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TERESINA - PI
2020
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TERESINA - PI
2020
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Banca Examinadora
________________________________________________________
Profª. Drª. Cláudia Maria Sabóia de Aquino
(Orientadora)
________________________________________________________
Profª. Drª. Marcos Antônio Leite do Nascimento
(Membro externo)
_________________________________________________________
Profª. Drª. Livânia Norberta de Oliveira
(Membro externo)
________________________________________________________
Profª. Drª. Gustavo Souza Valladares
(Membro interno)
3
FICHA CATALOGRÁFICA
Universidade Federal do Piauí
Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castello Branco
Serviço de Processamento Técnico
CDD 551
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AGRADECIMENTOS
A Deus pai, em primeiro lugar, por sempre iluminar o meu caminho, por toda sabedoria
necessária, por toda força, fé, e coragem que me foi concedida para a concretização desta
pesquisa e conclusão do mestrado em Geografia...Obrigada meu Deus!
Aos meus pais, Vicente de Paula e Valdenila Maria, pelo amor e ensinamentos,
responsáveis por minha formação moral e ética sempre acreditaram em mim.
Aos meus irmãos José Marcos e Isabel Thais por todos os momentos ao meu lado,
vibrações positivas e apoio concedido.
Aos meus avós maternos, Antônio Fernandes e em especial à minha avó Noeme Maria,
mulher forte e encorajada. E aos meus avós paternos, José Antônio e minha querida avó Maria
dos Remédios (in memoriam), meus exemplos de vida e simplicidade.
A minha querida prima Ana Lourdes pelo companheirismo, ajuda, cuidado e palavras de
carinho.
A minha tia Maria de Lourdes e meu tio Adaito Dourado por me receber e me dar
conforto em seu lar, agradeço pelo carinho e cuidado.
A meu amigo-irmão Leonam Tcharlles, amizade de infância, uma pessoa que sempre me
apoiou e esteve ao meu lado.
A minha tia e madrinha de batismo Valdirene Maria pelo carinho e incentivo durante toda
minha caminhada.
A todos os familiares, minha base de sustentação, agradeço a todos os tios e tias (em
especial meu tio e padrinho de batismo Raimundo Alves e meu tio Valdimir Alves), minhas
madrinhas, meus padrinhos, aos meus queridos primos, amigos e colegas.
Agradeço a minha orientadora Prof. Dra. Cláudia Maria Sabóia de Aquino pelas
contribuições à minha formação, por todo o apoio e ensinamentos.
A todos os professores da Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí,
que marcaram sua passagem com bons ensinamentos e companheirismo.
Aos professores da Graduação da Universidade Estadual do Piauí, em especial, a
professora Dra. Manuela Nunes Leal e meu eterno professor Me. Renê Pedro de Aquino que me
encorajou na busca deste sonho, agradeço pelo incentivo, atenção e amizade.
Aos amigos que ganhei ao ingressar no mestrado, agradeço por todas as experiências
vividas no decorrer do curso. Obrigada a todos, e em especial a minha amiga Glácia Lopes,
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minha “maninha”, por tudo que foi compartilhado, e aos meus eternos amigos, desde da
graduação, Vital Faria, e minha grande companheira Eliethe Gonçalves pelas ideias
compartilhadas.
A amiga Juliana Gonçalves pela ajuda prestada e dicas no uso do software desta pesquisa
e ao amigo e conterrâneo Tarcys Klébio pela disponibilidade demostrada na prestação de
esclarecimentos.
À Universidade Federal do Piauí pela utilização de suas instalações e ao Programa de Pós-
Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí por todo o apoio.
À Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES), ao Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo a
Pesquisa do Piauí (Fapepi) pela bolsa concedida (auxílio financeiro).
A todos que me ajudaram em campo no município de São João da Serra/PI, em especial
meu grande amigo e visionário Antônio Carlos (“o poeta”), amizade fruto da pesquisa, e a toda
sua família pelo acolhimento. Ao professor Herllys Torres, e aos colegas Homerio Moura,
Joaquim Torres, José Filho, Ademir Moura, Edimar Moura e Alberto Vasconcelos.
A todos que me ajudaram em campo no município de Novo Santo Antônio/PI, em
especial ao professor Carlos Renê e ao professor Jackson. A todos que me ajudaram em campo
no município de Sigefredo Pacheco/PI, em especial a professora Jéssica Frota, ao colegas Airton
Andrade, Ingrid Macêdo e ao professor Sebastião Machado. E a todos que me ajudaram em
campo no município de Juazeiro do Piauí/PI, em especial ao amigo Roberto Sousa, Antônio
Francisco (“Nego”) e ao Srº Mariano.
Enfim, a todos que me ajudaram de forma direta ou indireta, que de alguma forma
caminharam comigo nessa trajetória, uma vez que, a conquista obtida é resultado de um processo
de formação pessoal e profissional para o qual pessoas certamente contribuíram de alguma forma.
Dessa maneira, deixo meus sinceros agradecimentos.
Obrigada a todos!
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RESUMO
Detentor de uma grande extensão territorial, o Brasil conta com uma variedade de atrativos do
ponto de vista da diversidade abiótica, que ainda é pouco conhecida, observa-se uma carência de
estudos em diversas áreas do território nacional. A nível de Nordeste, no Estado do Piauí
pesquisas nesse âmbito ainda são pouco expressivas. Esta constatação aliada à carência de
estudos desta natureza, e a pouca exploração e divulgação no cenário piauiense justificou a
realização da presente pesquisa. Tendo como intuito valorizar e divulgar a geodiversidade e o
geopatrimônio no Piauí, se elencou como área de estudo os municípios de Juazeiro do Piauí,
Novo Santo Antônio, São João da Serra e Sigefredo Pacheco, pertencente a Região Geográfica
Intermediária de Teresina e Região Geográfica Imediata de Campo Maior- PI. Diante disso, o
objetivo geral dessa pesquisa foi avaliar a geodiversidade e o geopatrimônio da área supracitada,
como suporte a iniciativas de geoconservação e geoturismo, para a partir daí sugerir a utilização
da mesma, como local potenciador de atividades ligadas à educação ambiental e geoturísticas.
Tendo como foco os valores didático e turístico a presente pesquisa apresenta como objetivos
específicos i) Realizar levantamento e caracterização da geodiversidade dos municípios
anteriormente citados; ii) Inventariar e quantificar os geossítios/geomorfossítios dos mesmos, iii)
Propor um roteiro geoturístico considerando apenas aqueles geossítios/geomorfossítios com bom
acesso e oferta de hotelaria, itens básicos para o fortalecimento de atividades geoturísticas e
geoeducativas; e iv) Apresentar sugestões de estratégias de valorização e divulgação dos
geossítios/geomorfossítios para os municípios analisados através da elaboração de recursos
didáticos e de atividades geoeducativas. A metodologia foi dividida em cinco etapas: i) revisão
bibliográfica, teórico-metodológico para a devida fundamentação; ii) estudo de diferentes
metodologias utilizadas na avaliação do patrimônio geológico e geomorfológico, seguida da
escolha da metodologia adotada para o presente estudo, que foi adaptada de Oliveira (2015) e
Pereira (2006); iii) trabalho de gabinete, com a confecção do material cartográfico; iv) trabalhos
de campo (registro fotográfico, coleta de coordenadas geográficas e preenchimento de fichas) e
v) proposição de estratégias de valorização e divulgação dos geossítios/geomorfossítios
selecionados. Foram inventariados e quantificados 36 geossítios/geomorfossítios, dos quais foram
selecionados 09 geomorfossítios para promoção e divulgação, apenas aqueles com bom acesso e
oferta de hotelaria considerando as medidas de distância da sede municipal, a saber:
Geomorfossítio Cachoeira do Rosário (Novo Santo Antônio), Geomorfossítio Complexo Mini
9
Cânion do Rio Poti (Juazeiro do Piauí), Geomorfossítio Cachoeira do Covão do Jaburu (Juazeiro
do Piauí), Geomorfossítio Cachoeira do Quebra Anzol (São João da Serra), Geomorfossítio
Cachoeira da Pedra Negra (Sigefredo Pacheco), Geomorfossítio Cachoeira das Corujas (Novo
Santo Antônio), Geomorfossítio Toca do Nego (Juazeiro do Piauí), Geomorfossítio Cachoeira do
Lau (São João da Serra) e Geomorfossítio Cachoeira dos Canudos (Novo Santo Antônio). No
sentido de promover a divulgação desses geossítios/geomorfossítios, foram desenvolvidos
produtos, dos quais se destacam: um roteiro geoturístico, painéis interpretativos, souvenires,
páginas de valorização e divulgação no Instagram e Facebook e a elaboração de recursos
didáticos e atividades geoeducativas como jogos (Jogo de Tabuleiro e Jogo da Memória).
Conclui-se o alto potencial geológico/geomorfológico para uso didático e geoturístico da área de
estudo. A exploração deste potencial de modo sustentável poderá proporcionar a geração de
renda e consequentemente melhorias da qualidade de vida das populações residentes na área de
estudo.
ABSTRACT
Owner of a big territorial extension, Brazil counts on a variety of attractions from the scope of its
abiotic diversity, which is still little known, it is observed an absence of studies in many areas of
the national territory. In the northeast, in Piauí State researches in this scope are still little
expressive. This verification associated with the lack of studies of this nature, and the little
exploration and disclosure in Piauí’s scenery justified the accomplishment of this present
research. Having as an intention to value and to promote Piauí’s geodiversity and geoheritage, it
was listed as study area the cities of Juazeiro do Piauí, Novo Santo Antônio, São João da Serra e
Sigefredo Pacheco, belonging to the Intermediate Geographic Region of Teresina and the
Immediate Geographic Region of Campo Maior-PI. Thus, the main objective of this research was
to evaluate the geodiversity and the geoheritage of the area above-mentioned, as support to the
geoconservation and geotourism initiatives, and from this point to suggest the usage of it, as a
potential place of activities linked to the environmental education and geoturism. Having as focus
the tourism and didactic values the present research introduces as specific objectives i) To
accomplish the geodiversity surveying and characterization of the cities previously mentioned; ii)
To inventory and qualify the geosites/geomorphosites of them; iii) To propose a geotouristic
itinerary considering only those geosites/geomorphosites with good access and hotel offering,
basic items to the strengthening of geotouristics and geoeducational activities; iv) To present
suggestions of valorization and promotion strategies of the geosites/geomorphosites to the cities
analyzed through elaboration of didactic resources and geoeducational activities. The
methodology was divided in five stages: i) bibliographic review, theoretical-methodological to
the proper basis; ii) study of different methodologies used in the evaluation of the geologic
heritage and geomorphologic, followed by the choosing of the adopted methodology to the
present study, that was adapted by Oliveira (2015) and Pereira (2006); iii) office work, with the
production of cartographic material; iv) field research (photographic registers, gathering of
geographic coordinates and filling out of forms) and v) proposition of valorization and disclosure
strategies of the geosites/geomorphosites selected. It was inventoried and quantified 36
geosites/geomorphosites, in which 09 geomorphosites were selected to promotion and disclosure,
only those with good access and hotel offering considering the distance measurements from the
city headquarter, namely: Geomorphosite Rosário Waterfall (Novo Santo Antônio),
Geomorphosite Rio Poti Mini Canyon Complex (Juazeiro do Piauí), Geomorphosite Covão do
11
Jaburu Waterfall (Juazeiro do Piauí), Geomorphosite Quebra Anzol Waterfall (São João da
Serra), Geomorphosite Pedra Negra Waterfall (Sigefredo Pacheco), Geomorphosite Corujas
Waterfall (Novo Santo Antônio), Geomorphosite Nego’s Lair (Juazeiro do Piauí), Geomorphosite
Lau Waterfall (São João da Serra) and Geomorphosite Canudos Waterfall (Novo Santo Antônio).
In order to promote the disclosure of these geosites and geomorphosites, were developed
products, in which highlight: a geotouristic itinerary, information boards, souvenires, valorization
and disclosure pages on Instagram and Facebook and the elaboration of didactic resources and
geoeducational activities like games (boardgames and memory games). It is concluded the high
geologic/geomorphologic potential to the didactic use and geotourism of the area studied. The
Exploration of these potential in a sustainable way will provide the generation of income and
consequently improvement in quality of life of the living population in the area studied.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELA
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 22
2 GEODIVERSIDADE, PATRIMÔNIO GEOLÓGICO, PATRIMÔNIO 26
GEOMORFOLÓGICO E GEOCONSERVAÇÃO....................................................
2.1 GEODIVERSIDADE: CONTEXTUALIZAÇÃO, CONCEITOS E VALORES........... 26
2.1.1 Valores da geodiversidade............................................................................................ 37
2.1.2 A intrínseca relação entre a ciência geográfica, geodiversidade e temas 42
correlatos........................................................................................................................
2.2 FUNDAMENTOS BÁSICOS, CONCEITOS E METODOLOGIAS PARA O 45
ESTUDO DO PATRIMÔNIO GEOLÓGICO................................................................
2.2.1 Metodologias para o estudo do patrimônio geológico................................................ 53
2.3 FUNDAMENTOS BÁSICOS, CONCEITOS E METODOLOGIAS PARA O 63
ESTUDO DO PATRIMÔNIO GEOMORFOLÓGICO..................................................
2.3.1 Metodologias para o estudo do patrimônio geomorfológico...................................... 68
2.4 GEOCONSERVAÇÃO: PRINCÍPIOS E CONCEITOS................................................ 81
3 METODOLOGIA EMPREGADA NA PESQUISA................................................... 88
3.1 METODOLOGIA ADOTADA NA AVALIAÇÃO DO GEOPATRIMÔNIO DOS
MUNICÍPIOS DE JUAZEIRO DO PIAUÍ, NOVO SANTO ANTÔNIO, SÃO JOÃO
89
DA SERRA E SIGEFREDO PACHECO, PIAUÍ..................................................
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................. 101
4.1 ASPECTOS GEOAMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS DOS MUNICÍPIOS DE
JUAZEIRO DO PIAUÍ, NOVO SANTO ANTÔNIO, SÃO JOÃO DA SERRA E
101
SIGEFREDO PACHECO, PIAUÍ...................................................................................
4.1.1 Localização geográfica da área de estudo................................................................... 101
4.1.2 Unidades geológicas, aspectos geomorfológicos e pedológicos.................................. 101
4.1.3 Clima e hidrografia........................................................................................................ 109
4.1.4 Aspectos socioeconômicos da área de estudo.............................................................. 111
4.1.4.1 Juazeiro do Piauí.............................................................................................................. 112
4.1.4.2 Novo Santo Antônio........................................................................................................ 113
4.1.4.3 São João da Serra............................................................................................................. 113
4.1.4.4 Sigefredo Pacheco........................................................................................................... 114
4.2 INVENTARIAÇÃO DOS GEOSSÍTIOS/GEOMORFOSSÍTIOS DOS MUNICÍPIOS
DE JUAZEIRO DO PIAUÍ, NOVO SANTO ANTÔNIO, SÃO JOÃO DA SERRA E
115
SIGEFREDO PACHECO, PIAUÍ...................................................................................
4.2.1 Localização e indicação dos geossítios/geomorfossítios na área de 115
estudo..............................................................................................................................
4.2.2 Geossítios/Geomorfossítios inventariados no município de São João da Serra - 119
PI...........................................................................................................................
4.2.2.1 Geomorfossítio Cachoeira do Quebra Anzol................................................................... 121
4.2.2.2 Geomorfossítio Mesas de Pedra do Rio Poti................................................................... 123
4.2.2.3 Geomorfossítio Complexo Serra do Evangelista............................................................. 125
20
1 INTRODUÇÃO
O homem com sua dificuldade em realizar uma análise sistêmica da paisagem, sendo
levado em muitos casos pelo sentido da visão, historicamente favoreceu os aspectos bióticos
diante os fatores abióticos.
Dessa forma, temas relativos à biodiversidade são amplamente discutidos e
alicerçados no meio acadêmico e no senso comum enquanto a vertente abiótica, ou seja, a
geodiversidade e demais temáticas associadas, ainda apresenta carência de estudos (MEIRA;
MORAIS, 2016). Sabe-se que a interpretação da natureza relaciona-se aos mais diversos
elementos que a compõe, sejam eles de natureza biótica ou abiótica, porém, o que é visto é a
primazia de estudos relacionados aos elementos bióticos da paisagem.
Tudo isso implica no desconhecimento da geodiversidade por um elevado número de
pessoas, muitos, às vezes, até conhecem o tema, mas lhes falta consciência de sua
importância. Nesse sentido, constata-se a necessidade da divulgação e valorização da natureza
abiótica, temática pouca estudada e pesquisada se comparada à relevância que apresenta, são
necessárias à difusão do conhecimento e a conscientização da sociedade em geral.
Meira e Santos (2016) enfatizam que no contexto atual estudos relativos à
geodiversidade e temas correlatos são de suma importância já que diante da problemática
ambiental que tem se instaurado, em especial após a segunda metade do século XX, novas
formas de abordar a natureza tornam-se necessárias, principalmente aquelas que buscam a
integração dos elementos bióticos e abióticos da paisagem, o que contribui para a instituição
de uma consciência ambiental completa.
Nas últimas três décadas houve um crescimento de estudos relacionados à
Geodiversidade, Geopatrimônio e temas afins. Pode-se observar que essas temáticas vêm
sendo amplamente discutidas e divulgadas no âmbito das Ciências da Terra, ganhando
destaque no cenário internacional e nacional com um crescente número de obras escritas
(NASCIMENTO, RUCHKYS, MANTESSO-NETO, 2008).
Temáticas que podem ser discutidas de forma transdisciplinar, os estudos e trabalhos
práticos relacionados aos valores da natureza abiótica constituem elevada relevância, uma vez
que a geodiversidade é o substrato essencial para o desenvolvimento e evolução de qualquer
forma de vida.
Em meio à Geografia, esses conteúdos tem sua necessária importância podendo ser
observada enquanto aspecto de discussão e preocupação geral em variados estudos. A referida
ciência fortalece a divulgação dos conceitos relativos ao tema. Partindo de uma observação
23
GERAL
ESPECÍFICOS
Mas afinal o que realmente significa geodiversidade? Do que trata essa terminologia?
Permitindo diferentes interpretações e abordagens o termo é amplo e abrangente, conceituado
por diversos autores em diferentes países. No geral, os conceitos são bastante próximos e
complementares, havendo poucas definições com abordagens diferenciadas.
Observa-se que a evolução do conceito, sua origem e desenvolvimento é direcionada a
variados estudiosos, porém, segundo Santos e Valdati (2017), apesar de ser amplamente
discutido e usado, não há um conceito de geodiversidade oficializado pela comunidade
científica internacional.
Recente na comunidade científica, Nascimento, Ruchkys e Mantesso-Neto (2008)
enfatizavam, que ao contrário do análogo biodiversidade, o termo geodiversidade, ainda é
pouco conhecido e, consequentemente, divulgado entre as pessoas. Este pode ainda causar
certa estranheza ao ser empregado, ainda, há grande quantidade de pessoas que desconhecem
o tema ou não dão a devida importância.
Um contraponto ao conceito de biodiversidade, a conceitualização de geodiversidade
equivale à variedade de natureza abiótica (meio físico), que de acordo com Sharples (1993)
citado por Oliveira et al., (2017, p. 230) “[...] surgiu com o intuito de apresentar uma analogia
com o termo biodiversidade enfatizando que a natureza é composta por elementos bióticos e
abióticos”.
A partir dos anos 2000, o termo geodiversidade consolida-se sendo utilizado pela
primeira vez em 1991, durante um encontro internacional sobre geoconservação, com a
exposição oral proferida por Harley M. Stanley, o primeiro a conceituar geodiversidade de
uma maneira detalhada e abrangente (BUREK; POTTER, 2002; CARCAVILLA URQUI,
2006 citado por MANTESSO-NETO, 2009).
Foi a partir de Stanley (2000), citado por Brilha (2005), que se estabeleceu o conceito
de geodiversidade que foi adaptado pela Royal Society for Nature Conservation1 do Reino
Unido e pela European Association for the Conservation of the Geological Heritage2
(ProGEO), sendo entendido como “variedade de ambientes geológicos, fenômenos e
processos ativos que dão origem a paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e outros
depósitos superficiais que são suporte para a vida na terra” (BRILHA, 2005, p. 17).
Com o título em seu relatório informativo de Ciência da Terra (Geodiversity Update)
essa forma de se pensar geodiversidade estaria aliada ao momento histórico da Conferência da
1
Sociedade Real da Conservação da Natureza
2
Associação Européia para a Conservação do Patrimônio Geológico
28
Organização das Nações Unidas de 1992, realizada no Rio de Janeiro, tendo assim um caráter
eminentemente ambientalista (BORBA, 2011).
Os primeiros trabalhos foram realizados na Tasmânia (Austrália)3 e principalmente no
Reino Unido, em 1993, na Conferência de Malvern sobre “Conservação Geológica e
Paisagística” (BRILHA, 2005). Embora, de acordo com Joyce (1997), o termo não recebeu na
época um apoio significativo dos participantes do evento.
Apesar de a palavra geodiversidade ter sido usada pela primeira vez na década de
1990, os princípios por trás de sua aplicação para a conservação da natureza têm história
muito mais longa e remontam, no Reino Unido, ao Relatório do Comitê Especial para a
Conservação da Vida Silvestre, elaborado por Julian Huxley em 1947 (GRAY, 2004;
MANSUR, 2018).
Vale ressaltar que segundo Serrano e Ruiz-Flaño (2007), na literatura da década de
1940 o termo geodiversidade também aparecia em textos do geógrafo argentino Frederico
Alberto Daus, porém a lógica abordada no cerne do conceito difere da atual.
Mantesso-Neto (2009) afirma que o livro-texto que marcou a entrada do termo
geodiversidade no mundo geocientífico foi publicado em 2004, na Inglaterra, pelo
pesquisador britânico Murray Gray, intitulado “Geodiversity: Valuing and conserving abiotic
nature”.
Já de acordo com Santos e Valdati (2017) Murray Gray ao lado de Chris Sharples são
as mais importantes referências mundiais sobre geodiversidade, dedicando-se às diversas
questões em torno da temática. Ambos apresentam em detalhe a origem do termo
geodiversidade, evolução do conceito, seus valores e ameaças,
Pode-se observar que na literatura internacional, um expressivo número de autores,
principalmente ingleses, portugueses, australianos e espanhóis, sob diferentes olhares,
contribuíram de maneira eficaz para a difusão e o entendimento do conceito geodiversidade.
Dentre eles podem ser citados: Johanson e Andersen (1999); Pemberton (2000); Stanley
(2000); Stanley (2001); Panizza (2001); Sharples (2000); Gray (2004); Kozlowski (2004);
Brilha (2005); Serrano; Ruiz-Flaño (2007); Carcavilla, et al., (2008); Forte (2008); Petrisor e
Sarbu (2010); e Claudino-Sales (2010).
Com uma crescente evolução nos últimos anos, a temática geodiversidade tem sido
objeto de inúmeras pesquisas, em diferentes níveis (graduação, especialização, mestrado,
doutorado, entre outros), tema de livros, revistas e demais publicações científicas, além de ser
3
Nos documentos oficiais da Austrália, a partir de 1996, o termo geodiversidade já era colocado lado a lado com
a biodiversidade nas diretrizes de conservação de sítios naturais (MANSUR, 2018).
29
Em 2001, Stanley ainda apresenta uma concepção mais ampla para o termo, trazendo
o critério cultural para o cerne do conceito, apresentando a nova definição em um artigo
intitulado “Geodiversity”, publicado na revista Earth Science Newsletter do Reino Unido.
Segundo o autor mencionado, a geodiversidade (diversidade natural dos terrenos) estaria
relacionada com seu povo e sua cultura, haveria “a ligação entre pessoas, paisagens e cultura
[...]” (STANLEY, 2001, citado por OLIVEIRA et al., 2017, p. 203).
Após a definição proposta acima, novas conceituações e complementações foram
surgindo, dando maior especificidade e ampliação ao que se compreende como
geodiversidade.
A exemplo, têm-se Luis Miguel Nieto (2001), que defende a geodiversidade como
sendo composta pelo “número e variedade de estruturas (sedimentares, tectônicas), materiais
30
geológicos (minerais, rochas, fósseis e solos), que constituem o substrato de uma região sobre
a qual se assentam as atividades orgânicas, inclusive as antrópicas” (p. 07).
No conceito acima ações antrópicas são abordadas como uma atividade desenvolvida
sobre a geodiversidade, não como um fenômeno ou processo ativo que acaba por gerar novos
elementos. Nieto (2001) não contempla os processos de formação dos elementos geológicos e
geomorfológicos como constituinte da geodiversidade, como ocorre na definição da Royal
Society for Nature Conservation, sendo esse segundo Meira e Morais (2016), um conceito
mais restrito.
Já Murray Gray, apresentando uma conceituação de geodiversidade mais abrangente
modifica o conceito usado por Sharples (2002), e consagra a geodiversidade abrangendo o
sistema abiótico em sua integridade, caracterizando-o como a diversidade natural entre
aspectos geológicos, do relevo e dos solos. O autor mencionado a define como sendo
Brilha (2005) baseado no conceito definido por Gray (2004), inclui na sua
conceituação os processos, fenômenos e ambientes naturais, contribuindo para uma maior
inserção de elementos a serem estudados, valorados e conservados.
Ainda segundo Brilha (2005), há a necessidade de difusão de uma nova abordagem
sobre o papel dos elementos abióticos no conjunto da natureza, apresentando seus elementos
como compondo o sustentáculo da vida sobre a Terra. A interação desses elementos abióticos,
entre si e com os seres vivos, é que possibilita o surgimento das mais variadas paisagens e
conjuntos geoambientais. Para Liccardo et al., (2008), cada parte do planeta apresenta assim
uma geodiversidade própria, o que dá a ela a sua singularidade.
Araújo (2005) destaca que o entendimento de geodiversidade perpassa pela variação
natural dos aspectos geológicos (rochas, minerais, fósseis), geomorfológicos (formas e
evolução de relevo) e do solo. A autora ainda salienta que a geodiversidade não inclui apenas
elementos abióticos da natureza, mas também os bióticos.
Serrano e Ruiz-Flaño (2007), por sua vez, englobam todos os componentes do meio
físico, como a hidrografia, e os sistemas gerados não só pelos processos endógenos e
exógenos, mas também os oriundos de ações antrópicas (de apropriação e ocupação da terra,
por exemplo).
31
Diante desse contexto, um dos primeiros autores que propôs uma conceituação em
nível nacional foi Veiga (1999). Enfatizando o estudo das águas superficiais e subterrâneas
nos estudos de geodiversidade, o autor afirma que a geodiversidade
Para Borba (2011), a abordagem da geodiversidade colocada acima seria voltada para
sua vertente econômica, deixando de lado os outros valores que esta pode possuir.
Já para Nascimento, Mansur e Moreira (2015, p. 49) a geodiversidade “representa os
aspectos inanimados do Planeta Terra, não apenas aqueles ligados ao passado geológico [...],
mas também os processos naturais, que ocorrem atualmente”.
Dotada de múltiplos valores: cultural, estético, econômico, científico, educativo e
turístico, Pereira (2010, p. 17), por sua vez, enfatiza que o conceito a ser aplicado seria
34
Quanto aos primeiros escritos sobre a temática em nível nacional, foi apenas em 2008
que no país saiu o primeiro livro de caráter conceitual, intitulado “Geodiversidade,
geoconservação e geoturismo: Trinômio importante para a proteção do patrimônio
geológico”, organizado por Nascimento; Ruchkys e Mantesso-Neto (2008). E também o
primeiro livro descritivo da geodiversidade no Brasil, intitulado “Geodiversidade do Brasil:
Conhecer o passado para entender o presente e prever o futuro”, tendo como organizador:
Cassio Roberto da Silva (2008).
Diante do contexto delineado trabalhos posteriores dedicados ao estudo da
geodiversidade começam a surgir com mais força e visibilidade, um notável exemplo da
aplicação de estudos nesse âmbito pode ser encontrado em meio a Companhia de Pesquisa de
Recursos Minerais (CPRM) com o estudo de geodiversidade de cada estado brasileiro.
Apesar de ainda existirem divergências sobre sua abrangência, necessitando ainda de
consistência quanto ao seu desenvolvimento teórico e, principalmente, metodológico, Santos
(2016) enfatiza que na atualidade o termo já se encontra bastante consolidado.
O quadro 01 elaborado com base em pesquisa bibliográfica apresenta a evolução do
conceito ao longo do tempo, em cenário internacional e nacional.
Quadro 01 - Síntese dos conceitos de geodiversidade apresentados na pesquisa
ANO AUTORES CONCEITO
Diversidade de características, assembleias, sistemas e
1993 SHARPLES citado por processos geológicos (substrato), geomorfológicos (formas da
OLIVEIRA et al., (2017) paisagem) e do solo.
1999 JOHANSON e
ANDERSEN citado por Geodiversidade seria a variação de fenômenos e processos
SERRANO, RUIZ- geológicos em uma área definida.
FLAÑO (2007)
Geodiversidade expressa as particularidades do meio físico,
1999 VEIGA compreendendo as rochas, o relevo, o clima, os solos e as
águas, subterrâneas e superficiais e condiciona a morfologia
da paisagem e a diversidade biológica e cultural.
Variedade de ambientes e processos ativos que dão origem a
paisagem, rochas, minerais, fosseis, solos e outros depósitos
2000 STANLEY citado por superficiais que são o suporte na vida na terra, demonstrando a
MANTESSO-NETO geodiversidade como uma peça basilar de suporte da vida na
(2009) terra. Isto é, o “palco” no qual todas as outras formas de vida
são os “atores”.
2000 A geodiversidade consiste na variedade de ambientes
ROYAL SOCIETY FOR geológicos, fenômenos e processos ativos geradores de
NATURE paisagem (relevo), rochas, minerais, fósseis, solos e outros
(Continua)
35
2. 1. 1 Valores da geodiversidade
VALORES SUBVALORES
VALOR INTRÍSECO -
Controle da Poluição
Química da Água
Funções do Geossistema
Funções do Ecossistema
VALOR FUNCIONAL Plataforma
Sepultamento
Armazenamento e Reciclagem
Funções do Solo
Saúde
Minerais Metálicos
Minerais para Construção
Minerais Industriais
VALOR ECONÔMICO Energia
Fósseis
Solos
Gemas
Atividades Voluntárias
Apreciação Remota
Atividade de Lazer
VALOR ESTÉTICO Geoturismo
Inspiração Artística
Paisagens Locais
Folclórico
Arqueológico-Histórico
VALOR CULTURAL Espiritual
Senso de Lugar
Descoberta Científica
História da Terra
VALOR CIENTÍFICO E EDUCATIVO Educação e Treinamento
História da Pesquisa
Monitoramento Ambiental
Fonte: Adaptado de Gray (2004). Elaboração Própria (2019).
38
Tendo como base as conceituações e definições apresentadas por Gray (2004) a seguir
serão descritos cada um dos valores mencionados no Quadro 02.
Por ser de difícil entendimento e mensuração (se atribuir algum valor a ele, de
quantificá-lo), por se referir à importância do elemento da geodiversidade por si só, sem
imputar nesse uma finalidade de uso pela sociedade, o valor intrínseco esta diretamente
relacionado aos aspectos inerentes a este independentemente do seu eventual uso. Cada povo
tem uma forma de se relacionar com os elementos da natureza (PEREIRA, 2010;
NASCIMENTO, MANSUR, MOREIRA, 2015; PEREIRA, RIOS, GARCIA, 2016;
MOURA-FÉ, NASCIMENTO, SOARES, 2017).
Segundo Brilha (2005) o valor intrínseco é o mais subjetivo atribuído a
geodiversidade, está ligado à relação homem/natureza, o que torna o processo de
quantificação uma tarefa extremamente complicada considerada um atributo subjetivo e de
difícil assimilação.
Relacionado à natureza por si só e, principalmente, aos meios de interação
(interdependência) dos seres humanos junto à mesma o valor intrínseco da geodiversidade não
é facilmente mensurável, pois não está relacionado a qualquer potencialidade de usos práticos
(SILVA, 2008; REVERTE, 2014; SANTOS, 2016).
Reverte (2014) enfatiza que o valor intrínseco, ou existencial de acordo com Gray
(2004), expressa relação entre o homem e a natureza. O ser humano é parte integrante da
natureza e a geodiversidade faz parte da natureza, tendo um valor independente dos outros
elementos (BRILHA, 2005). Em termos gerais, o valor intrínseco é atribuído à geodiversidade
pelo simples fato dela existir, independente de sua utilidade para qualquer ser vivo.
O valor cultural, por sua vez, segundo Mochiutti et al., (2012, p. 175) “revela-se nas
inúmeras relações que existem entre a sociedade e o mundo natural que a rodeia, no qual ela
está inserida e ao qual ela pertence”. Segundo Gray (2004) consiste em uma das categorias
mais práticas e objetivas dentre os valores atribuídos à geodiversidade.
As construções, a gastronomia, questões arqueológicas e históricas também estão
diretamente ligadas a geodiversidade de alguns locais. Segundo Silva (2008), o valor cultural
se traduz num conjunto de aspectos geológicos com relevância cultural intangível que
possuem, ou possuíram no passado, uma especial significação simbólica ou emocional para a
sociedade.
Referente à relevância de um determinado elemento da geodiversidade para um
determinado grupo social, Pereira, Rios e Garcia (2016, p. 200) enfatizam que “a sacralização
39
No entanto, muitos desses recursos por conta do valor econômico, são ameaçados,
onde a sociedade se apresenta como o principal agente modificador e degradador (GRAY,
2004; MOURA-FÉ, NASCIMENTO, SOARES, 2017).
O valor funcional da geodiversidade é atribuído de acordo à capacidade que o
elemento natural tem na contribuição do bem-estar humano, o da geodiversidade esta atrelado
a natureza enquanto suporte e facilitador das atividades e ações antrópicas, e onde se instalam
os biomas e elementos da biodiversidade (GRAY, 2004; MOCHIUTTI et al., 2011).
Gray (2004), o primeiro a atribuir um valor funcional para geodiversidade, o encara
sob dois aspectos: i) o valor da geodiversidade in situ, de caráter utilitário do homem; e ii) o
valor enquanto substrato para a sustentação dos sistemas físicos e ecológicos. O primeiro
refere-se à valorização da geodiversidade que se mantém no local de origem, já o segundo
refere-se às populações de animais e/ou plantas em locais cuja geodiversidade definiu as
condições ideais para a implantação e desenvolvimento. O autor ainda subdivide estas funções
em três categorias: utilitárias – uso antrópico do solo, geossistêmica – reservatórios hídricos e
ecossistêmicas – suporte para a biodiversidade.
Para Brilha (2005), o valor funcional liga-se a utilização da geodiversidade que se
mantem no local de origem como suporte para a realização das mais diversas atividades
(armazenamento da água subterrânea em aquíferos, o solo para agricultura, os aterros para os
resíduos, entre outros). E também como sustentação da flora e fauna.
Por fim, têm-se os valores científico e didático que segundo Mochiutti et al., (2012)
talvez sejam os valores mais preciosos atribuídos à geodiversidade. Investigações de certos
aspectos do meio abiótico permitem delinear/ desenhar a longa história da Terra, ou os
cenários futuros de uma região, por exemplo, e prevenir-se diante de situações de risco dentre
outras inúmeras possibilidades de aplicação.
O científico tem como base o acesso e posterior estudo da geodiversidade, tanto em
âmbito fundamental ou aplicado. No primeiro caso, é útil para conhecer e interpretar a
geodiversidade e consequentemente reconstituir a história da Terra. Já o de caráter aplicado
auxilia para melhorar a relação entre as pessoas com a geodiversidade, que ajuda as
populações a evitar, por exemplo, áreas de potenciais de riscos geológicos (vulcanismo,
terremoto, etc.) (REVERTE, 2014).
Consiste no acesso e posterior análise de amostras representativas da geodiversidade,
com o objetivo de permitir sua identificação e interpretação, de modo a buscar desvendar a
história geológica da Terra (REVERTE, 2014; SANTOS, 2016). Brilha (2005) fala que o
41
Valor cultural Relativo a ligação entre o desenvolvimento social, cultural e/ou religioso
pesquisadores de vários países (CARDOSO, 2013). Segundo Mansur (2010) e Silva (2017) a
realização deste simpósio estimulou os debates e estudos sobre o patrimônio geológico.
Diante desse contexto, torna-se válido nesse momento discutir diferentes abordagens
existentes sobre o conceito de patrimônio geológico. Para Valcarce e Cortés (1996) citado por
Mantesso-Neto (2009, p. 05) patrimônio geológico é “um conjunto de recursos naturais não-
renováveis, de valor científico, cultural ou educativo, que permitem conhecer, estudar e
interpretar a evolução da história geológica da Terra [...]”.
Segundo Munõz (1988) citado por Mantesso-Neto (2009, p. 05) o patrimônio
geológico é
Já para Rivas, Rivera e Guadalupe (2001) o patrimônio geológico refere-se assim aos
recursos naturais não renováveis de valor científico, cultural, educativo, assim como de
interesse paisagístico e recreativo, que engloba formações rochosas, estruturas, acumulações
sedimentares, ocorrências minerais e outras, que torna possível o reconhecimento, estudo e
interpretação da história evolutiva do planeta, assim como os processos que a tem modelado.
Nieto (2002) citado por Pereira, Rios e Garcia (2016, p. 198) enfatiza que o
patrimônio geológico “[...] inclui todas as formações rochosas, estruturas e pacotes
sedimentares, formas de relevo e paisagens, jazimentos minerais e/ou fossilíferos e coleções
de objetos geológicos, que apresentem algum valor científico, cultural ou recreativo”.
Outra abordagem do conceito de patrimônio geológico é formulada por Brilha (2005),
enfatizando que o mesmo se configura como geossítios, locais de interesse geológico,
inventariados e caracterizados de uma dada área, região ou país, onde ocorrem um ou mais
elementos da geodiversidade com singular valor do ponto de vista científico, pedagógico,
cultural, turístico, ecológico ou outro.
Pereira (2006) por sua vez, argumenta que o patrimônio geológico deve ser valorizado
e conservado pelo seu conteúdo, sendo eles testemunhos da história da Terra e com
significativo valor. O patrimônio geológico é, pois “constituído pelos locais e objetos
geológicos que, pelo seu conteúdo devem ser valorizados e preservados, sendo documentos
que testemunham a história da Terra” (PEREIRA, 2006, p. 34).
48
4
Entre as diversas instituições que apoiam a SIGEP estão a Academia Brasileira de Ciências – ABC, a
Associação Brasileira para Estudos do Quaternário – ABEQUA, o Departamento Nacional de Produção Mineral
– DNPM, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade –
ICMBio, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional – IPHAN, o Serviço Geológico do Brasil –
CPRM, Petróleo Brasileiro SA – Petrobras, a Sociedade Brasileira de Espeleologia – SBE, a Sociedade
Brasileira de Geologia – SBG, a Sociedade Brasileira de Paleontologia – SBP e a União da Geomorfologia
Brasileira – UGB (RUCHKYS, 2007).
50
com valor científico e (ii) sítios com outros valores, ambos in situ ou ex situ. A ideia de
patrimônio geológico ficou atrelada apenas aos sítios com relevância científica, já que esse se
configura como o valor menos subjetivo no processo de avaliação, devendo assim ser
utilizado prioritariamente para a seleção de lugares representativos da história evolutiva da
Terra.
Os geossítios, designados como “sítio de geodiversidade” são aqueles localizados no
campo, denominado in situ, enquanto os localizados fora do campo passaram a ser designados
como “elementos do patrimônio geológico”, ex situ (encontrados em museus, exposições,
centros interpretativos, etc) (BRILHA, 2016) (Figura 02).
apresente valor singular do ponto de vista científico, pedagógico, cultural, turístico, ou outro”
(BRILHA, 2005, p. 52).
Essa expressão refere-se assim a uma parcela específica da geodiversidade,
materializada nos geossítios (afloramentos com características especiais), que merece
proteção para as gerações futuras.
Diante dos conceitos de patrimônio geológico discutidas na pesquisa a seguir é
apresentado um quadro com sua evolução ao longo do tempo, em cenário internacional e
nacional (Quadro 04).
Quadro 04 - Síntese dos conceitos de patrimônio geológico discutidas na pesquisa
ANO AUTORES CONCEITOS
É constituído por georrecursos culturais, que são recursos não-
renováveis de índole cultural, que contribuem para o reconhecimento e
MUNÕZ citado por interpretação dos processos geológicos que modelaram o Planeta Terra
1988 MANTESSO-NETO e que podem ser caracterizados de acordo com seu valor (científico,
(2009) didático), pela sua utilidade (científica, pedagógica, museológica,
turística) e pela sua relevância (local, regional, nacional e
internacional).
VALCARCE, É um conjunto de recursos naturais não-renováveis, de valor científico,
1996 CORTÉS citado por cultural ou educativo, que permitem conhecer, estudar e interpretar a
MANTESSO-NETO evolução da história geológica da Terra e os processos que a
modelaram.
O patrimônio geológico refere-se aos recursos naturais não renováveis
de valor científico, cultural, educativo, assim como de interesse
2001 RIVAS, RIVERA, paisagístico e recreativo, que engloba formações rochosas, estruturas,
GUADALUPE acumulações sedimentares, ocorrências minerais e outras, que torna
possível o reconhecimento, estudo e interpretação da história evolutiva
do planeta, assim como os processos que a tem modelado.
O patrimônio geológico [...] inclui todas as formações rochosas,
NIETO citado por estruturas e pacotes sedimentares, formas de relevo e paisagens,
2002 PEREIRA, RIOS E jazimentos minerais e/ou fossilíferos e coleções de objetos geológicos,
GARCIA que apresentem algum valor científico, cultural ou recreativo.
Configura-se como geossítios, locais de interesse geológico,
inventariados e caracterizados de uma dada área, região ou país, onde
2005 BRILHA ocorrem um ou mais elementos da geodiversidade com singular valor
do ponto de vista científico, pedagógico, cultural, turístico, ecológico
ou outro.
O patrimônio geológico deve ser valorizado e conservado pelo seu
conteúdo, sendo eles testemunhos da história da Terra e com
2006 PEREIRA significativo valor. O patrimônio geológico é, pois constituído pelos
locais e objetos geológicos que, pelo seu conteúdo devem ser
valorizados e preservados, sendo documentos que testemunham a
história da Terra.
2008 CARCAVILLA et Conjunto de elementos geológicos que se destacam por seu valor
al., científico, cultural ou educativo.
NASCIMENTO, O patrimônio geológico representa os conjuntos de geossítios, dotados
2008 RUCHKYS, de valores superlativos, de acordo com lugares cujas ocorrências
MANTESSO-NETO geológicas possuem inegável valor científico, pedagógico, cultural ou
turístico.
O patrimônio geológico refere-se a um bem natural, que possui valor
(Continua)
52
Cendrero (1996) em sua proposta metodológica propõe três categorias de critérios que
devem ser consideradas ao avaliar quantitativamente o patrimônio geológico:
A) critérios de valor intrínseco, tais como diversidade de elementos de interesse, grau
de conhecimento científico, entre outros;
B) critérios relacionados com a potencialidade do uso, por exemplo, possibilidade de
realizar atividades científicas, didáticas, turísticas e recreativas, entre outros;
C) critérios relacionados com a necessidade de proteção, como: acessibilidade;
número de habitantes, etc.
53
Para cada um desses critérios é proposta uma classificação numérica, cujos valores
variam entre 1 e 5, o autor, no entanto, não especifica em sua metodologia a maneira para se
chegar ao valor final. Em 2000 Cendrero propôs a adaptação do método de Rivas et al.,
(1997), específico para a avaliação de locais de interesse geomorfológico no âmbito de
Estudos de Impacto Ambiental (EIA).
O método de Brilha (2005) mostra-se uma ferramenta eficaz para a difícil tarefa de
tentar atribuir valor a elementos da natureza com características tão distintas entre si.
Apresenta uma proposta de quantificação do patrimônio geológico, com o objetivo de
estabelecer uma seriação de um número grande de geossítios e permitir o estabelecimento de
prioridades nas ações de geoconservação a serem efetuadas em escala local a nacional, Brilha
desenvolve essa metodologia a partir do método de Cendroro Uceda (2000).
A referida metodologia respeita e considera critérios objetivos onde são estabelecidos
22 (vinte e dois) parâmetros divididos entre três critérios: (A) o valor intríseco, (B) o uso
potencial e (C) a necessidade de proteção de cada geossítio.
Este método objetiva a seriação dos geossítios, estabelecendo as prioridades de
proteção para cada um deles. Assim, os geossítios que apresentarem o maior valor de
relevância (Q) apresentam maior urgência em serem submetidos às estratégias de
geoconservação (BRILHA, 2005).
O avaliador seleciona, em cada parâmetro, qual alternativa é a mais próxima da
realidade do geossítio a ser quantificado e, com isso, vai atribuindo valores aos parâmetros
dos critérios A, B e C. Cada critério tem os valores finais obtidos através da soma destes
valores.
Ao final da distribuição de valores, verificam-se alguns itens isoladamente, em
combinações de condições. Se estas condições não forem satisfeitas, o geossítio é considerado
de importância regional ou local e o cálculo de seu valor final é uma média aritmética dos
valores finais dos critérios A, B e C, a partir da seguinte formula:
Q= (A+B+C)
Onde:
Q= quantificação final da relevância do geossítio:
A= média simples ou ponderada para o valor intrínseco
B= média simples ou ponderada para o uso potencial
C= média simples ou ponderada para a necessidade de proteção
54
Fase 5 - Deverá ocorrer o deslocamento ao local para que seja verificado in loco os
dados obtidos anteriormente, colhidos novos dados, bem como, se necessário, preenchimento
das fichas de inventário e caracterização de cada lugar estudado.
Fase 6 - Envolve estudos de gabinete para a análise dos dados colhidos, das fichas e
avaliação dos locais, utilizando a metodologia proposta.
Fase 7 - Procede-se a divulgação em massa dos resultados, com o intuito de conservar
e proteger o patrimônio geológico de Moçambique.
A avaliação dos indicadores citados anteriormente se dá por meio de uma escala com
valores crescentes de 1 a 5, sendo que cada critério apresenta de 3 a 5 parâmetros. Após
quantificar os parâmetros são aplicadas fórmulas para quantificar cada indicador:
A = (A1 + A2 + A3 + A4 + A5 + A6 + A7 + A8 + A9)/45);
U = (U1 + U2 + U3 + U4 + U5 + U6 + U7 + U8)/40);
V = (V1 + V2 + V3 + V4 + V5 + V6 + V7)/35);
Onde:
A - significa o valor do atributo natural;
U - significa o valor da utilidade;
V - significa o valor da vulnerabilidade;
Os números representam cada um dos critérios presentes em cada indicador. Por fim é
aplicada a fórmula que define o valor final (G):
G = (A + U + V)/3
Onde:
Segundo Cumbe (2007), pela aplicação das três primeiras fórmulas apresentadas, os
valores de A, U e V estão normalizados, variando entre 0,20 e 1,00. Ainda para o referido
autor, na quantificação final da relevância do geossítio (G), atribui-se idêntica ponderação aos
três indicadores por meio de uma média aritmética. No entanto, apenas o valor final de (G)
não descreve as características do geossítio, bem como não permite, a escolha entre aqueles
que apresentam igual valor final de (G).
56
García-Cortés e Urquí (2009) propõem uma metodologia que faz parte do Inventário
Espanhol de Interesse Geológico (IELIG) que estava previsto na lei espanhola 42/2007 do
Patrimônio Natural e da Biodiversidade. A mesma prevê que a quantificação dos locais será
realizada pelo grupo de especialistas participantes do processo de seleção dos geossítios.
Esta proposta tem como objetivo obter conjuntos distinguíveis de Lugares de Interesse
Geológico (LIGs) para cada categoria de uso (científico (I. C.), didático (I. D.) e
turístico/recreativo (I. T.), bem como para cada domínio geológico do país, ou cada disciplina
geológica.
Nesta metodologia são considerados 18 parâmetros agrupados em quatro classes de
valor. Para cada parâmetro, são atribuídos valores que variam entre 0 e 4. Estes valores são
57
multiplicados pelo peso, que é atribuído a cada um dos parâmetros, e que varia de acordo com
o tipo de uso a ser considerado (IC, ID e IT).
O valor final de cada geossítio é obtido através da soma dos pontos, multiplicados
pelos respectivos pesos. Uma vez obtida a pontuação final, faz-se a seleção dos melhores
geossítios para cada tipo de uso. Para tal, foi estabelecido que os lugares que obtiverem
valores com mais de 200 pontos são de interesse alto, os que apresentarem valores entre 101 e
200 são de interesse médio e os geossítios cuja soma de pontos alcançar um valor inferior a
101 são considerados de interesse baixo, sendo descartados do inventário.
Após a seleção dos locais para cada tipo de interesse (I. C; I. D. e I. T.), faz-se a
análise da Valoração da Vulnerabilidade (V), para a qual são considerados mais 10
parâmetros e também são atribuídos pesos distintos para cada parâmetro. Com os valores dos
interesses estabelecidos, examina-se a vulnerabilidade do LIG, que também receberão
alternativas com valores de 0 a 4 cada uma (GARCÍA-CORTÉS; URQUÍ, 2009).
Alguns parâmetros são similares a alguns da primeira fase, mas os autores justificam
esta peculiaridade pelo fato de que influem em sentido contrario e exemplificam: quanto
maior a fragilidade, menor o potencial de uso recreativo ou turístico, porem maior
vulnerabilidade e, portanto, maior prioridade de proteção.
García-Cortés e Urquí (2009) também ponderam que os parâmetros utilizados para
mensurar a vulnerabilidade de um geossítio podem mudar com o tempo e, portanto, é
recomendado que estes cálculos sejam refeitos periodicamente.
Já para a definição da Prioridade de Proteção (PP) de cada geossítio, soma-se o valor
de V aos valores obtidos para cada tipo de interesse, obtendo-se assim a ordenação dos
lugares de interesse científico, didático e turístico em função do valor da sua prioridade de
proteção, em suas diferentes vertentes, conforme apresentado nas fórmulas abaixo:
PPc= Ic+V
PPd= Id+V
PPt= It+V
PP= [(Ic+ Id+It)/3]+V
Onde:
Ic= Interesse Científico
Id= Interesse Didático
It= Interesse Turístico/ Recreativo
PPc= Prioridade de Proteção Científica
58
de quantificação anteriores. Pereira (2010) chamou o valor final dos geossítios de “Ranking
de Relevância (R)”, cujo resultado é obtido a partir da seguinte equação:
R= {2*[(VUC/20)*100] + [(VUT/20)*100]}
Onde:
VUC - (Valor de Uso Científico) é determinado a partir de:
VUC= (2*Vi + 3*Vci)/5
VUT - (Valor de Uso Turístico)
VUT= (3*Vtur + 2*Vug)/5
VC - (Valor de Conservação) corresponde ao resultado de:
VC= (3*Vi + Vci + Vug)/5.
A partir do resultado obtido é possível realizar uma seriação dos geossítios, assim
como classificar os diferentes graus de relevância dos mesmos. Para tanto são seguidos alguns
critérios.
Diferente das propostas anteriores acredita-se que o ponto mais importante do método
Brilha (2015) seja a maior facilidade de interpretação dos resultados, contribuindo para que as
informações sejam analisadas em conjunto e individualmente.
Acredita-se que o ponto mais importante da contribuição do método Brilha (2015) seja
a maior facilidade de interpretação, contribuindo para que as informações sejam analisadas
em conjunto e individualmente.
Enquanto que os métodos, até então, costumavam submeter geossítios com
especificidades diferentes ao mesmo conjunto de critérios, o método de Brilha (2015)
apresenta uma proposta mais dinâmica, atribuindo uma análise mais detalhada e personalizada
para cada tipo de especificidade das áreas de interesse geológico estudadas, evitando-se
generalizações e perda de informações relevantes através da definição de médias finais.
Um dos pontos interessantes nessa nova proposta é uma maior homogeneidade entre
as etapas de inventário e quantificação. Antes de iniciar a atribuição de valores, o pesquisador
deve ter consciência da relevância cientifica daquela área. Esta identificação, ainda na fase do
inventário, determinará as diretrizes para a quantificação das áreas selecionadas.
O método Brilha (2016) possui, ao todo, 37 (trinta e sete) critérios que se dividem em
quatro categorias de análise: Valor Científico (VC), Potencial de Uso Educacional (PEU),
Potencial de Uso Turístico (PTU) e Risco de Degradação (RD).
60
Neste novo método, não há presença de médias gerais: a análise se dá através do valor
absoluto final de cada categoria e os dados são cruzados de forma mais independente.
Vale ressaltar que o fator “Risco de Degradação” (RD), comum a geossítios e sítios de
geodiversidade, pode ser o critério primordial no momento em decidir quais os pontos que são
considerados mais urgentes de intervenções públicas/privadas.
Dentre as quatro categorias de análise neste novo método, esta é a única que apresenta
uma classificação através de grupos de valores, que pode enquadrar os locais analisados com
riscos de degradação Alto (301-400), Moderado (201-300) e Baixo (<200).
Fonte: http://www.cprm.gov.br/geossit/.
O peso dos parâmetros varia entre 20% e 5%. Por fim, é definida a prioridade de
proteção a partir da soma do Valor Científico, de Uso Educativo ou Turístico ao valor obtido
no Risco de Degradação. O resultado da soma define a prioridade de acordo com os seguintes
critérios: quando 0<=Soma<=300, a longo prazo; quando 300<Soma<=550, a médio prazo;
quando 550<Soma<=750, a curto prazo e quando 750<Soma<=800, urgente.
Podendo ser diariamente atualizado para alimentar o banco de dados gerado pelos
sítios geológicos cadastrados no programa geoparques, com critérios de: Valor Científico,
Risco de Degradação; Potencial de Uso, Educativo e Turístico e Prioridade de Proteção, esse
modelo, plataforma de quantificação reúne uma série de critérios para a caracterização de
geossítios, que foram divididos em diferentes categorias.
Desta forma, o Serviço Geológico do Brasil por meio do aplicativo Geossit possibilita
o cadastro e posterior divulgação de excepcionais áreas da geodiversidade por diferentes
profissionais: oceanógrafos, geógrafos, geólogos, entre outros, em diferentes regiões do país,
o que permite um maior conhecimento e difusão do geopatrimônio brasileiro, elementos estes
essenciais à geoconservação.
O quadro 05 a seguir apresenta uma síntese das principais metodologias voltadas para
o patrimônio geológico discutidas em cenário nacional e internacional.
Quadro 05 - Síntese das metodologias apresentadas de avaliação do patrimônio geológico
VALORES/CRITÉRIOS/ RECORTE
AUTORES OBJETIVO CATEGORIAS DE ESPACIAL ESCALA
ANÁLISE
Realizar um
inventário do - Valor intrínseco
Pereira patrimônio geológico - Valor científico Bahia Local
(2010) da - Valor turístico (Brasil)
Chapada Diamantina - Valor de uso/gestão
(Bahia)
Quantificar
“geossítios” (com - Valor Científico
Brilha valor científico) e - Risco de Degradação __________ Global
(2015) sítios de - Potencial Uso
geodiversidade (que Educacional
possuem outros - Potencial de Uso Turístico
valores)
Inventariar, - Valor Científico
CPRM qualificar e avaliar - Risco de Degradação
(2016) quantitativa o - Potencial Uso Brasil Nacional
geopatrimônio Educacional
brasileiro. - Potencial de Uso Turístico
Fonte: Elaboração Própria (2019).
abiótica do patrimônio natural, que serve de suporte à vida animal e vegetal, isto é, à
componente biótica do patrimônio natural.
Pinto (2014) afirma que o patrimônio geomorfológico é um recurso natural endógeno
de grande valor socioeconômico e cultural, que assume grande relevância no processo de
desenvolvimento sustentável.
Vieira e Cunha (2004) afirmam que fazem parte do patrimônio geomorfológico todas
as formas de relevo atuais, enquanto elementos individuais, bem como as paisagens atuais que
aquelas formas dão lugar, os depósitos correlativos da evolução passada e presente do relevo
atualmente existente na superfície terrestre.
Sendo assim, o patrimônio geomorfológico integrante do patrimônio geológico ou
geopatrimônio, assim como demais tipos patrimoniais é formado pelo conjunto de elementos
geomorfológicos, em variadas escalas, possuidores de um ou mais tipos de valores,
identificados através de sua avaliação científica, devendo ser submetidos a processos de
proteção e valorização (PEREIRA, 2006; RODRIGUES; FONSECA, 2008).
Reflete a relação existente entre geoformas e paisagem, reforçando, de igual modo, a
sua importância para a compreensão da geodinâmica e dos processos morfogenéticos. Dessa
forma, compreende o patrimônio geomorfológico, o conjunto de locais de interesse
geomorfológico que adquiriram valor derivado da percepção humana (PANIZZA,
PIACENTE, 1993; PANIZZA, 2001; PEREIRA, 2006).
Vale ressaltar ainda que o termo geoforma, muito citado nos estudos acerca do
patrimônio geomorfológico, é definido por Mamede (2000) como as formas da superfície da
Terra, concebidas como setores ou entidades do espaço, as quais possuem geometricidade
própria. Este conceito também é flexível e varia de acordo com o nível de percepção e a
escala de análise e mapeamento, não representando apenas uma forma geométrica em si, mas
também os processos dentro de uma determinada área delimitada (LOPES, 2017, p. 52).
Borba e Meneses (2017) dizem que as formas percebidas nos elementos da
geodiversidade e que por processos de associação, remetem o imaginário à imagens
conhecidas como formas animais/humanas ou a pseudo vestígios (marcas de pegadas)
também são geoformas.
Pereira (2006) enfatiza que outros termos podem ser usados para designar local de
interesse geomorfológico, tais como sítio geomorfológico, geossítio de caráter
geomorfológico ou mesmo geomorfossítio, do termo inglês geomorphosites que, além de
belos, são locais para o entendimento de parte da origem e evolução da Terra.
66
BENTO et al.,
(2017)
São recursos naturais de elevado valor patrimonial, visto que, as escalas
diversas, desempenham um papel fundamental na estrutura da paisagem,
através da particularidade e notabilidade que lhe conferem. É entendido
2014 PINTO como um recurso natural endógeno de grande valor socioeconômico e
cultural, que assume grande relevância no processo de desenvolvimento
sustentável.
Conjunto de elementos, constituído pelas formas de relevo e processos de
gênese e evolução da paisagem geomorfológica, aos quais são atribuídos
2017 LOPES valores (científico, turístico, estético, didático, dentre outros), e que,
quando apresentam características excepcionais devem ser alvo de
estratégias de geoconservação.
Fonte: Elaboração Própria (2019).
conservação (Critério C) e o seu uso potencial (Critério P). O valor de cada indicador varia de
0 a 4, sendo estes indicadores adaptados aos locais de interesse geomorfológico.
Para isto, foi desenvolvida uma série de índices numéricos, no intuito de tornar o
processo de avaliação de impactos ambientais sobre geomorfossítios mais objetivo e
quantitativo. O valor final para o geomorfossítio é obtido através da fórmula:
V = C (2Q + P) / 48
Onde:
V = Valor do local de interesse geomorfológico
(varia entre 0 e 1, arredondado às centésimas);
C = Estado de conservação do local de interesse geomorfológico
(varia entre 0 e 4);
Q = Qualidade intrínseca do local de interesse geomorfológico
(varia entre 0 e 4);
P = Uso potencial do local de interesse geomorfológico
(varia entre 0 e 4);
48 = referência de regularização; valor máximo possível de C (2Q + P).
O conjunto de parâmetros sugeridos, feitas as devidas considerações, apresentam uma
aplicabilidade para diversos contextos. Contudo, foi concebida para um cenário específico de
avaliações de impacto ambiental, o que confere um caráter específico de utilização à esta
metodologia.
Inicialmente foi apresentada por Panizza, Marchetti e Patrono (1995), foi utilizada
posteriormente em outros trabalhos de Panizza (1999) e Panizza (2001). Pode ser considerada
uma metodologia simples de avaliação do valor científico dos locais de interesse
geomorfológico.
Na metodologia de Panizza (1999), os atributos de um geomorfossítio são avaliados de
acordo com os critérios: i) cênico; ii) socio-econômico; iii) cultural e v) científico. Trata-se de
uma avaliação quantitativa, em que apenas a qualidade científica da geoforma (Q) é
considerada, por meio da análise do seu valor científico intrínseco (V) e do seu grau de
preservação (C), através da fórmula: Q = V x C.
A ponderação que se atribui a cada um destes critérios está sujeita à relevância do
local de interesse geomorfológico, a saber: sem interesse (0); com interesse local (0,25);
regional (0,5); supra-regional (0,75) e mundial (1), considerando a raridade da geoforma. Para
obter o valor científico intrínseco (V) é utilizada a fórmula:
V = Lm x M + Le x E + Lp x P + Ls x S
Onde:
M - significa bom exemplo de evolução geomorfológica;
E - valor educativo;
P - exemplo paleogeomorfológico;
S - suporte ecológico.
Lm, Le, Lp e Ls - constituem a ponderação, em função do nível de interesse,
conforme citado anteriormente.
Para o Grau de Conservação (C), considera-se o geomorfossítio bem preservado
quando (C) for igual a 1; moderadamente preservado quando (C) for igual a 0.50 e mal
preservado quando (C) for igual a 0.25.
71
sugerem uma maneira básica, de modo que o valor final da quantificação para esta
metodologia pode ser obtido da seguinte maneira:
VSGI= (Qi+Ui+Pi)/3
Onde:
VSGI= Valor do geossítio,
Qi= Qualidade intrínseca do geossítio,
Ui= Uso potencial do geossítio,
Pi= Ameaças potenciais e necessidade de proteção.
foram o Valor Cênico, Valor Científico, Valor Cultural, Valor Econômico, Grau de Uso da
Área e Modalidade de Uso.
A avaliação é feita em duas etapas: a primeira pelo cálculo do valor turístico: Para a
avaliação do valor turístico são considerados os seguintes indicadores: valor cênico ou
estético (Vsce); científico (Vsci); cultural (Vcult) e econômico (Veco). Para a obtenção do
valor turístico é considerada a média dos quatro tipos de indicadores supramencionados.
Tais indicadores são acompanhados de critérios, os quais são definidos para ajudar na
avaliação, e de parâmetros os quais recebem pontuação que varia de 0 a 1.
Vtour= (Vcen+Vcient+Vcult+Veco)/4
Onde:
Vcen= Valor Cênico
Vcient= Valor Científico
Vcult= Valor Cultural
Veco= Valor Econômico
Já a segunda é feita pelo cálculo do valor de exploração. A avaliação do valor de
exploração dos geomorfossítios inclui dois componentes, para os quais foram estabelecidos
um conjunto de parâmetros e atribuídos valores para cada um deles.
Neste sentido, este valor é compreendido em termos do grau de exploração
(coordenada x), que considera o uso espacial e temporal do local, e a modalidade de
exploração (coordenada y), que considera os quatro tipos de valor utilizados na fórmula
acima. A relação entre estes dois componentes vai definir os três níveis de exploração, em
termos da intensidade de uso (baixo, intermediário e alto).
O valor de exploração (Vexpl) é quantificado com base em apenas dois indicadores,
também acompanhados de critérios e pontuações entre 0 e 1. O primeiro indicador é o grau de
exploração (Vdeg), que se refere a área utilizada, número de infra-estruturas, número de dias
de ocupação durante o ano e a quantidade de horas de ocupação por dia. O segundo critério é
a modalidade de exploração (Vmod), que leva em consideração os usos dos valores estético,
científico, cultural e econômico, os quais formam o valor turístico. As fórmulas para obtenção
das coordenadas x e y são apresentadas a seguir:
Onde:
Vgrau de uso= (Área utilizada + Número de infraestruturas + Ocupação sazonal +
Ocupação diária)/4
74
Vmodalidade de uso= (Uso do valor cênico + Uso do valor científico + Uso do valor
cultural + Uso do valor econômico)/4
Mostra-se bastante fiel aos seus objetivos, uma vez que foi elaborada para ser aplicada
em escala local, servindo como uma ferramenta de apoio à gestão de áreas naturais
protegidas.
Consistindo em uma revisão da proposta de Rivas et al., (1997), para ser aplicada em
cenários de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), segundo Coratza e Giusti (2005),
quando aplicada em área planas, com elevado grau de antropização, a proposta pode
apresentar uma margem maior de sucesso.
Sendo assim, tem uma aplicação bastante específica e não é adequada para avaliações
regionais, mesmo porque foram concebidas para situações de impactos iminentes sobre o
patrimônio geomorfológico. A utilização de pesos confere um certo grau de subjetividade aos
resultados obtidos.
Coratza e Giusti (2005) apresentam uma proposta de avaliação quantitativa da
qualidade científica de geomorfossítios, desenvolvendo uma metodologia para a avaliação de
critérios científicos, com aplicação em relatórios de impacto ambiental, ordenamento do
território e conservação do patrimônio natural utilizando técnicas de geoprocessamento.
A Qualidade Científica (Q) do geomorfossítio leva em consideração os parâmetros:
grau de conhecimento científico (CE), que se relaciona com o valor do geomorfossítio para a
investigação científica (S) e com o valor educacional (D), área (A), raridade (R), grau de
conservação (C), exposição (E), e valor adicional (Z).
Parâmetros pontuados de 0 a 1, sendo que apenas um deve ser escolhido conforme as
características do geomorfossítio. Para tanto são considerados uma série de critérios. Para
orientar a atribuição desses valores foram estabelecidas premissas qualitativas.
Na metodologia cada parâmetro (S, D, A, R, C, E, Z) é pontuado de 0 a 1 (0, 0,25, 05,
0,75 ou 1), sendo que apenas um deve ser escolhido levando em consideração as
características do geomorfossítio. Para tanto são considerados uma série de critérios como,
por exemplo, o parâmetro grau de conservação (C) possui as seguintes pontuações: mau
estado de conservação (C = 0.25); estado de conservação razoável (C = 0.50); bom estado de
conservação (C = 0.75); excelente estado de conservação (C = 1.00).
Ainda se leva em consideração os seguintes critérios: grau de degradação natural que
afeta o geomorfossítio; existência de elementos antropogenéticos que alteraram ou destruíram
parcialmente o geomorfossítio; presença de atos de vandalismo e presença de estruturas que
protegem o geomorfossítio dos agentes naturais assim como antropogenéticos.
76
Qn= sS+dD+aA+rR+cC+eE+zZ
Q= Qn/Qmax
Onde:
Q= Valor da qualidade científica do geomorfossítio
Qn= Valor da qualidade científica de um determinado geomorfossítio
Qmax= Valor máximo obtido para a qualidade científica, dentre o conjunto analisado
S, D, A, R, C, E, Z= parâmetros utilizados para a quantificação dos geomorfossítios s,
d, a, r, c, e, z= pesos a serem atribuídos para cada parâmetro, baseado nas premissas
estabelecidas (valores entre 0 e 1)
Este método teve como objetivo apoiar a gestão de geoparques através da realização
de uma avaliação holística dos geomorfossítios situados em áreas protegidas da Grécia, tendo
sido testada em diferentes escalas de avaliação.
A metodologia proposta por Zouros (2007) foi aplicada em uma escala de paisagem
em nível nacional, em oito geomorfossítios situados em Parques e Monumentos Nacionais da
Grécia, e também aplicada em escala de geoformas, para 15 geomorfossítios situados no
Geoparque da Floresta Petrificada da Ilha de Lesvos. Em todos estes casos, o autor considerou
os resultados satisfatórios.
A proposta deste autor baseou-se em seis categorias de valores, que subdividem-se em
13 parâmetros. De acordo com esta metodologia, a nota final do geomorfossítio é obtida pela
soma dos valores atribuídos para cada um dos parâmetros, gerando uma nota que pode variar
de 0 a 100.
A metodologia em questão apresenta assim critérios práticos e objetivos, fáceis de
serem aplicados. No entanto, a valoração destes critérios, que em alguns casos pode variar de
0 a 10, acaba por permitir um elevado grau de subjetividade à metodologia.
Oliveira (2015), baseando-se em estudos de variados autores tais como Brilha (2005),
Coratza e Giusti (2005), Serrano e González Trueba (2005), Cumbe (2007), Lima (2008),
Pereira (2010), entre outros, elaborou uma metodologia a qual foi aplicada na avaliação do
patrimônio geomorfológico dos municípios de Coromandel e Vazante, localizados no estado
de Minas Gerais – MG, através das seguintes etapas:
1 - Identificação dos potenciais geomorfossítios, através da avaliação da área de
estudo, por meio da interpretação visual de imagens de satélite, bem como pesquisa sobre a
geologia e geomorfologia da área de estudo.
79
(Continua)
80
- Valor turístico
(acessibilidade, aspecto
estético, estado de
Avaliar o patrimônio conservação, condição de
Oliveira geomorfológico dos observação e associação Coromandel e
(2015) municípios de Coromandel com elementos culturais) Vazante – MG Local
e Vazante - MG - Valor didático (Brasil)
(Potencial didático,
diversidade e variedade da
geodiversidade)
Fonte: Elaboração Própria (2019).
Devido o termo ser recente ainda não há consenso entre os especialistas quanto a sua
definição (BRILHA, 2005). “As diversas definições da literatura especializada sobre
geoconservação não são antagônicas, e muitas se completam” (MANSUR, 2018, p. 31).
Um dos primeiros autores a propor uma definição formal pra o termo
“Geoconservação” foi Chris Sharples. O referido autor define geoconservação como forma de
preservar a geodiversidade relacionada aos importantes processos e feições geológicas,
geomorfológicas e de solos, garantindo a manutenção da história de sua evolução em termos
de velocidade e magnitude (SHARPLES, 2002).
Segundo o mesmo, a geoconservação tem como objetivo a preservação da diversidade
natural (ou geodiversidade) de significativos aspectos e processos geológicos (substrato),
geomorfológicos (formas de passagem) e de solo, mantendo a evolução natural (velocidade e
intensidade) desses aspectos e processos.
Para Stürm (1996), citado por Lima (2008 p. 05), a geoconservação deve “[...]
promover, suportar e coordenar esforços em prol do uso sustentável da geodiversidade, além
de salvaguardar o patrimônio geológico”. Já de acordo com o conceito apresentado por
Nascimento, Ruchkys e Mantesso-Neto, (2008, p. 21) “[...] a geoconservação refere-se à
conservação do patrimônio geológico e, consequentemente da Geodiversidade”.
Carcavilla Urquí, López-Martínez e Durán (2007) a definiram como um conjunto de
técnicas e medidas destinadas a assegurar sua conservação com base na análise de seus
valores intrísecos, vulnerabilidade, e risco de degradação. Já Ruchkys (2007) afirma que a
geoconservação da natureza representa uma responsabilidade internacional, uma vez que as
áreas de interesse geológico e seus atributos não "respeitam" os limites impostos pelas
fronteiras político-administrativas e, muitas vezes, as ultrapassam.
Segundo Cumbe (2007, p. 43 citado por MEIRA, SANTOS, 2016, p. 04) a
geoconservação consiste assim, em “atividades que têm com finalidade a conservação e
gestão do património geológico e dos processos naturais a ele associados”. “Compreende as
intenções e atividades desenvolvidas para conservar e proteger feições e processos geológicos
para benefício das futuras gerações” (WORTON, 2008, citado por MANSUR, 2018, p.32).
Peixoto (2008) citado por Meira e Morais (2016, p. 135) traz uma definição detalhada
de geoconservação, porém, com a mesma lógica da apresentada anteriormente quando expõe
que essa compreende “a preservação da diversidade natural (ou geodiversidade) de
significativos aspectos e processos geológicos (substrato), geomorfológicos (geoformas e
paisagem) e de solo”.
84
Brilha e Carvalho (2010) a entendem como o conjunto das iniciativas que vão desde a
inventariação e caracterização do património geológico, passando pela sua conservação e
gestão, de modo a assegurar um uso adequado dos geossítios, quer ele seja de índole
científica, educativa, turística ou outra.
Já Pereira (2010) considera que a geoconservação possui como base a conservação dos
elementos naturais, a promoção da identidade do território e o uso racional dos elementos que
compõem a geodiversidade por meio do geoturismo, com vistas a perpetuar esses elementos e
fazer com que moradores e visitantes se sintam sensibilizados quanto a seu valor científico e
educativo.
Dessa forma, pode ser definida conforme Lorenci (2013, p. 67) como
um valor, que pode ser econômico, cultural, estético, sentimental, etc. Porém há carência de
ações efetivas de conservação e proteção, a difusão das variadas práticas geoconservacionistas
é uma necessidade sócio cultural premente. Não é possível proteger toda geodiversidade, nem
mesmo todo patrimônio geológico, por exemplo.
Sharples (2002) destaca que, apesar de muito arraigada na sociedade, a ideia
equivocada de que os elementos da geodiversidade são demasiadamente robustos, também
contribui para que a conservação dos elementos abióticos da natureza seja muitas vezes
negligenciada. As ações humanas, infelizmente, diversas vezes aceleram os processos naturais
e, por isso, tem destruído muito do que é raro e importante no ambiente.
O referido autor ainda discute sobre a sensibilidade dos elementos da geodiversidade,
demonstrando que muitos destes elementos são bastante susceptíveis às perturbações e que,
em alguns casos, a sua destruição consiste em uma perda irreparável, já que pode ser
definitiva (SHARPLES, 2002).
Considerando que as alterações realizadas pela ação humana são inevitáveis, torna-se
necessário estimular a conscientização a respeito dos recursos naturais e a partir disso tentar
mitigar os impactos e as perdas. A gestão sustentável e consciente do meio físico está
diretamente ligada a uma forma de conservar (BRILHA, 2005).
Conservar implica assim, sempre em investir - às vezes, investir bastante. Portanto, há
que avaliar, selecionar, priorizar e dosar as iniciativas de geoconservação. Esse processo terá
sempre uma componente subjetiva, mas existem ferramentas que permitem diminuir o grau de
subjetividade da decisão (MANTESSO-NETO, 2009).
O fato de se atribuir ao patrimônio geológico e geomorfológico um conjunto alargado
de valores e, simultaneamente, de ameaças, justifica a necessidade de implementação de
medidas que salvaguardem a sua conservação, constituindo um importante legado para as
gerações vindouras, o que vem, uma vez mais, ao encontro dos princípios que os norteiam
(GRAY, 2004; TELES; ALVES, 2014).
A geoconservação somente se concretiza após um longo e detalhado processo de
reconhecimento e definição do que deve ser denominado patrimônio geológico, contendo sua
caracterização, relevância, vulnerabilidade, quantificação dos interesses e valores (BRILHA,
2005; OLIVEIRA; SALGADO; LOPES, 2017).
A seguir é apresentado um quadro com os principais conceitos discutidos nesse tópico
(Quadro 08). É possível afirmar com base nos conceitos, objetivos e considerações apontados
sobre o tema, que a geoconservação possui uma ligação direta com o uso sustentável do
território.
87
Uma vez levantados esses materiais bibliográficos, foi elaborada uma lista de forma
seletiva, das principais bibliografias a serem utilizadas, de modo a não tornar dispersiva essa
etapa do trabalho, revisando sempre os pressupostos teóricos e os objetivos propostos para a
materialização da pesquisa.
Tais informações e dados foram de extrema relevância no processo de organização de
tabelas, quadros e mapas, fundamentais na análise e construção textual que caminham para o
resultado da pesquisa.
Trabalhos de Campo
A pesquisa contou ainda com trabalho e coleta de dados em campo. Nesse sentido a
visita à área de estudo foi realizada em três momentos, nos dias 07, 08, 09 e 10 de setembro
de 2019, nos dias 28 e 29 de setembro de 2019 e no dia 27 de outubro de 2019. Para a
checagem de campo foi utilizado um receptor GPS (Global Position System) para coleta de
coordenadas. Além disso, foi feita uma observação direta com registros fotográficos e
preenchimentos de fichas descritivas.
Trabalhos de Gabinete
Inventariação
1 – IDENTIFICAÇÃO
Nome: Município:_________________________
____________________________
2 – AVALIAÇÃO
A – Valores
C - Necessidade de Proteção
3 - ANOTAÇÕES GERAIS
4 - REGISTRO FOTOGRÁFICO
Quantificação
Nome Referência
Onde:
- Abundância/raridade (Ar) – É valorizada a raridade do(s) objeto(s)
geomorfológico(s), bem como a sua dimensão, no contexto da área em análise (pontuação
máxima de 1).
- Integridade (I) – É valorizada a inexistência de deterioração do(s) objeto(s)
geomorfológico(s), seja de origem natural ou antrópica (pontuação máxima de 1).
- Representatividade (R) – É valorizado o contexto geomorfológico, bem como uma
boa facilidade de explicação deste mesmo contexto a leigos em geomorfologia (pontuação
máxima de 1).
- Diversidade (D) – É valorizada a ocorrência de variados elementos geomorfológicos
com interesse científico (pontuação máxima de 1).
- Elementos geológicos (G) – É valorizada a ocorrência de elementos geológicos com
interesse científico (pontuação máxima de 1).
- Conhecimento científico (K) – É valorizada a existência de trabalhos académicos
relevantes, tendo como objeto de estudo o(s) objeto (s) geomorfológico(s) valorizado(s) neste
local (pontuação máxima de 0,5).
- Abundância/raridade a nível nacional (An) – É valorizada a raridade do(s) objeto(s)
geomorfológico(s), bem como a sua dimensão, no contexto nacional (pontuação máxima de
0,5).
Para a estimação do Valor Adicional (VAd), incluem-se os seguintes critérios:
- Valor cultural (Cult) – É valorizada a relação entre o Local de Interesse Geológico
(LIG) e as atividades antrópicas, nomeadamente aspectos culturais físicos ou imateriais
resultantes das condições geomorfológicas, além de geoformas derivadas da ação antrópica
(pontuação máx. de 1,5).
- Valor estético (Estet) – Critério baseado na opinião do avaliador, que deve ter em
conta a singularidade do Local de Interesse Geomorfológico (LIGeom) bem como da sua
97
VUs = Ac + V + Ug + U + P + E
Onde:
- Vus - Valor de uso;
- Ac - Condições de acessibilidade (pontuação máxima 1,50);
- V - Condições de visibilidade (pontuação máxima 1,50);
- Ug - Uso atual do interesse geomorfológico (pontuação máxima 1,60);
- U - Outros interesses, naturais e culturais, e usos atuais (pontuação máxima 1,00);
- P - Proteção oficial e limitações ao uso (pontuação máxima 1,00);
- E - Equipamentos e serviços de apoio ao uso (pontuação máxima 1,00);
E por fim tem-se o indicador Valor de Proteção (VPr), equação: VPr = Ip + Vu. São
incluídos os seguintes critérios, que dizem respeito ao estado de deterioração do local, em
contextos temporais diferentes:
- Integridade (Ip) - valoriza-se a inexistência de deterioração do(s) objeto(s)
geomorfológico(s), seja antrópica ou natural (máximo de 1 ponto, sendo o mesmo critério do
indicador VCi).
- Vulnerabilidade (Vu) - critério de previsão, que valoriza a inexistência de
vulnerabilidade decorrente do uso do local de interesse geomorfológico (máximo de 2
pontos).
A seguir é apresentado um quadro síntese com os critérios de avaliação do patrimônio
geomorfológico segundo Pereira (2006).
Quadro 11 - Critérios para avaliação do patrimônio geomorfológico segundo Pereira (2006)
Abundância/raridade (Ar) Valor cultural (Cult) Condições de acessibilidade (Ac) Integridade (Ip)
Integridade (I) Valor estético (Estet) Condições de visibilidade (V) Vulnerabilidade
Representatividade (R) Valor ecológico (Ecol) Uso atual do interesse geomorfológico (Vu)
Diversidade (D) (Ug)
Elementos geológicos (G) Outros interesses, naturais e culturais, e
(Continua)
98
De modo geral, a seriação é feita através da soma das pontuações atribuídas para cada
parâmetro e os locais são avaliados considerando duas categorias de valores:
(VGm e VGt), apresentados a seguir:
VGm= VCi+VAd
VGt= VUs+VPr
VT= VGm+VGt
Onde:
VGm= Valor Geomorfológico
VCi= Valor Científico
VAd= Valor Adicional
VGt= Valor de Gestão
99
De acordo com Pereira (2006) no caso de haver locais com pontuações iguais no
mesmo indicador, o desempate é feito pela melhor posição obtida no indicador Valor
Científico (VCi).
Na tabela acima, exemplo dado, constata-se que o local B, apesar de ter sido pontuado
com baixo Valor Geomorfológico (VGm), é na verdade o local com Valor Total (VT) mais
elevado, em função da pontuação obtida nos indicadores de gestão. Por outro lado, o local C,
apesar de possuir o Valor Geomorfológico (VGm) mais alto, classifica-se em 4º lugar no
indicador Valor Total (VT), fruto dos baixos valores obtidos nos critérios de uso e
preservação.
Na tabela de seriação ainda é introduzido o ranking final (Rk), que tem como objetivo
minimizar a importância das pontuações absolutas (expressas no indicador Valor Total - VT).
O índice Rk indica o local mais valioso da área e deve ser utilizado para suportar
decisões relativas à seleção de locais de interesse geomorfológico para efeitos de divulgação.
Este é obtido pela soma das posições de cada local em cada indicador, na tabela de seriação.
100
Soma-se a posição obtida no VCi= Valor Científico, mais a posição obtida no VAd=
Valor Adicional, mais a posição obtida no VGt= Valor de Gestão, mais a posição obtida no
VUs= Valor de Uso, mais a posição obtida no VPr= Valor de Proteção mais a posição no VT=
Valor Total. É através dessa soma das posições de cada indicador para cada local
(geomorfossítio) que se dá o ranking final (Rk), indicando o local mais valioso. Vale ressaltar
que quanto menor for essa soma, mais valioso é geomorfossítio.
A mais valia de Rk faz-se notar em casos de locais com elevado valor geomorfológico
e reduzido valor de gestão e vice-versa, mas que na soma final das pontuações obtidas em
todos os critérios tem um Valor Total (VT) elevado, como no exemplo apresentado, do local
B na tabela anterior.
Diante do exposto com o intuito de atingir os objetivos propostos é apresentado um
fluxograma que apresenta uma síntese da proposta metodológica a ser empregada na futura
pesquisa (Figura 05).
Figura 05 - Fluxograma metodológico simplificado a ser empregado na pesquisa
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na base, têm-se a Formação Pimenteiras, que segundo Lima e Brandão (2010, p. 20)
é,
5
Segundo Lima e Brandão (2010, p. 17), “a Província Parnaíba compreende a bacia intracratônica do Parnaíba,
também conhecida como Bacia do Maranhão ou do Meio Norte. Trata-se de uma bacia, sobretudo, paleozóica,
embora depósitos mesozoicos pouco espessos cubram grandes áreas”.
103
Conforme Campelo (2010, p. 74) “seus afloramentos situam-se em uma faixa que se
estende de sul a norte do estado, [...]. Na parte sul, essa faixa é estreita, alargando-se para o
norte a partir de São José do Peixe até Luzilândia”. Pela sua constituição litológica a
Formação Longá quase que exclusivamente de folhelhos, que são rochas que apresentam
baixíssima permeabilidade, tendo uma potencialidade hidrogeológica que varia de regular a
fraca, não apresenta importância hidrogeológica.
Por outro lado, possui grande importância quanto à capacidade de possuir camadas
que confinam os arenitos da parte superior do Aquífero Cabeças, com profundidade que varia
entre 60 a 120 m.
A Formação Poti aflora em seguida nas porções Centro-Oeste e Sudeste da área de
estudo, constituída de arenitos finos a médios, com grãos de quartzo subangulosos, ocorrendo
porções argilosas intercaladas a siltitos cinza de composição micácea, por vezes carbonosos.
Também ocorrem, de forma subordinada, folhelhos pretos, micáceos e carbonosos nas
porções inferiores, e siltitos. Segundo Lima e Brandão (2010, p. 20) essa formação,
De acordo com Campelo (2010) essa formação aflora de norte a sul no estado do
Piauí, sendo depositada em ambiente deltaico e planícies de maré, a partir do início do
Carbonífero.
A Formação Sardinha, por sua vez, datada do Cretáceo Inferior, aflora somente na
porção Sul da área de estudo, representada por manifestações vulcânicas, é caracterizada pela
área de ocorrência de basaltos, incluindo soleiras e diques de diabásio que estão intrudidos nas
formações anteriores. Segundo Campelo (2010, p. 75) essa formação,
ESBOÇO DAS
ASSOCIAÇÕES DE SOLOS
DA ÁREA DE ESTUDO
Organização: A autora, 2019. Base de dados: CPRM (2014); IBGE (2014). LVA* - Latossolo Vermelho-
Amarelo; RQ* - Neossolos Quartzarênicos; FF* - Plintossolos Pétricos; RL* - Neossolos Litólicos; PVA* -
Argissolos Vermelho-Amarelo; LA* - Latossolo Amarelo e SX* - Planossolos Háplicos
Fonte: https://www.climatempo.com.br/climatologia
111
Quanto à hidrografia da área (Figura 13), os principais cursos d’água que drenam os
municípios são os rios Canudos, do Cais, da Onça, Poti, Parafuso e Vertente, além dos riachos
Canto do Agreste, da Marimbá, dos Cocos, Caiçara, Iningá, Foge Homem, da Prata, Sucuruju,
e dos Veados (AGUIAR; GOMES, 2004a; 2004b; 2004c; 2004d).
POPULAÇÃO
Área Densidade
Município Territorial demográfica
(km²) (hab/km²) Residente Total de Total de Urbana Rural
Homens Mulheres
Novo
Santo 445,331 6,77 3.260 1.672 1.588 916 2.344
Antônio
São João
da Serra 962, 258 6,12 6.157 3.012 3.145 3.447 2.710
Sigefredo
Pacheco 1.031,489 9,95 9.619 4.972 4.647 3.176 6.443
Diante dos números populacionais da tabela acima, o destaque vai para o município de
Sigefredo Pacheco. O mesmo apresenta maior densidade demográfica e também o maior
contingente de população rural, fato que deve ser levado em consideração. Já o município de
Novo Santo Antônio, com menor área territorial apresenta-se em segundo lugar quanto à
densidade demográfica, número de habitantes por km², com uma grande população rural. Vale
destacar também o município de São João da Serra que tem população urbana superior à rural.
De acordo com o IBGE (2017), seu PIB per capita em 2015 foi de 6.612,45 R$. Já
sobre a vulnerabilidade social, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA, 2015), o município obteve o índice de 0,503 enquadrando-se na categoria de
vulnerabilidade muito alta, em uma escala que varia de 0 (muito baixa) e 1 (muito alta),
conforme figura 15, adiante.
Figura 15 - Faixa de Índice de Vulnerabilidade Social (IVS)
O município de Novo Santo Antônio, ocupa uma superfície territorial de 445,331 km²,
segundo dados do IBGE (2010). O mesmo apresentou conforme Atlas do Desenvolvimento
Humano no Brasil (2013), 0, 528 de Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM),
estando classificado como baixo (entre 0,500 e 0,599).
Apresentando um PIB per capita de 7.222,72 R$, segundo dados do IPEA (2015) a
vulnerabilidade social do município foi de 0,398 sendo enquadrada na categoria de
vulnerabilidade social média (de 0,300 a 0,399), em uma escala de que varia de 0 (muito
baixa) a 1 (muito alta).
As principais atividades econômicas desenvolvidas no município estão ligadas à
agricultura, prática baseada na produção sazonal, na qual possui papel importante o cultivo de
arroz, feijão, mandioca, milho e cana de açúcar (AGUIAR; GOMES, 2004a; 2004b; 2004c;
2004d; IBGE, 2010). Na pecuária os principais rebanhos são de bovinos, equinos, suínos,
caprinos, ovinos e aves (galináceos).
do Lau (São João da Serra); G9 – Geossítio Afloramento de diabásio da Realeza (São João da
Serra); G10 – Geomorfossítio Cachoeira da Boa Vista (São João da Serra); G11 –
Geomorfossítio Cachoeira do Cachimbo (São João da Serra); G12 – Geomorfossítio Mirante
do Rio Poti (São João da Serra); G13 – Geomorfossítio Cachoeira da Clemência (São João da
Serra); G14 – Geossítio Caos de Blocos de Arenito (São João da Serra); G15 –
Geomorfossítio Complexo Chapadas das Covas (São João da Serra); G16 – Geomorfossítio
Cachoeira da Boa Nova (São João da Serra); G17 – Geomorfossítio Cachoeira da Roça Velha
(Novo Santo Antônio); G18 – Geomorfossítio Cachoeira do Rosário (Novo Santo Antônio);
G19 – Geomorfossítio Lajedo Jardins de Cactos (Juazeiro do Piauí); G20 – Geomorfossítio
Cachoeira do Covão do Jaburu (Juazeiro do Piauí); G21 – Geomorfossítio Complexo Mirante
da Boa Vista (Juazeiro do Piauí); G22 – Geomorfossítio Complexo Mini Cânion do Rio Poti
(Juazeiro do Piauí); G23 – Geomorfossítio Cachoeira do Tingidor (Juazeiro do Piauí); G24 –
Geomorfossítio Cachoeira do Cipó (Juazeiro do Piauí); G25 – Geomorfossítio Mirante
Pedreira de Lajes (Juazeiro do Piauí); G26 – Geomorfossítio Toca do Nego (Juazeiro do
Piauí); G27 – Geomorfossítio Lajedo do Tinguizeiro (Juazeiro do Piauí); G28 –
Geomorfossítio Cachoeira do Deus Dará (São João da Serra); G29 – Geomorfossítio
Cachoeira dos Canudos (Novo Santo Antônio); G30 – Geomorfossítio Cachoeira da Lagoa
Grande (Novo Santo Antônio); G31 – Geomorfossítio Cachoeira das Corujas (Novo Santo
Antônio); G32 – Geomorfossítio Cachoeira da Baixa (Juazeiro do Piauí); G33 –
Geomorfossítio Complexo Formações das Areias (Juazeiro do Piauí); G34 – Geomorfossítio
Mirante Pedra do Arco Pintado (Juazeiro do Piauí); G35 – Geomorfossítio Cachoeira da
Pedra Negra (Sigefredo Pacheco) e G36 – Geomorfossítio Cachoeira da Poço de Pedra
(Sigefredo Pacheco), localizados conforme mapa da figura 16.
117
A B
A) Presença de banhistas no referido local; B) Cachoeira com grande volume de água.
Fonte: Herllys Torres, 2019.
Além disso, ainda pode ser discutido o processo de intemperismo (físico, químico e
biológico), quedas de blocos (através do movimento de massas e desmoronamento), processos
de faturamento das rochas ocasionado pela variação de temperatura (Figura 20).
Figura 20 - Detalhes do geomorfossítio Cachoeira do Quebra Anzol
A B
A) Processos de faturamento das rochas ocasionado pela variação de temperatura; B) Rochas com fraturas
evidenciando o intemperismo físico e a termosclastia.
Fonte: A autora, 2019.
A B
A e B - Presença de vestígios de fogueiras no local
Fonte: A autora, 2019.
privada o local também se encontra na Formação Longá. Vale ressaltar que o geomorfossítio
Mesas de Pedra do Rio Poti foi elaborado por processo de erosão diferencial nas rochas e por
lembrar mesas foi assim denominado (Figura 22).
Figura 22 - Geomorfossítio Mesas de Pedra do Rio Poti
Segundo Guerra (1993) erosão diferencial é o trabalho desigual dos agentes erosivos
ao devastarem a superfície do relevo. Ainda segundo o autor há rochas que resistem mais e
outras menos a erosão, na figura acima pode-se constatar isso.
Local é do tipo isolado de fácil acessibilidade e boa visibilidade o geomorfossítio
Mesas de Pedra do Rio Poti apresenta valores de ordem didática, ecológica e estética elevado.
Os principais interesses geológico/geomorfológicos refere-se a termosclastia
(dilatação e a compressão de rochas, requeridas pela variação de temperatura), intemperismo
125
físico, discussão sobre a própria litologia, solo e paisagem (solos pedregosos e vegetação da
caatinga) (Figura 23).
Figura 23 - Solos pedregosos com processo de erosão diferencial nas rochas
Quanto à deterioração pode-se dizer que é fraca tendo em vista que as vulnerabilidades
identificadas são somente naturais, a fragilidade ambiental está atrelada principalmente a
situação climática. Sem gestão pelo poder público a proteção é insuficiente.
Na área ainda pode-se encontrar uma cavidade elaborada pela erosão diferencial
somados a ação de processos intempéricos (físico e químico). A geoforma Abrigo do Mocó
possui entrada e saída, e tem 93 cm de altura por 6m de comprimento (Figura 25).
127
A C
B D
B
A - Olho d’água dos Cágados; B – Transporte da água com uso de animais (jumentos).
Fonte: A autora, 2019.
130
De fácil acesso e boa visibilidade o geossítio Olho d’água dos Cágados fica localizado
em propriedade privada. Local do tipo isolado os principais valores observados são: Didático;
Turístico, Cultural, Ecológico e Econômico.
Nascente formada a partir de fontes naturais de água em área de contato entre arenitos
e afloramento de diabásio os interesses geológico/geomorfológicos principais observados são
aqueles que oferecem as possibilidades de discussões de temas como a importância da água
para a sobrevivência, a formação de lençóis freáticos, etc.
O ambiente ainda permite discussões sobre a ação erosiva da água, uma vez que a
mesma promove a decapitação do solo da área e modela o relevo (Figura 29).
Figura 29 - Ação erosiva da água promovendo a decapitação do solo
Sem medidas legais de proteção a este geossítio, sem gestão pelo poder público, com
deterioração moderada e proteção insuficiente resultado da exploração de recursos,
vandalismo ou mau uso as principais vulnerabilidades identificadas além das de ordem
natural, são aquelas que comprometem a qualidade da água, como a presença de animais
(jumentos e porcos) próximo a fonte (minadouro de água). Observa-se que o uso atual do
local baseia-se na dessendentação de animais e uso doméstico.
131
A B
C
A – Geoforma Barco de Pedra; B – Geoforma Pedra do Cálice; C – Geoforma Pedra Boca do Jacaré.
Fonte: A autora, 2019.
Sem gestão pelo poder público e sem nenhuma proteção, o estado de conservação é
insuficiente, no entanto as deteriorações são fracas e a vulnerabilidade é de ordem natural.
B
A – Período de estiagem; B - Período chuvoso (de cheias).
Fonte: A – A autora, 2019; B – Herllys Torres, 2019.
que vão desde quedas de blocos, a estratificação paralelas das rochas, erosão hídrica/fluvial a
processos de corrasão com formações de marmitas (Figura 32).
Figura 32 - Detalhes do geomorfossítio Cachoeira do Contente
A B
A - Estratificação paralelas das rochas; B - Processo de corrasão com formações de marmitas
Fonte: A autora, 2019.
De acordo com Guerra (1993) marmitas são conhecidas como cavidade vertical de
boca circular, cônica a cilíndrica, decimétrica a métrica e com profundidade variável até
decamétrica, escavada por redemoinhos em rocha ao longo do leito de rios e riachos.
Com proteção insuficiente e sem gestão pelo poder público, apresentando bom estado
de conservação e deterioração fraca, as vulnerabilidades identificadas são de ordem natural.
A B
A – Período de estiagem; B - Período chuvoso (de cheias).
Fonte: A – A autora, 2019; B – Vanilda Moura, 2019.
134
Local do tipo isolado, de fácil acesso e boa visibilidade trata-se de uma cachoeira com
valores didático; turístico; ecológico; estético e econômico elevado. Com uma queda d’água
principal de aproximadamente 2 m de altura, seus principias interesses
geológico/geomorfológico perpassa pela discussão sobre estratificação de rochas é possível
visualizar grandes paredões a sua volta, algo bem visível, o que permite essa discussão
(Figura 34).
Figura 34 - Grandes paredões rochosos da Cachoeira do Lau
De fácil acessibilidade o afloramento se estende por uma extensa área, podendo ser
facilmente observado ao longo de alguns quilômetros à margem da estrada e ainda no interior
da mata. A visibilidade do local é boa, tendo em vista que é possível enxergar o afloramento
rochoso com facilidade, assim como o intemperismo sobre as rochas.
O principal valor observado é didático, uma vez que a área onde está localizado o
afloramento é perfeitamente aplicável em aulas de campo para alunos do ensino básico e
superior, explicações como diferentes litologias e ainda os distintos tipos de rochas e suas
origens são os principais interesses geológico/geomorfológico que podem discutidos.
Sem proteção e gestão pelo público e com estado de conservação moderado,
considerando que as modificações e o uso da estrada podem quebrar algumas das rochas o
referido geossítio apresenta vulnerabilidade ocasionada por modificações antrópicas no local
(escavações para alargamento da estrada).
136
B
A – Período de estiagem; B - Período chuvoso (de cheias).
Fonte: A – A autora, 2019; B – Folhasanjoense, 2019.
138
A B
A - Placa indicando a Cachoeira do Cachimbo; B - Trilhas sem dificuldades ao acesso
Fonte: A autora, 2019.
Apresentando bom estado de conservação, sem gestão pelo poder público e com
proteção ainda insuficiente o referido geomorfossítio apresenta poucas deteriorações, as
vulnerabilidades observadas são principalmente de ordem natural.
Com proteção insuficiente e sem gestão pelo poder público a área encontra-se em bom
estado de conservação. Sem deteriorações observadas no geomorfossítio Cachoeira da
Clemência as principais vulnerabilidades são principalmente de ordem natural.
142
das Covas o acesso é feito por estrada carroçável (acessível por veículos 4x4 ou motocicleta),
que leva até cerca de 500 metros do local, ou em caso de outros veículos até
aproximadamente 1 km, sendo o restante do percurso feito por trilha.
Local do tipo isolado, com valores didático e ecológico elevado é possível visualizar o
trabalho erosivo da água e demais agentes naturais nas rochas areníticas da área. Na área é
possível observar abrigos (quatro no total), cavidades elaboradas em rochas sedimentar que
estão associados a processos erosivos naturais (erosão diferencial) (GUERRA, 1993) (Figura
46).
Figura 46 - Cavidades (abrigos) elaborados em rochas sedimentar
Além disso, na área pode-se visualizar micro relevos (demoiselles), pequenas torres
que tem feições erosivas caracterizadas por pequenos “pedestais” que se elevam alguns
centímetros cerca de 5 a 30 centímetros (SILVA, 2017). Esses são formados geralmente
quando um material mais resistente dificulta a ação da erosão por salpicamento (erosão
144
15 cm
B
A - Linhas de fraturas; B - Juntas poligonais (Geoforma Pedra do Cérebro).
Fonte: A autora, 2019.
Sem sinais de deterioração provocada por ação antrópica, apenas desgaste natural, o
ambiente encontra-se em bom estado de conservação. Embora não haja nenhuma forma de
proteção e gestão pelo poder público.
O acesso é feito por estrada carroçável que leva até cerca de 2 km do local, o restante
do percurso feito por trilha abandonada (1 km a pé) (Figura 51).
Figura 51 - Acesso ao geomorfossítio Cachoeira da Boa Nova (ambiente cercado)
A C
B D
A, B, C e D – Plásticos e embalagens de garrafas encontradas no local
Fonte: A autora, 2019.
148
A B
C D
A e B – Marmitas (feições resultantes do processo de erosão fluvial); C e D - Estratificações em rochas
Fonte: A autora, 2019.
151
A visibilidade do geomorfossítio é boa posto o mesmo contar com uma passarela que
atravessa toda a cachoeira (Figura 59).
152
B C
Fonte: A e B – Piexplore, 2018; C – A autora, 2019.
Assentada sobre a Formação Poti, a referida cachoeira é divulgada e usada como local
de interesse paisagístico (lazer e turismo). Com valores didático; turístico; ecológico; cultural;
estético e econômico elevado na área é possível discutir o trabalho da erosão
diferencial/erosão hídrica com formações de marmitas, estratificação de rochas e ainda
processos de fraturamento das mesmas (Figura 60).
Figura 60 - Detalhes do geomorfossítio Cachoeira do Rosário
A B
C
A e B – Marmitas; C – Fraturas em rochas
Fonte: A autora, 2019.
153
Bem sinalizada, com placas informativas sobre o local a mesma não apresenta
deterioração e as vulnerabilidades observadas são principalmente de ordem natural. Além
disso, o geomorfossítio Cachoeira do Rosário ainda possui placas de alerta e orientação para
os visitantes e banhista (Figura 61).
Figura 61 - Placas informativas/geomorfossítio Cachoeira do Rosário
A B
C D
A e B - Placas informativas sobre a localização da Cachoeira do Rosário; C e D – Placas de alerta e orientação
para os visitantes e banhistas.
Fonte: A autora, 2019.
Com proteção insuficiente e sem gestão pelo poder público o local não apresenta
deterioração, em bom estado de conservação as vulnerabilidades observadas são
principalmente de ordem natural.
155
Sem gestão pelo poder público não apresentando nenhum tipo de proteção o referido
geomorfossítio não apresenta deterioração e as vulnerabilidades observadas são
principalmente de ordem natural.
A B
Vale ressaltar que o uso é contínuo, não se restringindo a estação chuvosa, uma vez
que o poço d’água não seca a Cachoeira das Corujas é uma das mais conhecidas e relevantes
no município.
Divulgada e usada como local de interesse paisagístico (lazer e turismo) o
geomorfossítio Cachoeira das Corujas apresenta valores didático, turístico, ecológico, estético
e econômico elevado. Ocorrendo em área da Formação Poti, os principais aspectos de
interesses geológico/geomorfológicos observados são: erosão diferencial, estratificação e
falhamentos em rochas.
Sem gestão pelo poder público, com proteção insuficiente, no local há presença de
deterioração e as vulnerabilidades naturais observadas são somadas as de ordem antrópica,
como a presença de restos de fogueira e resíduos sólidos (garrafas) (Figura 67).
157
B C
A e B - Resíduos sólidos (garrafas); C - Presença de restos de fogueira
Fonte: A autora, 2019.
Com proteção insuficiente e sem gestão poder público, o local apresenta um bom
estado de conservação não apresentando deterioração, as vulnerabilidades observadas são
principalmente de ordem natural. Vale destacar que a Cachoeira da Pedra Negra recebe as
águas de uma barragem do rio Jenipapo (Figura 72).
160
Figura 72 - Cachoeira da Pedra Negra recebendo águas de uma barragem no rio Jenipapo
A - Lajedo Jardins de Cactos localidade Pimenta; B - Lajedo Jardins de Cactos localidade Ponte do Poti; C -
Lajedo Jardins de Cactos localidade Bom Jardim
Fonte: A autora, 2019.
isolado em altitude de 163 metros e está assentado sobre rochas da Formação Cabeças. Com
boa acessibilidade e visibilidade, o acesso é feito por estrada carroçável que leva até menos de
50 metros do local (Figura 77).
Figura 77 - Detalhes do acesso ao geomorfossítio Cachoeira do Covão do Jaburu
A B
C
A e B - Marmitas; C - Trabalho da erosão hídrica
Fonte: A autora, 2019.
041°39’53.2’’de longitude oeste apresentando altitude de 204 metros. Com boa visibilidade e
acessibilidade, o acesso é feito por estrada carroçável que leva até menos de 50 metros do
local (Figura 81).
Figura 81 - Geomorfossítio Complexo Mirante da Boa Vista
A B
A - Geoforma Pedra do Lagarto; B - Geoforma Pedra da Galinha
Fonte: A autora, 2019.
168
Com proteção insuficiente e sem gestão poder público, o local apresenta um bom
estado de conservação não apresentando deterioração, as vulnerabilidades observadas são
principalmente de ordem natural.
Destaca-se ainda grande quantidade de gravuras rupestres, o que agrega valor cultural
a este geomorfossítio (Figura 88).
Figura 88 - Gravuras rupestres encontradas no geomorfossítio Complexo Mini Cânion do Rio
Poti
Com proteção insuficiente e sem gestão pelo poder público o local não apresenta
deterioração, em bom estado de conservação as vulnerabilidades observadas são
principalmente de ordem natural.
A B
Este ainda possui placas de alerta e orientação para os visitantes e banhista (Figura
92).
Figura 92 - Placas de alerta e orientação para os visitantes e banhista/Cachoeira do Tingidor
Com acesso moderado o local encontra-se em uma área que fica a 10 km da sede do
município. Apresentando boa visibilidade o referido o geomorfossítio está assentado na
Formação Cabeças.
Com valores turístico e ecológico elevado os principais interesses
geológico/geomorfológicos possíveis de serem discutidos são: processos como o transporte de
sedimentos, arraste de materiais, o trabalho da erosão diferencial, estratificação de rochas e o
processo de falhamentos.
Com aproximadamente 3 metros de queda d’água e um poço de aproximadamente 3
metros de profundidade o local apresenta grande beleza cênica (Figura 94).
Figura 94 - Geomorfossítio Cachoeira do Cipó
Embora não seja gerida pelo poder público, apresenta bom estado de conservação. As
vulnerabilidades identificadas são principalmente de ordem natural.
A - Planos de acamamento das camadas dos afloramentos da Formação Cabeças; B - Extração de rochas do
tipo ardósia e quartzito; C - rochas ornamentais
Fonte: A autora, 2019.
A B
Embora não seja gerido pelo poder público, apresenta bom estado de conservação.
Com proteção insuficiente as vulnerabilidades identificadas são principalmente de ordem
natural.
A B
Do ponto de vista cultural o local ainda permite a discussão sobre povos primitivos,
evidências históricas (arqueológicas), uma vez que existe grande quantidade de gravuras
rupestres (imagens em incisões na própria rocha/lajedo), o que agrega valor cultural a este
geomorfossítio (Figura 100).
180
A B
A - Geoforma Mapa do Piauí; B - Geoforma Pedra do Sapo
Fonte: A autora, 2019.
B
A – Abrigo das Areias; B - Mini Portal Pintado (com a presença de pinturas rupestres)
Fonte: A autora, 2019.
No referido geomorfossítio ainda foi encontrado uma cavidade natural rochosa com
dimensões consideradas que permitem o acesso a seres humanos, um espaço alto e largo
designado geoforma Caverna Currais de Pedras (Figura 107).
185
Sem gestão pelo poder público e proteção insuficiente o local apresenta-se em bom
estado de conservação possuindo fraca deterioração, haja vista que não há sinais de
degradação provocada por ação antrópica, apenas são observados desgastes naturais.
Sem gestão pelo poder público ressalta-se que não foi identificada qualquer medida de
proteção a este geomorfossítio, o que evidencia tal necessidade. No entanto, as
vulnerabilidades observadas são apenas de ordem natural.
188
Avaliação numérica
Os resultados desta avaliação são apresentados na tabela 05. A partir da referida tabela
foi possível efetuar uma comparação entre os geomorfossítios avaliados, em cada um dos
indicadores.
Tabela 05 - Quantificação (avaliação numérica/quantitativa) dos 36
geossítios/geomorfossítios, com os 07 indicadores considerados na metodologia empregada
(PEREIRA, 2006)
Geossítios/Geomorfossítios VCi VAd VGm VUs VPr VGt VT
(VGm+ VGt)
G01 – Geomorfossítio 2,41 2,87 5,28 4,98 1,25 6,23 11,51
Cachoeira do Quebra Anzol
G02 - Geomorfossítio 2,25 0,88 3,13 4,49 0,25 4,74 7,87
Mesas de Pedra do Rio Poti
G03 - Geomorfossítio
Complexo Serra do 1,41 0,88 2,29 1,52 1,25 2,77 5,06
Evangelista
G04 – Geossítio Complexo 1,42 0,75 2,17 4,41 1,25 5,66 7,83
Afloramentos de Diabásio
G05 - Geossítio Olho 3,00 1,88 4,88 4,3 0,0 4,3 9,18
d’água dos Cágados
G06 - Geomorfossítio 2,75 3,0 5,75 2,53 1,25 3,78 9,53
Complexo Arena de Pedras
G07 - Geomorfossítio 2,41 2,62 5,03 4,77 1,25 6,02 11,05
Cachoeira do Contente
G08 - Geomorfossítio 2,41 2,62 5,03 4,31 1,25 5,56 10,9
Cachoeira do Lau
G09 - Geossítio
Afloramento de diabásio da 1,75 0,5 2,25 4,07 1,25 5,32 7,57
Realeza
G10 - Geomorfossítio 2,75 1,62 4,37 3,97 1,25 5,22 9,59
Cachoeira da Boa Vista
G11 - Geomorfossítio 1,74 0,88 2,62 4,65 1,25 5,9 8,52
Cachoeira do Cachimbo
G12 - Geomorfossítio 1,08 1,13 2,21 3,74 1,25 4,99 7,2
Mirante do Rio Poti
G13 - Geomorfossítio 1,74 0,88 2,62 3,86 1,25 5,11 7,73
Cachoeira da Clemência
G14 - Geossítio Caos de 1,25 0,88 2,13 3,74 1,75 5,49 7,62
Blocos de Arenito
G15 - Geomorfossítio
Complexo Chapadas das 3,08 2,12 5,02 3,64 1,25 4,89 9,91
Covas
G16 - Geomorfossítio 2,75 2,12 4,87 5,05 1,00 6,05 10,92
Cachoeira da Boa Nova
G17 - Geomorfossítio 3,58 3,25 6,83 3,67 1,25 4,92 11,75
Cachoeira da Roça Velha
G18 - Geomorfossítio 2,75 3,37 6,12 5,24 1,25 6,49 12,61
Cachoeira do Rosário
G19 - Geomorfossítio 1,58 0,88 2,46 4,57 0,75 5,32 7,78
Lajedo Jardins de Cactos
G20 - Geomorfossítio 3,42 3,75 7,17 4,9 0,50 5,4 12,57
Cachoeira do Covão do
Jaburu
(Continua)
190
Seriação
G10 (2,75) G06 (3,0) G23 (5,37) G35 (4,9) G24 (1,25) G07 (6,02) G01 (11,51)
G16 (2,75) G01 (2,87) G31 (5,37) G07 (4,77) G31 (1,25) G11 (5,9) G34 (11,1)
G18 (2,75) G23 (2,62) G35 (5,37) G11 (4,65) G34 (1,25) G32 (5,9) G07 (11,05)
G23 (2,75) G31 (2,62) G01 (5,28) G32 (4,65) G35 (1,25) G21 (5,82) G25 (10,95)
G24 (2,75) G35 (2,62) G07 (5,03) G21 (4,57) G01 (1,25) G36 (5,76) G16 (10,92)
G31 (2,75) G07 (2,62) G08 (5,03) G19 (4,57) G07 (1,25) G04 (5,66) G08 (10,9)
G34 (2,75) G08 (2,62) G15 (5,02) G36 (4,51) G08 (1,25) G08 (5,56) G31 (10,85)
G35 (2,75) G15 (2,12) G05 (4,88) G02 (4,49) G21 (1,25) G14 (5,49) G24 (10,05)
G25 (2,58) G16 (2,12) G16 (4,87) G04 (4,41) G09 (1,25) G31 (5,48) G15 (9,91)
G01 (2,41) G24 (2,12) G24 (4,87) G08 (4,31) G11 (1,25) G20 (5,4) G29 (9,85)
G07 (2,41) G05 (1,88) G27 (4,71) G05 (4,3) G13 (1,25) G19 (5,32) G10 (9,59)
G08 (2,41) G25 (1,63) G10 (4,37) G31 (4,23) G28 (1,25) G09 (5,32) G06 (9,53)
G02 (2,25) G10 (1,62) G25 (4,21) G09 (4,07) G29 (1,25) G10 (5,22) G05 (9,18)
G21 (2,08) G29 (1,62) G29 (3,36) G10 (3,97) G30 (1,25) G34 (5,22) G27 (8,82)
G09 (1,75) G30 (1,62) G30 (3,36) G34 (3,97) G32 (1,25) G24 (5,18) G21 (8,78)
G11 (1,74) G12 (1,13) G02 (3,13) G24 (3,93) G36 (1,25) G13 (5,11) G11 (8,52)
G13 (1,74) G02 (0,88) G21 (2,96) G13 (3,86) G04 (1,25) G30 (5,0) G32 (8,52)
G28 (1,74) G21 (0,88) G11 (2,62) G30 (3,75) G03 (1,25) G12 (4,99) G36 (8,38)
G29 (1,74) G11 (0,88) G13 (2,62) G14 (3,74) G12 (1,25) G17 (4,92) G30 (8,36)
G30 (1,74) G13 (0,88) G28 (2,62) G12 (3,74) G16 (1,00) G15 (4,89) G02 (7,87)
G32 (1,74) G28 (0,88) G32 (2,62) G17 (3,67) G22 (0,75) G02 (4,74) G04 (7,83)
G36 (1,74) G32 (0,88) G36 (2,62) G15 (3,64) G26 (0,75) G28 (4,66) G19 (7,78)
G19 (1,58) G36 (0,88) G19 (2,46) G26 (3,54) G19 (0,75) G33 (4,58) G13 (7,73)
G27 (1,58) G19 (0,88) G03 (2,29) G28 (3,41) G27 (0,75) G05 (4,3) G14 (7,62)
G04 (1,42) G03 (0,88) G09 (2,25) G27 (3,36) G20 (0,50) G26 (4,29) G09 (7,57)
G03 (1,41) G14 (0,88) G12 (2,21) G33 (3,33) G25 (0,50) G27 (4,11) G28 (7,28)
G14 (1,25) G04 (0,75) G04 (2,17) G06 (2,53) G02 (0,25) G06 (3,78) G12 (7,2)
G12 (1,08) G09 (0,5) G14 (2,13) G03 (1,52) G05 (0,0) G03 (2,77) G03 (5,06)
Elaboração: A autora, 2019.
O geomorfossítio com VT mais elevado é G22 – Complexo Mini Cânion do Rio Poti
(VT=14,57), devido à boa pontuação nos outros seis indicadores. Os geossítios G14 – Caos de
Blocos de Arenito (VT=7,62) e G09 – Afloramento de Diabásio da Realeza (VT=7,57), bem
como os geomorfossítios G28- Cachoeira do Deus Dará (VT=7,28), G12 – Mirante do Rio
Poti (VT=7,2) e G03 – Complexo Serra do Evangelista (VT=5,06) são os menos valorizados,
com VT abaixo de 8 pontos.
O indicador VT atenua disparidades nos resultados obtidos nos dois indicadores
principais (VGm e VGt). Por exemplo, o geomorfossítio G25 (Mirante Extração de Lajes),
apesar ter o VGt mais elevado (6,74) de todos os geomorfossítios classificou-se na 12ª
posição no indicador VT (10,95), fruto da valorização menor nos critérios geomorfológico
(VGm) (21ª posição no indicador VGm, com 4,21 pontos).
194
(Continua)
195
29º G32 (1,74) G28 (0,88) G32 (2,62) G17 (3,67) G22 (0,75) G02 (4,74) G04 (7,83) G27 (180)
30º G36 (1,74) G32 (0,88) G36 (2,62) G15 (3,64) G26 (0,75) G28 (4,66) G19 (7,78) G14 (181)
31º G19 (1,58) G36 (0,88) G19 (2,46) G26 (3,54) G19 (0,75) G33 (4,58) G13 (7,73) G09 (183)
32º G27 (1,58) G19 (0,88) G03 (2,29) G28 (3,41) G27 (0,75) G05 (4,3) G14 (7,62) G04 (188)
33º G04 (1,42) G03 (0,88) G09 (2,25) G27 (3,36) G20 (0,50) G26 (4,29) G09 (7,57) G19 (188)
34º G03 (1,41) G14 (0,88) G12 (2,21) G33 (3,33) G25 (0,50) G27 (4,11) G28 (7,28) G28 (199)
35º G14 (1,25) G04 (0,75) G04 (2,17) G06 (2,53) G02 (0,25) G06 (3,78) G12 (7,2) G12 (210)
36º G12 (1,08) G09 (0,5) G14 (2,13) G03 (1,52) G05 (0,0) G03 (2,77) G03 (5,06) G03 (233)
Elaboração: A autora, 2019.
11º G16 (98) Geomorfossítio Cachoeira da Boa Nova São João da Serra
12º G31 (98) Geomorfossítio Cachoeira das Corujas Novo Santo Antônio
13º G25 (106) Geomorfossítio Mirante Pedreira de Lajes Juazeiro do Piauí
14º G26 (106) Geomorfossítio Toca do Nego Juazeiro do Piauí
15º G08 (111) Geomorfossítio Cachoeira do Lau São João da Serra
16º G15 (114) Geomorfossítio Complexo Chapada das Covas São João da Serra
17º G10 (118) Geomorfossítio Cachoeira da Boa Vista São João da Serra
18º G29 (118) Geomorfossítio Cachoeira dos Canudos Novo Santo Antônio
19º G06 (120) Geomorfossítio Complexo Arena de Pedras São João da Serra
20º G24 (121) Geomorfossítio Cachoeira do Cipó Juazeiro do Piauí
21º G21 (137) Geomorfossítio Mirante da Boa Vista Juazeiro do Piauí
22º G11 (140) Geomorfossítio Cachoeira do Cachimbo São João da Serra
23º G05 (150) Geossítio Olho d’água dos Cágados São João da Serra
24º G32 (159) Geomorfossítio Cachoeira da Baixa Juazeiro do Piauí
25º G36 (169) Geomorfossítio Cachoeira do Poço de Pedra Sigefredo Pacheco
26º G30 (174) Geomorfossítio Cachoeira da Lagoa Grande Novo Santo Antônio
27º G02 (178) Geomorfossítio Mesas de Pedra do Rio Poti São João da Serra
28º G13 (179) Geomorfossítio Cachoeira da Clemência São João da Serra
29º G27 (180) Geomorfossítio Lajedo do Tinguizeiro Juazeiro do Piauí
30º G14 (181) Geossítio Caos de Blocos de Arenito São João da Serra
31º G09 (183) Geossítio Afloramento de Diabásio da Realeza São João da Serra
32º G04 (188) Geossítio Complexo Afloramentos de Diabásio São João da Serra
33º G19 (188) Geomorfossítio Lajedo Jardins de Cactos Juazeiro do Piauí
34º G28 (199) Geomorfossítio Cacheira do Deus Dará São João da Serra
35º G12 (210) Geomorfossítio Mirante do Rio Poti São João da Serra
36º G03 (233) Geomorfossítio Complexo Serra do Evangelista São João da Serra
Elaboração: A autora, 2019.
Nesse âmbito foram selecionados 09 (nove) geomorfossítios, apenas aqueles com bom
acesso e oferta de hotelaria considerando as medidas de distância da sede (Quadro 18).
Quadro 18 - Geomorfossítios selecionados para proposição de estratégias e iniciativas de
geoconservação (promoção, divulgação e uso)
RK (CONSIDERANDO A SOMA GEOMORFOSSÍTIOS MUNICÍPIO A
DAS POSIÇÕES) QUAL PERTENCE
Geomorfossítio 18 (37 PONTOS) Cachoeira do Rosário Novo Santo Antônio
Geomorfossítio 22 (40 PONTOS) Complexo Mini Cânion do Rio Poti Juazeiro do Piauí
Geomorfossítio 20 (72 PONTOS) Cachoeira do Covão do Jaburu Juazeiro do Piauí
Geomorfossítio 01 (73 PONTOS) Cachoeira do Quebra Anzol São João da Serra
Geomorfossítio 35 (76 PONTOS) Cachoeira da Pedra Negra Sigefredo Pacheco
Geomorfossítio 31 (98 PONTOS) Cachoeira das Corujas Novo Santo Antônio
Geomorfossítio 26 (106 PONTOS) Toca do Nego Juazeiro do Piauí
Geomorfossítio 08 (111 PONTOS) Cachoeira do Lau São João da Serra
(Continua)
200
envolvida ao ser inserida nas atividades geoturísticas, passa a valorar e proteger os seus
componentes.
Proposta de percurso
Para elaboração do percurso, o Roteiro Geoturístico será composto por nove (09) pontos
de visitação que estão localizados nos municípios de Juazeiro do Piauí, Novo Santo Antônio,
São João da Serra e Sigefredo Pacheco, localizados no Centro-Norte do Piauí.
Todos os pontos foram relacionados em ordem numérica sequencial do itinerário
proposto, tendo este início no município de São João da Serra, percorrendo posteriormente o
município de Novo Santo Antônio e Sigefredo Pacheco e concluindo a visitação no município
de Juazeiro do Piauí. No quadro 19, pode-se visualizar os pontos selecionados para a proposta
de percurso.
Quadro 19 - Geomorfossítios selecionados para a proposta de roteiro geoturístico
Ponto Municípios Geomorfossítios Conteúdo Principais
Utilizações
01 São João da Cachoeira do Lau Geológico/Geomorfológico, Turística e Didática
Serra Estratigráfico
02 São João da Cachoeira do Geológico/Geomorfológico Turística e Didática
Serra Quebra Anzol Estratigráfico
03 Novo Santo Cachoeira dos Geológico/Geomorfológico, Turística e Didática
Antônio Canudos Estratigráfico
04 Novo Santo Cachoeira do Geológico/Geomorfológico, Turística e Didática
Antônio Rosário Estratigráfico
05 Novo Santo Cachoeira das Geológico/Geomorfológico, Turística e Didática
Antônio Corujas Estratigráfico
06 Sigefredo Cachoeira da Pedra Geológico/Geomorfológico, Turística e Didática
Pacheco Negra Estratigráfico
Geológico/Geomorfológico, Turística, Didática
07 Juazeiro do Toca do Nego Estratigráfico e Arqueológico e Cultural
Piauí
Geológico/Geomorfológico, Turística,
08 Juazeiro do Complexo Mini Estratigráfico e Arqueológico Didática/Científica
Piauí Cânion do Rio Poti e Cultural
Geológico/Geomorfológico, Turística,
09 Juazeiro do Cachoeira do Estratigráfico e Arqueológico Didática/Científica
Piauí Covão do Jaburu e Cultural
Elaboração: A autora, 2019.
Para o referido roteiro ainda foi pensado uma “logomarca”, representação gráfica que
tem como objetivo facilitar o seu reconhecimento e identidade (Figura 113).
203
A B
A B
Segundo Silva e Aquino (2017, p. 10) “o uso do lúdico pode facilitar a compreensão de
temas relativamente difíceis ou desconhecidos, com isso, o uso de jogos e brincadeiras cujo
tema seja a natureza abiótica pode funcionar como excelente recurso didático”. Isto posto
sugere-se os referidos jogos colocados a seguir (Jogo de Tabuleiro e Jogo da Memória) com
objetivo geral de levar os sujeitos a conscientização da conservação do meio abiótico natural.
JOGO DE TABULEIRO
Conteúdo:
25 cartas enumeradas onde estão contidas informações e curiosidades sobre a
geodiversidade dos municípios de Juazeiro do Piauí, Novo Santo Antônio, São João da
Serra e Sigefredo Pacheco, Piauí (ex: paisagens), e do patrimônio
geológico/geomorfológico (ex: geomorfossítios relevantes);
211
JOGO DA MEMÓRIA
Conteúdo:
36 peças quadradas que podem ser impressas em papel cartão e 18 fotografias
referentes as imagens das peças (cada peça foi confeccionada em pares, portanto são
36 peças e 18 imagens);
As fotografias retratam elementos da geodiversidade dos municípios de Juazeiro do
Piauí, Novo Santo Antônio, São João da Serra e Sigefredo Pacheco, Piauí (ex:
paisagens), e do patrimônio geológico/geomorfológico (ex: geomorfossítios
relevantes);
Público alvo: Crianças a partir de 6 anos, jovens, adultos e idosos.
Regras:
O jogo é aplicado com no mínimo dois e no máximo quatro participantes;
Inicia-se após ser definida a ordem dos jogadores;
Vence quem descobrir mais pares das imagens;
O professor deverá mediar a brincadeira lançando perguntas e curiosidades sobre os
locais;
212
Esses jogos podem ser usados após discussões e/ou atividades em sala de aula
(principalmente em aulas de geografia) que versam sobre as temáticas geodiversidade e
temas correlatos, além disso, podem ser pensados junto a oficinas, projetos educativos ou
palestras.
No Apêndice 01 (Jogo de Tabuleiro) encontra-se as cartas com design frente e verso e
Apêndice 02 o tabuleiro (modelo), e no Apêndice 03 encontra-se as cartas (design frente e
verso) do Jogo de Memória.
213
6 CONCLUSÕES
Mesmo que os conceitos e temas relativos ao estudo da geodiversidade não seja tão
divulgado e estudado, a natureza abiótica é um elemento substancial na dinâmica natural.
Condicionados pelos processos abióticos vigentes, a biota do planeta depende de condições
abióticas indispensáveis para que essa seja estabelecida e desenvolvida.
Área passível de expansão já que muitos espaços não apresentam estudos
aprofundados, o entendimento das características ambientais abióticas tornam-se de extrema
relevância. Detentor de uma grande extensão de terras, o Brasil conta com uma variedade de
atrativos do ponto de vista da diversidade abiótica, que ainda é pouco conhecida.
A nível de Nordeste, no Estado do Piauí pesquisas nesse âmbito ainda são pouco
expressivas. Esta constatação aliada à carência de estudos desta natureza, e a pouca
exploração e divulgação no cenário piauiense justificou a realização da presente pesquisa.
Tendo como intuito valorizar e divulgar a geodiversidade e o geopatrimônio no Piauí, se
elencou os municípios de Juazeiro do Piauí, Novo Santo Antônio, São João da Serra e
Sigefredo Pacheco como área de estudo.
Nesta pesquisa, a avaliação do geopatrimônio dos referidos municípios foi realizada
com base em metodologias aceitas nacionalmente e internacionalmente, respectivamente,
fichas de inventariação de Oliveira (2015) e fichas de quantificação de Pereira (2006).
O inventário realizado permitiu a identificação de 36 (trinta e seis)
geossítios/geomorfossítios, os quais 31 são locais isolados, 4 são panorâmicos e apenas 1
local é do tipo área. Na sequência estes geossítios/geomorfossítios tiveram seu geopatrimônio
quantificados.
A avaliação quantitativa traduzida nas tabelas de quantificação e na tabela final de
seriação permitiu o ranking dos geossítios/geomorfossítios. Obtendo 37 pontos no indicador
Rk, o geomorfossítio Cachoeira do Rosário considerado o local de interesse geomorfológico
mais valioso da área, devido às posições elevadas alcançadas em todos os 7 indicadores. O
geomorfossítio Complexo Mini Cânion do Rio Poti com 40 pontos colocou-se na 2ª posição,
igualmente em função das boas posições alcançadas, principalmente nos indicadores de
gestão. A seguir aparecem os geomorfossítios Cachoeira do Tingidor com 59 pontos, e o
geomorfossítio Cachoeira do covão do Jaburu com 72 pontos e o geomorfossítio Cachoeira do
Quebra Anzol com 73 pontos. Por outro lado, o geomorfossítio Complexo Serra do
Evangelista ficou classificado na 36ª posição, último lugar no indicador Rk, com 233 pontos,
obtendo a menor pontuação entre os 36 geossítios/geomorfossítios.
214
Diante do contexto delineado, é preciso que o poder público dos municípios envolvam a
comunidade, criando programas de capacitação de guias e orientação a comunidade local e,
principalmente, educando, fazendo com que entidades públicas, comunidade acadêmica e
sociedade em geral deem a devida atenção a essa vertente da natureza abiótica.
Torna-se assim de suma importância as atividades geoeducativas com programas de
divulgação e valorização junto a escolas, conscientizando e motivando o conhecimento da
área, o que em continuidade com as outras atividades desenvolvidas agregaria ainda mais
renda à família, o que não deixa de ser um forte estímulo para a busca da conservação destas
áreas.
Deve-se conscientizar a população sobre os valores vinculados ao geopatrimônio aliando
o uso geoturístico do lugar à educação ambiental, possibilitando com isso a valorização,
divulgação e consequente melhor aproveitamento da área e desenvolvimento sustentável para
os moradores da região.
Diante de tudo que foi colocado vale a pena ressaltar que os planos municipais de
desenvolvimento em meio a Secretaria de Turismo ainda se apresentam deficientes, na área de
estudo apenas o município de Juazeiro do Piauí possui Secretaria de Turismo, recém
aprovada. Dessa forma os objetivos principais em meio à secretaria, divulgar o potencial
turístico dos municípios, planejar, coordenar e fomentar as ações da atividade turística
objetivando a melhoria da qualidade de vida das comunidades e a geração de receitas
(emprego e renda) para os municípios encontra-se estagnado.
216
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