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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL – ENG1071

AED - SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Aluno: Lucas Stutz Lopes Franco

Professor: Deusair Turma: A 04

Goiânia
2012
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1. Introdução

O sistema de impermeabilização na construção civil é aquele que possibilita a


proteção das construções contra penetração indesejável de água. A
impermeabilização é um sistema responsável por selar ou vedar os materiais
porosos e suas falhas, sejam elas motivadas por momentos estruturais ou por
deficiências técnicas de preparo e de execução. Ela tem como objetivo impedir a
passagem indesejável de águas, fluídos e vapores, podendo contê-los ou dirigi-
los para o local que se deseja.

A importância da impermeabilização é de proteger a edificação de inúmeros


problemas patológicos que poderão surgir com infiltração de água, integrada ao
oxigênio e outros componentes agressivos da atmosfera (gases poluentes, chuva
ácida, ozônio), já que uma grande quantidade de materiais constituintes da
construção civil sofre um processo de deterioração e degradação, quando em
presença dos meios agressivos da atmosfera.

É uma etapa da construção civil muito importante, mas que muitas vezes é
deixada de lado por motivos de contenção de gastos e desinformação, resultando
na umidade e no aparecimento de patologias de impermeabilização resultando
em ambientes insalubres e com aspecto desagradável, apresentando manchas,
bolores, oxidação das armaduras, entre outros.

2. Tipos de sistemas de impermeabilização

Os sistemas de impermeabilização podem ser classificados em rígidos e


flexíveis e estão relacionados às partes construtivas sujeitas ou não, a fissuração.

 A impermeabilização rígida é aquela que torna a área aplicada


impermeável pela inclusão de aditivos químicos, aliado à correta
granulometria dos agregados e redução da porosidade do elemento, entre
outros. Os impermeabilizantes rígidos não trabalham junto com a
estrutura, o que leva a exclusão de áreas expostas a grandes variações de
temperatura. Este tipo de impermeabilização é indicado para locais que
não estão sujeitos a trincas ou fissuras, tais como:
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o Locais com carga estrutural estabilizada: poço de elevador,


reservatório inferior de água (enterrado);
o Pequenas estruturas isostáticas expostas;
o Condições de temperatura constantes: subsolos, galerias e piscinas
enterradas, galeria de barragens.

 A impermeabilização flexível compreende o conjunto de materiais ou


produtos aplicáveis nas partes construtivas sujeitas à fissuração que
podem ser divididos em dois tipos: moldados no local, chamados de
membranas e também os pré-fabricados, chamados de mantas. Os
materiais utilizados para impermeabilização flexível são compostos
geralmente por elastômeros e polímeros.Os sistemas pré-fabricados, como
a manta asfáltica, possuem espessuras definidas e controladas pelo
processo industrial, podendo ser aplicados normalmente em uma única
camada.O sistema moldado no local que pode ser aplicado a quente, como
os asfaltos em bloco, ou aplicado a frio, como as emulsões e soluções,
possuem espessuras variadas. Exigem aplicação em camadas superpostas,
sendo observado para cada produto, um tempo de secagem diferenciado.
O sistema flexível de impermeabilização é normalmente empregado em
locais tais como:

o Reservatórios de água superior;


o Varandas, terraços e coberturas;
o Lajes maciças, mistas ou pré-moldadas;
o Piscinas suspensas e espelhos d’água;
o Calhas de grandes dimensões;
o Galerias de trens;
o Pisos frios (banheiros, cozinhas, áreas de serviço).

3. Normas

No dia 17 de outubro de 2010 entrou em vigor, a nova norma ABNT NBR


9575:2010, que estabelece as exigências e recomendações relativas à seleção e
projeto de impermeabilização. Essa Norma estabelece as exigências e
recomendações relativas à seleção e projeto de impermeabilização, para que
sejam atendidos os requisitos mínimos de proteção da construção contra a
passagem de fluidos, bem como os requisitos de salubridade, segurança e
conforto do usuário, de forma a ser garantida a estanqueidade das partes
construtivas que a requeiram.
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4. Principais Materiais Utilizados

Os sistemas de impermeabilização são obtidos através da combinação


de diversos materiais classificados como: básicos, elaborados, préfabricados
ou auxiliares. Os materiais básicos, através de processos
industriais, dão origem aos materiais pré-fabricados e elaborados: asfaltos e
polímeros sintéticos e aditivos impermeabilizantes (que dão origem a
produtos elaborados utilizados em impermeabilizações rígidas). Os
materiais elaborados são obtidos a partir dos materiais básicos através de
combinações entre si ou com solventes, água, cargas e agente
emulsionante. Podem ser utilizados de três formas: como matéria-prima
para a obtenção de asfalto modificado com polímeros utilizados na
fabricação de emulsão asfáltica; como produto impermeabilizante final, que
dá origem à impermeabilização moldada no local; e como matéria-prima
para a obtenção de material pré-fabricado. Os materiais pré-fabricados são
os produtos finais, e em sua composição encontram-se os materiais básicos,
elaborados ou auxiliares.

 Materiais básicos
o Asfaltos de destilação direta
o Polímeros sintéticos
 Termoplásticos
 Termofixos
 Elastômeros
 Materiais elaborados
 Asfálticos
 Asfaltos oxidados
 Asfaltos oxidados catalíticos
 Asfaltos modificados com polímeros sintéticos
 Emulsões asfálticas
 Emulsões asfálticas com cargas
 Emulsões asfálticas com fibras de amianto
 Emulsões asfálticas modificadas com polímeros
 Soluções asfálticas
 Soluções asfálticas com cargas
o Materiais poliméricos sintéticos
 Soluções elastoméricas (neoprene, hipalon e outros)
 Emulsões termoplásticas (acrílica)
 Soluções poliméricas
 Emulsões poliméricas
 Materiais pré-fabricados
o Mantas de asfalto
 Mantas poliméricas sintéticas
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 Mantas elastoméricas (butil e EPDM)


 Mantas termoplásticas (PVC)
 Materiais auxiliares
o Armaduras não tecidas
o De origem natural (feltro asfáltico)
o Sintéticas (mantas não tecidas de poliéster, filme de
polietileno)
o Tecido de fibra de vidro
o Produtos para vedação de juntas
 Mástiques
 Mata-juntas
o Materiais complementares
o Materiais de imprimação
o Adesivos
o Catalisadores
o Fitas para emendas de mantas
o Pinturas refletivas

5. Etapas do processo

Existem três etapas que envolvem o processo de impermeabilizar uma


edificação. São eles:
 Ações anteriores a impermeabilização, tais como a preparação da
regularização e dos caimentos, bem como dos detalhes construtivos;
 Processo de impermeabilização propriamente dito;
 Isolamento terminado, quando especificado e a proteção mecânica,
quando necessária.

Para definir o tipo de impermeabilização que pode ser empregado é necessária


uma avaliação dos seguintes aspectos:

 Comportamento físico do elemento


Análise de susceptibilidade do componente de base à ocorrência de fissuras e
trincas tais como peças sujeitas a alterações dimensionadas resultantes de
aquecimento e resfriamento, recalques, lajes sobre vigas, marquises em balanço,
reservatórios superiores de água (devido ao diferencial térmico), influências do
entorno (edificações, vizinhança, trafego intenso), entre outros.
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 Água sobre o elemento


As situações mais encontradas no caso da atuação da água sobre o elemento são:
água de percolação, na qual ocorre livre escoamento do líquido, em casos de
terrenos, coberturas, empenas e fachadas; água com pressão tais como em
piscinas e caixas d’água, devido à força hidrostática sobre a impermeabilização;
umidade por capilaridade em materiais porosos no caso de elementos que estão
em contato com bases alagadas ou solo úmido.

6. Onde devemos impermeabilizar

São inúmeros os locais onde se faz necessário a aplicação de impermeabilização,


tais como:
 Subsolos
 Playgrounds
 Jardineiras
 Lajes superiores a pisos das casas de máquinas
 Lajes permanentes e rodapés de cobertura
 Telhados e coberturas planas;
 Terraços e áreas descobertas;
 Calhas de escoamento de águas pluviais;
 Caixas d’água, piscinas e tubulações industriais;
 Pisos molhados, tais como banheiros, cozinhas e áreas de serviço;
 Paredes onde a água escorre e recebem chuva de vento;
 Esquadrias e peitorais de janelas;
 Soleiras de portas que abrem para fora;
 Água contida no terreno, que sobre por capilaridade ou infiltra-se em
solos abaixo do nível freático, entre outros.

7. Custo
O custo de uma impermeabilização na construção civil e estimado
em 1% a 3% do custo total de uma obra. No entanto, a não funcionalidade da
mesma poderá gerar custos de reimpermeabilização da ordem de 5% a 10%
do custo da obra envolvendo quebra de pisos cerâmicos, granitos,
argamassas, etc., sem considerar custos de conseqüências patológicas mais
importantes e outros transtornos ocasionados, depreciação de valor patrimonial, etc.
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8. Soluções de Patologias de Impermeabilização

9. Cuidados Importantes

 Antes da aplicação da impermeabilização em qualquer sistema,


devem ter sido anteriormente executados a regularização da superfície e o
tratamento de todos os detalhes, já mencionados.
 Para receber a impermeabilização, as superfícies devem estar
limpas, lisas, secas e isentas de poeira, graxas, óleos, além de estarem livres
de qualquer irregularidade. As trincas e fissuras devem ser tratadas de forma
compatível com o sistema de impermeabilização.
 Não se deve pisar sobre as camadas até a secagem completa das mesmas e,
quando secas, deve-se evitar o trânsito durante as horas de sol quente.
 Em caso de vazamentos, evite fazer reparos definitivos, por onde a
água sai. Ao encontrar resistência, a água irá procurar novos caminhos,
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causando maiores danos. Faça os reparos de emergência com produtos de


pega rápida conforme o caso, e o reparo definitivo no menor tempo possível.
 Trincas e fissuras no concreto e/ou regularização devem ser
tratadas com materiais apropriados antes da aplicação do impermeabilizante.
Trincas não tratadas rompem a película ao se movimentarem ou cortam a
impermeabilização se esta for flexível.
 O período de testes de 72 horas é de fundamental importância em
se tratando de impermeabilização. Recomenda-se ser efetuada uma prova de
carga com lâmina d’água, para verificação da aplicação É mais fácil
detectar e corrigir problemas, antes da aplicação de revestimentos sobre a
camada impermeável

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