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Usualmente, o atestado mais aceito pela empresa é do médico particular do

empregado, porém, há uma ordem legal de preferência de atestados médicos. Em


interpretação conjunta à Lei 605/1949 com o Decreto nº 27.048/1949 e o próprio art.
60 da Lei Geral da Previdência Social (8.213/91), chega-se à seguinte ordem dos
atestados médicos: médico da Empresa, médico do Plano de Saúde pago pela
Empresa; médico do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); médico do Serviço
Social da Indústria ou do Serviço Social do Comércio e médico de repartição federal,
estadual ou municipal.
Se um trabalhador apresenta, por exemplo, atestado médico de 15 dias emitido por
um Posto de Saúde, ele pode ser submetido à avaliação pelo médico da empresa ou
do plano de saúde custeado pela empresa e, caso o médico entenda por um período
menor de afastamento, considera-se o afastamento indicado pelo médico da
empresa e desconsidera-se o primeiro atestado.
Este tema pode implicar vários desdobramentos, já que demanda bastante análise da
veracidade ou não de um atestado médico. O fato é que o empregador deve ser cauteloso e
atento à suposta enfermidade do empregado, uma vez que eventual agravamento
(concausa) da doença ou complicações posteriores podem ensejar sua responsabilidade em
danos materiais e morais em uma reclamatória trabalhista. A prioridade sempre será a
saúde do trabalhador.

Todo cuidado e zelo são necessários ao tratamento do assunto, ainda mais por se tratar da
saúde dos colaboradores. Portanto, a empresa deve manter em seu regimento interno ou,
mesmo por ordens de serviço, informações claras sobre o prazo para a entrega dos
atestados médicos dos empregados e as possíveis sanções decorrentes da falsidade ou
alteração do documento. É necessário que os colaboradores tenham ciência que a empresa
está atenta a fidedignidade dos atestados bem como a adoção de sanções e punições
permitidas dentro do poder diretivo do empregador, inclusive a justa causa.

Meras declarações de comparecimento a consultas de rotina e de


realização de exames, como regra, não se prestam à finalidade de
abonar a falta ou o atraso do trabalhador. O mesmo se diga em
relação aos chamados atestados de acompanhamento, vez que não
há previsão legal para o abono de falta ao serviço por motivo de
saúde daquele que não o próprio trabalhador, com exceção para as
hipóteses previstas nos incisos X e XI, do art. 473 da CLT.

X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares


durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; (Incluído dada pela Lei nº
13.257, de 2016)
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.
(Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

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