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SEPARATA
-
Dispensa médica, atestado médico de 01
(um) dia na PMGO
Introdução
O artigo trata de tema a é bastante polêmico na Polícia Militar do Estado de Goiás, onde de
um lado existe a dispensa ao serviço amparada por prescrição médica e outro onde
servidores utilizam atestados médicos para se esquivar de suas obrigações, principalmente os
atestados médicos de 01 (um) dia. Ocorre que o atestado médico é um direito do servidor
militar conforme estabelece o Estatuto, no entanto, se o servidor utiliza esse direito em dolo e
má-fé para ser esquivar de suas obrigações, cabe a administração pública através dos
mecanismos legais provar esse uso irregular do direito e tomar as medidas legais contra o
servidor e o médico.
Nos termos da Lei nº 08.033/75, que trata do Estatuto dos Policiais Militares do Estado de
Goiás, no Capítulo V, das Recompensas e das Dispensas do Serviço, o art. 132, estabelece
que:
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I - como recompensa;
Conforme ratifica a Lei, a dispensa de serviço pode ser concedida ao Policial Militar, em três
situações, no inciso III, em decorrência de prescrição médica, com ressalva do parágrafo
único, que essa dispensa será concedida com a remuneração integral e computada como
tempo de efetivo serviço, ou seja, sem prejuízo ao militar convalescente de reposição da
ausência ao trabalho, amparado por atestado médico.
2. Do afastamento do serviço
Temos, ainda, a Portaria nº 764/10, em seu art. 34, I, que: “ o comandante imediato do
policial militar não poderá desconsiderar atestado médico; ”, pode, ainda, homologa-lo nos 03
(três) primeiros dias, na falta de médico na OPM (art. 34, II).
Com a previsão do art. 34, III da Portaria nº 764/10, em caso de dúvida no atestado o
comandante encaminhará (ordem) o atestado e o PM para serem analisado e homologado.
Assim, mesmo não podendo desconsiderar o atestado médico, nada impede que o
comandante diligencie para verificar a veracidade e legitimidade deste, principalmente quando
relativo a 01 (um) dia, causador de muita polêmica na Corporação, vez que pode o militar
agraciado com o citado atestado médico ter utilizado de algum subterfugio para consegui-lo
através de simulação, falsidade, falsificação ou qualquer outro artificio, há ainda, previsão do
art. 34, III da Portaria nº 764/10, em caso de dúvida no atestado o comandante encaminhará
(ordem) o atestado e o PM para serem analisado e homologado pelo médico mais próximo,
onde o profissional poderá autenticar ou invalidar o atestado.
Conforme a disposição legal, não pode o atestado ser desconsiderado, mas pode ser
questionado, tanto no aspecto formal (requisitos legais de validade) quanto material (a
moléstia propriamente dita).
Desta forma não há que se falar que o policial militar que deixa de cumprir sua escala de
serviço amparado por atestado médico, que seja de 01 (um) dia, não fará jus a sua folga, ou,
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deve comparecer a unidade para cumprir outra escala em compensação aquela que faltou,
vez que se encontrava dispensado do serviço, conforme estabelece a Lei, com a
remuneração integral e computadas como tempo de efetivo serviço, ou seja, foi
dispensado, teve sua falta abonada.
Como demonstrado, cabe a Administração Pública, provar que o atestado foi emitido com
má-fé, simulação de doença, falso, falsificado ou qualquer outra situação que enseje pratica
de crime ou transgressão disciplinar, resguardados seus direitos e garantias legais quando
não demonstrada qualquer pratica irregular ou ilícita.
3. Da ausência ao trabalho
Como exposto, o presente regramento é estabelecido em Lei, desta forma não pode
nenhum outro ato ser contrário à sua disposição legal, ou seja, o policial militar amparado por
atestado médico (que seja de 01 dia) está autorizado a afastar-se do serviço, com
remuneração integral e computado como tempo de efetivo serviço.
Assim, por ser lei, nenhum outro ato administrativo lhe pode ser contrário, sob pena de
abuso, por legislar por portaria ou qualquer outro ato inócuo, vez que a lei é a vontade do
povo manifestada através de seus representantes eleitos e somente por estes ou por ato do
chefe do poderá ser regulamentada, sob pena de nulidade.
§3º - O policial militar que deixar de cumprir sua escala de serviço integralmente não
fará jus à folga relativa à mesma.
§5º - O faltoso deverá apresentar as razões pelas quais deixou de comparecer ao serviço,
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Desta forma, a previsão da presente Portaria não se aplica aos atestados médicos, sob
pena de abuso de poder e autoridade, improbidade administrativa, sem prejuízo de
transgressão disciplinar pelo Superior Hierárquico do Militar, que determinar qualquer ordem
contrária ao dispositivo legal.
4. Da homologação do atestado
“Art. 34. A licença para tratamento da saúde própria do PM obedecerá aos seguintes
critérios:
II. os 3 (três) primeiros dias de licença médica poderão ser homologados pelo comandante
da unidade, na falta de médico na OPM;
IV. internado ou com incapacidade de locomoção, casos estes em que deverá ser oficiado
pelo comandante da OPM;
VII. após homologação dos três primeiros dias, se houver necessidade de prorrogação ou
novo atestado no mês em curso, o PM deverá ser encaminhado ao médico da OPM mais
próxima ou a JCS;
VIII. após o 30º (trigésimo) dia de licença médica, o PM deverá ser encaminhado mediante
oficio à JCS para homologação de novo atestado, constando também as informações do
formulário reservado (anexo V).
IX. a enfermidade deverá ser comprovada através de exames complementares (rx, exames
de laboratório e etc), a critério do médico encarregado da homologação;
X. nos casos de internação para tratamento clínico ou cirúrgico, o policial militar deverá
anexar ao atestado a declaração fornecida pelo hospital ou clínica informando a data da
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Art. 35. a licença para tratamento de pessoa da família será concedida pela JCS quando a
pessoa enferma necessitar de ajuda de terceiros para sua higiene e alimentação e não existir
outro membro da família em condições de prestar tal assistência.
§ 1º para fins de concessão da licença de que trata o caput deste artigo, entende-se por
pessoa da família, o pai, a mãe, os filhos, a esposa (o) ou companheira (o).
§ 2º a licença de que trata este artigo será concedida por período não superior a 08 (oito)
dias, podendo ser prorrogada em casos excepcionais, devidamente comprovados através de:
I. exames complementares;
Quanto a legislação que trata das licenças e atestados médicos, temos que no art. 34, I: “ o
comandante imediato do policial militar não poderá desconsiderar atestado médico; ” e ainda,
pode na falta de médico na OPM homologar os 03 (três) primeiros dias de atestado (art. 34, II)
e em caso de dúvida no atestado o comandante encaminhará (ordem) o atestado e o PM para
serem analisado e homologado (art. 34, III).
Há ressalva no inciso VII, que com a necessidade de prorrogação ou novo atestado após a
homologação dos 03 primeiros dias, o PM deverá ser encaminhado ao médico da OPM ou a
JCS.
Quando o PM após o trigésimo dia de licença medica (art. 34, VIII), deverá ser encaminhado
mediante oficio a JCS, para homologação de novo atestado. Desta forma o período anterior
aos 30 dias é homologado pelo médico do trabalho, ultrapassado o prazo de 30 dias este
deve ser encaminhado a JCS, contando informações do formulário reservado do anexo V.
Onde a enfermidade deverá ser comprovada através de exames complementares (art. 34, IX)
por raios x, exames de laboratório, etc. ficando estes a critério do encarregado da
homologação e ainda nos casos de internação para tratamento clinico ou cirúrgico deverá ser
anexado ao atestado declaração do hospital ou clinica informando a data da internação e da
alta hospitalar (art. 34, X).
Estando o militar internado ou incapacitado de locomoção, tal condição deverá ser oficiada
pelo seu comandante (art. 34, IV).
O regramento estabelece ainda no art. 34, V, que o PM enfermo terá o prazo máximo de 72
horas para apresentação ao Oficial Médico (ou Comandante) para homologação de seu
atestado, ou primeiro dia útil após o vencimento deste período, quando a conclusão do prazo
recair em dia não útil.
Desta forma o inciso V, não deixa qualquer dúvida que o militar tem 72 horas para
apresentar o seu atestado médico, entendo que prazo este após o vencimento do atestado (
primeiro dia útil após o vencimento deste período), mesmo que seja de um dia, ele tem o
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lapso de 72 horas para homologar a dispensa do serviço, sem qualquer tipo de retaliação.
No intuito de esgotar o tema, o Policial Militar pode ainda ter licença para afastar-se
totalmente do serviço em caráter temporário para tratamento de saúde de pessoa da família
ou saúde própria, nos termos do art. 64, § 1º, do Estatuto:
I - especial;
“Art. 35 a licença para tratamento de pessoa da família será concedida pela JCS quando a
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pessoa enferma necessitar de ajuda de terceiros para sua higiene e alimentação e não existir
outro membro da família em condições de prestar tal assistência.
§ 1º para fins de concessão da licença de que trata o caput deste artigo, entende-se por
pessoa da família, o pai, a mãe, os filhos, a esposa (o) ou companheira (o).
§ 2º a licença de que trata este artigo será concedida por período não superior a 08 (oito)
dias, podendo ser prorrogada em casos excepcionais, devidamente comprovados através de:
I. exames complementares;
No entanto, há ressalva a esse direito, vez que ultrapassado o prazo de 01 (um) ano para
tratamento de saúde própria ou de 06 (seis) meses contínuos para tratamento de pessoa da
família o militar é agregado, nos termos do Estatuto no art. 75, § 1º, III, “c” e “e”, ipsis litteris:
c) haver ultrapassado um (1) ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;
e) haver ultrapassado seis (6) meses contínuos em licença para tratamento de saúde de
pessoa da família;”
Diante do exposto o Policial Militar que apresenta atestado médico por meio de algum
subterfugio de simulação de doença, falsidade, falsificação ou qualquer outro artificio, incorre
tanto em crime quanto em transgressão disciplinar, responsabilidade estendida ao médico,
quando da participação deste, quanto ao crime e violação do Código de Ética Médica,
podendo incorrer nos crimes militares.
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“Falsificação de documento
Falsidade ideológica
Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante,
desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
Art. 315. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados por outrem, a que
se referem os artigos anteriores:”
“Capítulo III
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
É vedado ao médico:
Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida
identificação de seu número de registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição,
bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros
documentos médicos.
DOCUMENTOS MÉDICOS
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É vedado ao médico:
Art. 80. Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que
seja tendencioso ou que não corresponda à verdade.
Conclusão:
O tema atestado médico gera sempre grande polêmica na Corporação, devido a utilização
indevida desse direito por alguns servidores, mas a grande discussão paira em torno do
atestado de 01 (um) dia, o que não deve gerar qualquer polêmica, vez que é um direito do
servidor.
O próprio texto legal não deixa dúvida, o art. 131, do Estatuto, estabelece que: “ As
dispensas do serviço são autorizações concedidas aos Policiais-Militares para afastamento
total do serviço, em caráter temporário.”, desta forma fica evidente que quando afastado em
uma das situações do art. 132 o militar está autorizado a se afastar do serviço, sem qualquer
prejuízo em sua folga, carreira ou qualquer outro direito.
É claro que nenhum direito é absoluto, pois em caso de qualquer suspeita de validade do
atestado médico, cabe ao Comandante ou o médico responsável pela homologação verificar
sua veracidade e legitimidade, promovendo diligencias junto ao médico que o expediu a
confirmação de sua validade, onde pode o militar agraciado com o atestado médico ter
utilizado de algum subterfugio para consegui-lo através de simulação, falsidade, falsificação
ou qualquer outro artificio, devendo tanto o servidor quanto o médico serem
responsabilizados, quando incorrerem em alguma irregularidade.
Assim, mesmo não podendo desconsiderar o atestado médico, nada impede que o
comandante diligencie para verificar a veracidade e legitimidade do atestado médico,
principalmente os relativos a 01 (um) dia.
No entanto, a falta do servidor, atestada por médico, é dispensa do serviço, não é passível
de reposição ou qualquer outra retaliação, vez que o militar se encontra dispensado do
Serviço Policial Militar (SPM), cabendo somente prova em contrário de sua veracidade e
legitimidade que deve ser apurada e provada quando na dúvida de sua autenticidade.
Referências
GOIÁS, Lei Estadual n. 8.033 de 02 de dezembro de 1975, disponível em
http://www.gabinetecivil.goias.gov.br/leis_ordinarias/1975/lei_8033.htm. Acesso em 25 de
novembro de 2015.
________. Portaria nº 2550, 09 de julho de 2012. Institui o sistema de controle da jornada
de trabalho do policial militar;
________. Portaria nº 764, 03 de agosto de 2010. Aprova as normas para inspeções de
saúde na Polícia Militar de Goiás.
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CERTIDÃO
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