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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL E DE TRANSPORTES


DISCIPLINA DE HIDROLOGIA

1º SEMESTRE -2022

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO A
HIDROLOGIA

Prof. Doutor Engº Nordino M. Muaievela Ι Engº Elves E. Matlombe 1


OBJECTO DA HIDROLOGIA
A hidrologia trata da ocorrência, circulação e
distribuição da água na Terra, das suas propriedades
físicas e químicas, da sua interacção com o meio (WMO
1982).

Objecto de estudo – O ciclo hidrológico.

Objectivos – conhecimento do ramo terrestre do ciclo


hidrológico, aplicação a problemas de engenharia.

Ferramentas – análise estatística, modelos matemáticos.


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RESERVAS HÍDRICAS NA TERRA

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RESERVAS HÍDRICAS NA TERRA
Volume(103 km3) Volumedeágua Volumedeágua
total (%) doce(%)

Oceanosemares 1,338,000 96.5 -


Lagos:
doce 91.0 0.007 0.26
salgados 85.4 0.006 -
Pântanos 11.5 0.0008 0.03
Rios 2.1 0.0002 0.006
Humidadedosolo 16.5 0.0012 0.05
Águasubterrânea:
doce 10,530 0.76 30.1
salgada 12,870 0.93 -
Geloeneve 340.6 0.025 1.0
Calotespolares 24,023.5 1.7 68.6
Águanaatmosfera 12.9 0.001 0.04
Águabiológica 1.1 0.0001 0.003

TOTALDEÁGUA 1,385,985 100


ÁGUADOCE 35,029 2.5 100

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RESERVAS HÍDRICAS NA TERRA
Cerca de 97,5% é água salgada.

Cerca de 1,7% está nas calotes polares.

Maior parte da água subterrânea situada a grandes


profundidades.

Apenas cerca de 0,3% está facilmente disponível para


utilização.

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TEMPO DE RESIDÊNCIA

O tempo de residência é o tempo médio que uma gota de


água permanece numa certa reserva de água antes de
passar para uma outra reserva.

Obtem-se dividindo o volume da reserva pelo volume


médio do correspondente fluxo de renovação.

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TEMPO DE RESIDÊNCIA

Volume Tempo de residência


(103 km3)
Oceanos e mares 1 338 000 2 500 a
Lagos e pântanos 187,9 17 a
Rios 2,1 16 d
Humidade do solo 16,5 1a
Água subterrânea 23 400 1 400 a
Gelo e neve (permafrost) 340,6 10 000 a
Calotes polares 24 023,5 9 700 a
Água na atmosfera 12,9 8d

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TEMPO DE RESIDÊNCIA

Se se considerarem os tempos de residência, a importância


dos rios e da atmosfera (precipitação) aumenta muito em
comparação com a água subterrânea.

Tempo de residência também é importante para estudos


de poluição do meio hídrico.

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RECURSOS HÍDRICOS RENOVÁVEIS

Recursos hídricos
Continente Área (106 km2)
renováveis (km3/a)
África 30,1 4 050
América do Norte 24,3 7 890
América do Sul 17,9 12 030
Ásia 43,5 13 510
Europa 10,5 2 900
Oceânia 8,9 2 405
Total 135,2 42 785

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ESCOAMENTOS ANUAIS MÉDIOS DOS
CONTINENTES
800

700
Escoamento anual médio (mm/a)

600

500

400

300

200

100

0
África América América Ásia Europa Oceânia Total
do Norte do Sul

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ESCOAMENTO ANUAL MÉDIO DE
MOÇAMBIQUE
Gerado no país – 100 km3/a, 128 mm/a.

Dos países vizinhos – 116 km3/a, 149 mm/a.

Total – 216 km3/a, 277 mm/a.

Distribuição geográfica no território é muito heterogénea.

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DISTRIBUIÇÃO DO ESCOAMENTO ANUAL
MÉDIO POR REGIÕES HIDROGRÁFICAS

Região Área Escoamento gerado Escoamento


(km2) no país proveniente dos países
(km3/a) vizinhos (km3/a)
Norte 168 000 24,9 10,0
Centro-Norte 196 000 35,2 0
Zambeze 140 000 18,0 88,0
Centro 84 000 18,4 1,2
Sul 192 000 3,8 17,0
Total 780 000 100,3 116,2

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UTILIZAÇÕES DA ÁGUA
Quatro grandes grupos de utilizações:
◦ utilizações para fins indispensáveis à vida e à saúde e
bem-estar das pessoas, como beber, cozinhar, higiene
pessoal e outros consumos domésticos;
◦ utilizações de consumo público: escolas, hospitais,
comércio e serviços, bombeiros, jardins, lavagem de ruas
e outros serviços urbanos;
◦ utilizações para fins económicos, ou seja, a água que é
utilizada como factor no processo produtivo;
◦ utilizações ligadas à conservação ambiental.

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UTILIZAÇÕES DA ÁGUA

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CONSUMOS ANUAIS POR REGIÃO
HIDROGRÁFICA (2000)

Região Doméstico Industrial Irrigação Total Total


(hm3/a) (hm3/a) (hm3/a) (hm3/a) (mm/a)
Sul 185 40 1 295 1 520 8,0
Centro 79 13 251 343 4,1
Zambeze 82 4 284 370 2,6
Centro-Norte 74 7 32 113 0,6
Norte 41 1 38 80 0,5
Total 461 65 1 900 2 426 3,1

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IMPACTOS DE ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS
Clima da Terra – alterações climáticas ao longo de milhões
de anos.
Nos tempos geológicos mais recentes: períodos glaciares
de cerca de 100 mil anos intercalados por períodos
interglaciares de cerca de 10 mil anos.
Estamos actualmente num período interglaciar.
Clima nunca foi estacionário neste período interglaciar:
óptimo climatérico (+2 ºC) há cerca de 8 mil anos, Período
Quente Medieval entre os séculos X e XIV na Europa,
Pequena Idade do Gelo entre 1500 e 1850.
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IMPACTO DE ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS
Nos últimos 30 anos – reforço da tendência do aumento da
temperatura média do planeta.
IPCC considera o efeito antropogénico (emissão de gases
com efeito de estufa) como principal factor.
Possíveis consequências na disponibilidade dos recursos
hídricos: decréscimo da precipitação nas regiões tropicais,
maior frequência de precipitações extremas.
Possível aumento das necessidades de irrigação.

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