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MÓDULO II

DEGRADAÇÃO E CONSERVAÇÃO
DO MEIO AMBIENTE

Professora: Andréa Rodrigues


Monitor: Rodrigo Lacerda
Importância da Água
 Devido ao elevado calor específico que possui, absorve
muito calor sem se aquecer em demasia, contribuindo para
amenizar o clima da terra.

 Com a densidade decrescente em temperaturas abaixo


de 4 °C, a água se dilata ao invés de contrair-se,
possibilitando a flutuação do gelo e mantendo a vida abaixo
da camada congelada.

 A tensão superficial, na interface líquido-gasoso, permite


a vida próximo à superfície.
Importância da água

 Além disso, a água representa 70% da massa do


corpo humano chegando em alguns organismos a
98%.Uma pessoa pode suportar até 28 dias sem
comer, mas apenas 3 dias sem beber água.

 Solvente universal, é nesse meio que encontram


dissolvidos sais minerais, matéria e gases
essenciais à vida.

 É também nesse meio que o homem lança os


subprodutos das suas atividades, causando a sua
degradação.
Importância da Água
 A água é essencial a vida e a
manutenção dos ecossistemas
do planeta;

 Usos da água:
 Abastecimento humano;
 Abastecimento industrial;
 Irrigação;
 Geração de energia elétrica;
 Navegação;
 Preservação da flora e da
fauna;
 Aqüicultura;
 Recreação;
 Diluição de despejos.
Usos da água
Classificação das Água
 A resolução CONAMA 357/05 e 430/11

 Água doce: Salinidade < 0,05%


 Classe Especial, Classes 1, 2, 3 e 4
 Água salobra:Salinidade entre 0,05% e 3%
 Classes 5 e 6
 Água salina: Salinidade > 3%
 Classes 7 e 8
Classificação das Água
Águas doces Principais Usos
(Classes)
I – Classe especial  Abastecimento para consumo humano, após
desinfecção
 Preservação dos ambientes aquáticos
II – Classe 1  Abastecimento após tratamento simplificado
 Recreação de contato primário
 Irrigação de hortaliças e frutas
III – Classe 2  Abastecimento para consumo humano, após
tratamento convencional
 Recreação de contato primário
 Irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de
parques, jardins, campos de esporte e lazer
 Aqüicultura e à atividade de pesca
IV – Classe 3  Abastecimento para consumo humano, após
tratamento convencional ou avançado
 Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas
 Pesca amadora
 Recreação de contato secundário
 Dessedentação de animais
V – Classe 4  Navegação e harmonia paisagística
Classificação das Água
PRINCIPAIS USOS
CLASSES Águas salobras Águas Salinas
Especial preservação dos ambientes aquáticos em unidades de preservação dos ambientes
conservação de proteção integral; preservação do aquáticos em unidades de
equilíbrio natural das comunidades aquáticas. conservação de proteção integral;
preservação do equilíbrio natural
das comunidades aquáticas.
Classe 1 recreação de contato primário, proteção das comunidades recreação de contato primário,
aquáticas; aqüicultura e à atividade de pesca; proteção das comunidades
abastecimento para consumo humano após tratamento aquáticas; aqüicultura e à atividade
convencional ou avançado; e à irrigação de hortaliças que de pesca
são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam
rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de
película, e à irrigação de parques, jardins, campos de
esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter
contato direto
Classe 2 pesca amadora; e recreação de contato secundário. pesca amadora; e recreação de
contato secundário.
Classe 3 navegação; e à harmonia paisagística. navegação; e à harmonia
paisagística.
Distribuição da Água no planeta
Toda a água Água doce Água doce acessível

Água Biota Rivers


Subterrânea 0,0001% 0,0001%
0,592%

Lagos
0,007%
Agua doce 0,014%
2.6%
Oceanos e Calotas polares
Lagos salinos e geleiras Umidade do
97,4% 1,984% solo 0,005%

Vapor de água na
atmosfera 0,001%

 Se a reserva de água no mundo tivesse apenas 100 litros,


nossa reserva utilizável de água doce seria de apenas 0,014
litros ou 2,5 colheres de chá.
Panorama Global: Escassez de Água doce

Europa
America
do Norte
Ásia

África
América
do Sul Austrália
Estresse

Alto Baixo
Distribuição da água no Brasil
 O Brasil possui cerca de 13 Norte
7%
65,5%
% da água doce disponível
no mundo. Nordeste
3,8 %
29%
Nordeste - 3,8% Norte - 65,5%
(29% pop.) (7% pop.)

6%

Centro-Oeste
Centro- 43%
16,7%
Demais regiões – 30,7% Sudeste
(64% pop.) 6,7%

Sul
7,3% 15%
O que estamos fazendo com os nossos Rios?
O que é Poluição Hídrica?

 É qualquer
alteração físicas,
químicas e/ou
biológicas na
qualidade da água
que prejudique os
organismos vivos
ou a torne
imprópria para o
consumo (Miller,
2008).
Principais fontes de poluição hídrica?

Despejos urbanos

 esgotos domésticos

 Resíduos líquidos industriais;

 Águas pluviais urbanas

Despejos rurais

 Resíduos líquidos agroindustriais

 Resíduos de atividades

agropastoris carreados pela

chuva.
Fontes potencialmente poluidoras

Água Superficial
• Esgoto doméstico;
• Efluentes industriais;
• Águas pluviais, carreando impurezas do solo ou contendo esgotos
lançados nas galerias;
• Resíduos sólidos (lixo);
• Pesticidas;
• Fertilizantes;
• Detergentes;
• Precipitação de poluentes atmosféricos (sobre o solo ou a água);
• Alteração nas margens dos mananciais, provocando carreamento do solo,
como conseqüências da erosão.
Fontes Potencialmente Poluidoras

Água subterrânea
– Infiltração de:
• esgotos a partir de sumidouros ou valas de infiltração (fossas
sépticas);
• esgotos depositados em lagoas de estabilização ou em outros
sistemas de tratamento usando disposição no solo;
• esgotos aplicados no solo em sistemas de irrigação;
• águas contendo pesticidas, fertilizantes, detergentes e poluentes
atmosféricos depositados no solo;
• outras impurezas presentes no solo;
• águas superficiais poluídas;
– Vazamento de tubulações ou depósitos subterrâneos;
– Percolação do chorume resultante de depósitos de lixo no solo;
– Resíduos de outras fontes: cemitérios, minas, depósitos de materiais
radioativos.
Fontes Potencialmente Poluidoras
Ar poluído

Sal para
remoção do
gelo de
Escoamento estradas
de mina Pesticidas e Poço de injeção de
superficial Fertilizantes resíduos tóxicos
de carvão Poço de Posto de gasolina
bombeamento
Tanque
séptico de
Lagoa de Poço para fossa
Resíduos Bombeamento
Aterrode água Vazamento de
cobertura
Derramamentos defeituosa
acidentais Tanques
Cano de subterrâneos de
esgoto Descarga solventes e
gasolina
Aquífero
confinado

Fluxo de água
subterrânea
Classificação da Poluição Hídrica
Poluição Sedimentar
Acúmulo de partículas em suspensão (solo, produtos
químicos insolúveis)
Qual a origem
Extração mineral
Desmatamentos
Erosões

O que causam
Interferem na fotossíntese
e na capacidade dos animais
encontrarem alimentos
Interferem no tratamento da
água
Poluição Química
 Substâncias tóxicas cuja presença na água não é fácil de
identificar nem de remover
 Em geral os efeitos são cumulativos e podem levar anos para
serem sentidos
 Os poluentes mais comuns das águas são:
 Fertilizantes agrícolas
 Esgotos doméstico e industrial
 Compostos orgânicos sintéticos
 Plásticos
 Petróleo
 Metais pesados
Poluição Térmica

 Diminui do tempo de vida de


algumas espécies aquáticas
 Diminui a quantidade de
oxigênio dissolvido
 Aumenta a quantidade de
gás carbônico na atmosfera
 Aumenta a velocidade das
reações entre os poluentes
presentes na água
 Altera os ciclos de
reprodução
 Potencializa a ação nociva
dos poluentes
Poluição Radioativa

 Recebimento de descargas
ricas em radioisótopos,
proveniente de acidentes
em usinas nucleares (água
de resfriamento)
Poluição bacteriana
 Presença de microorganismos patogênicos, especialmente na água potável:
 4 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável tratada;
 2,9 bilhões de pessoas vivem em áreas sem coleta ou tratamento de
esgoto.

Controle simples

Fervura da água Desinfecção

Apesar disso

250 milhões de casos de doenças (cólera, febre tifóide,


diarréia, hepatite A) são transmitidas pela água por ano

10 milhões desses casos resultam em mortes (50% são crianças)


Poluição por Matéria Orgânica
(Biológica)
 Resultante do lançamento de
esgotos domésticos e
industriais ricos em matéria
orgânica. Forma de poluição
mais presente no dia-a-dia
dos brasileiros;
 Carência do sistema de
esgotamento sanitário;
 Morte do corpo d’água  quantidade de esgotos lançada >>
capacidade de oxigenação  proliferação de bactérias 
consumo
Indicadores de Poluição
 Mat. Orgânica - DBO, DQO e OD (mg/l);

 Sólidos - SS e RS (ml/l); turbidez (unt);

 Ácidos e Álcalis - pH;

 Bactérias (coli/100 ml);

 Óleos e Gorduras - OG (mg/l);

 Nitratos - NO3 (mg/l);

 Fosfatos - PO4 (mg/l);

 Temperatura - T (°C);

 Metais (mg/l).
DBO- Demanda Bioquímica de Oxigênio

 É a quantidade de oxigênio necessária para


estabilizar a matéria orgânica;
→DBO520 (DBO5 ou DBO)
Teste padrão ⇒ Medida a 5 dias (20º C)

 Visualização da taxa de degradação do despejo ao longo do


tempo
 Visualização da taxa de consumo de oxigênio ao longo do tempo
 Critérios para dimensionamento da maioria dos sistemas de
tratamento de esgotos e legislação ambiental são baseados nesse
parâmetro
DQO- Demanda Química de Oxigênio

 Refere-se à quantidade oxigênio necessária para


estabilizar, por meio de um oxidante em meio ácido
(processo químico), a matéria orgânica.

 Algumas vantagens do teste:


 Teste é realizado em 2 a 3 horas

 Teste não afetado pela nitrificação


Carga Poluidora

 Na avaliação da poluição é necessário correlacionar a


DBO5 com a quantidade de despejo.
 Para uma mesma DBO5 quanto maior o volume ou a
vazão de lançamento maior o potencial poluidor do
despejo.
 Essa correlação é feita pela carga poluidora que
representa a quantidade de oxigênio que vai ser
requerida do corpo d’água no tempo.

DBO5 do esgoto considerado x vazão de lançamento


Carga Poluidora

 Exemplo 1

Um rio com uma vazão de 10 m3/s recebe esgoto de uma


cominidade com vazão de 300 l/s com DBO média de 200
mg/l. Qual a carga poluídora?

300 l/s x 0,2 g/l = 60 g DBO/s.

Água não poluída (20ºC e a nível do mar) = 9 mgO2/l =90000


mg/l ou 90g/s. Restará ao corpo hídrico 3mg/l de O2
insuficiente para permitir a vida normal dos peixes.
Carga Poluidora

 Se, no exemplo anterior, ao invés de 300 l/s a cidade


passar a lançar 500 l/s o rio ficará com um saldo
negativo de -1mg/l, isto é, ficará morto.

 A concentração de oxigênio será nula, mas o rio


precisará de 10 mg/l de O2 e não apenas 9mg/l. O rio
possui déficit de saturação de oxigênio.

 Por outro lado, esse mesmo esgoto lançado no rio


Amazonas (vazão de 300 milhões de litros/s) teria
efeitos totalmente desprezíveis.
Quantificação da Poluição

 É de costume relacionar a
poluição orgânica em função
da quantidade média de
detritos produzidos
diariamente por uma pessoa;

 Essa ordem de grandeza é e


chamada de EQUIVALENTE
POPULACIONAL (EP)
Equivalente Populacional para Vários Tipos
de Indústrias
Tipo de Indústria Quantidade produzida ou processada EP (hab
(hab))
/dia
Cervejaria 1.000 litros de cerveja 1.500

Curtume 1 Tonelada de peles 2.500

Matadouro 1 Tonelada de peso em pé 300

Celulose 1 Tonelada de Celulose 5.000

Usina de Álcool 1 Tonelada de cana (65 litros de álcool) 400

Granja de Galinhas 10 aves abatidas 2

Laticínios 1000 litros de leite 200

Lavanderia 1 Tonelada de roupas 700


Carga Poluidora
 Exemplo 2

O rio Tietê, ao atravessar a cidade de São Paulo, recebe uma


carga poluidora de aproximadamente 50 ton/dia. No período de
inverno, a vazão do rio pode chegar a 60 m3/s. Pergunta-se:

a) Qual o equivalente populacional dos despejos lançados no


rio?
b) Qual a carga de oxigênio final? (admitir ODinicial = 7,5 mg/l)
c) Se a carga poluidora fosse metade do que é dado qual a
carga de oxigênio final?
d) Qual o seu diagnóstico para o Tietê em ambos os casos?
Autodepuração e Eutrofização
Autodepuração

Organismos normais em
Peixes Peixes sem água limpa (truta, perca,
Peixes sem ausentes), valor ladro)
valor fungos, Comercial 8 ppm
Tipos de Organismos normais em água Comercial (carpas,
vermes de
organismos limpa (truta, perca, ladro) (carpas, esgoto, peixes
peixes bacterias agulha)
8 ppm agulha) (anaeróbias)
Oxigênio
Dissolvido
(ppm)

Demanda Zona Limpa


biológica Zona de
de oxigênio Zona de recuperação
Zona de decomposição
Zona Limpa degradação ativa
Zona de degradação

 Início  ponto de lançamento dos despejos;


 Água turva (cor acinzentada);

 Precipitação de partículas  lodo no leito do corpo d’água;

 Proliferação de bactérias (consumo de matéria orgânica);

 Redução da concentração de oxigênio dissolvido;

 Limite da 1ª zona  concentração de oxigênio atinge 40%


da concentração inicial;

 Não há odor;
Zona de decomposição ativa
 Início  oxigênio atinge valores inferiores a 40% da concentração
de saturação;
 Água  cor cinza-escura, quase negra;
 Desprendimento de gases mal cheirosos (amônia, gás sulfídrico,
etc);
 Oxigênio dissolvido  pode zerar
 Biota aeróbia é substituída por outra anaeróbia;
 Oxigênio passa a ser reposto  ar atmosférico ou fotossíntese;
 População de bactérias  decresce;
 Água começa a ficar mais clara (ainda impróprio p/ os peixes);
 Fim da 2ª zona  oxigênio elevar-se a 40% da conc. de
saturação.
Zona de recuperação

 Início  40% de oxigênio de saturação;


 Término  água saturada de oxigênio;
 Água  mais clara e límpida;
 Proliferação de algas que reoxigenam o meio;
 Amônia  oxidada a nitritos e nitratos (+ fosfatos fertilizam
o meio, favorecendo a proliferação de algas);
 Cor esverdeada intensa (alimento p/ crustáceos, larvas de
insetos, vermes, etc., que servem de alimentos p/ os
peixes);
Zona de Águas limpas

 Água  características diferentes das águas poluídas;


 Água encontra-se “eutrófica”;
 Não é limpa, devido a presença das algas (cor verde);
 Água  recuperou-se, melhorou suas capacidade de
produzir alimento protéico (piorou no quesito de
potabilidade);
 Péssimo aspecto estético;
 Grande assoreamento nas margens;
 Invasão de plantas aquáticas indesejáveis.
Eutrofização

 É fenômeno causado
pelo excesso
de nutrientes (compostos
químicos ricos
em fósforo ou nitrogênio
numa massa de água,
provocando um aumento
excessivo de algas.
Eutrofização
 É mais comum em águas paradas (lagos, lagoas represas),
pois não serem favorecidas pelas conduções de cursos d’água
como a velocidade de escoamento e turbidez;

 Problemas devido a proliferação excessiva de algas:


 Sabor e odor;
 Toxicidade;
 Turbidez e cor;
 Aderência às paredes dos reservatórios e tubulações (lodo);
 Prejuízos no tratamento da água;

 Uso de técnicas modernas para controle e correção dos


efeitos da eutroficação  alto investimento.
Como controlar a poluição?
Medidas de Controle da Poluição

 Regularização da vazão do rio


 Aumento da turbulência
 Adição de uma fonte química suplementar
 Diagnóstico ambiental
 Aplicação de uma legislação eficaz
 Tratamento de despejos
 Tratamento primário (processos físicos)
 Tratamento secundário (processos biológicos)
 Tratamento Terciário (processos químicos)
Estação de tratamento de esgotos
Sistema de lagoa de estabilização

Sistema de disposição no solo


Estação de tratamento de esgotos
Estudo de Caso: Rio Citarum

 Localizado a oeste da ilha de Java, na Indonésia.

 O Rio Citarum, antigamente servia para o sustento


de muitas pessoas que moravam nas margens dele, e
sobreviviam da venda de peixes.

 No passado, o Rio Citarum contribuía para a


formação de vilarejos que utilizavam as suas águas
para a irrigação de plantações de arroz.
Estudo de caso: Rio Citarum
Estudo de caso: Golfo do México
 O vazamento de petróleo no Golfo do México
liberava 40 mil barris de petróleo por dias.
 1barril = 159 litros.
Estudo de caso: O Rio Ganges

 Estima-se que 2.000.000 pessoas ritualmente banham-se


no rio todos os dias, que é considerado sagrado pelos
hindus.

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