Você está na página 1de 5

TRABALHO II

INVESTIMENTO E MATRIZ ENERGÉTICA

Estrutura de Mercado.

DISCIPLINA: MARKET DESIGN PARA


MERCADOS DE ENERGIA ELÉTRICA.

PROFESSOR: Erlon Finardi.

ALUNO: ALEXANDRE DUARTE

DATA: 15/10/2022
2
I. ESTUDO

Considerando as diretrizes apresentadas nas instruções do trabalho, que


consiste em um mercado sob concorrência perfeita com três tipos de tecnologias
de geração disponíveis para investimento.

Tabela 1: Estrutura de custo das tecnologias disponíveis:

Tecnologia Custo Fixo ($/MWh) Custo Variável Unitário ($/MWh)


Termelétrica 1 85,00 200,00
Termelétrica 2 130,00 100,00
Hidrelétrica 200,00 0,00

A demanda anual é de 60 GWmed ou 525,6 TWh; porém, a demanda “líquida”


depende da soma entre a energia afluente fio d’água e a geração distribuída, a
qual tem duas possibilidades equiprovável de se realizarem: 50 e 100 TWh. O
preço-teto do mercado de curto prazo é $ 4.000/MWh.

Abaixo são apresentados os resultados encontrados:

a. Risco de déficit implícito para esta configuração de investimento e


preço-teto:

O risco de déficit é dado pela duração da ocorrência do Preço-teto,


percentual de horas em um ano em que a demanda não foi atendida,
necessária para que o investimento (custo fixo + custo variável unitário)
em tal tecnologia seja coberto pelas receitas advindas do atendimento à
demanda, i.e., (Preço-teto/custo marginal), ou seja, a duração do déficit é
dada por:

Abaixo na equação e Tabela 2 é apresentado o Risco de Déficit do


sistema considerando o custo marginal da planta mais cara, Termelétrica
1:
CF 85
Dd = = =0,022368
(Pt −CVU ) ( 4000−200)

Tabela 2: Risco de déficit – Duração do déficit:

Tecnologia Dd (pu/ano) Dd (%ano) Dd (h/ano)


Termelétrica 1 0,022368 2,2368 196

3
b. Nível de investimento (GWmed) em cada tecnologia que garanta o
equilíbrio no longo prazo:

Os custos fixos do gerador devem ser recuperados através das receitas


durante os períodos em que o gerador (i) tem o CVU menor ou igual ao
custo marginal de operação do gerador (j) e o Preço-teto, ou seja:
N
CF i =( Pt −CVU i ) × Dd ∑ ( CMO j−CVU i ) × D j
j

N : geradores marginais j comCVU maiores que o CVU do gerador i ;

Através da equação acima, para cada tipo de tecnologia, é possível


determinar a duração de cada gerador.

Termelétrica 1:85=( 0−0 ) × DUTE1 + ( 4000−0 ) × Dd → D d =0,022368

Termelétrica 2:130= ( 0−0 ) × DUTE 2 + ( 200−100 ) × D UTE1+ ( 4000−100 ) × D d →


D UTE1 =0,427632

Hidrelétrica :
200=( 0−0 ) × DH + ( 100−0 ) × DUTE2 + ( 200−0 ) × DUTE1 + ( 4000−0 ) × D d → DUTE 2=0,250000
D H =1−Dd −DUTE 1−DUTE2=0,30000

E com base nas demandas líquidas mínimas e máximas equiprováveis


(425,6 a 475,6 TWh). É possível determinar a capacidade de cada
tecnologia.

Demanda Líquida Mín=525,6−100=425,6 ( TWh ) → 48,58 GWmed

Demanda Líquida Máx =525,6−50=475,6 ( TWh ) → 54,29GWmed

Foi tomado como gerador base aquele que o tem menor CVU, ou seja, a
Hidrelétrica.

P H =DH × ( 54,29−48,58 ) + 48,58=50,30 GWmed

PUTE1 =DUTE1 × ( 54,29−48,58 )=2,44 GWmed

PUTE2 =DUTE 2 × ( 54,29−48,58 )=1,43 GWmed

Abaixo na Tabela 3 são apresentados os níveis de investimento, para o


sistema e por tecnologia:

4
Tabela 3: Nível de investimento:

Tecnologia Di (pu/ano) Di (%ano) P (GWmed)


Déficit do Sistema 0,022368 2,2368% 0,13
Termelétrica 1 0,427632 42,7632% 2,44
Termelétrica 2 0,250000 25,0000% 1,43
Hidrelétrica 0,300000 30,0000% 50,30
Sistema 0,977632 97,7632% 54,16

c. O que acontece com o equilíbrio obtido anteriormente se for


disponibilizada uma tecnologia de geração eólica com custo fixo de
$100,00/MWh? Analise os resultados obtidos:

Montando a equação de equilíbrio da tecnologia Eólica (Custo = Receita),


a duração da UTE 2 ( DUTE 2 ) ficou negativa:

Eólica:100=( 0−0 ) × D E + ( 0−0 ) × D H + ( 100−0 ) × DUTE 2+ ( 200−0 ) × DUTE 1+ ( 4000−0 ) × Dd


100= (100−0 ) × DUTE 2+ ( 200−0 ) × D UTE1+ ( 4000−0 ) × Dd
100=100× D UTE2 +200 × DUTE 1 + 4000× Dd 1=DUTE 2+ 2× DUTE1 +40 × D d
DUTE 2 =1−2 × DUTE 1 −40 × Dd DUTE 2 =1−2 ×0 , 427632−40 ×0,022368
DUTE2 =1−0 , 8553−0,8947DUTE 2 =−0,7500

A UTE 2 não deve ser considerada/implementada na expansão. Pois com


isso é possível obter equilíbrio na equação (Custo = Receita,
1=DUTE 2+ 2× DUTE1 +40 × D d).

Com a duração do déficit mais a duração da UTE 1 e UTE 2 (


D d + DUTE1 + DUTE2), necessários para cobrir os custos das UTE 1 e 2 e
mais o da UHE, farão com que a Eólica obtenha lucro, ou seja, um
desequilíbrio (Custo < Receita), já que seu CVU é zero, igual ao da UHE,
e seu custo fixo é metade do custo fixo da UHE.

II. REFERÊNCIAS

Notas de aula, Market Design para Mercados de Energia Elétrica, Professor


[1]
Erlon Finardi.

Você também pode gostar