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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – CAMPUS BALSAS

MATÉRIA: RECURSOS ENERGÉTICOS E SUSTENTABILIDADE


DOCENTE: DIEGO LIMA MEDEIROS
DISCENTE: WARLEY MORAIS MARTINS

Tema: Análise comparativa da sustentabilidade de tecnologias para dessalinização


de água salobra para consumo humano no estado do Maranhão.

INTRODUÇÃO

O Brasil é detentor de aproximadamente 12% de toda a água doce disponível no


mundo, tornando-se um país com grande potencial hídrico. No entanto, apesar dessa
abundância relativa, existem regiões no Brasil, como o estado do Maranhão, onde a
disponibilidade de água doce para consumo humano é limitada devido à alta salinidade
da água subterrânea (MADEIRO, 2015).

A salinidade excessiva na água subterrânea é um problema que pode ocorrer em


algumas regiões do Brasil devido a fatores geológicos e climáticos, como a intrusão de
água salgada do mar nas áreas costeiras, a presença de formações rochosas salinas e a
escassez de chuvas para diluir os sais presentes no solo. A alta salinidade da água
subterrânea pode torná-la inadequada para consumo direto, uma vez que pode causar
problemas de saúde, como distúrbios renais, e problemas no intestino quando ingerida
em grandes quantidades (STRACI, 2012).

Além dos impactos na saúde humana, a salinidade da água também pode afetar a
agricultura, na produção quando os carbonatos precipitam e acabam por dificultar a
passagem do líquido e até mesmo na limpeza por afetar a ação dos detergentes. A
irrigação com água salina pode comprometer a produtividade das plantações, causar a
morte de animais e prejudicar a qualidade dos solos, afetando negativamente a
economia local e a subsistência das comunidades (CARVALHO, 2019).

Diversas tecnologias de filtração têm sido desenvolvidas para tornar a água


salina potável, incluindo osmose reversa, dessalinização por congelamento, destilação a
vácuo, eletrodiálise e nanofiltração. A osmose reversa é amplamente utilizada,
utilizando membranas para separar sais e impurezas da água. A dessalinização por
congelamento envolve o congelamento da água salina e a separação do gelo formado. A
destilação a vácuo consiste em aquecer a água salina e condensar o vapor resultante em
água potável. A eletrodiálise utiliza membranas seletivas para separar íons de sal da
água. A nanofiltração utiliza membranas com poros pequenos para separar sais e
impurezas da água (TODA MATÉRIA, 2015).

Essas tecnologias de filtração têm se mostrado eficazes na produção de água


potável a partir de fontes de água salobra, contribuindo para suprir a demanda de água
em regiões onde a água subterrânea apresenta alta salinidade, como é o caso de Balsas
no Maranhão. No entanto, é importante considerar a viabilidade econômica, ambiental e
social dessas tecnologias, bem como sua sustentabilidade a longo prazo, para garantir o
acesso à água potável de qualidade de forma sustentável e equitativa.

OBJETIVO GERAL:

 Avaliar meios mais sustentáveis e energeticamente eficientes para a


dessalinização de recursos hídricos para o consumo humano.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Elaborar um referencial teórico


 Identificar dentre as tecnologias disponíveis e qual apresentaria melhor custo-
benefício
 Coletar dados referentes a qualidade dos recursos hídricos destinados ao
consumo humano no maranhão

Figura 1: Abastecimento Urbano de Água


Fonte: ANA (webflow.io)

Figura 2: Evolução das demandas e dos consumos (m3/s)

Fonte: ANA (webflow.io)

JUSTIFICATIVA

O abastecimento urbano é o segundo maior uso de água como visto na figura 2,


correspondendo a 25% do total em 2020. Esse uso ocorre de forma concentrada em
aglomerados urbanos, resultando em crescente pressão sobre os mananciais e sistemas
produtores de água, o que torna o planejamento e a gestão da segurança hídrica cada vez
mais complexos e interdependentes.
Cerca de 57% das cidades brasileiras, onde vivem 153 milhões de habitantes, o
que representa 85% da população urbana, dependem exclusiva ou predominantemente
de mananciais superficiais para abastecimento de água. Grandes centros urbanos como
São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza e Porto Alegre são exemplos de
aglomerações urbanas que dependem desses mananciais. Por outro lado, os mananciais
subterrâneos são a única ou principal forma de abastecimento de água para cerca de
2.500 cidades (43% do total), atendendo aproximadamente 15% da população urbana do
país (ANA, 2021).

As águas subterrâneas são um recurso hídrico de grande importância para o


Brasil, mas também de grande vulnerabilidade. Segundo dados do Instituto Trata Brasil,
18% da água subterrânea é utilizada para abastecimento público urbano, o que
representa cerca de 36 milhões de pessoas. Além disso, existem mais de 2,5 milhões de
poços tubulares no país, que demandam um investimento de mais de R$ 75 bilhões para
sua perfuração e instalação. No entanto, a maioria desses poços (88%) é clandestina, ou
seja, não possui outorga ou licenciamento ambiental, o que coloca em risco a qualidade
e a quantidade da água subterrânea. Por isso, é fundamental que haja uma gestão
integrada e participativa das águas subterrâneas, envolvendo os diversos setores
usuários e a sociedade civil, para garantir a sustentabilidade desse recurso essencial para
o desenvolvimento do Brasil (TRATA BRASIL, 2021).

METODOLOGIA

 Revisão bibliográfica sobre os conceitos, processos e benefícios da


dessalinização da água, bem como os desafios e limitações dessa tecnologia no
contexto do semiárido brasileiro.
 Coleta de dados no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Balsas-
MA, e avaliação do uso da tecnologia de osmose reversa.
 Análise quantitativa e qualitativa dos dados coletados, considerando aspectos
técnicos, econômicos, ambientais e sociais da dessalinização de água
subterrânea. A análise quantitativa envolve o cálculo de indicadores como vazão,
salinidade, custo, eficiência e consumo energético do sistema.

REFERÊNCIA
MADEIRO, Carlos. Com 12% da água doce mundial, o Brasil cuida bem dela?
Entenda por que não. UOL. 2015. Disponível
em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/03/21/com-12-da-agua-
doce-mundial-o-brasil-cuida-bem-dela-veja-respostas.htm. Acesso em: 5 abr. 2023.

STRACI, Larissa. Água dura e seus riscos. AgSolve. 2012. Disponível


em: https://www.agsolve.com.br/noticias/6523/agua-dura-e-seus-riscos. Acesso em: 5
abr. 2023.

CARVALHO, Flavio. Dureza de água na indústria de alimentos( impactos na


produção e higienização). LinkedIn. 2019. Disponível
em: https://www.linkedin.com/pulse/dureza-de-%C3%A1gua-na-ind%C3%BAstria-
alimentos-impactos-e-flavio-carvalho. Acesso em: 6 abr. 2023.

TODA MATÉRIA. Dessalinização da Água: A dessalinização da água do mar: um


método para lutar contra a escassez?. Toda matéria. 2015. Disponível
em: https://www.todamateria.com.br/dessalinizacao-da-agua/. Acesso em: 11 abr.
2023.

ANA. Usos da água. Relatório Conjuntura ANA. 2021. Disponível em: https://relatorio-


conjuntura-ana-2021.webflow.io/capitulos/usos-da-agua. Acesso em: 7 abr. 2023.

TRATA BRASIL. Água. Trata Brasil. 2021. Disponível


em: https://tratabrasil.org.br/principais-estatisticas/agua. Acesso em: 7 abr. 2023.

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