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LISBOA, 15 DE JANEIRO DE 192f> ANO II


Director

GAZETA
Assinaturas
Leite de Magalhães
Série de 12numeros
Editor Continente e ilhas . 20$00
Joaqul111 Araujo Africa Ocidental. 26$00

Propriedade ela Emprua


DAS Africa Oriental.. 30$00
de l'llblicld&de ColoAbl, L.• Estrangeiro. ... .. 50$00

Composto e Impresso
Rua do Seetllo, 150 COLONIAS Publ ica-se nos dias 10 e 25
de cada mês

QUINZENÁRIO DE PROPAGANDA E DEFEZA DAS COLON 1AS


REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO, RUA DO GREMIO LUSITANO, 40, t.•

MOÇAMBI QUE

PRAÇA DE T.ALANA
Companhia de Moçambique
Comunicações Ferro-Viarias - BEIRA
Porto dos territorios da Comoanhia de Moçambique e o principal da Rhodesia
do Norte e do Sul-Kata.nga Belg;i. - Protectorado da Niassalandia
e vale do Zambeze
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tEC.E"DA OE CAMINHO~OlfEl!llO
J.11,/.•1-,,f r1µ/,.,,,~;;· ---
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Exportação de milhal d a B eira -


Durante o ano de 1923 foram exportados pelo porto da Beira r.250.000 sacas
de milho. Desse numero 797 .oou sacos provinham da Rhodesia e 387 .ooo do
territorio da Companhia de Moçambique. Estes importantes embarques indi-
::am que a Beira está manten?o a su~ ~osição d~ segundo porto cerealífero da
·Africa meridional e onental
GRANDES ARMAZENSno ~BIADO
EM. LI S B OA
A CASA DE MAIOR EXPANSÃO COMERCIAL DO PAÍS

Sempre a que maior sortido tem e mais barato vende


Todas as suas compras, na origem e ás primeiras fabricas!
Todas as suas compras a pronto pagam ento!
e ompras directas. sem intermediarios, pelas suas casas comprado ras
nas princ ipais cidades e centros fabris do mundo!

Tudo vendido dlrectamente ao publico para mais barato venderem sempre, junlamente com os produtos
das suas 'importantes

FABRICAS OE LAS, SEDAS, LANIFIGIDS, TECIDOS OE ALGDDAD, MALHAS E OUTRAS


cujos produtos não têm rival, vendendo-se, como por enoanto, tal a novidade e perfeição do seu fabrico,
tais os preços por que os vendemos 1

r.omprar no& GRANDES ARMAZENS DOCHIADO OUNAS SUAS 23 FILIAIS,


é roalisar orna ecnll'!nia de 20 a 50 °lo pelo menos, na maioria do& arli[o& !

24 eASAS DE VENDA 200 FABRICAS


Nacionais e Estrangeiras
No eontinente e Ilhas
eom co ntratos de fornecimentos exclu-
Amaior empresa no país, no seu genero l sivos para os

Em toda a parte, os mesmos preços 1


Em toda aparte, atodos, as mesmas vantagens 1 e suas 23 filiais

AS NOSSAS FILIAIS NO CONTINENTE E ILHAS


LISBOA Braga Guarda Arganil
Porto ealdas da Rainha Porta legre Barril d' Alva
e oimbra eovilhã Santarem Funchal - Madeira
Abrantes Evora Setubal Ponta Delgada - S. Miguel
Aveiro Faro Torres Novas Ribeira Grande - $. Miguel
Beja Fi_&ueira da Foz Viseu Angra do Heroismo - Terceira
eASA AFRleANA
HUA AUGUSTA, 161 -LISBOA.
Sucursal no Porto: RUA 31 DE JANEIR6, 220

ESTAÇÃO DE INVERNO
Secção de coníecções - Os ultimos modelos e vestidos e manteaux.
Secção de chapeu;o; - Um grande sortido dos mais recentes modelos, adquiridos nas principais ·
casas de t'aris, assim como um enorme sortido em artigos para a Confecção de Chapeus.
Secção de Sedas - Um colossal sortido das mais altas novidades em Sedas, Veludos, Astrakans,
Peluches de seda e lã, dos mais chies padrões.
Secção de lãs - Para esta estação apresenta esta Secção o maior e mais completo sortido em
novidades para vestidos e casacos, de lindos padrões e magnificos tecidos.
Secção d e Al.êaiataria - Completo sortido em boas e lindas casimiras para fatos e sobre-
tudos para homem.
Secções d e A lgodões, Caniisaria, Rouparia e R.etroseiros - Grande e
variado sortido em artigos de novidade, em todas estas Secções.
TUDO A PREÇOS SEM COM PET E N<JIA !
Solicitamos dos nossos nu.xnerosos e esttmados clien tes nma viaita
ás nossas Secções para d e «vistu verificare m o que afirinamo s.

~<<c~~~~~~~<~~~~~~ccc~~~~~~~c~~~~<~c~~~<~~

i SENA SUGAR STATES LIMITEil i


1 FABRICAS DE ASSUCAR ~
=na Provincia de Moça m bique ~
~ (ZAMBEZIA) ~
~ ~
~ E ~
~ ~
~ Refinação de As!su ca r d e Lrsbo a ~
~ ~
~ 111111111111111111111111111111111111111111111111111111 ~

~ e
~ REFINARIA COLONIAL ~
~ ~
~ Avenida da India - Alcantara ~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~""~~~~~~~~~~~
COMPANHIA DA ZAMBEZIA
Sociedade Anónima de Responsabilidade Limita.la

Esta importante Companhia Colonial foi c-0nsti-


C. SANTOS, L.ºA
tuida em Maio de 1892, e é concessionaria dos
direitos mineiros no Distrito de Tete e do afora-
mento dos prazos Andone e Anguaze, Timbué e
Massingire no Districto de Quelimane e dos prazos
86, Rua Nova do Almada
l\laganja d'Alem-Chire e Grupos de Benga e Materna
no districto de Tete. LISBOA
Nos prazos Andone e Anguaze do Districto de
Quelimane possue plantações de palmeiras, com
385.254 plantas e salinas produzindo 3.600.000 É uma das mais antigas no
quilos de sal.
Em Vila Bocage, o prazo J\1assingire tem plan- comercio de Automo'tsis e
tações de sizal com a area de 2.332 hectares e
6.000.000 plantas. Accsssorios
Possue uma vasta plantação de coconote, Algo-
dão, chá e tabaco em Vila Bocage, Morrumbala,
Chilomo, Chindio.
Na JVíatema tem o grupo de prazos da Materna,
Districto de Tete, onde uma importantíssima plan-
Marcas STUDEBAKEH, IlRLAGE,
tação de sizal está em começo com 940 hectares e
1.800.000 plantas.
A Companhia tem ainda manadas cem 10.449
OYERLANil
cabeças de gado bovino, 3 ' • ' i e•;, de sangue Here-
ford, no prazo Andone, Anguaze, Massingire, Ma- O maior Stock de sobresa-
ganja de Alem-Chire, Benga e Materna.
A C-Ompa.nhia da Zambezia é uma das compa- lentes e accessonos em todo
nhias coloniais mais prosperas, para o que muito
tem concorrido a sua zelosa e progressiva adminis- o pa1z
tração.

OFERTA DUMA
COMPANHIA
COLONIAL
COMPANHIA DE PETROLEO DE ANGOLA ( ANGOLA)
Sociedade Anonima de Responsabilidade Limitada
eom o capital de Esc. 4.675.365$00 (ouro)
PeJ~uim e exploratão ~e n~troleo na Provioria ~e nouoJa. por rnnrenão ~o moMlivo fioveroo
Só~B social Biil LIRBOA: RUA DOS FANO.UEIROS, 12·2.º Telr.~ram s: ANG~IL
Comité técnico em Nova York -- Escritorio em Bruxelas
Presidente do Conselho de Administração li Administrador-delegado
Banco Nacional Ultramarino Ernesto de Vilhena
Direcção técnica: " Sinclair eonsolidated Oil Gorporation"

REPRESENTAÇÃO K DIRECÇÃO TÉCNICA EM AFRICA


Representante Director técnico
Corooczl f'.tua rdo Marquczs O administrador Mr. CHESTER NARAMORE
Cn i xu Po"4'tn l 3:-.J~ '.C'olog.: ANG<HL Cuixa Po,;tu l !li:'> Tol<•g.: ~ll:'IGOL \.

LOllND~ LO~NO!l
-
ADl\1 INISTRAÇAO COLON IAL
E/\lPRE as nossas Colonias fo- embarcou e111 Lisboa, com destino a formadas e amadurecidas durante

S ram administradas do Terreiro


do Paço, e de todas elas se po-
deria dizer como da lndia disse
um viso-rei - vêem-se de muito lon-
Lourenço J'l1arques, em fins do Feve-
reiro de 1921. Teve de apresentar
cumprimentos, durante est~ curto pe-
ríodo de quatro mezes escassos, a
doze anos, sobre a Convenção com o
Transvaal.
Entendia eu, e entendo ainda, que
Moçambique-colonia não pode re-
ge e ouvem-se muito tarde. Ires Presidentes do Ministerio e a solver o problema da sua moeda co-
Com a instituição dos Altos Comis- Ires Ministros das Colonias. Pediu, mo se fosse um Paiz independente,
sariados para Angola e Moçambique rep~tidas vezes. que o ouvissem em uma Nação soberana. Por isso mesmo
deu-se a estas duas Colonias uma re- conselho de ministros, achando indis- achava indispensavel que a este res-
ativa autonomia financeira e admi- . pensavel que o governador de uma peito o Gqvernador da Província se

HUMPATA - Carro de Boeres

nistrativa, isto é, reduziu-se de muito Província tão importante. . . e tão puzesse de acôrdo com o governo da
a interve:ição do Terreiro do Paço na afastada, como Moçambique, se pu- Metropole.
sua administração, rigorosamente tu- zesse de acôrdo, em pontos funda- A questão do tratado de 1909, nos
telada, pode dizer-se, desde o tempo mentais da sua administração, com seus aspectos multiplos - tarifas de
das conquistas. o governo da Metropole. Os Ministros caminho de ferro, recrutamento de tra-
O que fez o Terreiro do Paço, dis- passam e o Mínisterio das Colonias balhadores e acôrdo comercial, lam-
pensando de administrar Angola e fica; havendo uma política do Minis- bem eu entendia que o Alto Comissa-
Moçambique? terio, tomado a palavra no seu alto rio não poderia resolvei-a sem acôrdo
Dispensou-se de fiscalisar a admi- significado, ahi estaria um correctivo á prévio, e rigorosamente bem estabe-
nistração dessas duas Colonias, mal ruim pratica, já com fóros de moles- lecido, com o governo da Metropole.
preparadas para uma \lida autonoma, tia cronica, dos Ministros das Colo- Dir-se-hia que o Terreiro do Paço,
encontrando-se de repente na posse nias, como os antros seus colegas, amuado porque tinham posto limites
d'um instrumento de que não pode- não aquecerem o lagar. Pois tive de á sua preponderancia na administra-
riam servir-se utilmente, sem a vigi- embarcar para Lou1 enço Marques sem ção de Moçambique e Angola, resol-
lancia da 111 etropole, intervindo a conhecer, relativamente a Moçambi- vera desinteressar-se por completo
tempo para evitar desmandos, e cor- que, a politica do Minísterio das Co- dessa administração, nem sequer se
rigindo os devidamente quando não lonias, ignorando por completo o que dando ao trabalho de a fiscalisar.
pudesse evitai-os. pensava o Terreiro do Paç-0 ácerca do - Ah 1 ele é isso? Pcis então que
O Alto Comissario de Moçambique, regime monetario da Província, igual· se governem.
nomeado em fins de Outubro de 1920, mente ignorando as suas opiniões, Diz-se que perigos graves amea-
8 GAZET.'. DAS COLONIAS

çam as nossas Colonias, sobretudo suas funcões o tempo bastante para já fóra da intrigalhada politica que
as nossas grandes Colon.ias de Aírica. fazerem uma solida aprendizagem, infelicita a J11etropole.
Se assim é, importa olhar seria- iniciando e levando a ca o medidas Não pode deixar de ser largamente
mente para o Terreiro do Paço, por que promovam o desenvolvimento da descentralisada a administração duma
que talvez tenha de começar por ali colonia. Província como l\1oçambique. grande
a nossa defeza organisada. Ha quinze anos que fizemos a Re· como dez vezes a Jl1etropole, e a des·
O l\1inistro das Colonias não pode publica, e l\1oçambique durante este centralisação impõe maiores cuidados
ser qualquer político, filiado neste ou curto periodo, entre governadores e de escolha, relativamente ao pessoal
naquele grupo, só conhecendo das encarregados do governo, já deu hos- de maior categoria e graduação.
Colonias o que aprendeu nos compen- pedagem na Ponta Vermelh.. a mais Se a Metropole, que tem apenas
àios de geografia, e que por via de de vinte personagens, entre eles tres 80 kilometros quadrados de superfície,
regra esqueceu logo a seguir ao res· Altos Comissarios ! não cabe dentro do Terreiro do Paço,
pectivo exame. Tambem não está in- O general Galiêni realisou em Ma· como seria possível meter Jlfoçambi·
dicado para ministro das colonias dagascar uma obra admiravel de que. cuja superfície é de 800 mil ki-
qualquer funcionario. civil ou militar, administração, mas demorou-se na lometros quadrados, na Ponta Ver-
que numa ou outra colonia prestou Colonia perto de dez anos, e em Pa- melha?
serviços burocraticos, ficando a conhe- ris não andavam excelsos patriotas a Ha que descentralisa1 largamente
cer tanto a colonia em que serviu, crear-lhe embaraços e dificuldades. a administração da Província mas
sob o ponto de vista da sua adminis- Disse-me o general Smuts, no Ca· descentralisar a administração não
tração, como antes de lá ter estado. bo, a proposito da Convenção que e>- é substituir a tutela do Terreiro do
Não é possível fazer do Ministerio tavamos a negociar: Paço pela tutela da Ponta Vermelha,
das Colonias um instrumento util de - Eu sou ministro ha dezesseis nem pode ser quebrar a unidade poli-
politica colonial, se os respectivos anos, e durante este tempo já conhe- tica e administrativa que a Província
minisiros forem para ali aprender o ci mais duma duzia de governadores carece de ter para continuar sendo
que deviam saber proficientemente em Lourenço Marques. portugueza.
antes de lá entrarem. E necessario que os governadores Disse o epico :
Tão pouco, as Colonias poderão duma Província como Moçambique,
ser bem administradas. se os gover· escolhidos criteriosamente, tenham Deixas crear ás portas o inimigo
nadores tiverem a instabilidade dos estabilidade. e não é menos necessa- Por ires buscar outro de tão longe
Ministros, escolhidos entre pessoas rio que os governadores de districto,
sem largoc; conhecimentos de admi· lambem escolhidos com são criterio, O inimigo das nossas Colonias, o
nistração publica, de que a adminis- aqueçam o seu logar. :-:e alguns peri- grande inimigo, é s. ex.* a Rotina,
tração colonial é um caso particular, gos ameaçam as Colonias, devemos irmã gemea da Incompetencia.
e não se demorando no exercício das organisar a sua defeza, pondo-as desde BRITO CAMACHO

~ ~
1 PABCHBIA DOS VAPORES LISBONHN~HS 1
1

1 <Arrnndatárta das docas n oficinas do Porto do Lisboa)


Serviço permanente de roboques, salvamentos d11dos motulúrgic11s, do soldadura, do carpintaria
do navios o transportes fluviais do passagoiros, ba· de branco e de machado, de calafetos, etc.
gagons o carga; Montagens o reparações do instalações eloctPi-
Aluguol de cábroas e outros aparelhos de cas a bordo.
força. Obras hydraulicas.
Trabalhos de sondagons e de mergulhado- Fornecem-se:
res. a) Indicações técnicas, orçamentos e planos.
Reparações de navios; limpezas, picagens (ma- b) Materiais para todas as obras e trabalhos
nual e a ar comprimido} e pinturas interiores. de referidos.
costados e de fundos. c) Dispositivos especiais para embucações des-
Pequenas construções navais (rebocadores, lan- tinadas ao serviço colonial.
chas, batelões, salva-vidas, etc.). d) Tintas próprias para climas e águas tropi-
Demais trabalhos navais do tod11s as especiali- 1 cais.

A~Illinistra~ão Contrai: - Cais do Sodré - LISBOA


C . 192 6 Admlnletraçlo e serviço Endereço tet esrafl co :
de traneportee
Te1ef ones e. 2992
l C. 1588 1 Ollclnae, docaa e obrae
1 "D~YDOCl(S,,
~'~~~~~~~~~~~~
Moçambique e o convento com
a União Sul-Africana
Diario do Noticias do 18 de do e c Jotinua obtendo em Moçambi- vivendi, que toem regalado essas rela.

O Novembro fiodo pnblicon,


aob o titnlo "º Coovenio
Lnso Africano», nm artigo
do qual era licito deduzir q ue os
que.
Nos serviços por oós prestados ao
Traosvaal, e a que ele deve muito
das soas prosperidades, nós iríamos,
c;iões, até ao presente.
Sem se coohecorom as conclusões
do nm tal inquerito, não seria facil
aos nossos delegados, nas negocia-
priocipios, om tal artigo expostos, porém, muito além d'aqoilo a que ções em curso, coocretisar ideias so-
concretisavam as ideias da Missão oramos moralmente obrigados, como bre os pontos de vista qne interessem
Portogne7.a que em oomo do Mo· boos visiohos em Africa; e muito a Moçambique, nem avaliarem, com
ç a m bique <'S1ava tratando com alem das obrigações que perante a alguma seguraoc;ia, o valor que para
o Governo da Uoillo Sul Africana opioioão mundial toem as nações co- nós podem representar as propostas
das negociações para um oovo Cou· loniais para com as colonias ostran· ou contra propostas apresenta<'!as pe-
vonio que substitua o do 1909, que golras visinhas das soas, e estejam los dPlegados da União Sol Africa-
ha tempos findou. entrepostas eotre aquelas e o mar, se na.
No desejo de contribuirmos com a
nossa qnota parte para se aclarar a
verdadeira sitoac;ião de Moc;iambiq ue,
pelo que essa sito ação possa interes-
sar ús negociac;iões para o novo Con-
venio, e pelo que possa interessar a
podorem-se conhecer os resultados
económicos e financeiros qne para a
Província teem vindo das relac;iões
ecooomicas mantidas desde ha mnito
com o llinterland do Traosvaal, jul-
gamos oportunas as segniotes consi-
derac;iões:
A Província de Moçambique, como
é de todos conhecido, atravessa uma
gravíssima crise economica e finan-
ceira Basta para isso lembrar que o
valor da importação na Proviocia é
moito superior ao valor da sua ex-
portação; qoe a moeda local em li-
brns, do Banco Ultramarino, atingia
uma desvalorizac;ião, em relação á li-
bra ingl1·za, qoo já vai alem de 80 °/ 0
Hendo as occ~sssidades dP onro na
Província, para pagamento do encar·
LOURENÇO MARQUES- Um troço do porto goe fóra dllla, muito superiores ao
ouro qoe nela entra proveniente da
Julg amos por isso mesmo da maior oo nosso di>sl:'jo de acatamento a tais oxportac;iã,o e das demais fontes de
oportuuidado, mesmo que se oão tra- principios, fossemos até ao sacrificio recoita om ouro, em que avultam as
te do uma oota oficiosa, lembrar, a dos nos11os legítimos iotoressfls, quer dos sorvic;ios qnll o porto de Lonren-
propo~ito de tal artigo, a iiituac;ião es- despresando o fomento do nosso pró- ço Marqnes e o soo caminho de fer-
pecialmente dificil om que se encon- prio territorio colonial, quer fazendo ro prestam ao Transvaal, e aioda as
t ra a Província de .Moçambique, por- dospl:'zas, para bem servir as regiões proveoioocias da emigraç·ão dos nos-
que essa situação é em parto deriva- do hinter iand visiuhas das nossas co- sos indígenas para o .Raod.
da do nosso ardente dosE1jo, do·de lonias, que não fossem, ao menos, Mas se aoalizarmos, C{lnf algom
muito manifestado o sempre mantido, compensadas pelas receitas qne dos detalhe, a vida economica da Pro-
de sermos, não aó otois, mas a1trada- serviços por nós assim prestados te· viocia d'l l\Ioçambiqoe, verificamos,
veis ao Traosvaal, facilitaodo-lhe o mos todo o direito a receber. sem dificuldade, que a vida economi-
mais que nos tem sido posaivel o trân- E ama vez que .não existe ainda ca dos distritos do Norte (Qoelima-
sito da sua importação o da sua ex· Convonio a snbstitnir o de 1909, ha oe e Moc;iambique) decorre com cara-
portação atravaz do Porto do Lou- muito dado por fiodo, e q oe se pensa terísticas mnito diversas da vida eco-
renço Marques, o ainda facilitando · em negociar nm novo Convenio, do nomica dos districtos da Sol (L
que, em parte da no88a pr oviocia da que até já se iniciaram as primeiras Marques o Iohambaoe), ponco impor·
Costa Oriental de Africa, fosso recru- «demarches», um inqnerito se impu tando ás conclnsões a que vamos che-
tada a mão d'obra indigeoa, iodis- oba á situação de Moc;iambiqoe com o gar, qne seja agrupado nos distritos
peosavel ás industrias do Raod, e que objectivo de se conhecer em que a do N<Jrte on nos do Sol o districto
até hoje o Traos aal oão conseguiu Província possa ter sido influenciada de Tete, ainda, iof1>lizmente, com
obter em qualquer parte do Mundo, pelas soas relações politicaB e econo- uma vida ecooomica muito incipiente,
ao men<>s oas condições oxcepciooal- micas com o Traosvaal desde os pri- pouco iofluiodo, por isso, na ex-
meote vantajosas em que a tem obti- meiros acordos, conveoios ou modus portac;ião, como muito pouco infloe
10 GAZETA DAS COLONIAS
tambem no valor da importação da satisfeitas as suas aspirações; e já tenha, está resolvido o problema eco·
Provincia. agora decerto as modificou, limitan- nomico e financeiro.
A carateristica mais acentua a da do-se a desejar ver coostroida ama Mas como não é possivel passar so
vida economica dos distritos do Nor· razoavel rede ferro-viaria regional rapidamente da situação actual dos
te é a máxima utilização das pos~ibi· qoe utilize ao fomento do distrito. distritos do Sol, para a desejada si-
lidadas da terra, q aer para exportar O prolongamento até ao Zambeze tuação oconomica a que nos referi-
materia11 primas á terra arrancadas, da linha ferrea do Nyassaland, e a mos, porquanto o aumento da produ-
quer para exportar os produtos in- ligação desse prolongamento até á ção, e portaato o da exportação, tem
dustriais com essas matarias primas Beira, modificou por completo o pia· forçadamente de ser lento, indispen·
fabricados. oo de levar ao porto de Quelimane o savel é, aceitando ainda por algcns
A carateristica mais acentuada da trafego do Nyaesalaod. anos que a nossa mão de obra indí-
vida economica dos distritos do Sul, O mesmo podemos dizer do Cami- gena seja utilizada em deeeovolver a
tem sido tirar o maior partido dos nho de Ferro de Moçambiqne. A este riqueza alheia, em vez de promover o
serviços que as suas possibilidades distrito, decerto mais iot!'ressará ho- desenvolvimento da nossa propria ri·
podem prestar ás prosperidades do je a função regional do seu Caminho qoeza, o continuando a aceitar-se o
Rand, quer fornecendo·lhe a mão de de Ferro, cuja construção ha aoos se principio de servirmos, por interme-
obra indígena, quer facilitando o mais arrasta naquele distrito, do que a dio do porto do Caminho de Ferro
possivel á iillportação e exportação função do Caminho de Ferro de pe· de LoureLço Marq 1es, o melhor pos-
do Transvaal o porto de Lourenço netração, que é um dos seus objecti- Pivel o Transvaal, tirarmos da ceden·
Marques. vos. eia da nossa mão de obra proveito
E assim verificamos qne, da tone· E desde que Qoelimane e Moçam· que compense os prejuizos que PSsa
!agem de exportação de MoçambiqnP, biquo perderam muito do interesse cedôncia nos origina, e consigamos
cllrca de 75 º/. cabem aos dois dis· que nesses distritoa poderia despertar que o nso do nosso porto e do nossó
tritos do Norte, fornecendo apenas o ouro que das Colooias do hiflter- Caminho de Ferro nos dô receitas
25 •; 0 d'essa tonelagem os distritos land proviria pelo uso que elas fizes- qne não só paguem integralmente as
do Sul. Verificamos mais qne os dis· sem dos projectados portos e Cami- despezas da sua exploração e maon-
tritos do Norte niio só se não interes· nhos de Ferro de Quelimaoe e Mo· tenção, mas ainda constituam razoa-
sam pelo rendimento em onro qne da çambique, dedicaram·so á utilização va! contra partida para o onos que
emigração pode entrar na Província, das soas proprias riquezas, e. assim, tais elementos de trabalho, organiza·
mas que teem feito as maiores dili- veem contribuíndo com 75 ~;. de to· dos quasi que exclusivamente em pro-
gencias para q oe a ossos distritos se nelagem para a tonelagem total da veito da União, nos criaram.
não estenda a faculdade dada ao exportação da Proviocia, consumindo E porque no citado artigo do
Rand de recrutamento de indígenas apenas cerca de 25 °Ioda importação to· «Diario de Noticias» se atribuem aos
na Província de Moçambique para tal de Moçambique, niognem por isso negociadores portugueses do novo
trabalhos no Transvaal; emquanto podendo acusar aqu<>les distritos de Coovonio, certos modos de vGr sobre
que os distritos do Sol, embora com lheP caber qualquer quota parte de as preferencias a estabelecer a favor
preendendo os inconvenientes da emi- responsabilidade no formidavel ciesi· do porto de Lourenço Marques, pre·
gração para o Rand, toem-na aceita· qnilibrio entre a expor tação e impor· forllocias relativas ao tráfego de tran·
do sem grandes protestos. tação dn Província. sito do Traosvaal, de onde se deduz
Embora reconhecendo ser um mal, Mas se a resnoosabilidade desse de· qne volta a ser preocupação grande
aceitam-no, porém como mal menor siq oilibrio não cabo aos distritos do a percentagem qne do tráfego de im-
em face do mal maior qne rosultaria Norte, cabe, por exclusão de partes, portação do T ransvaal deva caber ao
se, abruptamente, secasse a fonte de aos distritos do Sul, onde a tonela- nosso porto, julgamos oportunas as
ooro que a emigração constitoe, an· gem de exportação é apenas de 2f> % sflguintas especiais considerações a
tes que tudo estivesse preparado nos da tonelagem total da export11ção, e tal respeito, q oe não perdem de ser
distritos do Sal para, pelo desenvol- onde da importação Ae consome cer- oportunas ainda que se não possam
vimento da utilização das possiblida- ca de 7) º/ •. considerar oficiosas as ioforma.,;Oes
des da terra, como eo 'faz nos dis- E então o problema da crise eco- dadas no artigo referido.
tritos do Norte, se snbstitnir pelo oomica e financeira dn Província, qne Se plenamente se justificava, nos
onro do uma maior nxportaçllo, aque· provem especialmente do grande de- antigos ecordos ou convbnios com o
le que hoje da emigração indígena seq uilibrio entre 11. entrada e saída de Trausvaal, e ainda no Ôoovenio de
entra na Província. ouro, é uma crise dos distritos do 1909, a preocupação de se manter na
Sul, que urge resolver, procurando maxim•1 percentagem a cota parte que
• aumentar nesses distritos as fontes do trafego de importação do Traos-
de entrada de ouro, e diminoiodo, vaal deve caber a Lourenço Marques,
Não . teem os distritos do Norte, até onde for possível, os encargos em a situação, depois da grande guerra,
pelo menos até agora, Caminhos de ouro fóra da Provincia. modificou-se por completo.
Ferro da penetração que, saindo de Deixando por agora o problema Niio só o Transvaal, desde 1909, e
Quelimane e do Moçambiqne, fossem da diminoiç!to-, até onde for possível, sob a égide da Uoilto Sal Africana,
servir as coloniaa inglesas do hinter- da salda do ouro, vejamos como au- em que naquele ano se integrou, -
land, nem portos-testas marítimos mentar a entrada de ooro em Moçam- procurou desenvolver a utilização das
desses Caminhos do Ferro devida- bique. soas possibilidados de modo a au-
mente preparados e apetrechados, de No aumento da exportação está, mentar a soa exportação e a evitar a
cujo uso, pelo transito do hlnterland, naturalmente, a solução mais racional importação de tudo quanto nos terri
lhe pudessem provir rendimentos em e mais perdurava!; e, para isso, bas- torios da União se podeeee produzir;
ouro, como sucede com o porto e tava que os distritos do Sol conse- mas, durante a grande guerra, as cir·
Caminho da Ferro de Lourenço Mar- guissem levar a soa produção, em cuo~Ulncias, forçando a União a pro-
ques. relação á propria importação, ás per· curar bastar-se a si propria, determi-
Largos anos pediu e esperou Que· contagens qoe a vida economica do naram um notavel deseuvolvimento da
!imane pela construçãe de om Cami· Norte da Província já acusa. soa produção, e, como cooseqnllncia,
nho de Ferro de penetração até ao Quando tal venha a suceder, e a si· a importação decresceu enormemen·
Nyasealand, sem que ató agora visse Inação com tais caraterísticas se man- te.
GAZETA DAS COLONIAB 11

Dos factos t.:itados resuhoo, natu- O que ha necessidade é de se saber de ha muito estar prolongada pela
ralmente, que o alto interessA que ató onde se deva levar a nossa com· Snzilaodia: e ligada á rede ferroviária
para os portos Sol Africanos o para participação no montante da tarifa apli- da Africa do Sul, o que é indispeosa·
o nosso porto de Lourenço Marques cada ao carvão, para qoe esse mon- vol é que o novo Coovóoio nos dô a
tinha até 1909 o tráfego de importa- tante seja suficiente, não só para pa- garantia da utilização do nosso porto
ção do Transvaal, diminoio notavel- gar todas as despezas a q ao a sua ex· nas condições económicas indicadas.
mente. portação nos obriga, mas ainda o
Ainda om 190g, a enorme diferen· ooas que para nós proveio das faci. •
ça que havia entre a tonelagem de lidados materiais que em L. Marques,
importação do Transvaal por Lou- croamos a tal exportação, • •
renço Marques, e a tonelagem de ex- Decerto que a taxa do 4112 peoco Quanto á questão iooigona, iodis-
portação daquela colonia ingleza pelo obtida em 1901 sobre cada tonelada pensavel é que ao ponham em coo·
nosso port(I, fazia com que a maioria de carvão exportado por L. Marques, fronto os direitos que se arrogam
dos comboios descendentes, vindos do taxa a somar á parte da respectiva certas classes do Trausvaal a rete-
Transvaal, fossem constituídos por tarifa qao segundo a milhagem per- rem uma parte do que os nossos in·
material vazio, emquanto que os com· corrida nos competia, já nilo deve digeoas ganham no Raod, em troca
boios ascendentes seguiam todos om sêr suficiente hoje. de mil e uma bugigangas que conse-
carga maxima. Então, o carvão Yioha do Traosva11l guem vender-lhos, com a liberdade
Actualmonte, a situação está inver- nos vagões que para L. MarqueR ti· absoluta que em todas as nações do
tida. Os comboios descendentes veem oham forçadamente do seguir para mando se dá aos colonos estrangei-
om · carga máxima, e nos ascendentes dali transportarem a carga do impor· ros que nelas habitam, para gastarem
soguo muito material vazio para o tação. O carvão era, assim, carga do ou não gastarem fora da Pátria as
Transvaal. retorno. economias quo, polo seu trabalho em
A situação sob o ponto de vista dos lloje, o material que traz a L. Mar- paiz estrangeiro, conseguiram juntar.
intorossos do nosso porto não se po· ques o carvão, volta em grande par· Emqoanto pelos serviços do porto
deria considerar grandemente altora- te vazio ao Traosvaal, por não ter e Caminho • do Forro de Lourenço
ds com esta inver@ão do movimento om L. Marques carga do rotõroo no Marques passava porcentagem avul·
do tráfego de trnnsito do Tran11vaal, sentido ascendente. tada de tráfego do importação do
SEI os produtos de exportação daquela Identicas considerações se podem T rant'vaal, e esta era da importaocia
colonia pudessem suportar ae remo· fazer com os demais possíveis produ· quP ainda se registava om l.909 com-
neradoras tarifas que estão estabele· tos de exportação do Transvaal. preendia-se que, num desejo de mu-
cidas para o tratego de importa- Se está na função dos portos e C'a- tua cooperação, Moçambique acedesse
ção. miohos de Ferro da U oiilo pro mo e· aos desejos do Traosvaal, iodo até
Tal não pode dar-se, porém, visto rcm o desenvolvimento da riqueza. ao ponto de jacltitar que os nossos
a principal exportação do T ransvaal publica Sul Africana, iodo até ao sa- indígenas gastassem 110 Tra11svaal
sôr constitoida por produtos pobres, crificio de não conseguirem equilibrar iama grande parte do qlle ali ganha
a quo se não podem aplicar s&não ta- as suas receitas e despezas, o mesmo vam, quo a ouro objectivo não vizou
rifas moito reduzidas, sob pena do sacrifício não pode a U oião exigir do o chamado acordo do Ilossano Ga rcia.
não poderem concorrer com identi- nós em seu proveito. A situação é, poróm, hoje muito di-
cos produtos de outras proveniôncias Quo a auxiliemos M soo desejo de versa da sitoação do 1909.
nos mercados mundiais. promover o aumento da soa riqueza A precária situação económica dos
E, entre esses produtos de expor- publica, é om dever de bons visinhoe; distritos do Sul do Moçambique está
tação, avulta um dos mais pobres; o mas que vamos até ao ponto de nos originando ama gravissfma crise para
carvão do Transvaal, a qne não é sacrificarmos, não recebendo aquilo toda a Provincia, e iodispeosavel é
passivei dar ecooomica saída para o que tomos dispeodido <' continuamos que aquela situação so modifique som
mar senão pelo porto de Lourenço dispeodoodo, para facilitarmos os objo- demora. E ela só se pode modificar :
Marques. ctivos economicos da União, seria ca- 1.0 ·-Promovendo o aumento do
De modo que nas negociações para minharmos para a ruina económica produção nos distritos do Sul ;
o novo Cooveoio, e na parte relativa do Moçambique. 2. 0 - Sujeitando as hagagoni; dos
ao porto e ~o Caminho de Ferro de Não devemos pretondor subsfdios, indigeoas regressndos do 'l'ransvaal
L. Marques, a questão do trafego de como no citado artigo do «Diario de ao rogime comum do oxamo aduanei-
importaf,âO do 'rraosvaal deixou de Noticias» se diz, mas a garantia da ro, e pagamento dos ros!)octivos di-
tôr a importftncia que ainda tinha om utilização do nosso porto na prepara- reitos de importação, fazt1odo cessar
19. 9, e o qne especialmente ha a ção para que, a sucessivas iostaocias o regimen de excepção para com eles
considerar é o trafego de exportação. do 'l'ransvaal até 1909, e a iostno- adoptado, e que constituo um meio
Deste, como já disssemos, o que cias da União depois daquela data, o eficaz para qu11 no Traosvaal eles
mais avulta em tonelagem, é o preparámos, e que essa utilização nos deixem uma grande parte das soas
carvão; e é precisamente aquelo dê, em receitas, o suficiente para pa- economias em ouro ;
que maiores onus tem creado recen- gar as deipesas a que ela nos obri· 3. 0 - Garantir suficiente rendimen·
temente ao nosso porto, obrigando á gue, e para. nos iodemnisar do oous to ao uso pelo Traosvaal do porto e
construção de duas dispeo ' iosissimas q uo nos creou e vooha a croar a pre Caminho de Forro do Lourenço Mar·
instalações carvoeiras em L, Marques. paraçilo do nosso porto o do nosso ques, o de tal modo que osso rendi-
E' o carvão ainda, de entre os possi- Curuioho de Ferro de modo a satisfa- mento baste uão só.'para pagar as
vois produtos de exportação do Traos- zer os dosojos dos nossos vizinhos. rospoctivas despezas do exploração,
vaal, o noico qoe só por Lourenço E yenha. o tráfogo de trânsito du mas ainda uma rnzonvol amortização
Marques podo sêr exportado ('m con- vida económica do Transvaal pelas dos capitais gastos nesses elementos
dições ecooomicas aceitaveis. vias fé rreas actuais, ou pelas novas materiais de trabalho,'. organizados
Não ha, pois, necessidade de levar vias férreas projcctadas, a que o ci· quasi oxclusivameoto para o seniço
a União a assegurar qne pelo nosso tado ar1igo do •Diario de Noticias» do Transvaal, o em satisfação -aos
porto seja <>xportado o carvão do tambem aludo, oa venha da liuha da st1us desejos muitas vozes manifes·
Traosvaal, porque ele não tem outra Suzilaodia, qoe, em satisfação do com- ta dos.
porta para o mar. promissos tomados em 1902, devia LISBO.\ DE LIMA.
'
MOÇAMBIQUE

!
•1
t :.

<, .

Ponte-cais de Morruntene (Districto de Inhambane)


Atracação do gazolina das carrúias regulares. - INHAMMBANE - MORRUNTENE
Os caminhos de ferro mais neces- •
sar1os a Moçam biq ue
plano geral da rtde dos ca- minho de ferro da Swazilandia, que permitam empregar em larga escala

O minhos de ferro da província


de Moçambique, tem sido
tantas vezes falado e discu-
tido que, embora alheado ainda da
só não está prolongado em territorio
inglês por um capricho inexplicavel
dos nossos amigos e visinhos.
Dois oucros caminhos de ferro leem
a lavoura mecanica; ou pelos indíge-
nas, nas suas pequenas lavras que,
aliás, muito produzem por serem
muito numerosas; ou pelos colonos,
letra redonda e fóra de qualquer pu- ainda por nós sido delineados mais quando Portugal se convencer de que
blicação oficial, está já no espírito ou menos com a ideia de servir ter a colonização lhe é absolutamente ne-
de todos os que por aqueJe ·nosso do- ritorios extranhos. São eles : o cami- cessaria e se faz com dinheiro e não
mínio se interessam. nho de ferro de Quelimane ao Chire com decretos.
De resto, esse plano geral é dificíl e o do Lumbo ao lago Chirua, no dis- O sul da Província tem grandes
de estabelecer desde que se tenha trito de Moçambique. A aspirações do areas cultivaveis, onde a lavoura me-
presente os objectivos a conseguir primeiro foram frustradas pelo trans- canica tem justificada aplicação.
com os caminhos de ferro. zambeziano : e as do segundo, se elas E algumas companhias existem já
Com efeito: o que é preciso fazer existiram, devem considerar-se egual- que fazem explorações em grande,
em Moçambique em materia de via- mente prejudicadas pelo mesmo mo- citando, entre outras, a Jllovene
ção acelerada ? tivo. States, a Incomate States, a compa·
nhia da Mutamba, a companhia do Ra
vene, etc., etc. Ultimamente novas
companhias agrícolas se leem formado
principalmente com o objectivo da
cultura do algodão e lambem da cria-
ção de gados.
Apesar, porém, de se terem multi-
plicado as companhias, vastas são,
ainda, as areas que não se exploram
nem se podem explorar por falta de
comunicações.
Estão neste cas< : o fertilíssimo va-
le Limpopo; parte do vale do lnco-
mate, mais proximo da foz; o grande
vale do Tembe e grande parte do
vale do Maputo.
Se os nossos visinhos da Africa do
Sul entrarem um dia num caminho
de f anca cooperação economica, pos-
sivelmente o caminho de ferro, que
junto á costa, segue de Durban atra-
Companhia do Borõ r. - Viveiro do Zizal
vez da Zululandia, embrenhar-se·á
pelo vale do Tongolo, afluente do
Maputo, para vir terminar na nossa
a) Permitir o intercambio com os O falado caminho de fe1To de Por- baia de Lourenço Marques, que é a
paizes d'alem mar aos territorios ex- to Amelia, nos territorios da Compa- saída natural duma grande parte do
tranhos que do mar são isolados pe- nhia do Nyassa, destinado a ir até seu trajecto. Isto a não se fazer qual-
lo nosso territorio; ás margens do lago Nyassa, tambem quer dos portos de Santa Lu,ia, de
b) Servir as principais regiões sus- poderia servir uma parte importante Kosi Bay, Sordana Bay, ou de qual-
ceptiveis de cultura mecanica, que do territorio do Nyassaland inglês; quer outra «Bay• que a fertil imagi-
deve ser levada o efeito por grandes mas, da sua necessidude, da sua nação do General Smuts descubra
Companhias; construção com esst. objectivo, nin- para ponto rival do nosso grande por-
e} Servir as regiões colonizaveis. guem, até hoje, ouviu falar, to de Lourenço Marques.
O primeiro objectivo está hoje pra- Virá mais tarde; mas por agora a Os territorios do distrito de Inhan-
ticamente atingido. sua construção é objecto que sómen· bane não se prestam, como os de
O Transvaal é servido pelo cami- te interessa ao nosso proprio territo- Lourenço Marques, para as grandes
nho de ferro de Lourenço .Marques rio e principalmente ás margens do explorações agrícolas, visto que os
a Ressano Garcia; a Rhodesia é servi- mesmo lago, que no dizer de todos chamados «machongos•, ou terreno,i
da pelo caminho de ferro da Beira a são duma fertilidade surpreendente. de excepcional fertilidade, são em
Macequece; o Nyassaland pelo trans- regra distribuídos por pequenas areas.
zambeziano, que á Beira vem lam- Virão a ser bons para a pequena
bem. eaminhos de ferro das agricultura quando ela um dia venha
Nem outro terrítorio extranho ha a regiões agricolas a ser possível no distrito.
servir a não ser a Swazílandia in- Nos arredores da baia e Inhamba-
glesa; iras esta mesma colonia da A agricultura nos nossos domínios ne, nas areas das circunscrições do
Corôa Inglesa tem já um caminho de africanos é feita : ou por grandes Homoine, Maxixe, Mocoduene e Mor-
ferro que a serve e que é o nosso ca- companhias com capitais que lhes rumbene, ha muitos terrenos suscep-
14 GAZETA DAS COLONIAB
tiveis de grande produção, mas todos De ha muito se vem preconizando prejudicada com a construção do ca-
eles vêm a sêr necessarios para a a ideia de ligar o caminho de ferro minho de ferro transzambeziano. Em
agricultura dos iodigenas. de Xioavane ao do Chai-chai e ao de todo o caso, uma grande e cabal jus-
A parte norte do distrito de Ioham- Inhambane, fazendo assim uma linha tificação tem ela ainda hoje na neces-
baoe e do distrito de Lourenço Mar- ferrea costeira á semelhança do que sidade que ha de servir o distrito
ques (ou de Gaza, se este já tornou ha feito nas províncias do Natal e do de Tete por uma linha portuguesa.
a nascer) é. por assim dizer, deserta, Cabo. Não são as possibilidades agrícolas
sem qualquer valor agrícola. Oiminue Esta .ideia tem tido, porém, varios do seu solo que a reclamam ; mas ha
ainda o valor dessa região a falta de opositores de pêso, que afirmam que razões de outra ordem é que já vere
agua que faz com que nela a densi- tal linha é desnecessaria por existirem mos que a aconselham. Diremos mais
dade da população indígena seja in- as comunicações marilimas com Chai- que a exigem.
significante. Chai e lohambane. Na Baixa Zambezia virá a haver
As margens do grande rio Cheoga- Salvo o devido respeito por tal opi- justificação bastante para um cami-
ne, afluente do Limpopo e cuias nas- nião, devemos dizer que a não aceita- minho de ferro que tenha a orienta-
centes se perdem nos territorios da mos. como . não aceitariamos a de ção do canal do Jllutu, iodo desembo-
companhia de Jlloçambique, são saJ- quem quizesse provar-nos que era car perto de J11opeia, nas margens do
gadiças: os pequenos lagos,que numa inutil o caminho de ferro de Lisboa Zambeze. Tão assoriado já está boje
grande parte da sua bacia hidrogra- ao Porto, porque dum a outro ponto este canal, que mais ecooomico do
fica se encontram, são de agua salô· se pode ir e.:ooomícamente por mar que dragá-lo, se nos afigura construir,
bra, quando não salgada. e ainda com a faculdade de visita de peh>s terrenos que ele percorre, uma
.Mas as regiões proprias para gran- estações iotermedias, - como Naza- linha ferrea que irá permitir pôr em
de agricultura precisam sêr servidas reth, Figueira, etc. cultura uma enorme área extrema·
por via de comunicação acelerada, Mas, enfim, o prolongamento do mente fertil e que hoje está pratica·
(quando as vias fluviais sejam insufi· caminho de ferro de Xínavane atra· mente abandonada.
cientes) para poderem entrar em cul- vez do vale dv Limpopo até ao Chi· O districto de Mocambique, que
tura. buto, se outro ponto mais convenien- possue regiões duma grande fertilida-
Sigoiiica isto que se devam fazer te não poder sêr encontrado como de co:no a Nampula e a Ribaué, não
desde já os caminhos de ferro para seu ojectivo, é que não sofre discus- tem as condições previligiadas da
todas essas regiões? Seria otimo, se são. Baixa Zambezia. Por isso, a constru-
sobre a Província caísse uma chuva O Chai-Chai e a barra do Limpopo ção de um caminho de ferro de ha
de carris de ... libras. J\1éts não ! Os não podem dar saída aos produtos da muito se vem fazendo sentir. Pena é
c.amiohos de ferro para os ser1ir vi- região. A navegação por este porto é que até hoje para pouco mais tenha
rão a seu tempo. O exemplo do In- uma verdadeira temeridade. servido do que para emprego de pes-
comate States, que se assegurou da De resto, está naturalmente indi· soal. O traçado que se lhe deu, para
construção do caminho de ferro de cado que todo o 11·ovimento do Sul maior economia do seu custo, foi o
Xinavane antes de iniciar as suas se concentre em Lourenço Marques. das zônas altas, indo mais ou menos
expbracões agrícolas, é para ser se- O seu pôrto está convenientemente pelas divisarias de aguas das grandes
guido. equipado; ha armazens para guarda bacias hidrogra(icas. E, como é sabi-
O Estado deve prvnlamente auxi- dos produtos e ha todas as facilida · do, essas linhas di ..isorias de aguas
liarrqualquer iniciativa que se apre- des de embarque e de desembarque são em regra desprovidas de valor
sente paraj a valorização de grandes das mercadorias. agrícola. Mas a construção duma rêde
tratos de terreno. E' essa a altura de Quando um dia venha a fazer-se a completa de estradas, construídas á
intervir. Jllas, então, deve faze-lo sem ligação de Lourenço Marques com medida que o desenvolvimento a · ri-
hesitações. Só assim se conseguirá Inhambane por meio dum Caminho cola o exija, muito facilitará a expor-
criar a esta pa1te da nossa Colonia de Ferro grande parle do movimento ração dos produtos do seu solo.
vida propria, tornando-a economica- do distrito de Inhambane, que hoje Se dos terrilorios sob a adminis-
mente independente do. transito e da se faz necessariamente pelo seu por- tração directa do Estado passarmos ás
emigração. to, passará a fazer-se por Lourenço Companhia com direitos magestaticos
U-ma região ha, porém, que de ba Marques. E ' o exemplo do que em devemos dizer que a Companhia de
muito deveria estar 'servida por um tantas outras partes, em condiçõ !s si· Moçambique. com o seu caminho de
caminho de ferro: é o vale do Lim- milares, se tem dado, que me leva a ferro intercolooial, que atravessa as
popo. Este vale é tão fertil como afirmá-lo. melhores regiões agrícolas do seu ter-
os que mais ferieis ha por esse muo· Passando agora a analizar as re- ritorio, está regularmente servida.
do. no dizer de agronomos ilustres. giões agrícolas ao Norte dos lerrito- Alem deste caminho de ferro, outro
Ha ali para cima de 70.000 hectares rios da Companhia de Jlloçambique, ainda há : o traoszambeziano, que per-
irrigaveis. E como se começa a ante- nós vemos que a região da Baixa Zam- corre os seus territorios de norte a
ver a possibilidade da sua exploração bezia, recortada de canais e canaletes sul. Jl1as este é que não teem valor
e ocupação por colonos europeus, em todas as direcções, não tem sen- agrícola. O caminho de ferro trans-
isso constitue uma razão mais para tido, verdadeirameete, a r.ecessidade zambeziano só tem interesse por ser-
este caminho de ferro se fazer de de caminhos de ferro. vir o Nyassaland.
pronto. Nem é necessarío aguardar Nem a natureza das suas planta Mas se a Companhia de Moçambi-
a execução do plano de irrigação já ções tem requerido, em bôa verdade, que tem já um serviço de comboios
estudado e projectado pelo sr. major a expansão da viação acelerada. regular, e se simultaneamente está
Balfour, que o Governo da Província Esta estabeleceu-se de Inhamacur- abrindo estradas para toda a parte,
contratou para o efeito. ra á vila Durão, porque para aí não outro tanto não acontece com a Com-
A facil e economica execução des- ha já uma via navegavel ; e fez-se panhia do Nyassa,o que em materia
te plano dependerá até, em larga es- tambem da vila de Quelimane ao qui- dos caminhos de· ferso ainda não pas-
cala, da existencia p!"evia do caminho lometro 27 da linha principal para dar sou de projectos e, pelo que diz res-
de ferro, que permihrá levar ao lo- continuidade á linha de lnhama- peito a estradas deve possuir a que as
cal dos trabalhos pedra em abundao- curra. expedições militares de 1916, 17 e
cia, bem como cimento, ferro e, en- A construção da linha principal de 18 ali construiram. Verdade seja que
fim, todos os materiais de construção. Quelimane ao Chire ficou bastante o territorio não tem lambem mostra·
GAZETA DAS COLONIAS 15

do grandes tendencias de progredir. cas areas onde a colonização é possi- construção de alguns, deles de ha
Nem até os proprios terrenos do lito vel e onde o colono encontrará um muito deveria estar iniciada pa-
ral, onde a cultura do coqueiro se largo campo de acção para enrique- r.t provocar automaticamente, di-
mostra altamente renumeradora, se cer e viver feliz. gamos,-a sua construção. Algum do
teem valorizado, não obstante as faci- O Barué, na margem direita do pessoal que vai para os estudos, ou
lidades que a Companhia tem ofere- Zambese; a Angónia, no distrito de que se demora na construção dos ca-
cido à sua cultivação, Tete; o Alto Mo!oque, a Namulia, o minhos de ferro, acaba por fixar-se,
A ocupação militar du rante um lon- Ribaué são outras tantas zonas colo- atraido pela benignidade do clima e
go período não foi suficiente para des- nizaveis e que temos de colonizar an- pela fertilidade do solo.
pertar as atenções das que se propõem tes que ontros o façam. O que é simultaneamente preciso
valorizar em seu proveito os melhores Mas, para que a sua colonização se- é facilitar, mais do que no passado
terrenos. ja facilitada, é necessario, antes de se tem feito, a ida das familias dos
Entretanto, alguma coisa se vae fa. mais nada, servi·las por caminhos de e 1 pregados, porque assim mais fa.
zendo. E o que se toma recomenda- ferro que ponham a activi1ade dos co· cilmente se fixarão.
vel ê tornar mais frequentes e mais lonos em comunicação com a vida Por isso, nas construções dos ca-
economicas as comunicações por mar dos povos civilizados e que deem fa- minhos de ferro, como na execução
com os seus magníficos portos. Assim, cil saída aos produtores do seu tra- de quaisquer trabalhos publicos, se
o comercio poderá tomar um incremen- balho, valorizando-os. deve impor, hoje mais do que nunca,
to que até agora não tem tido, encon- Estes caminhos de ferro com tal a obrigatoriedade do emprego de pes-
trando-se exclusivamente nas mãos objectivo é que são verdadeiramente soal europeu português, seja qual fôr
dos (•Monbés ·• que. como é sabido, urgentes. Sem que eles sejam cons· a sua categoria. Quanto maior fôr o
não fazem agricultura e até mesmo !ruídos, não se pode esperar qual· numero de portuguêss que para as
em nada são uteis ás regiões que ex· quer colonização. Ninguem se resigna Colonias vão exercer a sua activida-
de, maiores serão as possibilidades
de atração de colonos.
E a fixação dos colonos á terra é
uma condição •sine qua non• da con-
tinuação, sem grandes sobresaltos, da
nossa soberania.
O passado já nos mostrou dura-
mente que assim era; e o presente
duvidas algumas nos deixa de que
assim continuará a sêr no futuro.

O caminh o de fe rro de Tete


O distrito de Tete, e nomeadamen •
te a sua capital, pode sêr servido por
uma linha ferrea que, partindo dª
actual linha da Beira, se dirija pa~
C ompanhia do Borôr - Estufa de secagem de copra norte, atravez do Barué. Serve-se as-
sim lambem esta importante zona
colonizavel e consegue-se tornar
pioram, ao passo que os portugueses, a isolar-se voluntariamente do mundo faceis as comunicações com Tete,
mesmo comerciantes, procuram fixar- exterior, que indispensavel é assegurar e até
se á terra cultivando maiores ou me- A valorização do Barué exige a intensificar.
nores areas junto dos seus estabele- construção dum caminho de ferro que, Mas o distrito de Tete tambem po-
cimentos comerciais. partindo do Chimoio ou doutra es- de sêr servido por uma linha férrea
tação conveniente do caminho de fer- que, partindo de Quelimane, atraves-
O caminho de ferro para as ro da Beira, se encaminhe para o se o rio Chire ao sul de Port He·
zonas colo nizaveis norte em direcção a Tete. rald, dirigindo-se depois para noroes-
A Angonia exige a construção do te, sempre por territorio português
Assente que não pode haver colo· caminho de ferro de Quelimane ao até á rica e salubre região do Ango-
nias portuguesas sem portugueses, Chire, prolongado por territorio por- nia.
como não pode haver independencia tuguês pela divisoria de aguas do Esta linha tem um duplo objectivo:
nacional sem exercito, e sem marinha, Zambeze e do Chire até lá. cooperar na ocupação da parte colo-
torna-se necessario fazer ocupar por O Alto J\1oloque serve-se prolongan- nizavel do distrito e permitir a explo-
familias portuguesas todas aquelas do o caminho de ferro já feito de Nba- ração mineira dele.
porções de territorio onde a coloniza- macurra a Vila Durão, até ao encon- A bacia carbonífera de Tete tem
ção é possível. Serão eles sempre os tro do caminho de ferro de Moçam- uma extensão formidavel, segundo
donos do solo, sejam quais forem as bique. relatorios e informações que de tem-
vicissitudes da soberania. Finalmente, o Ribané será servido pos a tempos vem a publico.
O sul da provinda, com as nota- pelo caminho de ferro de Moçambi- Ao lado do carvão ha outras rique-
v ús transformações porque a vida que á fronteira oeste. zas incompletamente conhecidas ain-
nas colonias está passando, é suscepti· A politíca ferro-viaria da Província da, mas que é de presumir sejam for-
vel duma larga colonização, que, len· não pode deixar de têr em atenção midaveis. De longe são conhecidas
tamente, se está já efectuando. estes caminhos de ferro, que de ha as minas de Chifumbazi de Missale,
Uma colonia portuguesa importan· muito deviam estar estudados, aguar- que não poderam continuar a ser ex-
te existe lambem já em Macequece, dando apenas uma oportunidade favo- ploradas por falta de comunica-
nos territorios da Companhia de Mo- ravel para serem construidos. ções. etc. etc.
çambique. E embora se não tivesse podido E não é só o ouro que abunda.
Mas, a província tem grandes e ri- obter grandes liomas para os fazer, a Diz-se que ha cobre, que ha grafite,
16 GAZETA DAS COLONIAS

Enfim, Téte é o unico distrito ver- aquilo que aos outros nós não consen- ção não são tão grandes que a Colo-
dadeiramente mineralizado de toda a tíamos ?- Não! nia os não possa suportar. Já em
Provinda. Os grandes · caminhos de ferro co- 1918 a casa Pauling se propunha cons-
Com a falta de previsão que cara- loniais são, depois da colonização, o trui-los sem encargos imediatos.
teriza tantos dos nossos actos, nós melhor instrumento de soberania que O caminho de Ferro de (Juelimane
deixamos que toda esta riquêsa caisse uma nação pode apresentar nos seus tem já o seu fundo especial, que pode
nas mãos da Companhia da Zambezia, domínios. bem ser consignado ao levantamen-
que a não soube valorisar nem explo- Entregar os grandes caminhos de to dum emprestimo que permita um
rar ; permitimos que ela, por sua vez, ferro a companhias estrangeiras é avanço rapido da construção.
a passasse a uma Companhia inglêsa, apoucar essa soberania. E seguros estamos de que as Colo-
que é hoje a dona daqueles vastos E quando outros factores de peso nias e até as Companhias concessio-
jazigos. a nãc apoiem, a bandeira por si só narias do distrito não deixarão de
Dona nos termos da lei? Crêmos hasteada, embora orgulhosamente, aceitar novos encargos, se tanto for
bem que não. Nem ao menos é dona na residencia do Governo, não a pode preciso. para assegurar ao porto de
para os explorar, mas tão somente garantir eficazmente. Quelimane uma vida de actividade
para impedir que o Estado deles Não se deixe, pois, se a·nda é tem- que todos sempre lhe ambicionaram
d?sponha ou que os outros os utili- po, cair os caminhos t'e ferro de Tete e que os levou a oferecerem espon-
zem. Ora a nossa lei de minas é bem em mãos estranhas. taneamente ao Governo os encargos
clara nas exigencias da exploração. Atente-se em que eles hão de ser especiais que hoje sobre eles pesam
Quem não explora num determinado necessariamente caminhos de ferro e que infelizmente não teem conse-
prazo, fica sem a concessão. E como de grande rendimento, por um lado; guido o almejado fim.
a Companhia inglêsa não tem iniciada e que hão de ser a chave da ocupa- Faça-se-lhes justiça, fazendo obra
a exploração dentro desses prasos, de- ção do districto e até daquele vasto de bôa administração e, sobretudo,
via ficar e<ipso facto» sem a concessão. «hinterland» que o distrito de Tete obra patriotica. O momento é deci-
Porque não fica ? barra e cujo futuro não á ainda facil sivo!
E se reputamos um acto de má po- de fixar.
lítica enfeudar a riquêsa minerologi- Os sacrifícios para a sua constru- Lopes Galvão.
ca de tão vasto districto a uma com-
panhia, de mais a mais estrangeira,
peor será ainda permitir que os ca-
minhos de ferro, que sirvam tão gran-
de riquesa, fiquem tambem nas mãos
.MOÇAMBIQUE
de estrangeiros. importação Geral Feiglo cafrial
E será com profunda magua que 1920 - 2~.140.762$00
1921 - 121.411.885$00 Quantidades Valores
se saberá que, se a concessão deles 1922 - 218.120.842$00 1920 3.0$9.489 22.8. 349$00
ainda não foi dada, talvez já não possa 1923 - 280.140.194$00 1921 3.018.317 2.176.S34$00
sêr recusada. 1934 - 323.10''.267$00 1922 t.938.2S3 7(i().=
E , então, pergunte-se á gente de Exportação Geral 1923 l.207.2S2 751.
IQ24 J.681.225 1.421.754$00
são criterio da nossa terra : se tudo o 1920 - 11.665.468$00
que de valia ha em Tete é estran 1921 - 83.793.923$00 Milho
geiro ; se as vias de comunicação, que 1922 - 103.737.294$00
1923 - 166.4t0.127SOO Quantidades Valores
o servem e o atravessam, são estran- 1924 -- 181.342.274$00
geiras; se nem ao menos ali radica- 1920 12.737.178 S78.568SOO
1921 13.136.072 S.20S.262$CO
mos a nossa raça, o que ficamos nós Oiversas Mercadorias exportadas 1922 245.700 98.524SOO
a fazer em Tete? A cobrar impos- 1923 4.Sl4.006 2.s21.557$00
tos? Assucar 1924 16.646.121 13.6i6.468SOO
A fazer o mesmo que faz qualquer Quantidades Valores Oleoginosas
soba ou sobeta africano, que cobra os 1920 12.341.137 2.7)8.246$00
direitos de portagem aos seus seme· 1921 IS·600.038 30.258 808$0 ) Quantidades Valores
lhantes que leem necessidade de pi- 1922 13.906.474 24.226.08~0 l<l21 27.608.579 31 .oos.548$00
sar o solo dos seus domínios com as 19l3 14.524 830 36.674.43 IO 19l2 33.745.983 40.86S.SI0$00
cargas que levam á pP-rmuta, vivendo 1924 18.130 SOS 46.393.479 o 1923 30.170.843 50.S54.020$00
1924 29.761.292 12.129.91S$00
assim parasitariamente á custa dos Casca de Mangai
que trabalham? Slzal
Mas essa politica de exploração Quantidades Valores
condenamos nós, acabando com tal
pratica e destituindo as sobas que
taes exigencias faziam !
1920
1921
H22
1923
-·-
690.005
S.634.6SO
3.445.200
13.62S$00
·-
2.124.988$00
1.637.411$00
1920
1921
1922
Quantidades
J.892.136
3.325.98S
2.7S6.908
Valores
338.81'4~
3.670.075
S.276.740~
;.Então havia de ser bom em nós 1!124 l 81S.236 7S2.684$00 1923 2.206.131 6.486.195

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O problema das transterencias dentro da crise
de Moçambique
... il 11'y a qu'ull poi11t de da riqueza interveem três elementos: quantitativo ás necessidades da Pro-
vue: l' exp/Qilatio11 éco110111i- a terra, o trabalho e o capital. víncia.
que des cow11ies est absolu- Sei.do assim, para podermo!I apre· De tudo isto resnlta que a produc-
ment identique á l' exploita ciar economicamente a situação de ção não aumenta, a sitoação econo-
tum ifzdustrielle. Moçambique, teremos que determinar mica deprecia-se e o esu.do financei-
Pour la mise e11 valeur des primeiro, o valo r de cada um daqoe· ro agrava-se.
ressources d11 sol il jaut d'a- les elementos e o grau da soa iofiuen- No aproveitamento dos três ele-
bord, immobiliser beaucoup cia no resultado final~ mentos estudados, terra, trabalho e
de miltio11s; mais te sacri- Ora a terra é um elomento está- capital, a sua conjugação e direcção
fice de cette immobilisatioll tico; figura apenas como depósito constituem o quo se chama propria-
sera bie11 compe1zsé par la permanente de riquezas em estado la mente a admioistraçllo, quer ; ublica,
vatorfsa'iQ11 de 11os domai- tente. Sob esse ponto de vista, Mo- quer privada. Nada tomos a dizer
Jles COWlliates et sour tout, ~ambique pode considerar-se como ol- deata ; mas não poderemos reforirmo·
da11s wz avellir procllain. tra-plétorica, quasi como um manan· nos áquela sem fazermos alusão á sua
par les reserves du capital cial inexgotavel. Uma vez explorado notoria incompetencia, ou, melhor
y employé. conveoientemente o eólo daquela dizendo, á dos seus agentes.
fe me tie11s au rôle de l' état Província, a sua fecondidde será tala Não é, porém, para admirar que
leqael doit être le comandl quP. lhe poderemos chamar a terra da tal aconteça,. pois que no seu recru-
laire pri1tcipal . .. promissac. tamento não so tem atendido, desde o
(Palavras de Brialld em V11jamos agora o estado do ootro mais modesto ao mais alto funciona-
1923 na Camara frQ/letsa) elemento: o trabalho. Este é Je na- rio, áqueles reqoisitos que o grande
tareza dinamica e compreende duas mestre Henri Fayol nos ensina.
especies : a parte de direcção e orieo-

E
NCABEÇO este artigo com ae A condição primeira a exigir a to-
palavras do grande estadista ta~ão, qne é exercida pelos colonos; do o funcionario superior qne vai
francê~, Briand, proferidas na e a parte de execoção, que é reali- ocupar nas colonias os altos cargos
Camara doe deputados, em zada polos indígenas. Nada diremos da goTernação e. implicitamente, da
1923, quando ali se tratou da ques- da primeira ; mas não podemos dei- administração publica, seria a de uma
tão colonial. xar sem reparo a segunda. altíssima competencia como colonial
.> citação ó conveniente e oportuna O trabalho indigena em Moçambi- e como administrador, uma e outr a
porque traduz ama grande verdade que é, relativamente, e.aro; mas o provadas pela experiencia. No entan-
qoe os nos ·os estadistas não deverão q oe mais caro o torna é a carencia to, nunca essa condição é comprida,
jámais esquecer. de braços. Por um estreito critério fi · apenas se atendendo aos serviços po-
Discute·s'l actoalmente a situação oanceiro, por um desses expeiieotes líticos dos escolhidos.
de Moçamhique, CQmo ha já m<>zes em que a nossa administração é for· Que admira, pois, que a adminis-
vem sendo diecotida a de Angola, til, com mira em ans milhares de libras tração das nossas colonias seja atra-
atendendo mais aos efeitos do que que entrem na Provincis, permite-se biliária e inconsequente, se os seus
áe causas. E como é noceesario en- a emigração constante dos fodigeoas agentes não tel'm preparação nem
contrar sempre um culpado, sobro para o Rand, quando seria economi- competencia para a executarem?
quem se atirem todas as responsabili- cam!'nte muito maia.vantajoso empro· Largas foram as considerações que
dades, recorre-se ao que está n.ais á gá-loe na exploração':~agricola do solo. até aqui fizemos para demonstrar que
mão: o Banco Nacional Ultramarino. Ao1&1izemos, por )im, o terceiro a actaal sitoação de Moçambique é
No entanto, as verdadeiras causas elemento: o capital. economicamente precária e dela re-
d€> todas as dificuldades em qoo a Básicamente, este deve ser sempre soltam as dificnldades correntes, en-
província de Moçambi . oo eo d<>bate proporcional ás necessidades da em- tre as quais avulta a da falta de
são : a falta de oxecuçiio do medidas preza, qualquer que seja a naturesa transferoocias.
de fomento ; a falta de capital para a desta. Pode ser ficticiamente multi- Quantas coisas se toem dito e os·
exploração economica: e a falta de plicado pelo uso do crédito; mas crito sobre transferoncias ! Qu'l rosá-
uma produção capaz de originar oro essa mahiplicação tem limites e não rio de culpas se não tem desfiado,
6rande saldo favoravel na balança co- moito longos. ora contra umas entidades. ora con-
mercial. Ora o qoe acontece em Moçambi- tra outras, quando afinal · a culpa é
Todo o mais sil.o pretextos e argu- que é que o capital ectoante não está de todos um pouco e de ninguem por
mentos que não resistem a ama cri- em proporção com as necessidades da SÍ SÓ 1
tica séria e desapaixonada; todo exploração economica encetada e a Porque falta111 as transferencias?
quanto não vize ao fomooto geral, á sua multiplic!lção pelo credito atiogiu Uoica e simplesmente porque não ha
colocação de capitais e ao aumento da já o limite máximo. cambiaes em numero suficiente para
produção, são apenas expedientes qoe Os agentes vulgares do crédito, que elas se execatem.
não resolvendo o mal, apenas adiam que são os ~ancos, não dispõem de ~E não as ha po qoe a balança de
a solação, agravando o estado actoal. recursos proprios para o distenderem pagamentos está desiqoilibrada, por-
Ha moito que andamos esquecidos mais e, tendo creado para si mesmos que a Colonia, em relação á Metro-
dos princípios da economia politica, uma situação dificil, procuram fir- pol11, tem maisa pagar do queareceber.
que ee mantêm inalteraveie atravez mar-se em posições mais solidas. Empiricamente, é isto: repete-se
todas as traneformaçê:les sociais e po- O Estado, qae deveria suprir a de- em Moçambique o <ine se dá ~m An-
líticas. ficiencia do capital, não o tem feito ; gola ; repete se nas doas colonias o
Dizem-nos eles que na produção e, assim, este não corresponde em qae se repete em todas ae coloniaa
18 GAZETA DAS COLONIAB

do mundo no 101c10 da sua explora- ção agrícola, industrial ou comorcial, cujos t!irectores fizeram por aquela
ção ecooomica. habilmente negociados e dependendo Província uma viagem triunfal, como
Moçambique não produz o anfi· dom plano geral préviamente estu- se se tratasse de altas individualida-
cieole para com o produto da sua ex- dado. des nacionais ou mundiais 1 Para, afi-
portação cobrir a sua importaçilo de Obtidos os recursos capitalistas, nal, oo regresso do tão elevadas hon-
todas as procedeocias e para todos importa aplicá los, administrá los rarias, ootrarem oa cadeia como
os fios, - exiii:ida pelo Comercio ou conscienciosamente, para que o serão quaesqoor gatuuos 1
pelo Estado. Ha um dejitit, quo ohi necessarios fonciouarios competentes, E o que tornou poseiv.il esKa mons-
mamente vem crescendo de tal modo tenham ou não o apoio dos directo· tru osa clta11tage do e A ogola A Me
quo ameaça interromper as relações rios dos seus partidos. 1ropole>i foi, precisamontl', a guerra
comorciais com a metropolo e obstar Quanto á solação imediata, embo ra que em Ao gola so pro too deu fazer ao
á produção. transitoria, para o problemu pondeo- banco umissor, áquole com quem a
Qual será o remedio? Subsidiar a te das tran~forencias creio que é só Oolonia se tinha eocootrado sempre,
província até qoe uma situação eco· uma: financiar a Proviacia pela Me em dezenas de anos, aquele que lhe
oomica desafogada lhe permita equi· tropole, a titulo de emprestimo; re- cedêra o seu crédito, que é muito,
librar a soa balança de pagamentos. gularizar a distribuição das cambiais mas que uão estava disposto a sacri-
Por mais que a fantasia arquitéte por um regimen em parte ideatico ao ficar-se em fantasias ou aventaras.
expedieotas, oão ha qoe fugir desta que os representantes dos interesses Por isso dizemos que 009 não pa-
solução: fornecer capitais quP permi- ecooomicos de Aogola propõem para rece o melhor camiuho o atribuir as
tam o fomento economico de Moçam- aquela Província; obrigar o governo culpas dss dificuldades finaaceiras de
bique. provincial a ocorrer ás saae necgssi· Moçambique aos bancos e, em especial,
A existoocia desses capitais, q uao- dades com oparações de crédito ex- ao banco emissor.
do estes bastem· ás necessidades da terno ; e estabelecer com o banco Ju lgamos que molhor seria levá-lo
Província, fará automáticamente de- emissor um modus vive11dl ospocial, a agenciar os emprestimos externos,
saparecer a dificuldade de transfe· que lhe pormita a uaificação da moe- de qotJ a Província car ece, e dessa
rencias. da dentr.o d.i Proviocia e om alarga- forma fortalecer-se-ia, implicitamente,
Oomo e onde procurar capitais? Do mento da sua circulação fiduciá- o sea crédito, que tilo ateis serviços
momonto, será o Estado quem terá ria. pode prestar á Província.
que os fornecer, a titulo de adeao~­ Ora, para.:> conseguimento urgente Procedamos com calma e não ani·
mPoto- oo financiamento, como lhe destas solações transitorias, cremos !!lemos com as nossas lutas as pre-
queiram chamar, visto que a Provín- qoe o melhor caminho oão sará o da tensões estranhas, qae rondam os
cia tom administra~ão autónoma. guerra aos bancos, desacreditando os. nossos domioios coloniais.
Mas, dt>fioitivameote, o recul'flo Foi identica guerra, inici\\da em An-
uoico é o dos emprestimos externos, gola, qoe deu origem a essa misera- VIRGILlO PERgIRA DA COSTA.
baseados em concessões de explora- vel burla do «Aogola o Metropoli>>, Capitão

COMPANHIA DE DIAMANTES IlH ANG~LA (D;IAM.A.NG)


SOCIEDADE ANONIMA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
Com o capital -de Esc. 9.000.ooo:fl>oo (ouro)
Direito exclusivo de pesquiza e extracçãJ de diamantes na Provincia
de Angola, por c~ncessão do respectivo Governo
Séde social : Rua dos Fanqueiros, 12-2.º- LISBOA
Telegramas: DIAMANG

Escritorio em Bruxelas, Londres e Nova York


Presidente do Conselho de Administração Presidente dos Grupos Estrangeiros
Banco Naci ona l Ultramarino Mr. Jean Jadot
Administrador-delegado ·: ERNESTO DE VILHENA
R czprczsczntação (l dirczcção téc nica czm rt frica
R epresentante 1 Directo1 técnico
Tenente-coronel Antonio Brandão de Melo Mr. H. T. Dickinson
Caixa P ostal 347 Teleg.: ·DIAMANG
l., O li N D li 1 DUNDO LU N D ll
UM PROBLEMA INTERESSANTE

A divisã o d a pro v 1nc1a de Mo çambique


cias,. . - Em o numero de 16 do cor- Que á testa das duas desejadas

E
is um problema que as doloro-
sas circunstancias economicas rente do seu conceituadissimo jornal, províncias coloquem um Alto Comis-
em que a Província de Moçam· foi publicada a representação que o sario, admitimo-lo, embora, e com
bique se encontra, vieram pôr cGremio de Proprietarios e Agricul· fundo pesar o digo, as vantagens pra-
em fóco : será necessario efectura-se tores da Zambe2ia», a que me honro ticas da instituição não tenham cor-
a divisão da Província em dois gover- de presidir, apresentou a S. Ex.• o respondido ao que dela se esperava,
nos independentes para que o pro- Ministro das Colonias pedindo-lhe, assim como aceitamos qualquer outra
greso dos Distritos do norte não seja com todo o caracter d~ providencia formula de • ligação politica» que se
sacrificado aos interesses dos Distri- indispensavel á salvação dos enor- julgar conveniente e de que de resto,
tos do Sul? mes inte1 esses criados na parte norte o estrangeiro nos fornece frequentes
A ((Gazeta das C'olonias», não que- da Provineia de .Moçambique e, de- exemplos - o Governador Geral da
rendo emitir parecer sem ouvir pré- signadamente, da esplendida fazenda União da Africa do Sul é, cumulati-
viamente quem possa pronunciar-se agrícola que é o distrito de Quelima- vamente, Alto Comissario para todo o
grupo de colonias inglesas da Africa
austral - mas o que reclamamos, e
continuarem'os a reclamar, com to-
das as forças e em todos os campos
onde pudermos fazer ouvir a nossa
voz, é que ao territorio dos actuais
distritos do norte Ja província se as-
segure uma organização que lhes per-
mita viver uma vida propria e inde-
pendente e preparar o prospero fu-
turo que lhes garantem os seus re-
cursos naturais e a laboriosidade dos
seus colonos, sem associação forçada
a maneiras de pensar e actuar e a
interesses radicalmente antagonicos
com os seus proprios ; associação tão
nefasta que, tarde ou cedo, nos ar-
rastará á ruina.
Reclamamos essa separação, em
nome da sciencia da colonização, por-
que a actual unidade administrativa
contraria absolutamente a manifes-
ta diversidade de condições de «ordem
Companhia do Rurôr - Transporte de Copa física», de •ordem economica» e, até,
«de ordem moral» que é patente entre
pela opinião contrária, franqueia as ne, a separação deste territorio em o norte e o sul da'colonia. Reclamamo·
suas colunas á discusão da causa, uma província distinta e independen- la porque, tendo· conseguido criar na
desde que em termos ace1taveis ela te da restante e dotada com a indis- Zambezia, e o mesmo se está reali-
seja exposta. Agora, limita-se apenas pensavel autonomia administrativa e zando no distrito de Moçambique, á
a arquivar os depoimentos que já na financeira. custa de dezenas de milhares de con-
imprensa diária foram feitos por ilus- Em alguns jornais do dia 20, sur- tos e dos esforços energicos e persis·
tres individualidades que o nosso giu uma local com a aparencia de tentes de algumas gerações, a segun-
meio colonial escuta com o maior nota oficiosa, mas que o não é, em
respeito e que marcam pelo seu va- que se condenava o facto de a aludi-
lôr. da representação nada dizer sobre a
O primeiro, consta duma carta en- necessaria ligação das duas provín-
viada ao «Diario de Noticias• pelo cias em que ficaria dividida, segundo
sr. Ernesto de Vilhena, como repre- os nossos aesejos, o territorio portu-
sentante do Oremw de Proprietarws guês na Africa Oriental.
e Agricultores da Zambezia e por Permita-me V. que eu, em nome
aquele jornal publicada em 23 de No- do Gremio, esclareça o assunto.
vembro do ano findo. O segundo, é Não falou o Gremio t essa ligação,
apresentado nas colunas do mesmo porque se não propunha apresentar
jornal pelo sr. engenheiro Lisbôa de ao sr. ministro um plano de reorga-
Lima, em artigo de 4 de Dezembro. nização territorial e administrativa
A carta é a seguinte : da actual província de Moçambique.
Quiz, apenas, frisar a necessidade da
Sr. Director do «Diario de Noti- separação, e isso fez. Companhia do Borôr - Pr ago do Licundo
20 GAZETA DAS COLONIAB
da fazenda agrícola do Ultramar por- nucleos de associações mais ou menos Se fosse necessario demonstrar que,
tuguês, depois de S. Tomé, e supe- secretas, em um arremedo ridículo sem plano bem definido de política
rior mesma a esta em área territorial da Metropole. colonial, a que obedecesse toda a nos-
e na diversidade e envergadura dos Estamos, em suma, fartos e fartis sa acção administrativa nas colonias
empreendimentos, nunca tais resulta- simos de um estado de cousas que, portuguesas, caminhamos em admi-
dos foram devidamente apreciados; prejudicando-nos, prejudica profunda- nistração colonial para os cáos, bas-
antes, pelo contrario, continuamos a mente o futuro da colonia, e que tava citar, como exemplo, o que se
ser considerados como filhos espurios ameaça eternizar-se. está passando em Moçambique, para
por uma administração que, seduzida O autor do decreto de 30 de se- darmos razão a todos quantos vêm
pela já atraente civilização da Africa tembo 1891, com uma intuição só pugnando por que se estabeleça um
do Sul e pela vida facil e luxuosa da propria de altos espíritos, previu, em plano de politica colonial, com direc-
cidade alegre e cosmQpolita que é a uma epoca que podemos considerar trizes bem definidas e que, convertido
capital da Colonia, raramente se remota, uma das necessidades vitais em lei constitucional da Republica,
preocupa de conhecer e de acompa- do vasto territorio de Moçambique, obrigue todos ao seu acatamento.
nhar a vida da parte tropical da Pro· excessivamente desenvolvido em lati- Passou o tempo em que os direitos
vincia 'e de atender os legítimos inte- tude geografica para que seja possi- historicos de um país á posse de co-
resses e representações.
Reclamamos, sr. director, porque
estamos fartos de ver consumir mi-
lhões de libras em apetrechar um "
porto e um caminho de ferro para
servir territorios que não são nossos,
ao passo que as verdadeiras regiões
produtoras da colonia continuam sem
vias ferreas, sem melhoramentos de
portos, sem estradas, sem serviços
agrícolas e peéuarios dignos deste no-
me, abandonadas aos unicos esforços
dos que nelas tão penosamente tra-
balham.
Estamos fartos de ver aumentar,
em numero e em vencimentos, o fun-
cionalismo da colonia e elevar a cifra
das suas despesas improdutivas, á
custa dos que criam riquezas, inces-
santemente chamados a pagar, pelo
agravamento dos impostos e providen-
cias congeneres, as liberalidades da Companhia do Borôr-Viveiro de palmeiras
administração publica.
Estamos fartos de ver discutir o
problema financeiro, bancario e mo- vel administt;á-lo convenientemente lonias de que era detentor bastavam
netario da Provinda, sem que sedes- em organização unitaria Actualizemos para lhe garantir a sua posse.
cubra outra solução que não seja o esse diploma e um dos grandes pro Tal principio de direito passou de
agravar ainda mais as condições di- blemas dá Província ficará resolvido. ha muito á h.istoria.
ficeis, contra as quais lutam os que O Sul viverá contente e divertido Pora um país ter garantido o di-
produzem e exportam. da emigração do Transwaal e dos reito de continuar na posse das suas
Estamos fartos de sentir os gover- •five o'clok» da Polana; o Norte en- colonias, indispensavel passou a sêr
nos locais e os d Melropole impo· contrará nos seus vastíssimos cam- que, de facto, ele ocupasse as diver-
tentes para entrar no ámago de cer- pos de cana. nos palmares infindaveis, sas regiões que as constituiam, e ne·
tas questões fundamentais, como se- no sisai sem conto, no tabaco, no las exercesse, em toda a sua plenitu-
rià, por exemplo, a reorganização dos chá, nas suas minas de carvão, tra- de, os seus direitos de soberania.
serviços ~o porto e C\lminho de ferro balhadas por uma relativamente den- Depois da grande Guerra, quedes-
de Lou1enço Marques, de forma a in- sa e já educada população indígena, de 1914 a 1918 convulsionou o mun-
cutir-lhes os caracteres de uma ex- não só os recursos precisos á sua vi- do, um novo princioio de direito se
ploração industrial em bases econo- da normal, como, ainda, os que lhe começa a esboçar, e se vai firmando,
micas. forem necessarios ao levantamento quanto a direitos de nações coloniais,
Estamos fartos de ver discutir, sem de capitais pata o seu fomento. em relação ás colonias cuja posse
conhecimento de causa e sob o do- Cada um mandará em sua casa, usufruem.
mínio de um «parti pris» odiento, por disporá -do que lhe pertence e pre- Considerando-se como necessario
um Conselho Legislativo em que ao parará o seu proprio futuro. ao bem mundial que as nações colo-
Norte se não assegurou a represen- No fim de contas, o senso comum niais promovam a maxima utilização
tação a que tem direito, todas as é ainda, como se vê, o melhor orien- das possibilidades das suas colonias,
suas mais importantes e vitais ques- tador de uma boa adminstração. no sentido n:to só de abundantemente
tões, e de vêr que são resolvidas, Sou de v., sr. Director, etc. elas poderem suprir o mundo de cer-
frequentemente, contra os mais rudi- tas materias primas que só em colo·
mentares preceitos da sciencia finan- ERNESTO DE VILHENA. nias se produzem, e de que o mundo
ceira e economica, e, até, do mais iudustrial necessita, mas ainda no
vulgar bom senso. * sentido de promoverem, pelos pro-
Estamos fartos de sentir a Província .. * gressos da civilização nas suas colo-
indirectamente governada «em Lou- O artigo do sr. Lisbôa de Lima, nias, que largos mercados para os
renço Marques e para Lourenço Mar- por sua vez, põe a questão nos se- produtos industriais da Europa e da
ques», por «comissões políticas» e guintes termos. America se abram. principalmente em
GAZETA DAS COLONIAB 15
colonias da Africa, a opinião mnndial á produção metropolitaua,. . que á utilização dessas possibilidades
começa a exigir das nações coloniais Mas será possível çonseguir tão al- já hoje se dedicam, que forçadamen·
mais alguma coisa do que a ocupa- mejada solução sem que todo o nosso te poderá levar algumas á ruína, e
ção efectiva das suas colonias e a trabalho pró-desenvolvimento colonial quasi todas a reduzir a sua pro·
perfeita sujeição destas~ á soberania se oriente segundo um plano criteoiosa- dução.
da Mãe Patria. mente estabelecido? Sem que um pla- E' a inversão completa dos objec-
A opinião mundial começa exigin- no de política colonial se estabeleça tivos para que nos cumpre caminhar;
do que uma cuidadosa adminisllação e firme como lei constitucional da Re- é uma situação em perfeita contradi-
colonial as encaminhe para a civiliza · publica e, portanto, intangível e inal- ção com aquela que as nações colo-
ção que crie necessidades de larga teravel pelos detentores dos poderes niais se devem esforçar por criar ás
importação : e as encaminhe para a coloniais do Estado, enquanto a Na- suas colonias, de harmonia com o
maxima utilização das possibilidades ção, representada pelo Parlamento, novo principio de direito que na So-
da terra, que determine uma abundan- não entenda modifica-lo ? ciedade das Nações vai criando am-
te exportação. O que se está passando em Mo· biente favoravel para que se fixe, e
Só assim, afirmam os propagandis- çambique prova que a falta de um obrigue as nações coloniais, sob pena
tas do novo direito a aplicar ás na- plano de política colonial, com direc· de, á nação colonial que tal direito
ções coloniais, se conseguirá abrir trizes bem definidas, que obrigue go· não respeite, ser tirado o mandato
novos mercados á produção industrial vernantes e governados, nos pode con· sobre as suas colonias para a outra,
e obter na Europa e na America ma- duzir ao cáos. considerada mais idonea, ser con-
terias primas coloniais em abundan- A essa falta se deve a gravissima fiado.
cia para certas industrias, e, pela situação que Moçambique atravessa, E porque os . produtores do norte
concorrencia que essa abundancia cria onde se atingiu um tal desequilíbrio da província de Moçambique, que são
obtê-las a preços que permitam bai- entie o montante de cambiais que a os que mais produtos de exportação
xar o dos produtos que as utili- provinda recebe, da sua produção, conseguem arrancar da terra, se ~en­
zam, do uso pelo Transvaal do porto e tem asfixiar com as consequencias de
Dessa forma se caminhará no mun- Caminho de Ferro de L. Marques, e uma tal sitüação, de que não são res-
do para uma vida economica mais de- ainda da permissão de recrutamento ponsaveis, mas de que são vitimas;
safogada, tornando-se possível ir me- de mão de obra indígena para o e vêm já anunciadas pelas elites do
lhorando a asfixiante situação que Transvaal e para a Rhodesia, e o sul da província medidas, como pro-
desde a Grande Guerra alguns países montante de cambiais de que precisa videncias de salvação. que não só
atravessam. para pagar, - encargos da importação, agravarão o n:al em vez de o rem~­
Este plano de política colonial. que encargos de capitais investidos nas diar, mas que constituirão mais um
a opinião do mundo pretende impôr explorações da colonia, e outros,-que tremendo ataque aos produtores, cuja
ás nações coloniais, cria a estas a im- a moeda local, como consequencia maioria não poderá resistir ás conse-
prescindivel necessidade de orientar a dêsse desequilíbrio, já atingiu uma quencias economicas das medidas
administração das suas colonias se- desvalorização de 80 OrO ! ! preconizadas, só uma solução para os
gundo os principios desse novo direi- Tal desvalorização, tornando proi- seus legítimos interesses encontram,
to, que vai criando opinião favoravel bitivas as transferencias do capital e para os legítimos interesses gerais
na Sociedade das Nações, como fa- em moeda da província, fecha natu- e do proprio Estado no norte de Mo-
cilmente deduz quem, com atenção, ralmente os seus mercados á impor- çambique: - a divisão da colonia em
tenha seguido o que ali se vai pas- tação; impossibilita que novos capi- duas: a do Norte e a do Sul, eco-
sando, e ao assunto de que nos ocu- tais entrem na colonia para se apli- nomica e financeiramente indepen-
pamos possa interessar. carem ao desenvolvimento da utiliza· dentes.
Como é, porém, possivel a um país ção das possibilidades da terra; e Em sucessivos artigos continuare·
colonial orientar a administração das perturba de tal modo as explorações mos a analisar a situação de Moçam-
suas colonias seguncto os princípios do bique, e consideraremos a justiça dos
novo direito imposto ás nações com co- desejos dos produtores do norte da
lonias sem que esse país, por seu tur- Provinda e as vantagens que para o
no, estabeleça um plano de política Estado traria a satisfação dêsses le-
colonial com directri:zes perfeitamente gítimos desejos.»
definidas, plano cujos objectivos se-
jam precisamente aumentar o mais *
possivel a produção das suas colonias * *
e, como consequencia, as transformar
em largos mercados de artigos de pro· Apresentam-se, como se vê, argu-
dução europeia, e especialmente de mentos dignos de ponderação para a
produção nacional? divisão em duas da colonia de Mo-
E se, ao bem do mundo. a nova po· çambique.
lítica colonial interessa profundamen· O que terão a responder-lhes os
te, nos prÍ!lcipios em que ela se ba· partidarios da integridade da Pro-
seia está tambem o ressurgimento vinda?
economico da nossa Patria : façamos -Aguardamos as suas considera·
obedecer a nossa política colonial a ções.
tais princípios e aquele ressurgimen-
to está assegurrdo.
Pois qual é a unica solução para o ~ompanhia Nacional
nosso problema colonial e para o pro- DE
blema das dificuldades economicas e
financeiras da Nação?
PRODUTOS COLONIAIS, L.DA
·«Conseguir aumentar-notavelmente Rua dos Fanqueiros, 15-LISBOA
aJ nossa produção ~colonial, e ab.rir g ransaflJe3 3obre cacau,
largos mercados nas nossas coloruas café, cera, coconote e couro3
~~m~anhia Na~i~nal ~~ Nav~~a~a~
SOCIEDADE ANUNIMA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
Sorvi~o ro~olar entro a Motronoio o a Afnca Ociàontal o Oriental Portn~oosa
Saídas de Lisboa em I de cada mez para os portos
de Africa Ocidental e Oriental
Saídas de Lisboa em 15 de cada mez par~ todos os portos de Africa Ocidental
Saídas extraordinárias de Lisboa e portos do norte
da Europa para a Africa, unicamente para carga

FROTA DA COMPANHIA
1 PAQUETES
Nyassa . . . . .... 8965 toneladas
Ango la . . . . . ... 8315 ,.
Portugal .
Luabo ...
3998 toneladas ~
1385 >
l !!
Lourenço Marques ... 6355 > Chinde .. 1382 > ~
Moçambique . . . 5 771 » Manica. 1116 > :
Africa . ....
Pedro Comes. . •
5491
5471 »
Boiama . . . .
lbo .. . .... .
985
884 >
• 1f~ 1
Beira . . . . . . . . 4973
" Ambriz .. . . . . 858 ~
V .APOR.E I>E C.ARG.A
Cubango, 8300 toneladas; S. Tomé, 6350 toneladas: Cabo Verde . 6200 toneladas:
Dondo, 6000 toneladas: Congo, 5080 toneladas
REBOC.ADORE NO TE.TO

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Todos os vapores desta Companhia toem frlgoriflcos, luz electrlca, excelentes acomodaçOes e todos os
modernos requisitos de navegação, proporcionando aos srs. Passageiros viagens rápidas e cómodas.

Escritórios da Conipa.nhia :

Roa ~o Gonrnrr.io, 85-· LISBOA Bna tla Nova Alfanao~a. 34 - POBTO


.AGENTES : ANVERS, Elffe &. C.º, Qual van Dyck, 10- HAMBURGO, E. Th . Llnd, Alsterdam 39 Euro·
pahaus. -ROTTERDAM, H. van Krleken , P O B 662

Teletones: Administração, C. 1527 - Chefe do Expediente, C. 1000 - 1nformaçOes, C. 608 - Lesourarla


e Passagens, C. 2665 - Comissariado e Serviços Modlcos, C. 3202 - Engenheiros (Cais da
Fundição), C. 3052 - Cais da Fundição, C. 2087 = Depósito e Armazem, C. 4012.
LOURENÇO MARQUES- A ESTATUA DE ANTONIO ENNES
~~~~~~.·
'fJ 1 1

1
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l~

Banco Nacional Ultramarino


Sociedade Anonima de Responsabilidade Limitada

BANCO EMIS SO R DAS COLÓNIAS


l•de - LISBOA - lua do Comercio
Atencia - LISBOA - Cab do lodr•
Capital social: Esc. 48.000:00$000 Capital realisado: Esc. 24.000:000$00
Reservas: Esc. 34.000:000 $00

FILIAIS NO CONTINENTE - Aveiro, Barcelos, Beja, Braga, Braganc;a, Ca.stelo Branco, Chaves, Coimbra
Covilhã, Elvas, Evora, Extremoz, Faro, Figueira da Foz, Guarda, Guimarães, Lamego, Leiria
Olhão, Ovar, Penafiel, Portalegre, Portimão, Porto, Regua, Santarem, Setubal, Silves, Torres
Vedras, Viana do Castelo, Vila Real de Traz-os-Montes, Vizeu
FILIAIS NAS ILHAS - Funchal (Madeira), Angra do Heroismo e Ponta Delgada (Ac;ores)
FILIAIS NAS COLONIAS - AFRICA OCJDENTAL - S. Vicente de Cabo Verde, S · Tiago de Cab ) Verdt,
Bissau, Boiama, Kinshass (Congo Belga), S. Tom~, Principe, Cabinda, Loanda, Malange, Novo
Redondo, Lobito, Benguela, Vila Silva Porto, Mossamedes, Lubango
AFRICA ORIENTAL - Beira, L. Marques, Inhambane, Chinde, T ete, Quelimane Moc;ambique e Ibo
INDIA - Nova Gôa, Mormugão e Bombaim (India Inglesa) CHINA - Macau TIMOR - Dilly
FILIAIS NO BRASIL - Rio de Janeiro, S. Paulo, Pernambuco, Pará e Manáus
FILIAIS NA EUROPA- Londres, 9 Bishopsgate E. - Paris, 8, rue du Helder
AGENCIA NOS ESTADOS UNIDOS- New-York, 93, Libcrty Street

Operações bancarias de toda a espec1e no continente, ilhas adjacentes,


Colónias, Brasil e restantes países estrangeiros
Co~panhia de Moçambique
Da interpssante exposição qae a Adicionando a estas 1.633 tone- 1924 1923
Companhia de Moçambique acaba do ladas de algt)dão com Fomente as Brancos - 3.033 2.354
distribuir pelos seus acionistas sobre 2.Iõ3 que foram colhidas pelos indi- Asiaticos 1.262 1.434
Mestiços 1.592 1.190
os resultados t>Conomicos o adminis- genas, elevoa-se a produção total do Negros - 291.463 - 283.061
trativos da gPrência da mosm!\ Com. •rerritório a 3. 78õ toneladas contra
297.350 - 288.039
panhia no ano de 19i4 vamos :rans- 1.073 no ano anterior.
crever alguns e~clar cimento o nfor- Ainda relativamente ao algodão Diferença para mais 9.311
mações que pela sua importno :i~ mui· convem dizer que foi muito apreciado Quanto iL mão de obra indigena,
to convem tornar conhecido~. nos mercados europeus o algodão em om dos problemas mais importantes
E' o que, co:n moita satisfaçll.o, fa. rama do Território da Companhia de da administração do Territorio, em
zemos hoje, visto tratar-so do uma Moçambique, sendo muito regular e 1924 ft ram 9S.682 os contratos de
Companhia que não cessa de empre- oomprimento da fibra. prestação de serviço realizado com
gar os seus esforços e capitais nava- Quanto ao milho, apezar da area trabalhadores indigenas, ou mais 2071
lorização e no desenvolvimento de cultivada ter sido inferior á de 1923, do que em 1923, elevando-se os jor·
uma parte do territorio colonial por- devido a um maior rendimento dos nais distribuidos a 10.310:427 com a
tuguês, cuja. administração lhe foi terrenos aplicados á cultura dêste ce- seguinte distribuiçãv :
confiada numa época já distantl', e real, a colheita de 1924excudeu todas
cujo progresso ó a ela unicamente de- as anteriores como se vô do seguinte Nos serviços da Companhia de
vido. quadro: Moçambique. .. . . .. . .. . .. . 593.125
Começando pois pelo movimento Na agricultura e pecuaria ..... 3.015.867
1919/20 34.675 toneladas Na industrio açucare ira .... .... 3.019.026
comercial, teve Gste um aumento de Nas minas.... . ................ 20.531
1920/21 36.380
Esc 6.480.38 1$000 sobre o ano ante.
1921/22 25.426 ,.> Em diversas outras ocupações .. 3.661.978
rior, abrangendo as operações de im- 1922123 46.542 ,.
portação, exportação, reexportação, 1923/24 49.285 ,. E' tempo diz muito judiciosamente
baldeação, transito e cabotagem· a admi.nistração da Companhia de
Durante e ano em referencia en- Tambem a produção do açucar teve Moçambique na soa exposição de os
traram no porto da Beira, já hoje um ' um acrescimo muito apreciava! po· agricultores do Territorio se junta-
dos primeiros da Africa do Sul, 47 l dando considerar-se.um novo record, rem numa ou mais sociedades de en·
navios do longo corso o de grande pois passou de 3 S.238 toneladas em gajamento de serviçais, como se faz
cabotagem, os quais transportaram 1923 para 33.822 com o valor de nas colonias visiohas, afim de que
para o referido porto 137.353 tone- Esc. 2. 792.603$00 (ouro). mais eficazmente passam ir buscá los
ladas de carga, oa Sflja mais de b5.07 I No capitulo relativo à criação de ás regiões onde mais abundam, para
do que no ano anterior, elevando-se gado, uma das riquezas do Território serem empregados naquelas onde a
a soa tonelagem bruta a 1.609.944 nota-se um aumento de 13.359 ca· maior actividade agricola e industrial
toneladas. beças sobre o ano anterior, para o trial, dispensando a Repartição do
Tendo sido até ha pouco o açucar qual concorreu o gado lanigero. Trabalho Iodigena a essas sociedades
e o milho os principais prod11tos agri- Qoant) ao serviço de minas, conti- todo o auxilio possível, sem prejuizo
colas do território de Manica e Sofola, nuou a Andrada Mlnes Ltd., a ex- dos seus serviços de assistência ao
já hoJe pode jantar-se o algodão, plorar as aluviões por meio de dra- indígena de estatística e de fiscali-
mercê da intensa e bem dirigida cam- gagem, tendo a produção sido supe- zação.
panha contra a monocultora que os rior à. do ano ante;ior. Devemos ainda algumas palavras
fancionarios da Campaohia de Mo. A Manica Trus ltd. continuou de simpatia às sociedades que se en-
çambiqoe teem desenvolvido nas re- tambem as pesq oisas de carvão em eocontram estabel<1cidas no Terri tó·
giões apropriadas, consagrando se Vila Machado e de petroleo em Inba- rio de Manica e Sofala e entre as
actualamente á cultora gossipina vas- minga não tendo ainda chegado a con- quais e destacam pela aua imporlân·
tos terrenos, muitos dos quais ainda cluaões definitivas. eia, aturados trabalhos e grandes
há. pouco eram ocupados por milha- E se o desenvolvimento de um país emprePndimentos, a Companhia Co-
rais. é devido, sem duvida, á sna popula- lonial do Buzi, a Se.'Ul Sugar Es-
Assim, de 31 hectares cultivados ção, então ainda neste ponto o Ter- tates ltd., e The Mozambique Indus-
em 1921 e de uma produção de 21 ritório da Companhia de Moçambique trial êr Comercial C.0 Ltd. e a Trans-
toneladas de algodão com semente, merece referência especial, visto " Zambezia Railway C.º ás quais, bem
subiu a area cultivada pelos agrical- aumento de 9.321 indivíduos que teve como ás restantes que aqui não ci-
tores earopeas a 5.348 hectares e a no ano a que nos estamos referindo, tamos por carGncia de espaço, está
produção atingiu em 1924, 1.633 to. aumento que se reparte pelo seguinte reservado, sem duvida, um largo e
nela das. número de habitantes: prospero f utoro.
MOÇAMBIQUE - UMA RUA DA CIDADE DE LOURENÇO MARQUES
Um bom exemplo da actividade portuguesa
em Moçambique

A c SOCIEOADE AGRICOI.1A DO MEZINGAZE ,


E entro as numerosas e flores- tos recrutados fóra do Territorio, co- balha com indigenas. E para se cons-

D cen«'s propriedades egrico-


las quo constituem a região
de Chimoio, do Territorio da
locam a agricultara em sérios emba-
raços para ocorrer aos trabalhos dos
campos nomeadamente o das sachas
tituir uma propriedade agr ícola, desde
a «destronca• até á sua perfeita ex
ploração, quanto dispeud io de ener-
Companhia de Moçambiqno, dostaca- noe algodo:iis e o da capação da plan- gia foi preciso, quantas canseiras se
so, não só p('llus suas belezas naturais ta do tabaco, operação permanente e impuzeram, poh1 qoo o branco, para
como pE>lo e~pleudido aproveitumouto meticulosa que envolve em si o dis- dar exemplo o para zelar, trabalha,
dos sous torrooos e esmerado cuidado pendio de graode numero de braços nilo como um mouro como ó vu lgar
das su~s culturas, a Soci~drdo Agrí- que são furtados a outros trabalhos dizer-ao, mas como os in ligenas que
cola do ~fozingazo, que tom por visi- tambem indispecsaveis. dirige, pessoalmente, do sol a sol, sob
nbas a União Agrícola L • o a Socie- O indigena é na generalidade reni- as ardencilt! africanas, para ás vezes
dade Agrícola do Bandama L. • todas
com fertilíssimos campos escrupulosa
e cooscieotomonto aprovoitados, ou·
ma iosofisma vt>l demonstração das
qoalidades dl' trabalho e de iniciativa
que tanto distinguem o colono porto·
goês, ainda que contra elas se levan-
tem as campanhas o na injurias faceis
de rt>bater auto n coostatáção olo-
quente d., qu1> rnm sido o sen esfor-
ço nas inóspitas paragens africanas.
A principal cultura da Sociedade
Agricola dv ?ifozingazo é a do tabaco,
seguindo-se lhe em ordem docresci>nto
de produção, o algodão e o milho
som falar nos 1iroductos hortícolas o
naqueles desti nados no consumo pri- Casa de habitação
vativo do pessoal. E' do 4 .000 hecta-
res a area da Sociedade Agrícola do
~fezingaze, 600 dos quais so encon- tente ao minimo dispendio de esforço chegar o fim da colheita e ver inutili-
tram complotnmento destroncados. qu e nil.o seja o das «climas• domes- lizado, pelos caprichos da 'latureza,
Constituida pelos socios José Fer - ticas, qu e, na maioria dos casos, en- o seu esforço de um ano, os seus
nandes Caeir o e Ber nardino Lope11 tregam ao coidado das molheree en· r oditos agrícolas de longos mêses..• -
de Figueiredo, a iniciativa e o esfor- quanto eles fumam á porta das pa-
ço dos seus posaoidores tem levado lhotas e embalam os filhos, senhores Mas deixem. s a divagação (l volte
aqoela propriedade a ponto de pro· amimados ~ r efastelados nas diges- mos ao nosso Mezingaze, cortado a
duzir numa média anual ló .000 sacos tões demoradas da fuinha e do arroz meio pelo lindo rio do mesmo, com
do milho, que r epresentam 1.3ó0 to- quando não ficam entorpecidos pelos fragas pitoreacas e mormorios de
neladu. E maior seria a sua pr oduc- vapores do (( pome» qoe bebem com quedas de agoa cristalina e cantante
ção, maior a area destroncada, se o sofreguidão, sem a delicadeza bachan- sob a ri.maria copada e verdejante
imprescindivel elemf'nto qoe se chama tica de se embriagarem pelo gosto do que lhe sombreia as margens •. . Aqui
a mão de obra não falhasse E>m a nos beberem, antes, como dizia o nosso e acolá talhões demarcados e vegeta-
consecutivos com pujuizos o obsta- Antonio Eanes, bebendo de proposito ção diferente: aqo i algodão, acolá
culos continuos. para se embriagarem. tabaco, maia além milho, aqui mais
A escassez de mão de obr a forno· Só quem em Africa permaneceu proximo feijii.o , amendoim, café e, ro-
cida pelos agentes recrutadores da du r ante algum tempo pode avaliar o deando a casa de habitaçllo, a horta
Companhia, agravada com as dificul- paciente esforço e a perseverança viçosa em enjoa corregos a agua, vin-
dades de aclimatação dos contingon- qoo se torna necessaria a quem tra- da da nóra serpenteia, levando ás
28 GAZETA DAS COLONTi\l=l

raites os elementos da seiva que o fro· taneamente, que om só homem os go. tensa, ou de séca demorada, numa
talece, cria, desenvolve ... verna poupando o trabalho de muitos ansiedado pelo foturo da colheita que
Mais longe ergue se altanl'iro, em braços. E na faina das sachas, por começa. Depois o transporte dos sa-
plena planicio qne um horisonte de entre a verdura das plantas cres- cos, do algodão alvíssimo ou do ta-
cabeços e montes emoldura, um am- cendo' ·agitam·se os troncos ródios baco louro, tão louro que faz lembrar
plo l'dificio em alvenaria de tijolos da pretalhada de cujo peito sobe a as cearas maduras dos cat11pos da
produzidôs na «farm» (passe o angli- dolercia das cançõl's indigenas. nossa terra . . Por fim, ó o comboio
cismo). Estão nele instaladas as esto- Mas soa a acharrilba», e, á uma, que passa e que arrasta para o porto,
fas de secagem da folha do ta- pretos e brancos, hei-los que vão, do11de seguem para os mercados de
baco. ferramenta ao ombro, á refeição que destino, os produtos que são os filhos
Ao loogo das paredes, grossos tubos os espera e, depois, á sosta com quP de tanto sacrificio, de tanto trabalho
de ?.inco conduzem as ondas calorife· a rematam. E todo isso recomeça dia sob as ardencias de um sol tropical,
ras que a fornslha oxtorior produz, após dis, sempre com cuidado na no isolamento dum sertão em que a
o ao lado norte, bem alta e direita, a geada, ou sob o temor da chova in- Patria se afirma pujante de seiva na
chaminé fumegante põe no meio da sacrificada, mas robusta, colonização
campina om cunho interessante de iu· efectuada pelos seus filhos.
dustria em liga~ão com a agricultora. Além, na Africa, o homom ÍM·se
E, pelo campo imenso, sente-se o do rosto para o solo, rasgando·lhe o
resfolegar do tractor e os mugidos vontre com a enxada, pondo a des-
dos «tiros,, de bois qoo arrastam as coberto as riquezas que ele só dá a
pesadas alfaias complicadas que o quem sobre ele deixe cair as bagas
modernismo da civilização levou até fecundantes de um suor de traba-
ao iotorior da Africa. lhos ...
A gleba esta sendo sulcada, revol- É assim a 'l>ida na Sociedade Agri
vida, pt>los rliscos das charruas; vem cola do Meziogaze ...
depois a grade e aqueles semeadores
ão simples e tão complicados simul- x. x. x.

r~~~ffiffi~ffi~~ ~·ffi~~~~ffiffi~ffi~

~ · Santos Machado . & e.ª, l.dª !


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Géneros alimentícios, Fer·
w ramentas, Vihos, Óleos e
variadíssimos artigos da in·
"' dustria nacional e estran·
)K geira
WEM )E JE )E lE )IE)EiE

DEPENOENCI AS DE LOANDA
POIHITO CHBAL DH ANGOLA (FOGER.A.NG)

Sociedade Anonima de Responsabilidade Limitada


CAPITAl: ESC. 5.400.000$00
Empreendimentos agricolas, pecuarios, comerci ais, industriais e financeiros, em Angola,
directamente ou por meio de emprezas que dêles especialmente se ocupem
Soci e dad es filio ili! já. o ri:-u nizndns:

Compa nhi a d ez Pezscarlas dez l\ ngola - Capital l.000.000$00


Companhia l\grlcolo-Pezcuada dez l\ ngola - Capital 9.000.000$00
Sindicato para o <istudo oo Tabaco ezm l\ngola - Capltal 1.650.000$00
Sociedades flllals em organlsação: Para exploração do algodão e expie ração de oleaglnosos

Séde: Rua dos Fanqueiros, 12-LISBOA End. teleg.: FOGERANG


P esidente do Conselho de Adm ini atação
HENRY BURNl\V & C.ª
Administ a dor-Delegado
1 C or:::~ni~~~;~~~º ~r~~:Uf S
L oanda, C . P. 332
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t:RNESTO DE VILHl:Nl\ 1 End. t eleg ra.t lco : FOGERANG

1 Missõe s de estudo em varias regiões da Província

):CBCJJBG!l!BllBG!I BG!l~!Ba!BG!l):C ):C~!BllBG!IBG!I BG!l!Ba~f2J):C

1C1mJan~ia ~1_ Am~1im 11 Canunho. ào Forro ào Ambonn 1


~ ~ ~
COMP:NHIA .
~
~ SóOo- Rna dos Gorrooiros, 70 m~ SódB - Bna dos Gorrooiros, 70 . ~
LISBOA
LISBOA
Concessionaria
Explorações agricolas do
em Angola eaminho de ferro
do Amboim
~ (Amboim, Hanha do Norte (lobito) EJl ~ e do porto de Porto Amboim EJl
lld e Bailundo btl lld btl
~ ~ ~ Distância de Porto Amboim a Gabela 128 tilom. ~
~ EJl ~ Kilometros construidos 80 EJl
lld Represe ntação em Loanda, Ql lld Ql
~ Porto A mboim e Benguela ~ ~ Representação em Luanda ePorto Amboim m
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A VELOCIDADE
NUNCA FALTARA' AO

CARRO

QUE

EMPREGAR

Auto-Gazo
A MELHOR
GAZOLINA

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