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Conheça as principais soluções para impermeabilização de reservatórios


Elevados ou enterrados, reservatórios e piscinões de concreto precisam receber impermeabilizantes capazes de resistir
aos esforços e ao desgaste inerente à cada situação

Publicado em: 15/06/2018


Atualizado em: 31/03/2023

Texto: Juliana Nakamura

Características físicas e finalidade do tanque interferem no método de impermeabilização (foto: B Brown/shutterstock)

Assegurar estabilidade, disponibilidade e longa vida útil aos reservatórios passa, necessariamente, pela impermeabilização adequada de suas
superfícies. Afinal, a agressão provocada pelo conteúdo mantido nessas estruturas induz a degradação do concreto, gerando fissuras, trincas e
vazamentos que comprometem a durabilidade, põem em risco a estanqueidade e são causa de custos de manutenção elevados.

As soluções tecnológicas para essas aplicações são diversas. A escolha vai variar em função do tipo de líquido armazenado no
reservatório, da arquitetura, e da movimentação admissível da estrutura. As características ambientais, como temperatura, umidade
relativa do ar e presença de sais marinhos, também devem ser levadas em conta no momento dessa escolha, assim como a necessidade de
manutenções periódicas e a acessibilidade para execução do serviço.

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As exigências são diferentes para reservatórios de água bruta/servida e para reservatórios para água potável. Nesse último caso, o sistema
de impermeabilização deve atender a ABNT NBR 12.170 – Materiais de impermeabilização – Determinação da potabilidade da água após o
contato.

Independentemente da tipologia construtiva, os fundos de teto dos reservatórios de água potável devem receber impermeabilização
resistente a vapor d’água para combater a ação do cloro. “A parte externa dos tetos devem receber uma impermeabilização que evite a
contaminação da água potável pela passagem de águas de chuva ou de lavagem das áreas”, explica o engenheiro Marcos Storte, consultor em
impermeabilização e em patologias nas construções.

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As características físicas do reservatório interferem diretamente na escolha do sistema de impermeabilização. “Estruturas enterradas sujeitas à
ação de lençol freático dispensam o uso de sistemas flexíveis/elásticos. Diferente das estruturas elevadas ou apoiadas no solo, que priorizam o
uso de sistemas flexíveis/elásticos”, comenta Storte.

Para os reservatórios enterrados sob ação de lençol freático, a impermeabilização deve ser aplicada internamente, por exemplo, com
cristalização para suportar pressão negativa. Também podem ser utilizados cimento polimérico ou resina epóxi, desde que sejam
desenvolvidos para este fim.

Já as estruturas enterradas sem ação de lençol freático podem utilizar uma variedade maior de soluções. Entre elas, destacam-se a
cristalização para suportar pressão positiva, o cimento polimérico, a argamassa com aditivo impermeabilizante, o poliuretano bi componente, a
resina epóxi e a manta asfáltica.

Para a impermeabilização de reservatórios elevados ou apoiados no solo é importante que a solução seja capaz de suportar as movimentações
da estrutura. Isso leva à indicação de produtos como o cimento polimérico com fibras e com reforço têxtil, a membrana de polímero acrílico com
cimento e reforço têxtil, o poliuretano bi componente e as mantas (asfálticas e de PVC).

Ao definir uma tecnologia para impermeabilização de um reservatório é necessário considerar a relação custo-benefício e a disponibilidade de
mão-de-obra para aplicação do sistema escolhido.

O serviço deve ser realizado com base em um projeto específico, seguindo as determinações da ABNT NBR 9575 – Impermeabilização
Seleção e Projeto. As empresas aplicadoras precisam atender, ainda, à ABNT NBR 9574 – Execução de impermeabilização, bem como à
NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) e às resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente.

Um ponto crítico na execução é a preparação das superfícies que serão impermeabilizadas. “Elas devem ter juntas frias de concretagem
tratadas, ninhos de concretagem eliminados, furos passantes para as fôrmas tamponados, pontas de ferro e pedaços de madeira removidos e
superfícies lavadas com hidrojateamento”, lista o engenheiro Roberto Saldanha, consultor da Associação das Empresas de Impermeabilização
do Estado do Rio de Janeiro. “Também é recomendável que as empresas explicitem em contrato as garantias para quando o trabalho não for
bem executado e as infiltrações persistirem ou causarem outras dificuldades”, finaliza Storte.

Marcos Storte – Engenheiro-civil com mestrado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP). Membro do Instituto Brasileiro do Concreto
(Ibracon), é consultor nas áreas de patologias e impermeabilização nas construções e diretor técnico da A2S Engenharia e Perícia.

Roberto Saldanha – Engenheiro-civil, consultor da Associação das Empresas de Impermeabilização do Estado do Rio de Janeiro.

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