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Sociedade Brasileira de

Ciência do Solo
Núcleo Regional Nordeste
BOLETIM INFORMATIVO
ISSN: ------------
Volume 1
Número 1
Janeiro/Junho de 2017

A CONSERVAÇÃO DO
SOLO NO NORDESTE
DO BRASIL
Caros Sócios,
___________________________________________
É com muita satisfação e alegria que apresen- dado foi a Conservação do Solo no Nordeste
BOLETIM INFORMATIVO - NRNE/SBCS tamos o primeiro número do Boletim Informati- brasileiro, cujo Editor Temático foi o Dr. André
Editor-chefe: Dr. Henrique Antunes de Souza – vo do Núcleo Regional Nordeste da Sociedade Amaral da Embrapa Solos (Recife). Na seção
Embrapa Meio Norte Brasileira de Ciência do Solo (NRNE/SBCS). dissertações e teses objetiva-se apresentar os
Co-editor: Júlio César Azevedo Nóbrega Acreditamos que esta publicação atenderá os trabalhos elaborados no período de janeiro a ju-
Editor temático: Dr. André Amaral - Embrapa So- anseios de todos que trabalham com a Ciên- nho de 2017 pelos PPGs em Ciência do Solo e
los – UEP Recife cia do Solo no Nordeste, ao procurar agregar outros que apresentam linhas de pesquisa com
Produção e Jornalismo: Direção NRNE em uma mesma publicação, não só assuntos, trabalhos defendidos nas diversas subáreas da
Revisão: eventos e notícias de fácil consulta, mas tam- Ciência do Solo e; por fim, na última seção são
Dra. Adriana Vital - UFCG bém por permitir maior interação e visualização listados os sócios do NRNE/SBCS.
Dra. Maria Eugênia Ortiz Escobar – UFC dos acontecimentos da nossa região para com É oportuno também destacar, conforme apre-
Dr. Luís de França da Silva Neto - Embrapa os pares de interesse, que somos nós, sócios sentado pelo Dr. Gonçalo Signorelli de Farias
Solos - UEP do Núcleo Regional Nordeste. (ex-Presidente da SBCS) em editorial do Boletim
Dr. Mário Andrade Lira Júnior – UFRPE O Boletim Informativo do NRNE/SBCS está Informativo da SBCS (v 37, n. 3) que: “Socieda-
Dra. Diana Signor - Embrapa Semiárido estruturado com as seguintes seções: notícias, des científicas existem para que seus membros
Projeto gráfico: Uanderson Lima homenagem, quem faz ciência do solo no Nor- tenham, antes de tudo, orgulho em nelas se
Diagramação e capa: Uanderson Lima deste, resgatando nossa história, artigos opina- abrigarem. É o que se conceitua modernamente
Foto da capa: João Carlos Medeiros tivos, dissertações e teses defendidas e sócios. como “pertencimento”: essa sensação intelec-
_________________________________________ Na seção notícias são apresentados fatos de in- tual prazerosa e sinérgica de pertencer a um
teresse relevantes à Ciência do Solo na região grupo.”. Assim, acreditamos que este Boletim
PARTICIPE DO BOLETIM INFORMATIVO e nacionalmente; na seção homenagem é rela- Informativo seja mais um passo para que este
Os artigos para o Boletim Informativo podem ser tada a trajetória profissional de um pesquisa- espírito de pertencimento seja cada vez maior
enviados para o NRNE/SBCS através do contato dor com atuação em Ciência do Solo na região entre aqueles que trabalham com a Ciência do
abaixo: Nordeste, neste número o homenageado é o Dr. Solo com o NRNE/SBCS.
Universidade Federal do Recôncavo da Paulo Klinger Tito Jacomine. Na seção quem Ainda, lembramos a todos os colegas que no
Bahia, Centro de Ciências Agrárias, faz Ciência do Solo no Nordeste é retratado um fim deste de ano, mais especificamente, de 27 a
Ambientais e Biológicas - Prédio de Solos, Programa de Pós-graduação (PPGs) em Ciên- 30 de novembro de 2017 teremos a IV Reunião
Rua Rui Barbosa, 710, Centro. cia do Solo, neste número é destacado o PPG Nordestina de Ciência do Solo, em Teresina-PI,
CEP: 44.380-000. Telefone: (75) 99269 5631. em Ciência do Solo da Universidade Federal do e temos a certeza que será um grande evento
E-mail da secretaria: contato@sbcs-nrne.org.br Ceará (Mestrado e Doutorado). A seção resga- organizado pelos colegas do Piauí, a exemplo
_____________________________________________ tando nossa história tem por objetivo destacar das três edições anteriores ocorridas em Areia,
um fato histórico ocorrido em uma instituição e, Ilhéus e Aracaju. Assim, nos vemos em Teresina
FICHA CATALOGRÁFICA ou de experimentações pioneiras que geraram e desejamos a todos uma boa leitura.
contribuições significativas para a Ciência do
Solo regional e nacional. Neste número teremos
Boletim informativo do Núcleo Regional Nordeste da o prazer de conhecer um pouco mais sobre o
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo - vol.1, n. 1 Imperial Instituto Bahiano de Agricultura, berço Júlio Cesar Azevedo Nóbrega
(jan./jun. 2017). – Cruz das Almas, BA: NRNE/SBCS. das Ciências Agrárias no Brasil. Para a seção (Diretor do NRNE/SBCS)
2017. v.: il. (algumas col.); 26 cm. Simestral. ISSN artigos opinativos são retratados pontos de vis-
(Em solicitação). 1. Solos - Periódicos. I. Núcleo ta de profissionais da região sobre o estado da Henrique Antunes de Souza
Regional Nordeste/Ciência do Solo. arte, histórico e perspectivas sobre determinado (Editor-Chefe do Boletim Informativo do NRNE/
tema, sendo que neste número o assunto abor- SBCS)
1. Assembleia Geral do NRNE/SBCS ......... 6
2. XXXVI Congresso Brasileiro de Ciência
do Solo .................................................................... 8
3. II Prêmio Nordesde de Ciência do Solo ........10
4. IV Reunião Nordestina de Ciência do Solo,
em Teresina .......................................................... 12
5. Colecionáveis NRNE - Solos do
Nordeste .......................................................... 13
Notícias

Notícias
N
o dia 02/08/2017 foi realiza- Solo“ modalidades dissertação e tese;
da durante o XXXVI Con- criação do curso Pedologia para Solos

Assembleia Geral do gresso Brasileiro de Ciência


do Solo em Belém do Pará, a IV Assem-
bleia Geral do NRNE, que entre outras
do Nordeste; realização da IV Reunião
Nordestina de Ciência do Solo e; criação
do CNPJ e independência financeira do

NRNE/SBCS no XXXVI determinações reconduziu, por unanim-


idade, a atual diretoria (Gestão 2015 –
2017) para o período 2017 – 2019. Para
NRNE. Segundo o diretor do NRNE, no
balanço das atividades dos últimos dois
anos, houve contribuições para con-

CBCS reconduz a atual a gestão 2017 – 2019 houve somente


alteração no cargo de Vice-Diretor que
na gestão 2015-2017 foi ocupado pela
strução de uma base sólida do NRNE,
destacando-se nesse período o grande
apoio de professores, pesquisadores,

diretoria para o biênio Dra. Walane Maria Pereira de Melo Ivo,


presidente da III Reunião Nordestina
de Ciência do Solo e passou na gestão
alunos, instituições públicas e privadas.
Para a gestão 2017 - 2019, a at-
ual diretoria promete manter o mesmo

2017 – 2019
2017-2019, a ser ocupado pelo Dr. Hen- ritmo de atividades, destacando-se a
rique Antunes de Souza, atual presiden- elaboração de uma base de captação
te da IV Reunião Nordestina de Ciência de recursos de forma a garantir as ativ-
do Solo. Demais membros da diretoria idades e independência financeira do
são: Dr. Valdomiro Severino de Souza NRNE. Neste sentido, destacamos a
Júnior (2º Vice-Diretor), Dra. Adriana realização de eventos locais em cada
Maria de Aguiar Accioly (Secretário Ger- instituição sob jurisdição do NRNE em
al), Dr. Bruno de Oliveira Dias (Tesourei- dias comemorativos a Ciência do Solo
ro). como o Dia da Conservação do Solo e
Durante a Assembleia Geral, que Dia Mundial do Solo; a publicação de liv-
teve como pontos de pauta balanço ros como o Manual de Adubação e Cal-
das atividades (09/2015 à 07/2017), agem para cada estado sob jurisdição
aprovação da ata da 3ª Assembleia do NRNE que ainda não tenha a publi-
Geral do NRNE em Aracaju, SE e bal- cação; a realização da IV Reunião Nor-
anço financeiro. Neste sentido foram destina de Ciência do Solo; a venda de
destacadas pelo professor Júlio Nóbre- produtos como camisas, adesivos, can-
ga as realizações da gestão anterior, tal ecas e chaveiros e; o estabelecimento
como a disponibilização da página do de parcerias com empresas públicas e
NRNE (http://www.sbcs-nrne.org.br/) e privadas, de forma a ampliar a força e
fanpage (https://www.facebook.com/DI- atuação do NRNE em temas relativos a
RETORIA SBCSNRNE/?pnref=story); Ciência do Solo no Nordeste do Brasil.
o apoio a eventos locais, regional e na- Para o biênio que termina
cional; apoio ao título de doutor honoris (04/09/2015 à 04/09/2017), a atual di-
causa ao Dr. Paulo Klinger pela UFRB; retoria do NRNE/SBCS agradece o
criação do Prêmio Nordeste de Ciência apoio dos professores, pesquisadores,
do Solo; realização da III Reunião Nor- alunos, empresas públicas e privadas,
Assembléia Geral do NRNE ocor- destina de Ciência do Solo em Aracaju, nas atividades realizadas durante o
rida em Belém do Pará durante SE; a criação do Boletim Informativo do período e, esperamos também continu-
o XXXVI Congresso Brasileiro de NRNE/SBCS e; criação de materiais ar contando com o mesmo apoio para a
Ciência do Solo. Crédito: Lavine de divulgação como camisas, canecas, gestão 2017-2019 de forma a ampliar a
Silva Matos
adesivos e outros. Destacou também relevância do NRNE na área de Ciência
outras atividades ainda em implantação do Solo, a nível regional e nacional.
como a criação do prêmio Nordeste
“Destaque Acadêmico em Ciência do

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Notícias

Notícias
toda vida profissional, à Ciência do Solo
e à agricultura gaúcha e brasileira; prêmio
“Pesquisador Sênior” pelo International
Plant Nutrition Institute (IPNI) ao pesqui-
sador da Embrapa Cerrados Djalma Mar-
tinhão Gomes de Sousa e; Jovem Pesqui-
sador, pelo mesmo instituto ao estudante
de Agronomia da Universidade Federal de
São João del Rei Guilherme Moura Ferrei-
ra Júlio, com o trabalho intitulado “Genóti-
pos, doses e fontes de nitrogênio na seve-
ridade do enfezamento do milho”.
O Núcleo Regional Nordeste para-
beniza a Sociedade Brasileira de Ciência
do Solo, Universidade Federal Rural da
Amazônia, na pessoa do professor Dr. An-
tonio Rodrigues Fernandes, presidente do
CBCS, a Embrapa, o Instituto Federal do
Pará, Abrapalma, Universidade Federal
do Pará e Museu Paraense Emílio Goel-
di pela promoção, organização e apoio
ao CBCS. Agradece também a calorosa
hospitalidade da cidade de Belém e do

XXXVI CONGRESSO povo paranaense com sua bela cultura,


que em muito contribuiu para abrilhantar

BRASILEIRO DE na memória de todos os participantes do


evento momentos inesquecíveis.

CIÊNCIA DO SOLO
Para mais informações sobre o
evento acesse: http://cbcs2017.com.br/

E
ntre 30 de julho e 5 de agos- A exemplo de outros CBCS, o even- Momentos do XXXVI Conges-
to de 2017, em Belém (PA) foi to contou com intensa programação, in- so Brasileiro de Ciência do Solo
realizado o XXXVI Congres- cluindo as conferências, palestras, de- ocorrido em Belém do Pará, en-
so Brasileiro de Ciência do Solo (CBCS). bates, excursões técnicas e apresentação tre 30 de julho e 05 de agosto de
2017. Crédito: site da SBCS e
Com o tema central “Amazônia e seus de trabalhos científicos (1.652 trabalhos)
Júlio César A. Nóbrega
solos: peculiaridades e potencialidade“ o apresentados em forma de e-pôsteres
evento reuniu mais de 1.200 participantes em totens digitais e apresentações orais.
entre estudantes de graduação, pós-grad- Destaca-se também durante o evento a
uação, pesquisadores, professores e pro- entrega de prêmios e condecorações:
dutores rurais, apesar da distância que Prêmio Antônio Carlos Moniz de Ciência
separa a cidade de Belém das regiões do Solo pela SBCS ao professor Dr. João
onde há maior número de estudantes e Mielniczuk, em reconhecimento à sua
pesquisadores. ampla e relevante contribuição, durante

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Notícias

Notícias
este de Ciência do Solo o agraciado foi o sidade Federal da Paraíba, diretor do In-
Dr. Ignacio Hernán Salcedo, em votação stituto Nacional do Semiárido (INSA) e; de
direta realizada pelos membros do NRNE sua enorme contribuição na orientação de
entre os dias 23 e 26 de agosto de 2016 e estudantes de graduação e de pós-grad-
entrega da premiação no dia 12/09/2016 uação, o qual, contribuiu para publicação
no Auditório da Universidade Tiradentes de mais de 75 trabalhos de pesquisas com
em Aracaju, durante a III RNCS em Araca- foco, principalmente, na região semiárida
ju, SE. Na cerimônia de entrega do prêmio, do Nordeste do Brasil.
que ocorreu no dia 12/09/2016 no Auditório Momento ímpar durante a entrega
da Universidade Tiradentes em Araca- do prêmio foi quando a professora Vânia
ju, SE, sob forte emoção entre o público Fraga solicitou entre o público presente
presente, Dra. Vânia Fraga professora da que, somente os ex-orientados do profes-
Universidade Federal da Paraíba, Centro sor Salcedo falassem uma palavra que
de Ciências Agrárias em Areia, PB foi con- o definisse como pessoa ou profissional.
vidada para fazer uma breve apresentação Entre as palavras citadas destacaram-se:
e relato da trajetória acadêmica do hom- sabedoria, rigor acadêmico, trabalho, ami-
enageado. Neste momento, destacou a go e ética dentre outras, palavras que emo-
formação acadêmica do homenageado cionaram tanto parte do público presente,
em Agronomia pela Universidade de Bue- quanto o homenageado. Já o professor

II PRÊMIO NORDESTE
nos Aires (1970), mestrado em Ciência do Salcedo, além de agradecer a todos que
Solo pela Michigan State University (1973) indicaram seu nome, a família e seus di-
e doutorado em Ciência do Solo pela Mich- versos ex-alunos, teve a honra de dividir a

DE CIÊNCIA DO SOLO igan State University (1976). Destacou-se


também as atividades de professor até o
nível de titular no Departamento de Ener-
premiação com os diversos outros colegas
que atuaram e, ou atual nas atividades de
ensino e pesquisa na região Nordeste,

D
gia Nuclear da Universidade Federal de muitos dos quais, também merecedores
urante a realização da IV Re- Pernambuco, professor visitante Sênior da homenagem.
união Nordestina de Ciência no Centro de Ciências Agrárias da Univer-
do Solo (RNCS), que será real-
izada em Teresina, PI entre os dias 27 a 30
de novembro de 2017, será concedido o II
Prêmio Nordeste de Ciência do Solo, cuja
escolha do agraciado será por votação, em
processo a ser conduzido pelo Núcleo Re-
gional Nordeste (NRNE). A premiação foi Fotos: Medalha Prêmio Nord-
instituída a partir da III RNCS pelo NRNE este de Ciência do Solo, Dr. Ig-
visando homenagear um pesquisador (a)/ nacio Hernán Salcedo e entrega
docente ou instituição que tenha se dest- do prêmio durante a III Reunião
Nordestina de Ciência do Solo
acado com sua história de vida ao avanço em Aracaju, SE. Crédito: Júlio
do conhecimento nas atividades de ensi- César A. Nóbrega; Bruno de
no, pesquisa e, ou extensão a Ciência do Oliveira Dias e Walane M. P. de
Solo na Região Nordeste, a exemplo do Mello Ivo
que fazem a Sociedade Brasileira de Ciên-
cia do Solo (SBCS) com o Prêmio Antônio
Carlos Moniz e a Sociedad Latinoamerica-
na de la Ciencia del Suelo (SLACS), com o
Prêmio Latinoamericano de la Ciencia del
Suelo.
Na primeira edição do Prêmio Nord-

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Notícias
RNCS, geograficamente é a única capital Janeiro; ainda a rodoviária opera vários
do Nordeste que está no interior, cujo Es- trechos e ligação com várias cidades e
tado, Piauí, apresenta em seu PIB grande capitais do Nordeste.
participação da agropecuária. O Piauí Acreditamos que a IV RNCS será um
tem como biomas o Cerrado, a Caatinga, evento de grande impacto técnico-científ-
a Mata de Cocais e as regiões ecótones ico e de inovação, oportunizando para o
destes, todos presentes no Nordeste bra- público nordestino uma reunião de alto
sileiro. Teresina é uma cidade calorosa e nível com os grandes especialistas nos
hospitaleira, que apresenta como pontos temas abordados. A programação do
turísticos a ponte estaiada, o encontro evento, valores de inscrições, prazos para
dos rios, o pólo cerâmico além de ofertar envio de trabalhos, palestrantes, minicur-
variada gastronomia, com vários bares e sos, excursão pedológica e outras infor-
restaurantes que agradará a todos os pal- mações relativas ao evento podem ser
adares. Ainda é oportuno lembrar e convi- verificadas no site: https://www.embrapa.
dar aos visitantes a degustarem a cajuína br/meio-norte/rncs. Outras informações e
que é uma bebida típica do Piauí. A cidade necessidade de dirimir alguma dúvida, os
também apresenta vasta rede hoteleira, contatos podem ser feitos por: Telefone –
aeroporto com operação de várias em- (86) 3198.0510 ou (86) 3198.0585 ou por
presas aéreas e vôos partindo e saindo e-mail: contato4rncs@gmail.com.
de Recife, São Luis, Fortaleza, Parnaíba, Participem!
Brasília, Campinas, São Paulo e Rio de Esperamos vê-los em Teresina!

Colecionáveis NRNE - Solos do


IV Reunião Nordestina de Nordeste. Garanta o seu!
V
isando atender uma demanda para o atendimento de despesas gera-

Ciência do Solo, em Teresina antiga do NRNE/SBCS sobre


a necessidade de termos ma-
teriais que ajudem na divulgação de nos-
das, principalmente, na manutenção
do site e Boletim Informativo. A seguir
são apresentados os modelos de ca-

A
sa marca, demonstre nossa temática de misa e canecas que estarão à venda
Reunião Nordestina de Ciên- al Nordeste da Sociedade Brasileira de
trabalho e declarações de amor à Ciência durante a IV RNCS.
cia do Solo (RNCS) iniciou Ciência do Solo. Concomitantemente a IV
suas edições em 2013, com a RNCS, acontecerá também, o I Simpósio do Solo, o NRNE comunica que durante
primeira reunião realizada em Areia-PB. Piauiense de Ciência do Solo. a IV RNCS em Teresina, Piauí haverá
O evento caracterizou-se também pelo O evento acontecerá durante quatro um espaço para venda de materiais na
pioneirismo do Núcleo Regional Nordeste dias, com discussão, debates e conferên- forma de camisas, adesivos, chaveiros e
(NRNE), já que foi o primeiro dentre os nú- cias sobre a ciência do solo no Nordeste canecas, dentre outros. Todo o trabalho
cleos da Sociedade Brasileira de Ciência e nas problemáticas dos principais biomas de arte foi realizado voluntariamente pela
do Solo a organizar seu evento regional. A da região. A programação prevê conferên- discente Flávia de Jesus Nunes do Pro-
segunda edição foi realizada em 2014 em cia, palestras, mesas redondas e minicur- grama de Pós-graduação em Solos e
Ilhéus-BA, a terceira em 2016 em Araca- sos. Ainda haverá a apresentação de tra-
Qualidade de Ecossistemas da Univer-
ju-SE, e a quarta edição será realizada em balhos científicos na forma oral e pôsteres,
Teresina-PI em 2017. com resultados de pesquisa atuais e ino- sidade Federal do Recôncavo da Bahia,
A IV RNCS, que terá como tema cen- vadores de todas as subcomissões cientí- a qual a diretoria do NRNE parabeniza e
tral “Uso sustentável do solo e segurança ficas ligadas à ciência do solo. Está pre- agradece pela qualidade e beleza do tra-
alimentar no Nordeste brasileiro” está sen- vista também uma excursão pedológica, balho.
do organizada pela Embrapa Meio-Norte, cujo trajeto será de Teresina até Regener- Destaca-se também que a venda
Universidade Federal do Piauí, Universi- ação. Na quarta edição da RNCS haverá desses materiais ajudará o NRNE/SBCS Modelo de camisa com a arte do NRNE/
dade Estadual do Piauí e o Instituto Fed- premiações para os trabalhos apresenta- na captação de recursos, necessários SBCS. Crédito: Flávia de Jesus Nunes
eral de Educação, Ciência e Tecnologia do dos.
Piauí, com promoção do Núcleo Region- A cidade de Teresina, sede da IV
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Homenagem

Homenagem
No centro da foto, Doutor Honoris
Causa Paulo Klinger Tito Jacomine,
ladeado pelo reitor e vice-reitora
da UFRB. Completam o grupo, da
esquerda para a direita: os autores
deste texto; o diretor do Centro de
Ciências Agrárias, Ambientais e Bi-
ológicas; e o diretor do NRNE da
Sociedade Brasileira de Ciência do
Solo.

de solos em condições tropicais (França);


fertilidade dos solos; fitogeografia e eco-
logia; administração de pesquisa (EUA);
e aplicações de dados de sensoriamento
remoto no levantamento de recursos nat-
urais.

P
De janeiro de 1958 a setembro de 1975,

O pedólogo brasileiro
aulo Klinger Tito Jacomine, filho de atuou como Pesquisador em Agricultu-
Sinibaldo Perlingeiro Jacomine e Es- ra do Ministério da Agricultura, Pecuária
meraldina Pereira Tito, nasceu em São e Abastecimento, vinculado à Comissão
Fidélis, Rio de Janeiro, em 12 de outubro de de Solos do Centro Nacional de Ensino e
1932 – coincidentemente, data (dia e mês) Pesquisa Agronômica (CNEPA), à Divisão

Paulo Klinger
comemorativa do Engenheiro Agrônomo. de Pedologia e Fertilidade do Solo e à Di-
É casado com D. Célia Maria Lins e Mello visão de Pesquisa Pedológica. Em outubro
Jacomine e têm dois filhos: Rogério Lins e de 1975, foi contratado pela Empresa Bra-
Mello Jacomine e Ricardo Lins e Mello Ja- sileira de Pesquisa Agropecuária, suces-
comine. Reside no Bairro Candeias, em Ja- sora dos órgãos anteriores acima citados,

Tito Jacomine
boatão dos Guararapes, Pernambuco. vinculando-se então ao Serviço Nacional
Graduou-se em Agronomia pela Escola Na- de Levantamento e Conservação de Solos
cional de Agronomia (ENA), atual Universi- e depois, por sucessão, ao Centro Nacion-
dade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFR- al de Pesquisa de Solos, até dezembro de
RJ) em 1957. Em seguida, participou de 1991. Nesse período, foi responsável por
Luciano da Silva Souza¹ estágios e de vários cursos de especialização vários projetos de pesquisa, sempre enfo-
Joelito de Oliveira Rezende² e aperfeiçoamento, no Brasil e no exterior, cando a área de Pedologia.
nas áreas de conhecimento sobre máquinas Ingressou na Universidade Federal Rural
_________________________________________
agrícolas; agrostologia; correlação e classi- de Pernambuco (UFRPE) em fevereiro
¹ Professor Adjunto da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). ficação de solos; morfologia, classificação de 1974, como Professor Livre Docente
E-mail: lsouzaufrb@gmail.com; e cartografia de solos; pedologia geral; fo- da área de Ciência do Solo, defendendo
² Professor Titular Emérito da UFRB. E-mail: joelitorezende@gmail.com tointerpretação aplicada aos levantamentos a tese intitulada Fragipans em solos de
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Homenagem

tabuleiros: características, gênese e impli- o Desenvolvimento Internacional (US-

Quem Faz
cações no uso agrícola. AID), elaboraram um mapa esquemático
De janeiro de 1958 a setembro de 1975, de solos (Escala 1:5.000.000) das regiões
atuou como Pesquisador em Agricultu- Norte, Meio-Norte e Centro-Oeste do Bra-

O Programa de
ra do Ministério da Agricultura, Pecuária sil. Este mapa esquemático visou localizar
e Abastecimento, vinculado à Comissão e indicar zonas mais promissoras para
de Solos do Centro Nacional de Ensino e ocupação agrícola permanente, resultan-
Pesquisa Agronômica (CNEPA), à Divisão
de Pedologia e Fertilidade do Solo e à Di-
visão de Pesquisa Pedológica. Em outubro
do portanto em significativo impacto para
o País. Os resultados desses estudos so-
mente foram publicados em 1975. Esse
Pós-Graduação em
de 1975, foi contratado pela Empresa Bra-
sileira de Pesquisa Agropecuária, suces-
mapa esquemático pode ser considerado
a célula-mãe do Mapa de Solos do Brasil. Ciência do Solo da
sora dos órgãos anteriores acima citados,
vinculando-se então ao Serviço Nacional
de Levantamento e Conservação de Solos
A partir daí ele não mais parou, transferin-
do-se depois para o Nordeste, onde fixou
residência, assumindo de corpo e alma
Universidade Federal do
e depois, por sucessão, ao Centro Nacion-
al de Pesquisa de Solos, até dezembro de
1991. Nesse período, foi responsável por
essa nova regionalidade.
Os mapas de solos dos Estados do Brasil
e os respectivos textos explicativos repre-
Ceará
vários projetos de pesquisa, sempre enfo- sentam a base de informações que tem
cando a área de Pedologia. contribuído para o avanço da ciência do Mirian Cristina Gomes Costa,
De janeiro de 1966 a setembro de 1975, solo no Brasil, e são provenientes dos le-
de janeiro de 1994 a janeiro de 1996, de vantamentos de solos. Klinger é um dos Jaedson Cláudio Anunciato Mota,
janeiro de 1998 a dezembro de 2001 e de pedólogos que mais tem contribuído com Raimundo Nonato de Assis Júnior,
setembro de 2000 a setembro de 2002, tais informações, sendo autor e/ou coautor Ricardo Espíndola Romero
atuou na docência de cursos de gradu- de mais de 70 documentos oriundos de le-
ação em Agronomia e de pós-graduação vantamentos de solos realizados principal- _________________________________________
em Agronomia (Ciências do Solo), como mente na Região Nordeste, mas também Universidade Federal do Ceará.
professor da UFRPE e como Bolsista do em outras Regiões do Brasil. E-mail: mirian.costa@ufc.br; jaedson.mota@ufc.br; assisjr@ufc.br; reromero@ufc.br
Conselho Nacional de Desenvolvimento Incontestavelmente, é vastíssimo e riquís-
Científico e Tecnológico (CNPq). simo o legado científico de Paulo Klinger
Prestou consultorias ao CNPq na aval- para a ciência do solo mundial. Por tudo
iação de projetos na área de Recursos o que fez e continua fazendo mesmo aos
Edáficos do Plano de Desenvolvimento 85 anos de idade em prol da ciência do
Científico e Tecnológico do Nordeste, nos solo no Brasil – foi merecidamente agra- Histórico do Programa de Pós-graduação lação dos mestrandos em no máximo 24 meses,
anos de 1986 a 1989, em Recife (PE), ciado com o Prêmio Antônio Carlos Moniz em Ciência do Solo (PPGCS) pesquisa própria e orientação de discentes de
Petrolina (PE), Campina Grande (PB) e da Sociedade Brasileira de Ciência do pós-graduação e de graduação, incentivo à pub-

O
Fortaleza (CE); à Companhia Vale do Rio Solo (SBCS), em 2009. A outorga máxi- Programa de Pós-graduação em licação de artigos científicos, estímulo à partici-
Doce (1988), referente à avaliação crítica ma é destinada a premiar cientistas que Ciência do Solo teve origem em pação de docentes e discentes (pós-graduação
do projeto de estudos de solos ao longo da se destacaram no Brasil ao longo da sua 1976, quando foi criado o mestrado e graduação) em trabalhos apresentados em
Estrada de Ferro Carajás, atuando no Rio vida científica e profissional, contribuin- em Agronomia – área de concentração em Solos eventos científicos relevantes, ampliação do rel-
de Janeiro (RJ); à Fundação Cândido Ron- do extraordinariamente para o avanço da e Nutrição de Plantas. A referida pós-graduação acionamento com organizações governamentais
don (1989), envolvendo a classificação e ciência ou da tecnologia na ciência do solo teve a finalidade de proporcionar aos estudantes (notadamente a Embrapa), não governamentais
correlação de solos na área de Aripuanã brasileira. formação científica ampla, atualizada e aprofun- e com a iniciativa privada (com reflexos na mel-
(MT); e à SEPLAN/PNUD/PRODEAGRO A concessão do Título de Doutor Honoris dada, desenvolvendo a capacidade de pesquisa horia da infra-estrutura de laboratórios), além da
(1995), na área de pedologia, em Cuiabá Causaa Paulo Tito Klinger Jacomine pelo e o poder criador. busca na expansão das relações de cooperação
(MT). Conselho Universitário da Universidade Desde a criação do Programa a Coorde- acadêmica com a ESALQ/USP, UFV e UFRRJ,
Mesmo com as limitações técnicas e Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), nação passou a analisar criteriosamente os re- usando-se recursos do Programa (Proap) ou com
logísticas da época, Klinger participou do em 8 de junho de 2016, é mais um recon- sultados das avaliações da CAPES, procurando apoio de projetos institucionais aprovados por
esforço dos ainda poucos pedólogos bra- hecimento da sociedade brasileira como tomar as medidas necessárias para aprimorar o professores (Procad/Capes, Casadinho/CNPq e
sileiros que na década de 1960, com o um todo, a tudo o que ele realizou em prol curso de Mestrado. Dentre as medidas dos últi- Programa Geral de Cooperação Internacional/
apoio da Agência Norte-Americana para da ciência do solo no Brasil e no Mundo. mos anos, mereceram destaque: tempo de titu- Capes).
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No final dos anos 1990 e início dos anos sas para os estudantes do Programa, participan-

Quem Faz
Quem Faz

2000, ocorreram problemas de reposição in- do de editais para as coordenações e voltados


completa de servidores e professores apo- diretamente para os professores orientadores.
sentados. No entanto, a pós-graduação con- Além disso, o curso de Mestrado se consolidou
seguiu incrementar o número de docentes, em em função de cooperações interinstitucionais e
função de concurso para professor adjunto e do de projetos aprovados com financiamento.
envolvimento de bolsistas de Desenvolvimen- No cenário até então descrito, no ano de
to Científico Regional (DCR) e do Programa 2011 foi criado o curso de Doutorado por meio de
Nacional de Pós-Doutorado (PNPD). Posteri- projeto em que foi proposta a mudança de nome
ormente, ainda na perspectiva de ampliar as do Programa de Agronomia - Solos e Nutrição
atividades do curso de Mestrado, procurou-se de Plantas para Programa de Pós-graduação
a participação de recém-doutores vinculados em Ciência do Solo (PPGCS). Essa mudança
ao Departamento de Ciências do Solo, e a par- de nome teve o objetivo de melhor representar
ceria de novos professores/pesquisadores de o Programa cujas pesquisas não têm apenas
outros departamentos do Centro de Ciências o viés agronômico, mas também ambiental. A
Agrárias e do Centro de Ciências da UFC para criação do Doutorado na área de solos era uma
que fosse ampliado o quadro de Docentes Per- demanda não só para o estado do Ceará, mas
manentes e Colaboradores. também da região Nordeste. Além da mudança
Paralelamente à ação de ampliação do de nome do Programa, o projeto para criação do
número de docentes, também se ampliou a curso de Doutorado também envolveu a criação
quantidade de discentes ingressantes no cur- de três novas Áreas de Concentração em sub-
so de Mestrado, de modo que passaram a ser stituição à Área de Concentração “Solos e Nu-
feitas duas seleções anuais. Adicionalmente, trição de Plantas”. A efetivação da mudança de Figura 1. Aula prática da pós-graduação para caracterização do perfil de solo. Fotos: Ricardo Espíndola Romero.
medidas foram tomadas para facilitar a partic- nome do Programa ocorreu no primeiro semestre
ipação (no processo seletivo) de profissionais de 2016 e as três novas Áreas de Concentração
de outros Estados. A ampliação no número de passaram a compor o Programa, subdividindo-se
discentes foi realizada de forma prudente e em: 1) Manejo do Solo e da Água; 2) Pedologia; adas três Linhas de Pesquisa, havendo uma re- novas vagas para pós-graduandos. A Coorde-
sustentável, pois a Coordenação e os profes- 3) Química, Fertilidade e Biologia do Solo. formulação ao final do quadriênio 2013-2016 que nação tem oferecido vagas para a modalidade de
sores buscaram incrementar o número de bol- Para cada Área de Concentração foram cri- resultou na configuração apresentada na Tabela Mestrado e Doutorado sem bolsa, visando abrir
1. oportunidades para candidatos com vínculo em-
pregatício e que têm a possibilidade de liberação
Conjuntura atual do PPGCS por parte de suas instituições para realizar a
Tabela 1. Áreas de Concentração e Linhas de pesquisa do Programa de Pós-graduação No período de 1976 a 2017 foram matric- pós-graduação mantendo os seus vencimentos.
em Ciência do Solo a partir do quadriênio 2013-2016. ulados no Programa 425 mestrandos e foram A criação do curso de Doutorado foi um
defendidas 308 dissertações. Em relação aos marco decisivo para possibilitar a consolidação
doutorandos, de 2011 a 2017 foram matriculados do PPGCS, pois incentivou a aprovação de obras
Áreas de Concentração Linhas de Pesquisa 53 pós-graduandos e, até os dias atuais, foram para reforma e melhoria da infraestrutura do De-
defendidas 15 teses. partamento de Ciências do Solo. O curso de Dou-
Manejo do Solo e da Água - Manejo Sustentável do Solo e da Iniciativas têm sido tomadas pela Coorde- torado também tem possibilitado ações de inter-
Água e Matéria Orgânica do Solo nação do PPGCS para garantir o ingresso seme- nacionalização, de modo que os pós-graduandos
- Salinidade do Solo e da Água stral de doutorandos e mestrandos. Dentre essas estão sendo estimulados a utilizar as cotas de
iniciativas são destacados os esforços para ob- doutorado sanduíche do Programa, bem como
tenção de cotas de bolsa de agências de fomen- as bolsas de projetos de cooperação. Entretanto,
Pedologia - Gênese e Classificação do Solo e to como a Fundação Cearense de Apoio ao De- a redução no número de bolsas para doutorado
Geoinstrumentação senvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), sanduíche iniciada no ano de 2015 refletiu neg-
bem como de bolsas vinculadas a projetos sub- ativamente no potencial do PPGCS em enviar
Química, Fertilidade e Biologia do Solo - Química, Fertilidade e Poluição do metidos por equipes de docentes do Programa. pós-graduandos para outros países. Por outro
Solo É importante destacar que a redução no lado, ainda no sentido da internacionalização, é
- Biologia do Solo, Adubação e Nu- número de bolsas ocorrida a partir de 2015, importante destacar que o PPG abriu vagas, com
trição de Plantas tanto da fundação estadual (Funcap) quanto da bolsas do Programa, para a seleção no âmbito
CAPES, reduziu o potencial do PPGCS em abrir do Programa da Organização dos Estados Amer-

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Perspectivas

Quem Faz
Quem Faz

Ao avaliar a formação de pessoal


em nível de Mestrado, os egressos do A Coordenação atual do PPGCS con-
Programa, originários do Ceará e de out- tinua com a análise criteriosa dos relatóri-
ros Estados da Federação, estão atual- os das avaliações da CAPES, buscando
mente vinculados a diversas instituições: fortalecer os aspectos considerados pos-
centros de pesquisa da Empresa Brasilei- itivos e sanar os negativos. A Coorde-
ra de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), nação também tem procurado aproveitar
empresas estaduais de pesquisa, Insti- as oportunidades para obtenção de novas
tuto Nacional de Colonização e Refor- bolsas, bem como prospectar editais para
ma Agrária (Incra), Instituto Brasileiro do que os professores obtenham recursos fi-
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais nanceiros que permitam dar continuidade
Renováveis (Ibama), empresas estadu- aos trabalhos de pesquisa.
ais de extensão, secretarias de agricul- A melhoria de infraestrutura a ser
tura, ciência e tecnologia e de meio am- obtida através da reforma e ampliação
biente, entidades privadas, organizações do Departamento de Ciências do Solo da
não governamentais (ONGs), institutos de UFC deverá permitir que as atividades rel-
ensino superior, escolas técnicas e uni- ativas ao PPGCS (tais como aulas e uso
versidades. Aproximadamente 40% dos de laboratórios) sejam realizadas de modo
egressos do curso de Doutorado foram mais adequado, culminando em maior ex-
aprovados em concursos realizados para celência no aprendizado e nos resultados
o preenchimento de vagas para profes- das pesquisas.
sores em Institutos Federais e Estaduais Nesse cenário, as expectativas são
Figura 2, 3 e 4. Embaixo, Entrada principal do Departamento de Ciências do Solo (DCS), sede do Programa de Pós-graduação em que foram criados na região Nordeste nos de consolidação do curso de Doutora-
Ciência do Solo (PPGCS) da Universidade Federal do Ceará. (Foto: Mirian Cristina Gomes Costa(. Em cima, Realização de análises
laboratoriais por pós-graduandos do programa. Foto: (Deyse de Sousa Maia). E na página ao lado, Uso de tensiômetros em experi- últimos quatro anos. Cerca de 27% dos do e de avaliação positiva do Programa
mento para o balanço de água no solo para a cultura do meloei)o. (Foto: Jaedson Cláudio Anunciato Mota). titulados já atuavam profissionalmente de Pós-graduação pela CAPES. Vislum-
em Institutos Federais e Estaduais, bem bra-se que o Programa de Pós-graduação
como na Secretaria de Educação do Es- em Ciência do Solo da Universidade Fed-
icanos (OEA), recebendo mestrandos tado do Ceará. Destaque também é dado eral do Ceará seja referência na região
provenientes de países da América Latina. à aprovação de egresso do Doutorado em Nordeste, atraindo jovens talentos e for-
Outro aspecto que faz com que concurso para a Superintendência Estad- mando recursos humanos que venham a
a criação do curso de Doutorado seja ual do Meio Ambiente do Ceará. atuar na resolução de problemas e no de-
considerada positiva, é o fato de que os senvolvimento tecnológico da região.
pós-graduandos, sejam eles egressos do
próprio Programa ou de outros programas
de pós-graduação, têm a oportunidade de
trabalhar na elaboração dos artigos rela-
cionados às suas dissertações de mestra-
do, o que reflete positivamente na pro-
dução científica.
Um ponto que também merece
destaque é a atuação profissional dos
egressos do PPGCS. O Programa al-
cançou excelente reputação entre as di-
versas instituições de ensino, pesquisa e
extensão, por meio da qualificação dos
profissionais que atuam nessas institu-
ições. Essa reputação tem sido reconheci-
da como uma significativa contribuição do
Programa para a melhoria do desempen-
ho dessas instituições.

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História
História

florestais. Sua criação foi a única iniciativa da a tomar medidas de incentivo e racionalização da
Coroa Portuguesa em benefício das ciências agricultura, com base nas experiências exitosa
agronômicas, até 1859, quando o Brasil, já sob das estações experimentais que impulsionavam a
uma nova ordem política, instaurada em 1822 agricultura de nações como a França, Alemanha
ORIGEM DO TRINÔMIO com a separação de Portugal, viu surgir os Im-
periais Institutos de Ensino e Pesquisa Agrícola,
e Áustria.
Inspirado nesses exemplos, o Imperador
por decretos do Imperador Pedro II. Pedro II criou, em 1º de novembro de 1859, o
ENSINO–PESQUISA–EXTENSÃO No Brasil de 1850, a economia em nada
diferia da situação prevalecente no regime colo-
Imperial Instituto Bahiano de Agricultura (IIBA) e,
pouco depois, em 1860, os Imperiais Institutos

EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS nial, embasada que estava na força de trabalho


escravo, enquanto no jogo político da com-
posição de alianças regionais predominavam os
das Províncias do Rio de Janeiro, Pernambuco,
Sergipe e Rio Grande do Sul. Os Imperiais Insti-
tutos de Sergipe, Pernambuco e Bahia são cria-
NO NORDESTE DO BRASIL E interesses dos senhores de engenho, no Nord-
este, e dos aristocratas do café, no Centro-Sul
dos durante a viagem de D. Pedro II ao Norte do
País, e foram recebidos com manifestações de jú-
do País. bilo pelas classes dominantes dessas Províncias.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO IMPERIAL Naquela ocasião, a crise já assolava as Entretanto, dos cinco Institutos criados, apenas o
grandes lavouras exportadoras, vale dizer a da Bahia e o do Rio de Janeiro (Imperial Instituto
INSTITUTO BAHIANO DE própria economia do Império. Houve problemas
de seca nas Províncias do Norte, especialmente
Fluminense de Agricultura) funcionaram efetiva-
mente.
AGRICULTURA na Bahia. A lavoura do café estava ameaçada
por uma série de doenças de origem descon-
A Associação intitulada Imperial Instituto Ba-
hiano de Agricultura foi criada para cumprir, den-
hecida. A lavoura da cana-de-açúcar declina- tre outras, as seguintes atividades:
Joelito de Oliveira Rezende va, sem perspectiva de melhoria dos preços no •Facilitar a substituição dos braços necessári-
mercado europeu, agravada pela falta de mão os à lavoura por meio de máquinas e instrumentos
_________________________________________ de obra livre. Isso motivou o Governo Imperial apropriados, promovendo a introdução e adoção
Professor Emérito da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
/Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas (CCAAB)
joelitorezende@gmail.com

A
partir do século XVIII, as práti- na segunda metade do século XVIII, sob
cas agrícolas e a tecnologia a forma de Sociedades de Agricultura,
entraram para o domínio das concursos teóricos e práticos e de experi-
ciências. Ansiosos em dominar e conhecer mentos de diversos tipos. As experiências
metodicamente a natureza com critéri- europeias nesse campo seriam difundidas
os científicos, um verdadeiro exército de para a América e serviriam de referência
cientistas europeus percorreram o mundo, para analisar a agricultura no Brasil.
mapeando o planeta; e levando e trazen- O Jardim Botânico do Rio de Ja-
do plantas, animais e técnicas de cultivos neiro — criado em 13 de junho de 1808,
de um canto para outro. Sob o domínio da por iniciativa de D. João VI — constitui o
idade da razão, a agricultura não poderia primeiro marco institucional de pesquisa
ser mais praticada por métodos tradicio- agrícola no Brasil. Além de uma alternativa
nais transmitidos de geração a geração de lazer público, desenvolveu um trabalho
pela rotina e pelos costumes, sem subme- reconhecidamente fundamental para o
ter-se a métodos racionais e controlados. avanço dos conhecimentos agronômicos
Artur Young fazia centenas de experimen- no País. A princípio, nele se estudaram as
tos no Reino Unido. Na Alemanha, Justus questões de ciência e problemas agrotéc-
Von Liebig desvendava os segredos quím- nicos: mantinha coleções de plantas vivas, Figura 1.: O Mosteiro de São Bento, situado no Engenho das Lages, Município de São Francisco do Conde,
icos dos solos. Na França, um verdadei- herbário e laboratórios que pesquisavam transformara-se na Imperial Escola Agrícola da Bahia.
ro movimento agronômico desabrochou a solução de problemas agronômicos e
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História
História

generalidade dos agricultores os melho- tração foi realizada na Barra, Bahia, em 11 profissional em nível médio, aplicada à ag-
ramentos que merecessem ser adaptados de maio de 1871, utilizando-se uma máqui- ricultura, zootecnia, veterinária e indústrias
nos processos agrícolas, e os princípios na a vapor Thomson que moveu um arado. rurais, com três anos de duração. Como o
de economia rural indispensáveis para o O acontecimento foi festejado não apenas Governo Federal tentou removê-la para a
judicioso emprego dos capitais, boa ad- pelo êxito da experiência pioneira, mas capital da República, a elite baiana reagiu,
ministração das fazendas e aproveitamen- pelo que ela poderia representar, com a conseguiu sua restituição ao Estado e o
to de seus produtos. expansão do uso, para atenuar o problema Governo a reabriu em 1919 com o nome de
•Criar escolas de agricultura onde se da falta de braço escravo para a lavoura na Escola Agrícola da Bahia.
pudesse aprender os princípios gerais e eventualidade da abolição da escravatura A Revolução dos Tenentes (1930)
as noções especiais indispensáveis para — o que de fato aconteceu anos depois. provocou a transferência da Escola de São
que o trabalho se tornasse mais suave, útil •Periodicamente, o instituto era so- Bento das Lages para a Capital, para fazê-
e vantajoso. licitado, pelo Ministério da Agricultura a la hóspede, durante dez anos, da antiga
Durante sua existência (1859 a prestar informações sobre a situação da Hospedaria de Imigrantes de Monte Serrat.
1904), o Imperial Instituto Bahiano de Ag- lavoura e da criação na província da Bahia. Por medida de segurança, ante o torpedea-
ricultura deixou registradas inúmeras sug- Nessas ocasiões, comparecia com análises mento de navios mercantes, poucas milhas
estões e contribuições para a recuperação lúcidas e sugestões capazes de orientar as ao sul de Salvador, foi mudada, dez anos
da agropecuária da Província da Bahia, decisões políticas. depois, para os tabuleiros de Cruz das. Al-
entre as quais se encontram as seguintes: •Criou, no Engenho das Lages, Municí- mas. Chegou com a denominação de Esco-
•Introduziu e estudou variedades pio de São Francisco do Conde, a primeira la de Agricultura e Medicina Veterinária da
de cana, fumo, mandioca, trigo, cacau e escola de nível superior de agricultura da Bahia, passando em seguida a chamar-se
algodão, assim como cuidou do melho- América do Sul, a Imperial Escola Agrícola Escola Agronômica da Bahia, tendo como
ramento da criação de bovinos e suínos. da Bahia— predecessora da Universidade Patrono Landulfo Alves. Em 1967, foi incor-
Sua coleção de mandioca contava com 76 Federal do Recôncavo da Bahia — UFRB). porada à UFBA, com o nome de Escola de
variedades, todas elas estudadas do pon- Por isso, a Bahia vai ter o mais duradouro Agronomia da Universidade Federal da Ba-
to de vista botânico e químico, havendo e fértil dos três Imperiais Institutos criados hia. Em 2005, foi transformada na Universi-
variedades que apresentavam peso médio no Nordeste. dade Federal do Recôncavo da Bahia, que
de raízes acima de 8,75 kg/planta e 31,4% A Escola foi inaugurada no dia15 de conta atualmente com 7 Centros de Ensino
de amido (variedade Amarela) e 7,48 kg/ fevereiro de 1877, com a missão de formar em 6 campi: Ciências Agrárias, Ambientais
Figuras 2 e 3. Em cima, Hospedaria de Imigrantes, em Salvador; em planta e 37,67% de amido (variedade Mi- mão de obra especializada que, dissem- e Biológicas; Ciências Exatas e Tecnológi-
baixo, campus de Cruz das Almas. lagrosa). inando pelo Recôncavo uma tecnologia cas; Ciências da Saúde; Formação de Pro-
•O cultivo depredatório a que foi sub- mais desenvolvida, contribuísse para a re- fessores; Artes, Humanidades e Letras; Cul-
daquelas cuja utilidade fosse praticamente metido a cana-de-açúcar, durante séculos, cuperação da economia açucareira. Dos tura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas;
demonstrada, e bem assim, estudando e vai enfraquecendo sua capacidade produ- dezenove alunos matriculados no curso de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustent-
ensaiando o sistema de colonização na- tiva; isso tornou-se mais agudo no meado Agronomia no ano da inauguração (hav- abilidade. São 56 cursos de graduação e 14
cional e estrangeira que parecesse mais de 1860, quando uma moléstia detectada ia um curso Elementar, para formação de de pós-graduação (2 doutorados e 12 me-
profícuo. na comarca de Nazaré ameaçava alas- capatazes), dez defenderam tese no dia 23 strados), 6.889 alunos de graduação e 439
•Promover a aquisição das melhores trar-se pela zona canavieira. Diante da de janeiro de 1881 e receberam o título de de pós-graduação (Relatório de Gestão da
sementes e renovos de plantas, e, exper- gravidade da situação,o Imperial Instituto Engenheiros Agrônomos — os primeiros UFRB, 2015).
imentada a sua superioridade, facilitar a recebia mudas de cana do Ministério da formados no Brasil.
distribuição pelos lavradores.
•Cuidar do melhoramento das raças
Agricultura e as distribuía e/ou plantava no A Imperial Escola Agrícola ficou sub-
ordinada à direção do Imperial Instituto Ba-
Ref. Bibliográficas
Engenho das Lages para serem distribuí-
de animais úteis e promover a exposição das aos lavradores da Província assim hiano de Agricultura até 1904, quando am- REZENDE, J. de O. Recôncavo Baiano, berço da
anual dos produtos de agricultura, ani- que houvesse sementeira. bas as instituições passaram a se chamar universidade federal segunda da Bahia: passado,
mando-a por meio de prêmios e facilitando Instituto Agrícola da Bahia, até 1911. Com presente e futuro. Salvador: P&A, 2004. 194p: Il.
•Testou máquinas e equipamentos
o transporte e venda dos ditos produtos. a proclamação da República e as transfor- RODRIGUES, C. M. Gênese e evolução da pesqui-
agrícolas, adaptando-os as condições lo- sa agropecuária no Brasil: da instalação da Corte
•Criar e manter um periódico no qual, cais, como aconteceu com a máquina de mações políticas subsequentes, viu-se es-
além dos trabalhos próprios do Instituto vaziado de recursos e alunos. O Governo Portuguesa ao início da República. CAD. Dif. Tec-
farinha de mandioca conhecida como casa nol., Brasília 4(1):21-38, jun./abr. 1987.
e dos estabelecimentos normais, se pub- de farinha, que foi estudada e adaptada, da Bahia o entregou, com todos os pert-
TOURINHO, M. A de C. O Imperial Instituto Bahi-
licassem artigos, memórias, traduções e procedendo-se diversas modificações até ences, ao Governo Federal, passando a ano de Agricultura: a instrução agrícola e a crise
notícias de reconhecida utilidade para a torná-las mais funcional e econômica. A denominar-se Escola Média Teórico-Prática açucareira na metade do século XIX. 1982. 261 f.
nossa agricultura, e que expusessem em primeira experiência de mecanização à de Agricultura, cujo objetivo era a educação Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). Fac-
linguagem acomodada à inteligência da uldade de Filosofia e Ciências Humanas, Universi-
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dade Federal da Bahia.
Opinião
Conservação do
Solo no Nordeste
do Brasil
André Júlio do Amaral
_________________________________________
Coordenador da Comissão de Manejo e Conservação
do Solo e da Água – NRNE/SBCS
Pesquisador da Embrapa Solos e Coordenador Técnico
da Embrapa Solos UEP Recife.
andre.amaral@embrapa.br

M
uito me alegra a oportuni- Reunião Nordestina de Ciência do Solo,
dade de exercer a função de no período de 22 a 26/09/2013 com o
editor temático do primeiro tema “Soluções e Desafios para o uso sus-
Boletim Informativo do Núcleo Region- tentável dos Solos da Região Nordeste”,
al Nordeste da Sociedade Brasileira de realizada em parceria com a Universidade
Ciência do Solo (NRNE-SBCS), uma ini- Federal da Paraíba - UFPB Centro de
ciativa para tratar e debater com os profis- Ciências Agrárias, no município de Areia-
sionais da área o tema Conservação do PB, onde entre outras ações foi organiza-
Solo no Nordeste do Brasil. Tenho muito da uma mini Reunião de Classificação e
orgulho de ser sócio da SBCS e pertencer Correlação de Solos, abrangendo áreas
ao NRNE, no qual, desde 2015, exerço a do Brejo e Agreste paraibanos; em 2014,
função de Coordenador da Comissão de o VII Simpósio Brasileiro de Educação em
Manejo e Conservação do Solo e da Água Solos, com o tema “Solo, Ambiente e So-
que tem como objetivo contribuir para re- ciedade: cultivando saberes e vivências”,
alização de estudos e pesquisas voltadas em parceria com a Universidade Federal
para: a) conservação do solo e da água Rural de Pernambuco – UFRPE, Departa-
em relação à poluição química e por sed- mento de Solos, Programa de Pós-Grad-
imentos; b) manejo de bacias hidrográ- uação em Ciência do Solo, em Recife-PE;
ficas, assoreamento de cursos d’água, em 2015 o XXXV Congresso Brasileiro
reservatórios e seu controle; c) práticas de Ciência do Solo com o tema “O solo
de manejo do solo na região semiárida e suas múltiplas funções”, realizado no
e zona úmida costeira do Nordeste; e d) período de 02 a 07/08/2015, em Natal-RN;
qualidade do meio ambiente por meio da em 2016 com a realização da III Reunião
proteção da fauna e da flora. Nordestina de Ciência do Solo, em Araca-
Ao longo do período (2013 a 2017) ju-SE, com o tema: “Integração e Uso do
tivemos colaborações importantes com a Conhecimento para uma Agricultura Sus-
SBCS e com o NRNE, participando e co- tentável na região Nordeste” com partici-
laborando com a realização dos principais pação efetiva na comissão organizadora,
eventos da Ciência do Solo no Brasil e na sendo responsável pelo Comitê Técnico
região Nordeste, com destaque para a I Científico que resultou na publicação de
BOLETIM INFORMATIVO NRNE/SBCS | JAN-JUN 2017 27
Conservação do Solo
Opinião

Opinião
mais de 300 trabalhos científicos tendo os quais vivenciam diversas experiências
como diferencial a seleção de trabalhos locais e regionais. A criação e o fortalec-
considerados destaques nas seções e imento de uma rede para tratar dessa
divisões em que foram submetidos, com
o objetivo de incentivar a permanência e
formação de novos profissionais motiva-
temática é extremamente importante pois
podem evidenciar necessidades e especi-
ficidades relacionadas à conservação do
no Estado de Alagoas
dos para atuarem na Ciência do Solo no solo para o desenvolvimento, adaptação
Brasil, especialmente na região Nordeste. ou, em alguns casos, o aperfeiçoamen-
Também nesse período foram finalizadas to dos sistemas de produção locais para
e disponibilizadas informações de solos uma agricultura sustentável na região. Walane Maria P. de Mello Ivo ¹
importantes para a sociedade a exemplo Para isso, profissionais ligados à Regla Toujaguez La Rosa Massahud ²
do “Zoneamento Agroecológico do Estado Ciência do Solo e que atuam no tema _________________________________________
de Alagoas – ZAAL”, com o mapa de solos “Conservação do Solo” no Nordeste foram ¹ Embrapa Tabuleiros Costeiros.
na escala 1:100.000 e suas interpretações convidados a elaborar artigos opinativos, walane.ivo@embrapa.br;
ligadas a aptidão climática, ao potencial abordando a temática em cada um dos
² Universidade Federal de Alagoas/CECA.
pedológico, e ao potencial pedoclimático Estados que compõe a região. Os au-
toujague@yahoo.com
para culturas agrícolas, em sistema de in- tores apontam em seus artigos diversas
formação geográfica em um software vis- questões com especificidades não apenas
ualizador de zoneamentos. locais, mas também para a toda a região.
A Região Nordeste apresenta uma Em alguns casos, apresentam uma visão
grande diversidade de ambientes, princi- promissora, porém que necessitam um
palmente em relação à variação de solos maior tempo de condução para compro- 1) Histórico Na década de 90, estudos sobre con-

O
e clima, com reflexo na vegetação e dis- vação de resultados positivos. Em outras s estudos sobre erosão foram desen- servação de solos voltaram a intensificar-se no
ponibilidade de água, o que resulta em dif- situações, mostram a necessidade de es- volvidos no Nordeste de forma mais Nordeste, porém, de forma mais restrita. Mesmo
erentes Biomas com suas particularidades tabelecer estratégias de avaliação e moni- intensa entre os anos 70 e 80, priori- nesta fase, poucos resultados foram obtidos no
de Uso, Manejo e Conservação do Solo, toramento dos sistemas de produção para tariamente nos Estados de Pernambuco, Paraíba Estado de Alagoas, o que demonstra a falta de
com destaque para o Bioma Caatinga to- otimizar a aplicação de recursos financei- e Ceará, com a utilização de estudos em parcelas tradição nesta linha de pesquisa no estado. Se
talmente inserido na região Nordeste e ros. Atividades ligadas ao ensino em Ciên- padrão para avaliação de perdas de solo e água a pesquisa foi quase inexistente, a aplicação de
Norte do Estado de Minas Gerais. O solo é cia do Solo, destacando a sua importância (LEPRUN, 1988). Aspectos relacionados à erosiv- técnicas de conservação nas áreas de agricul-
um recurso natural finito (na escala de vida para a conservação do recurso também idade das chuvas da região e erodibilidade de al- tura e pecuária também não ocorreu de forma
dos seres humanos) e dada a sua essen- foram levantadas, chamando a atenção guns solos foram estudados, bem como aqueles intensiva. Esta se deu de forma diferenciada,
cialidade para nossa existência e sobre- para a necessidade de serem fortalecidas. vinculados aos fatores C, uso e manejo, e P, fatores concentrando-se mais nas áreas de cultivo mais
vivência na Terra, exerce múltiplas funções Ações de intercâmbio de conhecimento práticas conservacionistas. O documento gerado a tecnificado, como as de cana-de-açúcar, por
de caráter ambiental que contribuem para das tecnologias já disponíveis e que ain- partir destes estudos (Relatório convênio SUDENE meio do uso de práticas mecânicas de controle
o desenvolvimento econômico da região, da não chegaram ao produtor também são E ORSTOM – Manejo e conservação de solos do da erosão, como cultivo em nível e terraceamen-
especialmente as atividades ligadas à ag- um grande desafio a ser superado. Nordeste) alertava que o leque de pesquisas em to. Nas demais áreas de cultivo, pouco se ob-
ricultura. É neste ponto que nós enquanto Acreditamos que as reflexões emer- erosão que ocorreu no Nordeste, nas décadas de servava em termos de implantação de práticas
profissionais da área devemos primar nos- gentes desses artigos possam de alguma 70 e 80, parecia extenso e completo, no entanto, de conservação de solos. Com relação à con-
sas ações, sejam técnicas, científicas, de forma suscitar alternativas e caminhos a não era, pois nenhum campo experimental foi es- servação de solos de áreas urbanas de Alagoas,
ensino, ou políticas, para buscar estabe- serem trilhados por nós, enquanto So- tabelecido na zona da mata, que, todavia, é mais a ausência de informações era a realidade, pas-
lecer e desenvolver sistemas de produção ciedade visando ao uso sustentável, em populosa e a mais explorada com monoculturas sando este tema a ser discutido, mesmo no
industriais (destaque para a cana), nem na zona âmbito da Sociedade Brasileira de Ciência do
sustentáveis que evitem ou minimizem a harmonia com a conservação do solo na
de floresta pré-amazônicas e nos cerrados ociden- Solo, só mais recentemente.
sua degradação, garantindo a nossa ex- região Nordeste.
tais. Este é o quadro até hoje e, para o Estado de
istência e de gerações futuras. Portanto,
Alagoas, poucas informações foram geradas neste 2) Conjuntura Atual
tratar do tema Conservação do Solo na Desejo a todos uma excelente
período. No entanto, vale destacar que ainda na 2.1 - Áreas antrópicas agrícolas (culturas
região Nordeste do Brasil é algo bastante leitura.
década de setenta foram criadas Comissões Es- temporárias, permanentes e pastagens):
desafiador e exige uma interlocução e en- taduais de Conservação de Solo, estabelecidas em Para visualização do estado de con-
volvimento de uma rede complexa de in- todos os Estados, incluindo a CECOSA-AL de Ala- servação dos solos e da adoção de práticas
stituições e profissionais que nelas atuam, goas, sobre a qual existem poucos relatos. conservacionistas em Alagoas, é importante
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Opinião

Opinião
conhecermos o uso dos solos na área de pel, etc. Tal mudança no manejo da cultura
abrangência do Estado, uma vez que a apresenta estreita relação com o processo
primeira iniciativa para se conservar o solo da erosão e abre possibilidades de aumento
é entendermos a capacidade de uso de da conservação destes solos.
cada classe, em determinada paisagem. De A figura 01 mostra o experimento de
acordo com o Zoneamento Agoecológico de perda de solo e água, conduzido por pesqui-
Alagoas (ZAAL, 2013), a cobertura vegetal sadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros
nativa do estado foi removida em 70%, en- e da Universidade Federal de Alagoas, no
contrando-se os 30% restantes susceptíveis campo do Centro de Ciências Agrárias da
à exploração de forma mais ou menos in- UFAL. Resultados preliminares vêm demon-
tensa pelo homem. Com relação às áreas strando que a permanência de 50% dos
antrópicas agrícolas, pode-se destacar que resíduos na superfície do solo tem levado
eram ocupadas por pastagem, cana-de-açú- a perdas de solo semelhantes àquelas das
car, pequena agricultura (fruticultura, milho, áreas onde todo a palhada permaneceu so-
feijão, fumo) e coco, culturas estas instala- bre o solo (100%) (dados não publicados),
das em 28,08%, 20,96%, 10,02% e 0,74% indicando que, pelo menos sob ponto de
da área do Estado, respectivamente. Dest- vista da perda de solo, metade da palha- Figura 1. Experimento de perdas de solo e água, para avaliação de fator C (cobertura de solo),
aca-se que, atualmente, devido à crise no da produzida pela cana poderá ser retirada
em área de cana-de-açúcar com 0, 50% e 100% da palhada produzida mantida na superfície
setor sucroalcooleiro, o percentual ocupado do sistema, sem maiores prejuízos ao solo.
pela cana-de-açúcar sofreu redução, sendo Por outro lado, nas áreas de maior declivi- do solo. Foto: Walane Maria P. de Mello Ivo
esta cultura substituída por grãos (milho e dade, ou seja, nas áreas mais susceptíveis
soja), eucalipto (encostas) ou pastagem. a erosão, a queima da cana permanece fac-
A maior área de plantio de ca- ultada aos produtores, pela impossibilidade tinos (Embrapa, 2017), que traz um grande 2.2- Áreas urbanas:
na-de-açúcar está situada em área de tab- de colheita mecanizada. Tal quadro deu in- avanço em termos de manejo e conservação A Região Metropolitana de Ma-
uleiro costeiro, com ocorrência de erosão ício, mais recentemente, a substituição da de solo para produtores de grãos de todos os ceió-RMM (AL) ocupa o terceiro lugar
laminar, predominantemente. Áreas de en- cana por espécies florestais, como eucalip- estados do Nordeste, com a disponibilização (94,6%) na concentração de aglomerados
costa estão presentes no norte do Estado to, ou por pastagens; o que caracteriza um da tecnologia do plantio direto, por meio de subnormais (favelas, grotas, encostas) no
e, apesar do cultivo em curva de nível e uso melhor planejamento de uso do solo para as uma das técnicas já consagradas para out- Nordeste, após Natal-RN (100%) e Sal-
de terraceamento, nota-se claramente a condições locais. ras regiões do país e agora adaptada ao vador-BA (94,9%) (IBGE, 2010) e simul-
ocorrência de grandes áreas com forte pro- Problemas de erosão em áreas de Nordeste, que é a utilização de consórcio de taneamente apresenta o menor Índice de
cesso erosivo (sulcos e voçorocas), princi- pecuária em Alagoas estão relacionados, milho com braquiárias em plantio simultâ- Desenvolvimento Humano das capitais
palmente quando estas práticas não estão principalmente, à elevada taxa de lotação, neo, que após a colheita do milho pode ser brasileiras, 0,72 (De Carvalho, 2015). Es-
presentes. Vale a pena salientar que a cana ausência de adubação e correção dos so- utilizada com dupla finalidade: pastagem no tes dados refletem-se na baixa resiliên-
ainda é queimada na colheita, o que deixa los e uso de espécies inadequadas a cada sistema integração lavoura-pecuária ou for- cia da região de Maceió ante as chuvas
a superfície do solo sem cobertura morta, região fisiográfica do estado. Tecnologias mação de cobertura morta para plantio dire- que aceleram a erosão continental e a
desperdiçando-se entre 10 e 15 Mg ha-1 para a correção destes problemas já estão to. ocorrência de deslizamentos. Apesar da
de matéria seca que, além de evitar o im- disponíveis, inclusive com recomendações Na conjuntura atual também podemos construção e entrega de habitações em
pacto direto das gotas da chuva ou da água de sistemas integrados de produção como destacar ações de transferência de tecno- programas sociais da RMM, a ocupação
de irrigação sobre o solo, ainda tem o po- Integração Lavoura Pecuária Floresta – logias como treinamentos promovidos por desordenada ocorre em 92 agregados
tencial de aumentar o estoque de carbono ILPF, ou sistemas menos complexos, como ONGs no Sertão de Alagoas, relacionados subnormais, que permeiam 575 áreas de
dos mesmos. Neste sentido, pesquisas vêm Integração Lavoura Pecuária (Rangel et al., ao uso de cordões de pedra em contorno, risco geológico induzido pela ocupação ir-
sendo desenvolvidas em várias regiões do 2015), que garantem formação de cobertura e instalações de unidades demonstrativas regular do solo urbano (PMRR, 2007; De
país, visando definir qual a quantidade de de solo, necessitando de maior divulgação relacionadas ao uso de espécies para cob- Carvalho, 2015). Mas, como mudar esse
palhada mais indicada a ser deixada so- e adoção, principalmente para os pequenos ertura de solo, em áreas de produção de lar- panorama?
bre o solo, visando à garantia da sustent- criadores. anja lima, em solos de elevada declividade, Conhecer o atual uso do solo urbano
abilidade do sistema de produção da cana, Dentro desta visão de sistemas de no município de Santana do Mundaú. No en- em áreas de alto risco geológico-geotécni-
concomitantemente à utilização da palhada produção integrados, recentemente foi dis- tanto, tais ações ocorrem de forma isolada e co de Maceió é prioridade de estudantes e
para outros fins, como a fabricação de ál- ponibilizado o Sistema de Produção de Mil- sem continuidade, não consolidando o uso professores do Centro de Ciências Agrári-
cool de segunda geração, produção de pa- ho para a Zona da Mata e Agreste Nordes- de técnicas conservacionistas em Alagoas. as da Universidade Federal de Alagoas,

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Opinião

Opinião
através de acordo de cooperação técnico solos areno-argilosos é a que predomina cionistas, principalmente em áreas de ca-
Ref. Bibliográficas
científica com a Prefeitura Municipal. A base nos taludes de corte mais perigosos; e na-de-açúcar. Apesar do Estado já pos- BEZERRA, J. F. R. Aplicação de Geotêxteis Biode-
de dados resultante deste estudo, suporta- que, quando saturados, esses solos po- suir o Zoneamento Agroecológico, que se gradáveis na redução do escoamento superficial e con-
da em Sistema de Informação Geográfica dem sofrer erosão acelerada e também constitui numa importante ferramenta para trole da erosão superficial, Uberlândia, MG. Revista Bra-
(SIG), permitirá à Defesa Civil atualizar os deslizamentos. Através do Programa de subsidiar uma política de uso adequa- sileira de Geomorfologia, v. 12, p. 93-104, 2011.
dados com freqüência e, principalmente, at- Extensão PROEXT-2016, coordenado do dos solos, muito pouco tem sido feito DE CARVALHO, C. P. A Economia. Maceió: Instituto Ar-
uar com maior agilidade na fase de alerta pela UFAL, interessados da comunidade neste sentido. A ideia de se retomar as non de Mello, 2015. 240 p.
de chuvas fortes, evitando novos desastres aprendem a importância da cobertura veg- Comissões Estaduais de Conservação de EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
nos bairros. etal para evitar os deslizamentos que de- Solos poderá trazer perspectivas positivas Sistema de Produção de Milho para a Zona da Mata e
Na atualização do mapeamento, as stroem as suas casas; verificando que é no sentido de se pensar na possibilidade Agreste Nordestinos, 2017. Disponível em: https://www.
áreas identificadas como de risco alto e possível recuperar o solo com as plantas de implantação de um Programa Estadu- spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoport-
muito alto têm os seus solos analisados do adequadas. al de Microbacias Hidrográficas. Da mes- let_WAR_sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_li-
ponto de vista textural, mineralógico e ge- Em encostas de alta declividade para ma forma, a criação de um fórum para se fecycle=0&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_
otécnico em estudos de iniciação científica. uso residencial (superiora 30%), o uso de discutir uma legislação estadual que dis- col_id=column-1&p_p_col_count=1&p_r_p_-76293187_
O intuito é trabalhar junto às Associações tecnologias sociais como a Bioengenharia ponha sobre o uso e conservação do solo sistemaProducaoId=9211&p_r_p_-996514994_topi-
de Moradores na Educação Ambiental e de Solos com plantas de sistema radicular agrícola, como aquela existente nos Esta- coId=10666. Acesso em: 25 ago. 2017.
na redução da exposição ao perigo. A co- profundo, associadas a obras de engen- dos do Paraná e São Paulo, certamente FONTES, C. D. S. Dinâmica dos processos erosivos em
munidade precisa saber que a classe de haria convencionais, pode ser uma saída influenciaria o estado de conservação dos taludes do baixo curso do Rio São Francisco: desafios
eficaz e permanente para reabilitar est- solos de Alagoas, uma vez que a ocorrên- para seu controle com uso de geotêxteis. 2016. 184 f.
abilizar solo (BEZERRA, 2011; JORGE cia de erosão passaria a ser passível de Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal
& GUERRA, 2013). A gramínea Vetiver fiscalização e autuação. Paralelamente, de Sergipe, São Cristovão, 2016.
(Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty), existe a necessidade de ampliação, con- IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
cujo sistema radicular pode superar os 2 tinuidade e aprofundamento dos trabalhos Censo Demográfico 2010: Aglomerados subnormais:
m, associada a geotêxteis biodegradáveis de pesquisa na área de manejo e con- primeiros resultados. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Dis-
tem mostrado resultados excelentes no servação de solos, prioritariamente em ponível em:<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/
controle de erosão, seja em áreas afeta- rede, como discutido durante a III Reunião periodicos/92/cd_2010_aglomerados_subnormais.pdf>.
das por erosão fluvial, mineração ou em Nordestina de Ciência do Solo. A implan- Acesso em: 02 jul. 2017.
obras civis (FONTES, 2016; PEREIRA, tação de políticas públicas, a exemplo do JORGE, M. C. O; GUERRA, A. J. T. Erosão dos solos e
2006). A técnica foi apresentada à pre- Plano de Agricultura de Baixo Carbono movimentos de massa-recuperação de áreas degradadas
feitura municipal de Maceió e está sendo (Plano ABC), também se traduziria em fer- com técnicas de bioengenharia e prevenção de acidentes.
testada na reabilitação de talude erodido ramenta importante para conservação dos In: GUERRA, A. T. J.; JORGE, M. C. O. Processos ero-
no Centro de Ciências Agrárias-UFAL (Fig. solos no Estado. sivos e recuperação de áreas degradadas. São Paulo:
02). A partir dos resultados da recuper- Além disto, melhorar a perspectiva Oficina de Textos. 2013, p. 7-30.
ação do talude-teste no CECA, esta téc- do atual uso do solo urbano em Maceió re- LEPRUN, J. C. Relatório convênio SUDENE E ORSTOM
nica poderá ser aplicada na reabilitação quer o diálogo participativo e franco entre – Manejo e conservação de solos do Nordeste. Reci-
eficaz de áreas de alto risco geológico no as comunidades, em especial das áreas fe:SUDENE, 1988. 271p.
bairro Mutange, em Maceió. de risco, o poder estadual, os municípi- PEREIRA, A. R. O uso do Vetiver na estabilização de ta-
os, as empresas e os centros de ensino e ludes e encostas. Belo Horizonte: Deflor Bioengnharia,
3) Perspectivas pesquisa. Destaque seja dado à elevada 2006. 22p. (Boletim Técnico, 03)
O uso de tecnologias relacionadas taxa de impermeabilização do solo urbano PMRR - Plano Municipal de Redução de Risco. Ministério
à conservação de solos é incipiente no em Maceió e a falta de políticas públicas das Cidades. Maceió, AL. vol. 1-5. 2007.
Estado de Alagoas, com predomínio de para sanar esse problema, o que leva à RANGEL, J. H. A.; MUNIZ, E. N.; AMORIM, J. R. A.;
aspectos relacionados aos fatores C, uso necessidade de aumentar o uso de jardins NOGUEIRA JUNIOR, L. R.; SOUZA, S. F.; MORAES, S.
e manejo, e P, fatores práticas conserva- e de agricultura urbana, além de ampli- A.; AMARAL, A. J.; PIMENTEL, J. C. M.; SA, C. O. Siste-
ar o monitoramento das áreas de risco, mas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) indi-
pensando também no contexto de bacia cados para a região Nordeste do Brasil. Aracaju: Embrapa
Figura 2. Uso de Bioengenharia de solos com Plantio de hidrográfica, e integrar alguns dos municí- Tabuleiros Costeiros, 2015. (Comunicado Técnico, 160).
Vetiver (Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty) em talude pios alagoanos à rede nacional do Cen- ZAAL - Zoneamento Agroecológico do Estado de Alagoas.
teste, exposto no CECA. tro de Monitoramento de Desastres (CE- Recife: Embrapa Solos, 2013. CD ROM.
MADEN).
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Conservação do solo e da
Opinião

Opinião
O
Estado da Bahia possui área Na Escola Agronômica da Bahia e sua
territorial de 564,7 mil km2,sucessora, as primeiras preocupações com

água no Estado da Bahia:


cuja extensão significa 36,3%as consequências da erosão estão registra-
do território do Nordeste e 6,6% do Bras- das em apostila elaborada pelo Prof. Clóvis
il. Conta com três biomas principais: Mata Vaz Sampaio, na década de 1960, tendo ain-
Atlântica (19%), Cerrado (27%) e Caatin- da realizado pesquisa sobre erosão do solo

histórico, conjuntura atual, ga (54%). Enclavados na Caatinga encon-


tram-se os campos rupestres da Chapada
Diamantina, e na Mata Atlântica as Rest-
em cultivo de mandioca.
No Instituto Agronômico do Leste (IAL),
localizado em Cruz das Almas, os Profs.

perspectivas e expectativas ingas e os Tabuleiros Costeiros, com es-


tes últimos representando área de aproxi-
madamente 3,6 milhões de hectares.
José de Vasconcelos Sampaio e Raymun-
do Fonseca Souza iniciaram pesquisas em
adubação e nutrição de várias culturas na dé-
A conservação do solo pode ser con- cada de 1950, culminando na década de 1970
Luciano da Silva Souza¹ ceituada de forma restrita, como sendo com a primeira edição das recomendações
Arlicélio de Queiroz Paiva² ações voltadas para o controle da erosão. de calagem e adubação para culturas na
José Fernandes de Melo Filho¹ Em um conceito mais amplo, representa a Bahia, que foi o embrião para o lançamen-
combinação de todos os métodos de uso to do Manual de Recomendação e Calagem
Luiz Francisco da Silva Souza Filho³ e manejo da terra que protegem o solo para o Estado da Bahia (1989), numa ação
_________________________________________ contra o esgotamento ou degradação cau- conjunta entre Ceplac, Ematerba, Embrapa,
¹ Professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, sados por fatores naturais ou antrópicos, Epaba e Nitrofértil; naquele Instituto o Pesq.
Cruz das Almas-BA. utilizando-a dentro dos limites da pratica-Orlando Sampaio Passos iniciou trabalho
lsouza@ufrb.edu.br; jfmelo@ufrb.edu.br; bilidade econômica e de acordo com as de pesquisa pioneiro em manejo do solo em
suas potencialidades e necessidades, de citros no final da década de 1960. Essa in-
² Professor da Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus-BA.
forma a mantê-la permanentemente pro- stituição evoluiu para a Embrapa Mandioca
arli@uesc.br; dutiva. Para tanto, existem dois princípiose Fruticultura, onde foram iniciadas pesqui-
³ Professor da Universidade Federal do Oeste da Bahia, Barra-BA. básicos a serem seguidos: a) revolver o sas de manejo do solo em abacaxi, banana,
lfsouzafilho@gmail.com. solo o mínimo possível; e 2) mantê-lo sem- citros, mamão e mandioca e de controle de
pre coberto, seja por plantas vivas ou por erosão em mandioca da década de 1970 em
biomassa residual. O presente texto tem diante. Especificamente para a região cacau-
como objetivo analisar, sob uma perspec- eira a Ceplac, criada em 1957, focou seus
trabalhos em nutrição e adubação principal-
tiva histórica, a conjuntura atual, perspec-
tivas e expectativas para a conservação mente em cacaueiro, seringueira e dendê e,
do solo no Estado da Bahia. em seguida, em apoio a programa de diver-
sificação de culturas. Posteriormente foram
Histórico criadas a Faculdade de Agronomia do Médio
Difícil levantar o histórico da con- São Francisco em Juazeiro (1960), que at-
servação do solo na Bahia. Os registros ualmente pertence à Universidade Estadual
disponíveis são escassos e as datas de da Bahia, as Universidades Estadual de Fei-
certa forma imprecisas, mas é crível ra de Santana (1976), do Sudoeste da Bahia
Área cultivada com mamona e afirmar que ações de ensino (principal- (1980) e de Santa Cruz (1991), que também
milho em São Gabriel - BA, mente), pesquisa e extensão nesse tema passaram a atuar no tema. É inevitável ad-
inserido no semiárido, mostran- iniciaram-se no Imperial Instituto Baiano mitir, no entanto, que tais ações ocorreram
do a perda do milho e o peque- de Agricultura (1859), sucedido pela Es- de forma isolada, embora tenha ocorrido cer-
cola Agrícola da Bahia (1877), Escola ta cooperação entre algumas dessas institu-
no desenvolvimento da mamo-
Agronômica da Bahia (1942), Escola de ições, também com certa intensificação nos
na pela seca. Foto: Luciano da
Agronomia da UFBA (1967) e Centro de últimos anos. O certo é que a Bahia nunca
Silva Souza
Ciências Agrárias, Ambientais e Biológi- teve um programa integrado de manejo e
cas da Universidade Federal do Recônca- conservação do solo e da água. A extinção
vo da Bahia (2005). da Empresa Baiana de Desenvolvimento

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Opinião

Opinião
adura direta (SD) e em rotação, em comparação
com área preservada de cerrado, revelou a
ocorrência de compactação no solo em função
do tempo de implantação da SD, principalmente
nas camadas superficiais (0-0,1 e 0,1-0,20 m).
Esse comportamento indica a necessidade de
medidas corretivas como o uso da escarificação
periódica para descompactar o solo, mas não se
sabe se isso já vem sendo feito ou não.
Isso mostra claramente que, mesmo em
solos mais arenosos, ocorre compactação cu-
mulativa em SD, no caso favorecida possivel-
mente pela baixa quantidade de fitomassa re-
sidual agregada ao solo, acompanhada pela alta
decomposição da mesma devido às condições
edafoclimáticas locais, resultando em baixa cob-
ertura do solo que, como se sabe, é dissipadora
da energia cumulativa das operações mecaniza-
das de plantio, tratos culturais e colheita aplica-
Mapa dos Biomas da Bahia. (Fonte: https:// das ao solo.
www.google.com.br/imghp?hl=pt-PT) Além da ocorrência de compactação, um
outro problema que vem se intensificando no
Brasil e também no Oeste da Bahia é a ocorrên-
Agrícola em 2015, que mantinha capilaridade cia de erosão eólica. As mudanças na cobertura
em todos os municípios baianos, contribuiu para vegetal e no uso da terra, com abertura de ex-
reduzir a possibilidade de que esse programa in- tensas áreas para uso em sistemas de produção
Área de cerrado em São Desidério-BA, cultivada com soja, mil-
tegrado viesse a existir. agrícola sem a implantação de práticas con-
ho e algodão em semeadura direta (SD) e em rotação. (Foto:
Neste contexto histórico não se pode deixar servacionistas como a utilização de quebra-ven-
Luciano da Silva Souza.)
de registrar o lançamento em 1985 do livro Fun- tos, têm favorecido a formação de grandes cor-
damentos do Manejo e da Conservação do Solo, rentes de vento causando o desprendimento e
de autoria do Prof. Bráulio Luiz Sampaio Seixas, remoção de partículas de solo. Assim, é muito etação esparsa, alta taxa de decomposição da pela substituição da caatinga por agricultura de
da Escola de Agronomia da UFBA, o qual dividiu comum a observação de grandes e densas nu- matéria orgânica e enorme risco de degradação sequeiro ou irrigada. Isso resultou em redução
com o livro lançado em Campinas por José Ber- vens de “poeira” na região. ambiental. Como ao longo do tempo a retirada da qualidade do solo. A redução de áreas com
toni e Francisco Lombardi Neto, pesquisadores Embora existam atualmente sistemas con- da vegetação foi sempre crescente, houve uma caatinga promoveu significativa mudança no cic-
do IAC, também em 1985, a primazia de terem servacionistas para a região do cerrado, como potencialização desse risco, detectando-se hoje lo hidrológico, seja por redução da precipitação
sido, no Brasil, os primeiros livros-texto dedica- a integração lavoura-pecuária-floresta, é impor- expressivo processo de desertificação em toda a pluvial ou aumento na irregularidade da sua dis-
dos ao manejo e à conservação do solo. tante ressaltar que o sistema de abertura do região semiárida da Bahia. Um exemplo demon- tribuição. Esse fato, associado ao uso excessivo
cerrado baiano foi e é o mesmo adotado no in- strador disso é o trabalho realizado no Platô de de mecanização no preparo do solo na região,
Conjuntura atual ício da abertura do cerrado brasileiro há aproxi- Irecê, composto por 19 municípios totalmente em especial com uso de grade aradora, pro-
Cerrado – O nível de antropização do Cer- madamente 50 anos, a maior parte para cultivo inseridos no semiárido baiano, quando se detec- moveu a compactação solo, fazendo com que o
rado brasileiro como um todo se aproxima de de grãos, resultando na estimativa atual de 40 tou a redução da área de caatinga de 14,32 mil Platô de Irecê deixasse de ser o maior produtor
50 % da área total. Na Bahia não deve estar milhões de hectares degradados. A continuar hectares (100%) para 5,53 mil hectares (39%) de feijão e abastecedor de todo o Nordeste nas
muito distante disso, podendo até ultrapassar dessa forma o uso do cerrado baiano é de se em 27 anos (1980-2007) apenas no Município décadas de 1970 a 1980; atualmente o plan-
esse percentual. Predomina no Cerrado baiano esperar a repetição de semelhante processo de de Lapão, representativo da região. As áreas tio de feijão é inexpressivo na região, predomi-
o Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico, degradação do solo. desflorestadas passaram a ser utilizadas com nando o cultivo associado de milho e mamona,
de textura média (franco-arenosa a franco-ar- agricultura de sequeiro e irrigada. Nesse perío- ocorrendo sucessivas perdas desses cultivos ou
giloarenosa), portanto com fragilidades naturais Caatinga – É o segundo bioma mais do houve uma redução de carbono de 1,182 produtividades irrisórias, sendo assim crítica a
para uso intensivo. A avaliação de atributos físi- antropizado na Bahia, seguindo a Mata Atlânti- milhões de t (100%) até a profundidade de 0,60 situação dos produtores. Esses aspectos e mais
cos em áreas com 5, 8, 12 e 18 anos de abertura ca. Em condições naturais predominam enormes m para 0,903 milhões de t (76%), representan- a ocorrência muito comum de grandes correntes
para cultivo com soja, milho e algodão em seme- fragilidades edafoclimáticas, refletindo em veg- do uma redução de 279 mil t de C (24%), seja de vento causando erosão eólica tem colocado
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Opinião

Opinião
a região em franco processo de desertifi- do com a expansão dos cultivos de café e • Necessidade de a Embrapa dedic- nos níveis social e ambiental. É leviano es-
cação. Se esse panorama está ocorrendo eucalipto no Extremo Sul. Um aspecto a ar atenção especial à Região do Matopi- timular o agronegócio, em todos os níveis,
no Platô de Irecê, onde predominam Cam- ser ressaltado é que a cobertura por ca- ba, não apenas na Bahia (13,2 milhões de a buscar desenfreadamente aumento de
bissolos Eutróficos de origem calcária, cau perfaz 25,8% do Litoral Sul, cultura hectares), mas em toda ela (73 milhões de produtividade e produção, enquanto os
com boa fertilidade natural e profundidade que também ocupa grande parte do Baixo hectares), para incentivar o uso de mane- passivos ambiental (degradação do solo)
satisfatória, é possível inferir ser muito Sul, juntamente com seringueira, guaraná, jos conservacionistas como o sistema de e social somente estão aumentando. O
mais precária a situação na maior parte da cupuaçu, dendê e banana; todas essas lavoura-pecuária-floresta e outros, de for- econômico, o ambiental e o social devem
região semiárida da Bahia, com problemas culturas mantêm boa cobertura do solo e ma a evitar a repetição da degradação do atuar de forma conjunta e equilibrada. É
até mais sérios de retirada da vegetação tornam mínima a degradação do mesmo. solo ocorrida quando da abertura inicial do difícil prever até quando o solo suportará
natural, regime pluvial semelhante ou pior, Na parte central e norte do bioma existem bioma Cerrado, há aproximadamente 50 esse descaso com ele.
predominância de solos derivados de ro- grandes áreas com pastagens degrada- anos. • Por fim, que os poderes públicos
chas cristalinas, com baixa profundidade e das, mas a expansão da citricultura para • Fomento à pesquisa por instituições da Bahia e do Brasil, sabendo que o PIB
com baixo suprimento de nutrientes. Nes- o Litoral Norte, com predominância de públicas e privadas, com editais específi- Agrícola tem contribuído de forma es-
sas situações o risco de desertificação é manejo conservacionista, é um ponto que cos para o manejo e conservação dos so- tratégica e destacada para a riqueza es-
muito mais evidente. merece destaque. los do Estado da Bahia. tadual e nacional como um todo, passem a
• Esperança que os poderes públi- dedicar mais atenção e respeito ao agron-
Mata Atlântica – É o bioma mais Perspectivas cos da Bahia e do Brasil conscientizem-se egócio, em todos os níveis, especialmente
antropizado do Brasil, onde cobre 10,8 • Aumento da degradação do solo no que o desenvolvimento é o crescimento ao solo, que é à base de tudo.
milhões de hectares, com o ecossiste- bioma Cerrado, tanto por compactação do econômico que se traduz em melhorias
ma dos Tabuleiros Costeiros, enclavado solo quanto por erosão eólica, principal-
nesse bioma, representando aproximada- mente pela expansão da abertura desse
mente 3,6 milhões de hectares, com so- bioma na Região do Matopiba, que na Ba- Área de pastagem degradada no ecossistema dos Tabuleiros
los de baixa fertilidade e problemas físicos hia ocupa 13,2 milhões de hectares, e uti- Costeiros, em Laje-BA. Foto: Luciano da Silva Souza.
devido a adensamento entre 0,20-0,80 m lizando práticas agrícolas eficientes para
de profundidade, refletindo negativamente corrigir a acidez e fertilidade do solo, mas
na dinâmica do ar e da água e no aprofun- ineficientes em termos de conservação
damento das raízes. As regiões do Litoral do solo, como na abertura do Cerrado há
Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia, aproximadamente 50 anos, embora ex-
que fazem parte desse bioma, possuem istam atualmente sistemas conservacion-
4,7 milhões de hectares, dos quais 19,0%, istas para a região, como a integração
13,7% e 11,5% estão cobertos por flores- lavoura-pecuária-floresta.
ta secundária, respectivamente. A flores- • Aumento de áreas em desertifi-
ta primária ocupa 8,9% do Litoral Sul e cação ou desertificadas, principalmente
8,1% do Extremo Sul. As áreas ocupadas no bioma Caatinga.
por agricultura e pastagem representam • Aumento da degradação do solo no
39,4% do Litoral Sul, 55,7% do Extremo bioma Mata Atlântica, por ainda continuar
Sul e 53,0% do Sudoeste, com o solo de- ocorrendo a remoção de matas primárias
scoberto presente em 12,2% do Extremo ou secundárias, mas também pela não
Sul e 21,7% do Sudoeste. Esses últimos utilização de manejo conservacionista em
dados, e mais o fato de que grande parte culturas como mandioca, inhame e outras,
do Extremo Sul possui solos adensados principalmente pastagem.
cultivados com mamão, com excessiva • Ausência de programa integrado de
movimentação do solo e baixíssima cober- manejo e conservação do solo e da água
tura vegetal nas entrelinhas, implicam em na Bahia, com sua criação e execução
grande degradação do solo nessa região tendo como principal fator complicador a
e no Sudoeste, especialmente em pasta- desestruturação do sistema estadual de
gens. A presença de grande área ocupada pesquisa e extensão – que mantinha cap-
por mandioca no bioma como todo, cultura ilaridade em todos os municípios baianos
que pouco protege o solo de degradação, – pelo Governo do Estado em 2015.
é um ponto desfavorável em termos de
conservação do solo, o contrário ocorren- Expectativas
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Conservação do
Opinião

Opinião
empobrecimento e perdas de solo. Estava de Exploração enviada por Dom Pedro II
instalada a agricultura itinerante, extrativ- identificou destruição acelerada da veg-
ista, de baixa produtividade e do empobre- etação nos sertões cearenses, causada

Capital natural no cimento contínuo do homem e dos recur-


sos naturais.
Já no século XVIII, com o desenvolvi-
tanto pelo desmatamento quanto pelo uso
do fogo para instalação de culturas como
a mandioca ou para o pastoreio.

semiárido cearense: mento dos charqueados no litoral, o sertão


passou a ser a região de criação do gado,
com o pastoreio de forma excessiva e pre-
Embora em 1861 já tenha sido identi-
ficada a adoção de um modelo insustentáv-
el na exploração dos recursos solo e veg-

o que fizemos e o que datória sobre pastos e solos, imprimindo


uma pressão de uso além da capacidade
de suporte dos mesmos. A decadência
etação, não se encontram registros que
abordem o emprego de técnicas de con-
servação do solo e da água no semiárido

temos feito?
dessa atividade econômica se iniciou na cearense, seja para áreas de exploração
metade do mesmo século, culminando agrícola, ou para áreas de pastoreio. Ao
com a grande seca de 1790-1793. Emb- longo desses 500 anos, o solo foi empo-
ora o fracasso do charqueado tenha sido brecendo e a vegetação foi desaparecen-
atribuído aos quatro anos consecutivos do, passando a existir a predominância de
Eunice Maia de Andrade
de seca, com certeza o sobrepastejo e a espécies pioneiras, com redução da diver-
Mirian Cristina Gomes Costa degradação da pastagem nativa, exaurin- sidade do banco de sementes e conse-
_________________________________________ do as reservas energéticas da vegetação quente decréscimo da resiliência do meio.
Universidade Federal do Ceará. natural, possam ser apontados como as Apesar da publicação de livros como “Solo
eandrade.ufc@gmail.com principais causas deste fracasso. O fato e Água no Polígono das Secas” e “O Nord-
mirian.costa@ufc.br é que qualquer exploração agropecuária este e suas Lavouras Xerófilas”, e apesar
que despreze o manejo correto dos recur- do engenheiro agrônomo José Guimarães
sos naturais reduzirá a resiliência do ambi- Duque ter chamado a atenção para a ne-
Histórico latitude), a região semiárida é exposta a

Q
ente ante a seca. Em 1861, como narrado cessidade de se adotar uma agropecuária
uando se pensa em con- uma excessiva quantidade de luz e ener- por Braga (1962), a Comissão Científica fundamentada na aptidão dos recursos
servação do solo, não se pode gia na forma de calor sensível, o que define
deixar de pensar em con- a rápida mineralização da matéria orgâni-
servação da vegetação e da água. Solo e ca. Portanto, os sistemas de uso e ocu- Figura 1. Broca seguida por queima no interior do Ceará. 2010. Fotos: Eunice
Maia de Andrade
vegetação não se dissociam, pois ambos pação do solo voltados para regiões com
evoluem juntos em um modelo autoinflu- estas características deveriam se funda-
enciado. Sabe-se que na formação dos mentar em modelos com menor distúrbio
solos, suas características são determina- possível do meio e com reforço no aporte
das pelos processos atuantes, bem como de matéria orgânica, seja pela adoção da
pelos fatores material de origem, relevo, cobertura morta, adição de composto e/ou
organismos vivos, tempo e clima. Esses adubação verde (ARAÚJO FILHO, 2013).
fatores, além de serem determinantes na Na contramão desta verdade, desde
formação dos solos, são determinantes na os tempos da colonização, os sistemas de
formação da vegetação. produção agrícola do semiárido brasileiro
Como resultado das interações en- foram fundamentados em modelos volta-
tre os fatores de formação, com destaque dos para solos de regiões de clima temper-
para material de origem e clima, os so- ado. Assim, no segmento de um modelo
los predominantes na região semiárida inadequado às condições edafoclimáticas
do Nordeste do Brasil, de forma geral, e vegetativas, as matas foram queimadas,
são pouco profundos, com baixos teores as lavouras foram implantadas e o solo
de matéria orgânica e apresentam baixa foi exposto ao efeito erosivo das chuvas
permeabilidade; porém, são solos relativa- intensas - que são características do re-
mente ricos em bases trocáveis (DUQUE, gime hidrológico do Semiárido brasileiro
1980). Devido à posição geográfica (baixa (GUERREIRO, 2013), com consequente
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Opinião

Opinião
prego do cata-vento artesanal. A adição sociedade que ações bem-sucedidas em
de água aos pomares era efetuada por regiões semiáridas ou áridas de clima tem-
sulcos ou bacias de inundação sem nen- perado, não são necessariamente as mel-
huma técnica de manejo e conservação hores ações para o semiárido tropical. O
de solo e água. Por se tratarem de solos não desenvolvimento de tecnologias ad-
aluviais de textura fina, no final da déca- equadas às condições locais e a impor-
da de 1950 identificaram-se os primeiros tação de tecnologias desenvolvidas para
sinais de salinização. Nessa época sur- clima úmido e/ou temperado continuam
giram os pontos denominados pelos irri- alimentando esta doença e reduzindo a re-
B - Aratuba gantes como “lambedor de gado”, áreas siliência do meio.
A - Canindé
onde o sal aflorava e os animais ficavam Em uma visão de microescala, no-
C - Quixeramobim D - Irauçuba a lamber o sal da superfície do solo. No vos modelos de produção “agropecuária
final da referida década, iniciaram-se as conservacionista” vêm surgindo de forma
perdas totais dos pomares da região pela pontual e incipiente; porém, é sempre um
salinização do solo e da água. começo. Como exemplo, cita-se o trabalho
No início da década de 1970, após a desenvolvido pelo PRODHAM (Projeto de
perenização dos principais rios do Estado Desenvolvimento Hidroambiental), a nível
(Jaguaribe, Banabuiú, Acaraú e Curu) pe- de bacia hidrográfica, nos municípios de
los açudes Orós, Arrojado Lisboa, Araras Canindé e Aratuba, no assentamento Man-
e General Sampaio, os grandes perímet- dacaru no município de Irauçuba. Por meio
ros irrigados foram instalados nas regiões do PRODHAM foram executadas práticas
aluviais do semiárido cearense. Algumas de conservação de solo e água na bacia do
Figura 2. Surgimento espontâneo da vegetação nativa após a con- dessas áreas já se encontravam em em- riacho Cangati, promovendo uma mudança
strução dos cordões de pedras(A), escoamento de base em riachos inência de salinização, como foi o caso na paisagem e mostrando que é possível
com barragens sucessivas (B), terraços de retenção(C) e cordões de do perímetro irrigado de Morada Nova. adotar práticas de conservação de solo e
pedra no assentamento Mandacaru (D). Fotos: 2A e B – Eunice Maia de De fato, muitas destas áreas já eram ex- água (Figura 2).
Andrade; 2C e D – Josualdo Justino. ploradas com pequenos pomares de ba- Neste ponto, seria injusto mencio-
nana e citros (laranja e limão) irrigados nar os projetos que vislumbraram a im-
naturais do Semiárido, a qual pode ser cit hídrico constante os solos pouco pro- com água proveniente de poços amazo- plantação de práticas de conservação de
chamada de “agropecuária conservacioni- fundos com baixo potencial de armazena- nas e bombeada por cata-ventos. solo, água e vegetação no semiárido cea-
sta”, as práticas predatórias se perpetuar- mento de água. Embora esta verdade rense e não citar os nomes dos engenhei-
am até os dias atuais (Figura 1). seja conhecida e aceita, poucas foram as Conjuntura Atual ros agrônomos João Ambrósio de Araújo
Sabe-se que em qualquer sistema medidas em grande escala para promov- De forma geral, a paisagem do ter- Filho (in memoriam), João Bosco Oliveira
de produção agropecuária, em qualquer er uma “agropecuária conservacionista” ritório cearense pode ser vista como uma e Josualdo Justino Alves. O primeiro, re-
parte do globo terrestre, deve-se favore- nos sertões cearenses, na qual fossem paisagem doente, que registra o dese- sponsável pelo desenvolvimento de siste-
cer a infiltração e percolação da água no estabelecidos sistemas de produção que quilíbrio no uso dos seus recursos natu- mas de produção agrosilvipastoril para o
solo, bem como a redução do escoamento tivessem por objetivo não só a produção rais e expressa a insistência na adoção Semiárido; o segundo, pela implantação do
superficial. Tais favorecimentos resultam de biomassa, mas também a conservação de modelos de uso e manejo impróprios PRODHAM e o terceiro, pela implantação
em diminuição do processo erosivo, au- do solo e da água. às suas condições edafoclimáticas e veg- do Projeto Mandacaru e de ações de con-
mento no armazenamento e disponibili- Uma outra ação que promoveu a etativas. Trata-se de uma doença crônica servação de água e solo na agricultura de
dade hídrica no solo, bem como em mel- degradação do recurso natural solo no que vem aniquilando o território de forma sequeiro.
horias no abastecimento de aquíferos e Ceará foi o emprego da irrigação sem contínua, expressando a total falta de
conservação dos cursos hídricos. Ess- adoção de manejo correto. A irrigação no harmonia entre o homem e o ambiente. Considerações finais
es aspectos são primordiais nas regiões semiárido cearense foi iniciada nas primei- O homem, de fato, ainda não parou para A percepção que se tem é a de que
semiáridas tropicais, onde o déficit hídrico ras décadas do século XX pelos pequenos comungar com o meio em que vive e se os recursos naturais do território cearense
é constante, com exceção de um ou dois produtores do vale do rio Jaguaribe, mais indagar: qual a aptidão dos recursos nat- passam a receber uma menor pressão de
meses ao ano. No caso do estado do especificamente no município de Limoe- urais aqui presentes? uso por duas hipóteses distintas. A primei-
Ceará, devem ser adicionados a este défi- iro do Norte (FREITAS, 2010), pelo em- Em macroescala, ainda não foi to- ra delas é o abandono de áreas agrícolas
talmente aceito e compreendido pela ou pasto, seja pelo insucesso ou baixa pro-
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Conservação do Solo no
Opinião

Opinião
há poucos técnicos extensionistas que
compõem o quatro da extensão rural cea-
rense.

Estado do Pernambuco
Sugere-se que ações mais efetivas
com relação à conservação do capital nat-
ural no Semiárido sejam realizadas pelos
tomadores de decisão. Nessas ações, os
projetos de conservação e recuperação Rossanna Barbosa Pragana ¹
dos recursos naturais devem ser efetua- Davi Santos Tavares ²
dos em escala de bacias hidrográficas
_________________________________________
e de forma continuada. Em um futuro
¹ Professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)/
bastante próximo, a sociedade cobrará
que os tomadores de decisão se posi- Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST).
cionem de forma mais efetiva, propondo e rossannapragana@yahoo.com.br
Figura 3. Mudanças do uso da terra. Fonte: Os autores. ²Discente em Agronomia UFRPE/UAST.
implementando políticas públicas voltadas
para sistemas de produção desenvolvidos daviistavares@gmail.com
dutividade em decorrência da exaustão com base em modelos de “agropecuária

A
do solo. Este abandono resulta no pousio conservacionista”, adequados à região palavra conservação é definida paço de tempo, além disso, quando a cobertura
que promove o início do processo de re- Semiárida brasileira. como um conjunto de práticas des- vegetal é removida, a exposição do solo desc-
cuperação do ambiente, mas que é ex- tinadas a manter algo em bom es- oberto diminui a infiltração da água e aumenta
tremamente lento, uma vez que o banco
de sementes foi praticamente dizimado e Ref. Bibliográficas tado ou no mesmo estado. A conservação do
solo visa mantê-lo em sua capacidade para
o escoamento superficial, reduzindo as possib-
ilidades de restabelecimento da cobertura veg-
a resiliência do meio foi comprometida. exercer suas funções na natureza, seja para etal. Estes fatos exigem um manejo cuidadoso
Esta hipótese se confirma na Figura 3, na ARAÚJO FILHO, J.A. Manejo Sustentável preservação ou produção agrícola, para isto é para evitar a degradação do solo, pois a baixa
qual identifica-se redução de 11 e 40% da Caatinga. Recife: Projeto Dom Helder necessário que práticas de manejo denomina- precipitação aliada às chuvas intensas faz com
das áreas de solo exposto e capoeira, re- Camara, 2013. 200 p. das de conservacionistas sejam seguidas. Na que estes os solos apresentem baixa resiliên-
spectivamente, associada ao aumento das BRAGA, R. História da Comissão Científi- adoção destas práticas de conservação do solo cia.
áreas com vegetação arbóreo-arbustiva e ca de Exploração. Fortaleza: Imprensa Uni-
devem-se considerar as características edáfi- A exploração agrícola no semiárido per-
mata ciliar em um período de 30 anos nas versitária do Ceará, 1962. 410p.
cas, as condições topográficas e hidrológicas, nambucano ocorre principalmente nas épocas
nascentes do rio Banabuiú. Entretanto, o CEARÁ. Secretaria dos Recursos Hídricos.
Relatório anual do PRODHAM 2009. For- a fim de preservar os solos cultivados. Dentre de chuva e com baixa tecnologia, o que tornam
abandono de áreas agricultáveis e o ex- estas práticas estão à manutenção da cober- os agricultores vulneráveis, por serem muito
taleza, 2010.
tenso período de tempo necessário para DUQUE, G. Solo e água no polígono das tura vegetal, irrigação bem dimensionada para dependentes de recursos naturais. Normal-
que o pousio recupere os solos repre- secas. Mossoró: Esam, 1980. 273p. evitar a salinização, o uso de curvas de nível mente os agricultores adotam um manejo inad-
sentam prejuízos sócio econômicos para FREITAS, B.M.C. Marcas da modernização em áreas que não apresentam relevo plano, equado do solo, que inicia com a derrubada da
os agricultores que tiram seu sustento da da agricultura no território do perímetro ir- renques de vegetação permanente ou barreira vegetação, a destoca, a queima e o preparo de
terra. rigado Jaguaribe-Apodi: uma face da atu- viva, cordões em contorno ou terraços de base forma convencional, expondo o solo ao efeito
A segunda hipótese é de que a im- al reestruturação espaçosocial do Ceará. estreita, rotação de culturas, cobertura morta, das chuvas intensas. Além disto, observa-se
plementação, ainda que incipiente, de 2010. 176 f. Dissertação (Mestrado em Ge- adubação verde e plantio direto. o cultivo em áreas com declividade alta, sem
práticas de conservação de solo e água ografia) - Universidade Estadual do Ceará,
A conservação do solo no Estado de Per- qualquer medida de prevenção. Esta prática fa-
pelo serviço de extensão rural do Estado, Fortaleza.
nambuco está totalmente relacionada ao clima, vorece rápidos escoamentos superficiais, que
em parceria com as prefeituras e organ- GIRÃO, R. Evolução História Cearense.
Fortaleza: ETENE/BNB, 1986.466p. 1986. pois 88% de sua área são caracterizadas como transportam as partículas do solo para outras
izações sociais, poderá reduzir, mesmo de semiárido. Os solos que predominam são de localidades, causando, consequentemente,
GUERREIRO, M.J.S.; ANDRADE, E.M.;
forma local, a degradação do meio e pro- ABREU, I.; LAJINHA, T. Long-term varia- origem cristalina e apresentam pedregosidade, a erosão do solo e assoreamento das fontes
mover a conservação do solo, da água e tion of precipitation indices in Ceará State, baixo conteúdo de matéria orgânica e capaci- d’água, além de contribuir para diminuição da
da vegetação, ao mesmo tempo em que Northeast Brazil. International Journal of dade de infiltração, que, associados ao clima cobertura vegetal da caatinga, que já não é uma
viabiliza o uso da terra pelos agricultores Climatology, v. 33, p. 2929 - 2939, 2013. e aos fatores topográficos promovem elevadas vegetação densa, devido à hidrologia irregular
da região. Entretanto, cabe destacar que perdas de solo. O semiárido apresenta precip- e altas temperaturas. Este manejo inadequado
este processo também é lento, não porque itação escassa, irregular e com chuvas que se resulta em condição desfavorável para a con-
inexistam práticas conservacionistas ad- caracterizam pela alta intensidade em curto es- servação dos recursos naturais comoo solo, a
equadas para o Semiárido, mas porque
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Opinião

Opinião
região era trabalhador rural da indústria da os agricultores do assentamento, utilizan-
cana-de-açúcar, e com o fechamento das do um simulador de chuvas sobre os solos
usinas passaram a sobreviver da agricultu- com diferentes condições de degradação
ra, por isto eles não detêm conhecimento – queimadas, extrativismo vegetal e sobre-
amplo sobre agricultura conservacionista e pastoreio. Com execução deste projeto es-
suas vertentes. pera-se conscientizar os agricultores locais
Embora se observe a predominân- sobre os danos ambientais causados por
cia de práticas não conservacionistas no estas práticas, bem como incentivá-los a
manejo do solo no Estado de Pernambu- produzir de modo a não degradar os solos.
co, algumas ações pontuais são desen- Com igual finalidade, também está
volvidas. Exemplo disso é o projeto “Ofici- sendo executado o projeto intitulado “Ex-
nas sobre manejo e conservação do solo tensão Rural e Práticas de Conservação do
e da água” no assentamento Carnaub- Solo” com agricultores, coordenado pelo
inha, sertão de Pernambuco, coordenado professor Alan Cézar Bezerra, da UAST/
pelo professor Luiz Guilherme Medeiros UFRPE. Este projeto tem por objetivo co-
Pessoa, da Unidade Acadêmica de Serra laborar para a melhoria da qualidade am-
Talhada - UAST, da Universidade Federal biental dos solos em unidades produtivas,
Rural de Pernambuco – UFRPE, que tem com a adoção de práticas conservacionis-
como objetivo realizar oficinas demonstra- tas baseadas nos conhecimentos topográfi-
tivas dos efeitos de práticas de extrativis- cos. As principais ações desenvolvidas no
Figura 1. Plantio em área de declividade alta sem curva de nível, em San- mo vegetal e queimadas sobre as perdas projeto visam promover a sensibilização
ta Cruz da Baixa Verde - PE. (Fonte: Rossanna Pragana) de solo por erosão, em área de assenta- dos produtores quanto ao meio ambiente
mento no sertão do Pajeú - PE. As oficinas e recursos naturais, de forma que todos os
estão sendo realizadas em campo, com conceitos aprendidos sejam disseminados
água e a vegetação. perpetuadas de geração a geração, onde os
A baixa qualidade da água subter- antepassados sempre adotaram o preparo
rânea e superficial, devido ao elevado teor convencional, mas também por falta de con-
Figura 2. Área com declive desmatada, em Cedro - PE (Fonte:
de sais, que é resultado da precipitação es- hecimento dos agricultores em relação às
cassa, juntamente com o material de origem práticas conservacionistas. É nesta vertente Rossanna Pragana)
dos solos do semiárido, vem provocando que entram as instituições de pesquisa e
alterações deletérias nas características de extensão, que devem ter consciência do
químicas destes solos, como a salinização, seu papel na busca de soluções para a con-
frequentemente relacionadas à irrigação in- servação do solo, atuando como difusores
adequada, o que exige um cuidado maior na do manejo conservacionista e incentivando
execução de projetos de irrigação. A com- a prática da agricultura sustentável. Estas
pactação, causada pelo sobrepastoreio de instituições devem firmar compromissos
animais, é outro dano observado nos solos para geração de metodologias capazes de
do semiárido pernambucano. manter a qualidade do solo.
Apesar da necessidade de adoção de A falta de conhecimento sobre con-
práticas conservacionistas, o que pode ser servação do solo não é observada apenas
observado em vastas áreas de cultivo no entre os agricultores do sertão pernambu-
Estado de Pernambuco é a ausência des- cano, mas também nos da Zona da Mata,
tas. Infelizmente constituem minoria aqueles que trabalham em relevos muito acidenta-
que têm consciência de que a sustentabili- dos, denominados de Mares de Morros. Os
dade da atividade agrícola depende muito da pequenos agricultores não adotam curvas
qualidade do solo. Este manejo inadequado de nível em suas plantações, ocupam os
do solo muitas vezes é praticado devido à leitos dos rios e adotam manejo conven-
cultura arraigada pelos agricultores, que são cional do solo. Parte dos agricultores desta

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Conservação do Solo
Opinião

Opinião
pelos próprios produtores, além de elaborar fraestrutura hídrica do Estado de Pernambu-
material didático sobre conservação do solo co. Também desenvolve ações como o projeto

no Estado do Piauí
para apresentar aos produtores e confeccio- “Manejo de sub-bacias hidrográficas e con-
nar instrumentos para realização de práticas servação de solo e água” em assentamento ru-
conservacionistas de caráter mecânico, práti- ral no município de Floresta-PE. As atividades
cas como estabelecimento de cordões de pe- desenvolvidas neste projeto envolvem práticas
dras e de vegetação, seguindo a curva de nív- culturais e mecânicas de conservação, como
el. Este projeto é desenvolvido no município recomposição de mata ciliar e produção agro-
de Santa Cruz da Baixa Verde, localizado na ecológica de alimentos, construção de barra- João Carlos Medeiros
região semiárida de Pernambuco. gens sucessivas de contenção de sedimentos, _________________________________________
Outra atuação de cunho conservacioni- terraços conjugados às barragens, sendo to- Universidade Federal do Piauí. E-mail: joaomedeiros@ufpi.edu.br
sta, coordenada pelo docente Genival Barros das executadas no Assentamento Angico.
Junior da UAST/UFRPE, é o projeto “Manejo Os coordenadores dos projetos cita-
de microbacia sem uso de queimadas e com dos relataram que a maioria dos agricultores
pousio de áreas”. O objetivo do projeto é dis- foi receptiva, se mostraram motivados a par-
cutir com a população das Comunidades de ticipar das reuniões e oficinas realizadas e
Carnaubinha e do Enjeitado, de Triunfo - PE, demonstraram interesse em adotar as práticas

O
que faz parte da microbacia do Riacho Frazão, apresentadas. Percebeu-se que a execução
tributário do Rio Pajeú, ações para mitigar o destes projetos pode transformar a realidade Piauí é dividido em duas lo XVII. Devido a expansão do cultivo de
impacto causado pelo mau uso do solo, como de agricultores carentes de tecnologias al- grandes formações geológi- cana-de-açúcar na faixa litorânea nord-
consorciar cultivo agrícola com área de mata ternativas de convivência com o semiárido. cas, a maior é conhecida estina, a pecuária migrou para o sertão
de caatinga com o mínimo de raleamento da Alguns pontos limitantes relatados pelos ag- como bacia sedimentar do Parnaíba, for- nordestino. Nesta época as propriedades
mata, eliminar em definitivo a queimada na ricultores seriam a falta de acessibilidade a mada por rochas sedimentares, ocupa um do interior caracterizavam-se pela criação
etapa que antecede a implantação das áreas projetos de conservação que exigem investi- espaço equivalente a 84% do território extensiva do gado e pouco se praticava
de trabalho ou de criatórios e manter todo e mentos (financiamento) e uma assistência téc- piauiense, a outra é formada por rochas de agricultura. Entretanto, as proprie-
qualquer resíduo de cultivos cobrindo as áre- nica mais frequente e abrangente. Entretanto, cristalinas e metamórficas, situadas no dades rurais que cultivavam culturas anu-
as para proteção do solo. Este projeto faz par- observou-se que os agricultores começaram contato leste e sudeste do Estado, corre- ais, como o feijão, arroz, milho, mandioca
te de outro maior, submetido à Fundação de a se conscientizar que a utilização de práti- spondendo a 16% do espaço geográfico e a cana-de-açúcar, utilizavam pequenas
Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambu- cas conservacionistas e de manejo racional estadual. No Estado estão presentes três áreas e na maioria dos casos para a sub-
co – FACEPE, que é o órgão de fomento à do solo contribui para a redução dos impac- grandes biomas (Caatinga, Cerrado e uma sistência. Neste modelo de exploração da
ciência e a tecnologia do Estado de Pernam- tos ambientais decorrentes da natureza e da porção menor de Mata Atlântica). O rele- terra, os maiores fatores de degradação
buco, coordenado pelo professor José Ramon ação antrópica, e que isto depende de uma vo piauiense abrange planícies litorâneas do solo eram o fogo e/ou preparo do solo
Barros Cantalice da UFRPE. Uma inovação mudança de atitude deles. Isto reforça a im- e aluvionares, nas faixas às margens do (revolvimento com tração animal) em pe-
deste projeto foi a adesão dos agricultores me- portância da extensão rural e a presença das rio Parnaíba e de seus afluentes, que per- quenas áreas.
diante compensação pelo serviço ambiental, instituições nesta atividade, porque a produtiv- meiam a parte central e norte do Estado. Com a expansão da agricultura bra-
onde os agricultores recebem uma ajuda de idade do solo é de extrema importância para Ao longo das fronteiras com o Ceará, Per- sileira, principalmente, a partir da década
custo financeira por serviço prestado, por um o desempenho econômico de uma nação, isto nambuco e Bahia, localizam-se as chapa- de 1980, o Cerrado piauiense passou a ser
período de vinte meses. Esta compensação constitui justificativa suficiente para que se- das de Ibiapaba e do Araripe, a leste da procurado por agricultores provenientes
serve como um incentivo, devido à dificuldade jam priorizados investimentos com vistas à Tabatinga e Mangabeira, e ao sul, pode- de outros Estados da Federação atraídos
de convencimento do agricultor às mudanças preservação do solo. se encontrar as maiores altitudes do esta- por terras de baixo custo e passíveis de
no uso e manejo do solo. Como em muitos Estados brasileiros, do, com aproximadamente 900 m de alti- mecanização. Portanto, pode-se afirmar
Além destes projetos desenvolvidos pe- Pernambuco tem muito a fazer quanto à con- tude. Em geral os solos do Piauí são em que o histórico de uso do solo, com agri-
los professores da UFRPE relatados, entre servação do solo, como investimentos e apoio sua maioria, de baixa fertilidade natural cultura intensiva, no estado é recente. Al-
outros, o Instituto Agronômico de Pernambuco às instituições que desenvolvem extensão, com predomínio da classe dos Latosso- guns exemplos atuais de uso do solo em
- IPA, que tem como competência a pesqui- considerando que práticas conservacionistas los, que representam aproximadamente fazendas da região, podem ser visualiza-
sa, desenvolvimento e produção de bens e têm uma importância infinita por afetar diret- 50% da área total do Estado. Quanto ao dos na Figura 1.
serviços agropecuários, e as atividades de amente o desenvolvimento econômico do Es- uso do solo, a região foi marcada por Em estudo que trata da aptidão
assistência técnica, extensão rural e de in- tado. grandes disputas por terras desde o sécu- agrícola dos solos do estado do Piauí,

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Opinião

Opinião
manejo utilizado. As características físi- tratores é maior que 90%; b) 21% são ter-
cas e químicas dos solos evidenciaram ras com impedimentos muito fortes quanto
limitações para os três níveis de mane- à mecanização, pois, o declive é maior que
jo, sendo a baixa fertilidade o maior limi- 20% e o rendimento de tratores é menor
tante para o manejo com baixa tecnologia que 50%; c) 14% da área apresentam lim-
e o impedimento a mecanização, gerado itações ligeira a moderada com declive de
principalmente pela ocorrência de pedre- 6 a 12% e o rendimento de tratores varia
gosidade, o maior limitante para manejos entre 70 a 90%; d) o restante são terras
com níveis mais tecnológicos. Em out- com limitações moderadas a fortes com
ro trabalho sobre as potencialidades das declive de 12 a 20% e o rendimento de tra-
terras do Piauí, realizado pelo Ministério tores situando-se entre 50 a 70%.
da Agricultura (1979), as terras são clas- Um dos grandes desafios relacio-
sificadas da seguinte maneira: Quanto nados à conservação do solo e da água
A à aptidão agrícola: 11,7 milhões de hec-
tares aptos para lavoura; 10,2 milhões de
encontra-se na região sul do Estado, no
município de Gilbués, onde localiza-se um
hectares indicados para silvicultura e/ou núcleo de desertificação, o maior em ex-
pastagens naturais; 1,3 milhões de hec- tensão e em intensidade de degradação
B tares para pastagem plantada. Quanto à da região Nordeste. Nesta região, verifi-
exigência de fertilizantes e corretivos: A cam-se processos acelerados de degra-
grande maioria, 84,5% das áreas tem altas dação ambiental, com extensas áreas de
exigências de fertilizantes e moderada ne- solos descobertos e elevada degradação
cessidade de calagem para a manutenção por erosão hídrica, comprometendo a ativ-
e correção da fertilidade do solo. Quanto idade econômica da região. Os solos pos-
à exigência de práticas de conservação suem fragilidade natural, a qual é consid-
do solo: 67% da área do Estado possuem erada como o fator principal do processo
solos com poucos problemas de erosão, de degradação. Vários estudos mostraram
necessitando de medidas simples para a que estes solos apresentam baixa capaci-
sua conservação (por exemplo: aração dade de reter e disponibilizar água para as
mínima, rotação de culturas, cultivos em plantas, além de elevados teores de silte os
faixas, cultivos em contorno e pastoreio quais acarretam graves limitações físicas e
controlado); b) 15% possuem solos com lhes agravam a vocação ecológica para a
limitações ligeiras a moderadas quanto a desertificação. A fragilidade natural do solo
suscetibilidade à erosão. Estas áreas ne- e o uso inadequado do mesmo, por meio
Figura 1. Sistemas agrícolas empregados no Cerrado piauiense cessitam de medidas intensivas (por ex- da retirada da vegetação nativa e aplicação
(Bom Jesus). Restos culturais de soja da safra 2016/2017 (A); Mil- emplo: terraço de base larga ou terraço de de técnicas impróprias à preservação am-
heto semeado pós-colheita da soja (B). Fotos: João Carlos Medei- base estreita). c) 18% das áreas possuem biental, tais como: o uso descontrolado do
ros solos com limitações fortes a muito fortes fogo, pecuária extensiva, manejo incorreto
quanto à erosão, necessitando para sua na agricultura, estradas mal planejadas
conservação, de técnicas pouco viáveis e garimpo de diamantes são elencadas
economicamente, que em muitos casos como as principais causas do processo at-
Almeida (2015), conclui que a maioria dos As áreas inaptas para o cultivo agrícola não justificam a sua aplicação. São áreas ual de degradação ambiental em que se
solos possuem aptidão para pastagem estão condicionadas em grande parte, por que devem ser preservadas ou em alguns encontra a região de Gilbués. Alguns dos
plantada (55,67%), apesar da ocorrência áreas de preservação permanente, princi- casos, serem utilizadas para pastagens ou estudos desenvolvidos até o momento no
de áreas com aptidões para usos mais palmente áreas de mata ciliar (3,34%). A silvicultura. Quanto à possibilidade de me- Núcleo de Pesquisa de Recuperação de
intensivos, mesmo que de forma regular diversidade climática interfere diretamente canização: a) 54% das áreas do Estado Áreas Degradadas e Combate à Desertifi-
(24,20%) e restrita (4,74%), tendo ainda, no uso dos solos piauienses, muitas vez- não possuem limitação quanto ao uso de cação (NUPERADE) em Gilbués, demon-
15,39% de sua área destinada ao uso es limitando-os à utilizações menos in- máquinas e implementos. O declive não stram que as técnicas de microbacias e
para pastagem natural e/ou silvicultura. tensivas, independentemente do nível de ultrapassa a 6% e o rendimento efetivo de re-vegetação podem reduzir os danos da

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Opinião

Opinião
desertificação. Entretanto, o processo de retenção de água e baixa fertilidade nat- proteção contra a erosão, aumento da in- cipalmente, nas que refere-se ao manejo
degradação ambiental em Gilbués requer ural. Outra particularidade desta porção filtração de água e manutenção dos teores da compactação e da fertilidade do solo
estudos mais aprofundados, para melhor do Estado é a proximidade com a região de matéria orgânica e consequentemente, nos sistemas agrícolas do Cerrado. É fun-
conhecimento do problema, uma vez que semiárida (Caatinga), o que a torna pecu- da fertilidade e atividade biológica. Para damental que o conhecimento produzido
o fenômeno expande-se com rapidez. Es- liar quanto quantidade e distribuição das consolidar as melhores práticas de uso pelas instituições de ensino e pesquisa
pecialmente trabalhos que identifiquem chuvas, apresentando sazonalidade nos da terra, visando a conservação do solo chegue de fato aos agricultores e socie-
plantas eficazes em manter uma cobertu- índices de precipitação e frequentes ve- e da água, muitos trabalhos de pesquisa dade em geral, a fim de que as melhores
ra permanente sobre a superfície do solo, ranicos mesmo nas épocas chuvosas que vêm sendo realizados nos últimos anos, práticas e técnicas para conservação do
melhorando suas características físicas, concentra-se nos meses de novembro a por instituições como UFPI, UESPI, IFPI solo e da água sejam implementadas.
químicas e biológicas. março. Conforme exposto anteriormente, e Embrapa, principalmente após a criação Somente com a difusão dos benefícios e
Outro desafio da conservação do solo os solos da porção nordestina do bioma dos programa de Pós-Graduação em consequências da utilização das técnicas
e da água no Piauí está relacionado aos cul- Cerrado são em geral de textura média e Solos e Nutrição de Plantas no Campus conservacionistas, será possível uma con-
tivos agrícolas no bioma Cerrado (Figura arenosa, apresentam baixa retenção de Profª. Cinobelina Elvas da UFPI em Bom sciência conservacionista nos principais
1). Esta região possui participação impor- água e elevada susceptibilidade a com- Jesus. No entanto, ainda há neste Estado, agentes da sociedade.
tante e ascendente na produção agrícola pactação (Figura 2B). Quando submetidos muitas lacunas a serem preenchidas, prin-
brasileira. Até o início da década de 1960, ao revolvimento, a redução nos teores de
estas áreas eram consideradas impróprias matéria orgânica tende a ser acelerada.
para a agricultura. No entanto, através da Mesmo no sistema plantio direto adotado
expansão do agronegócio no país, ela tor- na região, há uma grande dificuldade de
nou-se uma das últimas grandes fronteiras produção e manutenção de palha na su-
agrícolas. A transformação de ambientes perfície do solo, dada as condições ambi-
naturais em sistemas agrícolas pode gerar entais, principalmente pela curta janela de
degradação ambiental. Tal processo pode cultivo, onde torna-se difícil uma segun-
ser intensificado quando a exploração da safra. Uma das formas de aumentar
agrícola ocorre de forma inadequada, não o sucesso dos cultivos, mesmo com uma
respeitando a capacidade de uso do solo única safra anual, é com o uso do gesso
e sem o uso de práticas conservacionistas como condicionador de subsolo, o qual A B C
de suporte. Com isso, são desencadead- favorece o aprofundamento radicular e
os processos de degradação da qualidade
do solo. Na região do Cerrado piauiense,
minimiza riscos de perdas por veranicos.
Outra estratégia, para consolidar o siste-
D E F
o grande desafio atual para a conservação ma de plantio direto, é o uso de plantas
do solo está na busca por sistemas de de cobertura associados com a cultura
manejo que reduzam a intensificação dos principal. Os exemplos mais comuns uti-
processos de degradação do solo, espe- lizados na região são a sobressemeadura
cialmente compactação e erosão (Figura de milheto nas áreas cultivadas com soja
2A e 2B) e aumentem a qualidade do solo quando esta atinge o início do amareleci-
e a sustentabilidade dos sistemas agríco- mento das folhas, ou no sistema conheci-
las. Nesta região predominam Latossolos do como "Santa Fé", onde cultiva-se milho
de textura média associados a Neossolos em consórcio com braquiária (Figura 2E).
Quartzarênicos, que apresentam textura Assim, o grande desafio para o mane-
média a arenosa com alguma heteroge- jo sustentável do solo no Estado, do qual Figura 2. Erosão hídrica (A); solo gradeado para rompimento mecânico da compactação
neidade no tamanho de partículas, mas depende uma agricultura produtiva e es- (B); semeadura direta (C); milheto pós cultivo de soja (D); consórcio milho-braquiária pós
com predomínio de areia fina e muito fina. tável, é o desenvolvimento ou adaptação colheita do milho (E); crotalária e milheto utilizados como plantas de cobertura (F). Fotos:
Estas partículas tendem a ocupar os es- de tecnologias que possibilitem na prática João Carlos Medeiros.
paços vazios proporcionando o fenômeno a aplicação do princípio conservacioni-
conhecido como empacotamento, tornan- sta considerado universal, que é: mant-
do estes solos bastante suscetíveis à com- er o solo coberto e permeado por raízes
pactação, apresentando também baixa durante a maior parte do tempo, visando

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Conservação do Solo
Opinião

Opinião
emprego da agricultura com baixo uso de nos perímetros irrigados. Entretanto as
insumos e predomínio da pequena pro- práticas de manejo, do preparo do solo
priedade. Em meados dos anos 1980, até a aplicação de insumos nunca foram

no Estado do Rio apareceu a agricultura de alto nível de


insumo, trazendo mudanças no uso dos
solos da região, principalmente com o
feitas de forma técnica pelos agricultores,
levando grande parte dessas áreas a
apresentarem problemas de drenagem e

Grande do Norte aparecimento de áreas com problemas de


salinização, causados pelo uso inadequa-
do da irrigação. Além disso, observa-se na
salinização do solo. Morais et al. (2014)
avaliaram sete áreas cultivadas com ba-
naneira no Projeto de Irrigação do Baixo
Celsemy Eleutério Maia região o uso de áreas com limitação para Açu e compararam com a mata nativa da
_________________________________________ mecanização agrícola devido à presença Caatinga do entorno do projeto. Usando o
Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) de argila de atividade alta. Nessas áreas, índice de qualidade ambiental, os autores
celsemy@ufersa.edu.br chuvas com intensidade de apenas 10 mm constataram relação estreita e inversa en-
são suficientes para impedir a operação tre a qualidade do solo e a intensidade de
com máquinas. Nos solos de tabuleiro da uso, com as maiores alterações negati-
região, também ocorrem impedimentos à vas observadas para salinização medida

A
agropecuária por definição é modificação de fatores externos ao solo mecanização devido ao substrato calcário pela condutividade elétrica (CE) do solo
uma atividade impactante. Des- com baixo nível de insumos. próximo à superfície. Além disso, se ob- e para as concentrações de Na, Pb e Ni.
de o desmatamento da área até No Rio Grande do Norte, os solos serva na região problema de erosão eólica Morais et al. (2015), no mesmo projeto de
as práticas de manejo necessárias para o foram ocupados inicialmente com o em- principalmente durante os meses de out- irrigação, também avaliaram as alterações
desenvolvimento da atividade promovem prego da agricultura de baixo insumo, com ubro e novembro. em seis áreas cultivadas com mamoeiro e
a degradação do solo. Entretanto, como uso predominante da prática agrícola da Com o advento da barragem Arman- também observaram decréscimo dos índi-
afirmam Resende et al. (2002), não existe convivência. No Seridó, com predomínio do Ribeiro Gonçalves a fruticultura irrigada ces de qualidade ambiental com o tempo
solo ideal, sendo esse criado apenas para de solos derivados do embasamento cris- se desenvolveu na região do Baixo Açu, de cultivo em comparação à Caatinga do
comparação em termos de desvio para talino, a cotonicultura se estabeleceu no principalmente com plantio de banana entorno, principalmente para pH, CE, Mg,
avaliar a aptidão agrícola. Ainda segundo início do século XIX e perdurou até mea- e manga, tanto nos solos aluviais como Na, P e para os metais pesado Pb, Ni, Cd,
esses autores, na realidade, todo solo tem dos dos anos oitenta, decaindo desde en-
problemas ou limitações, os quais podem tão. Atualmente, há perspectiva de retorno
Figura 1. Plantio da banana irrigada na região de Baraúna em
ser corrigidos/reduzidos ou com os quais e crescimento da atividade, principalmente
Cambissolo da Chapada do Apodi-RN
seja necessária a convivência do produtor. com bases agroecológicas. As lavouras de
A forma como os problemas ou limitações algodão eram consorciadas com milho e
dos solos serão tratados é muito influen- sempre associadas com a pecuária, mas
ciada pelas condições socioeconômicas as altas produtividades observadas nos
e de conhecimento do produtor, sendo primeiros anos de cultivo diminuíram dev-
a correção/redução mais onerosa e com ido a um conjunto de fatores relacionados
participação tecnológica e uso de insu- a uma agricultura sem preocupação com
mos, enquanto as práticas da convivência a conservação ou recuperação das áreas
são usadas principalmente por pequenos agrícolas. No litoral leste do estado, há dé-
agricultores. Segundo Oliveira e Resende cadas os solos são cultivados predominan-
(1990), as práticas de redução dos desvios temente com a cultura da cana-de-açúcar,
das condições agrícolas do solo são aque- enquanto os solos aluviais, principalmente
las que modificam as condições naturais na região do Baixo Açu, destinam-se à
do ambiente, como a fertilidade natural e a fruticultura e ao cultivo do algodão, en-
atenuação do efeito da erosão, sendo cal- quanto na Chapada do Apodi a principal
cada na inovação tecnológica oriunda da atividade agrícola é a fruticultura irrigada.
pesquisa agropecuária, enquanto as práti- No vale do Baixo Açu os solos alu-
cas de convivência se caracterizam pela viais foram inicialmente ocupados com

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Opinião

Opinião
observado nas áreas de cultivo de melão, Rio Grande do Norte, a qual prevê me-
é devido ao que se chama de “calagem canismos de proteção, conservação e re-
líquida”. Nessas áreas, o pH original do cuperação de solos degradados, estimula
solo é em torno de 6,5 e, após dois a três técnicas e práticas que visem à sustentab-
ciclos de plantio de 60 dias, varia entre 7 ilidade, como a conservação do solo, além
e 8, diminuindo a absorção principalmente de preocupação em diagnosticar áreas
dos micronutrientes. Nas regiões irrigadas afetadas por sais e estimular ações de re-
do oeste potiguar, para minimizar o prob- cuperação.
lema, existe a prática de baixar o pH usan- Para o futuro, será necessário re-
do ácidos na água de irrigação ou utilizar duzir as pressões antrópicas sobre os so-
enxofre elementar aplicado diretamente los, onde se verifica que a resiliência nat-
ao solo. Já nas áreas que não adotam a ir- ural já foi ultrapassada em muitas áreas
rigação, o pH do solo diminui com o tempo agrícolas, necessitando urgentemente de
de cultivo, sendo necessária a prática da tecnologias e ações conservacionistas,
calagem para corrigir a acidez, neutralizar presentes muitas vezes apenas nas áreas
o Al e aumentar os teores de Ca e Mg no de baixo insumo. E hoje nos questiona-
solo. mos que, com tanta pesquisa e conheci-
Outra prática que se observou em mento no manejo e conservação do solo,
relação aos anos 1980, foi o aumento da como explicar a degradação em muitas
Figura 2. Plantio do meloeiro irrigado na região da Mata Fres-
área de contato pneu-solo em função do áreas agrícolas? Será que as práticas
ca-RN em solos do grupo Barreiras aumento da largura dos pneus dos rebo- conservacionistas estão sendo aplicadas
ques usados na colheita do melão. Isso isoladamente? De uma forma geral, por
evita a compactação do solo. Recente- que certos agricultores insistem em cer-
Cu e Mn. nessas áreas está muito abaixo do deseja- mente, para diminuir o problema da sa- tas práticas que degradam o ambiente?
Outras avaliações também foram real- do, porém a adoção da prática do plantio di- linização do solo, estão utilizando águas Como afirmam Resende et al. (2002), o
izadas em solos derivados do cristalino, em reto garanta produção de melão equivalente magnetizadas, uma prática bastante difun- fenômeno da insistência pode ser explica-
áreas cultivadas com fumo no município de à obtida sob sistema convencional. dida em muitos países, mas que há pouco do pela herança cultural, melhor produção
Pilões, também se verificando alterações, Na agricultura com alto uso de insu- tempo chegou ao Brasil. Devido ao relevo ou, simplesmente, comodidade.
principalmente com aumento da salinidade mos praticada nas regiões da Chapada do plano a suave ondulado da região, o risco
e do pH do solo. Avaliando oito áreas com Apodi e do Baixo Açu, devido ao uso da irri- de erosão hídrica é muito baixo e pouco
meloeiro cultivado em solos do grupo Bar-
reiras, com as áreas variando de três a dez
gação, independente da qualidade da água,
os solos tendem a salinizar com o tempo de
coisa tem sido feita para evitar esse prob-
lema.
Ref. Bibliográficas
ciclos de cultivo, Maia (2013) verificou decai- cultivo, sendo esse efeito mais rápido quan- De uma forma geral, segundo da- MAIA, C. E. Qualidade ambiental em solos com diferentes
mento da qualidade ambiental com aumen- to maior for a CE da água. Outro problema dos do censo agropecuário, na região ciclos de cultivo do meloeiro irrigado. Ciência Rural, v.43,
to dos ciclos de cultivo, sendo as maiores observado é que as águas utilizadas para Nordeste aproximadamente 57,2% das p.603-609, 2013.
MORAIS, E.R.C., MAIA, C.E., GAUDÊNCIO, H.R.S.C., SOU-
alterações em relação ao aumento do pH, irrigação apresentam considerada quan- áreas cultivadas não realiza nenhuma
SA, D.M.M. Indicadores da qualidade química do solo em
da salinidade e da concentração de P, dev- tidade dos íons carbonato e bicarbonato, prática conservacionista. No estado do áreas cultivadas com mamoeiro irrigado. Revista Brasileira
ido ao uso da irrigação e do efeito residual contribuindo significativamente para o au- Rio Grande do Norte a situação não é de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.19, p.587–591, 2015.
das adubações com o aumento dos ciclos mento do pH do solo com o tempo de culti- diferente. A agricultura irrigada é explora- MORAIS, E.R.C., OLIVEIRA, A. A. S, MAIA, C.E. Qualidade
na mesma área. vo, diferente do que ocorre nos cultivos de da com intensidade, fazendo com que os do solo cultivado com banana irrigada e sua relação com áre-
Com relação ao carbono no sistema, sequeiro na região. Em estudos realizados solos sofram degradação, principalmente as de caatinga. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e
devido aos solos da região já serem rela- na região foi verificado que a quantidade compactação, salinização, diminuição da Ambiental, v.18, p.887–891, 2014.
OLIVEIRA, M., RESENDE, M. Os solos aluviais eutróficos
tivamente pobres em matéria orgânica, de carbonato e bicarbonato na água de ir- fertilidade natural, perda matéria orgânica
(Fluvents) no Baixo Açu-RN e a adoção da agricultura de al-
mas devido à alta fertilidade natural, princi- rigação, expresso na forma de equivalente e diminuição atividade microbiana. Porém, tos insumos: problemas e perspectivas. Caatinga, v.7, p.220-
palmente na região da Chapada do Apodi, carbonato de cálcio para uma lâmina de 100 recentemente, o poder legislativo do Es- 255, 1999.
somando-se às elevadas temperaturas da mm de água, variou de 175 a 230 kg ha-1 tado do Rio Grande do Norte promulgou RESENDE, M., CURI, N., LANI, J.L. Reflexões sobre o uso
região e à prática da irrigação, a oxidação da e de 145 a 170 kg ha-1, para as regiões da a Lei 10.154, de fevereiro de 2017, que dos solos brasileiros. In: ALVAREZ V., V.H., SCHAEFER,
matéria orgânica é intensa. Estudos já com- Chapada do Apodi e Baixo Açu, respectiva- institui a Política Estadual de Combate e C.E.G.R., BARROS, N.F., MELLO, J.W.V., COSTA, L.M. (Ed).
provam que o manejo da matéria orgânico mente. Esse aumento do pH, comumente Prevenção à Desertificação no Estado do Tópicos em ciência do solo, v.2, Viçosa: Sociedade Brasileira
de Ciência do solo, 2002, p.593-643.
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Diversificar para
Opinião

Opinião
conservar os solos
de Sergipe
Edson Patto Pacheco
_________________________________________
Pesquisador Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju - SE
edson.patto@embrapa.br Figura 1. Solo compactado com pé-de-grade. Simão Dias - SE.
Foto: Edson Patto Pacheco

Nos últimos 15 anos, o desenvolvi- matéria orgânica. O resultado é a queda


mento e adaptação de novas cultivares de produtividade devido ao déficit hídrico
de milho, tem sido de suma importância em períodos de veranicos, bem como, o
para incrementar a produtividade e lucra- risco de encharcamento devido à com-
tividade das culturas no Agreste sergipa- pactação do solo, além da concentração
no. No entanto, os solos destinados para pluviométrica em determinadas épocas,
as lavouras são geralmente preparados característica de um regime de má dis-
de forma intensiva e indiscriminada, com tribuição de chuvas.
o implemento conhecido entre os técnic- Devido ao menor custo e economia
os e agricultores como "gradão". O siste- de tempo para implantação das lavouras,
ma convencional de preparo do solo com nos últimos anos alguns produtores já
grades pesadas é frequentemente mais vêm adotando o plantio direto. No entan- Figura 2. Restos vegetais sendo utilizados na alimentação animal.
utilizado por questões práticas, que estão to, essa prática não pode ser considerada Carira-SE. Foto: Edson Patto Pacheco.
relacionadas ao elevado rendimento e fac- como um“sistema plantio direto” - SPD,
ilidades operacionais. É comum presenciar pois necessita de alternativas para for-
a realização dessa operação com tratores mação de cobertura do solo e rotação de
pesados, no sentido morro abaixo e muitas culturas, que são importantes premissas
vezes em condições de umidade do solo para a sustentabilidade do SPD.
inadequada, o que tem provocado a com- Sendo assim, em 2012 a Embrapa
pactação subsuperficial e pulverização ex- Tabuleiros Costeiros implantou um ex-
cessiva dos agregados da camada superfi- perimento de longa duração na Estação
cial, tendo como consequência a perda da Experimental Jorge Sobral, localizada no
camada fértil por erosão (Figura1). Município de Nossa Senhora das Dores -
Esse tipo de preparo do solo, asso- SE. A região pode ser considerada uma
ciado à prática do monocultivo de milho em transição Agreste/Tabuleiros Costeiros,
um sistema que utiliza os restos culturais em que a semeadura de culturas anuais
para alimentação do gado (Figura 2) deixa ocorre da 2a quinzena de maio à 1a de
os solos da região altamente expostos junho e a colheita entre a 2a quinzena de
contribuindo com a rápida degradação da outubro e 1a de novembro, dependendo Figura 3. Milho em consórcio com Brachiaria decumbens. Nossa
Senhora das Dores - SE. Foto: Edson Patto Pacheco
58 BOLETIM INFORMATIVO NRNE/SBCS | JAN-JUN 2017 -
BOLETIM INFORMATIVO NRNE/SBCS | JAN JUN 2017 59
SÓCIOS DO NRNE/SBCS
Opinião

Sócios
(PERÍODO 01/01/2017 –
30/06/2017)
1 Adilson Alves Costa – UNEB
2 Adriana De Fatima Meira Vital – UFCG
3 Adriana Silva Lima – UFCG
4 Adriana Maria De Aguiar Accioly – Embrapa – CNPMF
5 Airon Jose Da Silva – UFS
6 Alceu Pedrotti – UFS
7 Aldrin Martin Perez Marin – INSA
Figura 4. Soja em plantio direto sobre cobertura de Brachiaria de- 8 Alexandre Tavares Da Rocha – UFRPE
cumbens em rotação com milho. Nossa Senhora das Dores - SE. 9 Alexandre Paiva Da Silva – UFPB
Foto: Edson Patto Pacheco 10 Álisson Gomes Da Silva – UFERSA
11 Ana Clecia Campos Brito – UFPI
do ciclo da cultivar utilizada. até 3.718 kg ha-1 12 Ana Lucia Borges – Embrapa – Cnpmf
O experimento considera sistema de Por meio desses resultados, con- 13 Andre Maciel Netto – UFRPE
preparo convencional do solo, plantio di- cluímos que o milho foi pouco sensível ao 14 André Santos De Oliveira – UFRB
reto, semeadura simultânea de milho com sistema de produção em curto espaço de 15 Andre Rodrigues Netto – UFBA
Brachiaria decumbens e Brachiaria ruzi- tempo, após a conversão do sistema con- 16 Antonio Carlos Barreto – Embrapa - CPATC
ziensis e rotação milho/soja. vencional de preparo do solo para plantio 17 Arlicelio De Queiroz Paiva – UESC
Logo nos primeiros anos de aval- direto. No entanto, a cultura da soja apre- 18 Bruno De Oliveira Dias – UFPB
iação, as duas forrageiras apresentaram senta resposta significativa a diferentes 19 Cacio Luiz Boechat – UFPI
desenvolvimento promissor (Figura 3), sistemas de produção em curto espaço de
20 Carlos Levi Anastacio Dos Santos – UFC
com rendimento médio de 6.854 kg ha-1 tempo, demonstrando uma eminente de-
de matéria seca e 7,4% de proteína bru- pendência da rotação de cultura e práticas 21 Carmem Sueze Silva Miranda – UNIVASF
ta, podendo ser utilizada com dupla final- que contribuam para a formação de cob- 22 Carolina Malala Martins – UFERSA
idade: cobertura morta no SPD ou past- ertura morta do solo, que pode ser viabi- 23 Claudivan Feitosa De Lacerda – UFC
agem. lizada por meio da utilização da técnica de 24 Davi Jose Silva – Embrapa - CPATSA
Essa pode ser uma ótima alternati- semeadura simultânea do milho com for- 25 Devison Souza Peixoto – UFRB
va de renda para produtores que utilizam rageiras, permitindo ainda que sejam uti- 26 Diana Ferreira De Freitas – UFRPE
a área para pastejo após a colheita do lizadas para pastejo na integração lavou- 27 Djail Santos – UFPB
milho, que não teve sua produtividade ra pecuária para a região dos Tabuleiros 28 Edivan Rodrigues De Souza – UFRPE
comprometida devido ao consórcio, apre- Costeiros e Agreste Sergipanos.
29 Elis Regina Costa De Morais ¬– UFERSA
sentando rendimento médio de até 8.712 Considerando as lentas mudanças
kg ha-1. das interações físicas, químicas e micro- 30 Elisama Vieira Dos Santos – UFRN
No entanto, a soja foi sensível ao tipo biológicas do solo, este estudo deverá 31 Emidio Cantidio Almeida De Oliveira – UFRPE
de preparo do solo e rotação de culturas, ser conduzido por, pelo menos, mais cin- 32 Ennus Emanoel De Sousa Araújo – UFPI
apresentando produtividades maiores co anos, para que se possa confirmar os 33 Ermelinda Maria Mota Oliveira – UFRN
quando cultivada em plantio direto sobre resultados até agora obtidos, e avaliar as 34 Evaldo Tavares De Souza Filho – Incra
cobertura de braquiárias consorciada com interações entre o comportamento produ- 35 Fábio Ricardo Coutinho Fontes César – FAAHS
milho (Figura 4), obtendo rendimento de tivo das culturas coma qualidade do solo.
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Sócios

Sócios
36 Flavio Adriano Marques – Embrapa Solos 79 Marcos Vinícius Ferreira Martins – UFPI
37 Flavio Pereira De Oliveira – UFPB 80 Maria Catiana De Vasconcelos – UFPI
38 Francis Henrique Tenório Firmino – UFRPE 81 Maria Cristina Martins Ribeiro De Souza – IFCE
39 Francisco De Assis Bezerra Leite – FUNCEME 82 Maria Eloisa Cardoso Da Rosa – UFBA
40 Francisco Alisson Da Silva Xavier – Embrapa – CNPMF 83 Maria Eugenia Ortiz Escobar – UFC
41 Giselle Gomes Monteiro Fracetto – UFRPE 84 Maria Betania Galvao Dos Santos Freire – UFRPE
42 Glailson Barreto Silva – IBGE 85 Mateus Rosas Ribeiro Filho – UFRPE
43 Grace Bungenstab Alves – UFBA 86 Mayame De Brito Santana – UFRPE
44 Helton De Souza Silva – UFPB 87 Michelle Ferreira Silva – UFRPE
45 Hemmannuella Costa Santos – UFPB 88 Nelson Lara Da Costa – IBGE
46 Henrique Antunes De Souza – Embrapa - CPAMN 89 Neyton De Oliveira Miranda – UFERSA
47 Ivandro De Franca Da Silva – UFPB 90 Oldair Del’Arco Vinhas Costa – UFRB
48 Jacob Silva Souto – UFCG 91 Patricia Carneiro Souto – UFCC
49 Jeane Cruz Portela – UFERSA 92 Paulo Ivan Fernandes Junior – Embrapa - CPATSA
50 João Carlos Medeiros – UFPI 93 Paulo Sérgio Lima E Silva – UFERSA
51 Joaquim Pedro Soares Neto – UESB 94 Priscila Silva Matos – UESB
52 Jose Araujo Dantas – EMPARN 95 Quintino Reis Araujo – UESC
53 Jose Augusto Monteiro De Castro Lima – IFAL 96 Rafael Felippe Ratke – UFPI
54 Jose Carlos Pereira Dos Santos – Embrapa Solos 97 Raimundo De Oliveira Cruz Neto – UESC
55 Jose Coelho De Araujo Filho – Embrapa Solos 98 Raphael Lira Araujo – Prefeitura De Teresina
56 José Roberto De Sá – UVA 99 Rayanna Jacques Agra Bezerra Da Silva – UFRPE
57 Josevaldo Ribeiro Silva – UFPB 100 Ricardo Espindola Romero – UFC
58 Josinaldo Lopes Araujo – UFCG 101 Rita De Cássia Alves De Freitas – Embrapa - CPAMN
59 Josué Rodrigues Barroso – UESPI 102 Roberto Da Boa Viagem Parahyba – Embrapa Solos
60 Julian Junio De Jesus Lacerda – UFPI 103 Ronny Sobreira Barbosa – UFPI
61 Julio Cesar Azevedo Nobrega – UFRB 104 Sâmia Paiva De Oliveira – UFC
62 Jussara Silva Dantas – UFCG 105 Sammy Sidney Rocha Matias – UESPI
63 Laercio Duarte Souza – Embrapa - CNPMF 106 Silvio Romero De Melo Ferreira – UFPE
64 Laerte Bezerra De Amorim – IFPI 107 Simone Cardoso Ribeiro – URCA
65 Lavine Silva Matos – UFOB 108 Tamara Claudia De Araujo Gomes – Embrapa - CPATC
66 Leonardo Teixeira Sousa – UFBA 109 Tamires Eduvirgem Das Dores – UFRPE
67 Lisandro De Quadros – FAAHS 110 Thais Emanuelle M. Dos Santos Souza – UFPE
68 Lucia Raquel Queiroz Pereira Da Luz – Embrapa Solos 111 Thiago Leite De Alencar – UFC
69 Luciano Da Silva Souza – UFRB 112 Tiago Da Silva Santos – UFERSA
70 Luís De França Da Silva Neto – Embrapa Solos 113 Valdomiro Severino De Souza Junior – UFRPE
71 Luiz Bezerra De Oliveira – Embrapa Solos 114 Vanessa Dina Cavalcante Barros – UFRPE
72 Luiz Francisco Da Silva Souza Filho – UFOB 115 Vania Da Silva Fraga – UFPB
73 Lunara Gleika Da Silva Rêgo – UFERSA 116 Victor Junior Lima Felix – UFPB
74 Maíra Da Cunha Souza – UFPB 117 Walane Maria Pereira De Mello Ivo – Embrapa – CPATC
75 Márcia Michelle De Queiroz Ambrósio – UFERSA 118 Ygor Jacques Agra Bezerra Da Silva – UFRPE
76 Marcia Do Vale Barreto Figueiredo – IPA
77 Marcos Antonio Vieira Batista – IFCE
78 Marcos Martins Masutti – IF Sertão-PE
Associe-se e fortaleça a Ciência do Solo no
Nordeste!
62 BOLETIM INFORMATIVO NRNE/SBCS | JAN-JUN 2017 BOLETIM INFORMATIVO NRNE/SBCS | JAN-JUN 2017 63
Teses

Teses
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CEARÁ

Granulométria de solos: Horizontes com caráter coeso e sua resistência tênsil. Autora:

Defesas ocorridas entre Alessa Milena Souza da Silva Araújo. Orientador: Dr. Jaedson Cláudio Anunciato Mota.
Data: 02/2017.

janeiro e junho de 2017 Aspectos radiculares de espécies arbóreo-arbustivas em sistema agroflorestal e seus
efeitos no solo. Autora: Rafaela Batista Magalhães. Orientadora: Dra. Mirian Cristina
Gomes Costa. Data: 02/2017.

Aplicações de zinco e boro em milho cultivado em Cambissolo da Chapada do Apo-


di-CE. Autora: Vanessa Ohana Gomes Moreira. Orientador: Dr. Boanerges Freire de
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOLOS E QUALIDADE DE ECOSSISTEMAS DA Aquino. Data: 02/2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

Metais pesados em solos da Bahia: Valores de referência de qualidade para o distrito Calagem no desenvolvimento inicial do cajueiro e genótipos tolerantes ao alumínio.
de Santiago do Iguape, Cahoeira-BA. Autor: André Santos de Oliveira. Orientador: Dr. Autor: Luís Felipe Rodrigues de Aquino Sousa. Orientador: Dr. Márcio Cléber de Me-
Francisco de Souza Fadigas. Data: 02/2017. deiros Corrêa. Data: 02/2017.

Desenvolvimento e potencial produtivo do maracujazeiro amarelo irrigado com lâminas


Aspectos fisiológicos e bioquímicos do estresse por cádmio em diferentes genótipos de
de água residuária e de poço. Autor: Juarez Cassiano de Lima Júnior. Orientador: Dr.
girassol. Autora: Bárbara Lima do Sacramento. Orientador: Dr. André Dias de Azevedo
Francisco Marcus Lima Bezerra. Data: 02/2017.
Neto. Data: 02/2017.
Validação de um método de laboratório alternativo à estimativa da capacidade de cam-
po in situ. Autora: Arilene Franklin Chaves. Orientador: Dr. Raimundo Nonato de Assis
Proporções de amônio e nitrato no crescimento, diagnose nutricional, teor e composição
Júnior. Data: 03/2017.
do óleo essencial de Lippia Alba (Mill) n.e.br cultivada sob ambientes de luz. Autor:
Janderson do Carmo Lima. Orientador: Dr. Anacleto Ranulfo dos Santos. Data: 02/2017 Perda de solo e aporte de nutrientes e metais em reservatório do semiárido brasileiro.
Autora: Isabel Cristina da Silva Araújo. Orientadora: Dra. Mirian Cristina Gomes Costa.
Data: 03/2017.
Atributos físicos de um Latossolo Amarelo coeso dos Tabuleiros Costeiros sob cultivo de
eucalipto em diferentes preparos do solo e adubação. Autor: Vinícius de Jesus Nunes.
Orientador: Dr. Júlio César Azevedo Nóbrega. Data: 03/2017.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DA PARAÍBA
Variabilidade espacial de parâmetros associados à curva de retenção de água do solo.
Autor: Devison Souza Peixoto. Orientador: Dr. José Fernandes de Melo Filho. Data: Fertilidade do solo e produtividade do mamoeiro em um Argissolo Amarelo em função
03/2017. de doses de substâncias húmicas e torta de filtro. Autor: Dácio Jerônimo de Almeida.
Orientador: Dr. Walter Esfrain Pereira. Data: 04/2017.

Promoção do crescimento vegetal por bactérias oriundas de solos com histórico de de- Variabilidade espacial de atributos físicos e químicos de um Antropossolo dacapítico
posição de manipueira. Autor: Jóice Xavier de Sousa. Orientadora: Dra. Rafaela Simão com aplicação de água residuária tratada. Autor: Emanoel Lima Martins. Orientadora:
Abrahão Nóbrega. Data: 03/2017. Dra. Vânia da Silva Fraga. Data: 04/2017.

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Teses

Teses
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO DA UNIVERSIDADE
FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO Qualidade de Latossolos na Chapada do Araripe sob diferentes coberturas vegetais.
Autor: Jefrejan Souza Rezende. Orientador: Dr. Fernando José Freire. Data: 03/2017.
Modelagem de erosão em voçoroca de base física em bacia hidrográfica semiárida.
Autor: Rennan Cabral Nascimento. Orientador: Dr. José Ramon Barros Cantalice. Estimativa dos teores de nitrogênio na folha diagnóstico e biomassa da cana-de-açú-
Data: 02/2017. car por espectrorradiometria. Autor: Augusto César de Arruda Santana. Orientador: Dr.
Emídio Cantídio Almeida de Oliveira. Data: 03/2017.

Otimização da FBN e resposta antioxidativa do feijão caupi (Vigna Unguiculata [l.] Gênese de solos desenvolvidos sobre anortositos na região semiárida de Pernambu-
walp.) com e sem estresse salino. Autora: Alexandra de Andrade Santos. Orientadora: co, Brasil. Autor: Agostinho Cardoso Hlavanguane. Orientador: Dr. Valdomiro Severino
Dra. Márcia Figueiredo. Data: 02/2017. Souza Junior. Data: 03/2017.

Distribuição espacial de atributos físicos e quantificação de poros via tomografia com-


Caracterização e gênese de Latossolos com caráter coeso em brejo de altitude per- putadorizada em solo cultivado com cana-de-açúcar sob diferentes manejos. Au-
nambucano. Autor: Edivan Uchôa Cavalcanti da Costa. Orientador: Dr. Marcelo Metri. tor: Bruno Campos Mantovanelli. Orientador: Dr. Brivaldo Gomes de Almeida. Data:
Data: 02/2017. 03/2017.

Dinâmica do carbono e atividades enzimáticas em solo do trópico semiárido sob


diferentes usos. Autora: Érica de Oliveira Silva. Orientador: Dr. Mário de Andrade Lira
Junior. Data: 02/2017. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA – AGRICULTURA TROPICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

Tendências hidrológicas em bacias hidrográficas semiáridas em conexão com mu- Trichoderma induz o crescimento e a fixação simbiótica do nitrogênio em plantas nod-
danças climáticas: Precipitação e temperatura. Autor: Freds Fernando Alves de Almei- uladas de feijão-caupi. Autora: Janaína Barros Siqueira Mendes. Orientadora: Dra.
da. Orientador: Dr. José Ramon Barros Cantalice. Data: 02/2017. Artenisa Cerqueira Rodrigues. Data: 03/2017.

Bactérias diazotróficas na fixação biológica de nitrogênio em cana-de-açúcar e na de-


composição de resíduos orgânicos da agroindústria canavieira. Autor: Patrícia Karla Desempenho agronômico do feijão-caupi, sob diferentes populações de plantas, com
Batista de Andrade. Orientador: Dr. Fernando José Freire. Data: 02/2017. e sem deficiência hidríca, em sistema convencional e plantio direto. Autor: Marcos
Vinícius Pereira da Silva. Orientador: Dr. Aderson Soares de Andrade Júnior. Data:
Frações de carbono e atributos biológicos em solos no semiárido de Pernambuco. 04/2017.
Autora: Raquel Bezerra de Barros. Orientadora: Dra. Maria Betânia Galvão dos Santos
Freire. Data: 02/2017.
Rendimento e qualidade da cana-de-açúcar sob doses de N e K2O via solo e fertirri-
gação por gotejamento subsuperficial. Autor: Fabio Nunes do Nascimento. Orientador:
Atributos físicos do solo cultivado com cana-de-açúcar sob sistemas de manejo. Autor: Dr. Aderson Soares de Andrade Júnior. Data: 05/2017.
Thiago Rodrigo Schossler de Souza. Orientador: Dr. Brivaldo Gomes de Almeida. Data:
02/2017.
Produção e nutrição de Vigna Unguiculata sob aplicação de resíduo líquido da suino-
Métodos para determinação do potencial osmótico e aspectos fisiológicos em fei- cultura. Autor: Laydson Moura Fernandes Amorim. Orientador: Dr. Carlos José Gon-
jão-caupi e sorgo irrigados com água salina. Autor: Pablo Rugero Magalhaes Dourado. calves de Souza Lima. Data: 06/2017.
Orientador: Dr. Edivan Rodrigues de Souza. Data: 03/2017.

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Teses

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO AGRÍCOLA DA UNIVERSIDADE


FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
Normas para publicação de
Dinâmica sazonal do carbono orgânico em solos com diferentes históricos de uso no
semiárido de Pernambuco. Autor: Francisco Ferreira de Lima. Orientador: Dr. Gustavo
artigos no Boletim Informativo
Pereira Duda. Data: 02/2017.
do NRNE/SBCS

O
s artigos devem ser informativos, ou finalizar com uma consideração sobre o re-
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA – SOLOS E NUTRIÇÃO DE seja, mostrar o estado da arte do lato. Tabelas e gráficos devem ser consid-
PLANTAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ tema proposto, ou opinativos, quan- eradas dentro das 03 laudas.
do o autor discute o tema e apresenta sua Normas para os artigos da área temática
opinião a respeito, optando por enfocar um do boletim (ARTIGOS OPNATIVOS): Mar-
Desenvolvimento de plantas de cobertura e alterações nos atributos químicos e micro- ou outro aspecto. Portanto, os artigos de- gens: 2,5 cm; letra Times 12, texto justifica-
bianos do solo no cerrado. Autora: Daiane Conceição de Sousa. Orientador: Dr. João vem ter linguagem mais informal, opinativa do, no máximo 03 laudas, espaço simples.
Carlos Medeiros. Data: 02/2017. e leve, diferente dos artigos científicos e Título: Times 12 (centralizado). Autores: 02
acadêmicos, pois é um veículo de divul- no máximo, abaixo dos nomes inserir in-
gação científica para voltado para difer- stituição vinculada e e-mail. Texto: opinar
entes públicos. sobre determinado tema, informando o es-
Teores de macronutrientes e produtividade do milho em função de fontes e doses de Normas para o artigo HOMENAGEM: Mar- tado da arte atual e se possível finalizar o
enxofre em Latossolo do cerrado. Autor: Ricardo dos Santos Lopes. Orientador: Dr. gens: 2,5 cm; letra Times 12, texto justifica- texto com uma consideração. Lembrando
Márcio Cleto Soares de Moura. Data: 02/2017. do; no máximo 02 lauda, espaço simples. que a opinião emitida neste trabalho é ex-
Título: Nome do homenageado em Times clusiva do autor(es). Tabelas e gráficos de-
12 (centralizado), espaço simples. Autor: vem ser consideradas dentro das 03 laudas
02 no máximo, no final do artigo. Abaixo do e os artigos não devem apresentar resumo
Resposta da adubação sulfatada nos teores de macronutrientes e nas características
nome inserir instituição vinculada e e-mail. ou abstract uma vez que são informativos
agronômicas da cultura da soja no cerrado. Autora: Liliane Oliveira Lopes. Orientador:
Texto: descrever a história acadêmica de ou opinativos.
Dr. Márcio Cleto Soares de Moura. Data: 02/2017.
determinado pesquisador contendo, for- Cada artigo deve vir acompanhado por, no
mação, instituição que atuou, linhas de mínimo, DUAS fotos ilustrativas do tema,
pesquisa, orientações, publicações etc. as quais não são consideradas no limite
Crescimento inicial e compartimentalização de nutrientes em cana-de-açúcar, inocu- Deve ser enviada uma foto do homenagea- das 03 laudas. As fotos são ilustrativas e
lada com bactérias associativas. Autora: Dalliane Nogueira de Souza Lira. Orientado- do com alta resolução e qualidade para im- não precisam necessariamente ser citadas
ra: Dra. Adriana Miranda de Santana Arauco. Data: 02/2017. pressão. no texto, mas devem vir acompanhadas de
Normas para os artigos QUEM FAZ CIÊN- legenda explicativa. As fotos têm que ter
CIA DO SOLO NO NORDESTE e RES- alta resolução e qualidade para impressão.
GATANDO NOSSA HISTÓRIA: Margens: As fotos chamam a atenção para o artigo
Teores naturais e valores de referência de qualidade para metais pesados em solos da 2,5 cm; letra Times 12, texto justificado; no e convidam para a leitura, por isso mere-
mesorregião sudoeste do estado do Piauí. Autor: Antonny Francisco Sampaio de Sena. máximo 03 laudas, espaço simples. Títu- cem um bom investimento para que a dia-
Orientador: Dr. Cácio Luiz Boechat. Data: 03/2017. lo: Times 12 (centralizado). Autores: 04 no gramação fique interessante e convidativa.
máximo, abaixo dos nomes inserir institu- Fotos citadas, quadros e tabelas devem
ição vinculada e e-mail. Texto: descrever ser enviadas, de preferência, em separado
Desenvolvimento e produtividade da soja afetada pela compactação e níveis de cober- a história de determinado projeto ou insti- e com alta resolução para impressão.
tura em solo de textura média. Autor: Lucas Silva Barreira. Orientador: Dr. João Carlos tuição apresentando as atividades iniciais,
Medeiros. Data: 03/2017. o contexto e desdobramentos. Se possível

68 BOLETIM INFORMATIVO NRNE/SBCS | JAN-JUN 2017


Indicações Núcleo Regional
Nordeste

Manejo de Sistemas Agícolas no Cerrado


Disponível em:
https://editoracrv.com.br/produtos/detal-
hes/32313-manejo-de-sistemas-agricolas-no-cerrado

Anais III Reunião Nordestina de Ciência do Solo


Ciência do Solo: Integração e uso do conhe-
cimento para uma agricultura sustentável no
Nordeste
Disponível em:
https://even3.azureedge.net/anais/IIIRNCS.pdf

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