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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO - 2023/1

Professoras: Dra. Liliane Barros de Almeida

ROTEIRO DE ESTUDO

Nome: Antônio Carlos dos Santos


Data da aula: 15/03/2023

Referência do material estudado:


FERNANDES, Marcos Aurélio. Técnica, pensamento, paideía: uma meditação
cairológica. In: COÊLHO, Ildeu Moreira e FURTADO, Rita Márcia Magalhães
(Org.). Universidade, cultura, saber e formação. Campinas, SP: Mercado de
letras, 2016. Cap. 3, p.47-86.

Visão geral sobre o material:

O texto de Fernandes é centralizado na tratativa do humanitário como a


essência do ser humano. É retratado o risco da desumanização dos seres humanos e de
“descoisificação das coisas”, e assim exercendo a manipulação dos homens, levando-os a
se objetificarem, em nome da funcionalidade do sistema para atender a demanda da
produção técnica para o mercado.
Aqui o homem moderno vive aprisionado num sistema de
produção tecnológica, dessa forma vive alienado ao produzir e consumir num
ciclo sem fim, em detrimento de não mais viver “o dia, a noite tornando-se
técnico apenas”. É agora o homem “um ser que vive no automático “esquecendo
de sua mortalidade e sua essência divina”.

Assim evidencia que o homem precisa encontrar uma virada, um


caminho, mudar a sua essência, no seu pensar, seu mundo, se propondo a
e n x e r g a r   o   m u n d o   d e   f o r m a d i f e r e n t e ,   i d e n t i f i c a n d o o s d e t a l h e s que o
cercam, mudando sua relação com o mundo e buscando uma virada em sua
vida. 
Nessa nova construção o homem vive crises, falta de fé, ora entregue ao
“nada negativo / nada criativo” vivendo o vazio da alma, sentindo-se retraído de alma vazia.
E buscar romper com a alienação existente no mundo atual é assim por si
mesmo existir, romper as amarguras da modernidade. Mas, essa necessária libertação se
apresenta de forma utópica, de tal forma que o poder, o progresso, o mundo artificial no
qual vivemos atualmente controlam o ser humano de forma avassaladora. A mesma
tecnologia que proporciona facilidades ao cotidiano do ser humano faz o mesmo perder a
sua essência, a percepção do mundo, fazendo as suas relações se tornarem vazias.
Nesse saga o ser humano busca entender qual é o seu papel na vida, no
seu meio, aqui na terra. A busca da virada.
Se compreendermos a paideía da educação como valores essenciais para
a manutenção da cultura, sobretudo a educacional, assim, cabe ao estudante compreender
a educação atual como uma ferramenta para romper a formação defasada e arcaica.
Novos valores, nova educação se faz necessária.

Dessa forma, o texto demonstra a necessidade de uma nova Paideía


compreendida como a tarefa de compreender a essência do homem, não o medindo pela
riqueza dos seus conhecimentos adquiridos, e sim pela sua pobreza do pensar, e que essa
suspensão do seu conhecimento abre ao ser humano as vias da busca do
pensamento, desenvolvendo sua própria maneira de pensar. A educação aqui não pode
ser compreendida como um meio para um fim, mas um fim em si mesma.
A paideía, no texto, proporcionaria a outra experiência na comunicação
compreendida como um conjunto de experiências e relacionamentos entre os seres
humanos como foco na relação ensinar-aprender desprovida de hierarquia na relação
professor e aluno e assim desenvolver no indivíduo a capacidade de pensar por si mesmo
numa relação dialógica e assim, ensiná-lo a apender.
Por fim a ideia da paideía nesse texto é a de libertação do indivíduo o
transformando em um ser criativo naturalmente caminhando para a humanização nas
trajetórias culturais dos povos promovendo um melhor acolhimento vivendo o real em sua
originalidade favorecendo o coletivo sobre o privado considerando o ser humano como o
fim e não o meio.

Argumentos centrais do texto


No texto podemos encontrar relatos sobre a desumanização e objetificação
dos seres humanos, a exemplo do homem aprisionado no sistema de produção tecnológica
e pelo consumo excessivo.
O homem dessa forma precisa encontrar uma nova virada / guinada a
ponto de ver (enxergar) e viver o mundo de forma diferente, distante das crises, da falta de
fé, em que ora está entregue ao “nada negativo / nada criativo” vivendo o seu vazio da
alma.
O homem em suas múltiplas relações sociais busca essa necessária
libertação que se apresenta de forma utópica, de tal forma que o poder, o progresso, o
mundo artificial no qual vivemos atualmente controlam o ser humano de forma
avassaladora o destruindo socialmente.

Conceitos tratados no texto


A compreensão da Paideía da educação como o conjunto de valores
essenciais para a manutenção da cultura, sobretudo a educacional capaz de promover a
libertação do indivíduo transformando-o num ser naturalmente criativo e humanizado.

Questionamentos e/ou comentários:


1. “O homem se torna o Midas da informação: tudo o que vê e toca tende a tornar-se
informação, documentada em textos, imagens e áudios.” Se tornaria o homem fadado ao
fracasso pelo excesso de informações em face de revolução tecnológica ao alcance de
suas mãos sem a devida curadoria?

2. Conseguirá o ser homano se desvencilhar das amarras da modernidade a fim de


conseguir a sua liberdade e viver realmente uma nova Paideia?

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