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GAZETA
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Leite de Magalhães
Série de 12numeros
Editor Continente e ilhas . 20$00
Joaqul111 Araujo Africa Ocidental. 26$00
Composto e Impresso
Rua do Seetllo, 150 COLONIAS Publ ica-se nos dias 10 e 25
de cada mês
MOÇAMBI QUE
PRAÇA DE T.ALANA
Companhia de Moçambique
Comunicações Ferro-Viarias - BEIRA
Porto dos territorios da Comoanhia de Moçambique e o principal da Rhodesia
do Norte e do Sul-Kata.nga Belg;i. - Protectorado da Niassalandia
e vale do Zambeze
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Tudo vendido dlrectamente ao publico para mais barato venderem sempre, junlamente com os produtos
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Sociedade Anónima de Responsabilidade Limita.la
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Só~B social Biil LIRBOA: RUA DOS FANO.UEIROS, 12·2.º Telr.~ram s: ANG~IL
Comité técnico em Nova York -- Escritorio em Bruxelas
Presidente do Conselho de Administração li Administrador-delegado
Banco Nacional Ultramarino Ernesto de Vilhena
Direcção técnica: " Sinclair eonsolidated Oil Gorporation"
LOllND~ LO~NO!l
-
ADl\1 INISTRAÇAO COLON IAL
E/\lPRE as nossas Colonias fo- embarcou e111 Lisboa, com destino a formadas e amadurecidas durante
nistrativa, isto é, reduziu-se de muito Província tão importante. . . e tão puzesse de acôrdo com o governo da
a interve:ição do Terreiro do Paço na afastada, como Moçambique, se pu- Metropole.
sua administração, rigorosamente tu- zesse de acôrdo, em pontos funda- A questão do tratado de 1909, nos
telada, pode dizer-se, desde o tempo mentais da sua administração, com seus aspectos multiplos - tarifas de
das conquistas. o governo da Metropole. Os Ministros caminho de ferro, recrutamento de tra-
O que fez o Terreiro do Paço, dis- passam e o Mínisterio das Colonias balhadores e acôrdo comercial, lam-
pensando de administrar Angola e fica; havendo uma política do Minis- bem eu entendia que o Alto Comissa-
Moçambique? terio, tomado a palavra no seu alto rio não poderia resolvei-a sem acôrdo
Dispensou-se de fiscalisar a admi- significado, ahi estaria um correctivo á prévio, e rigorosamente bem estabe-
nistração dessas duas Colonias, mal ruim pratica, já com fóros de moles- lecido, com o governo da Metropole.
preparadas para uma \lida autonoma, tia cronica, dos Ministros das Colo- Dir-se-hia que o Terreiro do Paço,
encontrando-se de repente na posse nias, como os antros seus colegas, amuado porque tinham posto limites
d'um instrumento de que não pode- não aquecerem o lagar. Pois tive de á sua preponderancia na administra-
riam servir-se utilmente, sem a vigi- embarcar para Lou1 enço Marques sem ção de Moçambique e Angola, resol-
lancia da 111 etropole, intervindo a conhecer, relativamente a Moçambi- vera desinteressar-se por completo
tempo para evitar desmandos, e cor- que, a politica do Minísterio das Co- dessa administração, nem sequer se
rigindo os devidamente quando não lonias, ignorando por completo o que dando ao trabalho de a fiscalisar.
pudesse evitai-os. pensava o Terreiro do Paç-0 ácerca do - Ah 1 ele é isso? Pcis então que
O Alto Comissario de Moçambique, regime monetario da Província, igual· se governem.
nomeado em fins de Outubro de 1920, mente ignorando as suas opiniões, Diz-se que perigos graves amea-
8 GAZET.'. DAS COLONIAS
çam as nossas Colonias, sobretudo suas funcões o tempo bastante para já fóra da intrigalhada politica que
as nossas grandes Colon.ias de Aírica. fazerem uma solida aprendizagem, infelicita a J11etropole.
Se assim é, importa olhar seria- iniciando e levando a ca o medidas Não pode deixar de ser largamente
mente para o Terreiro do Paço, por que promovam o desenvolvimento da descentralisada a administração duma
que talvez tenha de começar por ali colonia. Província como l\1oçambique. grande
a nossa defeza organisada. Ha quinze anos que fizemos a Re· como dez vezes a Jl1etropole, e a des·
O l\1inistro das Colonias não pode publica, e l\1oçambique durante este centralisação impõe maiores cuidados
ser qualquer político, filiado neste ou curto periodo, entre governadores e de escolha, relativamente ao pessoal
naquele grupo, só conhecendo das encarregados do governo, já deu hos- de maior categoria e graduação.
Colonias o que aprendeu nos compen- pedagem na Ponta Vermelh.. a mais Se a Metropole, que tem apenas
àios de geografia, e que por via de de vinte personagens, entre eles tres 80 kilometros quadrados de superfície,
regra esqueceu logo a seguir ao res· Altos Comissarios ! não cabe dentro do Terreiro do Paço,
pectivo exame. Tambem não está in- O general Galiêni realisou em Ma· como seria possível meter Jlfoçambi·
dicado para ministro das colonias dagascar uma obra admiravel de que. cuja superfície é de 800 mil ki-
qualquer funcionario. civil ou militar, administração, mas demorou-se na lometros quadrados, na Ponta Ver-
que numa ou outra colonia prestou Colonia perto de dez anos, e em Pa- melha?
serviços burocraticos, ficando a conhe- ris não andavam excelsos patriotas a Ha que descentralisa1 largamente
cer tanto a colonia em que serviu, crear-lhe embaraços e dificuldades. a administração da Província mas
sob o ponto de vista da sua adminis- Disse-me o general Smuts, no Ca· descentralisar a administração não
tração, como antes de lá ter estado. bo, a proposito da Convenção que e>- é substituir a tutela do Terreiro do
Não é possível fazer do Ministerio tavamos a negociar: Paço pela tutela da Ponta Vermelha,
das Colonias um instrumento util de - Eu sou ministro ha dezesseis nem pode ser quebrar a unidade poli-
politica colonial, se os respectivos anos, e durante este tempo já conhe- tica e administrativa que a Província
minisiros forem para ali aprender o ci mais duma duzia de governadores carece de ter para continuar sendo
que deviam saber proficientemente em Lourenço Marques. portugueza.
antes de lá entrarem. E necessario que os governadores Disse o epico :
Tão pouco, as Colonias poderão duma Província como Moçambique,
ser bem administradas. se os gover· escolhidos criteriosamente, tenham Deixas crear ás portas o inimigo
nadores tiverem a instabilidade dos estabilidade. e não é menos necessa- Por ires buscar outro de tão longe
Ministros, escolhidos entre pessoas rio que os governadores de districto,
sem largoc; conhecimentos de admi· lambem escolhidos com são criterio, O inimigo das nossas Colonias, o
nistração publica, de que a adminis- aqueçam o seu logar. :-:e alguns peri- grande inimigo, é s. ex.* a Rotina,
tração colonial é um caso particular, gos ameaçam as Colonias, devemos irmã gemea da Incompetencia.
e não se demorando no exercício das organisar a sua defeza, pondo-as desde BRITO CAMACHO
~ ~
1 PABCHBIA DOS VAPORES LISBONHN~HS 1
1
Dos factos t.:itados resuhoo, natu- O que ha necessidade é de se saber de ha muito estar prolongada pela
ralmente, que o alto interessA que ató onde se deva levar a nossa com· Snzilaodia: e ligada á rede ferroviária
para os portos Sol Africanos o para participação no montante da tarifa apli- da Africa do Sul, o que é indispeosa·
o nosso porto de Lourenço Marques cada ao carvão, para qoe esse mon- vol é que o novo Coovóoio nos dô a
tinha até 1909 o tráfego de importa- tante seja suficiente, não só para pa- garantia da utilização do nosso porto
ção do Transvaal, diminoio notavel- gar todas as despezas a q ao a sua ex· nas condições económicas indicadas.
mente. portação nos obriga, mas ainda o
Ainda om 190g, a enorme diferen· ooas que para nós proveio das faci. •
ça que havia entre a tonelagem de lidados materiais que em L. Marques,
importação do Transvaal por Lou- croamos a tal exportação, • •
renço Marques, e a tonelagem de ex- Decerto que a taxa do 4112 peoco Quanto á questão iooigona, iodis-
portação daquela colonia ingleza pelo obtida em 1901 sobre cada tonelada pensavel é que ao ponham em coo·
nosso port(I, fazia com que a maioria de carvão exportado por L. Marques, fronto os direitos que se arrogam
dos comboios descendentes, vindos do taxa a somar á parte da respectiva certas classes do Trausvaal a rete-
Transvaal, fossem constituídos por tarifa qao segundo a milhagem per- rem uma parte do que os nossos in·
material vazio, emquanto que os com· corrida nos competia, já nilo deve digeoas ganham no Raod, em troca
boios ascendentes seguiam todos om sêr suficiente hoje. de mil e uma bugigangas que conse-
carga maxima. Então, o carvão Yioha do Traosva11l guem vender-lhos, com a liberdade
Actualmonte, a situação está inver- nos vagões que para L. MarqueR ti· absoluta que em todas as nações do
tida. Os comboios descendentes veem oham forçadamente do seguir para mando se dá aos colonos estrangei-
om · carga máxima, e nos ascendentes dali transportarem a carga do impor· ros que nelas habitam, para gastarem
soguo muito material vazio para o tação. O carvão era, assim, carga do ou não gastarem fora da Pátria as
Transvaal. retorno. economias quo, polo seu trabalho em
A situação sob o ponto de vista dos lloje, o material que traz a L. Mar- paiz estrangeiro, conseguiram juntar.
intorossos do nosso porto não se po· ques o carvão, volta em grande par· Emqoanto pelos serviços do porto
deria considerar grandemente altora- te vazio ao Traosvaal, por não ter e Caminho • do Forro de Lourenço
ds com esta inver@ão do movimento om L. Marques carga do rotõroo no Marques passava porcentagem avul·
do tráfego de trnnsito do Tran11vaal, sentido ascendente. tada de tráfego do importação do
SEI os produtos de exportação daquela Identicas considerações se podem T rant'vaal, e esta era da importaocia
colonia pudessem suportar ae remo· fazer com os demais possíveis produ· quP ainda se registava om l.909 com-
neradoras tarifas que estão estabele· tos de exportação do Transvaal. preendia-se que, num desejo de mu-
cidas para o tratego de importa- Se está na função dos portos e C'a- tua cooperação, Moçambique acedesse
ção. miohos de Ferro da U oiilo pro mo e· aos desejos do Traosvaal, iodo até
Tal não pode dar-se, porém, visto rcm o desenvolvimento da riqueza. ao ponto de jacltitar que os nossos
a principal exportação do T ransvaal publica Sul Africana, iodo até ao sa- indígenas gastassem 110 Tra11svaal
sôr constitoida por produtos pobres, crificio de não conseguirem equilibrar iama grande parte do qlle ali ganha
a quo se não podem aplicar s&não ta- as suas receitas e despezas, o mesmo vam, quo a ouro objectivo não vizou
rifas moito reduzidas, sob pena do sacrifício não pode a U oião exigir do o chamado acordo do Ilossano Ga rcia.
não poderem concorrer com identi- nós em seu proveito. A situação é, poróm, hoje muito di-
cos produtos de outras proveniôncias Quo a auxiliemos M soo desejo de versa da sitoação do 1909.
nos mercados mundiais. promover o aumento da soa riqueza A precária situação económica dos
E, entre esses produtos de expor- publica, é om dever de bons visinhoe; distritos do Sul do Moçambique está
tação, avulta um dos mais pobres; o mas que vamos até ao ponto de nos originando ama gravissfma crise para
carvão do Transvaal, a qne não é sacrificarmos, não recebendo aquilo toda a Provincia, e iodispeosavel é
passivei dar ecooomica saída para o que tomos dispeodido <' continuamos que aquela situação so modifique som
mar senão pelo porto de Lourenço dispeodoodo, para facilitarmos os objo- demora. E ela só se pode modificar :
Marques. ctivos economicos da União, seria ca- 1.0 ·-Promovendo o aumento do
De modo que nas negociações para minharmos para a ruina económica produção nos distritos do Sul ;
o novo Cooveoio, e na parte relativa do Moçambique. 2. 0 - Sujeitando as hagagoni; dos
ao porto e ~o Caminho de Ferro de Não devemos pretondor subsfdios, indigeoas regressndos do 'l'ransvaal
L. Marques, a questão do trafego de como no citado artigo do «Diario de ao rogime comum do oxamo aduanei-
importaf,âO do 'rraosvaal deixou de Noticias» se diz, mas a garantia da ro, e pagamento dos ros!)octivos di-
tôr a importftncia que ainda tinha om utilização do nosso porto na prepara- reitos de importação, fazt1odo cessar
19. 9, e o qne especialmente ha a ção para que, a sucessivas iostaocias o regimen de excepção para com eles
considerar é o trafego de exportação. do 'l'ransvaal até 1909, e a iostno- adoptado, e que constituo um meio
Deste, como já disssemos, o que cias da União depois daquela data, o eficaz para qu11 no Traosvaal eles
mais avulta em tonelagem, é o preparámos, e que essa utilização nos deixem uma grande parte das soas
carvão; e é precisamente aquelo dê, em receitas, o suficiente para pa- economias em ouro ;
que maiores onus tem creado recen- gar as deipesas a que ela nos obri· 3. 0 - Garantir suficiente rendimen·
temente ao nosso porto, obrigando á gue, e para. nos iodemnisar do oous to ao uso pelo Traosvaal do porto e
construção de duas dispeo ' iosissimas q uo nos creou e vooha a croar a pre Caminho de Forro do Lourenço Mar·
instalações carvoeiras em L, Marques. paraçilo do nosso porto o do nosso ques, o de tal modo que osso rendi-
E' o carvão ainda, de entre os possi- Curuioho de Ferro de modo a satisfa- mento baste uão só.'para pagar as
vois produtos de exportação do Traos- zer os dosojos dos nossos vizinhos. rospoctivas despezas do exploração,
vaal, o noico qoe só por Lourenço E yenha. o tráfogo de trânsito du mas ainda uma rnzonvol amortização
Marques podo sêr exportado ('m con- vida económica do Transvaal pelas dos capitais gastos nesses elementos
dições ecooomicas aceitaveis. vias fé rreas actuais, ou pelas novas materiais de trabalho,'. organizados
Não ha, pois, necessidade de levar vias férreas projcctadas, a que o ci· quasi oxclusivameoto para o seniço
a União a assegurar qne pelo nosso tado ar1igo do •Diario de Noticias» do Transvaal, o em satisfação -aos
porto seja <>xportado o carvão do tambem aludo, oa venha da liuha da st1us desejos muitas vozes manifes·
Traosvaal, porque ele não tem outra Suzilaodia, qoe, em satisfação do com- ta dos.
porta para o mar. promissos tomados em 1902, devia LISBO.\ DE LIMA.
'
MOÇAMBIQUE
!
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do grandes tendencias de progredir. cas areas onde a colonização é possi- construção de alguns, deles de ha
Nem até os proprios terrenos do lito vel e onde o colono encontrará um muito deveria estar iniciada pa-
ral, onde a cultura do coqueiro se largo campo de acção para enrique- r.t provocar automaticamente, di-
mostra altamente renumeradora, se cer e viver feliz. gamos,-a sua construção. Algum do
teem valorizado, não obstante as faci- O Barué, na margem direita do pessoal que vai para os estudos, ou
lidades que a Companhia tem ofere- Zambese; a Angónia, no distrito de que se demora na construção dos ca-
cido à sua cultivação, Tete; o Alto Mo!oque, a Namulia, o minhos de ferro, acaba por fixar-se,
A ocupação militar du rante um lon- Ribaué são outras tantas zonas colo- atraido pela benignidade do clima e
go período não foi suficiente para des- nizaveis e que temos de colonizar an- pela fertilidade do solo.
pertar as atenções das que se propõem tes que ontros o façam. O que é simultaneamente preciso
valorizar em seu proveito os melhores Mas, para que a sua colonização se- é facilitar, mais do que no passado
terrenos. ja facilitada, é necessario, antes de se tem feito, a ida das familias dos
Entretanto, alguma coisa se vae fa. mais nada, servi·las por caminhos de e 1 pregados, porque assim mais fa.
zendo. E o que se toma recomenda- ferro que ponham a activi1ade dos co· cilmente se fixarão.
vel ê tornar mais frequentes e mais lonos em comunicação com a vida Por isso, nas construções dos ca-
economicas as comunicações por mar dos povos civilizados e que deem fa- minhos de ferro, como na execução
com os seus magníficos portos. Assim, cil saída aos produtores do seu tra- de quaisquer trabalhos publicos, se
o comercio poderá tomar um incremen- balho, valorizando-os. deve impor, hoje mais do que nunca,
to que até agora não tem tido, encon- Estes caminhos de ferro com tal a obrigatoriedade do emprego de pes-
trando-se exclusivamente nas mãos objectivo é que são verdadeiramente soal europeu português, seja qual fôr
dos (•Monbés ·• que. como é sabido, urgentes. Sem que eles sejam cons· a sua categoria. Quanto maior fôr o
não fazem agricultura e até mesmo !ruídos, não se pode esperar qual· numero de portuguêss que para as
em nada são uteis ás regiões que ex· quer colonização. Ninguem se resigna Colonias vão exercer a sua activida-
de, maiores serão as possibilidades
de atração de colonos.
E a fixação dos colonos á terra é
uma condição •sine qua non• da con-
tinuação, sem grandes sobresaltos, da
nossa soberania.
O passado já nos mostrou dura-
mente que assim era; e o presente
duvidas algumas nos deixa de que
assim continuará a sêr no futuro.
Enfim, Téte é o unico distrito ver- aquilo que aos outros nós não consen- ção não são tão grandes que a Colo-
dadeiramente mineralizado de toda a tíamos ?- Não! nia os não possa suportar. Já em
Provinda. Os grandes · caminhos de ferro co- 1918 a casa Pauling se propunha cons-
Com a falta de previsão que cara- loniais são, depois da colonização, o trui-los sem encargos imediatos.
teriza tantos dos nossos actos, nós melhor instrumento de soberania que O caminho de Ferro de (Juelimane
deixamos que toda esta riquêsa caisse uma nação pode apresentar nos seus tem já o seu fundo especial, que pode
nas mãos da Companhia da Zambezia, domínios. bem ser consignado ao levantamen-
que a não soube valorisar nem explo- Entregar os grandes caminhos de to dum emprestimo que permita um
rar ; permitimos que ela, por sua vez, ferro a companhias estrangeiras é avanço rapido da construção.
a passasse a uma Companhia inglêsa, apoucar essa soberania. E seguros estamos de que as Colo-
que é hoje a dona daqueles vastos E quando outros factores de peso nias e até as Companhias concessio-
jazigos. a nãc apoiem, a bandeira por si só narias do distrito não deixarão de
Dona nos termos da lei? Crêmos hasteada, embora orgulhosamente, aceitar novos encargos, se tanto for
bem que não. Nem ao menos é dona na residencia do Governo, não a pode preciso. para assegurar ao porto de
para os explorar, mas tão somente garantir eficazmente. Quelimane uma vida de actividade
para impedir que o Estado deles Não se deixe, pois, se a·nda é tem- que todos sempre lhe ambicionaram
d?sponha ou que os outros os utili- po, cair os caminhos t'e ferro de Tete e que os levou a oferecerem espon-
zem. Ora a nossa lei de minas é bem em mãos estranhas. taneamente ao Governo os encargos
clara nas exigencias da exploração. Atente-se em que eles hão de ser especiais que hoje sobre eles pesam
Quem não explora num determinado necessariamente caminhos de ferro e que infelizmente não teem conse-
prazo, fica sem a concessão. E como de grande rendimento, por um lado; guido o almejado fim.
a Companhia inglêsa não tem iniciada e que hão de ser a chave da ocupa- Faça-se-lhes justiça, fazendo obra
a exploração dentro desses prasos, de- ção do districto e até daquele vasto de bôa administração e, sobretudo,
via ficar e<ipso facto» sem a concessão. «hinterland» que o distrito de Tete obra patriotica. O momento é deci-
Porque não fica ? barra e cujo futuro não á ainda facil sivo!
E se reputamos um acto de má po- de fixar.
lítica enfeudar a riquêsa minerologi- Os sacrifícios para a sua constru- Lopes Galvão.
ca de tão vasto districto a uma com-
panhia, de mais a mais estrangeira,
peor será ainda permitir que os ca-
minhos de ferro, que sirvam tão gran-
de riquesa, fiquem tambem nas mãos
.MOÇAMBIQUE
de estrangeiros. importação Geral Feiglo cafrial
E será com profunda magua que 1920 - 2~.140.762$00
1921 - 121.411.885$00 Quantidades Valores
se saberá que, se a concessão deles 1922 - 218.120.842$00 1920 3.0$9.489 22.8. 349$00
ainda não foi dada, talvez já não possa 1923 - 280.140.194$00 1921 3.018.317 2.176.S34$00
sêr recusada. 1934 - 323.10''.267$00 1922 t.938.2S3 7(i().=
E , então, pergunte-se á gente de Exportação Geral 1923 l.207.2S2 751.
IQ24 J.681.225 1.421.754$00
são criterio da nossa terra : se tudo o 1920 - 11.665.468$00
que de valia ha em Tete é estran 1921 - 83.793.923$00 Milho
geiro ; se as vias de comunicação, que 1922 - 103.737.294$00
1923 - 166.4t0.127SOO Quantidades Valores
o servem e o atravessam, são estran- 1924 -- 181.342.274$00
geiras; se nem ao menos ali radica- 1920 12.737.178 S78.568SOO
1921 13.136.072 S.20S.262$CO
mos a nossa raça, o que ficamos nós Oiversas Mercadorias exportadas 1922 245.700 98.524SOO
a fazer em Tete? A cobrar impos- 1923 4.Sl4.006 2.s21.557$00
tos? Assucar 1924 16.646.121 13.6i6.468SOO
A fazer o mesmo que faz qualquer Quantidades Valores Oleoginosas
soba ou sobeta africano, que cobra os 1920 12.341.137 2.7)8.246$00
direitos de portagem aos seus seme· 1921 IS·600.038 30.258 808$0 ) Quantidades Valores
lhantes que leem necessidade de pi- 1922 13.906.474 24.226.08~0 l<l21 27.608.579 31 .oos.548$00
sar o solo dos seus domínios com as 19l3 14.524 830 36.674.43 IO 19l2 33.745.983 40.86S.SI0$00
cargas que levam á pP-rmuta, vivendo 1924 18.130 SOS 46.393.479 o 1923 30.170.843 50.S54.020$00
1924 29.761.292 12.129.91S$00
assim parasitariamente á custa dos Casca de Mangai
que trabalham? Slzal
Mas essa politica de exploração Quantidades Valores
condenamos nós, acabando com tal
pratica e destituindo as sobas que
taes exigencias faziam !
1920
1921
H22
1923
-·-
690.005
S.634.6SO
3.445.200
13.62S$00
·-
2.124.988$00
1.637.411$00
1920
1921
1922
Quantidades
J.892.136
3.325.98S
2.7S6.908
Valores
338.81'4~
3.670.075
S.276.740~
;.Então havia de ser bom em nós 1!124 l 81S.236 7S2.684$00 1923 2.206.131 6.486.195
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O problema das transterencias dentro da crise
de Moçambique
... il 11'y a qu'ull poi11t de da riqueza interveem três elementos: quantitativo ás necessidades da Pro-
vue: l' exp/Qilatio11 éco110111i- a terra, o trabalho e o capital. víncia.
que des cow11ies est absolu- Sei.do assim, para podermo!I apre· De tudo isto resnlta que a produc-
ment identique á l' exploita ciar economicamente a situação de ção não aumenta, a sitoação econo-
tum ifzdustrielle. Moçambique, teremos que determinar mica deprecia-se e o esu.do financei-
Pour la mise e11 valeur des primeiro, o valo r de cada um daqoe· ro agrava-se.
ressources d11 sol il jaut d'a- les elementos e o grau da soa iofiuen- No aproveitamento dos três ele-
bord, immobiliser beaucoup cia no resultado final~ mentos estudados, terra, trabalho e
de miltio11s; mais te sacri- Ora a terra é um elomento está- capital, a sua conjugação e direcção
fice de cette immobilisatioll tico; figura apenas como depósito constituem o quo se chama propria-
sera bie11 compe1zsé par la permanente de riquezas em estado la mente a admioistraçllo, quer ; ublica,
vatorfsa'iQ11 de 11os domai- tente. Sob esse ponto de vista, Mo- quer privada. Nada tomos a dizer
Jles COWlliates et sour tout, ~ambique pode considerar-se como ol- deata ; mas não poderemos reforirmo·
da11s wz avellir procllain. tra-plétorica, quasi como um manan· nos áquela sem fazermos alusão á sua
par les reserves du capital cial inexgotavel. Uma vez explorado notoria incompetencia, ou, melhor
y employé. conveoientemente o eólo daquela dizendo, á dos seus agentes.
fe me tie11s au rôle de l' état Província, a sua fecondidde será tala Não é, porém, para admirar que
leqael doit être le comandl quP. lhe poderemos chamar a terra da tal aconteça,. pois que no seu recru-
laire pri1tcipal . .. promissac. tamento não so tem atendido, desde o
(Palavras de Brialld em V11jamos agora o estado do ootro mais modesto ao mais alto funciona-
1923 na Camara frQ/letsa) elemento: o trabalho. Este é Je na- rio, áqueles reqoisitos que o grande
tareza dinamica e compreende duas mestre Henri Fayol nos ensina.
especies : a parte de direcção e orieo-
E
NCABEÇO este artigo com ae A condição primeira a exigir a to-
palavras do grande estadista ta~ão, qne é exercida pelos colonos; do o funcionario superior qne vai
francê~, Briand, proferidas na e a parte de execoção, que é reali- ocupar nas colonias os altos cargos
Camara doe deputados, em zada polos indígenas. Nada diremos da goTernação e. implicitamente, da
1923, quando ali se tratou da ques- da primeira ; mas não podemos dei- administração publica, seria a de uma
tão colonial. xar sem reparo a segunda. altíssima competencia como colonial
.> citação ó conveniente e oportuna O trabalho indigena em Moçambi- e como administrador, uma e outr a
porque traduz ama grande verdade que é, relativamente, e.aro; mas o provadas pela experiencia. No entan-
qoe os nos ·os estadistas não deverão q oe mais caro o torna é a carencia to, nunca essa condição é comprida,
jámais esquecer. de braços. Por um estreito critério fi · apenas se atendendo aos serviços po-
Discute·s'l actoalmente a situação oanceiro, por um desses expeiieotes líticos dos escolhidos.
de Moçamhique, CQmo ha já m<>zes em que a nossa administração é for· Que admira, pois, que a adminis-
vem sendo diecotida a de Angola, til, com mira em ans milhares de libras tração das nossas colonias seja atra-
atendendo mais aos efeitos do que que entrem na Provincis, permite-se biliária e inconsequente, se os seus
áe causas. E como é noceesario en- a emigração constante dos fodigeoas agentes não tel'm preparação nem
contrar sempre um culpado, sobro para o Rand, quando seria economi- competencia para a executarem?
quem se atirem todas as responsabili- cam!'nte muito maia.vantajoso empro· Largas foram as considerações que
dades, recorre-se ao que está n.ais á gá-loe na exploração':~agricola do solo. até aqui fizemos para demonstrar que
mão: o Banco Nacional Ultramarino. Ao1&1izemos, por )im, o terceiro a actaal sitoação de Moçambique é
No entanto, as verdadeiras causas elemento: o capital. economicamente precária e dela re-
d€> todas as dificuldades em qoo a Básicamente, este deve ser sempre soltam as dificnldades correntes, en-
província de Moçambi . oo eo d<>bate proporcional ás necessidades da em- tre as quais avulta a da falta de
são : a falta de oxecuçiio do medidas preza, qualquer que seja a naturesa transferoocias.
de fomento ; a falta de capital para a desta. Pode ser ficticiamente multi- Quantas coisas se toem dito e os·
exploração economica: e a falta de plicado pelo uso do crédito; mas crito sobre transferoncias ! Qu'l rosá-
uma produção capaz de originar oro essa mahiplicação tem limites e não rio de culpas se não tem desfiado,
6rande saldo favoravel na balança co- moito longos. ora contra umas entidades. ora con-
mercial. Ora o qoe acontece em Moçambi- tra outras, quando afinal · a culpa é
Todo o mais sil.o pretextos e argu- que é que o capital ectoante não está de todos um pouco e de ninguem por
mentos que não resistem a ama cri- em proporção com as necessidades da SÍ SÓ 1
tica séria e desapaixonada; todo exploração economica encetada e a Porque falta111 as transferencias?
quanto não vize ao fomooto geral, á sua multiplic!lção pelo credito atiogiu Uoica e simplesmente porque não ha
colocação de capitais e ao aumento da já o limite máximo. cambiaes em numero suficiente para
produção, são apenas expedientes qoe Os agentes vulgares do crédito, que elas se execatem.
não resolvendo o mal, apenas adiam que são os ~ancos, não dispõem de ~E não as ha po qoe a balança de
a solação, agravando o estado actoal. recursos proprios para o distenderem pagamentos está desiqoilibrada, por-
Ha moito que andamos esquecidos mais e, tendo creado para si mesmos que a Colonia, em relação á Metro-
dos princípios da economia politica, uma situação dificil, procuram fir- pol11, tem maisa pagar do queareceber.
que ee mantêm inalteraveie atravez mar-se em posições mais solidas. Empiricamente, é isto: repete-se
todas as traneformaçê:les sociais e po- O Estado, qae deveria suprir a de- em Moçambique o <ine se dá ~m An-
líticas. ficiencia do capital, não o tem feito ; gola ; repete se nas doas colonias o
Dizem-nos eles que na produção e, assim, este não corresponde em qae se repete em todas ae coloniaa
18 GAZETA DAS COLONIAB
do mundo no 101c10 da sua explora- ção agrícola, industrial ou comorcial, cujos t!irectores fizeram por aquela
ção ecooomica. habilmente negociados e dependendo Província uma viagem triunfal, como
Moçambique não produz o anfi· dom plano geral préviamente estu- se se tratasse de altas individualida-
cieole para com o produto da sua ex- dado. des nacionais ou mundiais 1 Para, afi-
portação cobrir a sua importaçilo de Obtidos os recursos capitalistas, nal, oo regresso do tão elevadas hon-
todas as procedeocias e para todos importa aplicá los, administrá los rarias, ootrarem oa cadeia como
os fios, - exiii:ida pelo Comercio ou conscienciosamente, para que o serão quaesqoor gatuuos 1
pelo Estado. Ha um dejitit, quo ohi necessarios fonciouarios competentes, E o que tornou poseiv.il esKa mons-
mamente vem crescendo de tal modo tenham ou não o apoio dos directo· tru osa clta11tage do e A ogola A Me
quo ameaça interromper as relações rios dos seus partidos. 1ropole>i foi, precisamontl', a guerra
comorciais com a metropolo e obstar Quanto á solação imediata, embo ra que em Ao gola so pro too deu fazer ao
á produção. transitoria, para o problemu pondeo- banco umissor, áquole com quem a
Qual será o remedio? Subsidiar a te das tran~forencias creio que é só Oolonia se tinha eocootrado sempre,
província até qoe uma situação eco· uma: financiar a Proviacia pela Me em dezenas de anos, aquele que lhe
oomica desafogada lhe permita equi· tropole, a titulo de emprestimo; re- cedêra o seu crédito, que é muito,
librar a soa balança de pagamentos. gularizar a distribuição das cambiais mas que uão estava disposto a sacri-
Por mais que a fantasia arquitéte por um regimen em parte ideatico ao ficar-se em fantasias ou aventaras.
expedieotas, oão ha qoe fugir desta que os representantes dos interesses Por isso dizemos que 009 não pa-
solução: fornecer capitais quP permi- ecooomicos de Aogola propõem para rece o melhor camiuho o atribuir as
tam o fomento economico de Moçam- aquela Província; obrigar o governo culpas dss dificuldades finaaceiras de
bique. provincial a ocorrer ás saae necgssi· Moçambique aos bancos e, em especial,
A existoocia desses capitais, q uao- dades com oparações de crédito ex- ao banco emissor.
do estes bastem· ás necessidades da terno ; e estabelecer com o banco Ju lgamos que molhor seria levá-lo
Província, fará automáticamente de- emissor um modus vive11dl ospocial, a agenciar os emprestimos externos,
saparecer a dificuldade de transfe· que lhe pormita a uaificação da moe- de qotJ a Província car ece, e dessa
rencias. da dentr.o d.i Proviocia e om alarga- forma fortalecer-se-ia, implicitamente,
Oomo e onde procurar capitais? Do mento da sua circulação fiduciá- o sea crédito, que tilo ateis serviços
momonto, será o Estado quem terá ria. pode prestar á Província.
que os fornecer, a titulo de adeao~ Ora, para.:> conseguimento urgente Procedamos com calma e não ani·
mPoto- oo financiamento, como lhe destas solações transitorias, cremos !!lemos com as nossas lutas as pre-
queiram chamar, visto que a Provín- qoe o melhor caminho oão sará o da tensões estranhas, qae rondam os
cia tom administra~ão autónoma. guerra aos bancos, desacreditando os. nossos domioios coloniais.
Mas, dt>fioitivameote, o recul'flo Foi identica guerra, inici\\da em An-
uoico é o dos emprestimos externos, gola, qoe deu origem a essa misera- VIRGILlO PERgIRA DA COSTA.
baseados em concessões de explora- vel burla do «Aogola o Metropoli>>, Capitão
E
is um problema que as doloro-
sas circunstancias economicas rente do seu conceituadissimo jornal, províncias coloquem um Alto Comis-
em que a Província de Moçam· foi publicada a representação que o sario, admitimo-lo, embora, e com
bique se encontra, vieram pôr cGremio de Proprietarios e Agricul· fundo pesar o digo, as vantagens pra-
em fóco : será necessario efectura-se tores da Zambe2ia», a que me honro ticas da instituição não tenham cor-
a divisão da Província em dois gover- de presidir, apresentou a S. Ex.• o respondido ao que dela se esperava,
nos independentes para que o pro- Ministro das Colonias pedindo-lhe, assim como aceitamos qualquer outra
greso dos Distritos do norte não seja com todo o caracter d~ providencia formula de • ligação politica» que se
sacrificado aos interesses dos Distri- indispensavel á salvação dos enor- julgar conveniente e de que de resto,
tos do Sul? mes inte1 esses criados na parte norte o estrangeiro nos fornece frequentes
A ((Gazeta das C'olonias», não que- da Provineia de .Moçambique e, de- exemplos - o Governador Geral da
rendo emitir parecer sem ouvir pré- signadamente, da esplendida fazenda União da Africa do Sul é, cumulati-
viamente quem possa pronunciar-se agrícola que é o distrito de Quelima- vamente, Alto Comissario para todo o
grupo de colonias inglesas da Africa
austral - mas o que reclamamos, e
continuarem'os a reclamar, com to-
das as forças e em todos os campos
onde pudermos fazer ouvir a nossa
voz, é que ao territorio dos actuais
distritos do norte Ja província se as-
segure uma organização que lhes per-
mita viver uma vida propria e inde-
pendente e preparar o prospero fu-
turo que lhes garantem os seus re-
cursos naturais e a laboriosidade dos
seus colonos, sem associação forçada
a maneiras de pensar e actuar e a
interesses radicalmente antagonicos
com os seus proprios ; associação tão
nefasta que, tarde ou cedo, nos ar-
rastará á ruina.
Reclamamos essa separação, em
nome da sciencia da colonização, por-
que a actual unidade administrativa
contraria absolutamente a manifes-
ta diversidade de condições de «ordem
Companhia do Rurôr - Transporte de Copa física», de •ordem economica» e, até,
«de ordem moral» que é patente entre
pela opinião contrária, franqueia as ne, a separação deste territorio em o norte e o sul da'colonia. Reclamamo·
suas colunas á discusão da causa, uma província distinta e independen- la porque, tendo· conseguido criar na
desde que em termos ace1taveis ela te da restante e dotada com a indis- Zambezia, e o mesmo se está reali-
seja exposta. Agora, limita-se apenas pensavel autonomia administrativa e zando no distrito de Moçambique, á
a arquivar os depoimentos que já na financeira. custa de dezenas de milhares de con-
imprensa diária foram feitos por ilus- Em alguns jornais do dia 20, sur- tos e dos esforços energicos e persis·
tres individualidades que o nosso giu uma local com a aparencia de tentes de algumas gerações, a segun-
meio colonial escuta com o maior nota oficiosa, mas que o não é, em
respeito e que marcam pelo seu va- que se condenava o facto de a aludi-
lôr. da representação nada dizer sobre a
O primeiro, consta duma carta en- necessaria ligação das duas provín-
viada ao «Diario de Noticias• pelo cias em que ficaria dividida, segundo
sr. Ernesto de Vilhena, como repre- os nossos aesejos, o territorio portu-
sentante do Oremw de Proprietarws guês na Africa Oriental.
e Agricultores da Zambezia e por Permita-me V. que eu, em nome
aquele jornal publicada em 23 de No- do Gremio, esclareça o assunto.
vembro do ano findo. O segundo, é Não falou o Gremio t essa ligação,
apresentado nas colunas do mesmo porque se não propunha apresentar
jornal pelo sr. engenheiro Lisbôa de ao sr. ministro um plano de reorga-
Lima, em artigo de 4 de Dezembro. nização territorial e administrativa
A carta é a seguinte : da actual província de Moçambique.
Quiz, apenas, frisar a necessidade da
Sr. Director do «Diario de Noti- separação, e isso fez. Companhia do Borôr - Pr ago do Licundo
20 GAZETA DAS COLONIAB
da fazenda agrícola do Ultramar por- nucleos de associações mais ou menos Se fosse necessario demonstrar que,
tuguês, depois de S. Tomé, e supe- secretas, em um arremedo ridículo sem plano bem definido de política
rior mesma a esta em área territorial da Metropole. colonial, a que obedecesse toda a nos-
e na diversidade e envergadura dos Estamos, em suma, fartos e fartis sa acção administrativa nas colonias
empreendimentos, nunca tais resulta- simos de um estado de cousas que, portuguesas, caminhamos em admi-
dos foram devidamente apreciados; prejudicando-nos, prejudica profunda- nistração colonial para os cáos, bas-
antes, pelo contrario, continuamos a mente o futuro da colonia, e que tava citar, como exemplo, o que se
ser considerados como filhos espurios ameaça eternizar-se. está passando em Moçambique, para
por uma administração que, seduzida O autor do decreto de 30 de se- darmos razão a todos quantos vêm
pela já atraente civilização da Africa tembo 1891, com uma intuição só pugnando por que se estabeleça um
do Sul e pela vida facil e luxuosa da propria de altos espíritos, previu, em plano de politica colonial, com direc-
cidade alegre e cosmQpolita que é a uma epoca que podemos considerar trizes bem definidas e que, convertido
capital da Colonia, raramente se remota, uma das necessidades vitais em lei constitucional da Republica,
preocupa de conhecer e de acompa- do vasto territorio de Moçambique, obrigue todos ao seu acatamento.
nhar a vida da parte tropical da Pro· excessivamente desenvolvido em lati- Passou o tempo em que os direitos
vincia 'e de atender os legítimos inte- tude geografica para que seja possi- historicos de um país á posse de co-
resses e representações.
Reclamamos, sr. director, porque
estamos fartos de ver consumir mi-
lhões de libras em apetrechar um "
porto e um caminho de ferro para
servir territorios que não são nossos,
ao passo que as verdadeiras regiões
produtoras da colonia continuam sem
vias ferreas, sem melhoramentos de
portos, sem estradas, sem serviços
agrícolas e peéuarios dignos deste no-
me, abandonadas aos unicos esforços
dos que nelas tão penosamente tra-
balham.
Estamos fartos de ver aumentar,
em numero e em vencimentos, o fun-
cionalismo da colonia e elevar a cifra
das suas despesas improdutivas, á
custa dos que criam riquezas, inces-
santemente chamados a pagar, pelo
agravamento dos impostos e providen-
cias congeneres, as liberalidades da Companhia do Borôr-Viveiro de palmeiras
administração publica.
Estamos fartos de ver discutir o
problema financeiro, bancario e mo- vel administt;á-lo convenientemente lonias de que era detentor bastavam
netario da Provinda, sem que sedes- em organização unitaria Actualizemos para lhe garantir a sua posse.
cubra outra solução que não seja o esse diploma e um dos grandes pro Tal principio de direito passou de
agravar ainda mais as condições di- blemas dá Província ficará resolvido. ha muito á h.istoria.
ficeis, contra as quais lutam os que O Sul viverá contente e divertido Pora um país ter garantido o di-
produzem e exportam. da emigração do Transwaal e dos reito de continuar na posse das suas
Estamos fartos de sentir os gover- •five o'clok» da Polana; o Norte en- colonias, indispensavel passou a sêr
nos locais e os d Melropole impo· contrará nos seus vastíssimos cam- que, de facto, ele ocupasse as diver-
tentes para entrar no ámago de cer- pos de cana. nos palmares infindaveis, sas regiões que as constituiam, e ne·
tas questões fundamentais, como se- no sisai sem conto, no tabaco, no las exercesse, em toda a sua plenitu-
rià, por exemplo, a reorganização dos chá, nas suas minas de carvão, tra- de, os seus direitos de soberania.
serviços ~o porto e C\lminho de ferro balhadas por uma relativamente den- Depois da grande Guerra, quedes-
de Lou1enço Marques, de forma a in- sa e já educada população indígena, de 1914 a 1918 convulsionou o mun-
cutir-lhes os caracteres de uma ex- não só os recursos precisos á sua vi- do, um novo princioio de direito se
ploração industrial em bases econo- da normal, como, ainda, os que lhe começa a esboçar, e se vai firmando,
micas. forem necessarios ao levantamento quanto a direitos de nações coloniais,
Estamos fartos de ver discutir, sem de capitais pata o seu fomento. em relação ás colonias cuja posse
conhecimento de causa e sob o do- Cada um mandará em sua casa, usufruem.
mínio de um «parti pris» odiento, por disporá -do que lhe pertence e pre- Considerando-se como necessario
um Conselho Legislativo em que ao parará o seu proprio futuro. ao bem mundial que as nações colo-
Norte se não assegurou a represen- No fim de contas, o senso comum niais promovam a maxima utilização
tação a que tem direito, todas as é ainda, como se vê, o melhor orien- das possibilidades das suas colonias,
suas mais importantes e vitais ques- tador de uma boa adminstração. no sentido n:to só de abundantemente
tões, e de vêr que são resolvidas, Sou de v., sr. Director, etc. elas poderem suprir o mundo de cer-
frequentemente, contra os mais rudi- tas materias primas que só em colo·
mentares preceitos da sciencia finan- ERNESTO DE VILHENA. nias se produzem, e de que o mundo
ceira e economica, e, até, do mais iudustrial necessita, mas ainda no
vulgar bom senso. * sentido de promoverem, pelos pro-
Estamos fartos de sentir a Província .. * gressos da civilização nas suas colo-
indirectamente governada «em Lou- O artigo do sr. Lisbôa de Lima, nias, que largos mercados para os
renço Marques e para Lourenço Mar- por sua vez, põe a questão nos se- produtos industriais da Europa e da
ques», por «comissões políticas» e guintes termos. America se abram. principalmente em
GAZETA DAS COLONIAB 15
colonias da Africa, a opinião mnndial á produção metropolitaua,. . que á utilização dessas possibilidades
começa a exigir das nações coloniais Mas será possível çonseguir tão al- já hoje se dedicam, que forçadamen·
mais alguma coisa do que a ocupa- mejada solução sem que todo o nosso te poderá levar algumas á ruína, e
ção efectiva das suas colonias e a trabalho pró-desenvolvimento colonial quasi todas a reduzir a sua pro·
perfeita sujeição destas~ á soberania se oriente segundo um plano criteoiosa- dução.
da Mãe Patria. mente estabelecido? Sem que um pla- E' a inversão completa dos objec-
A opinião mundial começa exigin- no de política colonial se estabeleça tivos para que nos cumpre caminhar;
do que uma cuidadosa adminisllação e firme como lei constitucional da Re- é uma situação em perfeita contradi-
colonial as encaminhe para a civiliza · publica e, portanto, intangível e inal- ção com aquela que as nações colo-
ção que crie necessidades de larga teravel pelos detentores dos poderes niais se devem esforçar por criar ás
importação : e as encaminhe para a coloniais do Estado, enquanto a Na- suas colonias, de harmonia com o
maxima utilização das possibilidades ção, representada pelo Parlamento, novo principio de direito que na So-
da terra, que determine uma abundan- não entenda modifica-lo ? ciedade das Nações vai criando am-
te exportação. O que se está passando em Mo· biente favoravel para que se fixe, e
Só assim, afirmam os propagandis- çambique prova que a falta de um obrigue as nações coloniais, sob pena
tas do novo direito a aplicar ás na- plano de política colonial, com direc· de, á nação colonial que tal direito
ções coloniais, se conseguirá abrir trizes bem definidas, que obrigue go· não respeite, ser tirado o mandato
novos mercados á produção industrial vernantes e governados, nos pode con· sobre as suas colonias para a outra,
e obter na Europa e na America ma- duzir ao cáos. considerada mais idonea, ser con-
terias primas coloniais em abundan- A essa falta se deve a gravissima fiado.
cia para certas industrias, e, pela situação que Moçambique atravessa, E porque os . produtores do norte
concorrencia que essa abundancia cria onde se atingiu um tal desequilíbrio da província de Moçambique, que são
obtê-las a preços que permitam bai- entie o montante de cambiais que a os que mais produtos de exportação
xar o dos produtos que as utili- provinda recebe, da sua produção, conseguem arrancar da terra, se ~en
zam, do uso pelo Transvaal do porto e tem asfixiar com as consequencias de
Dessa forma se caminhará no mun- Caminho de Ferro de L. Marques, e uma tal sitüação, de que não são res-
do para uma vida economica mais de- ainda da permissão de recrutamento ponsaveis, mas de que são vitimas;
safogada, tornando-se possível ir me- de mão de obra indígena para o e vêm já anunciadas pelas elites do
lhorando a asfixiante situação que Transvaal e para a Rhodesia, e o sul da província medidas, como pro-
desde a Grande Guerra alguns países montante de cambiais de que precisa videncias de salvação. que não só
atravessam. para pagar, - encargos da importação, agravarão o n:al em vez de o rem~
Este plano de política colonial. que encargos de capitais investidos nas diar, mas que constituirão mais um
a opinião do mundo pretende impôr explorações da colonia, e outros,-que tremendo ataque aos produtores, cuja
ás nações coloniais, cria a estas a im- a moeda local, como consequencia maioria não poderá resistir ás conse-
prescindivel necessidade de orientar a dêsse desequilíbrio, já atingiu uma quencias economicas das medidas
administração das suas colonias se- desvalorização de 80 OrO ! ! preconizadas, só uma solução para os
gundo os principios desse novo direi- Tal desvalorização, tornando proi- seus legítimos interesses encontram,
to, que vai criando opinião favoravel bitivas as transferencias do capital e para os legítimos interesses gerais
na Sociedade das Nações, como fa- em moeda da província, fecha natu- e do proprio Estado no norte de Mo-
cilmente deduz quem, com atenção, ralmente os seus mercados á impor- çambique: - a divisão da colonia em
tenha seguido o que ali se vai pas- tação; impossibilita que novos capi- duas: a do Norte e a do Sul, eco-
sando, e ao assunto de que nos ocu- tais entrem na colonia para se apli- nomica e financeiramente indepen-
pamos possa interessar. carem ao desenvolvimento da utiliza· dentes.
Como é, porém, possivel a um país ção das possibilidades da terra; e Em sucessivos artigos continuare·
colonial orientar a administração das perturba de tal modo as explorações mos a analisar a situação de Moçam-
suas colonias seguncto os princípios do bique, e consideraremos a justiça dos
novo direito imposto ás nações com co- desejos dos produtores do norte da
lonias sem que esse país, por seu tur- Provinda e as vantagens que para o
no, estabeleça um plano de política Estado traria a satisfação dêsses le-
colonial com directri:zes perfeitamente gítimos desejos.»
definidas, plano cujos objectivos se-
jam precisamente aumentar o mais *
possivel a produção das suas colonias * *
e, como consequencia, as transformar
em largos mercados de artigos de pro· Apresentam-se, como se vê, argu-
dução europeia, e especialmente de mentos dignos de ponderação para a
produção nacional? divisão em duas da colonia de Mo-
E se, ao bem do mundo. a nova po· çambique.
lítica colonial interessa profundamen· O que terão a responder-lhes os
te, nos prÍ!lcipios em que ela se ba· partidarios da integridade da Pro-
seia está tambem o ressurgimento vinda?
economico da nossa Patria : façamos -Aguardamos as suas considera·
obedecer a nossa política colonial a ções.
tais princípios e aquele ressurgimen-
to está assegurrdo.
Pois qual é a unica solução para o ~ompanhia Nacional
nosso problema colonial e para o pro- DE
blema das dificuldades economicas e
financeiras da Nação?
PRODUTOS COLONIAIS, L.DA
·«Conseguir aumentar-notavelmente Rua dos Fanqueiros, 15-LISBOA
aJ nossa produção ~colonial, e ab.rir g ransaflJe3 3obre cacau,
largos mercados nas nossas coloruas café, cera, coconote e couro3
~~m~anhia Na~i~nal ~~ Nav~~a~a~
SOCIEDADE ANUNIMA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
Sorvi~o ro~olar entro a Motronoio o a Afnca Ociàontal o Oriental Portn~oosa
Saídas de Lisboa em I de cada mez para os portos
de Africa Ocidental e Oriental
Saídas de Lisboa em 15 de cada mez par~ todos os portos de Africa Ocidental
Saídas extraordinárias de Lisboa e portos do norte
da Europa para a Africa, unicamente para carga
FROTA DA COMPANHIA
1 PAQUETES
Nyassa . . . . .... 8965 toneladas
Ango la . . . . . ... 8315 ,.
Portugal .
Luabo ...
3998 toneladas ~
1385 >
l !!
Lourenço Marques ... 6355 > Chinde .. 1382 > ~
Moçambique . . . 5 771 » Manica. 1116 > :
Africa . ....
Pedro Comes. . •
5491
5471 »
Boiama . . . .
lbo .. . .... .
985
884 >
• 1f~ 1
Beira . . . . . . . . 4973
" Ambriz .. . . . . 858 ~
V .APOR.E I>E C.ARG.A
Cubango, 8300 toneladas; S. Tomé, 6350 toneladas: Cabo Verde . 6200 toneladas:
Dondo, 6000 toneladas: Congo, 5080 toneladas
REBOC.ADORE NO TE.TO
Escritórios da Conipa.nhia :
1
<1 1'
•
l~
FILIAIS NO CONTINENTE - Aveiro, Barcelos, Beja, Braga, Braganc;a, Ca.stelo Branco, Chaves, Coimbra
Covilhã, Elvas, Evora, Extremoz, Faro, Figueira da Foz, Guarda, Guimarães, Lamego, Leiria
Olhão, Ovar, Penafiel, Portalegre, Portimão, Porto, Regua, Santarem, Setubal, Silves, Torres
Vedras, Viana do Castelo, Vila Real de Traz-os-Montes, Vizeu
FILIAIS NAS ILHAS - Funchal (Madeira), Angra do Heroismo e Ponta Delgada (Ac;ores)
FILIAIS NAS COLONIAS - AFRICA OCJDENTAL - S. Vicente de Cabo Verde, S · Tiago de Cab ) Verdt,
Bissau, Boiama, Kinshass (Congo Belga), S. Tom~, Principe, Cabinda, Loanda, Malange, Novo
Redondo, Lobito, Benguela, Vila Silva Porto, Mossamedes, Lubango
AFRICA ORIENTAL - Beira, L. Marques, Inhambane, Chinde, T ete, Quelimane Moc;ambique e Ibo
INDIA - Nova Gôa, Mormugão e Bombaim (India Inglesa) CHINA - Macau TIMOR - Dilly
FILIAIS NO BRASIL - Rio de Janeiro, S. Paulo, Pernambuco, Pará e Manáus
FILIAIS NA EUROPA- Londres, 9 Bishopsgate E. - Paris, 8, rue du Helder
AGENCIA NOS ESTADOS UNIDOS- New-York, 93, Libcrty Street
raites os elementos da seiva que o fro· taneamente, que om só homem os go. tensa, ou de séca demorada, numa
talece, cria, desenvolve ... verna poupando o trabalho de muitos ansiedado pelo foturo da colheita que
Mais longe ergue se altanl'iro, em braços. E na faina das sachas, por começa. Depois o transporte dos sa-
plena planicio qne um horisonte de entre a verdura das plantas cres- cos, do algodão alvíssimo ou do ta-
cabeços e montes emoldura, um am- cendo' ·agitam·se os troncos ródios baco louro, tão louro que faz lembrar
plo l'dificio em alvenaria de tijolos da pretalhada de cujo peito sobe a as cearas maduras dos cat11pos da
produzidôs na «farm» (passe o angli- dolercia das cançõl's indigenas. nossa terra . . Por fim, ó o comboio
cismo). Estão nele instaladas as esto- Mas soa a acharrilba», e, á uma, que passa e que arrasta para o porto,
fas de secagem da folha do ta- pretos e brancos, hei-los que vão, do11de seguem para os mercados de
baco. ferramenta ao ombro, á refeição que destino, os produtos que são os filhos
Ao loogo das paredes, grossos tubos os espera e, depois, á sosta com quP de tanto sacrificio, de tanto trabalho
de ?.inco conduzem as ondas calorife· a rematam. E todo isso recomeça dia sob as ardencias de um sol tropical,
ras que a fornslha oxtorior produz, após dis, sempre com cuidado na no isolamento dum sertão em que a
o ao lado norte, bem alta e direita, a geada, ou sob o temor da chova in- Patria se afirma pujante de seiva na
chaminé fumegante põe no meio da sacrificada, mas robusta, colonização
campina om cunho interessante de iu· efectuada pelos seus filhos.
dustria em liga~ão com a agricultora. Além, na Africa, o homom ÍM·se
E, pelo campo imenso, sente-se o do rosto para o solo, rasgando·lhe o
resfolegar do tractor e os mugidos vontre com a enxada, pondo a des-
dos «tiros,, de bois qoo arrastam as coberto as riquezas que ele só dá a
pesadas alfaias complicadas que o quem sobre ele deixe cair as bagas
modernismo da civilização levou até fecundantes de um suor de traba-
ao iotorior da Africa. lhos ...
A gleba esta sendo sulcada, revol- É assim a 'l>ida na Sociedade Agri
vida, pt>los rliscos das charruas; vem cola do Meziogaze ...
depois a grade e aqueles semeadores
ão simples e tão complicados simul- x. x. x.
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