmas conheçam e saibam a
importância de se ter uma saúde oral antes, durante e depois da gestação. Este torna-se o
melhor momento para passar novas informações, visto que nessa época estão ávidas a receber
novos conhecimentos e receptivas às mudanças de determinados padrões que possam ter
consequências positivas sobre a saúde do bebê.

1.2 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS GURANTE A GRAVIDEZ

As alterações fisiológicas observadas na gestação são decorrentes, principalmente,


de fatores hormonais e mecânicos, e os ajustes verificados no organismo da mulher
devem ser considerados normais durante o estado gravídico, embora determinem,
por vezes, pequenos sintomas que afetam a saúde da paciente. Para que essas
modificações experimentadas pela gestante sejam mais bem compreendidas, é
conveniente distingui-las em sistêmicas e dos órgãos genitais. (Rezende, 2014,
p.128)

19
Toda mulher gestante experimenta no transcorrer da sua gravidez, uma série de alterações
multissistêmicas em seu corpo. O conhecimento dessas alterações é fundamental, visando
reconhecer quais são fisiológicas e quais são patológicas. A gestação produz uma série de
alterações no organismo materno que levam a adaptação da presença do feto no corpo materno.
O perfil metabólico da gestante está alterado em todos os aspectos, tanto o metabolismo
proteico, como o dos lípidos (gorduras), dos glicídios (açúcares) e das vitaminas etc. Esta
mudança é responsável por grande parte das alterações orgânicas que ocorrem neste período.

1.2.1 - Metabolismo de glicídios

A gravidez avançada caracteriza-se por mudanças em seu metabolismo, no que se


refere à preservação de glicose à custa da utilização dos lipídios. A liberação
excessiva de ácidos graxos também contribui na redução da utilização da glicose
materna. (Rezende, 2014, p.130)
O metabolismo da glicose é profundamente alterado pela gravidez, sendo a mesma, um
estado que pode induzir diabetes (gestacional). Ocorre fisiologicamente hipoglicemia quando
essa encontra-se em jejum e hiperinsulinêmica, ou seja, mais produção de insulina, com
objetivo de permitir concentrações mais elevadas de glicose plasmática e maior oferta de
glicose ao feto. A glicose é transferida ao feto pelo mecanismo de difusão facilitada também
conhecida por difusão mediada por carreadores, é um tipo de transporte em que não há ou não
ocorre gasto de energia.

As concentrações fetais são aproximadamente 20 mg/dl inferiores aos níveis maternos. O


feto requer glicose e aminoácidos para seu crescimento, mesmo em situações de jejum
materno. Com isso, em situações de jejum prolongado, o feto continua a extrair glicose
e aminoácidos da circulação sanguinea materna, em taxas idênticas às existentes nos
períodos de alimentação normal, constituindo assim o chamado parasitismo verdadeiro.

1.2.2 Metabolismo de lipídios

Durante a gestação, a mãe tem de adaptar o seu metabolismo para fazer frente à
contínua demanda fetal de nutrientes através da placenta, a fim de suprir o seu
desenvolvimento. O feto se beneficia dos produtos finais do metabolismo
decorrente da atividade lipolítica do tecido adiposo materno. Os corpos cetônicos
cruzam livremente a placenta e podem ser utilizados como combustível fetal ou
mesmo como substratos para a síntese de lipídios no cérebro. (Rezende, 2014
p.130)

20
Visando conservar a glicose para o consumo fetal e para o próprio sistema
nervoso materno, ocorrem ajustes no metabolismo lipídico da gestante. Há maior
mobilização da gordura corporal para produção de energia para o metabolismo materno
e, com isso, ocorre elevação dos níveis plasmáticos de ácidos graxos, triglicerídeos,
colesterol, lipoproteínas, apolipoproteínas, lipídios totais e fosfolipídios. Os níveis de
colesterol aumentam 50%, enquanto os de triglicerídeos podem triplicar.

1.2.3 Metabolismo proteico

A concentração da maioria dos aminoácidos está reduzida na gravidez. As proteínas


totais, embora aumentem em valores absolutos pela hemodiluição plasmática, têm suas
concentrações diminuídas (Rezende, 2014, p.132).

As proteínas totais, embora aumentem em valores absolutos pela hemodiluição


plasmática, têm suas concentrações diminuídas. Os aminoácidos e a energia são indispensáveis
para a síntese tecidual fetal e das estruturas maternas. A insulina estimula a síntese protéica,
pois tem o papel facilitador do transporte de aminoácidos para o interior das células. Os
níveis séricos de aminoácidos são menores durante a gestação. A hemodiluição provoca
redução das proteínas plasmáticas, principalmente albumina, facilitando o desenvolvimento
de edema.

1.2.4 Metabolismo do cálcio

O cálcio necessário para o desenvolvimento do feto é o que a mãe ingere em sua


dieta, sendo essencial a ingestão de uma dieta rica em vitaminas A, C e D,
proteínas, cálcio e fósforo, durante o primeiro e segundo trimestres de gestação,
período em que os dentes decíduos do bebê estão em formação e calcificação
(Bastiani, et al., 2010 p. 156)
Alguma gestantes e não só acreditam que o cálcio que é fornecido ao bebe durante a sua
vida intra-uterina é retirado diretamente dos dentes e osso de sua progenitora, deste forma
justifica-se então o facto de terem caries dentárias e consequentes odontalgia, o conhecimento
cientifico nos esclarece sobre a origem do cálcio, sendo que as literaturas afirmam que o
aumento do cálcio no organismo do bebe durante a vida intra-uterina se faz principalmente à
custa da maior absorção através da dieta alimentar materna, encontrado no intestino da mãe,
digerido durante a alimentação diária. Daí a importância de a gestante consumir alimentos ricos
em cálcio como amêndoas, leite de soja, frutas e vegetais. E durante a lactação, o aumento do

21
cálcio no esqueleto do bebê é obtido através do leite materno, assim como é maior a sua
reabsorção renal.

1.2.5 Alterações Hematológicas


Como resultado da síntese aumentada de estrógeno, progesterona, cortisol e
aldosterona associados com a gravidez, há retenção de água e o volume sanguíneo
aumenta em 1 a 2 litros. Ocorre também um aumento no volume de células
vermelhas na gravidez, mas o maior volume sanguíneo se deve principalmente a
um aumento na retenção de fluidos. Como consequência, o hematócrito cairá
abaixo de 35%. (Ogawa., et al,2009, p.216).
A principal das alterações hematológicas é a anemia fisiológica da gravidez. Durante a
gestação ocorre grande aumento do volume plasmático (40 a 50%) e um aumento
proporcionalmente menor da massa eritrocitária (20 a 30%). De tal forma que existe
hemodiluição, resultando na anemia gestacional. Apesar de existir aumento da massa
eritrocitária total, esse é menor do que o aumento de volume plasmático, de tal forma que existe
queda do hematócrito e queda da concentração de hemoglobina.

1.2.6 Alterações hemodinâmicas no sistema cardiovascular

As maiores alterações hemodinâmicas vistas na gravidez incluem o aumento do débito


cardíaco, do volume sanguíneo, por causa principalmente do volume plasmático, da redução
da resistência vascular periférica e da pressão sanguínea. (Rezende, 2014, p.143)

As principais alterações hemodinâmicas que ocorrem no decorrer da gravidez são


aumento da frequência cardíaca entre 10 e 15 batimentos por minuto, aumento do débito
cardíaco (com pico entre 20 e 24 semanas), aumento da pressão venosa. Esta última em função
do crescimento uterino, causando compressão dos vasos pélvicos e da veia cava inferior. Existe
queda da resistência vascular periférica, da pressão arterial queda de Como resultado da
produção do aumentada de hormônios como estrógeno, progesterona, cortisol e aldosterona
associados á gravidez, há retenção de água e o volume sanguíneo aumenta em 1 a 2 litros de
sangue. Ocorre também um aumento no volume de células vermelhas como as hemácia e
leucocitos na gravidez, portanto o maior volume sanguíneo deve-se principalmente ao aumento
na retenção de líquidos.

22
1.2.7 Sistema digestivo

O sistema gastrintestinal (esôfago, estômago, vesícula, intestino) permanece


atônico durante toda a gestação. Os fatores determinantes são hormonais, os
mesmos que relaxam a musculatura de artérias, veias e ureteres. Uma consequência
imediata é a alta incidência de pirose, combinação do relaxamento do esfíncter
gastresofágico ao aumento de pressão intra-abdominal, essa condicionada pela
presença do útero gravídico. A atonia do cólon explica a grande frequência da
constipação intestinal. A vesícula fica hipotônica, distendida, com bile viscosa e
com grande tendência de formar cálculo (Rezende, 2014, p. 148)
O trato gastrointestinal é um dos sistemas que mais apresentam alterações e acabam
gerando sintomas na maior parte das gestantes. A elevação fisiológica dos níveis de
progesterona é responsável pela lentificação do esvaziamento gástrico e do trânsito intestinal.
Surge então, nítido aumento do apetite com frequentes mudanças do paladar. A gestante passa a
gostar de sabores que nunca antes apreciou, e a não apreciar o paladar habitual dos pratos a que
estava acostumada. Ocorrem várias alterações funcionais do estômago, esôfago e intestino,
provocando distúrbios como gastrite, constipação intestinal, gases, enjoos e náuseas. A
gravidez modifica os hormônios e a topografia dos órgãos referidos acima, dando a sensação de
saciedade precocemente, refluxo gastresofágico e lentidão na digestão.

A náusea e o vômito surgem desde o inicio da gestação, atingindo o pico de intensidade


por volta de 9 semanas e melhora dos sintomas em torno de 12 semanas. A elevação da
progesterona também proporciona relaxamento do esfíncter esofagiano inferior. Isto, associado
ao aumento da pressão abdominal (decorrente do desenvolvimento da gravidez), provoca o
clássico quadro de pirose e refluxo. Existe também tendência à estase biliar e formação de
cálculos biliares.

1.2.8 Sistema urinário

Uma das mais significantes alterações do sistema urinário observadas na gravidez é


a dilatação da sua porção superior que já ocorre a partir de 7 semanas em até 90%
das gestantes e pode persistir até 6 semanas do pós-parto. Com o aumento do débito
cardíaco e a diminuição da resistência vascular sistêmica observados na gestação,
há concomitante aumento do fluxo plasmático renal e da TFG, que podem estar
aumentados, respectivamente, de 50 a 85% e 40,65%, quando comparados a valores
não gravídicos (Rezende,2014, p.143)
A  micção frequente e em pequena quantidade é um sintoma constante durante toda a
gravidez, principalmente em tempos frios. Em geral, esse sintoma atenua-se após o 3º mês de
gestação. Mesmo om o aumento da frequência de micções é importante não deixar de se
hidratara para evitar ir ao banheiro. Hidratação adequada é imprescindível para uma gestação

23
saudável. Devido às alterações anatômicas, ocorre também maior incidência de infecções
urinárias, que são caracterizadas por febre, ardor à micção, dor lombar, etc. Na presença de tais
sintomas, o médico ou o serviço de emergência deve ser comunicado.

É comum também a gestante perder urina sem perceber, principalmente nos meses finais.
Isso não é nenhum problema e não significa que se manterá no pós-parto. Exercícios e
fisioterapia ajudam a controlar o problema. Por vezes, a perda urinária é tão intensa que chega a
confundir com a rotura da bolsa das águas.

1.2.9 sistema Respiratório

As principais modificações respiratórias são: frequência respiratória sem alteração


volume-corrente e volume-minuto aumentados cerca de 30 a 40%, capacidade
residual funcional diminui 20% ,hiperventilação fisiológica dispneia (em 60 a 70%
das gestante) (Rezende, 2014, p.148)

Somente pelo fato de estar grávida ocorrerá aumento da frequência de respiratória por
minuto. Porém, com o aumento do volume abdominal decorrente do crescimento da criança é
comum a mulher apresentar sensação de “falta de ar”, principalmente no final da gravidez. Por
outro lado, com o encaixamento do bebê na pelve materna nas semanas que antecedem o parto,
essa sensação pode melhorar.

1.3-ALTERAÇÕES FISIOLOICAS BUCAIS DURANTE A GRAVIDEZ

Durante o período de gestação, podem ocorrer também alterações bucais. Tais


problemas não são diretamente atribuíveis à gravidez, mas decorrentes das mudanças
fisiológicas e de comportamento que ocorrem no curso da gestação. (Ogawa, et
al, .2009, p.216)

No entanto a gravide acarreta com sigo inúmeras alterações orais desde as fisiológicas até
as patológicas, tais como: gengivite gravídica, que é uma resposta inflamatória exagerada a
fatores irritantes locais que causam a gengivite comum; tumor ou granuloma gravídico;
agravamento de lesões de cárie; o aumento da mobilidade dentária, aumento do fluído gengival,
aumento da salivação e da profundidade da bolsa por alterações no equilíbrio hormonal; e o
aparecimento de pigmentação nas mucosas. Em torno disso, com isso surge então a crença
popular de que mulheres gestantes apresentam maior perda dental e mais cáries que aquelas que
não estão grávidas, de maneira geral, isto ocorre mais pelo descuido com a higiene oral do que
pelo fato de estar à espera de uma criança.

24
1.3.1 Aumento da acidez bucal

Não se provou, contudo, tendência para o aparecimento de cáries dentárias na gestação,


nem, tampouco, que a hiperêmese gravídica e o vômito matinal, provocando queda no pH
bucal, aumentariam o risco de cáries. (Rezende, 2014 p.148).

Existem relatos de alterações no pH da saliva (tornando-a mais ácida) como sendo um


dos fatores que predispõem ao surgimento de cárie dentária nas gestantes. Essa hiperacidez
pode ser controlada por meio de escovações regulares após as refeições, quando existe um
maior desequilíbrio no pH salivar, tendendo para a acidez. Por causa das alterações hormonais,
há diminuição do fluxo e da ação protetora da saliva. E as grávidas passam a comer um pouco
mais. Essa combinação gera um aumento da acidez na boca, o que facilita a formação de carie.

1.3.1 Mobilidade dentária

Aumento generalizado na mobilidade dentária poderá aparecer, em decorrência de


patologia periodontal pré-instalada, mudanças inflamatórias na gengiva, alterações minerais
na lâmina dura e distúrbios no ligamento periodontal. (Ogawa, et al,2009, p.216)

A mobilidade dentária resultado de doenças periodontais, pode desaparecer


espontaneamente após o parto, entretanto, mulheres com mobilidade pré-existente e não tratada
continuarão a apresentar o problema após o parto, mais com uma inflamação menos intensa
devido a baixa produção hormonal. Os hormônios sexuais femininos têm um importante papel
na progressão das alterações periodontais. Os tecidos periodontais tornam-se susceptíveis a
mudanças inflamatórias induzidas por placa dentária.

1.3.2 Hipossalivação / xerostomia

A xerostomia é definida como a sensação subjetiva de boca seca, enquanto a


hipossalivação refere-se à redução do fluxo salivar. Porém, esses sintomas nem
sempre estão presentes simultaneamente. No entanto, quando a xerostomia é
resultado da redução do fluxo salivar, significantes complicações orais podem
ocorrer, prejudicando seriamente a qualidade de vida da mulher. (Silva., et al,2007,
p.1)
Algumas gestantes reclamam de secura bucal, sendo que o fluxo salivar e a composição
da saliva podem ser alterados durante condições fisiológicas, como a gestação em decorrência
da variação hormonal que ocorre nesse período. No entanto, recomenda-se aumentar o
25
consumo de água e quando possível a utilização de pastilhas de mascar sem açúcar para
estimular a produção de saliva. Os cuidados caseiros com higiene dental, uso de dentifrício
fluorado e o controle de dieta cariogênica podem prevenir o aparecimento de lesões de cárie e
alterações gengivais, que podem surgir devido o menor fluxo salivar.

1.3.3 Sialorreia

A sialorreia é atribuída a reações vagotônicas e irritações locais que por meio do nervo
trigêmeo, estimulam a secreção da saliva pelas parótidas (Gayton., 2010, p. 2887)

Existem indícios do aparecimento de hipersecreção das glândulas salivares no início da


gravidez que normalmente cessa entre terceiro e quinto mês e geralmente coincide também
com o desaparecimento da hiperemese gravídica, ou seja, dos enjoos, regurgitações e ânsias de
vômito, bem frequentes no período gestacional, principalmente nos primeiros meses de
gravidez.

1.4 ALTERAÇOES PATOLOGICAS BUCAIS DURANTE A GESTAÇÃO

A cavidade bucal é um órgão muito vascularizados, na qual todas as mudanças


fisiológicas e imunológicas podem ter influência sobre suas estruturas bucais (língua, mucosa
jugal, gengivas, estruturas periodontais e até ao próprio dente). Alterações bucais durante a
gravidez são muito comuns, assim como problemas gengivais tendem a se agravar devido ao
aumento da placa bacteriana e a fatores nutricionais e hormonais.

1.4.1 Carie dentária

A incidência da cárie dentária não está diretamente ligada ao período gestacional,


mas, sim, a fatores como a menor capacidade estomacal, que faz com que a
gestante diminua a quantidade de ingestão de alimentos durante as refeições e
aumente sua frequência. Esta atitude resulta em um incremento de carboidratos na
dieta que, associado ao descuido com a higiene bucal, aumenta o risco de cárie.
(Panzo., 2001 p.01).
As cáries são mais comuns nesse período pois, além das mudanças hormonais, as
gestantes alteram os hábitos alimentares e têm uma maior ocorrência de vômitos. Tudo isso
pode modificar a composição da saliva e o pH da boca, deixando os dentes mais propensos ao
aparecimento da cárie.

26
1.4.2 Gengivite gravídica

A gengivite, no ciclo gestatório, assim como fora dele, é consequente ao acúmulo


da placa bacteriana na margem gengival, e se apresenta com eritema, sangramento e
intumescimento da zona afetada, bem como extremo desconforto para a paciente.
Quando essas alterações periodontais são muito intensas, podem deflagrar parto pré-termo,
o que é discutível. (Rezende 2014, p.148)
A gengiva pode passar por alterações durante a gestação, devido a uma resposta agressiva
dos tecidos moles gengivais aos fatores locais, principalmente presença de biofilme dental e
devido o aumento da vascularização da gengiva devido as alterações hormonais, sendo que o
aumento resulta do agravamento das áreas anteriormente inflamadas. Estas alterações bucais
ocorrem com maior frequência na região ântero– superior da boca do que nos dentes
posteriores e podem ser prevenidas e tratadas através de controle de biofilme, reduzindo o risco
de seu aparecimento, desta forma evitamos a possiblidade de ocorrer partos pré-maturos.

As alterações gengivais são mais aparentes a partir do segundo trimestre de gestação,


alcançando seu ponto máximo no oitavo mês, mas podem estar presentes desde o primeiro
trimestre. A gravidez não é a causa da lesão o metabolismo alterado dos tecidos na gravidez
agrava a resposta aos irritantes locais (biofilme dental).

As gestantes podem ficar mais predispostas à gengivite. Clinicamente caracteriza-se por


eritema intenso da gengiva marginal e das papilas interdentais, edema, perda de resiliência e
sangramento durante estímulos mecânicos (a escovação). Pode ocorrer aumento da
profundidade do sulco, sem perda de inserção (as chamadas falsas bolsas).

1.4.3 Granuloma gravídico

Podem acometer cerca de 10% das gestantes, sendo mais comuns a partir do
segundo trimestre da gestação. Um granuloma gravídico pode aparece em área de
processo inflamatório e de higiene bucal deficiente, depósitos de biofilme e cálculo
no dente adjacente ao mesmo. (Ogawa,.et al, 2009, p. 237).
Esses granulomas gravídicos como o nome sugere são resultantes da gravidez e
apresentam características próprias, pois em alguns casos regride espontaneamente. Se a
regressão for parcial, pode ser necessária uma plástica gengival posterior. clinicamente tem
aparência de amora devido à superfície granulosa, coloração que varia do vermelho escuro ao
azulado, sangra facilmente e é usualmente assintomático. A superfície da lesão pode estar
ulcerada, coberta por exsudato amarelado. Aparece geralmente entre as papilas gengivais dos

27
dentes ântero superiores. Tem crescimento rápido, mas geralmente não ultrapassa 2 cm de
diâmetro.

A Conduta do CD é o controle de biofilme dental com a remoção de factores causal


(irritante locais). Acompanhamento do crescimento da lesão. A remoção da lesão caso possível
e necessário dependendo muito se a mesma interferir com a função mastigatória, estética ou
higiene bucal diária, podendo ser removida ainda durante a gravidez. Caso contrário, aguardar
o parto e avaliar a necessidade de excisão.

1.5 TRATAMENTO ODONTOLOICA NA GESTANTE

Todo tratamento odontológico essencial pode ser feito durante a gravidez, incluindo
exodontia não complicadas, tratamento periodontal básico, colocação de próteses, etc.
(Andrade, 2014, p.165)

É essencial que se saiba que todos tipo de procedimento pode ser feito a gestante. O
receio por parte dos cirurgiões-dentistas em atender pacientes grávidas, muitas vezes, se
sobrepõe às necessidades de tratamento, prejudicando-as. Adiar o atendimento até o
nascimento do bebê, ao invés de resolver o problema odontológico de imediato quando
diagnosticado, pode ocasionar um dano maior em função do desenvolvimento da doença, O
conhecimento das alterações fisiológicas da gravidez e a observação de alguns cuidados
tomados durante o atendimento odontológico podem assegurar um tratamento seguro e
confortável para as gestantes.

O período ideal e mais seguro para o tratamento odontológico é durante o segundo


trimestre da gestação, isto é, entre o quarto e sexto mês. (Andrade, et al., 2012, p 01).

A gestante pode receber tratamento odontológico em qualquer fase da sua gestação,


tendo como preferência segundo as literaturas o segundo trimestre estacional pois nessa fase já
muitos dos desconfortos e incômodos (enjoos matinais, hiperemese gravídica) já tendem a
desaparecer, e a estante começa então desfrutar de sua gestação. Portanto sempre que possível,
o tratamento invasivo não emergencial deve ser adiado até o nascimento da criança, pois as
sequelas do tratamento dentário nem sempre são previsíveis.

28
É nesse contexto que se ressalta o tratamento multidisciplinar com o envolvimento
de médicos, enfermeiros, equipa de odontologia, nutricionista, fisioterapeuta,
psicólogos, entre outros, onde teremos a oportunidade de desmistificar conceitos
mitos e esclarecer dúvidas que envolvem o assunto tais como (Ogawa, et al., 2009
p.216).
A paciente grávida apresenta situações especiais de tratamento para o cirurgião dentista.
Daí a necessita de ter um acompanhamento multidisciplinar pois, o profissional não só é
responsável pelo atendimento eficaz e seguro à gestante, mas também deve preocupar-se com a
segurança do feto, de modo que profissional e paciente sintam-se tranquilos com qualquer
tratamento proposto. Durante toda a gravidez o organismo da mulher sofre inúmeras alterações
fisiológicas, anatômicas e comportamental, frutos das várias modificações hormonais, que
devem ser conhecidas e consideradas durante o tratamento odontológico. Quando a gestante é
também portadora de uma ou mais condições patológicas, os cuidados devem ser somados ao
tipo de patologia sistêmica e implicam diversas restrições, principalmente em relação aos
medicamentos prescritos.

1.5.1 Horário, duração das consultas e posicionamento na cadeira

Sempre que possível é aconselhável realizar sessões curtas, utilizar a segunda metade do
período da manhã para realizar o tratamento, pois nesse período os episódios de enjoo e
hiperemese gravídica são menos frequentes, antes de todo atendimento odontológico, aferir
sempre a pressão da gestante.

É de suma importância que a posição da gestante na cadeira seja a mais confortável


possível, permitindo que a paciente mude de posição, prevenindo-se a hipotensão postural e
síncope, deve-se evitar a posição de decúbito dorsal, a posição mais recomendada é a
semissentada ou em decúbito lateral esquerdo e por fim, mas não menos importante manter
contato com o médico ginecologista da gestante a fim de que se trabalhe de forma integrada.
(oliveira et.al, 2013).

1.5.2 Uso De Exames Radiológicos

Quanto aos efeitos do Rx na gravida, o feto pode receber até 50 mg se que sofra dano
algum, segundo national councill of radiologic protection (Andrade, 2014, p.166)

29
Aconselha-se evitar exposições desnecessárias. Embora não se tenha nada comprovado
que o radiodiagnóstico, criteriosamente indicado e corretamente realizado, determine
malefícios durante a gravidez ou em qualquer outra situação, radiografias só devem ser
solicitadas quando absolutamente indispensáveis ao diagnóstico ou à orientação terapêutica.

A quantidade de radiação absorvida (dose de segurança) não deve exceder 5 rads.


Como o feto recebe a cada radiografia dental (sem a proteção do avental de chumbo), a que a
mãe se submete, apenas 0,01 milirad, então seriam necessárias 500 mil tomadas radiográficas
para o bebê receber 5 rads.

Esta dose é 40 vezes menor do que a dosagem adquirida através de radiação doméstica
(televisão, aparelho celular, relógio, micro-ondas, etc.). A quantidade de radiação para um
exame radiográfico odontológico está muito aquém dos níveis nocivos, porém deve-se sempre
usar avental com revestimento de chumbo e protetor de tireoide porque além da proteção da
radiação, há um importante aspecto tranquilizador para a gestante e este procedimento deve ser
unificado para todas as pacientes, pois nem sempre se tem conhecimento da gravidez.

1.5.3 Utilização de drogas em gestantes na odontologia

Diante da necessidade do uso de fármacos no tratamento de patologias do fórum


odontológico de pacientes gravidas, as vantagens a serem obtidas devem claramente superar
quaisquer riscos inerentes à prescrição medicamentosa. Sendo que se houver a necessidade de
prescrever medicamentos, é conveniente que o CD troque ideia com o obstetra a respeito das
drogas mais recomendadas para o caso, caso seja necessário. O profissional não é somente
responsável pelo atendimento eficaz e seguro à gestante, como também deve se preocupar com
a segurança do feto.

1.5.3.1 Analgésicos

Tanto a dipirona quanto o paracetamol pode ser prescrito em qualquer fase de gestação,
em curto período (48 a 72 horas). Têm sido o mais utilizado e não há relatos de
teratogenicidade, porem a dipirona pode causar hipotensão postural.

1.5.3.2 Anti-inflamatórios

O ibuprofeno e o diclofenaco são permitidos nos 2 primeiros trimestres, por períodos


curtos de 48 a 72 horas. Todos são contraindicados a partir da 32ª semana gestacional, podendo
atuar sobre as prostaglandinas (PG) e com isso promover a oclusão antecipada do ducto arterial
30
e ocasionar hipertensão pulmonar primária no feto. Corticoides (betametasona ou
dexametasona): Em caso de extrema necessidade, usar em dose única de 4 mg.

(Andrade,2014)

1.5.3.3 Anestésicos locais (AL)


A escolha da solução anestésica local no tratamento odontológico de pacientes
grávidas ainda é controversa, porém deve-se utilizar um anestésico local (AL) que
proporcione a melhor anestesia à gestante, de modo a evitar dor e desconforto.
(Ebrahim., et al,2014, p.38)
Os anestésicos locais apresentam plena segurança de uso durante todo o período de
gestação, não havendo contraindicações do seu uso. A solução anestésica mais empregada é a
lidocaína a 2% com epinefrina na concentração de 1:100.000 . A presença do vasoconstritor na
solução anestésica é essencial e também não apresenta contraindicações. Estudos demonstram
que as gestantes têm sensibilidade aumentada à anestesia local e desta forma menores doses são
necessárias para se alcançarem efeitos similares. Além disso, o tempo de latência parece ser
menor e o de duração mais longo.

As soluções anestésicas para uso em gestantes devem conter um agente


vasoconstritor em sua composição, com objetivo de retardar a absorção do sal
anestésico para corrente sanguínea que leva à diminuição da sua toxicidade e
aumento do tempo de duração da anestesia (Vasconselos,2012 p 02)
Em relação às substâncias, é sabido que a lidocaína é o anestésico local mais utilizado em
todo o mundo e mais recomendado para gestante, já que não está associado a nenhum fator que
possa contraindicá-lo e a teratogenia. Recomenda-se limitar seu uso a 2 tubetes, sendo que a
dose máxima para um adulto normal, saudável, não gestante, de 60 kg é de 7 tubetes
anestésicos. A injeção acidental intravenosa da lidocaína leva à passagem da mesma pela
placenta, entretanto, a concentração é muito baixa para prejudicar o feto. Portanto, é a solução
anestésica indicada para gestantes. Vale enfatizar que os vasoconstritores estão presentes nas
soluções anestésicas locais em concentrações muito diluídas e com segurança podem ser usadas
em gestantes, desde que sejam respeitadas as recomendações em questão.

Em decorrência dos fatores aqui relatados, em relação aos anestésicos, indicamos em


gestantes Lidocaína a 2% com adrenalina 1:100000.

31
Prilocaína (Ex: Citanest, Citocaína): Há risco de metahemoglobinemia (a hemácia
torna-se incapaz de transportar oxigênio). Podem causar sinais e sintomas como:
Cianose, fraqueza, tontura, dispneia, cefaleia. Estes ocorrem 3 a 4 horas após a
administração, período em que a gestante já terá deixado o consultório. (ogawa., et
al, 2009, p. 257).

A prilocaina pouco usada no dia a dia do CD por exatamente apresentar maior toxicidade
e efeitos colaterais é contraindicado em gestantes. É importante lembrar que este episódio afeta
não apenas a mãe, mas também o feto. Caso não haja outro anestésico disponível, a prilocaína
deve ser utilizada com extrema cautela, não ultrapassando o limite máximo de 2 tubetes. Todas
as soluções contendo este sal anestésico, comercializadas, possuem em sua composição o
vasoconstritor felipressina (octapressin) que apresenta semelhança estrutural com a ocitocina,
hormônio que provoca contrações uterinas.

1.5.3.4 Antimicrobiano

Penicilinas (Penicilinas Benzatinas, Despacilina, Ampicilina, Amoxicilina): São


antibióticos considerados seguros para o uso na gestação e lactação. A única ressalva se faz
quanto à associação Amoxicilina + Ácido Clavulânico (Ex: augumetrin ou clavamox ) devido à
falta de maiores estudos.
Cefalosporinas (Keflex): Também são consideradas seguras para o uso na gravidez
Tetraciclinas: São contraindicadas no período gestacional, por induzirem a alterações da
dentição e esqueléticas no feto, quando usadas no final da gestação
Doxiciclina (Tetracilina bacteriostática): É contraindicada porque pode causar prejuízos
semelhantes as tetraciclinas. Muito indicada por CD(s) devido à sua afinidade ao tecido ósseo,
principalmente no tratamento de periodontite
Metronidazol: Não tem seu uso recomendado durante a gravidez, embora haja
controvérsias a respeito. (Andrade., 2014)

32
1.6 PREVENÇAO DURANTE A GESTAÇÃO

É exatamente por estar grávida que a mulher precisa dos cuidados do CD para que seja
mantida ou reestabelecida a sua saúde bucal. Mais uma vez reforça-se que é de extremo valor
que o CD procure uma interação com a equipe de saúde, estabelecendo contatos numa relação
de profissional para profissional.

Atenção a saúde bucal deve ser parte integrada do cuidado pré-natal dados o
reconhecido impacto da mesma na saúde geral. Melhorar a condição de saúde bucal
durante a gestação pode optimizar não somente a saúde da mulher, mas também
contribuir na saúde do bebé. ( Ogawa.,et al, 2009, p.233)
O pré-natal odontológico, termo ainda pouco utilizado no nosso cotidiano, tem como
estratégia um conjunto de acções educativas (através de educação para saúde, palestras),
preventivas e curativas, visando a saúde bucal da gestante e do bebé. Os cuidados das gestantes
com sua alimentação, hábitos saudáveis e higiene de bucal influenciam diretamente na saúde
do bebé. Há muito se tem reconhecido a importância da realização do pré-natal odontológico
para uma gravides saudável, alcançando resultados positivos para o nascimento da criança.
Durante o pré-natal odontológico, pode-se avaliar o estado de saúde da gestante, instruí-la,
promover saúde, prevenir problemas bucais e fornecer cuidados individualizado á gestante, o
que pode reduzir o potencial para o aparecimento de problemas bucais, com possíveis
repercussões por toda vida.

33
CAPÍTULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO

34
2.1- MODO DE INVESTIGAÇÃO
Trata-se de um estudo obsevacional transversal de naturesa descritiva com abordagem
qualitativa.

2.2-HIPÓTESES
Uma hipótese segundo Vaz-Freixo (2012, p. 193) “ é uma sugestão de resposta para o
problema devendo apresentar um conjunto de características que assumirá a condição de uma
predição e consistirá numa (ou mais) resposta plausível para o problema e que orientará a
investigação”. Diante da pergunta de partida formulada, nesta investigação traça-se a seguinte
hipótese:
H1- A gestante em todo seu periodo passa por imumeras alterações multissistemicas e
hormonal, tais alterações ocorem para que seu organismo se prepara para carregar o feto e
prepara-o para a amamentação.
H2- As alterações bucais decorrente na gestação, não são causadas propriamente pela
gravidez ,mas pelo factores hormonais e de habitos que a mesma vai adquirindo ao longo da
gestação
H3- As condiçoes socioeconomicas são factores que influenciam nos habitos de higiene
bucal
H4- As alterações bucais mais frequentes durante a gravide são fruto do acréscimo significativo
de hormônios no organismo materno

2.3 VARIÁVEL DE ESTUDO

 Idade
 Nível Sociodemográfico
35
 Nível De Escolaridade
 Meios De Higienização
 Frequência De Escovações Por Dia

2.4 OBJECTO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo realizado a 200 gestantes que procuravam atendimento médico durante as
consultas de retorno e pela primeira vez de CPN (Consulta Pré- Natal) no hospital Materno Infantil Mãe
Jacinta Paulino, no município de Viana. O levantamento de dados desenvolveu-se no período de Março
a Maio de 2022, após aprovação Coordenação de trabalho de fim do curso (CTFC ) da Universidade
Jean Piaget de Luanda.

O objectivo principal do estudo esta pesquisa prende-se em apresentar a totalidade conhecimento


que as gestantes têm sobre alterações bucais e tratamento odontológico, obtendo como resultado final as
respostas das perguntas levantadas sobre o esmo assunto

2.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Para este estudo foram incluídas todas as gestantes do 1º ao 3º trimestre de gestação que
ocorreram a consultas pré-natais (CPN) na unidade sanitária Materna Infantil Mãe Jacinta Paulino de
Março á Maio de 2022, e, que preencheram a ficha de inquérito em conformidade com as critérios
estabelecido.

2.6 CRITERIO DE EXCUSÃO

Para o estudo foram excluídos todos os questionários mal preenchidos e não devolvidos pelas
estantes que frequentaram as consultas Pré-natal no Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta
Paulina

2.5 INSTRUMENTO DE INESTIGAÇÃO

Elaborou-se para as participantes da pesquisa o termo de consentimento livre e Esclarecido, sendo


garantido o anonimato e o direito de desistência em qualquer fase da mesma.

Foi utilizado um questionário semiestruturado, contendo 14 questões, abordando os aspectos


socioeconômicos a idade das participantes do estudo, além do conhecimento das gestantes sobre
tratamento odontológico durante a gestação, alterações bucais na gestação e hábitos de higienização
bucal.

2.6 PROCESSAMENTO E TRATAMMENTO DA INFORMAÇÃO


36
Após a coleta a informação recolhida foi de forma manual introduzida numa base de dados no
programa Excel do pacote Office da Microsoft e estatisticamente processados com quadros elaborados
com o apoio em folhas de cálculo e apresentado assim no power point. Resultados Das 200 gestantes
avaliadas, a maioria encontrava-se na faixa etária de 20 a 30 anos, com ensino médio completo

CAPÍTULO III-
APRESENTAÇÃO ANÁLISE E CRÍTICA DOS RESULTADOS

37
3.1 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
No presente estudo, foi encontrado entre as gestantes um perfil maioritariamente jovem,
que se encontravam na faixa etaria entre 15 á 44 anos de idade, com uma media de 25-29 anos,
considerando a nossa amostra de 211 getantes.
Observou-se que a maioria das gestantes não tinha conciencia da necessidade de serem
também acompanhadas por um Odontologista durante todo o periodo. Constatou-se ainda que
grande parte das gestantes inquiridas encontram-se inseridas ou que já tivessem concluído o
ensino médio. A baixo passarems então a apresentar atravez de tabelas e gráficos os resultados
obtidos.
Tabela 1- Distribuição percentual das gestantes de acordo a faixa etária

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022


Faixa Etária Nº de Gestantes %
15- 19 44 22%
20-24 49 24,5%
25-29 51 25,5%
30-34 37 18,5%
35-44 19 9,5%
Total 200 100%

Fonte: Própria da Autora

Gráfico 1- Distribuição percentual das estantes de acordo a faixa etária

38
35-44
10% 15-19
22%
30- 34
19%

20-24
25%
25-29
26%

Fonte: Própria da Autora

Quanto a apresentação do resultado quanto ao nível de escolaridade , podemos dizer que


8,5% das gestantes frequentaram o 1º ciclo do ensino primário, 24% o 2º ciclo do ensino
primário , 45% estão a frequentar ou frequentaram o ensino médio e 22,5 frequentaram ou
frequentam o Ensino superior.

Tabela 2- Distribuição percentual das gestantes de acordo ao nível de escolaridade


Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022
Nível de Escolaridade Nº de Gestantes %
1º ciclo do ensino primário 17 8,5%
2º ciclo do ensino primário 48 24%
Ensino Médio 90 45%
Ensino Superior 45 22,5

Total 200 100%


Fonte: Própria Autora

Gráfico 2- Distribuição percentual das gestantes de acordo ao nível de escolaridade

39
1ª-5ª classe
Ens. Sup. 9%
23%
6ª-9ª
classe
24%

Ens. Médio
45%

Fonte: Propria da Autora

A tabela e grafico 3 ambos fazem refencia ao tempo de gestação em que se encontravam


as gestantes inquiridas durante a nossa investiação, onde como resultado do mesmo
constatamos que a sua maioria representando 52 % encontravam-se no 1º trimestre, 10,5 % no
2º trimestre e 37,5% encontrava-se no 3º trimestre gestacional. Desta feita, pelos resultados
apresentados é notável a aderência das gestantes ainda no primeiro trimestre da gestação as
consultas Pré- natais, o que é um facto positivo, sendo que quanto mais cedo as gestantes
começarem a frequentar as consulta melhor é, e seus benefícios refletem tanto para mãe quanto
para o feto que esta carrega.

Tabela- 3 Distribuição percentual das estantes de acordo a idade gestacional


Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022
Tempo gestacional Nº de gestantes %
1º Trimestre 104 52%

2º Trimestre 21 10,5%

3º Trimestre 75 37,5%

TOTAL 200 100%

Fonte: Propria da Autora

Gráfico 3 - Distribuição percentual das gestantes de acordo a idade gestacional

40
3º Tri
38%

1º Tri
52%

2º Tri
11%

Fonte: Propria Autora

Quando perguntadas se a gravida pode ir ao dentista a maioria respondeu sim


correspondendo 72%, ao passo que 28 % respondeu não.

Tabela 4 - Distribuição percentual das gestantes de acordo a necessidade de ser seguida pelo Dentista

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022


A gestante pode ir ao Nº de gestantes %
dentista?
Sim 144 72%
Não 56 28%
Total 200 100%
Fonte: Própria da Autora

Gráfico 4- Distribuição percentual das gestantes de acordo a necessidade de ser seguida pelo Dentista.

NÃO
28%

SIM
72%

Fonte: Própria da Autora

41
Quando perguntadas se conheciam as alterações bucais durante a gestação, a maioria
respondeu não representando 61,5% e 35,5 respondeu sim.

Tabela 5- Distribuição percentual sobre o conhecimento das alterações bucais durante a gestação.

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022


Conhece as alterações Nº de gestantes %
bucais durante a gestação?
SIM 77 35,5%
NÃO 123 61,5%
Total 200 100%
Fonte : Própria da Autora

Gráfico 5- Distribuição percentual sobre o conhecimento das alterações bucais durante a gestação

SIM
39%

NÃO
62%

Fonte: Própria da Autora

Quando perguntadas se tiveram dificuldade de higienizar a boca no primeiro trimestre, a


maioria respondeu não ter dificuldades num total de 133 equivalente a 66,5 % e 67 equivalente
a 33,5% responderam que tiveram dificuldades de higienizar a boca nos primeiro trimestre.

Tabela 6- Distribuição percentual sobre as dificuldades de higienizar a boca durante a gestacional

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022

Dificuldades de higienizar a Nº de gestantes %


boca durante a gestação
SIM 67 33,5 %

NÃO 133 66,5 %

Total 200 100

Fonte: Própria A Autora

42
Gráfico 6- Distribuição percentual sobre as dificuldades de higienizar a boca durante a gestação.

SIM
34%

NÃO
67%

Fonte: Própria da Autora

As gestantes que tiveram dificuldades alegaram os seguintes motivos :

 Náuseas------------------------ 28
 Preguiça -----------------------08
 Ferida na boca ----------------17
 Sensibilidade dentária--------14

Tabela 6.1 Distribuição percentual sobre os motivos das gestantes terem dificuldades de higienização
bucal no 1º trimestre

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022


Motivos Nº de Gestantes %
Náuseas 28 42%
Preguiça 08 12%
Ferida na boca 17 25%
Sensibilidade 14 21%
dentária
Total 67 100%
Fonte: Própria Autora

Gráfico 6.1- Distribuição percentual sobre os motivos das gestantes terem dificuldades de higienização
bucal no 1º trimestre

43
Sens. Dent.
21%

Nauseas
42%

Ferida
25%

Preguiça
12%

Fonte: Própria da Autora

Quando questionadas sobre o que é carie dentária 135 gestantes responderam que
sabiam o que era equivalente a 67,5%, e 65 gestantes o equivalente a 32,5 %responderam que
não sabiam. Com isso é notável o nível de conhecimento que as gestantes apresentaram sobre
esta patologia que tem acometido a maioria da população. Porem medidas preventivas devem
sem tomas para então reduzirmos o índice crescente dessa patologia.

Tabela 7- Distribuição percentual do conhecimento da gestantes sobre a carie dentária

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022


Sabe o que é a carie? Nº de gestantes %
SIM 135 67,5%
NÃO 65 32,5
Total 200 100%
Fonte: Própria da Autora

Gráfico 7- Distribuição percentual do conhecimento da gestantes sobre a carie dentária

44

O
33%

SIM
68%

Fonte: Própria da Autora

O quadro a seguir faz referência ao surgimento ou não da gengivite, apresentando como


primeiro sinal o sangramento, dizer ainda que a gengivite é uma patologia muito frequente
durante a gestação, pois nesse período as gengivas e mucosas orais se tornam mais sensíveis a
respostas inflamatória devido a produção de hormônio como a progesterona o estrogênio, e por
conta também das mudança de hábitos alimentares e nutricionais que ocorre nesse período.

Quando perguntadas se durante a escovação sangravam a maioria respondeu não 113


correspondendo 56,5 % e 87 respondeu que sangrava correspondendo 43,5%.

Tabela 8- Distribuição percentual sobre o sangramento gengival na gestação durante a escovação

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022

Quando escovas os dentes Nº de gestantes %


sangra?
SIM 87 56,5

NÃO 113 43,5


Total 200 100%

Fonte: Própria da Autora

Gráfico 8 - Distribuição percentual sobre o sangramento gengival na gestação durante a escovação

45
NÃO
44%

SIM
57%

Fonte: Própria da Autora

O quadro e o gráfico a seguir faz referência ao número de escovação que as gestantes


realizavam por dia, e como resultado notamos que 32,5 % escovavam 1 vez por dia, 53,5
realizava 2 escoações por dia e 14% realizava 3 escovações por dia.

Tabela 9- Distribuição percentual do nº de escovações por dia

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022


Nº de escovações por dia Nº de gestantes %
1 vez 65 32,5
2 vezes 107 53,5
3 vezes 28 14%
Total 200 100%
Fonte: Própria da Autora

Gráfico 9- Distribuição percentual do nº de escovações por dia

46
3 vezes
14%
1 vez
33%

2 vezes
54%

Fonte: Própria da Autora

A tabela e gráfico que se segue faz referência aos meios de escovação utilizados pelas
gestantes inqueridas, onde notamos o seguinte: 70% utilizavam escova e pasta de dente, 20%
escovava apenas com água, 3,5% utilizava escova pasta de ente mais enxaguante oral
(colutórios), 2,5% utilizava carvão e água, 0,5 utilizava escova limão e água, 3% utilizava
escova, sal e água e por último 0,5% utilizava escova vinagre e água.

Tabela 10- Distribuição dos meios utilizados pelas gestantes para a escovação

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022

Meios para a escovação Nº de estantes %


Escova, água e pasta de dente 140 70%
Escova e água apenas 40 20%
Escova, água, p. de dente e colutórios 07 3%
Carvão e água 05 2%
Escova limão e água 01 01%
Escova, sal e água 06 3%
Escova e vinagre 01 01%
Total 200 100%
Fonte: própria da Autora

Gráfico 10- Distribuição dos meios utilizados pelas gestantes para a escovação

47
Sal Vinagre
Carvão Limão 3% 1%
3% 1%
P.E. C
4%
Escova
apenas
20%

P.
Den-
taria
70%
Fonte: Própria da Autora

Quando perguntada sobre o facto das doenças bucais provocarem parto prematuro 70%
mais do que a metade respondeu não ter conhecimento sobre esse assunto e 30% respondeu ter.

Tabela 11- Distribuição percentual do conhecimento das gestante sobre patologias bucais causarem parto
prematuro

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022


Sabias que algumas doenças da boca Nº de Gestantes %
podem causar parto prematuro?
SIM 60 30%
NÃO 140 70%
Total 200 100%
Fonte: Própria da Autora

Gráfico11- Distribuição do conhecimento das gestantes sobre patologias bucais causarem parto prematuro

48
SIM
30%

NÃO
70%

Fonte: Própria da Autora

O quadro e o gráfico 12ambos fazem referência ao surgimento da xerostomia durante a


estação obtivemos os seguintes resultados : 52,5% respondeu não e 47,5% respondeu sim.
Tabela 12- Distribuição percentual sobre a xerostomia

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022


Sentiu ou sente a boca seca? Nº de Gestante %

SIM 95 47%

NÃO 105 53%

Total 200 100%


Fonte: Própria da Autora

Gráfico 12- Distribuição percentual sobre a xerostomia

SIM
53%

NÃO
47%

Fonte: Própria da Autora

49
O quadro e gráfico a seguir fazem referência sobre dois procedimento/ tratamentos
odontológicos entre eles a exodontia e a restauração, e quando questionadas sobre o assunto
obtivemos as seguintes respostas 64,5% responderam não aos procedimentos odontológicos
acima citados e 35,5% respondeu sim.

Tabela 13- Distribuição percentual dos procedimentos odontológicos

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022


A gestante pode extrair ou chumbar o dente? Nº de Gestantes %
SIM 71 65%
NÃO 129 35%
Total 200 100%
Fonte: Própria da Autora

Gráfico 13- Distribuição percentual dos procedimentos odontológicos

SIM
36%

NÃO
65%

Fonte: Própria da Autora

O quadro a seguir a referência da prevalência da carie nas gestantes inqueridas, quando


questionadas sobre terem sentido odontalgia durante a gestação 55% respondeu não e 45%
respondeu sim.

Tabela 14- Distribuição percentual sobre a odontalgia durante a gestação.

Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino de Abril a Maio de 2022


Tem sentido dor de dente durante a Nº de Gestantes %
Gestação?
SIM 90 55%

50
NÃO 110 45%
Total 200 100%
Fonte: Própria da Autora

14- Distribuição percentual sobre a odontalgia durante a gestação.

SIM
45%

NÃO
55%

Fonte: Própria da Autora

51
CONCLUSÃO

Embora a estação por si só não seja responsável pelas alterações bucais tanto as
fisiológicas (aumento do ph, xerostomia, sialorreia) como as patológicas (carie dentaria,
periodontite, gengivite, granuloma dravídico), é de concordância de vários autores a
necessidade do Pré natal odontológico, visando identificar, prevenir, diagnosticar e tratar
toda e qualquer patologia bucal que pode vir a prejudicar a saúde materna ou fetal.

Conhecer a fisiologia da gestação, é de sua importância para saber identificar o que é


normal e o que é patológico. É de suma importância que o CD, esteja pronto dotado de
conhecimento cientifico para acudir as necessidades emergenciais e de acompanhamento a
gestante.

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RECOMENDAÇÕES

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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