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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

Curso: Lic. em Engenharia Civil e de Transportes


Disciplina: Materiais de Construção II (A-22)

Cap. V – Tintas, Lacas e Vernizes para Construção


•Tintas
•Composição
•Classificação
•Preparação de Superfícies
•Pintura
•Esquema de pintura
•Selecção do sistema de pintura
•Aplicação
•Condições de aplicação
•Avaliação de Qualidades
•Qualidade de uma tinta
•Defeitos da Pintura (Patologias)
•Fabricação
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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Tintas
Introdução
A utilização de tintas remonta ao período rupestre: 0 homem para representar
as figuras rupestres encontradas em várias cavernas, serviu-se inicialmente do
carvão e giz e posteriormente de misturas da terra coloridas que iam do
amarelo acre ao vermelho (acres naturais) amassada com água.
Através dos tempos, os produtos utilizados (ligantes e pigmentos) no fabrico de
tintas e vernizes foram evoluindo principalmente para satisfazer as exigências
artísticas do ser humano nesta linha surgem primeiramente a aplicação de
óleos vegetais sicativos, que desempenham um grande papel na pintura da
renascença.
As primeiras fábricas de tintas e vernizes embora equipadas muito
rudimentarmente, surgem na Europa, nos fins do sec. XVIII e princípios do sec.
XIX. Mas é apenas no sec. XX ao sentir-se a necessidade de utilizar não só
tintas para fins artísticos mais principalmente para proteger os materiais, que
se dá grande revolução da indústria de tintas e vernizes.
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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Introdução...

Para a expansão desta indústria contribuiu bastante o desenvolvimento dos


polímeros que bastante permitiu a preparação de substância particularmente
adequados para a formação de películas assim como o desenvolvimento da
química dos pigmentos. Com efeito antes da 1ª Guerra Mundial predominava
ainda o uso dos óleos fervidos ou estandolizados como ligantes, por vezes com
resinas naturais simples ou modificadas; este tipo de ligantes designavam-se
por Tintas de óleo ou Tintas oleoresinosas.

Mais tarde apareceram as primeiras tintas cujas resinas sintéticas componentes


(até aí dissolvida em solventes orgânicas) se encontraram dispersos ou
emulsionadas em água e são por isso geralmente designados por “Tintas de
dispersão” ou “Emulsão” ou ainda “Tintas plásticas”. Este aparecimento teve
grande interesse por questões económicas, de toxicidade, de segurança na
aplicação e de limpeza após aplicação do material.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Composição

A palavra “tinta” em sentido lato surge da abrangente gama de produtos


utilizados para os mais diversos fins, que vão desde a decoração e protecção de
superfícies a impressão nas industrias gráficas e os simples actos de escrever.
TINTAS são misturas constituídas essencialmente por pigmentos, cargas,
veículos e aditivos e que quando são aplicadas em camada fina, formam
películas sólidas quando secam.

As proporções dos constituintes da respectiva natureza, das qualidades


pretendidas na película ( protecção ou de decoração) de finalidades específicas
(isolantes anti-derrapantes) a que se destina a tinta e ainda de factores
económicos relativos ao mercado dos constituintes.

Segundo a norma portuguesa (NP-41 TINTAS E VERNIZES) pode-se a partir das


seguintes definições compreender o seguinte:

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
TINTA - Composição pigmentada liquida, pastosa sólida que, quando aplicada em
camada fina sobre uma superfície apropriada, e conversível ao fim de certo
tempo numa película sólida, corada e opaca.
PIGMENTO - Substância sólida, em geral, finamente dividida e praticamente
insolúvel no veículo, usada na preparação de tintas com o fim de lhas conferir
opacidade ou cor ou certas características especiais”. Exemplo: alumínio em pó,
oxido de zinco e mais.
CARGA - Substância inorgânica sob forma de película mais ou menos finas, de
fraco poder de cobertura, insolúvel no veiculo empregado como constituinte de
tintas, com o fim de conferir determinadas propriedades.
VEÍCULO - Conjunto de veículo fixo e de veículo volátil ou apenas veículo fixo no
caso de o segundo não existir.
VEÍCULO FIXO (Ligante, aglutinante) - componente de tinta ou verniz responsável
pela formação da película sólida constituída por um ou vários dos seguintes
produtos: óleos sicativos, resinas naturais, artificiais ou sintéticas, produtos
betuminosos ou outros.
VEÍCULO VOLÁTIL - Componentes de tintas ou verniz que se evapora durante
processo de secagem constituído por um, ou mais solventes diluente.
ADITIVO - Substância normalmente adicionada em pequena percentagem à tinta
ou não ao verniz com o fim de melhorar determinadas características. 5
Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Na protecção e decoração de superfícies também se empregam os


vernizes
Verniz distíngui-se de uma tinta geralmente apenas pelo facto de
não ser pigmentado e ao ser aplicado em camada fina se
converter numa película seca transparente e não opaca.
Um verniz pode ser corado, mas a cor, neste caso, é comunicada
por corantes, que são solúveis no verniz e não por pigmentos que
são insolúveis, logo definir-se-á Verniz como:
Composição não pigmentada, liquida, pastosa ou sólida que,
quando aplicada em camada fina sobre uma superfície apropriada
no estado em que se encontra após diluição converte-se numa
película sólida, continua, transparente ou translúcida e dura.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Classificação das tintas


Baseando-se em natureza do veículo volátil, natureza do veículo
fixo, fim a que se destinam as tintas caracterizam-se em vários
critérios.
a) Classificação das tintas quanto a natureza do veículo volátil:
Segundo este critério as tintas agrupam-se em dois grupos:
• Tintas que o veículo volátil é a água, inclui entre outras, todas as
tintas líquidas aquosas com resinas sintéticas.
• Tintas em que o veículo volátil não é a água, pertencem a estes
grupos todas as tintas liquidas não aquosas, as massas e as
tintas sem solventes (a pós).

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Classificação das tintas

b) Classificação quanto a natureza do veículo fixo:


Neste caso designa-se a tinta pelo termo “tinta” seguido de nome
do veículo fixo utilizado na sua fabricação, exemplo:
• Tintas alquídicas, oleosa, e oleoresinosas de secagern ao ar.
• Tintas apoxidicas
• Tintas betuminosas
• Tintas de silicatos
• Tintas vinílicas
• E outras.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
Classificação das tintas
c) Classificação quanto ao fim a que de destinam
Conforme o tipo de utilização apresentam-se as designações mais correntes
como por exemplo:
• Tintas plásticas para a construção civil
• Tintas para a marcação de estradas
• Tintas para estruturas metálicas
• Tintas para automóveis
• Tintas anti-ácidas
• Tintas marítimas
• Tintas antiderrapantes
• Tintas de acabamento (esmalte)
• Tintas decorativas
• E outras.
Dentro destas classificações é muito melhor classificar as tintas consoante a
natureza do veículo fixo (ligante) porque é que dá-nos melhor informação sobre
o possível comportamento da tinta na sua utilização.
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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Outras designações
Existem certos termos mais generalizados na industria de
construção civil, relacionados como o aspecto de acabamento
obtido e outros surgem a finalidade com que são utilizados as
tintas, que convém referir:
• Tinta de esmalte - acabamento que origina uma película de
aspecto mais ou menos brilhante e liso.
• Tintas plásticas - termo incorrecto para designar tintas de água
com ligantes sintéticos que dão normalmente um acabamento liso.
• Tintas texturadas - tinta em cuja a formulação inclui produtos
que permitem obter por aplicação adequada uma película com
superfície rugosa.
• Tintas em pó - tinta em solventes sob forma pulverulenta.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Outras designações
• Acabamento - tintas verniz ou produtos similar apropriada para
ser aplicado como camada fina de um esquema de pintura.
• Acabamento do tipo ‘Karapas’ - normalmente constituído por
aplicação de uma massa aquosa obtida com cargas minerais,
ligantes sintéticos e aditivos.
• Pré-primario - tinta para ser aplicada directamente sobre um
suporte metálico, assegura a aderência das tintas subsequentes.
• Primário - igual a pré-primário protege e dá aderência da
camadas subsequentes.
• Primário de espera - conforme o nome, é aplicado no local da
manufactura da peca, assegura a protecção temporária esperando
da subsequente.
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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Outras designações
• Subcapa - tinta destinada a ser aplicada sobre um primário e
apta a receber quer uma camada intermédia quer um
acabamento.

• Selante - tinta verniz ou produto similar destinado a ser aplicada


sobre uma base de aplicação absorvente com a finalidade de
diminuir a absorção em relação as subsequentes aplicações.

Dentre estas tintas as definidas pela norma portuguesa NP-41 são:


- Acabamento, tinta texturada, acabamento do tipo “Karapas”,
pré-primário, primário, primário de espera, subcapa e selante.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Preparação de Superfícies
Um revestimento pode desempenhar um papel, importante na
protecção do substrato a que se encontra aplicado. A eficácia
depende não só da qualidade de tinta, do modo da aplicação, mas
também do estado da superfície que deve ser convenientemente
preparado antes da pintura.
A preparação da superfície compreende um conjunto de
operações que têm por objectivo obter uma superfície
homogénea, de rugosidade apta para receber a pintura. Um dos
aspectos importantes da preparação da superfície é o seu estado
de limpeza. Deve-se ao todo o caso procurar-se que a superfície
esteja isenta de óleos, gorduras, pó ou outros contaminantes, de
modo a estabelecer um contacto directo do substrato com a tinta.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Superfícies metálicas

As superfícies metálicas devem sofrer várias operações de


tratamento consoante os seguintes factores:

• Natureza do metal
• Espessura da superfície
• Esquema da pintura
• Condições de serviço.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
Os métodos de preparação de superfícies metálicas podem ser divididos em
duas categorias, métodos físicos e métodos químicos:

1ª) Método físico


Limpeza:
• Com ferramentas manuais (lixas, escovas, esmeril, raspadeiras e facas);
• Com ferramentas mecânicas (escovas rotativas ou discos abrasivos rotativos,
martelos vibratórios e de aguilhas múltiplas para a remoção da ferrugem);
• Por chama (consiste na passagem de urna chama oxiacetilénica sobre a
superfície a ser limpa, a diferença do coeficiente de dilatação entre o aço
provoca a queda da camada de calamina);
• Com jacto de água (consiste na utilização de um jacto de água de alta pressão
para remover contaminantes que não estejam muito aderentes. Permite a
remoção de tintas velhas não aderentes e gorduras);
• Com jacto abrasivo ou por decapagem (baseia-se na projecção a alta
velocidade de um abrasivo contra a superfície, que remove os contaminantes
e torna rugosa. Antes da projecção de abrasivo, todas as camadas espessas de
ferrugem deverão se removidas por martelagem do mesmo modo, óleos,
gorduras e sujidade visíveis deverão ser retiradas).
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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
2ª) Método químico
Limpeza:
• Com solventes
• Com detergentes
• Com produtos alcalinos
• Com soluções ácidas.

Superfícies rebocadas e betonadas


Para a preparação da superfície rebocada e betonada para a pintura, devem
ser limpas, secas e isentas de substâncias que possuam, a curto e a longo
prazo. Para tal aplica-se os seguintes tratamentos:
• Selador - composição química que reduz e uniformiza a absorção inútil e
excessiva da superfície.
• Emassado - material que fecha as rachas e buracos menores que ficaram e
apareceram depois na superfície depois da primeira demão.
• Aparelhamento - consiste em aparelhar a base mudando as condições da
superfície, alisando-a ou dando-a uma textura especial.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Superfícies de madeira

Para as superfícies de madeira consta a preparação da superfície


por lixamento para combater as nervuras, seguem-se geralmente
o selamento, emassamento ou aparelhamento devendo sempre
ter em conta que a madeira contem um grande número de
substâncias que alguns dos quais pode interferir na secagem da
tinta. 0 lixamento faz-se manualmente ou de máquina de lixar
eléctrica.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
Pintura
Definição
A pintura na construção civil, consiste no revestimento das superfícies de
algumas partes de um edifício, por meio de substâncias mais ou menos fluidas
e que sempre de variada coloração. A pintura constitui o principal acabamento
das construções correndo para o seu bom aspecto e higiene, tornado, portando
as habitações alegres, atraentes e saudáveis.

Finalidade
Tem a pintura como finalidade, proteger as superfícies das paredes, portas,
tectos, pecas, etc., decorando-as, tornando o seu aspecto mais agradável. A
pintura presta-se ainda a ornamentação das superfícies das edificações
alegrando a vista pela combinação das cores, pelas suas harmonias e
contrastes. Tem ainda a pintura importância considerável sob ponto de vista de
salubridade das habitações, visto que torna as superfícies mais ou menos
impermeáveis, permitem a limpeza, lavagem e desinfecção nalguns casos.
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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
Esquema de pintura
Define o conjunto de tintas ou produtos similares a aplicar sobre o suporte
segundo determinada ordem, fixando a espessura ou o número de demãos
sucessivas.

Os constituintes de um sistema de pintura podem ser:

• Pré-primários - São tintas que se destinam a aumentar a aderência de


substratos das películas de tintas seguintes;

• Primário de espera - São tintas que se destinam a proteger superfícies


metálicas que tenham de aguardar por um tempo a aplicação da subsequente;

• Vernizes isoladores de nós - São vernizes destinados a impedir o


aparecimento de manchas nas zonas de nós das madeiras resinosas por
migração de resinas através da tinta;

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
Esquema de pintura
• Primários - São tintas com as seguintes características e funções:
- Criar boa base de aderência para películas de tintas seguintes.
- Impedir o desenvolvimento de corrosão a partir de descontinuidade da
película.
- Dar suficiente resistência química a intempérie enquanto não se aplicam as
restantes demãos.
• Subcapas - São tintas incorporadas no sistema de modo a proporcionarem:
- Espessura total adequada.
- Boa ligação entre o primário e a tinta de acabamento.
- Protecção contra a acção de produtos químicos.
• Tintas de acabamento - São tintas que conferem ao revestimento a cor final,
o brilho e outras características especiais, devem apresentar características
como propriedade de antivegetativas, ignifugas, reflectoras, de resistência, de
abrasão e mais.
• Betumes - composições pastosas, contendo teores elevados de pigmento e
cargas com a finalidade de regularizar a base de aplicação.
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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Selecção do sistema de pintura


A selecção do sistema de pintura tem como afluentes os seguintes factores.

• Finalidade do uso do revestimento - fins decorativo, de protecção de higiene,


etc.
• Tipo de base de aplicação.
• Tipo de ambiente - Interior ou exterior, rural, marítimo, industrial, etc..
• Restrições especiais de selecção - Toxicológicas, no caso de estar em contacto
com produtos alimentares.
• Aspectos económicos - Que inclui além do custo de tinta, custo de aplicação e
preparação de superfícies.
• Exigências de durabilidade.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Propriedade da película seca


0 sistema de pintura que consiste o revestirnento ou película seca deve
possuir determinadas propriedade consoante o fim a que destinam-se as
tintas - tintas para a construção civil (interior, ou exterior,) tintas para a
marcação de estradas, tintas para a protecção de metais.

Exemplificando teremos para tintas de construção civil os seguintes requisitos:

• Protecção duradoura do substrato


• Fácil aplicação
• Fraca toxidade
• Secagem rápida
• Boa aderência de base
• Aspecto decorativo
• Boa resistência ao choque
• Boa resistência a intempéries (exterior).

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
Aplicação
Processo de aplicação
Para o comportamento futuro de um revestimento por pintura, além da
selecção do esquema de pintura que é de primordial importância, a escolha do
processo de aplicação é também fundamental. Por exemplo para uma boa
aderência entre o primário e a superfície metálica a proteger, aconselha-se a
aplicação do primário sempre que possível por uma trincha.

Entre os diversos processo de aplicação a que salientar os seguintes:


• Aplicação manual (Trincha, rolo, espátula, talocha e pincel);
• Aplicação por pulverização (Pistolas: pneumáticas ou convencionais, sem ar e
electrostático);
• Aplicação por máquinas de rolos;
• Aplicação por banho fluidizado (tintas em pó);
• Aplicação por cortinas.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
Condições de aplicação
Ao aplicar um esquema da pintura deve-se ter sempre as condições que o fabricante
indica na ficha técnica do produto. (A norma portuguesa 32 84 indica os dados técnicos).
Por exemplo, se se trata de uma tinta de dois componentes a que respeitar:
• As proporções da mistura dos dois componentes;
• 0 tempo de vida útil indicado para a mistura que nunca deve ser ultrapassado.
Para alem das condições de aplicação a que ver as seguintes condições ambientais.
No ambiente:
• Temperatura compreendida entre 5°C e 35°C (nem frio e nem sol forte), a humidade
relativa não deve exceder 85% e não deve haver correntes de ar nem poeiras no ar.
No Laboratório:
• A temperatura do ar deve ser 23+/- 2°C, a humidade relativa de ar 50+/- 5% e isento
de correntes de ar e poeiras.

Aconselha-se para:
• Superfícies estucadas, rebocadas ou de betão, teores de humidade inferiores a 5%.
• SuperfIcies de madeira teores a volta de 15% no caso de peça exposta a intempérie e
10 a 12% para peças mantidas ao abrigo da intempérie.
• Superfícies metálicas devem estar secas, limpas e a sua temperatura deve ser superior
no mínimo de 2% a temperatura do ponto de orvalho medido no local do trabalho.
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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
Avaliação de Qualidades
Ensaios laboratoriais
Para caracterização de qualquer revestimento não se realizam todos os ensaios
existentes, há uma selecção tendo em vista os campos de aplicação e o objectivo
pretendido para os produtos em estudo. Esta escolha faz-se com base nos
seguintes objectivos:
• Realização de ensaios de recepção de materiais
• Realização de ensaios de controle de produção
• Verificação de qualidade da tinta (caracterização química e física)
• Caracterização do desempenho de durabilidade do revestimento por pintura
• Selecção entre vários revestimentos para dada utilização
• Ensaios de inspecção na obra
• Estudos de investigação.
Existem essencialmente ensaios em três tipos:
- Ensaios de tinta liquida
- Ensaio na película húmida e de aplicação
- Ensaio na película seca.
Estes ensaios podem ser feitos de características físicas e químicas ou de
comportamento.
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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Qualidade de uma tinta


Das qualidades das tintas segundo os ensaios realizados, qualquer tinta tem de
possuir 10 qualidades essenciais a citar:
1. Facilidade de aplicação
2. Constância - manter as suas características ao longo do tempo
3. Tolerância - capacidade de tolerar certas insuficiências
4. Compatibilidade - capacidade de repintura
5. Aspecto final
6. Características específicas
7. Facilidade de repintura
8. Economia
9. Capacidade de armazenagem
10. Experiência ‘IN SITU”.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Defeitos da Pintura (Patologias)


Há várias causas que podem afectar a qualidade de um revestimento por
pintura, como causas possíveis de anomalias nos revestimentos por pintura
pode mencionar as seguintes:
• Aplicação em substratos húmidos
• Inadequada e incorrecta preparação das superfícies
• Espessura seca inferior a recomendada
• Aplicação inadequada
• Uso de produto de má qualidade
• Incompatibilidade de produto
• Utilização de tinta inadequada.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Como tipo de defeitos mais frequentes e suas causas podem citar-se os


seguintes:

DEFEITO - CAUSAS

FISSURA - Produto mal formulado, revestimento duro e quebradiço.

EMPOLAMENTO - Deficiente prepararão da base, insuficiente espessura, bases


húmidas e revestimentos impermeáveis.

DESTACAMENTO - Falta de aderência, humidade, eflorescência, má preparação


da base.

PULVERULÊNCIA - Acção de intempérie.

SAP0NIFICAÇÃ0 - Dissolução do ligante.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

No caso duma superfície pintada degradada a sua preparação vai depender do


tipo de defeito que apresenta e a sua intensidade. Assim antes de aplicar um
novo esquema de pintura a sua preparação deverá ser feita de seguintes modos:

• Remoção total da tinta aplicada, por decapagem, raspagem ou por chama,


• Escovagem da tinta,
• Remoção parcial, apenas nas zonas com tinta degradada,
• Lavagem com água fria ou quente, com ou sem detergentes (revestimentos
pulverulentos, com sujidade),
• Raspagem (corrosão localizada).

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção
Fabricação
Para se fabricar uma tinta é necessário trilhar pelas seguintes operações:

1ª) Pré-mistura – consiste essencialmente numa pré-dispersão dos pigmentos,


isto é, num primeiro envolvimento das partículas dos pigmentos pelo veículo
da tinta.
2ª) Dispersão (moagem) – é a dispersão propriamente dita onde são aplicados
diferentes tipos de moinhos para homogeneizar a tinta.
3ª) Acabamento – consiste em adicionar alguns produtos componentes da
tinta que não fazem parte da dispersão tais como algumas resinas e óleos ou
aditivos, homogeneizados em tanques de maior ou menor capacidade que os
da operação anterior.
4ª) Afinação – é a operação que garante a cor da tinta, ajustada de acordo com
o respectivo catalogo ou a um padrão requerido.
Quando a cor é obtida pela combinação de várias cores produz-se o defeito
denominado metamerismo – em que de diferentes ângulos de vista ou de luz
se nota divergência de cores.

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Tintas, Lacas e Vernizes para Construção

Fabricação..

5ª) Filtração – procura-se separar partículas estranhas com que a tinta por
ventura tivesse sido contaminada durante as várias fases de fabrico,
nomeadamente poeiras ou partículas de pele que se tenham formado por
indevida oxidação.

6ª) Controlo Laboratorial – consiste numa série de determinações, em que se


procura verificar que não há qualquer anomalia relativamente aos valores
fixados na especificação do produto em causa (por ex.: massa volúmica,
viscosidade, tempo de secagem, cor, opacidade, brilho, etc.). No início da
produção determina-se o grau de dispersão da tinta (graus Hegman) e a
qualidade é vista depois da filtração.

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