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Vol. 1
FLAVIA TRENTINI
MARIA SYLVIA MACCHIONE SAES
| ORGS . |
SUSTENTABILIDADE
O DESAFIO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS
Vol. 1
Infothes Informação e Tesauro
CONSELHO EDITORIAL
Eduardo Peñuela Cañizal
Norval Baitello Junior
Maria Odila Leite da Silva Dias
Celia Maria Marinho de Azevedo
Gustavo Bernardo Krause
Maria de Lourdes Sekeff (in memoriam)
Cecilia de Almeida Salles
Pedro Roberto Jacobi
Lucrécia D’Aléssio Ferrara
Prefácio 13
Introdução 15
PARTE I – ETANOL 21
REFERÊNCIAS 179
2. Tendo a frente o laureado Nobel Douglass North, do qual se pode destacar o tabalho Institutions,
Institutional Change and Economic Performace. Cambridge University Press, 1990, p. 152.
3. Nesta linha de abordagem destaca-se Oliver Williamson em The Economic Institutions of
Capitalism. NY, Free Press, 1986.
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4. De acordo com a ANP (ANP, 2009), a produção brasileira de etanol em 2008 foi de 27 bilhões
de litros, enquanto o mercado de combustíveis comercializou 19,6 bilhões de litros de etanol
(hidratado e anidro), o que representa 73% da produção sendo absorvida pelo mercado
doméstico de combustíveis líquidos.
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Para uma melhor análise dos fatores que motivam os anseios pela
produção e demanda de etanol, bem como dos instrumentos institucionais
e organizacionais que moldam o ambiente onde se concretizam as
operações, será analisado o cenário e atuação de alguns desses países
e, posteriormente, abordada a posição do Brasil nesse contexto.
5. Trata-se de pedaço de terra não cultivado, ou não utilizado para fins da agricultura por
determinado período de tempo.
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1.2.2. EUA
7. A primeira legislação contemplando a poluição do ar nos Estados Unidos da América (EUA) foi
o Air Pollution Control Act, de 1955 que, em 1970 foi substituído pelo Clear Air Act (1970 CAA).
Esse diploma legal sofreu duas importantes emendas, em 1977 e em 1990, com os respectivos
Clear Air Act Amendments de 1977 e 1990 (1977 CAAA e 1990 CAAA). As grandes novidades
incorporadas por este último foram o aumento substancial do poder de controle e monitoramento
das agências governamentais, em especial a EPA (Enviromental Protection Agency) com a
criação de programas de controle e prevenção da chuva ácida, limites para uso de recursos
não renováveis e outras medidas para combate à poluição por gases tóxicos. Mais informações
disponíveis no sítio daquela agência governamental na internet: <http://www.epa.gov>. Acesso
em: 7 nov.2009.
8. Para maiores informações, consultar o “The Green Book of Nonattainment Areas for Criteria
Pollutants”, disponível em: <http://www.epa.gov/air/oaqps/greenbk/>. Acesso em: 7 nov.
2009.
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9. Em 2003, por exemplo, o MTBE foi banido por força legal dos estados da Califórnia, Nova
York e Connecticut, gerando um aumento de demanda por etanol, para substituí-lo.
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 31
10. A agência ambiental norte-americana (EPA), ao aprovar o seu novo Renewable Fuel Standard
(RFS2), que cria uma enorme demanda de biocombustível nos EUA e dá preferência para
aqueles de baixo carbono, reconhece ser este o etanol feito a partir da cana. Disponível em:
<http://www.epa.gov/otaq/renewablefuels/index.htm>. Acesso em: 6 fev. 2010.
32 SUSTENTABILIDADE : O DESAFIO DOS BIOCOMBUSTIVEIS | VOL . 1
11. Para a Economia das Organizações, os direitos de propriedade são conceituados como sendo
as estruturas que determinam quem tem a autoridade dos direitos de decisão e descrevem
quem deve assimilar os custos e os benefícios decorrentes dessas decisões (LIBECAP,
2002, p. 140).
12. Neste texto, será usado o termo “usina” para se referir às “usinas com destilaria anexa” e
“destilarias”.
38 SUSTENTABILIDADE : O DESAFIO DOS BIOCOMBUSTIVEIS | VOL . 1
13. Na Tabela 4, o volume de vendas está sendo considerado o mesmo que o volume produzido
pelas usinas. Foi considerando que todo o etanol produzido pela Crystalsev é comercializado pela
SCA.
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14. Estrutura de mercado com alta concentração, mas com grande número de médias e pequenas
empresas.
42 SUSTENTABILIDADE : O DESAFIO DOS BIOCOMBUSTIVEIS | VOL . 1
1.3.5. Exportação
15. Instituições são o conjunto de regras que estruturam as relações humanas. De acordo com
North (1990), as instituições são as “regras do jogo”, ou seja, as regras que orientam a
interação entre as pessoas e, conseqüentemente, entre os agentes econômicos. As
instituições podem ser formais ou informais, sendo as primeiras aquelas impostas pelo
Estado, enquanto as segundas são fruto de outras convenções.
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17. O SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente) foi instituído pelo Art. 6º da lei nº 6.938,
de 31 de agosto de 1981 e constitui-se dos órgãos e entidades da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo
Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. No caso das
queimadas da cana-de-açúcar, como se entende que o impacto ambiental gerado pela
técnica é regional, os órgãos competentes para o licenciamento é o estadual. Em São Paulo,
a CETESB, em Minas Gerais, o IEF, no Paraná, o IAP, e assim sucessivamente.
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18. Assim entendida como “a área na qual está situada a lavoura de cana-de-açúcar, cuja
declividade seja inferior a doze por cento” (§ 1º do art. 16 do decreto2661/98).
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19. Assim, por exemplo, as leis municipais n° 4.518/07, de Mogi Mirim; nº 4.504/07, de Americana,
e n° 1.911/07, de Cedral. MogiMirim: Ação Direta de Inconstitucionalidade de Lei 1638150000;
Relator(a): Paulo Travain; Comarca: São Paulo; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do
julgamento: 28/01/2009; Data de registro: 10/04/2009, íntegra do acórdão disponível em:
<http://esaj.tj.sp.gov.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=3549228>; Americana: Ação Direta
de Inconstitucionalidade de Lei 1634140000; Relator(a): Oscarlino Moeller; Comarca: São
Paulo; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 04/02/2009, íntegra do acórdão
disponível em: <http://esaj.tj.sp.gov.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=3539500>; Cedral:
Ação Direta de Inconstitucionalidade de Lei 1634150400, Relator(a): José Reynaldo, Comarca:
São Paulo, Órgão julgador: Órgão Especial, Data do julgamento: 26/11/2008 (inteiro teor do
acórdão disponível em: <http://esaj.tj.sp.gov.br/cjsg/getArquivo .do?cdAcordao=3946854>).
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20. Na realidade não se trata aqui de uma certificação em sentido estrito, obtida de acordo com
parâmetros objetivos de padronização. O Estado de São Paulo simplesmente atesta que os
produtores participantes do Protocolo cumprem as normas por ele estabelecidas de maneira
amplamente divulgada, o que equivaleria a um “certificado de boas práticas ambientais”.
Evidentemente, um processo efetivo de certificação é bem mais amplo e complexo.
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Por último, e talvez o fator que tenha maior impacto nos custos
de produção e seja motivo recorrente de passivos trabalhistas para
as empresas, são as obrigações concernentes às instalações de
moradia e de descanso dos trabalhadores. Em primeiro lugar, porque
a exigência de instalação de refeitórios, banheiros, áreas de descanso,
etc., inclusive para as frentes de trabalho nas roças, muitas vezes se
torna impraticável ou excessivamente onerosa, além de absolutamente
alheia aos costumes dos tradicionalmente chamados de “bóias-frias”.
Em segundo lugar, porque é praticamente impossível a garantia
dessas condições pelos empregadores, sobretudo em relação à
moradia, quando os trabalhadores não habitam mais nas colônias
das fazendas, mas são normalmente migrantes, em residências
temporárias nas cidades, as chamadas “repúblicas”, constituídas pelos
próprios trabalhadores, sem participação e ingerência do empregador
(MORAES et al, 1999, p.31).
Vê-se, assim, que as alterações institucionais concernentes à
regulação dos contratos de trabalho rural, têm levado à mecanização e
a novos desafios principalmente no que diz respeito à necessidade de
treinamento e re-colocação da mão de obra canavieira.
22. Importante dizer que a mesma iniciativa que aconteceu em São Paulo se repetiu em outros
Estados da federação, como Minas Gerais e Goiás, por exemplo.
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23. O Conselho dos Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo -
CONSECANA -SP é uma associação sem ûns lucrativos, fundada pela União da Agroindústria
Canavieira do Estado de São Paulo (UNICA) e pela Organização de Plantadores de Cana da
Região Centro Sul do Brasil (ORPLANA), tendo como associadas demais entidades
representativas das Usinas Processadoras e dos Produtores de cana-de-açúcar aprovadas
pelas fundadoras. Essa entidade tem por objetivos: i. Zelar pelo relacionamento da cadeia
produtiva da agroindústria canavieira do Estado de São Paulo, conjugando esforços de todos
aqueles que desta participarem, desde o plantio da cana até a venda dos produtos finais,
objetivando a sua manutenção e prosperidade; ii. Zelar pelo aprimoramento do sistema de
avaliação da qualidade da cana-de-açúcar, efetuando estudos, desenvolvendo pesquisas e
promovendo a sistematização e constante atualização dos critérios tecnológicos de avaliação
desta qualidade; iii. Desenvolver e divulgar análises técnicas sobre a qualidade da cana e
sua aferição, bem como acerca da estrutura e evolução do mercado da agroindústria
canavieira, inclusive no que tange às condições de contratação e negociação no setor.
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25. Conforme descrito no capítulo 1, CCT é abreviação de corte, carregamento e transporte, que
constituem as operações de colheita e entrega da cana-de-açúcar na indústria mediante o
corte, manual ou mecanizado, carregamento em guinchos ou transbordo em máquinas
próprias para os caminhões-gaiola e, por fim, transporte até a “esteira” de recepção no
estabelecimento industrial.
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26. Enleirar: verbo habitualmente utilizado no meio rural para designar o ato de leirar/aleirar, ou
seja, amontoar a cana colhida, de modo a evitar a erosão do solo e facilitar o seu carregamento
pelos guinchos.
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27. As máquinas de transbordo são implementos agrícolas puxados por tratores, dotados de
caçambas basculantes, que acompanham as colheitadeiras, recolhendo a cana picada que
é extraída do canavial.
28. Bitucas são as ponteiras das canas que sobram nos canaviais após a colheita.
74 SUSTENTABILIDADE : O DESAFIO DOS BIOCOMBUSTIVEIS | VOL . 1
29. O caso mencionado foi relatado pelo empresário proprietário da Fazenda Favorita, P.T.C.,
que preferiu ter sua identidade preservada.
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31. Soqueiras: a sobra de raízes e bitucas de canas que ficam no solo após o corte/colheita e que
rebrotam espontaneamente possibilitando novos cortes em safras futuras.
32. A descrição do caso da Fazenda 5S foi elaborada a partir dos elementos constantes dos
autos judiciais da ação de rescisão contratual cumulada com pedido de indenização que corre
perante a 2ª vara cível da Comarca de Rio Verde (GO), processo número 2009.01.789.377.
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36. A pesquisa se concentrou na região Centro-Sul do Brasil, formada pelas regiões sul, sudeste
e centro-oeste. De acordo com dados da UNICA, a produção de etanol na citada região
correspondeu a 91,24% do etanol produzido no Brasil na safra 08/09. (ÚNICA, 2010).
37. Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) calcula e divulga um indicar
de preço para o hidratado e para o anidro. Este centro oferece dois indicadores por produto
para região do Estado de São Paulo: um semanal e outro mensal. Estes indicadores referem-
se à ponderação das consultas feitas nesta região sobre os preços referentes aos negócios
efetivamente concluídos entre usinas e distribuidoras, no mercado spot, neste momento.
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38. Além do diferencial logístico, a negociação depende do poder de barganha de cada agente.
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39. Sobre o princípio da boa-fé objetiva ensina Gomes que “Nos contratos há sempre interesses
opostos das partes contratantes, mas sua harmonização constitui o objetivo mesmo da
relação jurídica contratual. Assim, há uma imposição ética que domina toda a matéria
contratual, vedando o emprego da astucia e da deslealdade e impondo a observância da boa-
fé e lealdade, tanto na manifestação de vontade (criação do negócio jurídico) como,
principalmente, na interpretação e execução do contrato” (2009, p. 42).
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40. Segundo o CONSECANA, a cana é responsável por 62,1% do custo de produção do etanol
(CONSECANA, 2006)
41. No sentido de processado, fabricado.
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42. Tanto a Usina Monte Alegre como o Grupo Moema autorizaram a divulgação destas
informações.
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43. Pode ser mencionado o exemplo do Grupo Shell que estabeleceu princípios que devem
nortear os negócios celebrados pelas companhias que integram o grupo, tais como: respeito
a condições de trabalho dignas e seguras; busca por redução de impactos ambientais; e
colaboração com desenvolvimento das comunidades locais. Informação disponível em:
<http://www-static.shell.com/static/aboutshell/downloads/who_we_are/sgbps/sgbp_
portugal.pdf>. Acesso em: 05 jan. 2010.
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 93
44. Uma das usinas entrevistadas declarou que tinha contratos com uma distribuidora que não
fazia parte do SINDICOM. Devido ao poder de barganha entre esta usina, um grande grupo
industrial, e a distribuidora ainda emergente, o contrato era ESALQ positivo, ou seja, a usina
recebia um prêmio acima do indicador ESALQ para garantir o fornecimento a esta distribuidora.
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 97
45. Esta parte do trabalho se baseia em quatro entrevistas em profundidade conduzidas com
executivos do setor. Deve-se deixar claro que os nomes dos entrevistados e as empresas
a que pertencem não são revelados. A posição tomada de manter a confidencialidade dos
entrevistados foi a mais bem aceita e, na prática, a única forma de viabilizar a pesquisa.
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46. Deve-se entender o termo “venda spot”, usado pelos agentes do setor, para se referir a
vendas celebradas em contratos formais de curtíssimo prazo.
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 99
Cosmo Oil Co., Ltd., Kyokuto Petroleum Industries Ltd., Showa shell
Sekiyu k.k, Nippon Oil Corporation, Japan Energy Corporation.
Em 2008, a JBSL firmou um contrato de fornecimento de etanol
de, aproximadamente, três anos com a Copersucar no qual foi negociado
o embarque de duzentos milhões de litros por ano (ALTENERGY, 2008).
A organização está contratando a Lyondell para a coleta do etanol
brasileiro, a fim de que o mesmo seja levado para os EUA e transformado
em ETBE.
47. O biodiesel é produzido pela reação do óleo vegetal com um álcool de cadeia curta (metanol
ou etanol). Como regra geral, pode-se dizer que 100 kg de óleo reagem com 10 kg de álcool
gerando 100 kg de biodiesel e 10 kg de glicerina.
48. Valores obtidos com base nas emissões geradas por motores de veículos pesados, como
ônibus e caminhões, fabricados até 1997. Não foi possível generalizar os resultados com
precisão para os veículos leves. (U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENGY, 2002).
49. As emissões de poluentes podem diferir de acordo com a matéria prima utilizada para a
produção do biocombustível. (U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENGY, 2002).
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 105
Mercado do Biodiesel
50. Estados Membros da União Européia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca,
Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália,
Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República
Checa, Romênia e Suécia. (THE EUROPEAN UNION ON-LINE, 2009).
Estados Membros do European Biodiesel Board - organização sem fins lucrativos estabelecida
em 1997 para a promoção do uso do Biodiesel na União Européia e que agrupa os maiores
produtores europeus do biocombustível: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre,
Dinamarca, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia,
Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Checa, Reino Unido, Romênia e
Suécia. (EBB, 2009).
51. Tal classificação agregou as produções da Alemanha e da França juntamente com os demais
Estados Membros da União Européia. Alternativamente, o Brasil seria o quarto maior produtor,
atrás da Alemanha, dos Estados Unidos e da França. Ressalta-se ainda que a produção
brasileira de biodiesel é ligeiramente superior à argentina, valor o qual não apresenta diferenças
significativas nos percentuais de participação na produção total.
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 109
1.3.3. Argentina
2.3. Comercialização
petróleo. O objetivo inicial dos leilões foi gerar mercado, e desse modo
estimular a produção de biodiesel em quantidade suficiente para
possibilitar a mistura (BX) determinada por lei (ANP, 2009).
Salienta-se que somente a Petrobras56 e Refap compram o biodiesel
nos leilões. Depois elas fazem um releilão e vendem para as
distribuidoras que fazem a mistura diesel/biodiesel (blendagem). O
leilão constitui uma modalidade especial de licitação57, e a falta de
legislação específica remete à aplicação de regras pertinentes a outras
modalidades licitatórias. O leilão é uma modalidade licitatória destinado
a alienar bens pelo melhor preço. Os realizadores do leilão pode exigir
comprovação de que o interessado dispõe de condições econômicas e
de outras que entender necessárias para honrar suas propostas (JUSTEN
FILHO, 2010).
Os leilões são realizados para assegurar que todo o óleo diesel
comercializado no país contenha o porcentual de biodiesel determinado
em lei (ANP, 2009). Até o 11º leilão, apenas as empresas certificadas
com o Selo Combustível Social poderiam participar dos lances. Os leilões
subsequentes foram divididos em dois lotes, dos quais o primeiro
permaneceu exclusivo para os fornecedores certificados, enquanto o
segundo permite também a participação de empresas que não possuem
o Selo Social (ANP, 2008).
A manutenção dos leilões pela ANP e a prerrogativa concedida às
empresas detentoras do selo Combustível Social é mais uma forma de
fomentar a sustentabilidade, uma vez que os maiores valores pagos
pelo litro de biodiesel são no primeiro lote. As empresas que possui o
selo têm retornos positivos, por meio de redução tributária e preferência
e melhor preço pelo seu produto na venda deste (ANP, 2009).
de 2005, do referido ministério. Produtor de biodiesel: agente autorizado pela ANP a exercer
a atividade de produção de biodiesel em conformidade com a Resolução ANP n°. 41, de 24
de novembro de 2004, detentor de Registro Especial da Secretaria da Receita Federal, nos
termos da Instrução Normativa nº. 516, de 22 de fevereiro de 2005, e do Selo Combustível
Social instituído pelo Decreto nº. 5.297, de 6 de dezembro de 2004, na forma da Instrução
Normativa nº. 1, de 5 de julho de 2005, do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA
(ANP, 2005).
56. Petrobras Distribuidora foi criada no dia 12 de novembro de 1971, subsidiária da Petróleo
Brasileiro S.A. - Petrobras, que passou a atuar na comercialização e distribuição de derivados
do petróleo para todo o Brasil. Subordinada ao Ministério de Minas e Energia e classificando-
se entre as entidades de administração indireta do Governo Federal, a Petrobras Distribuidora
tem por objetivo, além da distribuição, do comércio e da industrialização de produtos de
petróleo e derivados, atividades de importação e exportação.
57. Licitação é o procedimento administrativo destinado a selecionar, segundo critérios objetivos
determinados, a proposta de contratação mais vantajosa para a Administração, assegurando-
se a ampla participação dos interessados e o seu tratamento isonômico, com observância de
todos os requisitos legais exigidos. (JUSTEN FILHO, 2010, p. 11).
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 129
2.7. Tributação
58. CIDE - Com base na Lei n. 10.336 de 19 de dezembro de 2001 regulamenta-se a partilha entre
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios sobre a Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus
derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível - Cide, e além de outras
providências. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/legisassunto/
cidecombustiveis.htm>. Acesso em: 05 Set. 2009.
59. PIS - Conforme a Lei Complementar n.7 de 7 de setembro de 1970 regula como contribuintes
do PIS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação
do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de serviços, empresas públicas e
sociedades de economia mista e suas subsidiárias, excluídas as microempresas e as
empresas de pequeno porte submetidas ao regime do Simples Federal (Lei 9.317/96) e, a
partir de 01.07.2007, do Simples Nacional. Disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/
tributos/pis.htm>. Acesso em: 05 Set. 2009.
60. COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, foi instituída pela Lei
Complementar n. 70 de 30 de dezembro de 1991 e dispõe como contribuintes as pessoas
jurídicas de direito privado em geral, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação
do Imposto de Renda, exceto as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas
ao regime do Simples Federal (Lei 9.317/96) e, a partir de 01.07.2007, do Simples Nacional
(LC 123/2007). Disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/tributos/cofins.html>.
Acesso em: 06 Set. 2009.
61. ICMS – Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação provem de regulamentação constitucional
prevista na Lei Complementar n. 87, de 13 de setembro de 1996, a chamada “Lei Kandir” e
alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000. Incidindo
sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados
à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o
imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. Disponível em: <http://
www.portaltributario.com.br/tributos/icms.html>. Acesso em: 07 Set. 2009.
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 131
62. A análise dos sistemas agroindustrial adotada nesse trabalho se inspira na metodologia
Pensa – Programa dos Estudos dos Sistemas Agroindustriais que parte de uma abordagem
sistêmica.
134 SUSTENTABILIDADE : O DESAFIO DOS BIOCOMBUSTIVEIS | VOL . 1
Agricultura Familiar
63. Unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada município, considerando os
seguintes fatores: a) tipo de exploração predominante no município; b) renda obtida com a
exploração predominante; c) outras explorações existentes no município que, embora não
predominantes, sejam significativas em função da renda ou da área utilizada; d) conceito de
propriedade familiar (BRASIL, 1979).
144 SUSTENTABILIDADE : O DESAFIO DOS BIOCOMBUSTIVEIS | VOL . 1
4.2. Esmagadoras
4.3. As usinas
64. A Petrobras adquire a mamona dos produtores apenas para atender a política de incentivo
aos produtores. Na época da pesquisa a mamona adquirida se encontrava estocada nos
armazéns da Petrobras.
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 149
Sustentabilidade e o PNPB:
A Percepção dos Produtores
65. A nomenclatura 1º e 2º grau está desatualizada, mas era a mais conhecida pelos agricultores.
Refere-se ao ensino fundamental e médio da nomenclatura atual.
158 SUSTENTABILIDADE : O DESAFIO DOS BIOCOMBUSTIVEIS | VOL . 1
66. São beneficiadas com o Programa Bolsa Família aquelas famílias com renda per capita de
R$ 70,01 até 140,00, e famílias extremamente pobres com renda per capita até R$ 70,00. A
contrapartida é que as famílias beneficiárias mantenham seus filhos e/ou dependentes
freqüentando a escola e vacinados (BOLSA FAMILIA, 2010).
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 159
• Diversificação da produção
67. “[...]§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:I - preservar
e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas;[...]III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade
dos atributos que justifiquem sua proteção;[...]VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na
forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade” (BRASIL, 1988).
68. Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e
demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso
d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: 1 - de 30
(trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2 - de 50
(cinquenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de
largura; 3 - de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200
(duzentos) metros de largura; 4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham
de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5 - de 500 (quinhentos) metros para
os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; b) ao redor das
lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que
intermitentes, e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica,
num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; d) no topo de morros, montes,
montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°,
equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou
estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de
ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; h)
em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação.
Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos
FLAVIA TRENTINI | M A R I A SYLV I A MACCHIONE SAES | ORGS . 167
perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações
urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos
diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo
(BRASIL, 1965).
69. A Lei n. 9.985/2000, em seu art. 1º, inciso III, recepcionou o conceito normativo de diversidade
biológica estabelecido pela Convenção sobre Diversidade Biológica, artigo 2º:”Diversidade
biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre
outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos
ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies,
entre espécies e de ecossistemas” (BRASIL, 2000).
168 SUSTENTABILIDADE : O DESAFIO DOS BIOCOMBUSTIVEIS | VOL . 1
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