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ROTULAGEM AMBIENTAL
 Aula 1 - Rotulagem ambiental

 Aula 2 - Programas de rotulagem ambiental

 Aula 3 - Avaliações de ciclo de vida e selos ambientais

 Aula 4 - Rotulagem ambiental no Brasil

 Aula 5 - Revisão da unidade

 Referências

Aula 1

ROTULAGEM AMBIENTAL
Nesta aula, exploraremos o conceito de eco-labelling (rotulagem ambiental) e, ainda, suas diferenças em
comparação à eco-certification (certificação ambiental).

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta aula, exploraremos o conceito de eco-labelling (rotulagem ambiental) e, ainda, suas diferenças em
comparação à eco-certification (certificação ambiental). A rotulagem ambiental é uma prática que agrega
muito à missão de promover um mundo mais sustentável, pois busca disseminar informações que mudam
para melhor os padrões de produção e consumo, sensibilizando tanto os consumidores, quanto os
produtores, para uma utilização mais responsável dos recursos naturais.

Isto parte de uma preocupação ambiental que se inicia na década de 1970 e atinge um grande marco a partir
da década de 1990, causando importantes mudanças nas necessidades da sociedade. Os consumidores
começam a repassar sua consciência ambiental para as suas opções de compra, escolhendo os produtos que
causavam o menor impacto no meio ambiente. (OTTMAN, 1994 apud HORI; RENOFIO, 2009). Compreender
também os termos de eco-labelling e eco-certification é necessário, para que possamos tomar decisões de
compra conscientes e apoiar produtos e empresas que compartilham o compromisso com a preservação do
meio ambiente.

Bons estudos!
HISTÓRIA DA ROTULAGEM AMBIENTAL

O período da Revolução Industrial foi muito importante para implantar meios de produção e consumo em
massa, mas também acentuou a degradação do meio ambiente pelas ações humanas. Da mesma forma, o
novo modelo econômico de desenvolvimento alterou a interação entre o homem e a natureza em vários
aspectos, gerando diversas mudanças negativas no ambiente natural.

Com o tempo, tem-se verificado um aumento significativo da consciência ambiental, tanto por parte dos
consumidores como dos produtores, o que tem gerado um impacto significativo no mercado de produtos e
serviços. Neste cenário, surgiram também vários movimentos ambientalistas, motivados pela
insustentabilidade dos atuais padrões de consumo, com o objetivo de buscar soluções para um
desenvolvimento mais sustentável.

Esta maior consciencialização levou à ampliação da procura por informação sobre como os processos de
produção afetam o ambiente, influenciando as decisões de compra dos consumidores e as decisões de
produção dos fabricantes. Dentro desse cenário, a história dos rótulos em produtos se inicia por volta de
1940, com objetivo principal de prevenir problemas relacionados à saúde humana, isto é, demonstrar que
alguns produtos eram perigosos, por exemplo, os agrotóxicos e os pesticidas.

Segundo Moura (2013), já ao final da década de 1970, surge o primeiro rótulo com objetivo de proteger o meio
ambiente, sendo o selo “Anjo Azul”, ou, em alemão, “Blau Engel”, viabilizado pela Agência Ambiental da
Alemanha. Ele demonstrava que um produto poderia ser de origem reciclada, ou ainda com pouca toxidade.
Ao final da década de 1980, surge outro importante programa, dessa vez viabilizado pelo Canadá, o qual
instituiu o “Environmental Choice”.

Na mesma época, diversos países também aderiram aos rótulos ambientais, por exemplo, Noruega, Suécia,
Finlândia, Dinamarca e Islândia, os quais juntos aprovaram o selo “Nordic Swan”; os Estados Unidos, que
adotaram o “Green Seal”; o Japão, com o “Eco-Mark”. No começo da década de 1990, também surge o
“Ecolabel”, lançado pela União Europeia. O Brasil não ficou para trás, e lança em 1993 o “Selo de Qualidade
Ambiental”, viabilizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (MOURA, 2013).

Além disso, vários esforços têm sido feitos para fornecer informações sobre o impacto ambiental da produção
e utilização de vários produtos e serviços. Muitas dessas iniciativas, apesar de não regulamentadas, podem
ser classificadas como rotulagem ambiental.

Os governos podem empregar a rotulagem ambiental como forma de promover práticas ambientalmente
responsáveis, especialmente através de contratos públicos sustentáveis. Por sua vez, as empresas podem
utilizar a rotulagem ecológica para identificar e capturar mercados, tanto em nível nacional quanto
internacional, oferecendo produtos diferenciados e ambientalmente sustentáveis (ENAP, 2021).
QUAL A ESSÊNCIA DA ROTULAGEM AMBIENTAL? QUAL A DIFERENÇA ENTRE ECO-LABELLING E

ECO-CERTIFICATION?

O sistema de rotulagem ambiental fornece uma compreensão mais profunda do compromisso ambiental de
determinado produto, seja sobre o seu conteúdo, sua embalagem, ou ainda ambos, considerando questões
como consumo de recursos, emissões de carbono, poluição e eficiência energética, tanto durante a produção,
quanto após a sua vida útil, no descarte.

A rotulagem ambiental oferece uma série de benefícios ao consumidor, seja capacitando-o a tomar decisões
de compra informadas, seja permitindo-lhes escolher produtos que estejam alinhados com suas
preocupações ambientais. Também há benefícios para as próprias empresas, porque a rotulagem se torna um
marketing benéfico e eficaz, fazendo com que aumentem as vendas e até mesmo as margens de lucro do
produto, já que pode haver vantagens fiscais para a sua produção. Assim, à medida que mais consumidores
valorizam a sustentabilidade, mais empresas têm incentivo para adotar práticas amigáveis ao meio ambiente.

No entanto, a rotulagem ambiental não está isenta de desafios. Interpretar rótulos ecológicos pode ser
complicado, já que os critérios podem variar de um rótulo para outro. Além disso, a proliferação de rótulos
ecológicos às vezes pode levar a práticas enganosas de marketing, tornando difícil para os consumidores
distinguir entre os rótulos genuínos e os que oferecem pouca garantia real.

Segundo Moura (2013), muitas vezes rotulagem e certificação são palavras utilizadas como sinônimos; no
entanto, a rotulagem ambiental (eco-labelling) refere-se normalmente às características dos produtos e
tende a focar nos consumidores finais. Em contrapartida, a certificação ambiental (eco-certification) está
mais associada com as empresas e os métodos e processos de produção aplicados, especialmente para as
indústrias que usam recursos para validar uma ou mais condições de um processo de produção ou
fabricação.

Assim, podemos afirmar que a eco-labelling é um processo pelo qual os produtos que atendem a
determinados critérios ecológicos recebem um selo ambiental ou etiqueta. Esses critérios podem variar
amplamente, podendo ser utilizados parâmetros como: a redução de emissões de carbono para a produção, a
utilização de materiais reciclados, a eficiência energética do produto, a destinação de seus resíduos, entre
outros diversos.

Os rótulos geralmente são voluntários e destinam-se a fornecer informações diretas aos consumidores sobre
as credenciais ambientais de um produto. Por exemplo, quando você vê um produto com o selo “Energy Star”,
sabe que ele atende a padrões rigorosos de eficiência energética.

Por outro lado, a eco-certification é um processo mais abrangente que frequentemente envolve auditorias
independentes realizadas por terceiros. Isso é feito para verificar o cumprimento de padrões ambientais
específicos. Um exemplo notável é a certificação orgânica, a qual assegura que os produtos tenham sido
produzidos de acordo com rigorosos padrões de cultivo sustentável.

Esses padrões podem abordar questões ambientais, sociais e econômicas. A eco-certification é comumente
empregada em setores como a indústria de alimentos e agricultura, bem como em segmentos como madeira
e papel, para garantir que os produtos atendam a critérios rigorosos relacionados à sustentabilidade.

UTILIZAÇÃO DA ROTULAGEM AMBIENTAL

Segundo Souza (2003), as pessoas estão dispostas a gastar um pouco mais em produtos e serviços que são
positivos para o meio ambiente, mas a maioria não sabe como identificar empresas ou marcas que são
amigas do ambiente. Isso acontece porque muitas não têm conhecimentos sobre questões ambientais; por
exemplo, não sabem o que significam os selos ecológicos ou como saber se um hotel é amigo do ambiente.
Muitas vezes, elas tomam suas decisões baseadas em sentimentos ou no desejo de proteger o meio
ambiente.

A utilização eficaz da rotulagem ambiental envolve o uso consciente da informação fornecida nos rótulos
pelos consumidores, empresas e governos. Os consumidores podem usar essa informação para fazer
escolhas de compra conscientes, priorizando produtos com rótulos que correspondam às suas preocupações
ambientais. Isso, por sua vez, pode incentivar as empresas a melhorar seu desempenho ambiental para atrair
mais consumidores preocupados com a sustentabilidade.

Além disso, serve como uma ferramenta de comunicação, fazendo com que cada vez mais se espalhe a
consciência ambiental, pois coloca a sustentabilidade em nosso dia a dia, seja em compras no supermercado,
em compras de eletrodomésticos, e até mesmo na adoção de meio de transportes menos poluentes.

Também as empresas podem aplicar a rotulagem ambiental como uma estratégia de marketing eficaz.
Quando as marcas se preocupam com o meio ambiente, isso está relacionado com a forma como elas querem
ser vistas no mercado, como elas vão ser vistas pelos seus consumidores, fazendo com que sejam
diferenciadas e competitivas. Essa abordagem assegura a longevidade de seus negócios ao conquistar a
preferência dos consumidores e investidores, o que possibilita aumentar os lucros e fortalecer a imagem de
sua marca.

Em pesquisas recentes, Souza (2013) afirma que a maioria dos brasileiros acredita que o governo deve liderar
os esforços para cuidar do meio ambiente em primeiro lugar, e, em segundo lugar, as empresas. As pessoas
esperam que o governo faça as mudanças mais significativas na situação atual, como tornar as regras mais
rígidas, aplicar penalidades mais severas, supervisionar de forma justa as ações das empresas e dos cidadãos,
e apoiar aqueles que realmente se preocupam com o meio ambiente, fazendo a máquina da sustentabilidade
ambiental girar.

Hoje em dia, os rótulos ambientais englobam o ciclo completo de vida dos produtos, desde a escolha das
matérias-primas até a produção e a gestão final de resíduos e embalagens, incorporando plenamente o
conceito do “ciclo de vida do produto”.

Usar a produção limpa é muito importante para as empresas serem mais amigas do planeta. De acordo com
as Nações Unidas, a produção limpa envolve usar técnicas inteligentes na fabricação de produtos, para evitar
degradar o meio ambiente e a saúde das pessoas. Isso significa fazer produtos que utilizem menos insumos e,
como resultado, reduzam a produção de poluição.

A rotulagem ambiental está completamente enquadrada dentro da produção limpa, assegurando que todas
as ideias e formas de fazer coisas são efetivas e reais, tanto na administração, quanto na fabricação dos
produtos.

VIDEO RESUMO

Nesta videoaula, será apresentado a você o conceito de rotulagem ambiental. Demonstraremos também um
pouco da sua história e aplicação, tratando ainda das principais diferenças entre eco-labelling e eco-
certification.

 Saiba mais
O curso “Rotulagem Ambiental Tipo I: sustentabilidade e competitividade para produtos e serviços
brasileiros” foi desenvolvido em 2020 pela Enap, em parceria com a Secretaria Especial de Produtividade
Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia. O objetivo do
curso é capacitar agentes econômicos da indústria e comércio em rotulagem ambiental, destacando seus
tipos e programas, as vantagens sócio-econômico-ambientais e as oportunidades de negócios
envolvidos.

Aula 2

PROGRAMAS DE ROTULAGEM AMBIENTAL


Já sabemos que os programas de rotulagem ambiental desempenham um papel crucial na
conscientização e na promoção da sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Já sabemos que os programas de rotulagem ambiental desempenham um papel crucial na conscientização e


na promoção da sustentabilidade. Estes programas fornecem aos consumidores informações sobre o impacto
ambiental dos produtos que compram. Com a grande disseminação de rótulos ecológicos sem modelos
regulatórios, foram feitos diversos esforços para desenvolver um sistema confiável de orientações, buscando
padronizar as rotulagens ambientais em todo o mundo. Existem diferentes tipos de programas de rotulagem
ambiental, cada um com suas próprias diretrizes e critérios. Alguns focam na pegada de carbono, enquanto
outros abordam questões como o uso sustentável de recursos e a produção ecoeficiente.

Os selos emitidos nesses programas variam de acordo com os padrões atendidos, podendo incluir indicações
como “Baixo Carbono”, “Amigo do Ambiente” ou “Certificado Sustentável”. Esses programas não apenas
incentivam práticas empresariais responsáveis, mas também capacitam os consumidores a contribuir para
um futuro mais ecológico. A responsável pelo sistema internacional de classificação é a ISO (entidade formada
por organismos de normalização de cerca de 160 países associados).

Bons estudos!

PROGRAMAS DE ROTULAGEM AMBIENTAL

Segundo Moura (2013), os rótulos ambientais podem abranger diferentes etapas do processo produtivo ao
mesmo tempo, ou ainda focar exclusivamente em uma, como a origem da matéria-prima, uso de energias
limpas, adoção de tecnologias sustentáveis e/ou o seu descarte. Estes rótulos podem ainda detalhar os limites
de substâncias nocivas ao consumo humano, informando, por exemplo, os valores permitidos de
determinados poluentes.

Outra abordagem bastante utilizada é focar no desempenho do produto no uso final, como a redução do
consumo de energia de um determinado dispositivo. Atualmente, também temos visto surgir cada vez mais
análises do impacto dos produtos nas alterações climáticas com ênfase nas emissões de gases referentes ao
efeito de estufa, conhecidas como “pegada de carbono”. Esta abordagem multifacetada visa fornecer aos
consumidores informações abrangentes sobre o impacto ambiental dos produtos.
Barboza (2001) destaca a importância de considerar diferentes programas de rotulagem ambiental, os quais
devem atender a pelo menos três objetivos distintos. Primeiramente, buscam despertar a consciência e
compreensão, tanto do consumidor quanto do setor privado, sobre os propósitos subjacentes a um programa
de rotulagem. Em seguida, visam promover o crescimento da consciência e compreensão dos aspectos
ambientais de um produto rotulado. Por último, têm o intuito de influenciar a escolha do consumidor ou o
comportamento do fabricante.

Esses programas apresentam ampla variação, abrangendo desde os produtos que cobrem até os problemas
ambientais aos quais se dedicam. A classificação desses programas pode ser realizada considerando diversas
características, sendo uma das mais significativas o tipo de organização que os administra. A ISO, com base
nessa característica, os divide em três categorias: programas de 1ª parte, programas de 2ª parte e programas
de 3ª parte.

Os programas de 1ª parte envolvem a rotulagem de produtos ou embalagens por partes que


diretamente se beneficiam ao fazer reivindicações ambientais, geralmente sendo fabricantes, varejistas,
distribuidores ou comerciantes do produto. Conhecidos como “autodeclarações”, esses programas não
passam por verificação independente.

Já os programas de 2ª parte referem-se à rotulagem para produtos ou embalagens concedidos por


associações comerciais, não estando diretamente vinculados à fabricação ou venda do produto. As
categorias das informações presentes nos selos podem ser definidas por conglomerados de indústrias
ou ainda por organizações independentes.

Por fim, os programas de 3ª parte envolvem a rotulagem de produtos ou embalagens por partes
independentes da produção ou venda, como instituições governamentais, do setor privado ou
organizações sem fins lucrativos. Essa divisão assegura uma avaliação imparcial e confiável do impacto
ambiental dos produtos.

A diversidade desses programas reflete a complexidade das interações ambientais na produção e do consumo
modernos, destacando a necessidade contínua de avaliações robustas e padronizadas para orientar escolhas
conscientes. Consequentemente, a classificação desses programas pela ISO contribui para estabelecer
padrões globalmente reconhecidos, fomentando a confiança nas alegações ambientais.

TIPOS DE SELOS AMBIENTAIS

A ISO criou a série conhecida como ISO 14.000, na qual os certificados confirmam o comprometimento
ambiental nos processos e produtos das empresas. A série ISO 14.020 aponta os princípios gerais e
regulamenta a criação e uso de rótulos e declarações ambientais.

Conforme Barboza (2001), visando a uma classificação dos variados tipos de rótulos ambientais, a ISO 14.020
apresenta um sistema com três categorias, com o seguinte escopo geral:

Rotulagem tipo I – programas de selos ambientais:


Os selos do tipo I caracterizam-se por comparar produtos dentro da mesma classe, sendo atribuídos àqueles
considerados ambientalmente mais favoráveis devido ao seu ciclo de vida total, avaliado por análise do ciclo
de vida (ACV). Esses selos são baseados em múltiplos critérios e obtêm certificação por entidades de
programas de 3ª parte, que estabelecem e monitoram critérios por meio de certificação, auditoria e processo.
Rotulagem tipo II – autodeclarações ambientais
Os selos do tipo II consistem em alegações ambientais feitas pelos próprios fabricantes, importadores ou
distribuidores para seus produtos, sem passar por avaliação de organizações de 3ª parte. Esses selos não são
verificados de forma independente, não seguem critérios preestabelecidos aceitos como referência, e são
considerados questionáveis, representando a categoria menos informativa dentre as três classificações de
selos ambientais.

Rotulagem tipo III – qualificações do ciclo de vida


Os selos do tipo III desempenham um papel ao fornecer critérios de impacto ambiental que abrangem o ciclo
de vida do produto, assemelhando-se aos rótulos alimentares que detalham componentes como gordura,
açúcar ou vitaminas. Estas categorias de informação podem ser estabelecidas pelo setor industrial ou por
organismos independentes, conferindo uma abordagem flexível e adaptável.

Ao contrário dos selos do tipo I, que emitem julgamentos sobre produtos, os selos do tipo III deixam essa
tarefa para os consumidores. Contudo, o desafio central reside na capacidade de o consumidor comum
dedicar tempo e conhecimento para interpretar essas informações complexas.

Diferente dos selos do tipo I e II, o III não segue uma padronização rígida. Os usuários são encarregados de
avaliar o nível de impacto ambiental dos produtos com base em dados quantitativos obtidos por meio da
avaliação do ciclo de vida (ACV). Essa abordagem coloca nas mãos dos consumidores a responsabilidade de
fazer escolhas conscientes, dando-lhes o poder de influenciar positivamente o comportamento ambiental da
indústria. Este tipo de selo ainda está em discussão como ISO 14.025.

Ao final, os tipos de selos podem ser detalhados da seguinte maneira:

Quadro 1 | Tipos de selos ambientas (ISO 14.000)

Tipos Características Certificador Normas

Comparam produtos dentro da Certificação por agências


mesma categoria, concedendo governamentais, entidades do
selos àqueles considerados setor privado ou organizações sem Estabelecem normas
I
ambientalmente preferíveis fins lucrativos (3ª parte), específicas. ISO.
devido ao ciclo de vida total desvinculadas da fabricação ou
(ACV). venda do produto.

Certificação realizada pelo


Não são verificados por partes fabricante, importador ou Não seguem critérios
II independentes; considerados distribuidor do produto (1ª parte), estabelecidos e aceitos como
os menos informativos. vinculados diretamente à referência.
fabricação e venda.

Não possuem padronização a


Listam critérios de impacto
Certificação por associações alcançar; categorias
ambiental ao longo do ciclo de
comerciais (2ª parte), não estabelecidas pelo setor
III vida do produto. O julgamento
diretamente vinculadas à industrial ou partes
do produto cabe ao
fabricação ou comercialização. independentes. Em discussão
consumidor.
como ISO 14.025.

Fonte: Barboza (2001).


EXEMPLOS DE PROGRAMAS AMBIENTAIS

Atualmente existem ao menos 456 programas de selos ambientais espalhados pelo mundo (ECOLABEL INDEX,
[s.d.]).

Na categoria de programas de rotulagem ambiental de 1ª parte, destacam-se iniciativas que envolvem a


autocertificação por parte dos próprios fabricantes, distribuidores ou varejistas. Um exemplo notável é o
programa “Eco-Friendly Certification” da ABC Company. A entidade responsável pela produção do produto
emite declarações ambientais sem a necessidade de verificação independente. Esses programas são
caracterizados pela autorregulação, permitindo que as empresas estabeleçam e afirmem seus próprios
padrões ambientais, sem intervenção de entidades externas.

Essas abordagens de 1ª parte são distintas, pois diferem da avaliação por organizações independentes ou
governamentais. Ao contrário dela, os próprios interessados na produção e comercialização dos produtos
assumem a responsabilidade pela certificação, proporcionando uma perspectiva diferente e direta sobre as
práticas sustentáveis dentro das indústrias específicas. Essa diversidade de abordagens reflete a
complexidade do cenário de rotulagem ambiental e a variedade de estratégias adotadas por diferentes
setores da indústria para promover práticas mais sustentáveis.

Na área de programas de rotulagem ambiental de 2ª parte, encontramos iniciativas notáveis, como o


“Encouraging Environmental Excellence” da ATMI, uma associação comercial que certifica produtos de acordo
com critérios estabelecidos por si mesma. Outro exemplo é o “Responsible Care Program” da CMA, que se
destaca por ser conduzido por uma associação comercial, reconhecendo e certificando práticas responsáveis
no setor químico.

Por outro lado, nos programas de 3ª parte, temos exemplos notáveis tanto voluntários quanto obrigatórios.
No contexto voluntário, governos como o da Alemanha adotam o “Blue Angel”, a Índia implementa o
“Ecomark”, e Singapura oferece o “Green Label”. Esses programas são conduzidos por instituições
governamentais, mas a participação é voluntária para as empresas.

Já nos programas de rotulagem de 3ª parte obrigatórios, os governos impõem regras e regulamentações. Nos
Estados Unidos, a EPA supervisiona o programa de rotulagem de pesticidas e substâncias tóxicas. Além disso,
a Proposition 65 da Califórnia obriga a rotulagem de produtos que contenham substâncias químicas
conhecidas por causar câncer ou danos reprodutivos.

Outros exemplos notáveis incluem o Green Seal, uma organização sem fins lucrativos dos EUA que certifica
produtos e serviços ambientalmente responsáveis, e o Smart Wood, uma iniciativa não governamental
dedicada à certificação de produtos florestais sustentáveis. Esses programas refletem uma variedade de
abordagens, seja por meio de associações comerciais, governos ou organizações não governamentais,
destacando a diversidade e complexidade do cenário de rotulagem ambiental em nível global.

Na esfera dos selos ambientais, exemplificaremos a diversidade e importância dos selos tipo I, II e III,
alinhados com as diretrizes da ISO.

Exemplos notáveis de selos tipo I incluem os já mencionados o “Blue Angel” (Alemanha), o “Ecomark” (Índia) e
o “Green Label” (Singapura). Esses selos são concedidos por entidades independentes de terceira parte,
indicando que os produtos reconhecidos atendem a rigorosos critérios ambientais ao longo de seu ciclo de
vida total, conforme estabelecido pelas normas ISO.

No contexto de selos tipo II, o exemplo “Algodão Orgânico” e o “E3 Logo” (ATMI) ressaltam a autodeclaração
por parte dos fabricantes. Nesse caso, os próprios produtores, importadores ou distribuidores afirmam que
seus produtos atendem a critérios específicos de sustentabilidade ambiental. Esses selos geralmente carecem
de verificações independentes e seguem as normas estabelecidas pelos próprios detentores das marcas.
Já os selos tipo III são representados por exemplos como “Não Contém CFC” e o “Mobius Loop”, que é o
símbolo universal de reciclagem. Esses selos listam critérios de impacto ambiental ao longo do ciclo de vida do
produto, mas, ao contrário dos selos tipo I, não emitem julgamentos sobre a qualidade ambiental do produto.
A interpretação e avaliação do impacto ficam a cargo do consumidor; os selos de tipo III proporcionam uma
visão mais detalhada e específica sobre o desempenho ambiental.

VÍDEO RESUMO

Nesta videoaula, serão apresentados a você os programas e tipos de rotulagem ambiental. Trataremos
também de alguns exemplos ao redor do mundo.

 Saiba mais
Leia o artigo: O mecanismo de Rotulagem Ambiental: Perspectivas de Aplicação no Brasil.

Este artigo apresenta o mecanismo de rotulagem ambiental, para que os consumidores façam escolhas
conscientes ao optar por produtos com menor impacto ambiental em comparação com alternativas
disponíveis no mercado.

Aula 3

AVALIAÇÕES DE CICLO DE VIDA E SELOS AMBIENTAIS


Já vimos na última aula que a análise de ciclo de vida (ACV) dos produtos é de grande importância para as
avaliações ambientais, principalmente para aplicação dos rótulos ambientais (em especial os dos tipos I e
III).

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Já vimos na última aula que a análise de ciclo de vida (ACV) dos produtos é de grande importância para as
avaliações ambientais, principalmente para aplicação dos rótulos ambientais (em especial os dos tipos I e III).

A ACV é uma maneira científica de analisar como um produto ou serviço afeta o meio ambiente ao longo de
toda a sua existência. Ela olha para todos os impactos, desde a obtenção das matérias-primas até o descarte
final, para entender como ele impacta o meio ambiente.

Abrindo um pouco mais essa abordagem, chamada de “berço-ao-túmulo”, a ACV avalia a extração de
materiais, o consumo de energia, o processo de fabricação, o transporte, o uso do produto, a manutenção, a
reciclagem e a disposição final. A ideia é ter uma visão completa de como um produto interage com o meio
ambiente em todas essas etapas (REDE ACV, 2023).

Bons estudos!
PROGRAMAS DE ROTULAGEM AMBIENTAL

Segundo IBICT ([s.d.]), muitas vezes ouvimos falar sobre mudanças climáticas e emissões de CO2, mas essas
não são as únicas formas pelas quais a produção de algo pode afetar o meio ambiente. A fabricação de
qualquer produto pode ter diferentes impactos. Para entender isso, observamos como a matéria e a energia
usadas durante toda a vida de um produto estão relacionadas a diferentes formas de impacto no meio
ambiente. No final, isso nos ajuda a entender quais impactos negativos ou positivos podem surgir ao criar e
usar um produto específico.

Nos anos 1960, quando houve a crise do petróleo e as pessoas começaram a se preocupar com o quanto
podíamos usar dos recursos naturais (especialmente dos combustíveis fósseis e minerais), começaram os
estudos de avaliação de ciclo de vida (ACV). No início, o foco era calcular o quanto de energia estávamos
usando, e esses estudos eram chamados de “análise de energia”. Eles incluíam fazer um desenho que
mostrava como o produto era feito, contando quanta matéria-prima e energia eram usadas, assim como a
quantidade de resíduos gerados. Alguns desses estudos também eram chamados de “análise de recursos” ou
“análise do perfil ambiental” (COLTRO, 2007).

Ainda conforme Coltro (2007), a partir de 1990, os estudos do tema avançaram bastante, principalmente
devido aos esforços de padronização dos trabalhos de análise do ciclo de vida, os quais levaram à ISO
(International Organization for Standardization, que significa “Organização Internacional de Padronização”)
realizar a publicação das normas ISO 14040, com a participação de mais de 300 especialistas em ACV, de cerca
de 29 diferentes países. Isso fez com que mais e mais pessoas começassem a fazer estudos, escrever sobre o
assunto e participar de eventos como conferências e congressos; essa tendência segue em alta.

No Brasil, a norma NBR ISO 14040 (2001) foi publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
por meio do trabalho do Sub-Comitê de Avaliação do Ciclo de Vida (SC-05) do Comitê Brasileiro de Gestão
Ambiental (ABNT/CB-38).

Dessa forma, a avaliação do ciclo de vida (ACV) busca principalmente tornar os processos produtivos mais
ecologicamente corretos e ajudar a criar produtos que sejam sustentáveis, ou seja, que tenham menor
impacto no meio ambiente. Na área de políticas públicas, a ACV ajuda a definir critérios e requisitos para
práticas mais sustentáveis, além de fornecer base científica para a regulamentação ambiental. Em diferentes
países, ela é usada até mesmo em decisões governamentais.

Por exemplo, na Alemanha, ela ajuda a determinar a quantidade obrigatória de reuso e reciclagem. Na França,
é usada para certificar produtos industriais de acordo com a Lei Le Grenelle. No México, Peru e Chile, a ACV é
uma parte obrigatória das leis relacionadas a biocombustíveis. Isso sugere que, em alguns setores do
comércio internacional, a ACV poderia se tornar uma barreira para determinados produtos, caso eles não
atendam a certos padrões ambientais (LIMA, 2013 apud COELHO FILHO; SACCARO JUNIOR; LUEDEMANN,
2016).

Porém, para realizar uma avaliação do ciclo de vida, é necessário um banco de dados com muitas informações
sobre como os produtos são feitos, quais materiais são utilizados, quanta energia é utilizada e qual o impacto
ambiental de tudo isso.

TIPOS DE SELOS AMBIENTAIS

Segundo REDE ACV (2023), a forma como a avaliação de ciclo de vida (ACV) funciona é basicamente numérica.
Os números que obtemos mostram as diferentes formas como um produto afeta o meio ambiente. Esses
números nos permitem comparar produtos parecidos entre si. Usar essa abordagem ajuda a encontrar os
pontos críticos no ciclo de vida de um produto, de tal forma que podemos fazer melhorias nos processos de
produção para serem mais ecológicos. Essa ferramenta é multidisciplinar, o que significa que envolve várias
áreas de conhecimento. Além disso, é multicritério, porque olha para muitas formas diferentes de impacto de
uma vez só.

Para garantir que os resultados sejam confiáveis e transparentes, a ACV segue regras definidas pelas normas
ISO 14040 e 14044 da ISO) Um estudo de ACV é dividido em quatro partes, como mostrado a seguir.

1ª Etapa: definição do objetivo e escopo


Começamos um estudo de avaliação de ciclo de vida (ACV) escolhendo o produto que queremos analisar.
Também decidimos a função do produto, para que possamos compará-lo com outros. Além disso,
determinamos o nível de detalhe necessário. Essas escolhas estão relacionadas à parte do ciclo de vida que
vamos examinar, incluindo de onde os materiais vêm até onde o produto é descartado. A “unidade funcional”
é a medida que usamos para quantificar todas as entradas e saídas na ACV. Por exemplo, se estivermos
avaliando café torrado e moído pronto para distribuição, a unidade funcional pode ser 1kg desse café.

2ª Etapa: análise do inventário


Aqui, coletamos informações sobre os materiais e a energia usados, além das emissões geradas durante a
vida útil do produto. Construímos um “inventário de ciclo de vida” para definir claramente as atividades ou
processos que estamos analisando, juntamente com suas fronteiras técnicas.

3ª Etapa: avaliação dos impactos do ciclo de vida


Agora, agrupamos e medimos as consequências da utilização de recursos e quais são as emissões produzidas.
Isso é feito através de critérios como mudanças climáticas (pegada de carbono), utilização de matérias-primas
não renováveis, acidificação, análise da utilização hídrica, entre outros. Também podemos avaliar a
importância de cada indicador por meio de padronização e/ou ponderação.

4ª Etapa: interpretação
A última fase envolve uma revisão crítica dos resultados, a identificação da vulnerabilidade das informações e
a apresentação de oportunidades para redução de impactos por todo o processo da cadeia de valor. Nessa
fase, também podemos sugerir indicadores de sustentabilidade para os pontos mais críticos em termos de
impacto ambiental.

Com isso, é importante entender que a avaliação de ciclo de vida (ACV) é um processo iterativo, o que significa
que as informações obtidas em uma fase podem influenciar as fases seguintes. Se isso acontecer, as fases
iniciais precisam ser ajustadas com base nessas novas informações. Por essa razão, é comum trabalhar nas
várias fases da ACV ao mesmo tempo.

A ACV é uma ferramenta essencial para a sustentabilidade, ajudando a descobrir em qual parte da cadeia de
produção ocorrem os impactos ambientais mais significativos. Identificar esses pontos críticos oferece uma
oportunidade valiosa para tornar um processo ou produto mais sustentável (REDE ACV, 2023).

Segundo Coltro (2007), é crucial que as informações usadas em um estudo atendam ao objetivo da pesquisa.
Dados de boa qualidade são fundamentais para tornar os resultados e conclusões mais confiáveis. Um estudo
de avaliação de ciclo de vida (ACV) geralmente resume muitos dados de qualidade variável, tornando a
transparência desses dados extremamente importante. Por exemplo, dados diretamente coletados de
sistemas de produção e dados obtidos de fontes literárias são dois métodos diferentes de coleta de dados,
cada um representando a realidade de maneiras distintas.

EXEMPLOS DE PROGRAMAS AMBIENTAIS


A avaliação do ciclo de vida (ACV) é uma ferramenta essencial porque lida claramente com questões
ambientais complicadas e produz números que ajudam a tomada de decisões objetivas. Assim, a ACV é muito
útil para compreender e gerenciar questões complexas como:

Gestão e proteção dos recursos naturais.

Identificação de pontos críticos em determinado processo ou produto.

Melhoria dos sistemas de produtos.

Criação de novos serviços e produtos.

Melhoria dos sistemas de reciclagem mecânica e/ou energética.

Estabelecimento de critérios para atribuição de rótulo ambiental a um produto específico.

A ACV também serve como base para o gerenciamento do ciclo de vida (LCM). O conceito LCM considera o
ciclo de vida do produto como um todo e otimiza a interação entre o projeto do produto, a fabricação e as
atividades do ciclo de vida. Atualmente, um dos desafios dos fabricantes é projetar produtos tendo em mente
todo o seu ciclo de vida. Assim, os esforços para agilizar os processos ao longo do ciclo de vida não partilham
responsabilidades apenas entre as partes envolvidas (COLTRO, 2007).

Um exemplo prático dessas ideias é quando usamos a avaliação de ciclo de vida (ACV) para entender como a
introdução de carros elétricos nas cidades afeta o meio ambiente. Muitos estudos compararam o quão
sustentável é a chegada desses carros em relação aos veículos movidos a combustíveis derivados do petróleo.
Se olharmos para a fase final da vida dos carros, os elétricos geralmente têm menos impacto ambiental do
que os movidos a gasolina ou diesel.

No entanto, a redução das emissões de carbono depende de como a eletricidade é produzida em cada região.
A fabricação das baterias ainda gera algumas emissões, mas as tecnologias estão melhorando, o que destaca
as vantagens dos carros elétricos. Ainda assim, precisamos fazer mais estudos para entender melhor como
esses veículos podem ser reciclados e como a eletricidade necessária para movê-los é produzida (NEALER,
2014 apud COELHO FILHO; SACCARO JUNIOR; LUEDEMANN, 2016).

Se olharmos para o quadro geral e pensarmos sobre como as pessoas se movem em uma cidade, podemos
fazer comparações entre diferentes formas de transporte. Isso inclui estudar carros elétricos e tradicionais,
além de sistemas de ônibus que podem ser elétricos, convencionais ou uma combinação dos dois. Também
podemos levar em consideração as ruas e a forma como cada opção é abastecida (um tipo de gráfico que
mostra como cada elemento está conectado). Também não podemos nos esquecer das opções de bicicletas,
tanto as tradicionais quanto as elétricas.

Segundo Aguirre et al. (2012 apud COELHO FILHO; SACCARO JUNIOR; LUEDEMANN, 2016), considerando seu
estudo realizado na Califórnia, percebe-se que, quando consideramos as diferentes opções de veículos, como
os movidos a eletricidade, combustíveis fósseis e híbridos, os carros híbridos são os mais econômicos ao
longo de toda a vida do veículo. No entanto, são os carros elétricos que têm o melhor desempenho ambiental.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo nas pesquisas de ACV, com foco especial em
biocombustíveis, design de processos, gestão de resíduos sólidos e sistemas de produção pecuária. O tema
está bem estabelecido na comunidade acadêmica contemporânea, com revistas científicas que revisam e
verificam os profissionais capacitados para realizar estudos de ACV.

Conforme Lima, Caldeira-Pires e Kiperstok (2007), no Brasil, observa-se que a pesquisa acadêmica em
avaliação de ciclo de vida (ACV) concentrou-se em diferentes setores, como o da construção civil, dos
automóveis, das embalagens, da energia, do agronegócio, da mineração, da química, entre outros. Esse
aumento no número de estudos tornou-se mais evidente a partir de 2003, após a publicação da primeira
norma brasileira ABNT/ISO 14040. Isso facilitou o acesso às informações sobre o tema.

VIDEO RESUMO

Nesta videoaula, será apresentado a você o tema de análise de ciclo de vida ambiental dos produtos,
demonstrando como ela pode melhorar ainda mais o nosso meio ambiente.

 Saiba mais
Curso Avaliação de Ciclo de Vida: com objeto principal a sensibilização e introdução aos conceitos do
pensamento do ciclo de vida, esse curso direciona o participante a incorporar o PCV em suas atividades
cotidianas e desperta o interesse em possíveis estudos mais aprofundados.

Aula 4

ROTULAGEM AMBIENTAL NO BRASIL


Como já sabemos, o Brasil começa sua história com rotulagem ambiental em 1993, com o “Selo de
Qualidade Ambiental”, viabilizado pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (MOURA, 2013).

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Como já sabemos, o Brasil começa sua história com rotulagem ambiental em 1993, com o “Selo de Qualidade
Ambiental”, viabilizado pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (MOURA, 2013). Segundo Biazin
(2002), os rótulos ambientais têm o papel de mudar a forma como compramos e produzimos coisas. No Brasil,
essa mudança não se limita apenas ao mercado de importação, mas também busca transformar nossos
métodos tradicionais de produção em algo mais amigo do meio ambiente.

Aqui, diversas organizações, o governo e outros grupos estão trabalhando para informar as pessoas sobre
como nossos hábitos de consumo impactam o meio ambiente. O objetivo é criar um mercado interno onde as
pessoas façam escolhas conscientes. Quando começamos a mudar nossas escolhas para serem mais amigas
do meio ambiente, aparecem diversos selos que indicam produtos sustentáveis. Em 2010, havia por volta de
600 desses selos no Brasil. Muitos deles são declarados pelas próprias empresas, ou seja, elas mesmas
afirmam que são sustentáveis (HAMZA; DALMARCO, 2012 apud GOMES; CASAGRANDE JUNIOR, 2018).

Bons estudos!

PROGRAMAS DE ROTULAGEM AMBIENTAL

Segundo Guéron (2003), no início da década de 1990, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
propôs, sem sucesso, uma parceria com o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental para implementar um
programa de rotulagem ambiental no Brasil. Em resposta à criação do rótulo da União Europeia – Ecolabel, a
ABNT lançou o Projeto de Certificação Ambiental para Produtos, em 1993. No mesmo ano, o Grupo de Apoio à
Normalização Ambiental (GANA) foi formado para acompanhar os trabalhos do TC-207 da ISO, responsável
por normas ambientais internacionais.

As normas ISO 14000, iniciadas em 1993, abrangem sistemas de gestão ambiental, auditoria, avaliação de
desempenho ambiental, rotulagem ambiental e avaliação do ciclo de vida. Em 1995, o Grupo iniciou os
trabalhos para definir critérios de rotulagem ambiental para o programa Marca ABNT – Qualidade Ambiental.

O GANA encerra suas atividades em 1998, influenciando positivamente as normas ISO 14000. Em 1999, a
ABNT cria o Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (ABNT/CB-38) para continuar as discussões. Em 2002, a
NBR ISO 14020 foi publicada no Brasil, estabelecendo princípios para rótulos e declarações ambientais. O
programa ABNT – Qualidade Ambiental foi estruturado com base na norma ISO 14024, buscando
transparência e credibilidade na rotulagem ambiental.

O programa ABNT – Qualidade Ambiental foi estabelecido para reduzir os impactos ambientais negativos,
começando com a categoria de calçados em um projeto-piloto. Posteriormente, planejou-se expandi-lo para
produtos de origem florestal, considerando a influência do mercado internacional na indústria de papel e
celulose brasileira. A certificação florestal tornou-se crucial para lidar com a demanda internacional e a
sustentabilidade das florestas tropicais.

Conforme Caiado (2014), porém, como cultura da população, até 2009, no Brasil, ter conteúdo reciclado era
considerado um sinal de qualidade inferior, comparado aos produtos feitos com matéria-prima virgem.
Naquela época, a ideia de um produto importado ainda era associada a um status elevado, embora comprar
produtos locais fosse uma escolha mais consciente e responsável. Optar por produtos locais não apenas
reduz o consumo de combustível e as emissões de gases poluentes, mas também beneficia a economia local
(CAIADO, 2014).

A partir de cerca de 2010, vários selos de autodeclaração com vantagens ambientais começaram a surgir. O
valor do produto reciclado aumentou, e começou a ser divulgado erroneamente como “100% reciclado”.
Alguns produtores afirmavam que seu produto reduzia o consumo de energia do ar-condicionado em até 20%
se aplicados na cobertura. Além disso, outros afirmavam ser certificados pelo sistema de certificação
Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), mesmo que essa certificação fosse aplicável apenas a
edificações. Esses apelos confusos e falsos acabavam por confundir os consumidores, levando-os a adquirir
produtos que não correspondiam às suas alegações ambientais.

Em resumo, o Brasil tem enfrentado desafios e encontrado oportunidades na implementação de programas


de rotulagem ambiental, especialmente na busca por certificação florestal para sustentar a indústria nacional
e atender aos padrões internacionais. No país, diversas organizações não governamentais, o governo e outros
órgãos estão empenhados em divulgar informações sobre a necessidade de alterar os padrões de consumo
interno. O objetivo é criar um mercado interno mais consciente em relação aos impactos ambientais causados
pelo consumo. Essas iniciativas desempenham um papel fundamental ao incentivar a adesão a programas de
rotulagem, tanto os fornecidos por terceiros quanto os autodeclarados (BIAZIN, 2002).

TIPOS DE SELOS AMBIENTAIS

Conforme Oliveira (2013), hoje, no Brasil, a norma principal para rotulagem ambiental é a (NBR) ISO 14020,
que estabelece nove princípios para guiar os programas de rotulagem. Esses princípios incluem a precisão,
verificabilidade, relevância e não enganosidade dos rótulos, além de não criar obstáculos ao comércio
internacional. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) concentra seus esforços em produtos
demandados no mercado exportador, como papel, cosméticos, tintas, calçados, entre outros.
Entretanto, para aumentar a eficiência, seria importante ampliar o foco para produtos consumidos no
mercado interno, que também tem uma grande demanda. Além do programa da ABNT, tem havido um
aumento significativo de rótulos estabelecidos por certificadoras independentes, principalmente na
agricultura orgânica, com mais de 20 tipos de selos no mercado brasileiro.

Muitas empresas brasileiras têm buscado certificações internacionais, como o LEED, um sistema norte-
americano para construções sustentáveis. Essas certificações abordam questões como redução do uso de
água, eficiência energética e prevenção da poluição na construção. Esse movimento reflete a busca por
alternativas brasileiras e a adesão a padrões internacionais na ausência de opções locais.

Fernandes e Ulbanere (2007) citam que a forma como os consumidores brasileiros expressam a expectativa
de que as empresas adotem práticas sociais e ambientais deixa evidente que os investimentos em
responsabilidade social não são mais uma escolha para as empresas, mas sim uma obrigação crescente. É
crucial que essas iniciativas sejam autênticas e comunicadas de maneira eficaz, pois há o risco de passarem
despercebidas ou, entre os consumidores alertas e ativamente engajados como cidadãos, gerarem reações
adversas que afetem a reputação corporativa.

Ignorar os apelos por envolvimento social e ambiental feitos pelos consumidores pode resultar em boicotes a
produtos e serviços em breve. Atualmente, quase um terço dos consumidores já puniu ou está disposto a
punir marcas ou empresas que considerem não socialmente responsáveis, evitando comprar ou expressando
críticas (VIVO, 2022). Por outro lado, há uma recompensa considerável, pois um grupo ainda maior de
consumidores conscientes está disposto a premiar empresas socialmente responsáveis, comprando seus
produtos ou falando positivamente sobre elas (VIVO, 2022).

Embora esse grupo esteja mais concentrado nos segmentos mais influentes da sociedade, sua presença já é
significativa em todos os segmentos. Ignorar esse contingente de consumidores seria impossível sem sérias
consequências para a imagem da empresa. As vantagens sociais se entrelaçam com as vantagens ambientais,
já que a gestão ambiental busca corrigir problemas resultantes da produção e consumo, beneficiando a
sociedade como um todo.

Conforme Vivo (2022), o Global Consumer Insights Survey, divulgado pela PwC em junho de 2022, revela que
os comportamentos de consumo refletem a adesão a princípios ambientais. Um exemplo é a disposição dos
consumidores em pagar mais por produtos locais ou nacionais:

35% estão dispostos a pagar mais por saberem onde e como são produzidos.

25% estão dispostos a pagar mais para reduzir a pegada de carbono.

A pesquisa destaca que o compromisso de uma empresa com questões ambientais influencia a decisão de
compra de 39% dos brasileiros. Entre as ações mencionadas, estão a redução de emissões de CO2, o uso de
materiais reciclados e a diminuição do uso de plástico. Portanto, além de contribuir para o futuro e para o
meio ambiente, a certificação ambiental traz reconhecimento positivo no mercado. Além disso, dependendo
das iniciativas implementadas, pode resultar em economia de gastos com energia e água.

EXEMPLOS DE PROGRAMAS AMBIENTAIS

O trabalho de Gomes e Casagrande Junior (2018) reuniu os principais programas de rotulagem ambiental do
Brasil. A seguir serão resumidos alguns exemplos observados.
ABNT – Qualidade Ambiental
O projeto para estabelecer o selo ABNT – Qualidade Ambiental teve início em 1993, mas só se tornou efetivo
em 2008. De acordo com a ABNT (2023), o programa possui 31 padrões de critérios. O processo é conduzido
por um Comitê Técnico de Certificação, composto por membros fixos, como universidades, instituições
científicas, representantes de ministérios e outros interessados; eles são responsáveis pelo desenvolvimento
dos critérios. Além disso, membros do setor produtivo são convidados a participar, de acordo com o tipo de
produto. O selo, identificado pela marca na Figura 1, é aplicado aos produtos, indicando o compromisso com a
qualidade ambiental.

Figura 1 | Selo ABNT Qualidade Ambiental

Fonte: ABNT (2023, online).

Cerflor
O Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor) tem como missão identificar critérios e indicadores de
sustentabilidade para o manejo florestal, certificando produtos que atendam a esses critérios. O órgão
executivo do programa é o INMETRO, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), e suas normas são estabelecidas pela ABNT. A obtenção do selo Cerflor é voluntária e está
condicionada ao cumprimento das normas da ABNT relacionadas ao manejo florestal. O logo do Cerflor deve
ser utilizado em conjunto com o do INMETRO, conforme representado na Figura 2.

Figura 2 | Identificação do Cerflor

Fonte: INMETRO (2023, online).

Certificações IBD
O Instituto Biodinâmico (IBD) é uma entidade brasileira sem fins lucrativos, dedicada à inspeção e certificação
de atividades agropecuárias, com foco especial no cultivo orgânico. Sua equipe de inspetores realiza a
fiscalização minuciosa de propriedades e processos de produção agrícola, assegurando a conformidade com
as normas estabelecidas. O IBD oferece certificações em 14 segmentos diferentes, cada uma representada
por selos específicos que variam conforme a atividade certificada e seu alcance. A diversidade desses selos
pode ser visualizada na Figura 3.

Figura 3 | Selos certificados pelo IBD

Fonte: Instituto Biodinâmico (2023, online).

Forest Stewardship Council (FSC)


Criado em 1993 diante das crescentes preocupações com o desmatamento e o futuro das florestas
globalmente, o Forest Stewardship Council (FSC) surgiu por meio de discussões entre empresas, organizações
sociais e ambientais. O intuito era estabelecer uma entidade independente com princípios universais para
assegurar o manejo florestal responsável (FSC, 2023). Diferentemente de um agente certificador, o FSC atua
como uma organização que define normas e procedimentos de certificação para lidar com a madeira, além de
credenciar instituições certificadoras (FSC, 2023). O selo distintivo do FSC, ilustrado na Figura 4, serve como
identificação desse compromisso com a gestão sustentável das florestas.

Figura 4 | Selo FSC

Fonte: FSC (2023, online).

Selo Procel
Instituído por Decreto Presidencial em 1985, o Selo Procel está sob a gestão do Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica (Procel), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (ELETROBRAS, 2023).
Esse selo visa orientar o consumidor durante a compra, indicando quais produtos oferecem melhor eficiência
energética em suas respectivas categorias. Essa abordagem busca incentivar a produção de itens mais
eficientes, promovendo economia de energia. A comunicação efetiva com o consumidor ocorre por meio do
selo aplicado aos produtos e do site do programa, onde se encontram os produtos certificados. Atualmente,
15 tipos de produtos já receberam essa certificação (ELETROBRAS, 2023). O selo Procel é ilustrado na Figura 5.

Figura 5 | Selo Procel

Fonte: Eletrobras (2023, online).

Selo Conpet
Parte integrante do Programa Nacional de Racionalização do uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural,
o Selo Conpet de Eficiência Energética tem como propósito orientar o consumidor sobre os modelos que
alcançam os mais elevados níveis de eficiência energética, relacionados ao Programa Brasileiro de
Etiquetagem (PBE). Similar ao Procel, esse selo está voltado para uma fonte de energia diferente. Vinculado ao
Ministério de Minas e Energia (MME) e executado com o suporte técnico e administrativo da Petrobras
(CONPET, 2023), o Conpet é aplicado conforme evidenciado na Figura 6.

Figura 6 | Selo Conpet


Fonte: Conpet (2023, online).

VIDEO RESUMO

Nesta videoaula, será apresentado a você o tema da rotulagem ambiental no Brasil, demonstrando como ela
pode melhorar ainda mais o nosso meio ambiente.

 Saiba mais
Curso Rotulagem Ambiental Tipo I:sustentabilidade e competitividade para produtos e serviços
brasileiros, desenvolvido em 2020 pela Enap, em parceria com a Secretaria Especial de Produtividade
Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia. O objetivo do
curso é capacitar agentes econômicos da indústria e comércio em rotulagem ambiental, destacando seus
tipos e programas, as vantagens sócio-econômico-ambientais e as oportunidades de negócios
envolvidos.

Aula 5

REVISÃO DA UNIDADE
ROTULAGEM AMBIENTAL

O sistema de rotulagem ambiental oferece uma compreensão mais aprofundada do compromisso de um


produto com o meio ambiente, abrangendo tanto seu conteúdo quanto sua embalagem. Esse
comprometimento é avaliado em termos de consumo de recursos, emissões de carbono, poluição e eficiência
energética, tanto durante a produção quanto no final de sua vida útil, durante o descarte.

Esse conceito tem origem na década de 1970 e alcançou um marco significativo nos anos 1990,
desencadeando mudanças substanciais nas demandas da sociedade. Os consumidores estão cada vez mais
incorporando sua consciência ambiental nas escolhas de compra, optando por produtos que causem o menor
impacto possível no meio ambiente Ottman (1994, apud Hori e Renofio, 2009).

Conforme Moura (2013) observa, embora os termos "rotulagem" e "certificação" sejam frequentemente
utilizados de forma intercambiável, a rotulagem ambiental (eco-labeling) geralmente se refere aos atributos
do produto e visa os consumidores finais. Em contraste, a certificação ambiental (eco-certification) está mais
associada às fabricantes, abrangendo métodos e processos de produção, especialmente nas indústrias que
utilizam recursos para verificar uma ou mais condições de produção ou processo produtivo.

Programas de rotulagem ambiental


Conforme Barboza (2001), A proliferação de rótulos ecológicos sem regulamentação levou a esforços para
estabelecer um sistema confiável de orientações, visando padronizar as rotulagens ambientais globalmente. A
ISO categorizou os programas de rotulagem em três tipos:

Programas de 1ª Parte: envolvem a rotulagem por partes que se beneficiam diretamente de


reivindicações ambientais, como fabricantes, varejistas ou distribuidores. Conhecidos como
"autodeclarações", não passam por verificação independente.

Programas de 2ª Parte: referem-se à rotulagem concedida por associações comerciais, não vinculadas
diretamente à fabricação ou venda. As informações nos selos são definidas por conglomerados de
indústrias ou organizações independentes.

Programas de 3ª Parte: envolve a rotulagem por partes independentes da produção ou venda, como
instituições governamentais, do setor privado ou sem fins lucrativos, garantindo avaliação imparcial e
confiável do impacto ambiental.

Além disso, a ISO 14020 classifica rótulos em três categorias:

Rótulos Tipo I: compara produtos da mesma classe, certificados por entidades de 3ª Parte, baseados em
Análise do Ciclo de Vida (ACV).

Rótulos Tipo II: alegações ambientais feitas pelos próprios fabricantes, sem verificação independente,
consideradas menos informativas.

Rótulos Tipo III: fornece critérios de impacto ambiental abrangendo o ciclo de vida do produto, com
flexibilidade na definição das categorias de informação.

Avaliações de ciclo de vida e selos ambientais


A Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma abordagem científica para examinar o impacto ambiental completo
de um produto ou serviço, desde a obtenção de matérias-primas até o descarte final. Os estudos sobre ACV
ganharam impulso a partir de 1990, levando à padronização pela ISO, que publicou as normas ISO 14040 com
contribuições de mais de 300 especialistas de 29 países. No Brasil, a norma NBR ISO 14040 (2001) foi
publicada pela ABNT.

A ACV segue regras definidas pelas normas ISO 14040 e 14044 para garantir confiabilidade e transparência.
Dividida em quatro etapas, a ACV começa com a definição do objetivo e escopo, escolhendo o produto,
determinando sua função e estabelecendo a "unidade funcional". A segunda etapa envolve a análise do
inventário, coletando dados sobre materiais, energia e emissões. A terceira etapa avalia os impactos do ciclo
de vida, considerando critérios como mudanças climáticas e uso de recursos. Na última etapa, a interpretação,
os resultados são revisados criticamente, identificando vulnerabilidades e oportunidades de redução de
impacto.

A ACV serve como base para o Gerenciamento do Ciclo de Vida (LCM), otimizando a interação entre projeto,
fabricação e atividades do ciclo de vida (Coltro, 2007).

Rotulagem ambiental no Brasil


A Rotulagem Ambiental no Brasil começou em 1993 com o "Selo de Qualidade Ambiental" da ABNT. Em 2010,
existiam cerca de 600 selos, muitos autodeclarados pelas empresas. A NBR ISO 14020, de 2002, estabeleceu
princípios para rótulos e declarações ambientais, influenciando o programa ABNT - Qualidade Ambiental. O
trabalho de Gomes e Casagrande Junior (2018) destaca principais programas de rotulagem no país, dos quais,
alguns, são expostos a seguir.

ABNT QUALIDADE AMBIENTAL


O projeto para estabelecer o selo ABNT Qualidade Ambiental teve início em 1993, mas só se tornou efetivo em
2008. De acordo com a ABNT (2023), o programa possui 31 padrões de critérios.

Figura 1 | Selo ABNT Qualidade Ambiental

Fonte: ABNT (2023).

CERFLOR
O Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor) tem como missão identificar critérios e indicadores de
sustentabilidade para o manejo florestal, certificando produtos que atendam a esses critérios.
Figura 2 | Identificação do Cerflor

Fonte: INMETRO (2023).

CERTIFICAÇÕES IBD
O Instituto Biodinâmico (IBD) é uma entidade brasileira sem fins lucrativos, dedicada à inspeção e certificação
de atividades agropecuárias, com foco especial no cultivo orgânico.

Figura 3 | Selos certificados pelo IBD

Fonte: Instituto Biodinâmico (2023).

Forest Stewardship Council (FSC)


Criado em 1993 diante das crescentes preocupações com o desmatamento e o futuro das florestas
globalmente, o Forest Stewardship Council (FSC) surgiu com o intuito de estabelecer uma entidade
independente com princípios universais para assegurar o manejo florestal responsável.

Figura 4 | Selo FSC


Fonte: FSC (2023).

SELO PROCEL
O Selo Procel está sob a gestão do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Esse selo
visa orientar o consumidor durante a compra, indicando quais produtos oferecem melhor eficiência
energética em suas respectivas categorias.

Figura 5 | Selo Procel

Fonte: Eletrobras (2023).

SELO CONPET
Parte integrante do Programa Nacional de Racionalização do uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural,
o Selo CONPET de Eficiência Energética tem como propósito orientar o consumidor sobre os modelos que
alcançam os mais elevados níveis de eficiência energética.

Figura 6 | Selo CONPET


Fonte: CONPET (2023).

REVISÃO DA UNIDADE

Olá, estudante! Seja bem-vindo ao Módulo de Rotulagem Ambiental. Nesta aula, será apresentado a você o
resumo do módulo de rotulagem ambiental, demonstrando como esses programas podem melhorar ainda
mais o nosso meio ambiente.

ESTUDO DE CASO

A crescente conscientização ambiental entre os consumidores impulsionou as indústrias a repensarem suas


práticas, adotando estratégias mais sustentáveis. Este estudo de caso se debruça sobre a jornada da indústria
alimentícia XYZ, líder em seu setor, que buscou a certificação ecológica como resposta às crescentes
expectativas ambientais. O programa de rotulagem ambiental escolhido por ela não apenas ilustrou o
compromisso da empresa com práticas sustentáveis, mas também redefiniu seu papel no mercado, gerando
impactos positivos.

A introdução destaca o contexto global em que as empresas enfrentam uma demanda cada vez maior por
transparência e responsabilidade ambiental. A indústria alimentícia, como setor essencial, enfrenta a pressão
de equilibrar a produção em massa com a necessidade de minimizar seu impacto ambiental. A busca por uma
certificação ecológica não foi apenas uma resposta a essa pressão, mas uma estratégia proativa para se
destacar no mercado competitivo, ganhando a confiança e a lealdade dos consumidores.

Passos para obtenção da certificação e rótulo ambiental:

Avaliação Interna:
A empresa XYZ deve realizar uma avaliação interna abrangente de suas práticas atuais em termos de sourcing,
embalagens e gestão de resíduos. Isso envolve a identificação de áreas de melhoria e a análise crítica dos
impactos ambientais ao longo da cadeia de produção.

Pesquisa sobre Programas de Certificação:


A equipe responsável deve conduzir uma pesquisa detalhada sobre os programas de certificação e rótulos
ambientais disponíveis. Identificar aqueles alinhados com os valores e objetivos da empresa, garantindo que
atendam às expectativas dos consumidores e sejam reconhecidos internacionalmente.

Seleção do Programa Adequado:


Com base na pesquisa, a empresa deve selecionar o programa de certificação mais adequado às suas
operações e aos seus objetivos sustentáveis. Isso pode envolver escolher entre diferentes certificações
ecológicas, como rótulos orgânicos, selos de eficiência energética ou certificações que abrangem a
sustentabilidade global.

Implementação de Melhorias:
Com base nos requisitos do programa escolhido, a empresa deve implementar melhorias em suas práticas
sustentáveis. Isso pode incluir ajustes na cadeia de fornecimento, otimização de embalagens, introdução de
tecnologias mais verdes e aprimoramento da gestão de resíduos.

Auditoria Interna:
Antes de buscar a certificação externa, a empresa deve conduzir uma auditoria interna rigorosa para garantir
a conformidade com os requisitos do programa escolhido. Isso envolve a revisão detalhada de documentos,
práticas operacionais e a preparação para a auditoria externa.

Escolha de uma Empresa de Certificação:


A empresa XYZ deve escolher uma empresa de certificação reconhecida e credenciada para realizar a
auditoria externa. Certificar-se de que a empresa de certificação seja imparcial, experiente e alinhada com os
padrões internacionais de certificação ambiental.

Auditoria Externa:
A empresa será submetida a uma auditoria externa em que os auditores avaliarão de perto as práticas
sustentáveis adotadas. Isso incluirá visitas in loco, entrevistas com a equipe responsável e revisão de
documentos para garantir a conformidade com os padrões estabelecidos.

Correções e Ajustes:
Caso a auditoria identifique áreas de não conformidade, a empresa deve realizar correções e ajustes
conforme orientado pelos auditores. Isso pode envolver melhorias adicionais nas práticas operacionais ou
documentação adicional para comprovar a conformidade.

Recebimento da Certificação:
Após a conclusão bem-sucedida da auditoria externa e a correção de não conformidades, a empresa XYZ
receberá a certificação ecológica. Isso incluirá a autorização para utilizar o rótulo ambiental em seus produtos,
destacando suas práticas sustentáveis.

Comunicação Transparente:
A empresa deve comunicar de forma transparente aos consumidores sobre a obtenção da certificação e a
presença do rótulo ambiental. Isso pode incluir campanhas de marketing, atualizações nas embalagens dos
produtos e divulgação nas plataformas on-line.

Conclusão:
Ao seguir esses passos, a empresa XYZ estará apta a obter a certificação e rótulo ambiental, fortalecendo sua
posição como uma indústria alimentícia comprometida com a sustentabilidade e atendendo às expectativas
crescentes dos consumidores conscientes.

 Reflita
O estudo de caso da indústria alimentícia XYZ oferece lições valiosas sobre como as empresas podem
adotar práticas sustentáveis de maneira eficaz. Destacam-se pontos essenciais, como a importância da
conscientização interna, a escolha criteriosa do programa de certificação, a implementação prática de
melhorias tangíveis, a confiança em auditorias externas respeitáveis e a comunicação transparente.

Esse caso inspira a compreensão de que a sustentabilidade é uma responsabilidade coletiva, envolvendo
toda a equipe. A seleção cuidadosa do programa de certificação, alinhado aos valores da empresa,
destaca a necessidade de escolhas estratégicas para alcançar objetivos sustentáveis específicos. Ações
práticas, como a transição para embalagens compostáveis, demonstram o impacto tangível dessas
práticas na redução do impacto ambiental.

A auditoria externa, realizada por uma empresa de certificação respeitável, destaca a importância da
imparcialidade e confiabilidade nas avaliações. Por fim, a comunicação transparente sobre as conquistas
da certificação fortalece a confiança do consumidor e destaca o compromisso genuíno da empresa com a
sustentabilidade.

Assim, ao refletir sobre esse estudo de caso, os alunos são incentivados a considerar a sustentabilidade
não apenas como uma responsabilidade ética, mas como um caminho estratégico para a inovação e o
sucesso empresarial duradouro.

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

A seguir vão ser expostos os passos para a obtenção da certificação e de rotulagem ambiental para a
empresa “XYZ” do setor alimentício:

Avaliação Interna:
A empresa XYZ realiza uma análise detalhada das fontes de matérias-primas, identificando fornecedores
locais e implementando práticas de agricultura sustentável. Inicia um programa de treinamento interno para
conscientizar os colaboradores sobre a importância da sustentabilidade em cada etapa da produção.

Pesquisa sobre Programas de Certificação:


Durante a pesquisa, a equipe da XYZ identifica o "EcoCertSustenta" como um programa que não apenas
considera o sourcing, mas também enfatiza a redução de resíduos e o uso eficiente de recursos. Essa escolha
é feita considerando a abordagem holística do programa.

Seleção do Programa Adequado:


A empresa decide adotar práticas específicas do "EcoCertSustenta", como o uso de embalagens
biodegradáveis, adesão a padrões de eficiência energética em suas instalações e a promoção ativa de
iniciativas de responsabilidade social.

Implementação de Melhorias:
A equipe de sustentabilidade lidera a transição para embalagens compostáveis, investindo em tecnologias de
produção mais limpas e ajustando processos para minimizar o desperdício. A implementação de sistemas de
gestão de resíduos é otimizada para reciclagem eficiente.

Auditoria Interna:
Antes da auditoria externa, a empresa realiza simulações de auditoria interna. Isso envolve a revisão
detalhada de registros internos, simulações de entrevistas e verificações de conformidade em todas as áreas,
desde a aquisição de insumos até a distribuição.

Escolha de uma Empresa de Certificação:


A escolha da empresa de certificação "GreenCert" é feita com base em sua reputação por auditorias rigorosas
e imparcialidade. Verificações adicionais são feitas para garantir que a "GreenCert" seja reconhecida
internacionalmente.

Auditoria Externa:
Durante a auditoria, os auditores da "GreenCert" examinam detalhadamente os processos de sourcing,
verificam o cumprimento das normas de eficiência energética e avaliam as práticas de gestão de resíduos,
garantindo que a empresa atenda a todos os requisitos do "EcoCertSustenta".

Correções e Ajustes:
Caso a auditoria identifique áreas de não conformidade, a empresa ajusta procedimentos, realiza
treinamentos adicionais e estabelece protocolos para garantir que as práticas estejam totalmente alinhadas
com os padrões do "EcoCertSustenta".

Recebimento da Certificação:
Após a conclusão bem-sucedida da auditoria externa, a empresa XYZ recebe a certificação "EcoCertSustenta".
A comunicação interna celebra o feito, reconhecendo o esforço coletivo que levou à conquista.

Comunicação Transparente:
A empresa destaca a certificação em campanhas de marketing, promovendo os benefícios ambientais de seus
produtos. Além disso, lança uma seção dedicada em seu site para compartilhar detalhes sobre as práticas
sustentáveis e a certificação, garantindo transparência total aos consumidores.

Conclusão:
Ao seguir esses exemplos práticos, a empresa XYZ não apenas atende aos requisitos do "EcoCertSustenta"
mas também incorpora a sustentabilidade em sua cultura organizacional, demonstrando um compromisso
duradouro com práticas empresariais ambientalmente responsáveis.

RESUMO VISUAL
Obtenção de Rótulo Ambiental em cinco passos

Fonte: elaborada pela autora.

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Aula 1

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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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