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UNIDADE 02

Higiene e Segurança Industrial

Olá, bem vindo à unidade 2.

A Revolução Industrial foi a afirmação do capitalismo como modo de


produção dominante, do proletariado e a burguesia como classe importante da
nova estrutura social.

A grande utilização de máquinas e maior divisão do trabalho fez com


que a produtividade fosse maior, provocando a falência das antigas corporações
e manufaturas, e o surgimento de problemas sociais causados pelas condições
precárias de trabalho.

Vamos começar nossos estudos?

Boa aula!

●●Mostrar o que foi a revolução industrial, seus efeitos na sociedade da época e seus impactos para
a vida dos trabalhadores.
●●Mostrar, também a evolução da legislação de segurança do trabalho no mundo e no Brasil.

●●A evolução da atividade industrial e o trabalho, artesanato e manufatura;


●●A Revolução Industrial, as precondições da Revolução Industrial;
●●A Primeira Revolução Industrial;
●●A Segunda Revolução Industrial;
●●A Terceira Revolução Industrial;
●●Efeitos da Revolução Industrial;
●●Dados históricos sobre segurança do trabalho e definição legal de acidentes do trabalho.

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Introdução à Segurança do Trabalho

A evolução da atividade industrial e o trabalho

Estágios da produção industrial

A evolução do processo de transformação de matérias-


primas em produtos acabados que utilizamos no nosso cotidiano
ocorreu em quatro estágios básicos: artesanato, manufatura,
indústria e revolução técnico-científica.

Artesanato e manufatura

O artesanato foi a etapa inicial da transformação das


matérias-primas. Essa atividade produtiva é praticada até hoje
como atividade artística ou como meio de produção em países
subdesenvolvidos.

A manufatura é o estágio intermediário entre o artesanato e a maquinofatura. Nesta etapa de


produção, além do trabalho manual, havia o emprego de máquinas rudimentares e a divisão do trabalho, e
o trabalhador já era assalariado. A manufatura predominou nos séculos XV e XVI. Estes dois períodos da
história humana marcam o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.

A Revolução Industrial

A Revolução Industrial, ocorreu nos séculos XVIII e XIX na Inglaterra e espalhou-se por outros países.
A nova atividade transformou e agilizou o que antes era chamado de artesanato e manufatura. A Revolução
Industrial significou muito para as relações de trabalho, e para a massa de trabalhadores que recebia um
salário em troca da energia, da força de trabalho que despendia dentro das fábricas.

Essa relação de trabalho ocorreu no sistema capitalista. A produção de tudo o que é necessário
à vida humana, passa a ser realizada pela energia
de homens que recebem um salário. A implantação
do sistema capitalista se deu na sociedade européia
a partir do século XVIII, por um processo de
transformação global que marcou o estabelecimento
do sistema capitalista como modo de produção
predominante.

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A Revolução Industrial deve ser compreendida como o conjunto de transformações ocorridas na


indústria, comércio, bancos, agricultura, etc. Esse processo envolveu a própria sociedade dividida em
duas classes básicas: burguesia e proletariado.

A burguesia era proprietária dos meios de produção e o proletariado o trabalhador. O proletariado é a


classe assalariada que, para sobreviver, vende sua força de trabalho.

A Revolução Industrial representou o processo de mecanização das indústrias, ocorrido inicialmente


na Inglaterra do século XVIII, e espalhando-se para França, Alemanha, Estados Unidos, etc...

A Revolução Industrial a partir da máquina a vapor, compreendeu várias fases chamadas de 1º, 2º e
3º Revolução Industrial.

As Precondições da Revolução Industrial

Foi na Idade Média, período compreendido entre os séculos XV e XVIII, que se criaram as precondições
para o desencadeamento da Revolução Industrial. Na fase de transição do feudalismo para o capitalismo,
ocorreu a acumulação de capitais, ampliação de mercados e o aperfeiçoamento das técnicas de produção.

Essas precondições aconteceram, na sociedade feudal que se desagregava a medida em que se


desenvolvia o modo de produção capitalista. Entre as precondições da Revolução Industrial, a acumulação
de capitais e a liberação da mão-de-obra são as
mais importantes, pois são dois aspectos básicos
do sistema capitalista: o capital e o trabalho.

O capital acumulado permite a compra de


matéria prima, máquinas e do trabalho necessário
a produção. A produção capitalista não abre mão
da disponibilidade da massa de trabalhadores que
não possuem mais seus próprios instrumentos de
trabalho e, assim, para sobreviver é obrigada a
vender sua força de trabalho.

A acumulação do capital é o processo pelo qual se verifica a concentração dos meios de produção e
de grandes quantias de dinheiro nas mãos da burguesia minoritária. Essa acumulação ocorreu na fase de
transição do feudalismo ao capitalismo, nos setores industrial, agrícola e mercantil.

No setor agrícola houve o cercamento dos campos, onde a burguesia passou a controlar a terra, setor
de produção econômica importante para a época.

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Suprimiu-se o sistema comunitário de cultivo, novas técnicas foram introduzidas, aboliu-se os


arrendamentos e o proprietário passou a aproveitar toda a extensão da propriedade, para o cultivo de
cereais, produção de matéria-prima ou criação de gado.

No setor industrial deu-se a criação das manufaturas onde os artesões ficavam sujeitos a divisão do
trabalho, recebiam a matéria prima e não ficavam com o produto final do trabalho. A produção era vendida
pelo empresário que ficava com os lucros.

O artesão trabalhava em troca de um salário e se viu impossibilitado de possuir os seus instrumentos


de trabalho, pois não tinham recursos para comprar as máquinas utilizadas na produção. A burguesia, deste
modo, foi ampliando os seus rendimentos e progressivamente foi controlando a indústria manufatureira.

No setor mercantil a acumulação de capitais se deu pela diferença entre o preço da compra e o
preço da revenda de mercadorias. O processo de liberação de mão-de-obra representou a criação do
proletariado, ou seja, classe de pessoas que possuem uma única riqueza, que é a sua força de trabalho.

A Primeira Revolução Industrial

A Inglaterra foi o berço da atividade industrial. O pioneirismo da Inglaterra deve-se aos seguintes fatores:

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A indústria que surgiu tem como principal diferença do artesanato e da manufatura o uso de máquinas
no processo de fabricação.

A grande novidade foi a máquina a vapor criada em 1712 por Thomas Newcomen e aperfeiçoada em
1765 por James Watt. O primeiro tear movido a vapor surgiu em 1787, mais aperfeiçoado do que os teares
hidráulicos e mecânicos. Essas invenções impulsionaram a indústria têxtil.

A energia produzida pelo vapor foi aplicada nos transportes. Em 1787, Robert Fulton adaptou-a aos
navios e, em 1803 George Stephensos construiu a locomotiva a vapor.

A Segunda Revolução Industrial

Na segunda metade do século XIX (1860) a indústria assume nova forma com o petróleo e a
eletricidade. A siderurgia e a metalurgia e a indústria de automóveis assumem grande importância. Os
principais fatos desta Segunda Revolução foram a transformação do ferro em aço, o motor a combustão e
o telefone.

A Terceira Revolução Industrial

É assim chamada a segunda metade do século XX. Neste período inovações tecnológicas
transformaram profundamente a economia industrial. O uso do computador, o conhecimento de fontes de
energia alternativas, mudança na organização do trabalho e o crescente uso da informática na produção
industrial. A Terceira Revolução Industrial, ainda está sendo construída pelas empresas transnacionais,
com fábricas globais, biotecnologia, robótica etc.

Efeitos da Revolução Industrial

Os principais efeitos da Revolução Industrial foram:


●● A afirmação do capitalismo como modo de
produção dominante.
●● Surgimento da burguesia e do proletariado
como classes básicas na nova estrutura
social.
●● O uso constante de máquinas e maior divisão
técnica do trabalho.
●● Aumento de produção e produtividade.
●● Necessidade de ampliar mercados

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consumidores externos.
●● Condições de trabalho precária do proletariado.

Dados históricos sobre segurança do trabalho

O marco inicial da industrialização foi o aparecimento da máquina de fiar na Inglaterra durante a


Revolução Industrial. A mão-de-obra deste período era constituída por homens, mulheres e crianças e
nenhuma preocupação com a segurança dos trabalhadores. Eram mão-de obra desqualificada e de baixo
nível escolar.

Os principais problemas ocupacionais gerados nesta época eram: ruído excessivo, ambientes sem
ventilação, máquinas sem proteção e longas jornadas de trabalho.

A primeira preocupação com segurança do trabalho deu-se em 1802 pelo Parlamento Britânico que
aprovou a primeira Lei de Proteção aos Trabalhadores chamada de: Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes.
Esta lei estabelecia:
●● Obrigatoriedade de ventilação no ambiente de trabalho.
●● Proibição de trabalho noturno infantil.
●● O limite de 12 horas de trabalho noturno.

Em 1833 surgiu na Inglaterra a Lei das Fábricas, que é considerada como a primeira legislação
realmente eficiente na proteção do trabalhador. Aplicava-se a todas as indústrias têxteis hidráulica ou

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a vapor, proibia o trabalho noturno a menores de 18 anos, as fábricas precisavam ter escolas e todo
trabalhador menor de 13 anos deveriam freqüentá-las. Estabelece 12 horas e trabalho diário e 69 por
semana, além de idade mínima para o trabalho de 9 anos.

Outros países aprovaram leis de proteção ao trabalhador tais como:


●● França - 1862 - Regulamentação da Higiene do Trabalho e da Segurança do Trabalho.
●● Alemanha – 1865 - Lei de Indenização Obrigatória dos Trabalhadores, responsabilizando o
empregador pelo pagamento dos acidentes.
●● Alemanha – 1869 – foi aprovada leis obrigando os donos de fábricas a instalarem dispositivos para
proteger a integridade física dos trabalhadores.
●● França – 1874 – foi promulgada lei regulamentando a inspeção especial das indústrias.
●● França e Itália – 1898 – Foram aprovadas leis de Indenização aos operários.
●● EUA – 1903 – promulgada a primeira lei de Indenização de trabalhadores.
●● Tratado de Versalles – 1919 – criação da Organização Internacional do Trabalho(O.I.T.)

No Brasil a evolução da segurança do trabalho, se deu:


●● Decreto Legislativo nº 3724/1919 – surge a primeira Lei de Acidentes de Trabalho.
●● Decreto-Lei nº 24637/1934 – surge a segunda Lei de acidentes do trabalho.
●● Constituição Federal de 1934 – estabelecia como direito do trabalhador, a assistência médica e
sanitária (art. 121).
●● Constituição Federal de 1937 – estabelece como norma que a legislação do trabalho deveria observar
o preceito: assistência médica e higiene do trabalhador (art. 137,І) e à gestante.
●● Em 1943 o governo brasileiro apresenta a nação a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
●● Decreto 5452/1943, regulamenta o capítulo V, Título ІІ da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo
a segurança e medicina do trabalho.
●● Constituição Federal de 1946 – menciona que os trabalhadores teriam direito a higiene e segurança
do trabalho (Art. 157, VІІІ).
●● Em 1953, a Portaria nº 155 regulamenta a atuação das Comissões Internas de Prevenção de
Acidentes (CIPA).
●● Lei 5161/66 – cria a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho.
●● Constituição Federal de 1967 – reconhece o direito dos trabalhadores a higiene e segurança do
trabalho (art. 158, XІ).
●● Constituição Federal 1969 – repetiu o mesmo
dispositivo (art. 165, ІX).
●● Lei 6514/1977 – Torna obrigatória à constituição de
CIPAS.
●● Portaria nº 3.214/78 – declara as atividades insalubres
e perigosas.
●● Portaria nº 3214/1978 – Aprova as Normas

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Regulamentadoras (NR’s) do capítulo V do Título ІІ da CLT. A CLT dedica o capítulo V a Segurança e


Medicina do Trabalho.
●● Constituição Federal de 1988 – no capítulo ІІ (dos Direitos Sociais), artigo 6º e 7º, inciso XXІІ, XX ІІІ,
XXVІІІ e XXXІІІ, dispõe sobre segurança e saúde dos trabalhadores.

De acordo com o art. 19 da Lei nº 8213/1991 o acidente de trabalho é infortúnio ocorrido no exercício
do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

A lei prevê casos de equiparação ao acidente do trabalho:


●● O acidente sofrido pelo funcionário no local e no horário de trabalho em conseqüência de:
●● ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro, inclusive colega de trabalho;
●● ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionado com o trabalho;
●● ato de imprudência, negligencia ou imperícia de terceiro, inclusive colega de trabalho;
●● ato de pessoa privada do uso da razão;
●● desabamento, inundação ou incêndio;
●● Doença proveniente de contaminação acidental de pessoal da área médica, no exercício de sua
atividade;
●● Acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho:
●● no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquele;
●● na execução de ordens ou realização de serviço sob a autoridade da empresa;
●● em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção, inclusive em veículo de
propriedade do empregado.

São dois os elementos que caracterizam o acidente: lesão corporal e perturbação funcional.

Lesão corporal é qualquer dano anatômico produzido ao corpo, por exemplo, corte, fratura ou perda
de membro.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de órgão ou sentido. Por exemplo, perda da visão
provocada por queda e batida da cabeça, diminuição da audição etc. Pode ser transitória ou permanente.

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A evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos passou pelas etapas de


artesanato, manufatura e indústria. Este processo ocorreu entre os séculos XVIII e XIX na Inglaterra, e
colocou a sociedade inglesa na vanguarda da economia. Este processo recebeu o nome de Revolução
Industrial, espalhou se pelo mundo e modificou as relações de trabalho.

Leitura Complementares

TEIXEIRA, Francisco. Revolução Industrial. Editora: Ática, 2004.

HOBSBAWM, Eric. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Editora: Forense Universitária,


2011.

Documentários e Filmes sobre a Revolução Industrial – Oliver Twist – ano:1948 – direção: Davis Lean
– Gênero: Drama

A modernidade chega a Vapor – ano: 2002 – direção: Ministério da Educação-MEC – Gênero:


documentário histórico

CANEDO, Letícia Bicalho. A Revolução Industrial – Coleção Discutindo a História. Editora: Atual, 1994.

BARBOSA, Rildo Pereira; BARSANO, Paulo Roberto. Segurança do Trabalho – Guia Prático e Didático.
Editora: Erica, 2012.

SCARDELAI, Aparecida Valdinéia. Manual Prático de Segurança e Saúde do Trabalho. Editora: YENDIS
EDITORA, 2012.

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