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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA - Á POLITÉCNICA

Instituto superior de Humanidades, Ciências e Tecnologia

Engenharia Civil 3°Ano/ 5° Semestre

Tintas, Vernizes,

Lacas e Esmaltes

Augusto Muchanga

Khádira da Silva

Maximin Munira

Norberto Brito

Rugete Afonso

Quelimane, Março

2023
Augusto Muchanga

Khádira da Silva

Maximin Munira

Norberto Brito

Rugete Afonso

Tintas, Vernizes, Lacas e Esmaltes

Trabalho de pesquisa científica a ser avaliado

na cadeira de Materiais de Construção,

para fins avaliativos.

Docente: Souza Cafrage


Índice

1. Introdução

1.1. Objetivos

1.1.1. Objetivo Geral

1.1.2. Objetivos Específicos

1.2. Metodologia de Pesquisa

1.3. Fundamentação Teórica

2. História e Origem das Tintas

2.1. Tintas Ultizadas na Construção Civil

2.2. Classificação das tintas

2.3. Características e Constituintes das Tintas

2.4. Meios/ Metodos de Aplicação das Tintas

2.5. Defeito na Aplicação de tintas e suas causas

2.6. Tinta à Óleo

2.6.1. História da Tinta a Óleo

2.6.2. Diluentes e Solventes

2.6.3. Diferença entre a Aguarrás e a Terebintina

2.6.4. Pulverizador

2.6.4.1. Vantagens do Uso de Pulverizador na Pintura

2.7. Tinta Plástica

2.7.1. Vantagens da Tinta Plástica

2.7.2. Emulsão

2.7.2.1. Tipos de Emulsão

2.7.3. Tintas de Emulsão

2.8. Tintas Especiais


3. Verniz

3.1. Constituintes de um Verniz

3.2. Superfície onde Aplicar o Verniz

3.3. Tipos de Vernizes mais Comuns no Mercado

3.4. Diferente entre Tinta e Verniz

3.5. Exigência de Desempenho do Verniz

3.6. Ensaios

3.6.1. Ensaios de Caracterização do Verniz

3.6.2. Ensaios de Desempenho do Verniz

3.7. Tipos de Verniz na Madeira

3.8. Função dos Vernizes na Madeira

3.9. Lixagem e Envernizamento

4. Lacas

4.1. História e Origem da Laca

4.2. Vantagens do Uso da Laca

4.3. Metodo de Aplicação da Laca

5. Esmaltes

5.1. História e Origem do Esmalte

5.2. Vantagens do Uso do Esmalte

5.3. Tipos de Esmaltes

5.4. Preparação da Superfície

5.5. Tipos de Limpeza Dependendo da Superfície

5.6. Metodo de Aplicação do Esmalte

6. Conclusão

7. Referências Bibliográficas
1. Introdução

As estruturas de betão aparente utilizadas em pontes e viadutos estão sujeitas às intempéries e


aos agentes ambientais agressivos a qual está alocada. A penetração de água, poluição
atmosférica, aparecimento de eflorescência ou lixiviação podem acarretar em uma série de outras
manifestações patologias como corrosão da armadura e desplaca. Estruturas de pontes e viadutos
em localidades de ambiente marítimo podem ser atacadas por substâncias agressivas ao cimento
podendo ocorrer corrosão das armaduras do concreto aparente. O presente trabalho tem como
objetivo apresentar um estudo sobre tintas, vernizes, Lacas e Esmaltes, afim de, abordar desde
seus componentes, fabricação a sua aplicação na construção civil. Dentre os aspectos citados
durante o trabalho citamos os tipos de tinta que mais comumente são usadas, mas devemos ter
ciência que se encontram inúmeras outros tipos de tintas e vernizes, produzidos com os mais
diversos fins. Ao decorrer do estudo feito sobre o tema, veremos como é de extrema importância
na engenharia um conhecimento do material usado, pois, tintas, vernizes, lacas e esmaltes se
caracterizam pelo tipo e suas aplicações, devendo ter cuidado no que estas podem ou não ser
aplicadas.

1.1. Objetivos

1.1.1. Objetivo Geral

Levantar informações e adquirir conhecimentos sobre os variados tipos de tintas, vernizes,


esmaltes e Lacas, que possam ser empregados nos mais diversos ramos da construção civil.

1.1.2. Objetivos Específicos

-Aprender a forma correta de aplicação;

-Realizar uma revisão da literatura acerca da da tinta.

1.2 Metodologia de Pesquisa

O estudo do tema proposto será desenvolvido a partir de uma revisão bibliográfica de teses,
dissertações, monografias, artigos, normas, livros e catálogos técnicos para obter maior
conhecimento sobre os principais tipos de tintas, Vernizes, esmaltes e Lacas utilizadas na
construção civil.
1.3. Fundamentação Teórica

Visto a complexidade do presente estudo, é importante apresentar a fundamentação teórica dos


tópicos mais importantes a serem discutidos, como os conceitos relacionados à tinta e seus
componentes.

HISTÓRICO

Por muito tempo, as tintas foram empregadas pelo seu aspecto estético;

Apenas quando introduzidas em países do norte da América e da Europa, em que as condições


climáticas eram mais severas, o aspecto proteção ganhou importância (FAZENDA e DINIZ,
2005).

Apenas no ápice da Revolução Industrial, os fabricantes substituíram os moinhos arcaicos e


métodos de misturas manuais por equipamentos mecânicos. Os primeiros fabricantes, entretanto,
preparavam meramente os materiais para a tinta.

Somente em 1867 as primeiras tintas preparadas foram introduzidas no mercado (SOUZA,


2010).

Como a maioria das ciências, a indústria de tintas e vernizes sofreu poucas alterações ao longo
do tempo, sentindo apenas no século XX impacto do desenvolvimento científico e tecnológico.
O advento de emulsões aquosas e tintas com base em soluções aquosas proporcionaram outra
dimensão para a variedade, utilização e complexidade no campo das tintas (FAZENDA e DINIZ,
2005).
2. História e Origem das Tintas

Tinta refere-se a vários produtos (líquidos, viscosos ou sólidos em pó) quando aplicados a um
substrato como uma fina camada, se converte num filme sólido opaco, usadas para proteger e dar
cor a objectos ou superfícies.

A tinta é muito comum e aplica-se a praticamente qualquer tipo de objectos. Usa-se para
produzir arte; na indústria: estruturas metálicas, produção de automóveis, equipamentos,
tubulações, produtos eletro-eletrónicos; como protecção anticorrosiva; na construção civil: em
paredes interiores, em superfícies exteriores, expostas às condições meteorológicas; um grande
número de aplicações actuais e futuras, como frascos utilizados para perfumes e maquiagens.

As primeiras tintas foram criadas pelos povos da pré-história, eles usavam sangue, argila, terra,
plantas, pedras e ossos moídos para pintar o corpo e as paredes das cavernas. Logo eles
perceberam que era necessário um elemento “ligante” para fixar a pintura no local onde era feita
e torná-la mais durável. Com gordura de animais e seiva de plantas, esse problema foi resolvido.

As tintas que usamos hoje tanto para pintar casas, carros, móveis, eletrodomésticos e outros
produtos quanto para a pintura das mais diversas instalações industriais e estruturas, seguem a
mesma fórmula básica criada na pré-história, usando pigmentos e um ligante. Mas são fabricadas
de forma muito mais moderna em indústrias químicas, com o apoio de laboratórios, usando
tecnologia avançada, matérias-primas de alta complexidade e equipamentos sofisticados.

2.1. Tintas Utilizadas na Construção Civil

Linha PVA

• Látex PVA (produto à base de resina de acetato de polivinila, pigmentos e solventes. Sobre
reboco rende 10 a 12m² por litro e sobre massa corrida 12 a 15m² por litro, por demão).

• Massa corrida (também à base de resina PVA, utilizada para nivelar e corrigir imperfeições da
superfície interna de reboco, rende de 2 a 3m² por litro).

Liquido selador (à base de resina de PVA, aditivos e solventes, indicado para selar paredes
internas de reboco absorvente, uniformizando a absorção. Rende 10 a 13m² por litro).

• Liquido brilho (aplicado à ultima demão, para regular o brilho da parede, incolor após a
secagem, melhora as condições de lavabilidade).
• Corantes (vendidos em frascos plásticos de 60cc, bisnagas, para coloração de látex, acrílico e
tintas solúveis em água como caiação e outras em pó, e também para colorir rejuntamentos de
azulejos e pisos).

Fig.1. Tinta Latex PVA

Linha Esmalte

• Fundo branco fosco (indicado como primeira pintura para madeira nova, como isolante e
nivelador).

• Massa à óleo (para corrigir e nivelar superfícies de madeira).

• Zarcão (anticorrosivo e antioxidante para proteção das superfícies ferrosas).

• Aguarrás (à base de solvente alifáticos e aromáticos, indicados para diluição de esmalte


sintético).

• Silicone liquido (à base de resina de silicone, aditivos e solventes alifáticos e aromáticos,


indicados para superfícies externas de tijolo a vista, reboco, concreto, evita a infiltração de água.
Rende de 1 à 1,5m² por litro, por demão).

• Esmalte sintético (à base de resina alquídica, pigmentos, aditivos especiais e solventes,


indicado para pintura de superfícies de madeira e ferro. Rende 10 à 12m² por litro, por demão).

Fig.2. Esmalte Sintético

Vernizes
• Verniz filtro solar (à base de resinas alquídicas, aditivos e solventes, indicado para pintura de
superfícies internas e externas de madeira. Rende 8 a 12m² por litro, por demão).

• Verniz poliuretano (também à base de resinas alquídicas, aditivos e solventes, para madeiras
internas e externas, mesmo rendimento).

• Verniz copal (também à base de resinas alquídicas, aditivos e solventes, indicado para
interiores, mesmo rendimento).

• Selador para madeiras (à base de resina nitrocelulose, aditivos e solventes, para preparação das
madeiras internas. Rende igual aos vernizes).

Fig.3. Verniz Marítimo

Linha Acrílica

• Látex acrílico - semi brilho e fosco - (à base de resina acrílica estirenada, pigmentos, aditivos e
solventes, indicado para pinturas de reboco, blocos de concreto, amianto, massa acrílica, massa
corrida e repinturas. Rende 12 a 15m²/litro/demão).

• Massa acrílica - (também a base de resina acrílica estirenada, pigmentos, aditivos e solventes.
Para nivelar ou corrigir imperfeições de reboco, blocos, concreto, etc. Rende 2 a 2,5m² por litro,
por demão).

• Verniz acrílico (a mesma base, indicado para concreto aparente, rende 12 a 15m² por litro, por
demão).

• Selador acrílico (a mesma base de resina acrílica estirenada, pigmentos, aditivos e solventes,
indicados para pinturas internas e externas, dando aparência texturada. Rende 1 a 2m² por
litro/demão).

• Acrílico para pisos (a mesma base, utilizado em pisos de quadras poliesportivas, áreas de
estacionamento, quintais, lojas etc. Rende 4 a 6m² por litro/demão ).
Fig.4. Latex Acrílico~

2.2. Classificação das tintas

As tintas se classificam basicamente em seladores/ fundos preparadores, massas, primers,


esmaltes/ tintas de acabamento, vernizes e silicone.

1 - Seladores / fundos preparadores: São produtos formulados para selar a superfície,


regularizando a absorção do substrato, aumentando sua coesão ou ainda selando sua alcalinidade
e preparando-os para demãos seguintes.

Normalmente os produtos à base de solventes tem um poder de penetração muito maior que os à
base de látex e devem ser os recomendados sempre que possível.

Existem ainda os seladores pigmentados que além de selarem a superfície, funcionam como uma
primeira demão, economizando desta forma o acabamento final.

2 - Massas: São produtos altamente pigmentados e tem por finalidade regularizar as superfícies
para um acabamento mais uniformizado e esmerado.

3 - Primers: São produtos medianamente pigmentados com funções específicas, sendo


classificados em anticorrosivos, surfacers e de aderência.

- Primers anticorrosivos: Têm como finalidade principal proteger superfícies metálicas contra
corrosão.

- Primers Surfacers: Têm como função nivelar a superfície para as demãos subsequentes do
acabamento.

- Primers de aderência: Têm como finalidade formarem uma ponte de ligação entre o
acabamento final, geralmente reagem com a superfície a ser pintada, formando um todo
indissolúvel.

4 - Esmaltes/ tintas de acabamento: Tem como função dar o acabamento final à superfície,
decorando-a, protegendo-a, sinalizando-a, etc., sendo que existem ainda os texturizados. As
tintas de acabamento proporcionam infinitas opções de cores e de brilho, desde acabamentos
brilhantes até foscos.

5 - Vernizes; É o acabamento final à superfícies nas quais se deseja que o fundo continue a
aparecer, como no caso de madeiras, concreto aparente, pedras e outros.

6 - Silicone: É um produto à base de polisiloxana, que não forma filme sobre a superfície em que
foi aplicado. Têm por finalidade penetrar profundamente no substrato e repelir a penetração de
água no mesmo.

Tintas de Base de Água

As tintas de base de água têm como propriedades principais não serem combustíveis e não serem
tóxicas, por outro lado carecem de tempos de secagem longos e têm uma elevada tensão
superficial, sendo por vezes contra indicadas para aplicação em superfícies de baixa tensão.

Como características de produção destaca-se a facilidade de serem utilizados equipamentos e


automatismos que facilitam a sua produção em grandes quantidades.

Tintas de Base Solvente

As tintas de base solvente orgânico são combustíveis, explosivas e muitas vezes tóxicas. As
variedades dos solventes utilizados (hidrocarbonetos alifáticos, hidrocarbonetos aromáticos,
álcoois, éteres, ésteres, cetonas) permitem a formulação de produtos com aplicações das mais
diversas. A sua produção, por ser bastante variada, exige uma vasta panóplia de equipamentos e
métodos simples e flexíveis de produção.

2.3. Características e Constituintes das Tintas

Características

Existe uma série de características que são desejáveis em uma tinta, que podem variar de acordo
com a finalidade do produto. As principais são estabilidade, facilidade de aplicação, rendimento
e cobertura, durabilidade, lavabilidade e secagem.

- Estabilidade: Caracteriza a tinta de forma que, ao se abrir uma lata de tinta pela primeira vez,
esta não deve apresentar excesso de sedimentação, coagulação, empedramento, separação de
pigmentos, sineresis ou formação de nata, tal que não possa tornar-se homogênea através de
simples agitação manual. A tinta não deve apresentar odor pútrio nem exalar vapores tóxicos.

- Facilidade de aplicação: A tinta deve espalhar-se facilmente, de maneira que o rolo ou trincha
deslizem suavemente sobre a superfície, devendo as marcas desses instrumentos desaparecerem
logo após a aplicação da tinta, resultando em uma película uniforme.
- Rendimento e cobertura: O rendimento refere-se ao volume necessário para pintar uma
determinada área. A cobertura significa a capacidade da tinta em cobrir totalmente a superfície e
estas duas propriedades estão diretamente relacionadas ao tipo, à qualidade e à quantidade de
resinas e pigmentos utilizados na formulação da tinta. È justamente aqui, na variação desses
elementos, que se encontram as maiores diferenças de qualidade entre os produtos disponíveis no
mercado.

- Durabilidade: Refere-se a resistência da tinta à ação dos intempéries. A tinta mais durável
demora mais para sofrer alterações na sua película, como calcinar, mudar de cor, perder sua boa
aparência, assim como suas propriedades mecânicas e protetivas, necessitando menor
manutenção, ou seja, o tempo de repintura é maior. A durabilidade de uma tinta também depende
diretamente do tipo, da qualidade e da quantidade de resinas e pigmentos utilizados em sua
formulação. A resistência ao intemperismo de uma tinta pode ser verificada com a exposição de
painéis ao ambiente, ou através de testes acelerados em laboratório.

- Lavabilidade: As tintas devem se laváveis, resistindo à ação de agentes químicos comuns em


uso doméstico, tais como detergentes, água sanitária e outros.

- Secagem: A secagem de uma tinta não deve ser tão rápida que não permita uma fácil aplicação
e nivelamento, nem tão lenta que não permita demãos posteriores num tempo

Constituintes das Tintas:

- Pigmentos: podem ser naturais ou sintéticos, sendo os naturais obtidos a partir de moagem e
peneiração de terra, óxidos metálicos.

- Cargas: são corantes, introduzidos para baixar os custos de fabrico. Facilitam a aplicação,
melhoram a qualidade da tinta, durabilidade e conferem propriedades isolantes, resistência ao
fogo, antiderrapante. Podem ser naturais ou artificiais. Exs:. Mica, talco, carbonato de cálcio.

- Ligantes (veiculo fixo): são responsáveis pela formação da filmagem que garante a
continuidade do revestimento e podem ser:

- Convertíveis: convertem em polímeros por reacções de solventes, após a aplicação no suporte


(ex: resinas epoxídicas, silicone, alquidicas e aminicas)

- Não convertíveis: os polímeros encontram-se dispersos em solução num meio que evapora
após aplicação (ex: resinas celulósicas, borracha clorada, resinas venilicas e acrílicas)

- (Veiculo volátil): a função é a de dissolver o ligante e modificar a viscosidade da tinta bem


como o tempo de secagem (ex: água, aguarrás, acetona)

2.4. Meios / Métodos de Aplicação da Tinta


A tinta pode ser aplicada em estado sólido, sob a forma de suspensão gasosa ou em estado
líquido. As técnicas variam dependendo da prática ou dos resultados desejados.

Estado Sólido

Em estado sólido (em aplicações industriais e do ramo automóvel) a tinta é aplicada sob a forma
de um pó extremamente fino que depois é “cozido” a altas temperaturas (160˚C-200˚C). Esta
acção funde o pó e faz com que ele adira à superfície. As razões prendem-se com a química da
tinta, a superfície e a própria química do substrato. Esse tipo de tinta é comummente conhecida
por tinta em pó e a sua aplicação é denominada lacagem.

Aerossol

Como suspensão gasosa, a tinta passa a alta-pressão numa pistola que a projecta sobre a
superfície a pintar.

Fig. 5. Aerossol também conhecido por spray (fonte: Shining aluminum package/
cnshinning.com)

Estado Líquido

Em meio líquido, a aplicação pode ser feita directamente através de mergulho das peças em tinta,
cortina, trinchas, rolos, espátulas e outros instrumentos como bonecas (pedaços de tecido), luvas
e os próprios dedos da mão.

Pincel

O pincel é o método mais comum de aplicação de tinta em arte. Industrialmente, e por ser o
método menos produtivo, é sobretudo usada na aplicação de pequenas áreas, bordas, cantos e
zonas de difícil acesso. A trincha (pincel largo) é muito adequada para a aplicação de primários,
pois a trincha força a tinta a entrar nos poros e pequenas irregularidades da superfície, sobretudo
em soldaduras de estruturas metálicas onde confere uma boa penetração da tinta primária.
Fig.6. Pincel (fonte: village)

Rolo

A pintura com rolo é adequada em áreas planas onde a aparência final da não é muito exigente.

No entanto a penetração e molhagem de superfícies difíceis é melhor conseguida com trincha.


Por esse motivo, a aplicação de primários com rolo é fortemente desaconselhada.

O rolo de pintura é muito usado em situações onde a pintura por pulverização (a pistola) é
desaconselhada e/ou proibida (meios urbanos, estruturas metálicas já montadas, etc.). A pintura
por rolo é o método mais utilizado em construção civil, pois para além dos factores atrás
apresentados, os rolos de pintura permitem a aplicação de padrões na superfície pintada e
também a aplicação da chamada “tinta de areia”.

Fig.6. Rolo (fonte: clube das tintas)


2.5. Defeitos na Aplicação de Tinta

• Bolhas

Também conhecido por empolamento. Aparecem na superfície da tinta imediatamente após


secagem ou apenas após alguns meses.

Fig. 7. Bolhas na parede (fonte: Soprojectos.com)

Causas

Podem ser várias:

- Encapsulamento de ar na tinta devido a excesso de agitação na preparação;

- Em caso de pintura à pistola, ar no sistema de bombagem;

- Secagem superficial rápida do filme (retenção de solvente);

- Uso de diluentes de evaporação rápida;

- Superfície mal preparada ou oleosa;

- Excesso de humidade no substrato ou ambiente;

- Solvente retido no substrato devido à secagem rápida da tinta;

- Contaminantes entre demãos de tintas ou no substrato;

- Formação devido ao processo de osmose (sal na superfície).

Correcção

Após secagem, remover as bolhas mecanicamente, lixar as partes afectadas, preparar a superfície
e repintar conforme a especificação técnica;

• Fissuração

A fissuração ou descascamento, consiste na quebra do filme de tinta após secagem. Defeito


também conhecido por pele de crocodilo ou gretamento.
Fig.8. Fissuras (fonte: Mapa da Obra)

Causas

Podem ser várias:

- Inabilidade do pintor;

- Aplicação de espessura elevada no caso tintas de etilsilicato de zinco;

- Secagem superficial rápida, enquanto a película continua pastosa por retenção do diluente;

- Camada muito espessa;

- Diluição inadequada;

-Não observância dos intervalos entre aplicações;

- Aplicação de uma tinta muito dura sobre tintas e/ou substratos mais flexíveis.
2.6. Tinta a Óleo

A tinta a óleo é uma tinta de secagem lenta que consiste numa mistura de partículas de pigmento
em suspensão num óleo secante, sendo o mais comum, o óleo de linhaça. A viscosidade da tinta
pode ser alterada pela adição de solvente tal como a Terebentina ou Éter de petróleo. Pode ser
adicionado Verniz para aumentar o brilho do filme de tinta a óleo seco.

Fig. 9. Tinta a óleo, para paredes (fonte: ConstruindoDECOR)

2.6.1. História da Tinta a Óleo

As tintas a óleo têm sido usadas na Europa desde o Século XII para decoração simples e
adoptadas largamente a partir do inicio do Século XIV, como meio de expressão artística.

As aplicações modernas das tintas a óleo, mais comuns, para além da sua continuada utilização
em pintura artística, são no acabamento e protecção da Madeira, na pintura de casas e edifícios, e
em navios e barcaças. As suas boas propriedades de resistência à intempérie e cores luminosas e
brilhantes, tornam-nas desejáveis tanto para decoração interior e exterior.

A história do desenvolvimento da tinta de óleo e das datas de introdução dos vários componentes
(Secantes, diluentes, etc) é ainda pouco compreendida, apesar de ser estudada desde o século
XVIII. Existem muitas teorias e informações incorrectas e, em geral, tudo o que foi publicado até
1952 deve ser tratado com cautela e cepticismo.

As pinturas a óleo mais antigas que se tem conhecimento datam do ano 650 a.C. e foram
encontradas em 2009, em cavernas do Vale de Bamian no Afeganistão. De acordo com os
estudos feitos, estas tintas de óleo eram feitas à base de óleos de noz e de papoila.
No século XIII, a tinta de óleo era usada para o detalhes nas pinturas a têmpera. No século XIV,
Cennino Cennini apresentou uma técnica de pintura usando têmpera coberta por ligeiras camadas
de óleo.

Desde esse tempo, foram feitas muitas experiências para melhorar a tinta a óleo. As tintas a óleo
modernas são feitas a partir de óleos vegetais extraídos das plantas Vernonia, Calendula,
Euphorbia cujos óleos ou aumentam a resistência ou diminuem o tempo de secagem.

2.6.2. Diluentes e Solventes

Muitas pessoas acreditam que a tinta a óleo é tóxica e perigosa, quando na verdade o que sãos
tóxicos sãos alguns dos diluentes e solventes, utilizados para diluir a tinta ou limpar os pincéis.

Principalmente aqueles solventes que são utilizados na indústria e na construção, que se compra
em lojas de construções e ferramentas, que nem deveriam ser utilizados na pintura artística como
querosene, thinner, aguarrás, terebentinas que não são refinadas, que deveriam ser deixados para
serem utilizados apenas em construções e em fábricas onde são necessários para limpar graxas,
esmaltes e grande quantidade de tinta. Mas que muitas pessoas, por falta de conhecimento ou por
questões financeiras acabam utilizando para fazer suas pinturas.

Eles são mais acessíveis financeiramente do que os diluentes desenvolvidos pela indústria das
tintas artísticas, mas também são muito mais tóxicos, o odor é muito forte e podem danificar a
sua pintura por causa de suas impurezas.

A indústria química artística vem estudando, desenvolvendo e refinando há muitos anos


maneiras de fazer solventes e diluentes artísticos mais puros para que não danifique sua pintura,
e para deixá-los mais seguros para a saúde, desenvolvendo diluentes de baixo odor, sem odor,
não poluentes, entre outros.

Fig. 10. Diluentes (fonte: Ananda Abhinava)


2.6.3. Diferença entre a Aguarrás e a Terebintina

Aguarrás é feito de mineral sintético derivado de petróleo, é também conhecido como


Terebintina Mineral, White Spirit ou Mineral Spirit.

A Aguarrás possui um cheiro forte e pode causar tontura, náusea e irritação na pele, deve ser
utilizado com luvas e em lugares bem ventilados. Muitos artistas pararam de utilizar estes por
causa de sua toxicidade, e passaram a utilizar diluentes de baixo odor em seu lugar.

A terebentina é feito de resina natural extraída do Pinho. A terebentina é considerada mais tóxica
que a aguarrás, e a terebentina artística é destilada e possui a cor transparente. A terebentina é
inflamável e emite vapores que podem irritar a pele e os olhos e danificar os pulmões. Ela não
deve usada com médiuns alquídicos.

Fig.11. Diluente aguarrás(fonte:Politintas)

2.6.4. Pulverizador

O pulverizador de pintura pode ser usado para a aplicação de tinta em qualquer tipo de
superfícies.

As pistolas de pulverização foram concebidas para facilitar o trabalho. Eles podem pulverizar ou
envernizar qualquer superfície usando pressão de ar e são fabricados para tornar a pintura mais
econômica e eficiente.
Fig.12. Pulverizador Costal (fonte: LojadoMecanico.com)

2.6.4.1. Vantagens do uso de Pulverizador na Pintura

- Uniformidade: Ao usar um pincel ou rolo, um olho cuidadoso pode ver onde uma pincelada ou
linha de rolo termina e outra começa. Nem todos podem ver isso, mas um profissional com
certeza pode. No entanto, com uma pistola de pulverização usada corretamente, isso nunca
acontece. Ele fornece uma aparência consistente e uniforme que é incomparável a qualquer outra
ferramenta de pintura.

- Eficiência e eficácia: Ao usar uma pistola de pulverização é muito mais rápido do que usar um
rolo de pintura ou pincel. O que antes gastaria horas podera levar apenas minutos. Além disso,
um pulverizador de tinta permite que você aplique tinta sem esforço em locais de difícil acesso,
como cantos. Pincéis e rolos não oferecem esse luxo.

- Automático.

- Economiza dinheiro a longo prazo: Sim os rolos e pincéis são mais baratos do que um
pulverizador de tinta, mas certamente não a longo prazo. Quando até mesmo os melhores pincéis
e rolos se desgastam e precisam ser substituídos, um bom pulverizador de tinta pode continuar
trabalhando por anos e anos.

-Aplicação Limpa: Utilizando o pulverizador de tinta é a aplicação é limpa. Não há mais


respingos, derramamentos ou pior.

2.7. Tinta Plástica

Conhecida popularmente como tinta plástica, trata-se de um tipo de tinta com emulsão que
contém alta quantidade de plástico na composição. É uma tinta com base de acrílico que confere
às paredes um acabamento suave e mate.
Fig.13. Tinta Plástica Plastinex. Para Interior e Exterior(fonte: sohorta)

2.7.1. Vantagens da Tinta Plástica

- É durável, sendo feita de látex acrílico puro e de micropigmentos altamente opacos, a superfície
da tinta plástica é bastante resistente, pelo que se pode classificar esta tinta como durável;

- Pode-se limpar as superfícies sem remover tinta plástica da parede.

2.7.2. Emulsão

Emulsão é a mistura entre dois líquidos imiscíveis em que um deles encontra-se na forma de
finos glóbulos no seio do outro líquido, formando uma mistura estável. Exemplos de emulsões
incluem manteiga e margarina, maionese, café expresso e alguns cosméticos. As emulsões mais
conhecidas consistem de água e óleo.

Fig.14. Emulsão para exterior e interior(fonte: tintamarilina.com)


2.7.2.1. Tipos de Emulsão

Acrílico fosco

A emulsão mate é uma tinta adequada principalmente para pintar paredes e vedações e pode ser
pintada sobre gesso, gesso cartonado, papel de parede e superfícies ainda mais ásperas, como
alvenaria e cimento.

Seda Vinílica

Semelhante à emulsão acrílica fosca, a seda vinílica é geralmente considerada menos opaca
(portanto, pode exigir camadas adicionais), mas tem um acabamento brilhante quando seca.

Um casaco

As emulsões de uma demão são projetadas para concluir o projeto o mais rápido possível, sem a
necessidade de várias aplicações. A maioria dos tipos de emulsão de uma camada seca em cerca
de 2-4 horas e também são geralmente limpáveis e laváveis.

Aplicação MDF

Você pode pintar MDF com emulsão mas pode ser problemático. Absorve a emulsão porque é
muito fibrosa. Você pode adicionar uma camada de névoa (como mencionado acima) primeiro e
depois adicionar a emulsão duas vezes ou mais até que o acabamento fique como você precisa.

Salas Úmidas

A emulsão é comumente usada em banheiros e cozinhas porque é resistente à umidade. Ele


também geralmente contém biocidas que o tornam resistente a mofo e bolor.

Efeitos de pintura

Você pode diluir a emulsão com 10% de água limpa para criar vários efeitos de pintura, como
estêncil ou granulação.

2.7.3. Tinta de Emulsão


A tinta de emulsão, como muitos produtos de pintura que usam água, pode sair após um certo
período de tempo. A emulsão deve ter um prazo de validade no produto que informa quando
você deve usá-la para obter melhores resultados.

Emulsão mate durável

A emulsão fosca durável é uma emulsão fosca de vinil com mais partículas de tinta e polímero
dentro dela. Isso significa que há mais partículas para ligar e a superfície se torna mais
impermeável do que outros tipos de emulsão. O acabamento é mate, suave e atractivo mas se a
divisão tiver muita condensação é possível que não esteja à altura do trabalho.

Emulsão de brilho suave

A emulsão de brilho suave fornece mais brilho do que a tinta fosca, e também é mais durável e
capaz de lidar com as grandes quantidades de condensação criadas em um ambiente de banheiro
e cozinha. No geral, lida bem com umidade e limpeza e lidará bem com a maioria dos ambientes
de banheiro e cozinha.

Emulsão de casca de ovo acrílica

A emulsão acrílica de casca de ovo é frequentemente usada no comércio porque se sai


excepcionalmente bem mesmo nas cozinhas e banheiros mais úmidos e cheios de vapor. Ele
pode mostrar qualquer imperfeição no gesso no local em que é usado, pois é mais brilhante do
que o brilho suave. No entanto, resiste muito bem à limpeza e à condensação, por isso vale a
pena o compromisso estético.

Emulsão de Seda

A emulsão de seda não é muito popular como produto de cozinha ou banheiro porque é muito
difícil criar um acabamento liso que não mostre marcas de pincel. No entanto, pode ser útil para
algumas aplicações muito específicas, como superfícies decorativas com formas incomuns.

2.8. Tintas Especiais


As tintas especiais são compostos que vão além dos produtos convencionais. São materiais de
aplicação técnica mais refinada, que produzem efeitos diversos de acordo com uma série de
combinações em cada uma das etapas de aplicação, incluindo o acabamento.

3. Verniz
Historicamente os vernizes são utilizados como revestimento de acabamento que mantem a
superfície do concreto protegida impedindo das infiltrações e tendo como finalidade a proteção
de barreira que assegura a durabilidade devido à diminuição da sua permeabilidade superficial e
melhora o aspecto estético visual destas estruturas.

O verniz consiste numa película de acabamento, geralmente usada em madeira mas também em
outros materiais. Uma vez que o verniz é um revestimento transparente, incolor ou apresentando
um pouco de cor, a sua aplicação confere ao substrato o aspecto desejado, diferentes brilhos e
dureza.

3.1. Constituintes de um Verniz

O verniz forma uma película resultante de uma mistura de ligantes, solventes, aditivos e
pigmentos.

Os ligantes são a parte não volátil do verniz (veículo fixo). São responsáveis pelas propriedades
físico-químicas do verniz, pela sua secagem (pela transformação do verniz em estado líquido em
película) e pela impermeabilidade do verniz após secagem. A sua função é aglomerar as
partículas de pigmentos.

Os solventes constituem o veículo volátil do verniz. São utilizados na diluição do verniz,


permitindo controlar a viscosidade e, consequentemente a facilidade de aplicação do verniz.

Os aditivos são utilizados nas diversas fases de fabrico de modo a conferir características
especiais ao verniz. Existem diversos tipos de aditivos, como dispersantes, molhantes, anti-
espumas (previnem o aparecimento de defeitos devido à presença de bolhas), biocidas (previnem
o aparecimento e proliferação de fungos, bactérias e outros), secantes e absorvedores UV.

Os pigmentos são um material finamente dividido insolúvel. Os pigmentos inertes (cargas),


como a sílica, são responsáveis pela diminuição do brilho, dureza, aderência, resistência à
secagem e permeabilidade

3.2. Superfícies onde aplicar o verniz

Podemos aplicar verniz nas seguintes superfícies:

- Madeira;

- Concreto;

- Deck de piscina;
- Peças de Artesanatos, e outras superfícies.

3.3. Tipos de vernizes mais Comuns no Mercado

Verniz para madeira: O verniz para madeira é usado para amaciar e alisar a madeira,
proporcionando um fino acabamento.

Verniz poliuretano: O verniz de poliuretano é indicado e pode ser aplicado nas seguintes
superfícies: Madeiras internas e externas de casas e apartamentos.

A pintura com verniz de poliuretano é uma ótima opção de acabamento para superfícies internas
e externas, pois esse tipo de verniz é super resistente e durável.

Verniz tingidor: O verniz tingidor é um verniz utilizado para dar cor a madeira, ou melhor
dizendo; podemos pegar uma madeira clara e tingir com verniz escuro. Ele é usado pelos
pintores para mudar a cor das madeiras.

Verniz para betão: O verniz para concreto é usado para dar acabamento no concreto, deixando
o mesmo aparente ou com cor.

Verniz para deck de piscina: Para deck de piscina tem que ser usado um verniz de alta
durabilidade e resistência, pois o mesmo pegará chuva e sol 365 dias por ano.

Verniz acrílico: Podemos usar verniz acrílico a base de água ou verniz a base de solvente, sobre
peças de artesanatos.

3.4. Diferença entre Tinta e Verniz

Tinta: é uma composição pigmentada líquida, pastosa ou sólida que, quando aplicada em
camada fina sobre uma superfície é convertível ao fim de um certo tempo numa película sólida e
opaca.

Verniz: é uma composição não pigmentada líquida, pastosa ou sólida, que quando aplicada em
camada fina sobre superfície apropriada, é convertível numa pelicula sólida, contínua,
transparente ou translucida e mais ou menos dura.

3.5. Exigências de desempenho do Verniz


O material para a proteção do concreto aparente deve cumprir algumas exigências de
funcionalidades que são fundamentais para que o concreto tenha uma maior durabilidade ao
longo do tempo para que se foi projetada, tais como:

• Impermeabilização, para evitar a penetração de água e/ou agentes agressivos;

• Minimizar ou evitar a deposição e incrustação de partículas em suspensão;

• Garantir a durabilidade da estrutura frente à agressividade do meio ambiente que a envolve;

• Permitir um acabamento estético adequado e agradável;

• Boa resistência à foto-decomposição; • evitar o desenvolvimento de microrganismos;

• Possibilitar manutenções periódicas de limpeza com custo compatível;

• Possibilitar o reaplique em um período mais prolongado de tempo;

• Alterar o mínimo possível o aspecto do betão ao longo do tempo.

3.6. Ensaios

3.6.1. Ensaios de Caracterização do Verniz

• Identificação da resina;

• Massa especifica;

• Teor de sólidos por massa;

• Teor de sólidos por volume;

• Permeabilidade ao vapor de água;

• Permeabilidade ao dióxido de carbono;

• Viscosidade;

• Tempo de secagem;

• Espessura do filme úmido;

• Espessura do filme seco;

• Porosidade;

• Aderência;
• Aspecto-brilho;

• Flexibilidade.

3.6.2. Ensaios de Desempenho do Verniz

• Ensaio acelerado de exposição aos raios ultravioletas e umidade;

• Ensaio acelerado de exposição aos íons cloreto;

• Ensaio de abrasão com lixa;

• Remoção da pichação, neste caso quantas vezes se consegue fazer a limpeza sem afetar o
verniz ao longo do tempo.

3.7. Tipos de Verniz para Madeira

Verniz copal: O verniz copal é um dos tipos de verniz para madeira que pode ser aplicado em
pisos, janelas, rodapés e outros objetos de uso interno, como mobília para o quarto.

Verniz Marítimo: Possui uma enorme resistência a intempéries como sol e chuva, pois ele cria
uma película muito resistente na superfície da madeira.

Verniz Premium: Apresenta qualidade superior aos demais tipos de verniz. Mais potente, pode
ser usado em portas de ambientes internos, além de itens de áreas externas, como janelas e
bancos. Esse tipo de verniz para madeira também oferece proteção contra alguns tipos de fungos
e mofo.

Verniz Tingidor: O verniz Tingidor renova, impermeabiliza e enobrece os substratos. A


aplicação do produto possibilita a renovação da coloração natural da madeira, assim como a
possibilidade de modificar a cor da estrutura.

Verniz Fosco: que não confere nenhum brilho à peça, o acetinado, que confere um brilho
discreto à peça, e o brilhante ou alto brilho, que deixa a peça com um destaque maior.

3.8. Função dos Vernizes na Madeira

O verniz é um produto com dupla função: proteger e embelezar. O verniz age criando uma
barreira protetora na superfície para proteger a madeira contra exposição ao sol e a chuva, riscos
e outros agentes externos que possam danificar a superfície.

A aplicação de verniz na madeira é uma pratica fundamental, por dar durabilidade à madeira e
por ser uma maneira de embelezar o material. As aplicações do verniz na madeira impede a
absorção de água ou qualquer tipo de umidade, aumentando assim consideravelmente a sua vida
útil

Fig.15. Preparo do concreto e aplicação do verniz

Fig.16..Verniz aplicado em toda a estrutura do betão da Ponte

3.9. Lixagem e Envernizamento

A lixagem é uma operação essencial na obtenção de um acabamento de qualidade. O objectivo


da lixagem é alisar e nivelar a superfície da madeira de modo a eliminar danos provocados no
processo de preparação desta.

A madeira deve encontrar-se seca em profundidade e a lixagem deve ser feita no sentido do fio
para que não sejam provocadas ranhuras no substrato. Esta lixagem pode ser feita manualmente
ou mecanicamente com o auxílio de uma lixadora. Existem diversos tipos de lixas conforme a
sua granulometria: desde as mais finas às mais grossas. Quanto mais baixo o grão mais grossa
será a lixa.

O envernizamento manual deve ser feito de acordo com as especificações de cada produto,
usando trincha, rolo, máquina de rolos, pistola air-less, pistola air-mix, etc., devendo a madeira
estar devidamente lixada e isenta de gorduras e poeiras. Deve efectuar-se uma lixagem
intermédia entre cada demão de verniz de modo a obter uma camada homogénea em todo o
substrato e a melhorar a aderência da camada de verniz seguinte. No entanto, para proceder a
esta lixagem é preciso ter em consideração o tempo de secagem dos produtos em causa pois a
lixagem só deve ser feita com o substrato seco. Caso contrário, o verniz pode impregnar a lixa
causando empastamento.
4. Lacas

Muito comum entre 80 e 90 a laca surgiu em meados da década de 70 com a intenção de trazer
diferentes tonalidades e cores para os móveis da época e mantém-se ainda hoje como um dos
acabamentos mais utilizados em móveis de madeira.

A laca é um tipo de acabamento feito em móveis e portas de madeira.

4.1. História e Origem da Laca

A laca é incrustação resinosa, produzida em certas árvores, resultante da secreção de insectos,


como Coccus lacca, encontrados em países do oriente como a Índia e a China.

Praticada na China por volta do século VI a.C., a requintada arte da laca atingiu seu apogeu
durante a dinastia Ming, mas continua a desenvolver-se tanto em países do Oriente como em
vários países ocidentais.

Como outros vernizes naturais, a laca é uma resina obtida de plantas da família das
anacardiáceas, em geral das espécies Rhus succedanea, R. vernicina e Melanorhoea laccifera,
originárias do Extremo Oriente. Colhido através de incisão na casca dessas árvores, o exsudado
(látex de aspecto cremoso) é purificado por várias filtragens e preservado contra a acção do ar e
da luz em recipientes hermeticamente fechados.

4.2. Vantagens do Uso da Laca

-Facilidade na limpeza;

-Não amarela com o passar do tempo;

-Uniformidade na pintura (sem emendas);

-Sensação de amplitude;

-Requinte;

-Acabamento muito superior (liso e sem manchas);

-Muitas opções de cores;

-Alta durabilidade (anos sem manutenção de pintura);

4.3. Método de Aplicação da Laca


Aplicação com pincel: É a forma mais comum de aplicação. Cortes de 1 libra e meia a 2 libras
são fáceis de serem trabalhados porque ela vai se espalhar uniformemente em uma superfície
horizontal e não escorre demais na vertical.

O segredo da aplicação com pincel é trabalhar rápido e não passar o pincel várias vezes no
mesmo lugar. A goma laca se espalha de maneira uniforme na madeira, então se concentre em
cobrir toda a superfície rapidamente. Dê pinceladas longas acompanhando os veios da madeira.
Depois que a primeira demão estiver completamente seca, o que leva de 30 minutos a 1 hora,
lixe levemente a superfície. A goma laca está seca se o pó do lixamento é branco. Limpe o pó e
repita o processo. O número de demãos depende do visual do acabamento e da espessura do
filme que se deseja: 3 demãos formam um filme fino, quatro ou mais demãos formam um filme
grosso o suficiente para ser polido com lã de aço ou esponja abrasivas de acabamento.

Aplicação com boneca: A goma laca também pode ser aplicada com um pano dobrado
formando uma almofada ou com uma boneca de pano e algodão. Eles são uma alternativa ao
pincel, e este é um trabalho diferente do polimento francês, uma técnica de aplicação que
envolve inúmeras etapas de preparação e trabalho entre as demãos. A boneca permite trabalhar
rapidamente com um maior controle sobre a espessura do filme de acabamento. O pano corre
facilmente sobre a superfície da madeira e não deixa marcas. Utilize qualquer pano macio, limpo
e seco. Dobre-o até que a almofada fique do tamanho da palma da mão com uma base redonda e
uniforme. O tamanho é importante porque o pano absorve a resina e precisa ter o suficiente para
deslizar na madeira sem ficar seco no meio da “pincelada”.

Aplicação com pistola: É possível cobrir grandes áreas rapidamente e com a técnica adequada o
acabamento é fica liso como vidro. Utilize um corte diluído – 1 libra – e aplique demãos finas. A
goma laca vaporiza facilmente e começa a secar praticamente ao deixar a pistola.

5. Esmaltes
O esmalte é um verniz colorido por óxidos metálicos. Tinta de acabamento liso para madeiras e
metais, de aspecto normalmente brilhante.

Substância vítrea aplicada sobre metais, cerâmicas e porcelanas. Tinta oleosa usada
especialmente nas esquadrias e nos caixilhos de metal.

A esmaltagem é uma técnica antiga e largamente adoptada, principalmente usada nos ramos da
joalharia e artes decorativas ao longo da sua história, mas desde o século XIX aplicada em vários
produtos de fabrico em série e de uso quotidiano, sobretudo recipientes de cozinha.

5.1. História e Origem do Esmalte

No antigo Egipto era aplicada esmaltagem na cerâmica e objectos de pedra e, por vezes, em
joalharia embora neste último caso menos frequentemente que nas restantes culturas da
antiguidade do Médio Oriente. Os gregos antigos, celtas, georgianos e chineses também usaram
esmalte em objectos de metal. O esmalte era também usado na decoração de recipientes de vidro
durante o Império Romano, e existem indícios deste facto já durante o final da República e o
início do período imperial no Levante, Egipto, Bretanha e no Mar Negro.

O pó para esmalte podia ser obtido de duas formas: quer através da pulverização de vidro
colorido, quer pela mistura de pó de vidro incolor com pigmentos como óxidos de metais. Os
desenhos podiam ser executados à mão ou por cima de incisões de contorno, tendo tido a técnica
origem provável no trabalho em metal.

Uma vez pintados, os recipientes de vidro estanhados necessitavam de ser aquecidos a uma
temperatura suficientemente alta para derreter o pó aplicado, mas não tão alta que fundisse o
próprio suporte.

O esmalte teve o seu auge na história da arte Europeia durante a Idade Média, tendo início no
declínio do Império Romano e com os bizantinos, que começaram a usar cloisonné em esmalte
como imitação da mesma técnica com pedras preciosas. Este método foi amplamente adoptado
pelos bárbaros da Europa do norte. Os Bizantinos desenvolveram a técnica, através da aplicação
de formas mais livres no cloisonné de modo a criar imagens, o que também seria copiado na
Europa ocidental.

5.2. Vantagens do uso do Esmalte

- Oferece diferentes versões, e quanto mais envernizado for o aspecto da tinta, melhor será a
proteção da superfície;

- Possui uma boa variedade de cores que não desbota ao longo do tempo;
- O seu uso é recomendado para acabamento em ambientes internos e externos, sobre superfície
de madeira e metais ferrosos, em manutenções industriais, indústria de implementos agrícolas e
rodoviários, fabricas de carroceria, industriais moveleiras, estruturas metálicas e máquinas em
geral.

5.3. Tipos de Esmaltes

Esmaltes Sintéticos ou Aquosos: Existem com brilho, meio-brilho ou mate, indicados para
madeiras e metais em interiores e exteriores.

Esmaltes Ferro Forjado: Indicado para máquinas e equipamentos industriais e peças em ferro
para ficarem com o aspecto do ferro forjado, em interiores e exteriores.

Esmaltes para Galvanizados: Para aplicação directa sobre superfícies de metais leves, como
chapa galvanizada, alumínio anodizado, aço, zinco e outros sem ser necessário um primário de
aderência.

Esmalte Epoxi de 1 e 2 componentes: Indicados para pintar pavimentos de betão, por exemplo;
fábricas, armazéns e garagens.

Esmalte Altas Temperaturas: Especialmente indicado para suportes metálicos sujeitas a altas
temperaturas, como radiadores, fornos, salamandras, etc.

5.4. Preparação da Superfície

Para se conseguir uma pintura de grande qualidade, os cuidados devem começar com a limpeza
da superfície. A superfície a ser pintar deve estar bem limpa, isenta de humidade e sobretudo de
pó, gordura ou óleos.

-As superfícies devem estar coesas, sem fendas, areias soltas, poeiras, gorduras, contaminantes e
bem secas.

-Depois de limpa, a área deve ser preparada, aplicando um primário adequado (se necessário) à
superfície e à tinta que se vai usar.

-No caso do suporte ser de ferro, é necessário uma camada de primário anti-ferrugem. Quanto
aos tempos de secagem siga as instruções do produto.

-Se a superfície for de madeira, aplique uma subcapa. Existem subcapas que fazem de primário e
subcapa, (2 em 1), estas podem ser de base aquosa ou sintética.
5.5. Tipo de Limpeza Dependendo da Superfície

Para madeiras não pintadas e em bom estado, basta usar uma lixa fina, para homogeneizar a
superfície.

Nas madeiras pintadas, mas em mau estado, é normalmente necessário decapar a pintura, com
produtos químicos ou meios mecânicos. Os decapantes químicos exigem grande cuidado, porque
são produtos corrosivos.

No caso do ferro, é necessário limpar e desengordurar bem a superfície e lixar para remover a
ferrugem e depósitos de sal.

Se alumínio, zinco ou outro metal galvanizado, utilize um diluente sintético para limpar a
superfície antes de pintar.

5.6. Método de aplicação do Esmalte

Os esmaltes podem ser aplicados com:

- Trincha;

- Rolo de pelo curto para esmaltes ou pistola airless.


6. Conclusão

Constatou-se no resultado deste trabalho que o uso das tintas, esmaltes, vernizes e lacas, possuí
grande utilidade pois protegem superfícies e objetos( forros, portas, esquadrias e móveis de
madeira), dando muita durabilidade ( por anos sem manutenção da pintura), além de
proporcionar um visual estético mais agradável, dando cor a sua determinada aplicação.
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