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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO

DISCIPLINA: CITOLOGIA E HISTOLOGIA VEGETAL UNEC / EAD


XILEMA
O xilema é o tecido responsável pelo transporte de água e solutos a todas as partes ve-
getais, armazenamento de nutrientes e suporte mecânico. Juntamente com o floema forma o
tecido vascular. O xilema primário se origina do procâmbio, já o secundário tem sua origem
no câmbio vascular, um meristema lateral (Figura 1 A e B).

A B

Figura 1 – Cortes histológicos evidenciando os meristemas que originam xilema primário e


secundário. A) corte longitudinal chamando a atenção para o procâmbio, em caixa vermelha e
B) Corte transversal evidenciando o câmbio vascular.
No desenvolvimento da planta surge dois tipos de xilema primário, o protoxilema, que
se desenvolve primeiro, adquirirem parede secundária lignificada precocemente e consequen-
temente apresentam diâmetro menor. E o metaxilema, que amadurece mais tarde e possui maior
diâmetro, em função da deposição de parede secundária ocorrer tardiamente (Figura 2).

Figura 2 – Corte transversal evidenciando o protoxilema e o metaxilema.

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O xilema secundário apresenta os mesmos tipos celulares básicos do sistema primário.
A diferença é que os tipos celulares do xilema primário estão organizados apenas no sistema
axial, enquanto que no secundário, além do sistema axial, ocorre também no sistema radial
(Figura 3).

Figura 3 – Corte longitudinal, demonstrando o sistema axila e radial e algumas células do tecido
do xilema.

No seu desenvolvimento completo o xilema secundário é comercialmente chamado de


madeira. O xilema secundário é um tecido complexo, formados por vários tipos celulares orga-
nizados no sistema axial, ou vertical e no sistema radial, ou denominado de horizontal. O sis-
tema axial tem sua origem nas iniciais fusiformes do câmbio. Já o sistema radial tem sua origem
nas iniciais radiais do câmbio.
Esses tecidos, xilema primário e secundário, são complexos tecido formado por elemen-
tos traqueais, células parenquimáticas e fibras e outros tipos celulares (Figura 4).

Figura 4 – Ilustração de algumas das células presentes no tecido do xilema.

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Os elementos traqueais podem ser de dois tipos, os traqueídes, que são células imperfu-
rados, encontradas na maioria dos grupos das gimnospermas. E os elementos de vaso, que apre-
sentam placas de perfuração e mais frequentes em angiospermas (Figura 4).

Figura 4 – Células do xilema, elementos de vasos e traqueídes.


Os traqueídes e os elementos de vaso na maturidade perdem seus protoplasmas, o que
os tornam aptos para o transporte de água e sais minerais (Figura 5). Os elementos de vasos
perdem a parede terminal por um processo de dissolução, o que origina a placa de perfuração
que pode ser simples, uma vez que se dissolve totalmente ou parcial levando a formação de
uma variada formação de placa de perfuração, como foraminada, reticulada, escalariforme,
mista e radiada (Figura 6).

Figura 5 – Demonstrando a ação dos elementos traqueais no transporte de água e sais minerais.

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Figura 6 – Tipos diferentes de placa de perfuração encontradas nos elementos de vaso.

Nos elementos traqueais, a deposição de parede secundária sobre a primária pode variar
em diferentes graus, o que defines padrões distintos. No desenvolvimento dos primeiros ele-
mentos traqueais de uma planta, a deposição de parede secundária ocorre na forma de anéis que
não se conectam, formando o padrão anelar ou de forma helicoidal (Figura 7), essas duas formas
são normalmente encontradas no protoxilema. Quando a deposição ocupa grande parte da pa-
rede primária, forma-se três padrões distintos, o escalariforme, o reticulado e o pontuado (Fi-
gura 7), que são padrões muito comumente encontrados no metaxilema.

Figura 7 – Resultado dos variados tipos de deposição da parede secundária.

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Após a parede secundária ter sido depositada, as células entram em processo de rompi-
mento do protoplasto e de certas partes da parede celular. Terminados os processos de diferen-
ciação, síntese e deposição de material de parede, lignificação da parede depositada, lise do
citoplasma e formação das placas de perfuração, a célula torna-se funcional em condução.
Os parênquimas, classificados em axial, associados ao crescimento vertical da planta e
radial que participam no crescimento lateral da planta (Figura 3, 8). Os dois tipos de parênqui-
mas, possuem a função de armazenamento e translocação de água e solutos a curta distância.

Figura 8 – Corte longitudinal demonstrando o parênquima axial e radial e demais célula.


O parênquima axial pode ser classificado ainda de acordo com sua localização em rela-
ção aos vasos condutores. Sendo assim, pode ser paratraqueal (Figura 9) se estiverem associa-
dos aos vasos e apotraquel se não estiverem associados

Figura 9 – Corte transversal em madeira, evidenciando o parênquima axial do tipo paratraqueal.

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O parênquima radial é composto de três tipos diferentes de células, procumbentes, qua-


dradas e eretas (Figura 10).

Figura 10 – Tipos diferentes do parênquima radial.


As fibras são células de sustentação, responsáveis pela rigidez e flexibilidade da ma-
deira, possuem forma alongada e extremidades afiladas, com maior dimensão no sentido do
eixo longitudinal da planta. As fibras se dividem em dois tipos, as libriformes e fibrotraqueídes.
Nos elementos de vasos, traqueídes e fibrotraqueídes, as pontoações areoladas presentes
nessas células podem variar quanto ao aspecto, arranjo, extensão e profundidade. Assim, quanto
ao arranjo elas podem ser classificadas em escalariforme, opostas e alternadas (Figura 11).

Figura 11 – Tipos das pontuações areoladas quanto ao arranjo.

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Anéis de crescimento
Análise de cortes transversais de troncos, a olho nu ou com auxílio de lupa pode se
observar camadas mais ou menos concêntricas ao redor da medula, denominadas de anéis de
crescimento (Figura 12). Isso se deve a atividade do câmbio vascular no decorrer de cada ano
e que são características úteis para datar a idade de uma árvore.

Figura 12 – Demonstração dos anéis anuais de crescimento. Diferenciando crescimento nas


diferentes estações do ano.
Nos anéis de crescimento é notável duas regiões distintas, a do lenho inicial ou prima-
veril e a do lenho tardio ou outonal.

Cerne e alburno
Regiões do xilema secundário que se mantém funcional, apresenta-se mais clara e é
denominada de alburno. As células do alburno com o passar do tempo se tornam inativas para
o transporte de água passando a constituir o cerne, ou lenho inativo.
O cerne pode conter óleos, resinas, gomas, compostos fenólicos, ou seja, substancias
que são frequentemente responsáveis pela coloração mais escura e que dá maior durabilidade
do cerne (Figura 13).

Figura 13 – Demonstração do cerne e alburno na madeira.

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Inclusões minerais do xilema secundário
Cristais de oxalato de cálcio podem ser encontrados nas células do parênquima axial,
nos raios, nas fibras. Esses cristais têm valor taxonômico e podem se apresentar na forma de
ráfides, drusas, estiloides, cristais aciculares, cristais prismáticos e areia cristalina (Figura 14).
A sílica pode ser observada nos raios, no parênquima axial, nos elementos de vaso e nas fibras
em forma de partículas ou grãos ou como corpo silicoso, grãos de sílica ou grãos de sílica
(Figura 15).

A B C D

Figura 14 – Demonstrando os tipos de cristais de oxalato de cálcio encontrados no parênquima


axial. A) Ráfides. B) Drusas. C) Cristais prismáticos. D) estiloides.

Figura 15 – Demonstração da formação de sílica no parênquima axial.

Estruturas secretoras
Estruturas denominadas de células oleíferas e ou mucilaginosas, podem ser encontradas
nos parênquimas radial e axial ou entre as fibras. Canais intercelulares axiais e canais interce-
lulares de origem traumática, são ductos tubulares circundados por células epiteliais que secre-
tam resinas, goma, etc. Os Laticíferos e tubos taniníferos, podem se estender-se radialmente ou
axialmente e penetrar em fibras.

Lenho
A disposição regularmente em séries horizontais e paralela dos elementos celulares do
xilema secundário é denominada de lenho estratificado.

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Os principais grupos vegetais que produzem xilema secundário ou madeira são as eudi-
cotiledôneas lenhosas e as gimnospermas.
Plantas lenhosas que se desenvolvem em áreas inclinadas ou terrenos instáveis, aplicam
grandes forças para sustentação produzindo o que chamamos de lenho de reação. Em gimnos-
perma o lenho de reação se desenvolve na região inferior à inclinação, na porção sujeita à com-
pressão, assim é denominada de lenho de compressão. Nas angiospermas o desenvolvimento
acontece na região superior da porção sujeita a tração, sendo denominada de lenho de tração
(Figura 16).

Figura 16 – Demonstrando o lenho de tração e o lenho de compressão.

APRIMORANDO CONCEITOS
Eu li, agora vou fixar.

Após a leitura, retire do texto as informações mais importantes.

Esse é o seu RESUMO das ideias principais.

PARA CONTINUAR SEUS ESTUDOS, POSTE NO ITEM “APRIMORANDO


CONCEITOS – RESUMO 4”.

BIBLIOGRAFIA
Appezzato-da-Glória, B e Carmello-Guerreiro, S.M. Anatomia Vegetal. 3a ed. Viçosa: Edi-
tora da Universidade Federal de Viçosa, UFV.404p. 2012.

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