O texto discute a desumanização do homem moderno preso a um sistema de produção e consumo tecnológico que o aliena de sua essência humana. Argumenta-se que o homem precisa encontrar uma "virada" para enxergar o mundo de forma diferente e libertar-se dessa alienação, embora essa libertação pareça utópica diante do poder do mundo artificial em que vivemos. Defende-se uma nova compreensão da educação baseada na paideia como promoção da libertação do indivíduo e sua humanização.
O texto discute a desumanização do homem moderno preso a um sistema de produção e consumo tecnológico que o aliena de sua essência humana. Argumenta-se que o homem precisa encontrar uma "virada" para enxergar o mundo de forma diferente e libertar-se dessa alienação, embora essa libertação pareça utópica diante do poder do mundo artificial em que vivemos. Defende-se uma nova compreensão da educação baseada na paideia como promoção da libertação do indivíduo e sua humanização.
O texto discute a desumanização do homem moderno preso a um sistema de produção e consumo tecnológico que o aliena de sua essência humana. Argumenta-se que o homem precisa encontrar uma "virada" para enxergar o mundo de forma diferente e libertar-se dessa alienação, embora essa libertação pareça utópica diante do poder do mundo artificial em que vivemos. Defende-se uma nova compreensão da educação baseada na paideia como promoção da libertação do indivíduo e sua humanização.
FERNANDES, Marcos Aurélio. Técnica, pensamento, paideía: uma meditação cairológica. In: COÊLHO, Ildeu Moreira e FURTADO, Rita Márcia Magalhães (Org.). Universidade, cultura, saber e formação. Campinas, SP: Mercado de letras, 2016. Cap. 3, p.47-86.
Visão geral sobre o material:
O texto de Fernandes é centralizado na tratativa do humanitário como a
essência do ser humano. É retratado o risco da desumanização dos seres humanos e de “descoisificação das coisas”, e assim exercendo a manipulação dos homens, levando-os a se objetificarem, em nome da funcionalidade do sistema para atender a demanda da produção técnica para o mercado. Aqui o homem moderno vive aprisionado num sistema de produção tecnológica, dessa forma vive alienado ao produzir e consumir num ciclo sem fim, em detrimento de não mais viver “o dia, a noite tornando-se técnico apenas”. É agora o homem “um ser que vive no automático “esquecendo de sua mortalidade e sua essência divina”.
Assim evidencia que o homem precisa encontrar uma virada, um
caminho, mudar a sua essência, no seu pensar, seu mundo, se propondo a e n x e r g a r o m u n d o d e f o r m a d i f e r e n t e , i d e n t i f i c a n d o o s d e t a l h e s que o cercam, mudando sua relação com o mundo e buscando uma virada em sua vida. Nessa nova construção o homem vive crises, falta de fé, ora entregue ao “nada negativo / nada criativo” vivendo o vazio da alma, sentindo-se retraído de alma vazia. E buscar romper com a alienação existente no mundo atual é assim por si mesmo existir, romper as amarguras da modernidade. Mas, essa necessária libertação se apresenta de forma utópica, de tal forma que o poder, o progresso, o mundo artificial no qual vivemos atualmente controlam o ser humano de forma avassaladora. A mesma tecnologia que proporciona facilidades ao cotidiano do ser humano faz o mesmo perder a sua essência, a percepção do mundo, fazendo as suas relações se tornarem vazias. Nesse saga o ser humano busca entender qual é o seu papel na vida, no seu meio, aqui na terra. A busca da virada. Se compreendermos a paideía da educação como valores essenciais para a manutenção da cultura, sobretudo a educacional, assim, cabe ao estudante compreender a educação atual como uma ferramenta para romper a formação defasada e arcaica. Novos valores, nova educação se faz necessária.
Dessa forma, o texto demonstra a necessidade de uma nova Paideía
compreendida como a tarefa de compreender a essência do homem, não o medindo pela riqueza dos seus conhecimentos adquiridos, e sim pela sua pobreza do pensar, e que essa suspensão do seu conhecimento abre ao ser humano as vias da busca do pensamento, desenvolvendo sua própria maneira de pensar. A educação aqui não pode ser compreendida como um meio para um fim, mas um fim em si mesma. A paideía, no texto, proporcionaria a outra experiência na comunicação compreendida como um conjunto de experiências e relacionamentos entre os seres humanos como foco na relação ensinar-aprender desprovida de hierarquia na relação professor e aluno e assim desenvolver no indivíduo a capacidade de pensar por si mesmo numa relação dialógica e assim, ensiná-lo a apender. Por fim a ideia da paideía nesse texto é a de libertação do indivíduo o transformando em um ser criativo naturalmente caminhando para a humanização nas trajetórias culturais dos povos promovendo um melhor acolhimento vivendo o real em sua originalidade favorecendo o coletivo sobre o privado considerando o ser humano como o fim e não o meio.
Argumentos centrais do texto
No texto podemos encontrar relatos sobre a desumanização e objetificação dos seres humanos, a exemplo do homem aprisionado no sistema de produção tecnológica e pelo consumo excessivo. O homem dessa forma precisa encontrar uma nova virada / guinada a ponto de ver (enxergar) e viver o mundo de forma diferente, distante das crises, da falta de fé, em que ora está entregue ao “nada negativo / nada criativo” vivendo o seu vazio da alma. O homem em suas múltiplas relações sociais busca essa necessária libertação que se apresenta de forma utópica, de tal forma que o poder, o progresso, o mundo artificial no qual vivemos atualmente controlam o ser humano de forma avassaladora o destruindo socialmente.
Conceitos tratados no texto
A compreensão da Paideía da educação como o conjunto de valores essenciais para a manutenção da cultura, sobretudo a educacional capaz de promover a libertação do indivíduo transformando-o num ser naturalmente criativo e humanizado.
Questionamentos e/ou comentários:
1. “O homem se torna o Midas da informação: tudo o que vê e toca tende a tornar-se informação, documentada em textos, imagens e áudios.” Se tornaria o homem fadado ao fracasso pelo excesso de informações em face de revolução tecnológica ao alcance de suas mãos sem a devida curadoria?
2. Conseguirá o ser homano se desvencilhar das amarras da modernidade a fim de
conseguir a sua liberdade e viver realmente uma nova Paideia?