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Presidente Prudente
2012
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Presidente Prudente
2012
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FICHA CATALOGRÁFICA
313 f. : il.
Inclui bibliografia
TERMO DE APROVAÇÃO
Aprovada em / /
BANCA EXAMINADORA
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Profª. Drª. Maria Aparecida de Moraes Silva (Orientadora)
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1º Examinador
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2º Examinador
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3º Examinador
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4º Examinador
5
Ao Rio Grande.
Povoado de gente da melhor qualidade!
6
AGRADECIMENTOS
Da materialização deste trabalho, em sua forma escrita, esta foi a parte mais
desafiadora. Selecionar as pessoas que deveriam ser mencionadas como co-
artífices de um trabalho que se pretende “monográfico”, mas que na sua
prática é tão coletivo como tudo o mais que diz respeito à existência humana, e
mais especificamente a minha história de vida, não foi tarefa fácil. Ouso,
portanto, tentar fazer o registro das pessoas sem as quais, de fato, este
trabalho, por suas diversas implicações, não poderia chegar a bom termo.
Reconheço que os silenciamentos não são intencionais, talvez revelem os
lapsos do inconsciente que não adentro.
Agradeço, inicialmente, aos meus pais, João e Joana, pela coragem de realizar
o êxodo rural. Poderia ter dado tudo errado, mas pela determinação deles e
benevolência Divina, deu certo, pelo menos nos parâmetros urbanos. Junto aos
meus pais, estendo meus agradecimentos aos meus irmãos- Marivaldo ( o
brincar de disputar conhecimentos, foi o primeiro passo para nossas
conquistas) e Marinaldo ( em alguma fase da minha história você se colocou à
disposição para arrumar o meu computador, naquela época era só o que tinha,
obrigada por ter arrumado a minha vida) - e irmã Marivanda (doutora da minha
alma, tantas vezes salvou a minha vida e a de Dadá). A vocês sou grata pela
força, motivação e incentivos. De forma especial, agradeço ao meu irmão
caçula, Magson. Essa conquista é por nós dois, que sempre compartilhamos as
brincadeiras e os sonhos... “o próximo ano, Peta, sempre chega!”.
meninas) como pais nas estadias em Prudente. Pelas aulas, pelos cobertores,
e companhia sempre agradável, agradeço.
Aos Profs. Drs. Bernardo Mançano, Raul Guimarães, Sampaio Matos Junior e
Carlos Benedito Silva (querido Carlão) pelas sugestões e críticas valiosas na
avaliação deste trabalho. Estendo também esse agradecimento à Profa. Dra
Renata Paollielo.
À Profa. Dra. Iris Ribeiro por todo o apoio institucional recebido para a
realização deste trabalho. Também pelo incentivo e palavras encorajadoras e
fraternas em momentos decisivos, meu muito obrigada.
Aos homens e mulheres do Rio Grande, por tudo que se registra neste
trabalho, em letras não caberia toda minha gratidão. Assim como a de vocês,
minha história também mudou. Como a “vida não cabe nas letras”, só posso
humildemente escrever: meu muito obrigada!
RESUMO
RESUMEN
Los quilombos entran en escena como sujeto con derechos específicos; o sea,
se les garantiza formalmente sus diferencias, en base a la Constitución de
1988. Ese marco jurídico supone otro tipo de análisis para las disciplinas que
estudian la cuestión “campo-ciudad” en Brasil y de forma particular en el estado
de Maranhão. Hasta ese momento estas eran estudiadas dentro de la esfera
del campesinado como comunidades negras rurales; la promulgación de la
llamada Constitución Ciudadana condiciona el paso de un abordaje
propiamente socio geográfica hacía otro de cuño más jurídico. Ese cambio, en
el plano formal, desencadena no tan sólo redefiniciones conceptuales como
también alteraciones en los modos de vida de esas comunidades. Este trabajo
analiza como el Estado, por medio de sus políticas de de(s)marcación de tierra
para “comunidades tradicionales”, sobretodo de “remanentes de quilombos”, a
partir de la definición del derecho territorial específico, ha concebido la igualdad
y la diferenciación de los elementos formadores de la llamada “nación
brasileña” y de sus contradicciones inherentes al proceso histórico de su
conformación espacial. Con el aporte de los conceptos de aquilombamiento y
territorio, apoyada en la Metodología de la Historia Oral y de la Etno geografía,
tomo como referencia la historia de la territorialidad del quilombo de Rio
Grande, situado en el municipio de Bequimão, incluido en la región
administrativa del Litoral Occidental Maranhense. Las condiciones socio
geográficas, económicas y políticas de esa comunidad me permiten pensar el
proceso de construcción del aquilombamiento en el Maranhão, inserido en el
contexto de la disputa territorial en Brasil.
LISTA DE SIGLAS
BM – Banco Mundial
CF – Constituição Federal
RG – Registro Geral
LISTA DE FIGURAS
152
Figura 7 Croqui da casa de forno .................................................
15
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE FOTOS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................. 22
Estratégias metodológicas............................................................... 34
2.1 Das gentes que aqui chegaram e os conflitos com as que aqui
estavam .............................................................................................. 77
5.2 “Lá fora sou de um jeito, aqui sou outra pessoa”: Liderança
feminina no processo de aquilombamento .................................... 220
5.2.1 Quilombo de fato, comunidade quilombola de direito ......................... 224
5.3 “Antes era preciso fugir pra casar”: Regras sociais para a
criação das mulheres de família em Rio Grande ......................... 231
6.3.1 “Mas aqui tem preto...Tá do jeito que Deus gosta!”: Espaço público
e aquilombamento .............................................................................. 267
REFERÊNCIAS................................................................................... 288
GLOSSÁRIO 297
APÊNDICE.......................................................................................... 299
ANEXOS.............................................................................................. 303
22
INTRODUÇÃO
1
A dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da
Universidade Federal do Ceará em 2001 intitula-se: “A passos de meninos: uma análise da
política educacional indigenista” elaborada sob a orientação da Profa. Dra. Elza Franco Braga.
2
A utilização de aspas aqui explicita que tal definição está referida ao campo teórico-político
que a constitui, não sendo, portanto, uma categoria nativa.
24
3
A legislação referente à temática territorial quilombola será analisada em capítulo posterior.
30
4
Essa área geográfica é atualmente denominada Litoral Ocidental Maranhense e é onde se
situa a comunidade quilombola sujeito social desta pesquisa.
31
Estratégias metodológicas
5
Cf. FOUCAULT, M. A microfísica do poder. 23 Ed. 2007.
35
Segundo Santos:
6
Devido às relações construídas com a comunidade fui convidada para ser novenária em um
dos dias do festejo tradicional de Santo Antônio, realizado em junho de 2010.
38
7
Ver Certidão de Autodefinição em anexo 1.
8
No mês de novembro de 2010 foram aplicados 58 questionários, envolvendo 60 famílias da
comunidade do Rio Grande. Nessa comunidade encontram-se 67 casas. Entretanto desse
universo 3 casas são de moradores que tem domicílio em Bequimão ficando a maior parte do
tempo fechadas e seus integrantes não tem um cotidiano no Rio Grande. Restam, então, como
universo importante para a pesquisa somente 64 casas. Desse total não foi possível entrevistar
os moradores de 4 casas pois as mesmas encontravam-se fechadas no período da coleta de
dados. A pesquisa abrangeu, portanto 58 casas, totalizando 60 famílias, pois em duas casas
moram duas famílias, correspondendo a 91% do universo total de casas do Rio Grande. Ver
modelo do questionário no Apêndice A.
39
Por sua vez, Nascimento afirma que esse regime não seria uma
novidade, ou algo específico a ser implementado em terras brasileiras, como
modelo de legitimidade da propriedade territorial, pois “tem sua origem em
medidas constantes das Ordenações Afonsinas, que foram editadas em 1446,
e numa Lei de 26 de junho de 1375, de D. Fernando, Rei de Portugal e
Algarves”.
Ademais, a história da colonização brasileira não utiliza a
terminologia do regime sesmarial para definir o processo inicial de ocupação do
território, e, sim, o chamado sistema de Capitanias Hereditárias. Analisado o
aparato formal quanto ao direito de propriedade de terras, não existem
diferenciações substantivas entre ambos, o que se pode notar é uma
divergência política, quanto aos mecanismos de seleção dos chamados
donatários.
O regime jurídico instituído para as capitanias caracterizava-se
pela inexistência de trasladação legal do domínio da terra, uma vez que as
concessões visavam objetivamente à ocupação produtiva da terra. O foral, ou a
carta de foral, instrumento utilizado pela coroa para a concessão de sesmarias
47