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CONTROLE AMBIENTAL

Disciplina:
POLUIÇÃO AMBIENTAL
Profº Dr. Giulliano Guimarães Silva
TECNOLOGIAS APLICADAS AO ABASTECIMENTO
DE ÁGUA

Porque tratar a água


para consumo
humano?
Água
Impacto Ambiental

Conceito de poluição

A importância de água para a manutenção da vida

Quantidade Qualidade da água


de água disponível disponível

Controle da poluição
A ÁGUA NA NATUREZA
95% Água Salgada

5% Água Doce

99,7% Geleiras

0,3%
Águas Superficiais e Subterrâneas
A ÁGUA NO MUNDO
A ÁGUA DOCE NO BRASIL
92% Resto do Mundo

8% Brasil privilegiado

Amazônia (5% da população)


80%

20%
Resto do Brasil
• DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO PLANETA
Quantidade de água disponível
1000 L de água 6,15L (para consumo humano)

69 % = 4,24 L 23 % = 1,42 L 8 % = 0,49 L


Quantidade de água disponível
Nos últimos 15 anos a oferta de água limpa disponível/habitante diminuiu @ 40%.
O uso da água na agricultura deverá aumentar nos próximos anos.
Em 20 anos deverá ocorrer uma crise relacionada a disponibilidade de água.

O Brasil possui de 8 a 12 % da água


doce disponível no mundo

9,6% na região amazônica 2,4% no resto do país

Atende 5% da população Atende 95% da população

Estima-se que 50% da população brasileira não tenha acesso a água tratada.
Quantidade de água disponível

600 L por habitante 10 L por habitante


Estados Unidos: Sertão:
dia dia
Água no corpo humano
A água representa 70% da
massa do corpo humano.
Sintomas de desidratação:
Perda de 1% a 5% de água
Sede, pulso acelerado, fraqueza
Perda de 6% a 10% de água
Dor de cabeça, fala confusa, visão
turva
Perda de 11% a 12% de água
Delírio, língua inchada, morte
Uma pessoa pode suportar até 50 dias sem
comer, mas apenas 4 dias sem beber água.
Água: um recurso finito e essencial a vida!
Vias de entradas dos
contaminantes
POLUIÇÃO

A poluição de um recurso hídrico


resulta, principalmente, do
lançamento de águas oriundas de
atividades industriais, agrícolas ou
humanas.

A poluição do meio aquático pode causar alterações das


características físicas (turbidez, cor, número e tamanho
de partículas, temperatura, condutividade, viscosidade,
tensão superficial, etc), químicas (DQO, DBO, pH,
toxicidade, etc) e/ou biológicas (espécies do fitoplâncton
e do zooplâncton).
Poluição por esgoto doméstico e industrial
FORMAS DE POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS
FORMAS DE POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS

POLUIÇÃO DIFUSA:
Causada pelo escoamento de áreas urbanas ou rurais

Também pode ser causada pela deposição de impurezas


presentes na atmosfera

Dificil Controle
FORMAS DE POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS

POLUIÇÃO PONTUAL:
Causada principalmente pelo lançamentos de esgotos
domésticos e industriais

Principais PRINCIPAL FONTE DE


Poluentes:
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
•Carga Orgânica
•Nutrientes
•Sólidos Suspensos
AS PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO
DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS SÃO:

◼ Doenças de Veiculação Hídrica


◼ Consumo do O.D. nos cursos d água
◼ Eutrofização de rios e lagos
Efeitos da ação humana em ambientes aquáticos
CICLO DO SANEAMENTO

CAPTAÇÃO
RECURSOS
ADUÇÃO
HÍDRICOS RESERVAÇÃO
TRATAMENTO
ÁGUA

LANÇAMENTO
DE DISTRIBUIÇÃO
EFLUENTES

INDUSTRIA TRATAMENTO
REUSO ESGOTO COLETA
SANEAMENTO BÁSICO

• Conjunto de medidas higiênicas aplicadas


especialmente na melhoria das condições
de saúde de uma região.

– Tratamento e distribuição de água;


– Coleta, tratamento e disposição de esgotos;
– Coleta e disposição de resíduos sólidos (lixo);
– Drenagem e disposição de águas pluviais
(chuva).
SANEAMENTO

DOENÇAS DE VEICULAÇÃO
HÍDRICA
SANEAMENTO NO MUNDO E NO BRASIL

◼ A O.M.S. estima que 25 milhões de pessoas no


mundo morrem por ano em virtude em virtude
de doenças transmitidas pela água, como cólera
e diarréias.

◼ Nos países em desenvolvimento cerca de 70%


da população rural e 25% da população urbana
não dispõem de abastecimento de água potável.
SANEAMENTO NO MUNDO
REFLEXÃO
E NO BRASIL

• Pesquisas estimam que 42 mil pessoas morrem todas as


semanas, no mundo, de doenças relacionadas à qualidade
insatisfatória de água e à ausência de saneamento.

• 2,6 bilhões de pessoas no mundo sofre com a falta de


esgoto e de latrinas simples.

• A Organização das Nações Unidas estima que a falta de saneamento


resulte em 1 morte infantil a cada 20 s ou 1,6 milhões por ano.

• O Brasil ainda está longe de atingir o objetivo do Desenvolvimento do


Milênio estabelecido pela ONU, o qual prevê reduzir pela metade,
entre 1.990 e 2.015, a proporção de pessoas sem acesso a serviços
básicos de saneamento.
SANEAMENTO NO MUNDO E NO BRASIL

◼ De acordo com a O.M.S., cada US$ 1,00


investidos em saneamento economiza
US$ 5,00 em saúde
DOENÇAS RELACIONADAS AO SANEAMENTO
AMBIENTAL INADEQUADO
FORMA DE DOENÇAS
TRANSMISSÃO
Feco-oral Diarréias; Febres entéricas; Hepatite A
Dengue; Febre Amarela; Malária; Doença de
Inseto vetor chagas; Filariose linfática;
Leishmanioses (L. tegumentar; L. visceral)
Contato com a água Esquistossomose; Leptospirose
Relacionadas à Higiene Doenças dos olhos; Tracoma; Conjuntivites;
pessoal Doenças da pele; Micoses superficiais
Geo-helmintos e Helmintíases e Teníases
Teníases

FONTE: FUNASA 2000


SANEAMENTO BÁSICO NO
BRASIL REFLEXÃO

Pesquisa da Funasa (2004) constatou que 68% das


internações na rede hospitalar pública eram decorrentes de
doenças provocadas por água contaminada, cujo
atendimento apresentava um custo mensal de R$ 250
milhões ao Ministério da Saúde.

Segundo a pesquisa, aproximadamente R$ 180 bilhões


deveriam ser investidos no Brasil para melhorar a situação
do saneamento básico, garantindo para toda a população
água potável, tratamento de esgoto e coleta de lixo.

Fonte: Fundação Nacional de Saúde – FUNASA (2.004)


SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL
• Nas regiões menos privilegiadas, como o Nordeste brasileiro, “as
doenças diarréicas infectam 99% da população infantil, tendo causado
a morte de 21.700 crianças em um ano – uma a cada 24 min”;

• Há cerca de 7 milhões de pessoas portadoras de esquistossomose,


sendo que cerca de 700 morrem por ano em conseqüência da doença;

• Em pesquisa realizada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP


em 1998 e 1999, foram detectados protozoários do gênero
Criptosporidio em mananciais que abastecem a capital paulista e
cidades vizinhas. Em 17% das amostras de água tratada coletadas na
estação de tratamento de água de Guarapiranga foi encontrado o
protozoário. Na estação do Baixo Cotia, esse número chega a 50 %.
SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL

• A falta de saneamento básico atinge 47%


da população brasileira, sendo as crianças
entre 1 e 6 anos as principais vítimas;

• Ao passo atual (1,59% ao ano), a


universalização do acesso ao esgoto tratado
só acontecerá por volta do aniversário de 300
anos da independência do Brasil, em 2122;

• De acordo com a pesquisa, o nível e a


velocidade de expansão do saneamento
básico tem sido inferior a oferta de outros
serviços públicos, como rede geral de água,
coleta de lixo e eletricidade.

Centro de Políticas Sociais • Se comparado aos demais serviços


(CPS/IBRE/FGV, 2007) - pesquisa “Trata públicos, o acesso da população ao
Brasil: Saneamento e Saúde”.
saneamento básico é inferior não só na
quantidade, mas na qualidade.
Constituintes da Água

Sólidos Água Matéria em suspensão:


dissolvidos microrganismos e
colóides
ionizados

Gases Compostos
dissolvidos orgânicos
dissolvidos

Água como fonte de doenças


Tipo de Tipo de
Doença Doença
organismo organismo
Cólera Bactéria Poliomielite Vìrus
Disenteria
Disenteria Bactéria Protozoário
amebiana
Esquistossomos
Enterite Bactéria Verme
e
Febre tifóide Bactéria Ancilostomíase Verme
Hepatite
Vírus Malária Protozoário
infecciosa
Criptosporidiose Protozoário Febre Amarela Vírus
Dengue Vírus
Constituintes da Água

IMPUREZAS

CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS


FÍSICAS QUÍMICAS BIOLÓGICAS

Gases
Inorgânicos
Sólidos Seres vivos
Orgânicos
•Suspensos •Virus
•Biodegradáveis
•Colóides •Bactérias
•Refratários
•Dissolvidos •Protozoários
•Ovos de
helmintos
QUALIDADE DA ÁGUA

• Características naturais;
• Uso e ocupação do solo da bacia hidrográfica;
• Uso da água à montante do local de captação.

QUALIDADE
DESEJÁVEL DA ÁGUA
DEPENDE DO USO
PREVISTO
USOS DA ÁGUA

• Abastecimento Doméstico
• Abastecimento Industrial USOS MAIS NOBRES

• Dessedentação de Animais
• Irrigação
• Aqüicultura
• Recreação e Lazer
• Harmonia paisagística e conforto ambiental
• Geração de energia elétrica
• Navegação
• Diluição de despejos

USOS MENOS NOBRES


ÁGUA PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO = ÁGUA POTÁVEL

Microrganismos patogênicos;
Material em suspensão;
PROBLEMAS DE Matéria orgânica natural
QUALIDADE DA (substâncias húmicas);
ÁGUA Microalgas;
Cianobactérias e Toxicinas;
CONTAMINAÇÃO !
Agroquímicos;
Subprodutos Organo-halogenados;
Hormônios, antibióticos e outros
fármacos.
PROBLEMAS DE QUALIDADE DA ÁGUA

CONTAMINAÇÃO COM ORGANISMOS


PATOGÊNICOS
Principais patogênicos potencialmente presentes em
esgotos sanitários não tratados
PATOGÊNICO DOENÇA
PROTOZOÁRIOS
Entamoeba histolytica Amebíase (disenteria amebiana)
Giardia lamblia Giardíase
Balantidium coli Balandidíase (disenteria)
HELMINTOS
Ascaris lumbricoides Ascaridíase
Acylostoma duodenale Ancilostomíase
Necator americanus Necatoríase
Ancylostoma (spp.)
Strongyloides stercoralis Estrongiloidíase
Trichuris trichiura Tricuriase
Taenia (spp.) Teníase
Enterobius vermiculares
BACTÉRIA
Shigella (4 ssp.) Shigelose (disenteria)
Salmonella typhi Febre tifóide
Salnonella (~1700 spp.) Salmonelose
Vibrio colerae Cólera
Escherichia coli Gastroenterite
Yersina enterocolitica Iersinose
Leptospira (spp.) Leptospirose
VÍRUS
Enterovirus (71 tipos) Gastroenterite, anomalias no coração,
(polio, echo, Coxsackie) meningite, etc..
Hepatite A Hepatite infecciosa
Adenovirus (31 tipos) Doenças respiratórias
Rotavirus Gastroenterite
Parvovirus (2 tipos) Gastroenterite
Fonte: WATER ENVIRONMENT FEDERATION (1996)
Sobrevivência de organismos
patogênicos no solo

ORGANISMO TEMPO DE SOBREVIVÊNCIA (dia)


Coliformes 38
Estreptococos 35 a 63
Estreptococos fecais 26 a 77
Salmonellae 15 a mais de 280
Salmonella typhi 1 a 120
Bacilo de tuberculose mais de 180
Leptospira 15 a 43
Cistos de Entamoeba histolytica 6a8
Enterovirus 8 a 175
Ovos de Ascaris até 7 anos
Larva de Ancylostoma 42
Brucella abortus 30 a 125
Fonte: EPA (1992)
PROTOZOÁRIO PROTOZOÁRIO
Ameba Giardia lamblia
PROTOZOÁRIO VÍRUS
Criptosporidium Norwalk
• Vírus: parasitas obrigatórios ➢ existem 6 grupos com mais de
100 variedades

Hepatite Poliomielite
VÍRUS BACTÉRIA
Rotavírus E. coli

Figura 6 – Bactéria: E. Coli


BACTÉRIA BACTÉRIA
Salmonella Typhi Vibrio Cholerae

Figura 7 – BACTÉRIA: Salmonella Typhi Figura 8 – BACTÉRIA: Vibrio Cholerae


VÍRUS
CORONAVÍRUS
INDICADORES

Atualmente a giardíase e a criptosporidiose representam o


principal problema de saúde pública em países desenvolvidos.

Conscientização dos técnicos que atuam no setor de


saneamento e saúde pública das limitações do uso de coliformes como
indicadores.

Em regiões com incidência razoável de doenças de veiculação


hídrica, uma alternativa seria a mudança do cloro para um
desinfetante mais forte, como dióxido de cloro ou ozônio ou um
combinado, que são mais eficientes na inativação destes
microrganismos, garantindo a distribuição de uma água segura do
ponto de vista microbiológico.

Dose infectante = 1 criptosporidio/L


Dose infectante = 4 giardia/L
Criptosporídio e Giárdia
Giárdia cistos

Criptosporídio oocistos
PROBLEMAS:
- alta resistência dos oocistos à desinfecção com cloro e pela possível
passagem direta pelos filtros das ETAs, devido ao reduzido tamanho dos
oocistos (3 a 8 μm).

PREVENÇÃO:
Vários pesquisadores afirmam a importância da obtenção de baixa turbidez na
água de consumo para reduzir o risco associado aos protozoários,
considerando a facilidade dos oocistos se aderirem a compostos orgânicos e
inorgânicos que compõem a turbidez; porém, o Criptosporídio tem sido
encontrado em água tratada com turbidez de 0,19 Ut.

Somente a otimização das técnicas de tratamento de água pode reduzir esse


risco na água de consumo, juntamente com medidas adicionais de proteção
das fontes de abastecimento.
Doenças de Veiculação Hídrica
Desinfetantes utilizados no tratamento de água
Valores de CxT (dosagem x tempo de contato) de diferentes
desinfetantes para inativação de microrganismos

Microrganismo Cloro Livre Cloramina Dióxido de Ozônio


Cloro
(pH de 6 a 7) (pH de 8 a 9) (pH de 6 a 7)
(pH de 6 a 7)
E. coli 0,034 a 0,05 95 a 180 0,4 a 0,75 0,02
Poliovírus 1
1,1 a 2,5 768 a 3740 0,2 a 6,7 0,1 a 0,2
Rotavírus
0,01 a 0,05 3806 a 6476 0,2 a 2,1 0,006 a 0,06
Cisto de Giardia lamblia
47 a 150 2200a 26a 0,5 a 0,6
Cisto de Giardia muris
30 a 630 1400 7,2 a 18,5 1,8 a 2,0
Crypstosporidium parvum
7200b 7200c 78d 5 a 10e
a : inativação de 99,9 % ; b : inativação de 99 %; c: inativação de 90 % ; d : inativação de 90 % ;
e: inativação de 99 % ( temp = 25 0C)
C: dosagem do desinfetante (mg/L); T: tempo de contato (min)
Fonte: CRAUN (1996)
Criptosporídio e Giárdia

Existem dificuldades que restringem seu contínuo monitoramento nas


ETAs brasileiras:

1. A contínua quantificação de protozoários e vírus nos laboratórios das


ETAs de pequeno porte pode ser complicada, por requerer
equipamentos e pessoal especializado para essa atividade;

2. O exame de protozoários apresenta dificuldades técnicas, uma vez que


os testes para o diagnóstico de Giárdia e Criptosporídio comumente
utilizados são reconhecidos por apresentarem problemas em sua
validação metodológica.
PROBLEMAS DE QUALIDADE DA ÁGUA

CONTAMINAÇÃO COM MICROALGAS ,


CIANOBACTÉRIAS E TOXINAS
Uso Inadequado dos Recursos Hídricos
Atividades agrícolas e industriais

Urbanização desordenada e Crescimento populacional

POLUIÇÃO DOS MANANCIAIS SUPERFICIAIS

Enriquecimento artificial dos corpos d’água

Condições de temperatura, luz e velocidade de ventos

FLORAÇÕES DE DETERMINADAS ESPÉCIES


DE ALGAS E CIANOBACTÉRIAS
RESERVATÓRIOS

Receptores de descargas

Dejetos domésticos Industriais Atividades agrícolas

Alterações Físicas, Químicas e Biológicas

EUTROFIZAÇÃO
Fontes pontuais e difusas da
eutrofização
EUTROFIZAÇÃO
Fatores de influência

Fontes – Pontuais Micronutrientes pH da água


• Esgotos domésticos
• Esgotos industriais Alcalinidade da água

Disponibilidade de luz
Nutrientes
• Nitrogênio
Corpos Temperatura
• Fósforo
D’água Condições hidrológicas

Fontes - Não pontuais Morfometria do


reservatório
• Escoamento
superficial
• Transporte de solo
• Intemperização de
EUTROFIZAÇÃO
rocha
Florações de algas na Represa
Billings (Fonte: Billings 2000,
Capobianco e Whately).
Principais organismos presentes na água e suas características

Microalgas
A presença de algas e/ou cianobactérias em águas destinadas ao
consumo humano pode trazer efeitos diretos na qualidade da água,
tais como:

• aumento de matéria orgânica particulada;


• aumento de substâncias orgânicas dissolvidas que podem conferir odor
e sabor à água;
• precursores da formação de compostos organo-clorados;
• toxicidade;
• incrementar a cor da água;
• servir de substrato para o crescimento de bactérias na estação de
tratamento;
• aumento do pH e de suas flutuações diárias.
Microalgas
As algas podem causar sérios problemas operacionais nas ETAs,
podendo flotar nos decantadores e serem carreadas para os filtros,
obstruindo-os em poucas horas de funcionamento.

Quando presentes em quantidade expressiva, algumas espécies de


algas podem passar pelos filtros causando odor na água tratada, além de
possibilitar a formação de compostos organo-clorados.

Pela possibilidade de liberar toxinas na água, extremamente


perigosas ao ser humano, alguns gêneros das Cianobactérias podem
representar um perigo sério aos sistemas de abastecimento de água se as
ETAs não estiverem preparadas para inativá-las e removê-las.
Algas e seus efeitos em sistemas de tratamento de água

Gênero de Alga Problema ocasionado em ETA

Anabaena, Microcystis, Odor, interferência na


Oscillatoria coagulação e toxinas.
Chlorella Odor, coloração e persistência
no sistema de distribuição
Asterionella Odor, persistência no sistema de
distribuição e interferência na
coagulação.
Euglena Odor, corrosão em concreto e
interferência na coagulação.
Spirogyra Odor e produção de lodo,
Fonte: Di Bernardo, L. Algas e suas influências na qualidade das águas e nas
tecnologias de tratamento, 1995
Definições
cianobactérias - microorganismos procarióticos autotróficos, também
denominados como cianofíceas (algas azuis), capazes de ocorrer em
qualquer manancial superficial especialmente naqueles com elevados níveis
de nutrientes (nitrogênio e fósforo), podendo produzir toxinas com efeitos
adversos à saúde;

cianotoxinas - toxinas produzidas por cianobactérias que apresentam


efeitos adversos à saúde por ingestão oral, incluindo:

a) microcistinas - hepatotoxinas heptapeptídicas cíclicas produzidas por


cianobactérias, com efeito potente de inibição de proteínas fosfatases dos
tipos 1 e 2A e promotoras de tumores;

b) cilindrospermopsina - alcalóide guanidínico cíclico produzido por


cianobactérias, inibidor de síntese protéica, predominantemente
hepatotóxico, apresentando também efeitos citotóxicos nos rins, baço,
coração e outros órgãos; e

c) saxitoxinas - grupo de alcalóides carbamatos neurotóxicos produzido por


cianobactérias, não sulfatados (saxitoxinas) ou sulfatados (goniautoxinas e
C-toxinas) e derivados decarbamil, apresentando efeitos de inibição da
condução nervosa por bloqueio dos canais de sódio.
Cianotoxinas
Sob condições ideais as cianobactérias podem apresentar um crescimento
massivo exagerado conhecido como floração (“bloom”, em inglês).

Entre as condições propícias para que ocorra um crescimento explosivo


estão temperaturas médias acima de 25ºC, pH do meio entorno de 7,5 (de
neutro a levemente alcalino), exposição prolongada a radiação solar e
principalmente a presença em excesso de compostos nitrogenados e
fosfatados.

Este último fator está diretamente ligado a poluição, visto que, com o grande
desenvolvimento e aumento populacional das cidades modernas, a poluição
tem ocupado lugar de destaque.

Devido às atividades humanas, que produzem excessivas descargas de


esgotos domésticos e industriais, abusiva utilização de adubos químicos,
estrume e rejeitos de efluentes de agroindústrias, todos estes fatores
promovem a entrada de matéria orgânica nos lagos, rios e estuários,
gerando a eutrofização dos ambientes aquáticos. Este o principal fator para
o surgimento das florações de cianobactérias tóxicas e de algas.
Cianotoxinas
O grande problema, que gera preocupação às autoridades e gerentes das
estações de tratamento de água, é o fato de que algumas das toxinas
produzidas por cianobactérias não são facilmente removidas por processos
convencionais de tratamento de água. Existem estudos comprovando que
tais toxinas resistem até mesmo a fervura.

PROSAB 4 – REMOÇÃO DE CIANOBACTÉRIAS E CIANOTOXINAS


PROSAB 5 – REMOÇÃO DE MICROCONTAMINANTES
www.finep.gov.br
Dentre as cianotoxinas a mais estudada é a microcistina-LR. A preocupação
em âmbito mundial fez com que a Organização Mundial da Saúde (WHO) em
1998, sugerisse um valor padrão de 1,0 µg/L (1 micrograma por Litro) de
microcistina-LR (valor máximo permitido) na água utilizada para consumo
humano. Alguns países como França e o Brasil adotaram este valor como
padrão.
Cilindrospermopsinas
HEPATOTOXINAS Nodularinas

Microcistinas
Microcistina-LR
 Mais de 70 tipos de microcistinas – MCs
7 R2
6

3 X=Leucina
Z=Arginina R1
4

Ciclo (D-alanina1 - X2 - D-MeAsp3 - Z4 - Adda5 - D-glutamato6 - Mdha7)

Estrutural geral da microcistina-LR, onde X e Z representam os dois L-


aminoácidos
variáveis e R1 e R2 são os locais de possíveis metilações.
Efeitos das Cianotoxinas
Características Gerais das Cianotoxinas (Chorus e Bartram, 1.999)

Principal órgão atacado em


Gênero de Cianobactérias2
Grupo Tóxico1 animais
Peptídeos Cíclicos
Microcystis, Anabaena, Planktothrix (Oscillatoria), Nostoc,
Microcystina
Fígado Hapalosiphon, Anabaenopsis.
Nodularina Nodularia
Alcalóides
Anatoxina-a Sistema nervoso Anabaena, Planktothrix (Oscillatoria), Aphanizomenon
Anatoxina-a(S) Sistema nervoso Anabaena
Aplysiatoxina Pele Lyngbya, Schizothrix, Planktothrix (Oscillatoria),
Cylindrospermopsina Fígado, rim e sistema linfático Cylindrospermopsis, Aphanizomenon, Umezakia
Lyngbyatoxina-a Pele, trato gastrintestinal Lyngbya
Saxitoxina Sistema nervoso Anabaena, Aphanizomenon, Lyngbya, Cylindrospermopsis
Lipopolissacarídeos (LPS)
Potencialmente irritante em
Lipopolysccharides Todos
alguns tecidos expostos
1.Variações estruturais podem acontecer para cada grupo tóxico.
2. Não produzido por todas as espécies dos gêneros.
Efeitos das Cianotoxinas

Contração muscular Propagação do Impulso


Nervoso
Cianotoxinas
Fevereiro de 1996, Clínica de hemodiálise em Caruaru, pacientes
começaram a apresentar náuseas, vômitos após procedimentos nos
dialisadores. Mais de sessenta pacientes morreram.

Após investigação das autoridades de saúde, se descobriu a causa das


mortes: toxinas de cianobactérias.

A descrição de ocorrências de cianobactérias e a contaminação de ambientes


aquáticos por suas toxinas têm sido relatadas em vários países como
Austrália,
Inglaterra,
China,
África do Sul,
Alemanha,
Itália,
Argentina
e Brasil,
sendo, portanto, parte da literatura toxicológica mundial.
Ocorrência de florações tóxicas no Brasil

Florações Hepatotóxicas

Florações Neurotóxicas
Aspectos de diferentes florações
Fotos: Cianoweb e Brandão & Azevedo, 2001

Floração de Microcystis
Beijing atribuída a
em uma lagoa do Rio de Reservatório do Iraí - PR
Wayne Carmichael
Janeiro

Coloração verde Floração de Cilindrospermopsis


azulada devido às Floração de Anabaena
em um reservatório de
ficocianinas circinalis
Pernambuco
Fotos: Cyanobacterial Image Gallery
Imagens de espécies potencialmente produtoras de
toxinas

Anabaena sp. Anabaena circinalis Anabaena flos-aquae

Cylindrospermopsis raciborskii Planktothrix agardhii


Imagens de espécies potencialmente produtoras de toxinas

Radiocystis
Microcystis sp. Microcystis sp.

Microcystis aeruginosa Microcystis panniformis


Microcystis botrys
Fotos: SANT´ANNA E AZEVEDO
Em 1999 o Rio Darling, na Austrália, ficou coberto por um tapete verde
de cianobactérias, que teve como conseqüência a morte de vários
animais selvagens e também do gado.
Manancial Eutrofizado com Microcystis spp

Região Metropolitana de
São Paulo
Captação Rio Grande
(Setembro/2001)

Região Metropolitana de
São Paulo
Captação Rio Grande
(Setembro/2001)
Barreira de Contenção
Manancial Eutrofizado com Microcystis spp

células e toxinas
Região Metropolitana de
São Paulo de algas
Represa Guarapiranga
Nov. 2001
Manancial Sistema Alto Cotia da RMSP – 70 anos sem
problemas com florações algais
Curso de Água recebendo Efluente de Sistema de Tratamento de Águas
Residuárias por Lagoas de Estabilização
Palmas - TO
Palmas - TO
ESTUDOS COM CIANOBACTÉRIAS
método 5710 A e B de APHA, AWWA, WEF (1999)

Imagem da cultura de
Microcystis spp (aumento 100x)
mantida sob aeração
Imagem da cultura de
Microcystis spp (aumento 100x)
submetida à agitação manual
diária
Preparação da Água de Estudo - AE

Cultura de Microcystis spp. Diluição em água


com 1,5  107 cel/mL filtrada da ETA 2
de São Carlos

Água de estudo com 1,2105


cel/mL

ultura congelada antes da liofilização Cultura após liofilização

Material usado para preparação do extrato


de microcistinas - MCs
(Cultura de Microcystis spp. após concentração e
liofilização)
perda de
prostração
brilho dos olhos

inchaço na transpiração
região abdominal

Vista dos camundongos durante e após o teste

camundongos submetidos à
dosagem de 18 mg/kg p.c.
(imobilidade e fotofobia)
camundongos do controle (ativos) camundongos submetidos à
dosagem de 8 mg/kg p.c. (imobilidade)
prostração perda de
brilho dos olhos

inchaço na
região abdominal transpiração
Vista dos camundongos durante e após o teste T1

Inibição das proteínas Desorganização


Hemorragia
fosfatases tipo 1 e 2A do citoesqueleto
intra-hepática
dos hepatócitos

camundongos submetidos à
camundongos do controle (ativos) camundongos submetidos à dosagem de 18 mg/kg p.c.
dosagem de 8 mg/kg p.c. (imobilidade) (imobilidade e fotofobia)

Vista dos
Hepatócitos e capilares sinusoidais antescamundongos
e após a atuaçãodurante teste T2 FONTE: CARMICHAEL (1994)
de hepatotoxinas
Existe solução ou remediação para um corpo de água atingido por
floração de cianobactéria tóxica?

MONITORAMENTO: O monitoramento é um passo importante, visto


que é através deste que se identifica se é realmente floração de
cianobactérias ou de algas, e no caso de floração de cianobactérias quais
gêneros estão envolvidos e em que concentração estão ocorrendo por
mililitro (mL) de água.
IDENTIFICAÇÃO DA ALGA

CONSTATAÇÃO DA TOXICIDADE e a verificação do tipo de


CIANOTOXINA presente no meio aquático do manancial. Existem poucos
laboratórios no Brasil que fazem o monitoramento e análise de toxinas de
cianobactérias. Estes laboratórios utilizam-se de bioensaios (aceito e
recomendado pelo WHO) para comprovação do efeito tóxico das
cianotoxinas produzidas durante as florações tóxicas.
IDENTIFICAÇÃO DA CIANOTOXINA

ELIMINAÇÃO: Processos físicos-químicos ou medidas de


biodegradação e bioremediação para a remoção das toxinas.
TRATAMENTO
AÇÕES PREVENTIVAS, que podem variar desde interditar uma
área recreacional ou até mesmo impedir o uso como água potável de um
ambiente impactado por cianotoxinas.
DECISÃO
Fotos Ilustrando a Presença de Algas no Córrego do Aleixo – Execução de Ensaios de Jarteste

Expressiva quantidade de algas (incluindo cianobactérias) em


épocas de estiagem e conseqüente variação acentuada do pH, e à
necessidade de investimentos significativos para adequação da ETA
Baroni ou alteração da tecnologia de tratamento
Nova abordagem para o uso da água,
desde sua fonte até seu consumidor

Controle da Adequação do tratamento


qualidade
Sistema de distribuição

Consumido
PROBLEMAS DE QUALIDADE DA ÁGUA

CONTAMINAÇÃO COM
MICROCONTAMINANTES ORGÂNICOS -
FÁRMACOS

ÁGUAS SUPERFICIAIS e SUBTERRÂNEAS


ORIGEM DOS RESÍDUOS DE FÁRMACOS NAS
ÁGUAS

• Uso como promotores de crescimento na produção de gado;

• Uso na produção avícola;

• Uso intenso na aquicultura, como aditivos de alimento de peixes;

• Devido ao uso na cultura de peixes, alguns antibióticos como o


cloranfenicol e o oxitetraciclina são detectados em sedimentos;

• Por esterco utilizado como fertilizantes;

• Uso do lodo digestivo proveniente das ETEs na agricultura.


Medicina Veterinária Medicina Humana

FÁRMACO FÁRMACO

Excreção

Esterco Esgoto

Solo E.T.E

Água de Subsolo Águas Superficiais

FÁRMACO
FÁRMACO
Estação de Tratamento de Água
Aquicultura Indústria

FÁRMACO

FÁRMACO

E. T. Aterro
Sedimento
Efluentes Sanitário
FÁRMACO

FÁRMACO

Águas Superficiais Água de Subsolo

FÁRMACO
FÁRMACO
Estação de Tratamento de Água
CONSUMO ANUAL DE DIFERENTES CLASSES DE FÁRMACOS EM
DIFERENTES PAÍSES (t/ANO)

Composto Alemanha Áustria Dinamarca Austrália Inglaterra Itália Suíça


(2001) (1997) (1997) (1998) (2000) (2001) (2004)
Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios
AAS 836.26 78.45 0.21 20.4 - - 43.80

As 71.67 9.57 - - - - 5.30

Paracetamol 621.65 35.08 0.24 295.9 390.9 95.20

Naproxen - 4.63 - 22.8 35.07 - 1.70

Iibuprofen 344.89 6.7 0.03 14.2 162.2 1.9 25.00

Diclofenaco 85.80 6.14 - - 26.12 - 4.50

 - bloqueadores
Atenolol - - - - 28.98 22.07 3.20

Metroprolol 92.97 2.44 - - - - 3.20

Antilipêmicos
Genfibrazol - - - 20 - - 0.399

Benzafibrato - 4.47 - - - 7.60 0.757

Neuroativos
Carbamazepam 87.60 6.33 - 9.97 40.35 - 4.40

Diazepam - - - 0.21 - - 0.051


Fent et al, 2006
SUBSTÂNCIAS DETECTADAS NOS EUA EM ÁGUAS
SUPERFICIAIS

• Antibióticos: como tetraciclinas


(oxitetraciclina, tetraciclina e clorotetraciclina),

• Sulfonamidas
(sulfadimetoxina, sulfametazina, e sulfametoxazol),

• Macrolídeos
(roxitromicina, claritromicina),

• Fluoroquinolonas
(ciprofloxacina, norfloxacina),

• Lincomicina, trimetoprim e tilosina.

Kolpin et al., 2002


CONCENTRAÇÕES MÉDIAS DE FÁRMACOS
DETECTADOS NO MEIO AMBIENTE
Concentrações
Classe das
Substâncias
Substâncias
médias Condições Referência
no ambiente

Ácido
Analgésico 0,22μg/L Efluente de ETE/Alemanha Ternes, 1998
Acetilsalicílico
Ternes, 1998
Stumpf et al,1999
Maior metabólico de 3
Ácido Clofibrico 0,02 a 0,03 μg/L Água superficial/Brasil Winkler et al, 2001
antilipêmicos Weigel et al, 2002
Buser et al, 1998

Betaxolol β-bloqueador 0,057 μg/L Efluente de ETE/Alemanha Ternes, 1998

Ternes et al, 2001


Diazepam Droga Psiquiátrica 0,53 μg/L Água superficial/Alemanha Ternes et al, 2001

Stumpf et al,1999
Ternes, 1998
Ternes, 1998
Diclofenaco Antiinflamatório 0,02 a 0,06 μg/L Água superficial/Brasil Buser et al, 1998a
Buser et al, 1998a
Weigel et al, 2002

Kolpin et at, 2002


Eritromicina Antibiótico 0,1 μg/L Água natural/EUA Hirsach et al, 1999
Hirsach et al, 1999

Ternes et al, 1999a


0,09 – 0,16 μg/L Água natural/EUA Ternes et al, 1999a
17β-Estradiol Hormônio 2 - 12 Naturalmente excretado por Ternes et al, 1999a
Kolpin et at, 2002
μg/mulher/dia uma mulher por dia
Belfroid et al, 1999
ÁGUA SUPERFICIAL X RESÍDUOS ETEs

Presença de fármacos residuais em águas


superficiais pode ser um indicativo de
contaminação por esgoto das ETEs.

São freqüentemente detectados nos


efluentes e em águas naturais. Motivo:
remoção incompleta na passagem pela
ETE.

Stumpf et al.1999 apud Bila e Dezotti, 2002


FÁRMACOS NAS ETE’s

• Pode ser biodegradável


Mineralizado a gás carbônico e água. Ex.:
o ácido acetilsalicílico;

• Passar por algum processo metabólico


ou ser degradado parcialmente.
Ex.: penicilinas;

• Pode ser persistente.


Ex.: Como o clofibrato (antilipêmicos).

Richardson et al, 1985 Richardson et al.41


EFEITOS

• Pode apresentar efeitos adversos em organismos aquáticos e


terrestres;
• Alguns dos efeitos podem ser observados em concentrações na
ordem de ng/L. (Jorgensen et al, 2000);
• Pouco é conhecido sobre o destino e o comportamento dessas
substâncias no ambiente aquático, assim como não está claro quais
organismos são afetados e em que grau;
• desenvolvimento de bactérias resistentes (favorecido por baixas
concentrações);
• Miranda et al (1998) detectaram a incidência de resistência
microbiana em uma espécie de Aeromonas a antibióticos tais como,
cloranfenicol, trimetropim, sulfametoxazol e tetraciclina, entre
outros.
EFEITOS

• Investigações recentes indicam a existência de substâncias


chamadas de Perturbadores Endócrinos que causam
alterações no sistema hormonal de humanos e animais.
• Estrogênios naturais e contraceptivos estão no grupo destas
substâncias.

Câncer de mama
Câncer testicular
Dose
Possível relação Câncer de próstrata
+
Ovários Policísticos
Exposição
Redução da fertilidade masculina
PESQUISA
• O desenvolvimento da resistência bacteriana
aos antibióticos;
• Avaliações de perturbações no sistema
endócrino por substâncias como os estrogênios;

• Ocorrência de fármacos residuais em águas superficiais e de


subsolo para determinar os efeitos tóxicos desses fármacos no
meio ambiente.
• Remoção destes microcontaminantes de águas superficiais e
subterrâneas (Prosab 5), visando o abastecimento público.
CARACTERÍSTICAS DAS ÁGUAS
REPRESAS– SÃO PAULO
REPRESA DO SISTEMA CANTAREIRA – SÃO PAULO
ITUVERAVA- SP
MANANCIAL CONTENDO TEOR DE
CLORETOS DE 700 mg/L - CEARÁ
Foto de Satélite – Rio Negro e Solimões - Manaus
LAGO CHAPÉU D’UVAS – JUIZ DE FORA – MG
LAGO DAS ETAs JOÃO PENIDO E CASTELO BRANCO–
JUIZ DE FORA – MINAS GERAIS
RIO PIRACICABA - AMERICANA
RIO JAGUARI - AMERICANA
RIO SUCURIÚ - MS
RIO SINU – MONTERIA-COLÔMBIA
MANANCIAL DE SERRA
MANANCIAL DE SERRA
RIO ITAPANHAU– BERTIOGA (SP)

COR VERDADEIRA ~ 400 uH


RIO GUANDÚ - RJ
Ribeirão do Feijão (São Carlos-SP) em épocas de
estiagem e de ocorrência de chuvas
Mananciais Eutrofizados – Lago Iraí
(Curitiba-PR)

Floração de anabena e
mycrocistis (vai e volta)
Não pode ser captação
superficial da água em lagos !!
PALMAS - TO

Coelastrum reticulatum var. cubanum 1000x

FITOPLANCTON <15
ind./mL termotolerantes > 1000 NMP/100mL
Coliformes
Ferro no limite - 0,3 mg/L
Aumento de helmintos e ovos
Captação Serra do Santana – Rio Grande do Norte
Captação Médio Oeste – Rio Grande do Norte
Rio Atibaia - Americana - SP
Rio Atibaia - Americana - SP
PORTO NACIONAL- TO
PARÂMETROS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
(PARÂMETROS SANITÁRIOS):

• Os parâmetros de qualidade das águas indicam


diretamente ou indiretamente as suas
características físicas, químicas e biológicas.

• Tais parâmetros podem ser utilizados para


caracterizar águas de abastecimentos, águas
residuais, ou mananciais e corpos receptores.
CARACTERÍSTICAS DAS ÁGUAS
Características Biológicas

As características biológicas das águas são determinadas


por meio de exames bacteriológicos e hidrobiológicos.

• Exame hidrobiológico: visa identificar e quantificar as


espécies de organismos presentes na água. Em geral estes
organismos são microscópicos, sendo comumente
denominados plâncton, destacando-se os seguintes grupos:
algas, protozoários, rotíferos, crustáceos, vermes e larvas
de insetos.

• Exames bacteriológicos: os coliformes têm sido


utilizados como indicadores de poluição recente de fezes e,
eventualmente, de contaminação.
Parâmetros Biológicos: Coliformes

• As bactérias do grupo coliformes apresentam em


grande quantidade nas fezes humanas (cerca de 1/3
a 1/5 do peso).

• Está presente também nas fezes dos animais de


sangue quente.

• Apresentam resistência aproximadamente similiar


as bactérias patogênicas.

• As técnicas para a sua detecção são rápidas e


baratas.
Características Físicas e Organolépticas

Turbidez
• ocasionada pela presença de partículas em suspensão e em
estado coloidal, as quais podem apresentar uma ampla faixa
de tamanhos;

• pode ser causada por uma grande variedade de materiais,


incluindo partículas de areia e argila, microrganismos e
bolhas de ar finamente divididas;

• quanto menor a turbidez da água produzida na ETA, mas


eficiente a desinfecção da mesma;

•Não traz inconvenientes sanitários diretamente, porém pode


estar associado a sólidos suspensos servindo de abrigo para
microorganismos patogênicos.
Características Físicas e Organolépticas
Turbidez
Águas que apresentam mesma turbidez podem conter partículas de
tamanhos diferentes e em quantidades diferentes, concorrendo para
alterar as condições da coagulação, devendo-se tomar cuidados
adicionais quando se comparam águas de diferentes mananciais.

TAMANHO DAS PARTÍCULAS (m )


Turbidez

• representa o grau de interferência da


passagem de luz na água, conferindo-
lhe uma aparência turva.

• principais constituintes responsáveis


pela turbidez são:

– São considerados de origem natural:


partículas de rochas, argila, algas e
microorganismos.
– Os de origem antropogênica são:
despejos domésticos, industriais, erosões
ou microorganismos.
• O parâmetro turbidez é utilizado com freqüência para
caracterizar águas consideradas brutas ou tratadas, com a
finalidade de controle da operação das estações de
tratamento de água.

• A água distribuída deve ter turbidez menor que 1 uT,


sendo recomendada turbidez inferior a 0,5 uT na saída dos
filtros da ETA (Portaria 518).

CURIOSIDADES
•Água com turbidez igual a 10 uT se apresenta
ligieramente nebulosa.
•Com turbidez superior a 100 uT a água é completamente
turva.
Características Físicas e Organolépticas

COR VERDADEIRA,
ocorre devido somente às substâncias dissolvidas na água.
– Substâncias húmicas: decomposição da matéria orgânica
– Presença de ferro e manganês

COR APARENTE,
Está associada à cor verdadeira e aos sólidos suspensos na
água

A Cor da água pode não representar riscos diretos à saúde,


mas pode-se questionar a sua confiabilidade.
Riscos indiretos?
• As moléculas da matéria orgânica dissolvida na
água, podem servir de suporte para
microorganismos.

• A cloração da água contendo MOD pode gerar


subprodutos potencialmente cancerígenos;

• Cor verdadeira da água maior que 5 uH podem


representar risco em potencial à saúde humana
Características Físicas e Organolépticas

Condutividade Elétrica
A condutividade elétrica depende da quantidade de sais dissolvidos
na água, sendo aproximadamente proporcional à sua quantidade. A
determinação da condutividade elétrica permite estimar de modo
rápido a quantidade de sólidos totais dissolvidos (STD) presentes na
água. Para valores elevados de STD, aumenta a solubilidade dos
precipitados de alumínio e de ferro, o que influi na cinética da
coagulação.

Temperatura
A temperatura influi nas reações de hidrólise do coagulante, na
eficiência da desinfecção, na solubilidade dos gases, na sensação de
sabor e odor e, em especial, no desempenho das unidades de mistura
rápida, floculação, decantação e filtração. Por isso, é importante
conhecer a variação de temperatura na água a ser tratada.
Características Físicas e Organolépticas

Potencial Zeta
A medida do potencial zeta, ou potencial eletrocinético, corresponde à
determinação da carga eletrostática superficial de pequenas partículas
sólidas dispersas em água (colóide). A maioria dos colóides na natureza
têm carga negativa, e a magnitude dessa carga determina a estabilidade
do colóide

Sabor e Odor
Normalmente, decorrem de matéria excretada por algumas espécies de
algas e de substâncias dissolvidas, como gases, fenóis, clorofenóis e, em
alguns casos, do lançamento de despejos nos cursos de água.

A remoção destas substâncias geralmente requer aeração, além da


aplicação de um oxidante e de carvão ativado para a adsorção dos
compostos causadores de odor e sabor.
Características Químicas
Do ponto de vista sanitário, as características químicas das águas
são de grande importância, pois a presença de alguns elementos ou
compostos químicos na água bruta pode inviabilizar o uso de certas
tecnologias de tratamento e exigir tratamentos específicos.
pH
O pH é utilizado para expressar a acidez de uma solução. Trata-se de
um parâmetro importante principalmente nas etapas de coagulação,
filtração, desinfecção e controle da corrosão.

Alcalinidade
A alcalinidade pode ser entendida como a capacidade da água
neutralizar ácidos.
A alcalinidade influi consideravelmente na coagulação química, uma
vez que os principais coagulantes primários comumente utilizados no
Brasil - sulfato de alumínio e cloreto férrico - atuam como ácidos
dipróticos em solução. Se a alcalinidade da água for baixa, a
coagulação poderá requerer a adição de um alcalinizante para ajuste
do pH, mas, se por outro lado a alcalinidade e pH forem
relativamente altos, é provável que o sulfato de alumínio não seja
indicado.
Características Químicas
Ferro e Manganês

Geralmente, nas águas, o ferro solúvel está associado a bicarbonatos


e cloretos; a presença de ferro não costuma causar problemas ao ser
humano, porém, quando oxidado, traz inconvenientes sérios, com
formação do precipitado, provocando manchas em sanitários e
roupas e favorecendo o crescimento da bactéria Chrenotrix.
Dificilmente há ocorrência de sais de ferro com concentração elevada
em águas superficiais bem aeradas.

O manganês acarreta problemas semelhantes aos do ferro, porém, é


mais difícil de ser removido, pois a formação do precipitado (MnO2)
ocorre em valores de pH relativamente altos, em geral superior a 8, o
que pode dificultar a coagulação.
Características Químicas
Compostos Orgânicos
Os constituintes orgânicos nas águas têm três origens principais:

• substâncias orgânicas naturais: as substâncias húmicas,


microrganismos e seus metabólitos e hidrocarbonetos aromáticos;

• reações que ocorrem nas ETAs: algumas substâncias orgânicas


podem agir como precursores da formação de trihalometanos e
outros compostos organo-halogenados durante a desinfecção, se o
cloro livre for utilizado;
• atividades antrópicas: lançamento de águas residuárias sanitárias
ou industriais, tratados ou não, do escoamento superficial urbano ou
rural e do escoamento subsuperficial em solos contaminados.

Parâmetros de controle de compostos orgânicos


• carbono orgânico total (COT) fornece uma idéia da composição
orgânica global da água;

• halogenado orgânico total (HOT) indica a presença de compostos


orgânicos halogenados;
Características Químicas
Compostos Orgânicos
No Brasil, estima-se a existência de mais de 300 princípios
ativos de agrotóxicos e mais de 4000 produtos comerciais.
Indústrias dos mais diversos ramos fazem uso de alguns
compostos que, dependendo da concentração, podem ser
extremamente maléficos ao ser humano. Os danos podem ir desde
pequenas irritações nos olhos e nariz a problemas cancerígenos,
alterações no número de cromossomos, danos a órgãos como
rins, fígado e pulmões, depressão, problemas cardíacos, danos
cerebrais, neurite periférica, retardamento na ação neurotóxica,
atrofia testicular, esterelidade masculina, cistite hemorrática,
diabetes transitórias, hipertermia, teratogênese, mutagênese,
diminuição das defesas orgânicas e alterações da pele.

Em áreas sujeitas a contaminação por compostos orgânicos


prejudiciais à saúde humana, deve ser previsto o emprego de
carvão ativado. O projeto da captação deve evitar a água de
superfície e o arrasto de lodo do fundo do manancial, o qual pode
apresentar concentração elevada de compostos orgânicos
indesejáveis.
Características Radiológicas

A liberação da radioatividade pode provir de três


formas: radiação alfa, radiação beta e radiação gama, sendo a
primeira a que mais causa danos ao ser humano se presente
na água ingerida.

Com base na ocorrência em águas de abastecimento,


os isótopos que merecem atenção especial são o rádio 226 e
228, urânio 238 e 232, chumbo 210 e polônio 210.

Os problemas principalmente relacionados a esses


elementos são os efeitos teratogênicos, mutagênicos e
somáticos, incluindo carcinogênese.

Águas de superfície e subterrâneas podem apresentar


pequena quantidade de radioatividade natural proveniente de
rochas e minerais.
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Qualidade das Águas de Abastecimento Público

CONAMA 357 PORTARIA


Padrão 1 Padrão 2
NBR -12216 Consolidação

Análises e exames Anexo XX

Amostragem ETA Análises e exames


Captação
População
ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS


BIOLÓGICAS FÍSICAS QUÍMICAS RADIOLÓGICAS

RESOLUÇÃO CONAMA N. 357 DE 2005

TRATAMENTO

CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS


BIOLÓGICAS FÍSICAS QUÍMICAS RADIOLÓGICAS

PADRÃO DE POTABILIDADE (PORTARIA POTABILIDADE)


Portaria 357 do CONAMA de março 2005
As águas doces são classificadas em classes I, II, III e IV, salobras e
salinas, estabelecendo os valores máximos dos parâmetros de qualidade
para cada classe das águas doces.

Torna obrigatória a determinação de parâmetros de qualidade incluindo


compostos orgânicos complexos, muitas vezes inexeqüível em algumas
regiões do Brasil, tendo em vista a falta de recursos humanos, materiais
e financeiros por que passam muitos órgãos federais, estaduais e
municipais. No total, são mais de setenta parâmetros de qualidade
exigidos, alguns medidos somente em laboratórios altamente
especializados, razão pela qual pode ser difícil o cumprimento desta
resolução, embora deva-se reconhecer que houve um grande avanço em
relação a Portaria n. 20 de 1986, também do CONAMA, especialmente
com relação à supressão do tipo de tratamento em função da
classificação da água, limitação da turbidez e de coliformes totais, etc, e
à inclusão de alguns parâmetros importantíssimos como a concentração
de clorofila a e da densidade de cianobactérias.
a) Classes de Águas
Águas Doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 %;
Águas Salobras: águas com salinidade superior a 0,5 % e inferior a 30 %;
Águas Salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30 %;

b) Classificação das Águas Doces


Classe especial: águas destinadas ao abastecimento para consumo
humano, com desinfecção, à preservação do equilíbrio natural das
comunidades aquáticas e à preservação dos ambientes aquáticos em
unidades de conservação de proteção integral.

Classe 1: águas que podem ser destinadas a) ao abastecimento para


consumo humano, após tratamento simplificado, à proteção das
comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, tais como
natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA 274,
de 2000, à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas
que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem
remoção de película e à proteção das comunidades aquáticas em Terras
Indígenas.
Classe 2: águas que podem ser destinadas ao abastecimento para
consumo humano, após tratamento convencional, à proteção das
comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, tais como
natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA 274,
de 2000, à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques,
jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter
contato direto e à aqüicultura e à atividade de pesca.

Classe 3: águas que podem ser destinadas ao abastecimento para


consumo humano, após tratamento convencional ou avançado, à
irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras, à pesca
amadora, à recreação de contato secundário e à dessedentação de
animais.

Classe 4: águas que podem ser destinadas à navegação e à harmonia


paisagística.
As águas doces de classe 1 observarão as seguintes condições e
padrões:

I - Condições de qualidade de água:

a) não verificação de efeito tóxico crônico a organismos, de acordo com os


critérios estabelecidos pelo órgão ambiental competente, ou, na sua
ausência, por instituições nacionais ou internacionais renomadas,
comprovado pela realização de ensaio ecotoxicológico padronizado ou
outro método cientificamente reconhecido;

b) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente


ausentes;

c) óleos e graxas: virtualmente ausentes;

d) substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes;

e) corantes provenientes de fontes antrópicas: virtualmente ausentes;

f) resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes;


g) coliformes termotolerantes: para o uso de recreação de contato
primário deverão ser obedecidos os padrões de qualidade de
balneabilidade, previstos na Resolução CONAMA no 274, de 2000. Para
os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 200 coliformes
termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais, de pelo menos 6
amostras, coletadas durante o período de um ano, com freqüência
bimestral. A E. Coli poderá ser determinada em substituição ao
parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites
estabelecidos pelo órgão ambiental competente;

h) DBO5 dias a 20°C até 3 mg/L O2;

i) OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/L O2;

j) turbidez até 40 unidades nefelométrica de turbidez (uT);

l) cor verdadeira: nível de cor natural do corpo de água em mg Pt/L;

m) pH: 6,0 a 9,0.


II - Padrões de qualidade de água da água de classe I
Padrões de Qualidade da Água de Classe 1 – Algas e Parâmetros Inorgânicos

Parâmetro Valor Máximo


Clorofila a 10 (µg/L)
Densidade de Cianobactérias 20 000 (cel/mL) ou 2 mm3/L
Sólidos Totais Dissolvidos 500 mg/L
Alumínio Dissolvido 0,1 mg Al/L
Antimônio 0,005mg Sb/L
Arsênio total 0,01 mg As/L
Bário total 0,7 mg Ba/L
Berílio total 0,04 mg Be/L
Boro total 0,5 mg B/L
Cádmio total 0,001 mg Cd/L
Chumbo total 0,01mg Pb/L
Cianeto livre 0,005 mg CN/L
Cloreto total 250 mg Cl-/Ll
Cloro residual total (combinado + livre) 0,01 mg Cl/L
Cobalto total 0,05 mg Co/L
Cobre dissolvido 0,009 mg Cu/L
Cromo total 0,05 mg Cr/L
Ferro dissolvido 0,3 mg Fe/L
Fluoreto total 1,4 mg F/L
Fósforo total (ambiente lêntico) 0,020 mg P/L
Fósforo total (ambiente intermediário, com tempo de 0,025 mg P/L
residência entre 2 e 40 dias, e tributários diretos de
ambiente lêntico)
Fósforo total (ambiente lótico e tributários de 0,1 mg P/L
ambientes intermediários)
Lítio total 2,5 mg Li/L
Manganês total 0,1 mg Mn/L
Mercúrio total 0,0002 mg Hg/L
Níquel total 0,025 mg Ni/Li
Nitrato 10,0 mg N/L
Nitrito 1,0 mg N/L
Nitrogênio amoniacal total 3,7mg N/L (pH<7,5)
2,0 mg N/L (7,5<pH<8,0)
1,0 mg N/L (8,0<pH<8,5)
0,5 mg N/ (pH>8,5)
Prata total 0,01 mg Ag/L
Selênio total 0,01 mg Se/L
Sulfato total 250 mg SO4/L
Sulfeto (H2S não dissociado) 0,002 mg S/L
Urânio total 0,02 mg U/L
Vanádio total 0,1 mg V/L
Zinco total 0,18 mg Zn/L
II - Padrões de qualidade de água da água de classe I
Padrões de Qualidade da Água de Classe 1 – Parâmetros Orgânicos
Parâmetro Valor Máximo
Acrilamida 0,5 µg/L
Alacloro 20 µg/L
Aldrin + Dieldrin 0,005 µg/L
Atrazina 2 µg/L
Benzeno 0,005 mg/L
Benzidina 0,001 µg/L
Benzo(a)antraceno 0,05 µg/L
Benzo(a)pireno 0,05 µg/L
Benzo(b)fluoranteno 0,05 µg/L
Benzo(k)fluoranteno 0,05 µg/L
Carbaril 0,02 µg/L
Clordano (cis + trans) 0,04 µg/L
2-Clorofenol 0,1 µg/L
Criseno 0,05 µg/L
2,4–D 4,0 µg/L
Demeton (Demeton-O + Demeton-S) 0,1 µg/L
Dibenzo(a,h)antraceno 0,05 µg/L
Dibenzo(a,h)antraceno 0,01 µg/L
1,1-Dicloroeteno 0,003 mg/L
2,4-Diclorofenol 0,3 µg/L
Diclorometano 0,02 mg/L
DDT (p,p’-DDT + p,p’-DDE + p,p’-DDD) 0,002 µg/L
Dodecacloro pentaciclodecano 0,001 µg/L
Endossulfan (a + ƒÒ + sulfato) 0,056 µg/L
Endrin 0,004 µg/L
Estireno 0,02 mg/L
Etilbenzeno 90,0 µg/L
Fenóis totais (substâncias que reagem com 4-aminoantipirina) 0,003 mg C6H5OH/L
Glifosato 65 µg/L
Gution 0,005 µg/L
Heptacloro epóxido + Heptacloro 0,01 µg/L
Hexaclorobenzeno 0,0065 µg/L
Indeno(1,2,3-cd)pireno 0,05 µg/L
Lindano (g-HCH) 0,02 µg/L
Malation 0,1 µg/L
Metolacloro 10 µg/L
Metoxicloro 0,03 µg/L
Paration 0,04 µg/L
PCBs - Bifenilas policloradas 0,001 µg/L
Pentaclorofenol 0,009 mg/L
Simazina 2,0 µg/L
Substâncias tensoativas que reagem com o azul de metileno 0,5 mg LAS /L
2,4,5–T 2,0 µg/L
Tetracloreto de carbono 0,002 mg/L
Tetracloroeteno 0,01 mg/L
Tolueno 2,0 µg/L
Toxafeno 0,01 µg/L
Toxafeno 10,0 µg/L
Tributilestanho 0,063 µg TBT/L
Triclorobenzeno (1,2,3-TCB + 1,2,4-TCB) 0,02 mg/L
Tricloroeteno 0,03 mg/L
2,4,6-Triclorofenol 0,01 mg/L
Trifluralina 0,2 µg/L
Xileno 300 µg/L
Aplicam-se às águas doces de classe 2 as condições e
padrões da classe 1, à exceção do seguinte:

a) não será permitida a presença de corantes provenientes de fontes


antrópicas que não sejam removíveis por processo de coagulação,
sedimentação e filtração convencionais;

b) coliformes termotolerantes: para uso de recreação de contato primário


deverá ser obedecida a Resolução CONAMA 274, de 2000. Para os
demais usos, não deverá ser excedido um limite de 1.000 coliformes
termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6
(seis) amostras coletadas durante o período de um ano, com freqüência
bimestral. A E. coli poderá ser determinada em substituição ao
parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites
estabelecidos pelo órgão ambiental competente;
c) cor verdadeira: até 75 mg Pt/L;

d) turbidez: até 100 uT;

e) DBO5 dias a 20°C até 5 mg/L O2;

f) OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/L O2;

g) clorofila a: até 30 ug/L;

h) densidade de cianobactérias: até 50000 cel/mL ou 5 mm3/L; e,

i) fósforo total: até 0,030 mg/L, em ambientes lênticos e até 0,050 mg/L,
em ambientes intermediários, com tempo de residência entre 2 e 40
dias, e tributários diretos de ambiente lêntico.
As águas doces de classe 3 observarão as seguintes
condições e padrões:
I - Condições de qualidade de água

a) não verificação de efeito tóxico agudo a organismos, de acordo com os


critérios estabelecidos pelo órgão ambiental competente, ou, na sua
ausência, por instituições nacionais ou internacionais renomadas,
comprovado pela realização de ensaio ecotoxicológico padronizado ou
outro método cientificamente reconhecido;

b) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente


ausentes;

c) óleos e graxas: virtualmente ausentes;

d) substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes;


e) não será permitida a presença de corantes provenientes de fontes
antrópicas que não sejam removíveis por processo de coagulação,
sedimentação e filtração convencionais;

f) resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes;

g) coliformes termotolerantes: para o uso de recreação de contato


secundário não deverá ser excedido um limite de 2500 coliformes
termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6
amostras, coletadas durante o período de um ano, com freqüência
bimestral. Para dessedentação de animais criados confinados não deverá
ser excedido o limite de 1000 coliformes termotolerantes por 100
mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras, coletadas durante
o período de um ano, com freqüência bimestral. Para os demais usos,
não deverá ser excedido um limite de 4000 coliformes termotolerantes
por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras coletadas
durante o período de um ano, com periodicidade bimestral. A E. Coli
poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliformes
termotolerantes de acordo com limites estabelecidos pelo órgão
ambiental competente;
h) cianobactérias para dessedentação de animais: os valores de
densidade de cianobactérias não deverão exceder 50.000 cel/ml, ou
5mm3/L;

i) DBO5 dias a 20°C até 10 mg/L O2;

j) OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg/L O2;

l) turbidez até 100 uT;

m) cor verdadeira: até 75 mg Pt/L; e,

n) pH: 6,0 a 9,0.


Padrões de qualidade de água da água de classe III
Padrões de Qualidade da Água de Classe 3 – Algas e Parâmetros Inorgânicos
Parâmetro Valor Máximo
Clorofila a 60 (µg/L)
Densidade de Cianobactérias 100 000 (cel/mL) ou 10 mm3/L
Sólidos Totais Dissolvidos 500 mg/L
Alumínio Dissolvido 0,2 mg Al/L
Arsênio total 0,033 mg As/L
Bário total 1,0 mg Ba/L
Berílio total 0,1 mg Be/L
Boro total 0,75 mg B/L
Cádmio total 0,01 mg Cd/L
Chumbo total 0,033mg Pb/L
Cianeto livre 0,022 mg CN/L Tratamento
Cloreto total 250 mg Cl-/Ll
Cobalto total 0,2 mg Co/L convencional
Cobre dissolvido 0,013 mg Cu/L
Cromo total 0,05 mg Cr/L não trata!!!
Ferro dissolvido 5,0 mg Fe/L
Fluoreto total 1,4 mg F/L
Fósforo total (ambiente lêntico) 0,05 mg P/L Flocos irão
Fósforo total (ambiente intermediário, com tempo de 0,075 mg P/L
residência entre 2 e 40 dias, e tributários diretos de flotar e
ambiente lêntico)
Fósforo total (ambiente lótico e tributários de ambientes 0,15 mg P/L colmatar os
intermediários)
Lítio total 2,5 mg Li/L filtros
Manganês total 0,5 mg Mn/L
Mercúrio total 0,002 mg Hg/L rapidamente
Níquel total 0,025 mg Ni/Li
Nitrato 10,0 mg N/L
Nitrito 1,0 mg N/L
Nitrogênio amoniacal total 13,3mg N/L (pH<7,5)
5,6 mg N/L (7,5<pH<8,0)
2,2 mg N/L (8,0<pH<8,5)
1,0 mg N/ (pH>8,5)
Prata total
Selênio total 0,05 mg Ag/L
Sulfato total 0,05 mg Se/L
Sulfeto (H2S não dissociado) 250 mg SO4/L
Urânio total 0,3 mg S/L
Vanádio total 0,02 mg U/L
Zinco total 0,1 mg V/L
5 mg Zn/L
As águas doces de classe 4 observarão as
seguintes condições e padrões:
a) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente
ausentes;

b) odor e aspecto: não objetáveis;

c) óleos e graxas: toleram-se iridescências;

d) substâncias facilmente sedimentáveis que contribuam para o


assoreamento de canais;

de navegação: virtualmente ausentes;

e) fenóis totais (substâncias que reagem com 4 - aminoantipirina) até 1,0


mg/L de C6H5OH;

f) OD, superior a 2,0 mg/L O2 em qualquer amostra; e,

g) pH: 6,0 a 9,0.


Classificação das Águas Segundo a NBR-12.216
(ABNT, 1992)
Característica Tipo de Água
A B C D
DBO5
-média (mg/L) <1,5 1,5 a 2,5 2,5 a 4,0 >4,0
-máxima (mg/L) 3,0 4,0 6,0 >6,0
Coliformes totais
-média mensal (NMP/100mL) 50 a 100 100 a 5000 5000 a 20000 >20000
-máximo (NMP/100mL) >100(*) >5000(**) >20000(***) -
pH 5a9 5a9 5a9 3,8 a 10,3
Cloretos (mg/L) <50 50 a 250 250 a 600 >600
Fluoretos (mg/L) <1,5 1,5 a 3,0 >3,0 -
(*) em menos de 5% das amostras examinadas
(**) em menos de 20% das amostras examinadas
(***) em menos de 5 % das amostras examinadas
Classificação das Águas Segundo a NBR-12 216
(ABNT, 1992)

Tipo A: águas superficiais ou subterrâneas provenientes de bacias


sanitariamente protegidas e que atendem ao padrão de
potabilidade, sendo requerido apenas desinfecção e correção de
pH.

Tipo B: águas superficiais ou subterrâneas provenientes de bacias


não protegidas e que atende ao padrão de potabilidade por meio
de tecnologia de tratamento que não exija coagulação química.

Tipo C: águas superficiais provenientes de bacias não protegidas e


que exijam tecnologias com coagulação para atender ao padrão de
potabilidade.

Tipo D: águas superficiais de bacias não protegidas, sujeitas à


poluição, e que requerem tratamentos especiais para atender ao
padrão de potabilidade.
Independentemente da qualidade da água bruta, uma
Estação de Tratamento de Água deve produzir,
consistentemente água tratada que atenda ao
Padrão de Potabilidade !

PADRÃO DE POTABILIDADE - BRASIL


1976 - Portaria BsB 56: foram fixados dois valores, o valor
máximo permitido-VMP e o valor máximo desejável–VMD
de diversas características da água tratada destinada ao
consumo humano; nessa portaria, o VMP da cor e da
turbidez eram iguais a, respectivamente, 20 uH e 5 uT.
1990 – Portaria 36/GM: o Ministério da Saúde publicou a
nova portaria, que estabelecia outros limites do VMP das
características constantes da Portaria n. 56 BsB e de outras
adicionais, destacando-se, por exemplo, a turbidez de 1 uT
e cor de 5 uH.
2000 – Portaria 1469: Com a revisão da portaria 36/GM, foi
publicada, em 2000, a Portaria 1469, destinada a
regulamentar a qualidade da água para consumo humano.

2004 – Portaria 518: Complementa, em 2004, a Portaria


1469, destinada a regulamentar a qualidade da água para
consumo humano.
2011 – Portaria 2914: Complementa a Portaria 518
destinada a regulamentar a qualidade da água para
consumo humano. Mais restritiva.

ANEXO XX DA PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 5 DO


MINISTÉRIO DA SAÚDE DE 03 DE OUTUBRO DE 2017
GERAÇÃO DE
LODO NA ETA

TECNOLOGIAS
QUALIDADE
DE
DA ÁGUA TRATAMENTO
ALTERNATIVA DE ÁGUA
BRUTA
SELECIONADA

COMUNIDADE
Á
Ágguuaa B
Brruuttaa

Pré- Coagulação Coagulação Coagulação Coagulação Pré-Tratamento


Tratamento

Filtração Filtração Coagulação


Filtração Floculação Floculação
Ascendente Ascendente
Lenta
Floculação
Filtração Filtração Flotação
Descendente Descendente Filtração
Descendente
Decantação

Filtração
Descendente

Desinfecção, Desinfecção, Desinfecção, Desinfecção, Desinfecção, Desinfecção,


Fluoração, Fluoração, Fluoração, Fluoração, Fluoração, Fluoração,
Correção de Correção de Correção de Correção de Correção de Correção de
pH pH pH pH pH pH

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A Filtração
F L T R A Ç Ã O
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Ciclo
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MÚÚÚL FiME
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E
E Filtração
Completo
(((F
FiiiM
F ME
M E)))
E Ascendente Descendente
Obrigado!!
giulliano.silva@ifto.edu.br

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