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(...) resíduos provenientes de constru- menos, de reduzir as despesas com deposição e vo-
ção, reformas, reparos e demolições de lume de extração de matérias-primas, o que con-
obras da construção civil, e os resultan- tribui para preservar recursos naturais limitados.
tes da preparação e da escavação de ter- Pinto (1999) afirma que os processos de ges-
renos, tais como tijolos, blocos cerâmi- tão de resíduos em canteiros de obra, por meio
cos, concreto em geral, solos, rochas, da sofisticação dos procedimentos de demolição
metais, resinas, colas, tintas, madeiras e e de especialização no tratamento e reutilização
compensados, forros, argamassas, ges- de RCD, podem conformar um novo ramo da en-
so, telhas, pavimento asfáltico, vidros, genharia civil.
plásticos, tubulações, fiação elétrica, A gestão adequada de RCD, em caráter pú-
etc., comumente chamados de entulhos blico, pode acarretar:
de obras, caliça ou metralha. (p. 2).
• redução de custos da limpeza urbana e recu-
3.1 Classificação dos RCDs peração de áreas degradadas;
A norma ABNT NBR 15114 (2004) classifica • preservação de sistemas de aterro;
os resíduos de construção e demolição em quatro • redução dos impactos provenientes de explo-
classes: ração de jazidas naturais de agregados para a
construção;
Classe A – resíduos reutilizáveis ou recicláveis • preservação de paisagens urbanas;
como agregados de construções, reforma e • incentivo a parcerias para a captação, reci-
demolição de pavimentos, de obras de in- clagem e reutilização de RCD;
fra-estrutura (incluído o solo), de edifica- • geração de emprego e renda;
ções (tijolos, argamassa, concreto etc.) e de • incentivo à redução da geração nas atividades
fabricação e/ou demolição de pré-moldados construtivas.
de concreto produzidos em obras.
Classe B – resíduos recicláveis para outras desti- Percebe-se que a implantação de uma ges-
nações, tais como plásticos, papel, metais e tão diferenciada dos RCDs permite a obtenção de
madeiras. resultados concretos numa política de desenvol-
Classe C – resíduos para cuja reciclagem/recupe- vimento urbano sustentável, impondo aos muni-
ração não foram desenvolvidas tecnologias cípios um caráter regulador que pode aprimorar
economicamente viáveis, como o gesso. instrumentos jurídicos para que novos procedi-
Classe D – resíduos perigosos, como tintas, sol- mentos de gestão se consolidem. Além disso, o uso
ventes e óleos, e oriundos de obras em clí- do agregado reciclado em tecnologias alternativas
nicas radiológicas, instalações industriais e no atendimento às demandas sociais dos centros
outros. urbanos está em conformidade com a complicada
questão do déficit habitacional brasileiro.
3.2 Reciclagem de RCD:
economia e meio-ambiente 3.3 Potencialidades do agregado
A reciclagem de resíduos de construção e de- reciclado de RCD
molição (RCDs) é uma oportunidade de transfor- Os resíduos de construção e demolição são
mar despesas numa fonte de faturamento ou, pelo geralmente classificados como materiais inertes.
Figura 1a): Tijolos modulares de solo-RCD- Figura 1c) Blocos de concreto com agregados
cimento prensados manualmente. de RCD.
Fonte: Grande (2003). Fonte: Fonseca (2002);
Figura 1b) Argamassa de revestimento contendo Figura 1d) Guias e blocos produzidos com
agregado de RCD. concreto de RCD.
Fonte: Fonseca (2002); Fonte: Carneiro, Brum e Cassa (2001).
gerenciamento dos resíduos da construção civil, de grandes volumes, informação ambiental, fis-
nos moldes da Resolução 307 do Conama, com- calização, usinas de reciclagem e licenciamentos
põe-se de três fases: de operação;
de artefatos de concreto.
Resíduos
Resumo das atividades a serem desenvolvidas Resíduos Resíduos
classe D
Coleta classe A classe A
na Usina de RCD: seletiva (concretos e (componentes
argamassas) cerâmicos) Destinação
Pá carregadeira 150 CV adequada
• recepção e análise visual dos resíduos rece-
bidos;
Alimentador com
• disposição em áreas para triagem; grelha de limpeza Conjunto moto-
vibrador 5,0 CV
• triagem e retirada de contaminantes dos
resíduos;
Britagem
• manejo, estocagem e expedição de rejeitos; (separadamente) Conjunto moto-
alimentação do núcleo de reciclagem; Transportador vibrador 30 CV
fixo 5,0 CV
• processamento dos resíduos classe A (pré- Transportador de
correia 5,0 CV
classificação, britagem, peneiração, rebrita-
Pilha com
gem e transporte); bica corrida
com maior Limpeza de contaminante
• retirada de contaminantes após a britagem teor de terra (magnetizável)
(impurezas metálico-ferrosas e outras); Imã permanente
• formação de pilhas de agregado reciclado na Pilha com
bica corrida
forma de “brita corrida”; (material
sem penei- Limpeza de contami-
• formação de pilhas de agregados reciclados nante (magnetizável)
Conjunto moto-
ramento) vibrador 6,0 CV
peneirados;
• estocagem de agregado reciclado e expedição.
Pilha com Pilha com
areia (D MÁX pedra
Serviços de < 4,8 mm) (4,8 mm <
No fluxograma (Figura 3), são apresentadas pavimentação D MÁX <
as etapas de processamento dos resíduos do RCD 9,5mm)
5 Considerações Finais
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Manejo e gestão de ZORDAN, S. E. A utilização do RCD como agregado,
resíduos da construção civil. – Manual de orientação: na confecção do concreto. 1997. Dissertação (Mestrado
como implantar um sistema de manejo e gestão nos em Engenharia Civil)- Faculdade de Engenharia Civil –
municípios. Brasília: Ministério das Cidades, Ministério FEC, Universidade Estadual de Campinas, Campinas,
do Meio Ambiente, Caixa Econômica Federal, 2005. 1997. p. 140.
CARNEIRO, A. P.; BRUM, I. A. S.; CASSA, J. C. Recebido em 13 set. 2007 / aprovado em 1º out. 2007
S. Reciclagem de para a produção de materiais de
construção. Salvador: EdUFBA, Caixa Econômica Para referenciar este texto
Federal, 2001. FAGURY, S. C.; GRANDE, F. M. Gestão de Resíduos
de Construção e Demolição (RCD) – aspectos gerais
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
da gestão pública de São Carlos/SP. Exacta, São Paulo,
(Conama) - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE,
v. 5, n. 1, p. 35-45, jan./jun. 2007.
Resolução nº. 307, 2002.