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Transição para a ecoeficiência na gestão de resíduos sólidos urbanos para reduzir as emissões de GEE: o caso do Brasil
Os países BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - marco das políticas de mudanças climáticas.
23,3% do Produto Interno Bruto (PIB) global
2017 42% da população mundial
40% das emissões globais
Brasil – 37% ate 2025
A gestão de resíduos sólidos tem um alto potencial de mitigação para alcançar as maiores reduções nas
emissões de GEE, considerando estudos sobre gestão de resíduos sólidos urbanos e avaliação do ciclo de vida
(ACV).
1.Introdução
Indicadores de geração , composição e gestão de RSU e do crescimento das emissões de GEE – países BRICS
Investigações sobre o impacto ambiental – principalmente a pegada de carbono – e os resultados econômicos da melhoria da
gestão de RSU no Brasil nos níveis nacional e municipal, além da aplicação interna deste último, podem servir de referência para
políticas de mitigação de GEE em uma escala global.
1.Introdução
Estudos de ecoeficiência envolvendo gestão de RSU e ACV têm focado pouca atenção na valoração econômica de
externalidades ( Khandelwal et al., 2019 ). Segundo Nahman (2011)
◦ Ex: aterro sanitário: constituem externalidades as emissões de GEE produzidas durante o transporte de resíduos orgânicos, sua decomposição e o lixiviado resultante.
Custos de implantação e operação inferiores a alternativas como a reciclagem que produz menos emissões e proporciona benefícios sociais como a geração de
empregos.
Falta estudos que comparem abordagens alternativas de gestão de RSU, considerando os impactos ambientais e
econômicos, bem como a valoração de externalidades como as mudanças climáticas, de forma integrada pela
ecoeficiência, o que justifica o estudo.
2.Objetivo
Analisar a transição para a ecoeficiência de cenários de gestão de resíduos sólidos urbanos visando à redução
das emissões de gases de efeito estufa em escala local e nacional no Brasil, como referência para futuras políticas
ambientais nos BRICS e outros países em desenvolvimento:
◦ Elaborando um inventário da geração e caracterização de RSU no Brasil e em cinco municípios contrastantes de condições populacionais e socioambientais
(São Paulo, Sorocaba, Piedade, Humaitá e Santa Cruz do Sul);
◦ Quantificando as emissões de GEE geradas e evitadas por cenários futuros de gestão de RSU (ACV a partir de CO2ZW);
◦ Determinando os melhores cenários de transição para a ecoeficiência para cada município e para o Brasil;
◦ E, por fim, propondo ações futuras para implementar os melhores cenários de ecoeficiência nos níveis municipal e nacional do Brasil, que possam ser
extrapolados para as demais nações do BRICS.
3.Metodologia
3.1. Ferramenta ambiental para calcular as emissões de gases de efeito estufa
Esse estudo considerou as unidades de compostagem, MBT, incineração, aterro sanitário, triagem e reciclagem, excluindo o transporte.
3.Metodologia
3.2 . Ferramenta de análise econômica
Estimativa dos custos de operação, Custos das externalidades das Por fim, a terceira etapa consistiu em
manutenção e implantação de cada mudanças climáticas para cada cenário: estimar os custos totais para a
os GEEs foram avaliados ao preço de sociedade dos cenários de gestão de 1 t
processo de disposição ou tratamento mercado da licença de emissão para
de uma tonelada de RSU, com base de RSU em cada município brasileiro
uma tonelada de carbono –
comercialização de “créditos de considerado e em todo o Brasil, por
na seguinte equação: meio da seguinte equação.
carbono” obtidos de acordo com as
normas do Protocolo de Kyoto, com
base na seguinte equação.
Foi realizada uma análise integrada, com base na avaliação da ecoeficiência padronizada e normalizada pela ISO
14045:2012.
Dados e informações sobre os sistemas de gestão de RSU dos cinco municípios estudados.
3.Metodologia
PNRS do Brasil tem por objetivo minimizar a quantidade de RSU disposto em aterros sanitários.
A versão preliminar do Plano Nacional de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PLNRS) estabeleceu a redução de 70% de
resíduos sólidos secos e úmidos (cenário S5) como meta mais favorável.
Os cenários S1 e S3, sendo este último uma proposta do PLNRS, foram desenhados para fazer
Compostagem MTB e
inferências sobre a transição para a ecoeficiência dos cenários intermediários. Aterro
e reciclagem incineração
Os cenários S2, S4 e S6 envolvendo o desvio total de resíduos de aterros sanitários, e esses S0 Cenário atual
cenários vão além da meta mais favorável do PLNRS (S5), pois consideram tecnologias não S1 10% 90%
desenvolvidas no Brasil, como o tratamento biológico mecânico (TMB) e a incineração. S2 10% 90%
S3 40% 60%
Os cenários representam uma combinação de alternativas para o tratamento de resíduos S4 40% 60%
orgânicos úmidos (compostagem e MBT) e secos, recicláveis e não recicláveis (reciclagem e S5 70% 30%
incineração), além do aterro. S6 70% 30%
4 . Estudo de caso
4.1 . Critérios de seleção: perfil social, econômico, ambiental e demográfico
Foram desenhados cenários de gestão de resíduos sólidos para o Brasil e cinco de seus municípios: São Paulo,
Sorocaba, Piedade, Humaitá e Santa Cruz do Sul.
O primeiro critério para a escolha desses municípios representativos foram seus segmentos populacionais com
base na classificação por porte da versão preliminar do PNRS:
pequeno (população de até 100.000) - Piedade e Humaitá Clima;
Perfil econômico industrial;
médio porte (população de 100.000 a 1.000.000) - Santa Cruz do Sul e Sorocaba Densidade demográfica;
IDH.
grande porte (com uma população de mais de 1.000.000) - São Paulo
população (hab) % municipios
22% 0,30%
Piedade - região sudeste Humaitá - região norte Santa Cruz - região sul Sorocaba - região São Paulo - região
produção de extrativismo vegetal e agropecuária, comercio e sudeste sudeste
hortifrutigrangeiros mineração turismo produção industrial metrópole industrial
5 . Resultados e discussão
5.1 . Gestão e caracterização dos RSU nos municípios selecionados
A diversidade ambiental, econômica e social dos municípios se refletiu em seus sistemas de gestão de RSU
6,5%
5 . Resultados e discussão
5.2 . Emissões de gases de efeito estufa de acordo com cenários de mitigação - emissões anuais (geradas, evitadas e seus saldos)
Destaques para os
cenários de melhor
desempenho em
redução de emissões
de CO-eq
5 . Resultados e discussão
5.3 . Custos operacionais e de investimento e custos das externalidades e a soma deles:
5 . Resultados e discussão
5.4 . Análise de ecoeficiência em termos de custos operacionais e de investimento (US$/t.MSW) referentes às Emissões (CO - eq./t.MSW)
6 . Conclusões
mais favorável para a transição para a ecoeficiência: investimentos em reciclagem de
resíduos sólidos secos e compostagem de resíduos sólidos úmidos;
◦ mais evidente nos municípios com maior população.
aterros sanitários (com aproveitamento de metano para energia) continuam sendo uma
importante alternativa na gestão de resíduos sólidos urbanos no Brasil;
tecnologias mais avançadas, como o tratamento biológico mecânico e a incineração,
representaram cenários com melhor desempenho ambiental (com reduções de 76%–96%), mas não de transição
para a ecoeficiência, devido aos altos custos.
A transição para a ecoeficiência, utilizando a pegada de carbono como indicador no
tratamento de RSU, mostrou-se sensível às condições sociais, econômicas e demográficas;